Educação, saúde e polícia destacam-se como

os mais corruptos de 2023 em Nampula P.16

NGANI
Moçambique falando por si!
Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023
Propriedade: Info-Media - Edição Semanal 113 Ano III
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Repetição vergonhosa
NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023
Renamo quer paralisação total da cidade
de Maputo hoje
A Resistência Nacional
de Moçambique
(Renamo, maior parti-
do da oposição), avisou
que “não se responsabili-
za” pelas consequências
para quem não aderir à
paralisação da cidade de
Maputo convocada para
hoje, contra os resultados
oficiais das eleições au-
tárquicas.
MANGAVA DOS SANTOS
“A adesão a esta exortação é vo-
luntária, pelo que declinar a mesma
é legítimo, mas o partido Renamo
na cidade de Maputo não se res-
ponsabiliza por quaisquer impac-
tos sociais”, lê-se no comunicado
da Renamo na capital, sem adian-
tar mais explicações sobre esse avi-
so. “No âmbito da luta pela justiça
eleitoral”, a Renamo “comunica a
todos os munícipes, empresários,
estudantes, trabalhadores do sec-
tor informal, residentes ou utentes
de serviços na circunscrição da ci-
dade de Maputo” que esta segun-
da-feira “haverá uma mega revin-
dicação popular visando repudiar
os resultados apresentados pelo
Conselho Constitucional, deno-
minada ‘Segunda-feira Paralisada:
Maputo Faça Justiça Eleitoral’”.
“Nesta senda, exorta a toda popula-
ção residente na cidade de Maputo
e utentes desta no geral a ficar em
casa”, acrescenta.
Segundo a Renamo, o objectivo
“é sensibilizar de forma pacífica as
instituições de Justiça de modo a
repor à verdade eleitoral, pelo que
somos pela manutenção de um am-
biente de paz, ordeiro e de uma ma-
nifestação no âmbito dos direitos
fundamentais dos cidadãos”. Em
28 de Novembro, numa das dezenas
de marchas em Maputo de contesta-
ção aos resultados anunciados, cen-
tenas de apoiantes da Renamo vol-
taram a dizer nas ruas que a Frente
de Libertação de Moçambique
(Frelimo) “não vai governar” a ca-
pital e com o candidato do partido,
Venâncio Mondlane, a apelar para
a paralisação da cidade. “Chegou a
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POLÍTICA
Caravana de Venâncio Mondlane durante a marcha de mobilização da população de Maputo visando paralisar a capital
nesta segunda-feira
altura de o povo provar que é o povo Moçambique proclamou em 24 de participou numa reunião de alto nível
que está no poder”, avisou Venâncio novembro a Frelimo, partido no po- sobre o Fundo Central de Respostas
Mondlane, ao dirigir-se à multidão der, vencedora das eleições autár- a Emergências (CERF) para 2024.
que o aguardava à saída daquela que quicas em 56 municípios, incluindo “Não me parece que seja um proble-
foi então a primeira marcha de protes- Maputo, contra as anteriores 64 anun- ma tão grave da comunidade inter-
to na capital após a proclamação dos ciadas pela CNE, com a Renamo a nacional. Nós não temos sentido na
resultados eleitorais pelo Conselho passar de nenhuma para quatro, e nossa terra tanta pressão da comuni-
Constitucional (CC), quatro dias an- mandou repetir eleições em outros dade internacional”, avaliou, frisan-
tes. quatro. Logo no dia seguinte às elei- do que a comunidade internacional
“Vamos todos combinar para dois ções, Venâncio Mondlane garantiu sabe que o assunto deve ser tratado
dias parar com tudo nesta cidade”, que tinha vencido o escrutínio na ca- “pelas instituições moçambicanas e
disse na altura, num apelo a todas pital, com 55% dos votos, através da pelos moçambicanos”.
as classes profissionais, garantindo contagem paralela realizada com ba- No mês passado, a ministra dos
que é necessária a “paralisação da se em todos os editais e atas originais Negócios Estrangeiros e Cooperação
economia” para contestar a “frau- das mesas de voto. moçambicana reuniu-se com várias
de” nas eleições autárquicas e “de- missões diplomáticas e transmitiu-
volver a vitória ao povo”. “A pró- Não sentimos pressão da comunida- -lhes que acredita que o processo das
pria Constituição nos permite o di- de internacional em casa – Governo sextas eleições autárquicas vai “ter-
reito à resistência. Havendo ordens A ministra dos Negócios minar bem”, pedindo que a comuni-
ilegais, o povo tem o direito de resis- Estrangeiros e Cooperação moçam- dade internacional confie nas insti-
tir”, afirmou Mondlane. “Já marcha- bicana, Verónica Macamo, rejeitou tuições do país para resolver os dife-
mos muito, já marchamos demais. nesta quinta-feira sentir pressão da rendos. O CC proclamou a Frelimo
Agora chegou a altura de paralisar- comunidade internacional face ao vencedora das eleições autárquicas
mos a economia”, advertiu o candi- processo eleitoral do país e sublinhou em Maputo, mas cortou quase 30.000
dato da Renamo, que continua a as- que o assunto deve ser tratado pelas votos que tinham sido atribuídos an-
sumir-se como “autarca eleito” na instituições moçambicanas. “Creio teriormente ao partido no poder na
capital. A Renamo deu entrada na que não é bom tempo para falar de capital pela CNE.
Procuradoria-Geral da República eleições. As eleições, como se sabe, Segundo o acórdão do CC, a
(PGR) com uma queixa-crime contra ainda não fecharam. Ainda vamos Frelimo manteve a vitória, mas
os directores do Secretariado Técnico ter, portanto, eleições em alguns lo- com 206.333 votos e 37 mandatos.
de Administração Eleitoral (STAE) e cais, de acordo com a decisão do Razaque Manhique, cabeça-de-lis-
da Comissão Nacional de Eleições Conselho Constitucional. Penso que ta da Frelimo, foi proclamado co-
(CNE), por alegada “falsificação e o mais importante é que o processo mo novo autarca de Maputo, mas
manipulação de resultados”, bem co- seja concluído e que efetivamente as em 26 de outubro, a CNE tinha
mo contra os juízes do CC. coisas voltem à normalidade”, res- atribuído a vitória à Frelimo com
O CC, a última instância de re- pondeu a ministra à agência Lusa, na
234.406 votos e 43 mandatos.
curso em processos eleitorais em sede da ONU em Nova Iorque, onde
NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023
Homem força esposa a manter relações
sexuais com amigos para comprar drogas
Cecília Xavier*, de 47
anos de idade, residente
na cidade de Nampu-
la e natural do distrito
de Guruè, província da
Zambézia, é uma das
vítimas da violência ba-
seada no género. Ela
sofreu vários tipos de
violência, com destaque
para a sexual, física e
psicológica, perpetra-
da pelo ex-marido. Para
além de ter perdido o
seu emprego, contraiu
infecções sexualmente
transmissíveis porque o
esposo a forçava a man-
ter relações sexuais com
os amigos em troca de
dinheiro para comprar
drogas.
AGOSTINHO MIGUEL
E
stima-se que uma em
cada três mulheres
em todo o mundo já
sofreu violência físi-
ca ou sexual por parte do parceiro
íntimo ou de violência sexual por
outra pessoa, em algum momen-
to das suas vidas (OMS, 2021).
Cecília Xavier faz parte desta es-
tatística. A sua história come-
ça quando o seu companheiro
perdeu emprego na empresa on-
de exercia funções de segurança
privada na cidade de Nampula.
Frustrado com a situação, o ho-
mem passou a consumir álcool e
drogas. O ex-marido deslocou-se
para o local de trabalho da víti-
ma e envolveu-se em pancadarias
com alguns funcionários da ins-
tituição, acusando-os de serem
amantes da mulher.
Segundo relatos da nossa inter-
locutora, o episódio chegou ao de-
partamento dos recursos humanos
da instituição, tendo culminado
“No princípio tive medo. Mas, quando me apercebi que estive à beira da morte,
ganhei coragem e fui denunciá-lo.
com a suspensão das relações con-
tratuais. Desesperada, Cecília de-
cidiu denunciar o caso a família,
na expectativa de encontrar uma
solução para o problema. Ambas
as famílias se reuniram para sen-
sibilizar o indivíduo a mudar de
comportamento.
Sucede que, mesmo com a in-
tervenção dos familiares, o ho-
mem, de 53 anos de idade, com
quem teve um filho, não mudou
de comportamento e continuava
a violentá-la. Primeiro, agredia fi-
sicamente e a ameaçava de mor-
te, caso ela o impedisse de ven-
der produtos alimentares e alguns
electrodomésticos da casa, para
satisfazer os seus vícios. No auge
dos ataques, o marido forçou-a a
ter relações sexuais com três dos
seus amigos para obter dinheiro e
adquirir drogas.
Durante esse envolvimento,
Cecília contraiu sífilis. “Quando
aquilo aconteceu, voltei a comu-
nicar a minha família. Sentamos
outra vez para conversar e foi de-
cidiu que se ele voltasse a violen-
tar-me deveríamos levar o caso à
justiça”, revelou.
Mas nada mudou. O indivíduo
continuou a praticar a violência
contra a esposa. “Um dos casos
que me chamou a razão foi quan-
do ele rasgou e queimou os meus
documentos pessoais para que
não tivesse acesso a novas oportu-
nidades de emprego. Fui sempre
vítima de agressões físicas e psico-
lógicas, mas nunca vou esquecer
desse episódio”, contou.
Quebrar o silêncio
Cansada de viver de injúrias, a
nossa interlocutora diz que deci-
diu quebrar o silêncio às autorida-
des policiais para a resolução do
problema. “No princípio tive me-
do. Mas, quando me apercebi que
estive à beira da morte, ganhei co-
ragem e fui denunciá-lo. Os vizi-
nhos sempre me aconselharam a
denunciar o caso à justiça, mas
estava com receios por temer que
ele fosse condenado”, desabafou a
fonte.
Nas mãos da justiça, Cecília de-
cidiu declarar divórcio e o marido
aceitou também. Visivelmente sa-
tisfeita com o rumo dos aconteci-
mentos, ela diz sentir-se livre dos
abusos de que foi vítima e procu-
rou outro relacionamento. Desta
vez casou-se com um ancião da
igreja pentecostal. E a relação
já dura dois anos. Actualmente,
Cecília é uma mulher livre e com
o novo relacionamento sonha em
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SOCIEDADE
erguer casa própria, porque para
além de ser religioso, o marido ac-
tual é antigo combatente. Usando
da sua experiência, Cecília aconse-
lha outras mulheres que estejam a
passar o que passou, a quebrarem
o silêncio denunciando às autori-
dades policiais todo o tipo de vio-
lência, porque existe sempre solu-
ção.
Refira-se que Moçambique en-
frenta desafios significativos rela-
cionados com a violência baseada
no género (VBG), incluindo abuso
doméstico, uniões prematuras, e
outras formas de violência contra
mulheres e raparigas.
A construção desigual do lugar
das mulheres e dos homens é tido
como a origem da violência contra
a mulher. Entretanto, existem ou-
tros factores que contribuem para
a problemática. Ercio dos Santos
Lopes, activista social e director da
Associação Aliança Comunitária
de Nampula, destaca a importân-
cia de uma escolha criteriosa na
busca por parceiros, enfatizan-
do que a precipitação nesse pro-
cesso pode ter consequências, co-
mo a ocorrência de violência. Ele
ressalta que tanto mulheres quan-
to homens devem fazer escolhas
conscientes, valorizando aspectos
como o amor, e não se baseando
exclusivamente em critérios como
dinheiro ou fama. A ênfase está
na importância de considerar va-
lores fundamentais para a constru-
ção de relacionamentos saudáveis,
sem responsabilizar as mulheres
pela violência baseada no género.
Dos Santos referiu que umas das
causas que contribui para o surgi-
mento de violência baseada no gé-
nero nas comunidades, prende-se
com consumo sem precedente de
drogas por parte dos jovens. “Se
formos a fazer o balanço, o con-
sumo de drogas é um dos factores
que contribui para o surgimento da
VBG nas nossas comunidades, daí
que urge criar acções para travar
esta problemática que coloca em
causa a nossa moral”, frisou.
*Nome fictício
 NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023 P04

