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Departamento de Engenharia Civil

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I

RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS 12 E 13

Válter Lúcio e José Monteiro

Dezembro de 2009

1/16
Problema 12
Considere a viga representada na figura. Os materiais utilizados são o C25/30 e o A500.
A viga está sujeita á acção do peso próprio e de uma sobrecarga, sendo ambas as
acções uniformemente distribuídas ao longo da viga.

SC = 20 kN/m

CP = 10 kN/m

0.60

6.00

0.30

c = 3.0cm; ϕ = 2.5; ψ2 = 0.4


a) Calcule o momento de fendilhação, Mcr.
b) Calcule a distribuição de tensões para o Mcr no Estado I e Estado II.
c) Calcule a distribuição de tensões para Mqp
d) Verifique o estado limite de abertura de fendas (classe de exposição XC3).

Resolução

• Dimensionamento
O valor de cálculo da carga actuante é:
pEd = γ G × g + γ Q × q = 1.35 × 10 K m−1 + 1.5 × 20 K m−1 = 43.5 K m −1

O momento máximo no vão é


pEd × l 2 43.5K m −1 × 62 m
M ED = = = 195.8K m
8 8
d = 0.55m
M Rd 195.8 K m
µ= = = 0.128 < µlim → ω = 0.137
b × d 2 × f cd 25000 K m −2
0.30m × 0.55 m ×
2

1.50
25000 K m −2
f cd 1. 5
As = ω × b × d × = 0.137 × 0.30 × 0.55 × = 8.7cm 2 → 5φ16( = 10.05cm 2 )
f yd 500000 K m −2
1.15
As,min = 0.26 fctm/fyk bt d ≥ 0.0013 bt d
As,min = 0.26 · 2.6MPa/500MPa · 0.30m · 0.55m · 104= 2.23cm2 ≥ 0.0013·0.30m·0.55m=2.15cm2

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Para a armadura colocada,, o momento resistente é:
As = 5φ16( = 10.05cm 2 ) → ω = 0.159 → µ = 0.146 → M Rd = 220.8K m

a) Calcule o momento de fendilhação, Mcr.

• Momento de Fendilhação
Em serviço, o nível de tensões é mais baixo, e os materiais apresentam geralmente
comportamento elástico-linear.
linear.
O momento
ento de fendilhação ó o momento para o qual, se atinge a tensão fctm (valor médio
da tensão de rotura do betão à tracção simples) na fibra mais traccionada.
Desprezando a contribuição
ribuição do aço para o momento de inércia da secção, tem-se
tem para a
secção rectangular:
M ×v σ ×I b × h3
σ= , donde M = , em que I =
I v 12
b × h3
f ctm × I f ctm ×
12 = f × b × h
2
O momento de fendilhação é então: M cr = = ctm
h h 6
2 2
A tensão média
ia de rotura do betão à tracção simples é: fctm = 2.6MPa,, donde
Mcr = 2600 x [0.30m x (0.60m)2 / 6] = 46.8k m

Não desprezando a contribuição da armadura


Na secção em equilíbrio (flexão simples), a força de compressão no betão deve ser igual à de tracção no
n aço.
Substituindo a área de aço por uma de betão equivalente obtém-se
se uma secção homogénea.
Equilibrando as forças tem-se:

Fs = Fc
As × σ s = Ac,eq × σ c
σs E ×ε E
Ac,eq = As × = As × s = As × s = As × α e
σc Ec × ε Ec
A área de betão equivalente deve situar-se,
situar se, na secção, à mesma profundidade da armadura para que o
equilíbrio
íbrio de forças e momentos na secção não se altere.

Tomando momentos das áreas em relação à fibra superior da secção podemos determinar o centro
gravidade da secção homogénea:

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h h 0.60m  200 
Ac ×+ Ac,eq × d Ac × + ( As × α e ) × d (0.30m × 0.60m ) × + 10.05 × 10−4 m 4 × × 0.55m
2 2 2  31 
xg = = =
Ac + Ac,eq Ac + Ac,eq  200 
(0.30m × 0.60m ) +  10.05 × 10−4 m 4 ×
 31 
xg = 0.309m
O momento de inércia em relação ao novo centro de gravidade pode ser determinado tendo em consideração
que:

I ' = I + A × ( ∆x )2
Então,

b × h3 h
I' = + (b × h ) × ( xg − )2 + Ac,eq × ( h − r − xg )2
12 2
0.30m × 0.60 m3
0.60m 2
I' = + ( 0.30m × 0.60m ) × (0.309m − ) + 10.05 × 10−4 m 4 × ( 0.60m − 0.05m − 0.309m )2
12 2
I ' = 0.00579m 4
Considerando atingida a tensão fctm na fibra mais traccionada, o novo momento de fendilhação é:
Mcr = 2600 x [0.00579 / (0.60-0.309)] = 51.7k m
O momento de fendilhação calculado tendo em conta a armadura de flexão é 10% superior.

b) Calcule a distribuição de tensões para o Mcr em Estado I e em Estado II.


• Secção não fendilhada (Estado I)
Desprezando a contribuição da armadura tem-se:
Fibra mais comprimida (superior):
σ c 2 = − f ctm = −2.6 MPa
Fibra mais traccionada (inferior):
σ c1 = f ctm = 2.6 MPa
Ao nível da armadura:
Ic = bh3/12 = 0.30·0.603/12 = 0.0054m4; ys = d - h/2 = 0.55 – 0.60/2 = 0.25m
σs = αe Mcr· ys/ Ic = (200GPa/31GPa)· 46.8k m·0.25m / 0.0054m4 =
= 6.45 · 2167kPa = 13975kPa = 14.0MPa
• Secção fendilhada (Estado II)
o Momento de Inércia da secção fendilhada
 Utilizando a formulação exacta
Para a secção homogeneizada, desprezando a área de betão traccionado, tomando
momentos das áreas em relação ao topo da secção tiramos a profundidade da linha
neutra x (ver slides 22 e 23 do Cap. 9 ou 27 do Cap10 das Apresentações das Aulas
Teóricas):

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b × x2
+ d × α e × As
x= 2
b × x + α e × As
b × x2
+ d × α e × As − b × x 2 − α e × As × x = 0
2
b
× x 2 + α e × As × x − d × α e × As = 0
2
0.30m 200 200
× x2 + × 10.05 × 10−4 m 4 × x − 0.55m × × 10.05 × 10−4 m 4 = 0
2 31 31
x = 0.134m
O momento de inércia em relaç
relação
ão ao centro de gravidade da secção vem dado por (ver
slide 28 do Cap10 das Apresentações das Aulas Teóricas)
Teóricas):
b × x3 0.30m × 0.1343 m 200
I II = + α e × As × ( d − x )2 = + × 10.05 × 10−4 m4 × (0.55m − 0.134m)2 = 0.00136m 4
3 3 31

 Utilizando as tabelas

Tem-se:
d 0.55m
= = 0.92
h 0.60m
β =0
Es As 200 10.05 × 10−4 m 4
αe × ρ = × = × = 0.039
Ecm Ac = b × d 31 0.30m × 0.55m

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Das tabelas obtemos:

d αe × ρ I II
h Ic

0.02 0.13
0.90 0.05 0.29
0.039 0.23
0.02 0.18
1.00 0.05 0.40
0.039 0.32
0.92 0.039 0.25
Donde,
I II b × h3 0.30m × 0.603 m
I II = × = 0.25 × = 0.0014m 4
Ic 12 12

o Tensões na secção fendilhada (ver slide 28 do Cap10 das Apresentações das


Aulas Teóricas)
σc = − Mcr· x/ III = 46.8k m·0.134m / 0.00136m4 = 4611kPa = 4.6MPa
σs = αe Mcr· (d-x)/ III = (200GPa/31GPa)· 46.8k m·(0.55-0.134)/ 0.00136m4 =
= 6.45 · 14 315kPa = 92 333kPa = 92.3MPa
Utilizando o método aproximado teríamos:
σs = Mcr / (0.9·d·As) = 46.8k m / (0.9 · 0.55 · 10.05·10-4 m2) = 94 075kPa = 94.1MPa (2% de erro)

c) Calcule a distribuição de tensões para Mqp.