POLÍTICA

Repetição vergonhosa
A Polícia da República
de Moçambique (PRM)
teve de reforçar, pela ma-
nhã, o contingente em
algumas mesas de voto,
tendo efectuado disparos
e detenções na sequên-
cia de agitação social por
alegadas tentativas de
fraude registadas nas pri-
meiras horas da nova vo-
tação em Moçambique,
em repetição de tudo o
que aconteceu há dois
meses.
Nacala-Porto neste domingo
MANGAVA DOS SANTOS a reforçar o contingente para ga- 15% das mesas daquele município, em ilícitos nas eleições de 11 de ou-

O
rantir a ordem nos postos de vo- embora estejam a ser gradualmen- tubro vão ser afastados do novo es-
distrito de Gurué,
tação espalhados pela autarquia”, te resolvidos”, referiu o consórcio, crutínio, não tendo anunciado qual-
na província da
referiu Izidro Nhamussua, co- numa nota enviada à comunica- quer medida judicial sobre si.
Zambézia, centro
mandante distrital da PRM em ção social. Os observadores referi- As eleições de Outubro foram
de Moçambique,
Marromeu, durante uma confe- ram também haver pouca adesão fortemente contestadas pela oposi-
está sob tensão, com a polícia a
rência de imprensa. ao processo em alguns postos de ção e sociedade civil, que denuncia-
fazer disparos para dispersar a
Os observadores das eleições votação, notando pontualidade na ram uma alegada “megafraude”. A
população que agride dois ho-
também denunciaram um am- abertura das mesas. O comandan- Resistência Nacional Moçambicana
mens suspeitos de possuir bole-
biente de tensão nas primeiras te-geral da polícia moçambicana, (Renamo, maior partido da oposi-
tins de voto preenchidos, segun-
horas da eleição, com registo de Bernardino Rafael, apelou para a ção) avançou com um recurso a pe-
do imagens transmitidas pela te-
“várias irregularidades, ilícitos, calma na repetição das eleições au- dir a suspensão da repetição desta
levisão local. Em contacto com
violência antes e depois da aber- tárquicas deste domingo, alertando eleição naqueles municípios, mas
a Lusa, o porta-voz da Polícia
tura da votação”. “Esta situação, para o “oportunismo” e garantindo sem efeito. A legislação em vigor
da República de Moçambique
de forma geral, está a preocupar a que será assegurada a ordem públi- estabelece que, quando é declarada
(PRM) na Zambézia confir-
Sala da Paz pelo facto destas elei- ca. Um total de 53.270 eleitores fo- nula a eleição de uma ou mais me-
mou ter havido alguma agitação
ções serem a repetição de um pro- ram chamados a repetir a votação sas de assembleia de voto, “os ac-
em Gurué, mas não confirma a
cesso que nós já tivemos no dia 11 em 75 mesas para a escolha de no- tos eleitorais correspondentes são
ocorrência de disparos. “Houve
de Outubro passado, o que signifi- vos autarcas em quatro municípios repetidos até ao segundo domin-
uma pequena agitação e rapida-
ca que já devíamos ter aprendido moçambicanos. go posterior à decisão do Conselho
mente a polícia controlou. A po-
alguns elementos básicos de con- A repetição da votação de 11 Constitucional”.
lícia foi chamada para a repor a
vivência eleitoral”, disse Duarte de Outubro decorre em 18 me- O CC proclamou, no dia 24 de
ordem, sensibilizar e amainar os
Amaral, porta-voz da Sala da Paz, sas de Nacala-Porto (província de Novembro, a Frente de Libertação
ânimos”, disse Miguel Caetano,
associação moçambicana que ob- Nampula), três de Milange e 13 de Moçambique (Frelimo) como
acrescentando que o processo
serva as eleições. de Gurúè (Zambézia) e na totali- vencedora das eleições autárquicas
decorre, agora, de forma ordeira
O Consórcio Eleitoral Mais dade das 41 mesas de Marromeu de 11 de Outubro em 56 municí-
em Gurué e também em Milange,
Integridade, que faz a observação (Sofala), quatro municípios em que pios, contra os anteriores 64 anun-
outro município que repete o es-
do processo em 72 mesas de voto, o processo eleitoral não foi valida- ciados pela CNE, com a Renamo
crutínio.
denunciou também “tentativas de do pelo Conselho Constitucional a vencer quatro, e mandou repetir
Na autarquia de Marromeu,
fraude, incluindo atritos entre pre- (CC) moçambicano, devido a irre- eleições em outros quatro. Segundo
em Sofala, também no centro
sidentes de mesa e delegados de gularidades. Segundo a Comissão o acórdão, aprovado por unanimi-
de Moçambique, um presiden-
candidatura da oposição”, além Nacional de Eleições (CNE) de dade, lido pela presidente do CC, a
te de mesa e um membro do
de impedimento à observação. Moçambique, a repetição das elei- juíza conselheira Lúcia Ribeiro, a
Movimento Democrático de
“Os observadores do Mais ções autárquicas está orçada em 41 Frelimo manteve a vitória nas duas
Moçambique (MDM, terceira
Integridade puderam observar o milhões de meticais, num proces- principais cidades do país, Maputo
força parlamentar) foram detidos
início da votação em todas as me- so que conta com 525 membros de e Matola, em que a Renamo rei-
por, alegadamente, possuírem
sas de Nacala-Porto e Gurúè, mas mesas de assembleias de voto. Na vindicava ser vencedora, apesar de
boletins de voto preenchidos.
em Marromeu estão a registar-se quarta-feira, a comissão eleitoral cortar em cerca 60 mil votos o total
“Após os primeiros incidentes
muitos casos de impedimento à avançou que os membros das me- atribuído ao partido no poder.
da manhã, a polícia foi obrigada
observação, afetando pelo menos sas de votação que se envolveram
NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023 P05

ANÚNCIO
FICHA TÉCNICA: Rua das FPLM, n°112 – Bairro de Muahivire – Nampula – Registo 23/GABINFO/Março 2018
Email: semanariongani@gmail.com; Redação: Agostinho Miguel, António Cintura, Júlio Paulino e Pedro Fabião
(Chefe); Opinião: Afonso Almeida Brandão, Carlos Sousa, José Carlos Matsinhe e Juleca Paposseco. Grafismo e foto-
grafia: NGANI
NGANI
GANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023 P06

Cláudia Mateus

Denuncia: Mensagem alusiva aos 16

dias de activismo contra a violência
de género
Olá mulher,

H
oje, dedico o meu
espaço neste Jor-
nal para deixar
esta mensagem
para ti, escrita com muito amor e
carinho. Antes de mais, permita-
-me elogiar-te pelo teu amor in-
condicional, força e bravura me-
diante as várias adversidades da
vida. Para mim e para muitos, és
o ser mais forte que existe den-
tro da espécie humana. Suportas
o insuportável, perdoas o imper-
doável, e continuas amável. No
entanto, mesmo com tamanha
grandeza e poder, o mundo ouve
notícias assustadoras e preocu-
pantes sobre uma acção contra
ti, a violência. Contra ela, só te
venho pedir hoje: denuncia.
Física, psicológica, sexual,
económica, ou moral, indepen-
dentemente do tipo, a violência, cia. Muitas vezes o teu agressor ta-te de bravura e denuncia. Te- rias vezes, maculando a imagem
querida mulher, é um mal capaz vive debaixo do teu tecto, dorme nho um pedido especial para ti do seu progenitor, podendo gerar
de apagar o teu brilho e diminuir na tua cama e come do teu pra- que és mãe. Não aceites passar um futuro agressor. A cada acto
a força e a determinação que tu to. Assim, vives insegura e ficas por episódios de violência sob a de violência que toleras, compro-
tens para correres atrás da tua triste a cada episódio de violên- desculpa de não quereres que os metes o bem-estar e o futuro dos
vida e dos teus sonhos. O teu po- cia protagonizado por ele, mas teus filhos assistam à separação teus filhos. É também por isto
tencial máximo e a mais bela das o teu amor incondicional, tal dos seus pais. Assim como tu que eu te digo: denuncia.
tuas versões só podem ser alcan- como mencionado no primeiro almejas o seu bem-estar, assim Por último, quero que saibas
çados por uma mente e por um parágrafo, faz-te perdoar o im- eles anseiam pela tua felicidade que a cada hora, mais de 5 mu-
coração cheios de paz. Em situ- perdoável e sofrer calada na es- e segurança, ainda que isto sig- lheres morrem vítimas de violên-
ação contrária, corres o risco de perança de um amanhã melhor. nifique uma separação. Os filhos cia por parte dos seus parceiros
chegar ao fim da tua existência No entanto, não sabes se este dia entendem a importância de ter íntimos ou familiares. Assim sen-
sem teres sido aquilo que Deus vai chegar. Gostarias de não ter uma mãe física e emocionalmen- do, como mulher, sinta-te com-
te criou para seres. Não permitas ignorado os sinais de violência te saudável. Ademais, todos os pelida a fazer uso da tua solida-
que isto te aconteça. Se és vítima logo no princípio e de ter feito actos de violência contra a sua riedade feminina, abraça às tuas
de qualquer tipo de violência, no uma escolha diferente, não é? Ao progenitora ficam gravados na semelhantes que forem vítimas
menor dos sinais, levanta-te daí e invés de chorares pelo leite der- sua mente e como uma cassete deste mal e diz-lhes com firmeza:
com toda a tua coragem, denun- ramado, perdoa-te por isto, vis- de um filme são repetidos vá- denuncia.
NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023 P07

AD LITTERAM
Afonso Almeida Brandão

25 de Novembro é uma data

que tem andado esquecida

Q
uantos dos leito- Liberdade e Democracia… Ha-
res se lembram via quem quisesse que Abril sig-
ou conhecem o nificasse o fim de um Regime Di-
alcance do 25 de tatorial e o início de um Regime
Novembro? Pou- Totalitário, transformando Por-
cos, muito poucos. Por um lado, tugal numa espécie de lanterna
porque é já decorrido quase meio vermelha da Europa, ou até um
século desde o dia 25 de Novem- satélite de Moscovo. Que o diga
bro de 75, e porque durante déca- o Partido Comunista Português
das esta data foi menosprezada e e os seus “Metralhas”. Decorrido
votada à irrelevância. quase meio século, muitos ain-
Todavia, comemorou-se este da não interiorizaram a relevân-
ano o 48º Aniversário sobre o cia histórica desta data. Mais do
golpe militar que naquela data que ter-se ratificado e confirmado
pôs fim à influência da esquerda aquela que era a vontade de todo
mais radical iniciada em Portu- um povo, ou seja, a vontade de
gal com o 25 de Abril de 1974. viver em liberdade e de viver em
Tratou-se de um golpe ou democracia, o 25 de Novembro
de uma movimentação militar É bom que a Memória não seja esquecida ou escamoteada trouxe-nos também Valores de
conduzida por partes das For- Moderação, de Civilização e de
cido como uma Nação Democrá- da do Estado Novo está implicita-
ças Armadas Portuguesas cujo Pluralismo.
tica. Se fizéssemos uma analogia mente a desvalorizar-se a instaura-
resultado levou ao fim do Pro- Se desde cedo o tivéssemos re-
personificada, em termos genea- ção da democracia que mudou os
cesso Revolucionário em Curso cordado e o tivéssemos respeita-
lógicos, poderíamos afirmar que rumos do País. É certo que o 25
(PREC) e a um processo de es- do como um marco histórico de
o 25 de Novembro representa a de Abril de 1974 iniciou o proces-
tabilização da Democracia re- suma importância, hoje não esta-
progenitora da democracia, con- so de democratização portugue-
presentativa em Portugal por via ríamos a regredir naquilo que foi
tudo, a Democracia Portuguesa sa, mas foi o 25 de Novembro de
do Processo Constitucional em o que de melhor conquistámos
também tem um progenitor, o 1975 que corrigiu o desvio revolu-
Curso, no qual, refira-se elogio- nas últimas décadas: a Tolerân-
25 de Abril. Dia este em que a cionário, rectificando-o em senti-
samente, o General Ramalho Ea- cia, o Respeito e a Dignidade da
testosterona lusa, num golpe de do democrático, vindo a possibili-
nes teve um importante papel. pessoa humana.
revolta, acabou com 40 anos de tar a confirmação e continuidade
O 25 de Novembro de 1975 é, Por essa razão, somos actual-
ditadura, culminando num pro- desse processo, assegurando assim
sem dúvida, uma data assaz im- mente obrigados a travar vários
cesso gestacional atípico que ul- a transição para a democracia ple-
portante, uma vez que determi- combates: à discriminação, aos
trapassa o calendário ordinário na.
nou o rumo de Portugal e legiti- radicalismos e extremismos, ao
de vida uterina, sendo que a 25 Deveremos, portanto, fazer um
mou a afirmação da Democracia racismo e à xenofobia, por for-
de Novembro (16 meses depois), “mea culpa” remissório por todo
Pluralista, Pluripartidária e Civi- ma a equilibrar as idiossincrasias
nasce, finalmente para a pátria, a o desprezo que o 25 de Novem-
lista que hoje temos, decorrente ideológicas e sociais.
Liberdade Legitimada, empáti- bro nos mereceu. Pelo facto de o
da Revolução dos Cravos de 74 Se os valores do 25 de Novem-
ca, afável e sensata. encararmos sobranceiramente du-
que colocou fim à Ditadura Fa- bro não tivessem sido esquecidos,
É incontestável que, para a rante décadas como um fogacho
cista, e representou a abertura hoje saberíamos todos que dema-
instituição de uma democracia irrelevante para a afirmação da li-
do caminho para a normali- gogia e populismo não se comba-
liberal em Portugal, ambos fo- berdade e a construção da Demo-
zação democrática, consubstan- tem com demagogia e com popu-
ram absolutamente imprescindí- cracia em Portugal; pelo facto de
ciada na aprovação de uma nova lismo, que corrupção e falsidade
veis: tanto a testosterona do pai rápidamente ter sido preterido em
Constituição, a 2 de Abril de não se combatem com devassidão
de 1974, como a progesterona da relação ao 25 de Abril, ignorando-
1976, e na realização de Eleições e com perfídia. Combatem-se sim
mãe de 1975. -se que foi a 25 de Novembro de
Legislativas, a 25 de Abril, e a 27 com Tolerância, Moderação, De-
Ter a leviandade de esquecer 75 que se evitou que aquilo que se
de Junho de Eleições Presiden- terminação, Honestidade e Credi-
o 25 de Novembro significa sa- conseguiu com a Revolução dos
ciais. Só a partir do dia 25 de No- bilidade.
crificar o melhor do 25 de Abril, Cravos de 74 não fosse rápidamen-
vembro de 1975 é que Portugal 25 de Novembro, sempre!
visto que ao celebrar-se apenas te revertido, já que havia quem
passou finalmente a ser reconhe-
a mudança de Regime e a que- não quisesse que Abril significasse
NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023 P08

AS RODAS DO NOSSO CHÃO

Carlos Sousa
A nossa sinistralidade rodoviária
é a imagem da fraca gestão
profissional que temos (2)
Ilustres Leitores, ções climáticas, ao trânsito e tráfe-
go; Condições gerais da via (pavi-

O
programa Meta Zero mento, sinalização, fora de estrada,
é uma ferramenta de etc.); Tipos de Via e impactos das
trabalho que resulta, Condições climáticas; Atento ao
sempre que investido movimento desordenado dos veícu-
em método adequado e como tal, los pedi-ciclo-motorizados, Txope-
o preço da Formação não deve ser las (triciclo motor), Txovas (móvel
avaliado como um custo, justifica por tração humana) e Chapas (veí-
a recuperação do investimento em culos rodoviários licenciados para
curtíssimo tempo (ROI). Sintoni- transporte semi colectivo de pas-
zemos a dedicada gestão! É desse sageiros em Moçambique, de 12 a
modo que se conseguem reduzir 16 passageiros); Congestionamen-
não só os acidentes, bem como os tos do trânsito, planos de fuga e de
incidentes de trabalho e simulta- viagem, controlados; Atento a mo-
neamente, priorizando o recur- Ambiente e Organização ISO 39001 e adopção das discipli- bilidade de Crianças e dos animais
so a capacidades de constatação, nas OSHE libertos; - Constante agravamento
para evitarmos ocorrências N/C, FACTORES de Envolvimento nos das missões poluentes, gases, fugas,
e sobretudo permitir multiplicar-SINISTROS: 2 - FACTOR VEÍCULO óleos, combustíveis e outros fluidos
mos facilidades para corrigirmos 1- FACTOR HUMANO - Identificação, Características, em fugas, derrames, se descartados
o domínio na maioria das situa- -Integração, Hábitos, Vícios, Mi- Capacidades e Documentação do em modo de procedimento contro-
ções de risco e perigo! PORQUE tos, Culturas e impactos gerados veículo; Elementos de segurança lado
motivos DEVEMOS assumir os pelos excessos potenciados em ris- activa e passiva; Dispositivos de
procedimentos de conformidade co, pela Juventude, Idosos, mas so- 4 - FACTOR ORGANIZAÇÃO:
retenção de Pessoas, objectos, car-
para com a SEGURANÇA RO- bretudo desvios a conformidades ! - Sensibilizar, Integrar-se, contri-
gas perigosas e zonas de convivên-
DOVIÁRIA no TRABALHO? -Noção do Risco para mobilida- buir, partilhar e actualizar a políti-
cia Homem- animais; Inspecção de
Porque a mobilidade é uma de de uma máquina; Disciplinas de avaliação ao veículo em métodoca de segurança da empresa e pro-
inevitável constante da vida ao partilha com os meios e o Ambien- mover a digitalização; Organização
disciplinado de Pré - Uso diário e
sustento do desenvolvimento hu- te; Utilizar em abusivo de risco, a dos deslocamentos dos colaborado-
sempre que retoma da mão de ou-
mano gerida por adequado de- telefonia móvel e outras interferên- trem; Recomendações atempadas res, sob controlo e disciplinas inte-
sempenho profissional! Nas estra-cias; Distrações várias do volante gradas na organização; Manuten-
ao usuário sobre a documentação
das do Mundo: aos gabinetes dirigentes; A postura ção da frota de veículos; Formação
necessária, Seguros e Auditorias;
Acima de 1.350.000 mortes re- e a Ergonomia, essenciais factores Revisões mecânicas periódicas,adequada e Capaz a todos os pro-
gistadas em todos os calendários de equilíbrio; Fumar ou beber e ou fissionais envolvidos na mobilidade
sustento de limpeza e Higiene ao
desde 2009 ao presente, acresci- comer ao volante; Condições físicas estado do veículo; Manutenção motriz, regularmente Actualizada
dos 55 milhões de feridos graves,e psíquicas: Fadiga - Sono - Ressa- ao uso e manutenção dos meios;
adequada do veículo: Cabina, Ins-
repito todos os anos! ca; Factores Visão, audição, olfato Estratégias de Prevenção, Diálogo
trumentos, Pneus, rodas, suspen-
Assunto no desleixo e Distraí- e psicológicos; Drogas e Álcool; Diário, constatação, monitoria dos
são, travões, direcção, combustível,
da, Gestão Profissional! Em Mo- Medicamentos ingeridos fora do incidentes e actos correctivos; In-
controlo das cargas, combate, pre-
çambique : cerca de 45 perdas de controlo; Velocidade e distâncias formação sobre obras, intempéries,
ventivo de fogo, procedimento face
vida por semana, o que pode re- de afastamento em segurança; Não e outros de riscos imprevistos, mas
a bateria sem carga e cuidados com
presentar impactos sobre 500 Pes-uso de sistemas de retenção infan- de potenciado afecto.
as emissões, evitando fugas, seguir
til e desleixo sobre os cintos de se-
soas, dezenas de Famílias, prejuí- normas de descarte controlado e As empresas que agem, desen-
zos pesados nas organizações, no gurança; Factores que influenciam volvendo e actualizando o plano
minimizar impactos diversos aos
meio ambiente, sofrendo inocen- o acto de conduzir; Informações de mobilidade segura, conseguem
meios; Consulta, funcionamento,
actualizadas aos condutores; Re-
tes e as famílias prejudicadas to- reduzir de maneira notável, os aci-
teste e uso dos sistemas e processos
das as semanas! comendações ao plano de rotas se- para mobilidade em segurança edentes de trânsito no trabalho, os
guras; Como actuar em condições confiança. gastos e pesados custos, respeitan-
CAUSAS contribuintes aos SI- adversas e de emergência; Avalia- do por inerência, em simultâneo
NISTROS rodoviários: ção da autoconfiança para desem- 3 - FACTOR VIA - prejuízos ao os procedimentos para com o meio
1-Factor humano penho como condutor, técnico e ou Meio Ambiente: ambiente.culos e confiabilidade
2-Factor veículo dirigente de equipa; acrescida.
3-Factor via e impactos ao meio Cultura Profissional alinhada a - Adequação das rotas às condi-
 NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023
OPINIÃO
Vice-presidente da Liga dos Veteranos do ANC,
Mavuso Msimang, renuncia ao ANC
Eis a carta que ele comoventemente,
mas apropriadamente escreveu.
Caro Secretário-geral
Carta de demissão
É com profunda tristeza que vos
informo da minha decisão de pôr
termo à minha adesão ao Congresso
Nacional Africano (ANC). Servi a or-
ganização lealmente e diligentemente
durante mais de seis décadas. Já há
vários anos que o ANC é destruído
pela corrupção endémica, com conse-
quências devastadoras na governação
do país e na vida das pessoas pobres,
das quais continuam a existir tantas.
Claro que o ANC não inventou a cor-
rupção. Herdamos um estado que
estava moralmente falido e que foi
construído sobre as mais profundas
formas de corrupção. Quando assu-
mimos o governo em 1994, tínhamos
o terreno moral alta e a convicção de
que seríamos capazes de erradicar as
redes de velhinhos que tinham bene-
ficiado e estrangulado a economia do
apartheid.
No entanto, três décadas mais tar-
de, o histórico de corrupção do ANC
é motivo de grande vergonha. A cor-
rupção que outrora denunciamos faz
agora parte do ADN do nosso mo-
vimento. Isto teve consequências ter-
ríveis para os membros mais vulne-
ráveis da nossa sociedade. Mais de
quatro milhões de pessoas vivem em
barracas que são eufemisticamente
designadas como “assentamentos in-
formais”. E em todas as cidades, há
pessoas a quem chamamos de men-
digos, que recolhem nos semáforos
e nas praças da cidade. Eles não são
mendigos, claro, pois essa não é a sua
identidade. São seres humanos que
foram forçados a sacrificar a sua dig-
nidade em parte devido aos sucessivos
fracassos do meu partido. Somos uma
organização que pretende criar uma
vida melhor para todos.
Uma nova classe média negra cres-
ceu e desenvolveu-se, o que é louvá-
vel. No entanto, esta classe média está
a deixar para trás pessoas que morrem
antes que as ambulâncias possam al-
cançá-las, ou pereçam nos corredores
de hospitais públicos transbordantes e
sem recursos.
À medida que os líderes do ANC
proclamam publicamente a posse de
casas obscenamente ricas e outras
posses e enviam os seus filhos para
as melhores escolas do país, ainda
há muitos sul-africanos cujas crian-
ças continuam expostas ao risco de
cair em latrinas de poços em escolas
públicas mal equipadas e morrendo
horrendas e mortes humilhantes. Há
crianças nas zonas rurais que faltam
às aulas quando os rios e os rios estão
em inundação porque não há pontes.
Como é que acontece que o esgoto
bruto flui para o rio uMngeni e para o
mar, poluindo as praias de eThekwini
que têm sido um destino tradicional
de férias para os negros das provín-
cias do interior, alguns dos quais cos-
tumavam viajar de tão longe ao norte
como Limpopo, Noroeste, Mpuma-
langa, etc? Por que razão terrena o
Departamento de Saúde de Gauteng
pensou que pessoas frágeis, idosas e
muito vulneráveis deveriam ser en-
viadas para casas mal equipadas, mal
preparadas e mal financiadas sob o
pretexto de ONGs não qualificadas,
resultando na morte de cerca de 160
pessoas como aconteceu no escânda-
lo Esidimeni Life? As empresas estão
a falhar, a diminuir ou simplesmente
a decidir não investir mais no nosso
país onde o ambiente se tornou total-
mente incapacitante para elas. Como
resultado, milhares de postos de traba-
lho estão a ser perdidos numa altura
em que a taxa de desemprego aumen-
ta para norte de 32% e 60% para pes-
soas com idades compreendidas entre
15 e 24 anos. Inexplicavelmente, tem
ministros que atacam o sector muito
privado que o Presidente está a convi-
dar para ser uma “parte essencial de
um pacto social num programa para
reconstruir a nossa economia e permi-
tir um crescimento mais elevado”.
Não é preciso cavar demasiado fun-
do para descobrir que a maioria dos
fracassos do país está ligada à corrup-
ção algures do sistema: uma proposta
que nunca deveria ter sido atribuída,
um trabalho que deveria ter ido para
uma pessoa mais qualificada, mais
merecedora e menos alinhada faccio-
Mavuso Msimang
nalmente. Isto está acontecendo sob
a vigilância do governo do ANC.
Um Eskom colocado de joelhos
pela corrupção e sabotagem de nível
alta literalmente tornou a nação im-
potente e muitas vezes deixou-a às es-
curas. A má gestão da Transnet des-
carrilou o seu sistema de transporte
de mercadorias. Em consequência,
os transportadores rodoviários que
entraram na brecha por vezes têm de
esperar em filas de 40 km de com-
primento, enquanto arrotam gases
nocivos para a atmosfera, porque
os portos estão congestionados. As
taxas de demurragem resultantes
são inevitavelmente suportadas pelo
consumidor. E o pior ainda pode
acontecer: os navios simplesmente
evitam os nossos portos e descarre-
gam a sua carga em portos melhor
geridos noutros locais.
A litania das aflições económicas e
sociais – crime, desemprego, miséria
– associada ao meu amado Congres-
so Nacional Africano não é apenas
embaraçosa, mas também desafia a
enumeração. É uma questão de regis-
to público que durante mais de uma
década adicionei a minha voz a mui-
tos outros que consistentemente con-
denaram e desaprovam a corrupção
e os seus subprodutos prejudiciais
do nepotismo e da incompetência. A
resposta da liderança a esta censura
construtiva tem sido, na melhor das
hipóteses, um ombro de ombros e
uma promessa de fazer alguma coisa
a esse respeito; na pior das hipóte-
ses, aqueles que procuram mudança
levantando vozes suportam insultos
ou são recebidos com absoluta hos-
tilidade. Apesar das falhas do ANC
e das múltiplas mal conduções refe-
ridas acima, sinto-me animado pelo
facto de o espírito sul-africano estar
vivo e bem. É evidente nos empre-
sários encontrados em todas as cida-
des e comunidades que conseguem
sobreviver apesar das barreiras. Vê-
-se quando olhamos para organiza-
ções como o Gift of the Givers, que
se tornou uma força global para o
bem. É demonstrado no talento cria-
tivo de uma nova geração que está
ganhando elogios nos palcos de to-
dos os gêneros, desde ópera à foto-
grafia e comédia. E quem não conse-
gue notar a maravilha do Amapiano,
cujos pioneiros estão gerando alegria
e recursos com sua perspectiva úni-
ca sul-africana? Infelizmente, apesar
P09
destes e outros flashes vislumbrantes
de positividade, o ANC está à beira
de perder energia. Isto não é porque
a Ezulweni Investments, uma peque-
na empresa de Newcastle, obteve uma
ordem de anexação contra o ANC por
150 milhões de R, e o xerife do tribu-
nal alta esteve na Luthuli House para
anexar bens imóveis. É porque, como
os seus próprios sondadores avisaram,
o ANC está actualmente a ficar signi-
ficativamente aquém de garantir uma
vitória definitiva durante as eleições
do próximo ano. Este declínio dramá-
tico na popularidade da organização
é atribuível a percepções amplamente
ditas de que os seus membros e os “de-
pregados” são corruptos, que a organi-
zação tem um limite de tolerância alta
para a venalidade e que a implantação
de pessoas inadequadas é responsável
pelos níveis deploráveis de serviço do
governo ao público.
Para abordar estas percepções so-
cietais, a Liga dos Veteranos do ANC,
numa resolução aprovada na sua con-
ferência e nas decisões subsequente-
mente tomadas nas sucessivas reu-
niões do Comitê Executivo Nacional
da Liga, instou a liderança da organi-
zação a garantir que os membros que
foram acusados de criminalidade ou
recomendados para encaminhamento
para Instituições de justiça penal por
comissões criadas para investigar a
corrupção, não devem ser autorizadas
a continuar no cargo. A Liga dos Ve-
teranos recomendou especificamente
que tais indivíduos fossem considera-
dos inelegíveis para nomeação para
representar o ANC nas eleições na-
cionais e provinciais de 2024. Infeliz-
mente, o ANC NEC não demonstrou
qualquer urgência para lidar com este
assunto. Consequentemente, cheguei
à conclusão de que o meu tempo e
energias seriam melhor gastos noutro
lugar. Mesmo que eu corte dolorosa-
mente os laços com a minha organi-
zação outrora gloriosa, continuarei
a manter uma vigília sobre todas e
quaisquer questões relacionadas com
a governação no país. Não é fácil dei-
xar uma organização que continua a
ser o lar de alguns dos indivíduos mais
dedicados que tive a sorte, honra e
privilégio de chamar camaradas. Mas
está na hora de ir.
Sinceros cumprimentos,
Mavuso Msimang
Cidadão da África do Sul, 6 de De-
zembro 2023
NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023 P10