Para o momento quase-permanente, a longo prazo, o módulo de elasticidade a utilizar
para o betão é o efectivo:
Ec,eff = Ecm / (1+ϕ) = 31GPa / (1+2.5) = 8.9GPa
O coeficiente de homogeneização fica
αe = Es / Ec,eff = 200GPa / 8.9GPa = 22.5

o Momento de Inércia da secção fendilhada


Utilizando a equação atrás deduzida temos para a profundidade da linha neutra,
b
× x 2 + α e × As × x − d × α e × As = 0
2
0.30m/2 x2 + 22.5 · 10.05·10-4m4 x – 0.55m · 22.5 · 10.05·10-4m = 0
x = 0.222m

O momento de inércia vem,

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b × x3 m× 3
m
I II = + α e × As × ( d − x )2 = + × . × 4
m4 × ( . m− . m )2 = . m4
3 3 93
III = 0.30m·0.222m3/3 + 22.5·10.05·10-4m4·(0.55m-0.222m)2 = 0.00109m4+0.00243m4 = 0.00352m4

o Tensões na secção fendilhada


O valor de cálculo da carga actuante para a combinação quase-permanente é:
pEd = G + Q × ψ 2 = 10 K m −1 + 20 K m −1 × 0.4 = 18.0 K m −1

O momento máximo no vão é


pEd × l 2 18 K m −1 × 62 m
M ED = = = 81K m
8 8
σc = − MEd · x/ III = 81.0k m·0.222m / 0.00352m4 = 5 109kPa = 5.1MPa
σs = αe MEd · (d-x)/ III = 22.5 · 81.0k m·(0.55-0.222)/0.00352m4 =
= 22.5 · 7 548kPa = 169 830kPa = 169.8MPa
Utilizando o método aproximado teríamos:
σs = MEd / (0.9·d·As) = 81.0k m / (0.9 · 0.55 · 10.05·10-4m2) = 162 822kPa = 162.8MPa (4% de erro)

d) Verifique o estado limite de abertura de fendas


Para a classe de exposição XC3 (corrosão induzida por carbonatação em ambiente de
humidade moderada), admite-se que as fendas poderão atingir um valor máximo
wmax = 0.3mm para a combinação quase-permanente de acções EC2 [7.3.1].

Tem-se
wk = sr ,max × (ε sm − ε cm )
em que,
wk é a largura da fenda
sr ,max é distância máxima entre fendas
(ε sm − ε cm ) é a extensão média relativa entre o aço e o betão

A extensão média relativa entre o aço e o betão é dada por,


f ct,eff
σ s − Kt × × (1 + α e × ρ p,eff )
ρ p,eff σs
(ε sm − ε cm ) = ≥ 0 .6 ×
Es Es
em que
σ s é a tensão na armadura de tracção admitindo a secção fendilhada.
f ct ,eff é o valor médio da resistência do betão à tracção à data em que se prevê que se possam formar as
primeiras fendas

Tem-se ainda,

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 Es
 E para acções de curta duração
 cm
αe = 
 Es para acções de longa duração
 Ec,eff

 0.6 para ações de curta duração
Kt = 
0.4 para ações de longa duração
As
ρ p,eff =
Ac,eff
Ac,eff = b × hc,eff

 2 .5 × ( h − d )

 h−x
hc,eff = min 
 3
 h
 2

Ac,eff = b × hc,eff representa a área efectiva de betão mobilizada por aderência.