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NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023
UFS reitera compromisso no fortalecimento
da cooperação com UniRovuma até 2029
Com o arranque na se-
mana finda na cidade
de Lichinga, província
do Niassa, do Curso de
Doutoramento em Edu-
cação no Instituto Supe-
rior de Desenvolvimen-
to Rural e Biociências
(ISDRB), a Universida-
de Federal de Sergipe
(UFS) reitera o compro-
misso no fortalecimen-
to da cooperação com a
Universidade Rovuma
(UniRovuma) até ao ano
de 2029.
PEDRO FABIÃO
E
m entrevista exclusiva
ao NGANI na manhã
da última sexta-feira,
o Professor Associado
da Universidade Federal de Ser-
gipe (UFS) no Brasil, Alfrancio
Dias, explicou que a introdução
do Curso de Doutoramento em
Educação traduz-se na implemen-
tação de um projecto de Doutora-
mento Internacional no âmbito de
cooperação entre a Universidade
Federal de Sergipe (UFS) no Brasil
e a UniRovuma para formar cerca
de 18 servidores neste nível, sobre-
tudo na área de ciências de Educa-
ção.
Mesmo sem revelar os valo-
res para o efeito, Dias referiu que
conta com total financiamento da
UFS, mas com autorização e apro-
vação da Coordenação de Aper-
feiçoamento de Pessoal de nível
Superior (CAPES) para formar
professores em exercício visa, entre
vários objectivos, fomentar a pes-
quisa na universidade, contribuir
para o melhoramento das práticas
de ensino, pesquisa e extensão e
aproximar as duas instituições aca-
démicas a partilharem noções e ac-
ções de cooperação internacional,
para além de propor intercâmbio
entre elas. “Estamos muito anima-
dos com este projecto e esperamos
muito que essas acções possam,
de algum modo, contribuir e nós
possamos aprender bastante. O
nosso grande desafio é fortalecer
a pesquisa e que posteriormente
nós possamos contribuir para a
construção e ampliação da ofer-
ta da pós-graduação aqui na uni-
versidade com a criação de cur-
sos de pós-graduação ao nível da
Educação, de modo geral”, subli-
nhou Alfrancio Dias.
Tal como contou a nossa fonte,
a materialização desta iniciativa
foi possível na sequência do Pro-
grama Pós-graduação da UFS ter
feito a selecção de programas de
excelência na região nordeste do
Brasil e que agora a universidade
tem estado a fazer dedicação e
investimentos na internacionali-
zação das suas acções de pesqui-
sa, extensão e cooperação para
aproximação aos países e univer-
sidades com políticas de forma-
ção que poderão contribuir para
o melhoramento dos índices, tra-
zendo impactos positivos na rea-
lidade local nas acções que eles
irão desenvolver.
Neste contexto, para além de
Moçambique, através de Nias-
sa, o processo de internacionali-
zação abrange, com cerca de 50
acordos de cooperação, estabe-
lecimentos de ensino superior
vinculados na União Europeia,
Argentina, Chile, Canadá, Esta-
dos Unidos da América (EUA),
Portugal e Espanha, mas agora
Professor Associado da UFS
está a iniciar em África, sobretudo
em universidades que estão situa-
das em regiões social e economi-
camente desfavorecidas, donde a
escolha desta província foi graças
ao importante apoio institucional
entre as duas alas. Questionado se
estar-se-á em perspectiva a aber-
tura de outros cursos de Doutora-
mento, para além do da Educação,
o Professor Associado da Universi-
dade Federal de Sergipe (UFS) no
Brasil, disse que a ideia depende de
financiamentos de quem de direi-
to, mas já foi abordada em alguma
ocasião entre as duas entidades.
Por sua vez, a directora do Ins-
tituto Superior de Desenvolvimen-
to Rural e Biociências (ISDRB)
na Universidade Rovuma (Uni-
Rovuma), Alice Freia, confessou
ao NGANI que a introdução do
curso de Doutoramento em Edu-
cação na sua instituição dá um sig-
nificado de melhoria da qualidade
de ensino porque, a partir de uma
pós-graduação, os docentes estarão
envolvidos na pesquisa e extensão,
sendo fundamental para o processo
de leccionação. “Então, nós aco-
lhemos este Doutoramento para
a melhoria da qualidade do nosso
ensino, tanto a nível da instituição,
como fora da instituição. Os nos-
sos docentes estão felizes porque
este Doutoramento vai servir para
transformar a sala de aula de cada
um deles. Está-se num bom cami-
nho da internacionalização, pes-
P11
SOCIEDADE
quisa e extensão”, referiu a directo-
ra do ISDRB na UniRovuma.
Freia realçou também que o pas-
so foi possível porque, nos últimos
três anos, com a introdução dos
cursos de Mestrado em Avaliação
Educacional e de Gestão Ambien-
tal, foram dados arranques alguns
debates científicos feitos presen-
cialmente, tanto em formato vir-
tual (online), trabalhando com pro-
fessores de outras latitudes, desde
o Brasil, Portugal, Angola e Cabo
Verde, sendo valente a flexibilidade
na resposta no seio da Universida-
de Federal de Sergipe. Como desa-
fios ou passos à seguir, Alice Freia
destacou que durante os próximos
tempos ter-se-ão movimentos de
pesquisa e extensão para que ao fim
dos três anos possam existir defesas
de Doutoramento na UniRovuma
nos cerca de 18 professores mestres
envolvidos no curso, todos eles da
UniRovuma, que serão leccionados
através de 10 docentes oriundos da
UFS. “Eu penso que as perspecti-
vas são muito boas. A partir deste
Doutoramento, nós vamos produ-
zir e divulgar o conhecimento, rea-
lização de conferências, seminários
junto com professores da Universi-
dade Federal de Sergipe, os nossos
estudantes do Doutoramento e os
professores da Universidade Rovu-
ma, porque o conhecimento não
pode ficar somente na gaveta. Ele
deve ser divulgado”, disse a directo-
ra.
NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023
Nacala-Porto: Fogo posto destrói parte da
EPC de Murrupelane
Fogo posto por indiví-
duos ainda desconheci-
dos deflagrou numa par-
te da Escola Primária
Completa de Murrupe-
lane em Nacala-Porto,
na madrugada da última
quarta-feira.
ANTÓNIO CINTURA
S
egundo testemunhas
e vizinhos da escola,
todos ficaram surpre-
sos quando por volta
da uma de madrugada, viram as
chamas que estavam a consumir
as salas de aulas, tendo de ime-
diato, se unido para ir debelar o
fogo, o que não foi fácil. Os nos-
sos interlocutores dizem que a es-
cola ainda não está electrificada,
o que faz descartar a possibilida-
de de ser um curto-circuito que
provocou a tragédia. Os morado-
res da zona afirmam ser fogo pos-
to porque quando correram para
tentar apagar, viram um pneu a
arder dentro de uma das salas,
onde tudo começou.
“Depois de descobrirmos, nós
vizinhos da escola corremos para
aqui, para tentar apagar o fogo,
mas não estava sendo fácil por-
que o fogo já tinha alcançado o
teto, só depois de algum tempo é
que conseguimos debelar usando
bambus, para afastar outras car-
teiras de modo que não pudessem
ser afectadas”, contaram. “A Es-
cola não tem energia, para pen-
sarmos que foi um curto-circuito,
foram pessoas que fizeram isto”,
acrescentou vizinho da escola.
Por sua vez a directora daquela
escola, Inês André Nicua, disse
que recebeu chamada telefónica
da encarregada de educação de
um dos alunos que frequenta a
mesma, dando a conhecer sobre
o ocorrido e ela de imediato co-
municou as autoridades policiais.
“Depois daquela chamada eu li-
guei para o Comandante do posto
policial daqui e ele disse que inte-
ragiu com o seu superior do dis-
trito, que já tinha destacado uma
equipa para averiguar a situação
e às 5:30 tirei imagens e enviei ao
Director Distrital da Educação”,
disse. Depois de se fazer o levan-
tamento, foi possível apurar-se que
três salas foram afectadas a partir
das paredes que já abriram rachas
e o tecto em si, seis carteiras fica-
ram destruídas, incluindo o qua-
dro-preto da primeira sala, onde
tinha sido posto o pneu. “O pedi-
do que faço é que não pode con-
tinuar a fazer isso, porque esta é
uma instituição de ensino, os nos-
sos filhos e até filhos destes supos-
tos malfeitores estudam aqui. Eles
mesmos provavelmente passaram
por aqui, porque não podemos
dizer que são pessoas de fora, na
verdade são pessoas daqui e que
deviam conservar a escola”, desa-
bafou a professora. “Nós no ano
passado sofremos com os ciclones
e graças a um esforço conjunto en-
tre a direcção, o conselho da esco-
la e os encarregados de educação,
conseguimos recuperar as salas
afectadas, agora para este ano vol-
tarmos a fazer o mesmo por uma
coisa propositada por alguém, é
Directora da Escola
uma carga e tanto” concluiu.
Manifestantes da Renamo são
suspeitos
Face a esta situação, os cidadãos
residentes naquela zona incluindo
a directora da escola, desconfiam
dos membros do partido Rena-
mo, como sendo os promotores da
acção, uma vez que estes diziam
não estar satisfeitos com a decisão
do Conselho Constitucional, de
se repetir as eleições em duas as-
sembleias, sendo esta escola, uma
delas. “Nós não vimos as pessoas
que fizeram isso, só descobrimos o
fogo já a se alastrar para outras sa-
las, mas como se diz por aí, estas
podem ser aquelas pessoas da Re-
namo que andam nas ruas a ma-
nifestar repudiando os resultados
das eleições” disse um vizinho.
“Nós ainda não podemos ter
provas de quem são essas pessoas,
estamos agora juntos com a Po-
lícia a investigar a situação, mas
existem estes boatos de que prova-
velmente sejam pessoas da nossa
oposição que fizeram isto” acres-
centou a directora da escola. Ain-
da na manhã da mesma quarta-
-feira, outros indivíduos tentaram
atear fogo usando pneus, na Esco-
P12
SOCIEDADE
la Primária Cristo é Vida, outra as-
sembleia que vai repetir as eleições
e escapou graças a pronta interven-
ção da Polícia.
Renamo nega as acusações
Depois deste incidente que vários
actores da sociedade atiram culpa
ao partido Renamo, este por sua
vez, através do Chefe da Implanta-
ção Regional Norte, Gildo Rodri-
gues Ernesto, nega as acusações e
defende que a sua formação polí-
tica, assim como os seus membros
são civilizados e não têm motivos
para vandalizar uma escola, sem
contar que a mesma instituição de
ensino formou quadros da perdiz.
“Esta acusação não constitui a
verdade, porque nós somos um par-
tido democrático, civilizado e que
luta para o desenvolvimento das
crianças, incluindo alunos da EPC
de Murrupelane, queremos o desen-
volvimento dessa escola e alguns de
nós estudaram naquela mesma”,
disse Ernesto. “Este não é o nosso
perfil, a nossa luta é de mobilizar as
pessoas a aceitarem a democracia,
lutarmos pelos nossos valores e que
estes mesmos estão a ser aceites por
toda a população de Nacala-Por-
to”, disse Gil do Ernesto.
NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023 P13

POLÍTICA

Nyusi lança recados aos militares do Teatro

Operacional Norte, em Cabo Delgado
Apesar da morte de Bo-
nomar Machude um dos
líderes do grupo terroris-
ta que actua na província
de Cabo Delgado, em Se-
tembro deste ano, os mal-
feitores continuam a ata-
car em pequenas células,
causando enormes pre-
juízos para a economia
nacional. Recentemente,
os terroristas invadiram
uma aldeia do distrito de
Palma, naquela provín-
cia, onde queimaram ca-
sas das populações, sem,
no entanto, saldar em ví-
timas mortais.
AGOSTINHO MIGUEL
a academia Militar Samora Ma-
chel de Nampula, deve se apro-
priar dessa experiência acumula-
da de Moçambique na luta contra
o terrorismo em Cabo Delgado,
porque não são todos países que
recebendo apoios de outras forças
amigas, saíram bem”, frisou.
Nyusi referiu que na ausência
de espírito de equipa no combate
de vários males que enfermam as
comunidades, os criminosos têm
tido espaço de manobras contra
as posições das forças de defesa
e segurança, situação que coloca
Presidente Nyusi em causa a soberania nacional.
contra os insurgentes, com vis- pátria daí que devem mostrar “As FADM devem colocar em
ta alcançar vitória, que passa a coragem e bravura na actua- primeiro lugar os valores sociais,
necessariamente pela elimina- ção contra o grupo extremista evitando assim, o cometimento
ção definitiva das células dos que actua na província de Cabo de várias infrações contra os di-
invasores da pátria. Na óptica Delgado ”, disse. O chefe de Es- reitos humanos. Queremos forças
de Filipe Nyusi, os criminosos, tado falava na cerimónia do en- firme e de alto sentido patriótico
têm vindo a sofisticar as suas in- cerramento do XVI curso dos para o bem-estar colectivo”. Ad-

O
cursões em algumas aldeias dos oficiais das FADM em várias vertiu.
Comandante
distritos afectados pela insur- especialidades do exército, ha- O presidente da república afir-
em chefe das
gência armada na província de vido na última quinta-feira na mou ainda que, os terroristas con-
Forças Arma-
Cabo Delgado, daí que, urge a cidade de Nampula. Na oca- tinuam a se infiltrar nas comuni-
das de Defesa
necessidade de tomada de pos- sião, o estadista moçambicano, dades, todavia, instou as FADM,
de Moçambi-
tura por parte das forças con- vincou a necessidade de se ado- a pautar por uma conduta inteli-
que (FADM), Filipe Nyusi, que
juntas da SADC, SAMIM e do tar novas estratégias na aplica- gente para travar as incursões dos
também é presidente da repú-
Ruanda que corresponda as di- ção da ciência militar no campo insurgentes. Às comunidades, o
blica, exige aos militares envol-
nâmicas actuais. de batalha, no sentido de evitar chefe de Estado, pede maior vigi-
vidos no conflito armado em
“As forças armadas têm a danos maiores por parte das lância, denunciando toda a movi-
Cabo Delgado uma actuação
missão de dominar a ciência FADM. “No quadro das suas mentação estranha de indivíduos
sem precedentes e inteligente
e arte de guerra em defesa da políticas de pesquisa em defesa,