Vem então,

 2.5 × ( h − d ) = 2.5 × (0.60m − 0.55m ) = 0.125m

 h − x 0.60m − 0.22m
hc,eff = min  = = 0.127 m
 3 3
 h
 = 0.30m
2
Ac,eff = b × hc,eff = 0.30m × 0.125m = 0.0375m 2
As 10.05 × 10−4 m 4
ρ p,eff = = = 0.0268
Ac,eff 0.0375m 2
K t = 0 .4

αe = Es / Ec,eff = 200GPa / 8.9GPa = 22.5


f ct,eff
σ s − Kt × × (1 + α e × ρ p,eff ) 2600 K m −2
ρ p,eff 168591K m −2 − 0.4 × × (1 + 21.5 × 0.0268)
(ε sm − ε cm ) = = 0.0268
Es 200 × 106 K m −2
σs
(ε sm − ε cm ) = 0.54 × 10−3 ≥ ( 0.6 × = 0.45 × 10−3 )
Es

= 169 830kPa / 200·106kPa – [0.4·(2600kPa/0.0268)·(1+22.5·0.0268)]/200·106kPa


= 0.85·10-3 – 0.31·10-3 = 0.54·10-3 ≥ 0.6· 0.85·10-3 = 0.51·10-3 OK!

A distância máxima entre fendas vem dada por:

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φ
sr ,max = K 3 × c + K1 × K 2 × K 4 ×
ρ p,eff
em que,
c é o recobrimento
0.8 para varões de alta aderência
K1 = 
 1.6 para varões baixa aderência
 0.5 para flexão
K2 = 
1.0 para tracção simples
K 3 = 3.4
K 4 = 0.425

Tem-se então,
φ 0.016
sr ,max = K 3 × c + K1 × K 2 × K 4 × = 3.4 × 0.034 + 0.8 × 0.5 × 0.425 × = 0.217 m = 217 mm
ρ p,eff 0.0268

wk = sr ,max × (ε sm − ε cm ) = 217 mm × 5.4 × 10−4 = 0.12mm < 0.3mm

Controlo da fendilhação sem cálculo directo


Como simplificação, as regras atrás indicadas podem ser apresentadas sob forma de tabelas, limitando o
diâmetro ou o espaçamento dos varões.
Os quadros 7.2N e 7.3N do EC2 indicam os diâmetros máximos e espaçamentos mínimos a respeitar para o
controlo da fendilhação:
A tensão no aço é a verificada para a combinação quase-permanente.
A tabela é obtida com os pressupostos indicados na Nota 1 do quadro 7.2N do EC2, entre os quais se
considerou f ctm = 2.9MPa

Para outros valores de f ctm pode corrigir-se o diâmetro máximo dos varões através de
f ct ,eff K c × hcr
φs = φs* × ×
2.9 2 × (h − d )
em que,
φs é o diâmetro modificado máximo dos varões;
φs* é o diâmetro máximo dos varões indicado no Quadro 7.2N;
h é a altura total da secção;
hcr é a altura da zona traccionada imediatamente antes da fendilhação;
d é a altura útil ao centro de gravidade da camada exterior das armaduras;

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a. Diâmetro máximo dos varões

No caso em análise tem-se σ s,qp = 169MPa

Entrando na tabela 7.1N na gama de tensões seguinte σ s = 200 MPa , tem-se para
wk = 0.3mm → φ = 25mm

Corrigindo o valor do diâmetro máximo do varão, uma vez que para o C25 f ctm = 2.6MPa tem-se:

f ct ,eff K c × hcr 2.6 0.4 × 0.30


φs = φs* × × = 25 × × = 26.9
2.9 2 × (h − d ) 2.9 2 × ( 0.60 m − 0.55m )
Como estamos a utilizar varões φ16 estamos do lado da segurança.

b. Espaçamento máximo entre varões

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Da tabela 7.3N tiramos para espaçamento máximo entre varões smax = 250mm
O espaçamento entre varões é
b − 2 × c − 2 × φest − × φL 0.30m − 2 × 0.03m − 2 × 0.008 − 5 × 0.016
s= VAR
= = 0.036m ≡ 36mm
VAR − 1 5 −1
em que,
VAR é o número de varões na camada

Tem-se então s = 36mm < smax = 250mm , logo estamos do lado da segurança.