Raul Novinte ouvido pela Procuradoria-geral devido

aos tumultos em Nacala
O presidente do Conselho Munici-
pal da Cidade de Nacala Porto e cabeça
de lista da Renamo nas autárquicas des-
te ano, foi ouvido pela Procuradoria da
República Distrital, na última sexta-fei-
ra, acusado de ser o principal mandante
dos tumultos e outras acções que segun-
do desconfiam vários actores da socie-
dade, resultaram no incêndio a EPC de
Murrupelane, uma propriedade do Es-
tado. Nos últimos dias, segundo a Ad-
ministradora do distrito de Nacala Porto
Idelvina Fevereiro, andaram a circular
nas redes sociais, vídeos de pessoas já
identificadas, a proferirem ameaças por
causa da repetição das eleições em duas
Assembleias de Voto, sendo a EPC de
Murrupelane, que foi queimada e a Cris-
to é Vida, que escapou por intervenção
da Polícia, as que acolheram o escrutínio.
“O que aconteceu em Murrupelane, não
é novidade porque já circulavam vídeos
de pessoas bem identificadas a referir que
tudo fariam para que nada acontecesse,
prometendo banhos de sangue e outras
coisas. Esperamos que a Administração
de Justiça faça algo para repor a ordem”
disse a administradora. E foi por cau-
sa destes vídeos e outras acusações, que
a Procuradoria da República Distrital
abriu um processo contra o edil, tendo o
solicitado na sexta-feira finda, para pres-
tar declarações. Raul Novinte, chegou a
Procuradoria quando eram pontualmente
9 horas, tempo marcado para a audiên-
cia, mas tinha que esperar por 10 minutos
para o início da mesma, que aconteceu a
portas fechadas, durante 3 horas. Depois
de ser liberado, Novinte falou à impren-
sa, dizendo que foi solicitado por causa
do seu posicionamento, pois seguindo
ele, sempre denunciou fraudes eleitorais
desde a votação até ao anúncio dos resul-
tados pela Comissão Eleitoral e o Con-
selho Constitucional que mandou repetir
em duas Assembleias de Voto, e o seu
partido não queria que isso acontecesse.
“Nos meus vídeos que estão a ser invo-
cados, eu disse que quem pode defender
Nacala são os nacalenses e isso foi visto
como desobediência às ordens do Con-
selho Constitucional e uma incitação à
violência, mas eu continuo a dizer que
qualquer Lei que não favorece ao povo,
é uma injustiça e eu não posso-me calar.
Nós não negamos a votação, e eu não in-
citei a violência, simplesmente dissemos
desde o princípio, que não queremos a re-
petição em duas Assembleias, mas sim em
toda a Cidade de Nacala-Porto” defendeu
Novinte. O edil de Nacala disse que por ser
representante do povo, não pode deixar este
ser roubado de qualquer maneira e lamen-
tou por estar num país onde se vive uma
política em que o o cidadão não pode se ex-
pressar. “Eu não posso-me calar, por uma
coisa que sei que é uma injustiça, estas elei-
ções foram fraudulentas”. Sobre o incêndio
na EPC de Murrupelane, Novinte disse que
foi questionado, mas este afirma não saber
de nada porque na altura dos factos estava
na capital do país. Depois de falar com a
imprensa, os membros do partido Renamo
que o aguardavam defronte da Procurado-
ria, carregaram-no até a sua viatura.
ANTONIO CINTURA
NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023
Banco de Moçambique forma jornalistas de Niassa
em política monetária e branqueamento de capitais
Profissionais de diversos
órgãos de comunicação
social na província de
Niassa foram formados
pelo Banco de Moçam-
bique (BM), em matérias
de política monetária,
prevenção e combate ao
branqueamento de capi-
tais no sector bancário,
na cidade de Lichinga,
num seminário que de-
correu de 07 a 08 de De-
zembro do ano prestes ao
seu término.
PEDRO FABIÃO
D
entre vários aspec-
tos arrolados na
política monetária,
os escribas de Nias-
sa receberam lições sobre a sua
conceitualização, como ela im-
pacta na economia e na vida, me-
canismos de transmissão, o seu
papel, relações entre ela para com
a cambial e fiscal e, para o segun-
do capítulo, acerca da prevenção
e combate ao branqueamento de
capitais no sector bancário, os
mesmos comunicadores tiveram
a ocasião de saber das noções bá-
sicas, a legislação e regime apli-
cável, deveres dos sujeitos vin-
culados, incluindo do Banco de
Moçambique.
No decorrer do evento, o man-
datário do director do Banco
de Moçambique (BM), Filial de
Lichinga, Carlitos Wambir, fez
saber que a acção de formação
dirigida à comunicação social de-
corre no contexto do Programa
“Economia para Todos”, lançado
em 2020, com o objectivo de mu-
nir o cidadão de conhecimentos
básicos sobre o papel do Banco
Central na economia e o impacto
da sua actuação a nível individual
e na sociedade, como um todo.
Segundo Carlitos Wambir, para
o caso particular dos jornalistas,
estas matérias assumem uma re-
levância acrescida, na medida em
Carlitos Wambir
que são os difusores das mensagens
do Banco de Moçambique para a
sociedade. Portanto, para que as
mesmas cheguem ao público mais
amplo sem distorções, os profissio-
nais da comunicação social devem
estar munidos de conhecimentos
que lhes permitam interpretar cor-
rectamente as decisões do Banco
Central e, deste modo, contribuir
para aumentar a eficácia da sua ac-
tuação, cujo objectivo principal é de
manter a inflação baixa e estável e
garantir a estabilidade do sistema fi-
nanceiro nacional.
Segundo ainda Wambir, a capa-
citação dos jornalistas, cujos semi-
nários idênticos já tiveram lugar nas
cidades de Tete, Xai-xai, Chimoio
e Quelimane, capitais provinciais
de Tete, Gaza, Manica e Zambé-
zia, cada um, é uma aposta do BM
e visa materializar um dos grandes
desafios da sua estratégia de co-
municação que é de garantir uma
maior aproximação à comunicação
social e contribuir para o surgimen-
to de um jornalismo económico
mais formado e informado, recor-
rendo a exemplos práticos do quoti-
diano, dada a complexidade intrín-
seca a determinadas matérias.
Já no acto de encerramento, o
mandatário do director do Banco
de Moçambique (BM), Filial de
Lichinga, Carlitos Wambir, ende-
reçou palavras de apreço e agrade-
cimento a todos os participantes da
formação pelo seu empenho duran-
te o decurso dos trabalhos e espera
que o objectivo de munir os jorna-
listas sobre as matérias em alusão
tenha sido alcançados e na certeza
de que as mensagens desta institui-
ção bancária possam chegar ao pú-
blico sem distorções, pela munição
de conhecimentos para uma inter-
pretação correcta, fazendo valer os
certificados com que cada um levou
consigo. Por fim, Wambir recomen-
dou aos jornalistas para a necessida-
de de manutenção da inflação baixa
e estável e garantir a estabilidade do
sistema financeiro nacional, bem
como prevenir e combater o bran-
queamento de capitais no sector
bancário, difundindo a legislação
inerente.
Também, o Secretário provincial
do Sindicato Nacional de Jorna-
listas (SNJ) no Niassa, Bonifácio
Maria Fazenda
P14
ECONOMIA
Mussá, na hora do término, agra-
deceu ao Banco de Moçambique
pela iniciativa, pois, de acordo com
suas palavras, formações idênticas
abrem horizontes aos profissionais
de comunicação social para apos-
tarem na investigação de factos
noticiosos do ramo bancário com
conhecimento de causa sobre isso.
“Através desta formação, apren-
demos a interpretar termos novos
do ramo bancário, como os casos
da taxa MIMO. Esta formação foi
mais um impulso para o exercício
da função de pesquisa, recolha, se-
lecção, elaboração, apresentação
em público de acontecimentos in-
formativos do sector económico”,
frisou O Secretário do SNJ no
Niassa.
Na mesma ordem, Maria Fa-
zenda, locutora e jornalista da Rá-
dio Moçambique, Emissor Provin-
cial do Niassa, avaliou de positivo
a formação de jornalistas levada a
cabo pelo BM, porque obteve co-
nhecimentos que lhes facilitarão
na comunicação em matéria de fi-
nanças, plena e conscientemente.
“Mudou-me muito porque antes
desta educação financeira não sa-
bia como transmitir alguém sobre
isso. A partir de já, vai ajudar-me
a saber como transmitir esta men-
sagem ao longo das minhas acti-
vidades como jornalista que é de
formar, informar, educar e entreter
para evitar o branqueamento e fi-
nanciamento ao terrorismo”, refe-
riu a locutora e jornalista da RM
no Niassa.
 NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023
COP28: SC africana revela as suas recomendações
para combater as alterações climáticas
A Coligação apoia o ape-
lo dos líderes africanos
para que os Direitos Es-
peciais de Saque (SDR)
para o financiamento
climático sejam canaliza-
dos para África, em par-
ticular através do Banco
Africano de Desenvolvi-
mento.
REDACÇÃO
A
sociedade civil africa-
na revelou cinco gran-
des prioridades para
combater as alterações
climáticas: adaptação, perdas e da-
nos, sistemas alimentares e de utili-
zação dos solos e proteção e recupe-
ração das florestas.
O anúncio foi feito por Secou
Sarr, Secretário Executivo da ONG
ENDA-Tiers Monde, em representa-
ção de um coletivo de organizações
não governamentais africanas, num
evento à margem da Conferência
das Nações Unidas sobre Alterações
Climáticas (COP 28), no Dubai, na
terça-feira, 5 de dezembro. Estas
ONG juntaram-se sob uma plata-
forma comum, lançada durante a
COP28, a “Coligação entre o Grupo
Banco Africano de Desenvolvimen-
to e a Sociedade Civil para o Clima
e a Energia”. Ao unir esforços, a so-
ciedade civil africana pretende ter
uma maior influência nos debates
da COP28, que decorrem no Dubai.
Paradoxalmente, África é o con-
tinente que mais sofre com os efei-
tos das alterações climáticas, mas é
o que recebe menos financiamento
neste domínio. O continente deve
ser capaz de tirar partido da sua ri-
queza natural, disse o Presidente do
Banco Africano de Desenvolvimen-
to, Akinwumi Adesina, aos mem-
bros da Coligação.
“As economias africanas não de-
vem ser avaliadas com base no seu
PIB; devemos avaliar a riqueza de
África com base no seu capital na-
tural”, propôs Adesina. Os imensos
recursos minerais, florestais e de
energia renovável do continente de-
vem ser contabilizados, considerou.
A Bacia do Congo, a maior reser-
va de carbono do mundo, não é tida
em conta na avaliação do PIB dos
países da região, lamentou o Presi-
dente do Banco.
A Coligação apoia o apelo dos
Todos reconhecem que a solidariedade entre o Banco Africano de Desenvolvimento, a sociedade ci-
vil africana e o sector privado é necessária para enfrentar os desafios das alterações climáticas.
líderes africanos para que os Direitos
Especiais de Saque (SDR) para o finan-
ciamento climático sejam canalizados
para África, em particular através do
Banco Africano de Desenvolvimento.
Apela “à comunidade mundial, aos
governos e aos parceiros de desenvol-
vimento para que “implementem as
melhores práticas, inovações e tecnolo-
gias de forma inclusiva, envolvendo os
agricultores e as comunidades locais,
especialmente as mulheres e os jovens,
numa abordagem que combine conhe-
cimentos científicos e tradicionais sem
prejudicar a biodiversidade ou com-
prometer a resiliência da sociedade”.
A Coligação apela às partes para que
assegurem “que a adaptação e o desen-
volvimento da resiliência estejam no
centro das economias africanas vulne-
ráveis às alterações climáticas”.
Na abertura dos debates com a so-
ciedade civil, Beth Dunford, Vice-Pre-
sidente do Banco para a Agricultura e
o Desenvolvimento Humano e Social,
sublinhou que a coligação era “muito
importante” para África. “O Presiden-
te Adesina criou a Divisão da Socieda-
de Civil no início do seu mandato, o
que demonstra que a agenda e as prio-
ridades das comunidades são do inte-
resse do Banco”, afirmou.
Dunford salientou que o Banco está
a dedicar 64% do seu financiamento à
adaptação climática em África e que
acaba de abrir uma Janela de Ação
Climática destinada a fornecer recur-
sos específicos e assistência técnica aos
países menos desenvolvidos do conti-
nente. Pelo menos 42 mil milhões de
dólares deverão ser mobilizados para
esta nova janela, apoiada pelo Fundo
Africano de Desenvolvimento, a ja-
nela concessional do Grupo Banco.
Augustine Njamnshi, Presidente
da Coligação, saudou o nexo entre as
instituições financeiras de desenvol-
vimento, a sociedade civil e o setor
privado na luta contra as alterações
climáticas em África.
“Duplicar o financiamento para a
adaptação não será suficiente para
o continente porque os governos já
gastaram muito dinheiro”, afirmou,
apelando à sociedade civil e ao setor
privado, especialmente aos bancos,
para trabalharem em conjunto no in-
teresse do continente.
Fazendo eco das suas palavras,
Pauline Nantongo Kalunda, Diretora
Executiva do Fundo Ecotrust para a
Conservação Ambiental no Uganda,
deu um exemplo desta parceria vanta-
josa para todos. Segundo ela, a ação
combinada da sociedade civil e do
setor privado permitiu que 15 mil pe-
quenos agricultores desenvolvessem a
plantação de árvores para promover o
armazenamento de carbono. No en-
tanto, apelou à remoção de obstácu-
los para que as comunidades possam
aceder ao financiamento climático.
“Tem-se dito que o setor privado tem
200 mil milhões de dólares disponí-
veis para o clima, mas isso nunca che-
ga ao terreno porque existem muitas
barreiras; temos de as identificar e ul-
trapassá-las para facilitar o acesso”.
Mithika Mwenda, Presidente da
Aliança Pan-Africana para a Justiça
Climática – uma poderosa rede de
mais de 1000 organizações africanas
que trabalham no domínio do clima
– sublinhou o papel catalisador da
P15
ECONOMIA
sociedade civil, elogiando a parceria
com o Banco, que conduziu a “com-
promissos significativos”. “As altera-
ções climáticas são um terreno fértil
para o terrorismo”, afirmou o Minis-
tro do Ambiente do Burkina Faso,
Roger Baro, sublinhando que o seu
país está a mostrar resiliência apesar
dos desafios humanitários e de segu-
rança. O governo, o setor privado e a
sociedade civil formam “um conjun-
to” na luta contra as alterações climá-
ticas neste país do Sahel, disse o mi-
nistro, citando os quadros de consulta
criados pelo governo para trabalhar
com estas diferentes entidades.
“Temos campanhas anuais de re-
florestação e o setor privado (ban-
cos, companhias de seguros, etc.) tem
áreas que refloresta e mantém”, dis-
se o ministro. O ministro sublinhou
ainda que o governo está a trabalhar
com o setor privado em parcerias pú-
blico-privadas para construir estradas
e barragens, mas também para catali-
sar o financiamento verde internacio-
nal. Karen Wanjiru Kimani, a mais
jovem ativista ambiental de África,
apelou a que a ação dos jovens em
prol do ambiente não seja negligen-
ciada. Explicou como as crianças das
escolas estavam a formar clubes para
plantar árvores para combater a seca.
Apelou ao governo e ao setor privado
para que trabalhem em conjunto em
prol do clima. Os participantes pres-
taram homenagem a Yacouba Sawa-
dogo, um agricultor burquinense que
dedicou a sua vida à luta contra a de-
sertificação, tendo ganho o “Right Li-
velihood Award”, o “Prémio Nobel
alternativo”.
NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023
Educação, saúde e polícia destacam-se como os
mais corruptos de 2023 em Nampula
O Gabinete Provincial
do Combate à Corrup-
ção (GPCC) de Nam-
pula aponta os sectores
da policia educação
e saúde, como os que
mais casos de corrup-
ção registaram durante
o ano que está a findar.
ANTÓNIO CINTURA
F
alando no sábado,
09 de Dezembro,
nas comemorações
do Dia Mundial de
Luta Contra a Corrupção, a di-
rectora do GPCC de Nampula,
Maria Emília Ferrão, disse que
durante o período de Janeiro
a Novembro do ano em curso,
foram registados no total 175
processos, correspondentes a
soma de 122 caos que entraram
e 53 transitados do ano passa-
do. Nesse rol 122 estão entre os
acusados, arquivados, e remeti-
dos para outros órgãos do Mi-
nistério Público, em razão da
competência e 53 estão em cur-
so, na instrução preparatória.
“É crucial distinguir que en-
tre os processos registados, 80
estão directamente relaciona-
dos com os servidores públi-
cos, onde se destaca a Policia
da Republica de Moçambique,
Educação e Saúde, como os
casos mais comuns de corrup-
ção, indicando a importância
de aprimorar medidas preven-
tivas e correctivas”, disse a di-
rectora. “Registou-se o total
de 12 detenções, das quais seis
em flagrante delito, e o restante
fora do flagrante delito, sendo
de notar que o total dessas de-
tenções envolveram servidores
públicos”, acrescentou.
No âmbito da recuperação
de activos, durante o período
em causa o GPCC de Nampu-
la arrecadou em valor mone-
tário um total de 8.990.258.80
meticais. Entretanto, segundo
Maria Emília Ferrão
a directora, 974.790.03 meticais
incluindo um imóvel e quatro
meios circulantes dizem respeito
à recuperação de activos, o que
demonstra os esforços envida-
dos para minimizar o impacto
dessas práticas ilícitas. Também,
recuperou-se 204 mil meticais
que decorrem no desconto do
código 213, recebidos indevida-
mente, por servidores públicos.
“Esses dados refletem não
apenas a actuação incisiva do
GPCC, mas também apontam
para a urgência de um trabalho
contínuo e articulado para repri-
mir e enfrentar a corrupção em
diferentes esferas, especialmente
quando impacta o serviço públi-
co” considerou a fonte.
Por ser o sector mais corrupto
do ano, o Comando Provincial
da PRM em Nampula viu-se na
necessidade de pedir apoio ao
Gabinete Provincial de Comba-
te à Corrupção, para a realiza-
ção de uma palestra para os seus
agentes como forma de reduzir
os índices. A palestra faz parte
das 21 feitas pelo sector que lida
com a corrupção, num total de
44 actividades realizadas duran-
te o período, que englobam sete
capacitações das quais duas a pe-
dido da Direcção Provincial das
Finanças e Associação Anti-cor-
rupção de Anchilo. O sector tam-
bém criou 15 núcleos anti-cor-
rupção nas escolas, abrangendo
um universo de 1.990 participan-
tes e 33 comissões de ética pública
das 146 identificadas e existentes
a nível da província de Nampu-
la, uma actividade que segundo
a directora ainda está em curso.
“Reiteramos o nosso compromis-
so em prosseguir com os esforços
de luta contra a corrupção e gos-
taríamos de contar com o apoio e
colaboração na denúncia de qual-
quer caso, de modo a permitir a
nossa actuação mais rigorosa e
abrangente, tendo em atenção a
extensão das competências pla-
neadas na Lei no 1/2022 de 12 de
Janeiro”, concluiu.
Com o lema “20 anos da Con-
venção das Nações Unidas contra
a Corrupção. Unindo o mundo
contra a corrupção”, as cerimó-
nias da comemoração do Dia
P16
SOCIEDADE
Mundial de Luta Contra a Corrup-
ção em Nampula, foram orientadas
pelo Director dos Serviços Provin-
ciais do Ambiente, José Luis, em
representação do Secretário do Es-
tado, que no seu discurso recordou
que o Governo de Moçambique
definiu o combate a este mal como
uma das suas prioridades, tendo in-
serido no seu programa quinquenal
2020/2024.
“Na esteira da boa governação,
transparência e integridade com
vista ao fortalecimento dos órgãos
da administração pública e melho-
ria da prestação de serviços, o Go-
verno tem estado a desencadear
mais acções de prevenção e comba-
te à corrupção, para inibir a prática
de comportamentos desviantes por
parte dos servidores públicos, e da
sociedade civil em geral”, disse José
Luis. “Com efeito, a nível da nos-
sa província de Nampula, está em
implementação a Estratégia de Pre-
venção e Combate à Corrupção na
Administração Pública 2023/2032,
que define as linhas orientadoras,
para impulsionar a luta contra este
mal”, acrescentou.
Durante a semana de luta contra
a corrupção, que culminou com a
comemoração nesta sexta-feira do
dia mundial de luta contra o mal,
foram desenvolvidas várias acções
como palestras subordinadas a te-
mática do mal, em consonância
ao lema, campanha de educação
cívica sobre a integridade, estudos
específicos da legislação, e feiras
temáticas que abordaram temas
como Saúde, Identificação, Gastro-
nomia, entre outros.
NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023
Sector de saúde reconhece mau atendimento
nos hospitais em Nampula
A problemática do mau
atendimento nos hos-
pitais da província de
Nampula ainda continua
uma “pedra no sapato”
para o sector na provín-
cia, porque não tem solu-
ção a vista para travar os
desmandos protagoniza-
dos por alguns funcioná-
rios das unidades sanitá-
rias.
N
GANI apurou que os
agentes na sua maio-
ria enfermeiros são
os mentores dos desmandos nos
hospitais e actuam a reboque de
alguns dirigentes das unidades
sanitárias, no que concerne ao
desvio de fármacos para a venda
no mercado negro, para além das
famosas cobranças ilícitas aos
utentes. Num passado recente, a
DDR: Governo diz estar a trabalhar para
a reintegração dos homens da Renamo
Depois de muito tem-
po a se trabalhar sobre
o processo de Desmobi-
lização, Desarmamento
e Reintegração dos ho-
mens residuais da Re-
namo (DDR), o assunto
ainda não foi cumprido
na sua totalidade.
S
egundo o Presidente
da República de Mo-
çambique Filipe Nyu-
si, o DD que é o De-
sarmamento e Desmobilização
já foram feitos, estando-se ainda
a trabalhar para a Reintegração
ou Reinserção porque segun-
polícia em Nampula, deteve um
indivíduo na posse de diversos
fármacos do Sistema Nacional de
Saúde, (SNS) que supostamente
eram fornecidos por um funcio-
nário afecto ao Hospital Central
de Nampula, (HCN).
Para além deste episódio, NGA-
NI reportou na semana finda, um
caso de saque de comida no cen-
tro de saúde de Anchilo, cujos au-
tores são altos dirigentes daquela
unidade sanitária que dista a 30
quilómetros da cidade de Nam-
pula, deixando inúmeros pacien-
tes desesperados por causa da
fome. Preocupado com o cenário,
o Instituto de Ciências de Saúde
de Nampula (ICSN), promoveu
há dia um seminário de reflexão
que serviu igualmente para o lan-
çamento do programa Potenciar
que visa incutir nos profissionais
de saúde ferramentas para fazer
face aos desafios actuais.
Na ocasião, Nordine Alfre-
do, diretor-geral do Instituto de
do ele, esse é um processo que
não termina.“Fez-se e ainda se
faz isso com os Combatentes de
Luta de Libertação Nacional e
até agora não conseguimos aqui-
lo que devíamos fazer na totali-
dade, por isso mesmo, compro-
metemo-nos em fixar pensões, e
há quem não acreditou, ou não
quer acreditar, mas queria mais
uma vez actualizar que o proces-
so continua e expliquei da outra
vez, que era preciso documentos
e enumerei o tipo destes que são
entregues e processados para o
efeito”, disse o presidente”.
Fixadas cerca de 2600 pensões
Ainda no âmbito do DDR, o
Presidente da República que fa-
lava na última semana em Nam-
Ciências de Saúde de Nampula
(ICSN), referiu que, o mau aten-
dimento que se verifica nos dias
que correm nos hospitais desta
província, tem a ver com a falta
de ética e deontologia profissio-
nal por parte dos servidores pú-
blicos.
Alfredo adverte para a neces-
sidade de se repensar o modelo
de assimilação de matérias nos
centros de formação dos profis-
sionais de saúde, com vista a es-
tancar este fenómeno que coloca
em causa o bem-estar social. “En-
tendemos que ha clamores que
apontam a falta de qualidade de
atendimento aos utentes nas nos-
sas unidades sanitárias na provín-
cia de Nampula e isso traduz-se
da falta de ética dos profissionais
formados. Para o efeito, vamos
repensar sobre as metodologias
de ensino e colocar um basta a
estes cenários que minam a nossa
convivência”, referiu.
Face as cobranças ilícitas prota-
pula, durante as Cerimónias do
Encerramento do 16o Curso de
Formação de Oficiais na Acade-
mia Marechal Samora Machel,
deu a conhecer que de Agosto
a Novembro passado, foram fi-
xadas 2578 pensões para os ho-
mens residuais da Renamo, um
processo que segundo o gover-
nante, ainda continua porque
não foram abrangidas todas as
províncias.
O trabalho de fixação de pen-
sões está sendo feito por uma
equipa técnica composta por
membros do governo e repre-
sentantes do partido Renamo
que trabalharam até então, nas
províncias de Sofala, Manica,
Zambézia, Cabo Delgado, Tete
P17
SOCIEDADE
gonizadas por alguns funcionários
afectos aos centros de saúde, o
nosso interlocutor, disse que a cor-
rupção é um mal que corrói a ad-
ministração pública e que requer
o envolvimento de todos estratos
sociais. “Combater a corrupção
não é tarefa fácil, requer o enga-
jamento de todos nós e uma das
saídas tem a ver com a quebra do
silêncio”, precisou a fonte, para
depois acrescentar que o governo
está a envidar esforços para travar
esta problemática.
Por sua vez, Selma Xavier, mé-
dica chefe provincial de Nampula,
lamentou a situação, e diz que os
praticantes de tais actos violam os
direitos humanos, porque nalgu-
mas vezes tem resultado na perda
de vidas humanas. Selma Xavier
assegurou que, o governo não vai
tolerar comportamentos desvian-
tes dos profissionais de saúde e
promete mão dura contra os an-
tiéticos.
AGOSTINHO MIGUEL
e Nampula. “Em Sofala traba-
lhou-se concretamente na cidade
da Beira, Dondo e Nhamatanda,
onde foram fixadas 277 pensões.
Na província de Manica, nos dis-
tritos de Chimoio, Gôndola, Ba-
rué e Sussundenga onde fixaram
401 pensões. Na Zambézia, em
Mocuba Morrumbala, Nicoadala
e Alto Molocué com 787 pensões.
Em Cabo Delgado foi em Chiúre,
Montepuez, Pemba e Balama com
344 pensões. Em Tete foi na cidade
de Tete, Moatize e Angónia onde
foram fixadas 291 pensões. Na-
carôa Murrupula, Nacala a Velha
e Namapa na província de Nam-
pula fixou-se 469 pensões e o tra-
balho ainda continua” disse o PR.
ANTÓNIO CINTURA
NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023
Será que a esperança é a última Coisa
a morrer?!?
A
inda faltam três lon-
gos meses e alguns
dias para as Eleições
do próximo ano, se-
rem realizadas em Portugal, em
Março de 2024, mas algumas coi-
sas são já evidentes:
1 - O PSD que permanecia desa-
parecido da Comunicação Social,
ressurgiu; 2 - O novo herói diá-
rio parece ser Pedro Nuno Santos
(PNS), que a “nossa” Imprensa re-
solveu ser o vencedor da eleição in-
terna no PS;
3 - A mesma Comunicação
Social faz o possível por desconhe-
cer Daniel Adrião, apesar deste ser,
há muitos anos, o mais coerente, a
única oposição interna do PS e crí-
tico de António Costa;
4 - A Justiça mantem-se co-
mo o bombo da festa, bem como
a Procuradora Geral da República
que, é bom não esquecer, foi lá co-
locada por António Costa;
5 - Discutem-se profundamente
os resultados das eleições de Março
próximo e as supostas alianças;
6 - O bom povo é informado sobre
quem ganha e quem perde e sobre o
estado das desavenças entre Marcelo
Rebelo de Sousa e António Costa,
mas pouco sobre quaisquer ideias
para a Saúde, a Educação, a econo-
mia e sobre a forma de Portugal sair
do atoleiro em que António Costa
o meteu ao longo dos últimos oito
anos;
7 - Uma estratégia para o país?
Nada.
Entretanto, os Comentadores
portuguesesd de serviço na
Comunicação Social, há longos
anos, nomeadamente nas televi-
sões, não param de dizer tudo e o
seu contrário com a maior naturali-
dade e convicção. Não há nada que
não saibam, basta perguntar.
Entre todos saliento o caso exem-
plar de Daniel de Oliveira, uma ver-
dadeira máquina trituradora que
salta de canal em canal, entre a tele-
visão, jornais e a rádio, e para quem
o dia tem quarenta e oito horas de
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OS ÓCULOS DO DIABO
AFONSO ALMEIDA BRANDÃO
de contradições entre radicalismo e
conservadorismo que, a continuar,
nos força a rever os cálculos. Pode
acontecer que a tão falada popu-
laridade junto dos “Metralhas” e
dos militantes do PS, bem como os
anunciados apoios das Federações,
não sejam, afinal, tudo aquilo que
foi anunciado. Veremos.
Uma palavra sobre o PSD, que
acreditamos que possa melhorar se
conseguir ainda organizar um con-
junto de boas iniciativas em que
apresentem de forma organizada
propostas claras e inovadoras — não
necessariamente politicamente cor-
São precisas Reformas Políticas e Organizativas do Estado
rectas — para a Ferrovia, a reforma
para a Educação, para a Saúde e para a Justiça
política e a organizativa do Estado,
labuta por um objectivo sabiamen- os Enfermeiros aguentam, aguen- para a Saúde, para a Educação, pa-
te desconhecido. O bombo da festa tam, os Professores ensinam dia- ra a Justiça e, principalmente, para
é o CHEGA, tema em que as boas -sim-dia-não, a Polícia Judiciária fazer crescer a Economia e sem es-
almas se afadigam de dia e de noi- prende mais uns tantos importado- quecer a Ferrovia. O que, neste úl-
te para tornar esse partido o maior res de mão-de-obra, os números de timo caso, passa pelo investimento
acontecimento nacional desde D. imigrantes indocumentados aumen- estrangeiro na indústria, destinado
Afonso Henriques. André Ventura tam e passam os dias encostados às principalmente às exportações. E,
não precisa de se cansar. paredes e a viver em comunidades por favor, não inventem, limitem-
Entretanto, a grande família de quartos superlotados, enquan- -se a repetir as fases da EFTA e do
(Chuxa)cialista tenta recuperar do to a nossa melhor Geração de sem- PEDIP/“AutoEuropa”, ainda que
susto e estuda as formas de manter pre emigra. Ainda a propósito dos não faz mal se acrescentarem algo
os milhares de postos de trabalho imigrantes ouvimos nas Televisões sobre a mais intensa utilização das
que criou no aparelho do Estado o ainda Ministro da Administração tecnologias. Adicionalmente, re-
ao longo dos últimos vinte e cin- Interna e “Metralha” José Luís cordem-se que têm na lista dos mi-
co anos — já vai na segunda gera- Carneiro, a explicar o grande futuro litantes e apoiantes do PSD alguns
ção — preenchendo mais uns tan- que imaginou para Portugal, mas na- dos portugueses mais bem forma-
tos lugares, porque nunca se sabe o da diz sobre os dois anos necessários dos e mais experientes nas diversas
que o Futuro lhes reserva, apesar para que um pobre imigrante possa áreas da Governação, além de pes-
da máquina de propaganda estar aspirar a ter um documento que lhe soas sérias, que devem retirar dos
bastante bem oleada e pronta para permita encontrar um emprego. baús onde os meteram, partidaria-
o que der a vier. O “nosso” amigo A propósito, desde o primeiro mo- mente está bem de ver, ao longo dos
“Metralha” António Costa dá uma mento desta nova saga nacional, que anos. Talvez que nestes três meses e
ajuda, o objectivo é fazer esquecer pensei ser José Luís Carneiro apenas alguns dias que ainda nos separam
as sábias contratações anteriores um parceiro útil na entronização de das Eleições, os portugueses pos-
e encontrar novos e velhos culpa- PNS, só que agora, nos últimos dias, sam ainda abrir as suas consciên-
dos para recomeçar de novo, tal- assisti nas televisões a um tal frene- cias aos erros do Passado recente e
vez que a Presidência da República sim no discurso de PNS, que me pa- às propostas mais bem fundamen-
possa ser ainda um emprego viá- receu tão arrebatado e impulsivo, que tadas e mais sérias que surjam so-
vel, já que na Europa está difícil. O fiquei na dúvida sobre o que se está a bre o Futuro, o qual só pode ser di-
homem não desiste e nós até com- passar. Nós, contavamos que ajuiza- ferente das apostas que nos condu-
preendemos bem. damente PNS evitasse a sua habitual ziram à cauda da Europa, porque
No meio de tanta azáfama políti- propensão para a fantasia e metes- da continuidade já conhecemos os
ca, o País atrasa-se um pouco mais, se no saco aquilo que não sabe, pa- resultados. O que prova que ainda
o PRR pode ser mais bem aprovei- ra não arriscar a sua suposta vanta- som os ainda uns optimistas e que
tado pelos do costume e no meio gem eleitoral. Mas não, o seu discur- a Esperança é a última coisa a mor-
da distracção geral, os Médicos e so atingiu um tal nível de frenesim e rer. Ou não será?!...
NGANI - Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2023 P19

DESPORTO

Betway Fomenta futebol recreativo

apoiando o torneio Matolinhas
A Prestigiada platafor-
ma de apostas desporti-
vas, Betway Moçambi-
que, decidiu contribuir
para realização do Tor-
neio Matolinhas, que é
composto por equipas de
Matola e Machava, na
província de Maputo.
REDACÇÃO

O
campeonato organi-
zado pela Associação
R e c r e a t i v a
Matolinhas, tem
como objectivo promover o fute-
bol nos bairros e despertar talen-
tos para o desporto profissional, Billy Barras é sem dúvidas um dos jovens que muito tem feito em prol da cultura do Niassa nos dias que correm
tendo sido porta de entrada para
em Outubro do corrente ano e terá no futebol recreativo contribuirá afirmado que vai estimular as
jogadores como Clésio Baúque,
a final no dia 23 de Dezembro. A para o crescimento e valorização actuais praticantes e atrair fu-
Simão Mathe.
cerimónia de entrega do material das atletas locais. Por outro lado, turos talentos e no futuro ele-
O apoio da Betway está avalia-
desportivo decorreu ontem, dia 7 irá promover de inclusão social e var a competitividade das selec-
do em mais de 300 mil meticais em
de Dezembro na sede da Betway, promoção de um comportamento ções nacionais.“ A nossa prova
material desportivo, composto por
contando com a presença de re- socialmente positivo.” Disse Jonas depende muito da boa vointade
equipamentos completos, apitos,
presentantes da Betway e parcei- Alberto, Director Geral da Betway dos que apoiam a modalidade, e
cronómetros, bolas, entre outros
ros do projecto. “Reforçamos o Moçambique. Para Márcio Reis, com este apoio iremos expandir o
artigos. Para além de massificar
nosso compromisso com o de- Da Associação Recreativa e des- Matolinhas. Esperamos num fu-
a modalidade, a doação visa pro-
senvolvimento do desporto no portiva Matolinhas, , enalteceu turo proximo trazer o dutebol in-
porcionar melhores condições pa-
país e acreditamos que a aposta o patrocínio da Betway, tendo fanto-juvenil.”
ra conclusão da prova que iniciou
CULTURA
Albino Mbie encerra temporada 2023 com um concerto
inesquecível no Red Room em Boston
emocionante, combinando a habi- Checa), Ebinho Cardoso (Brasil) e dedicada a apoiar, promover e preservar
O renomado guitarrista, composi-
lidade musical excepcional e a cati- Matthew Williams (EUA). a música de jazz na região de Greater
tor e intérprete moçambicano, Albino
vante presença em palco de Albino Boston. Por meio de programas e inicia-
Mbie, será o convidado especial para
Mbie e a sua banda na Red Room. Sobre Albino Mbie: tivas variadas, a fundação busca nutrir os
encerrar com chave de ouro as ativida-
“Estamos entusiasmados em encer- Albino Mbie é um aclamado vocalis- talentos dos músicos de jazz, promover a
des culturais anuais da Fundação de
rar a temporada no Red Room, mos- ta, guitarrista e compositor internacio- colaboração dentro da comunidade jaz-
Jazz de Boston, nos Estados Unidos
trando o incrível talento e criando nalmente reconhecido, conhecido por zística e levar a beleza do jazz para pú-
da América. O grande concerto te-
oportunidades de colaboração e coo- sua mistura única de raízes moçambi- blicos de todas as idades. REDACÇÃO
rá lugar na prestigiosa sala de espe-
peração na comunidade de jazz. Este canas, música africana, jazz e contem-
táculos Red Room, nesta quinta-fei-
concerto representa um marco signi- porânea. Com sua cativante presença
ra, dia 7 de setembro. Este concerto
ficativo tanto para mim quanto pa- de palco e energia contagiante, Albino
marca a primeira colaboração entre
ra a Fundação de Jazz de Boston, e Mbie tem encantado plateias ao re-
Albino Mbie e a Fundação de Jazz de
mal podemos esperar para comparti- dor do mundo. Sua música transcen-
Boston, abrindo caminho para futu-
lhar essa jornada musical com o nos- de fronteiras, entrelaçando influências
ros projetos artísticos. Além de encer-
so público”, considera Albino Mbie. culturais diversas em um tecido sonoro
rar a temporada de 2023 da turnê de
No palco, Albino Mbie será acom- inspirador e edificante.
Albino Mbie, o show também servirá
como anúncio de novos lançamentos panhado por uma formação notável
de membros principais de sua banda, Sobre a Fundação de Jazz de Boston:
agendados para o próximo ano.
respectivamente: Noah Preminger A Fundação de Jazz de Boston é
Espera-se uma noite única,
(EUA), Jiri Nedoma (República uma organização sem fins lucrativos
com uma atmosfera vibrante e
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