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Problema 13
Considere a viga representada na figura. Os materiais utilizados são o C25/30 e o A500
NR.

SC = 25 kN/m

CP = 14 kN/m

0.75

8.00

ϕ = 2.5 0.30

ψ 2 = 0.3

Verifique o Estado Limite de Deformação, calculando a flecha:


a) Utilizando integração numérica das curvaturas, considerando 5 secções.
b) De forma aproximada.

Resolução

Dimensionamento da armadura de flexão:


O valor de cálculo da carga actuante é:
pEd = γ G × g + γ Q × q = 1.35 × 14 K m−1 + 1.5 × 25K m−1 = 56.4 K m−1

pEd × l 2 56.4 K m −1 × 82 m
M Ed = = = 451.2 K m
8 8
Considere-se d = 0.70m.
M Rd 451.2 K m
µ= = = 0.183 < µlim = 0.371 → ω = 0.204
b × d 2 × f cd 25000 K m −2
0.30m × 0.70 m ×
2

1.50
25000 K m −2
f 1. 5
As = ω × b × d × cd = 0.204 × 0.30 × 0.70 × = 16.5cm 2 → 4φ 20 + 2φ16( = 16.59cm 2 )
f yd 500000 K m −2
1.15
Armadura máxima e mínima na secção:
As,max = 0.04 × (b × h f + bw × ( h − h f )) = 0.04 × (0.80m × 0.20m + 0.30 × (0.70 − 0.20)) = 124cm 2

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f ctm
As,min = 0.26 × × bt × d ≥ 0.0013 × bt × d
f yk
2 2
0.30 × f ck 3 0.30 × 25 3
As,min = 0.26 × × bt × d = 0.26 × −2
× 0.30m × 0.70m = 2.8cm 2
f yk 500000 K m

Vamos considerar para armadura de compressão As' = 4φ16( = 8.04cm 2 )

a) Utilizando integração numérica das curvaturas, considerando 5 secções.

i. Características da secção
β = A’s / As = 8.04cm2/16.59cm2 = 0.485 ≈ 0.50
ρ = As / b d = 16.59cm2/ (0.30m · 0.70m) = 0.0079
Ec,eff = Ecm / (1+ϕ) = 31GPa / (1+2.5) = 8.9GPa
O coeficiente de homogeneização fica
αe = Es / Ec,eff = 200GPa / 8.9GPa = 22.5
αe ρ = = 22.5 ·0.0079 = 0.178 ≈ 0.18
d / h = 0.70m / 0.75m = 0.93 ≈ 0.90

Das tabelas (ver slide 29 do Cap. 10 das Apresentações das aulas Teóricas) tiramos:

d/h = 0.90 αe ρ = 0.15 αe ρ = 0.20 αe ρ = 0.18

II / Ic 1.42 1.56 1.50

III / Ic 0.71 0.89 0.82

II = 1.50 Ic = 1.50 · bh3/12 = 1.50 · 0.30m·0.75m3 / 12 = 0.01582m4


III = 0.82 Ic = 0.82 · bh3/12 = 0.82 · 0.30m·0.75m3 / 12 = 0.00865m4

Tratando-se de deformações a longo prazo, as inércias foram calculadas entrando com o


módulo de elasticidade efectivo.
ii. Esforços para a Combinação Quase-Permanente
O valor de cálculo da carga actuante para a combinação quase-permanente é:
pEd ,QP = G + ψ 2 × Q = 14 K m−1 + 0.3 × 25K m −1 = 21.5K m−1

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Os diagramas de esforços são os seguintes para a Combinação quase-permanente, e
para a carga unitária actuando a meio vão são:

Combinação QP Carga Unitária a1/2 vão

A equação de momentos para a Combinação Quase-Permanente vem dada por:


x 2 pEd ,QP × l x 2 21.5 K m−1 × 8m
M ( x ) = − pEd ,QP × + × x = −21.5K m −1 × + × x = −10.75 x 2 + 86 x
2 2 2 2

iii. Flecha a ½ vão por integração numérica


A flecha a meio-vão vem dada por:

1 ௟
∆‫ݔ‬
ܽ= න ഥ
× ‫ = ݔ݀ × ܯ‬න ݂ሺ‫ݔ‬ሻ݀‫= ݔ‬ × ሾ݂ሺ‫ݔ‬ଵ ሻ + 4 × ݂ሺ‫ݔ‬ଶ ሻ + 2 × ݂ሺ‫ݔ‬ଷ ሻ + 4 × ݂ሺ‫ݔ‬ସ ሻ + ݂ሺ‫ݔ‬ହ ሻሿ
଴ ‫ݎ‬௠ ଴ 3

Em que
1/rm = ζ 1/rII + ( 1 - ζ)1/rI
1/rI = M / Ec,eff · II = (1+ϕ) · M / Ec,eff · II
1/rII = M / Ec,eff · III = (1+ϕ) · M / Ec,eff · III
ζ = 1 – 0.5 (Mcr / M)2

O momento de fendilhação vem dado por:


Mcr = fctm W = 2600kPa · 0.3·0.752/6 = 73.1k m

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No quadro seguinte resumem-se o cálculo destes valores para as 5 secções:

Secção x M ഥ
M ζ 1/rI 1/rII 1/rm 1
f ( x) = ×M
[m] rm
[kNm] [kNm] m -1
m -1
m -1

1 0 0 0 0 0 0 0 0

-4 -4 -4 -4
2 2 129 1 0.839 9.21·10 16.84·10 15.61·10 15.61·10

-4 -4 -4 -4
3 4 172 2 0.910 12.28·10 22.45·10 21.53·10 43.06·10

-4 -4 -4 -4
4 6 129 1 0.839 9.21·10 16.84·10 15.61·10 15.61·10

5 8 0 0 0 0 0 0 0

Nota: para simplicidade do cálculo considerou-se serem As , As' , I I , I II constantes ao longo de toda
a viga.

A flecha vem dada por:


a∞ = 2.0m/3 · (0 + 4 · 15.61·10-4 + 2· 43.06·10-4 + 4 · 15.61·10-4 + 0) = 0.0141m
< l/250 = 8.0/250 = 0.032m

b) De forma aproximada

Na secção de meio vão a flecha elástica é dada por:


ac = 5/384 pEd l4 / Ecm Ic = 5/384 · 21.5k /m · 8.04 / (31·106kPa · 0.30·0.753/12) = 3.5·10-3m
A flecha a meio vão, em secção não fendilhada, é
aI = 5/384 pEd l4 / Ec,eff II = ac (Ecm / Ec,eff) (Ic / II) = ac (1+ϕ) (Ic / II)
A flecha, a meio vão, em secção fendilhada, é
aII = 5/384 pEd l4 / Ec,eff III = ac (Ecm / Ec,eff) (Ic / III) = ac (1+ϕ) (Ic / III)
Na secção determinante, que corresponde à secção de máximo momento (meio vão):
II / Ic = 1.50 → aI = 3.5·10-3m · (1+2.5) / 1.50 = 8.0·10-3m
III / Ic = 0.82 → aII = 3.5·10-3m · (1+2.5) / 0.82 = 14.9·10-3m
ζ = 1 – 0.5 (Mcr / M)2 = 0.910
Logo, a flecha longo prazo é:
a∞ = ζ aII + (1-ζ) aI = 0.910 · 14.9·10-3m + (1-0.910) · 8.0·10-3m = 0.0143m
< l/250 = 8.0/250 = 0.0320m VERIFICA!

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c) Verificação da segurança em relação à deformação após a instalação das
paredes divisórias
A deformação após a instalação das paredes divisórias corresponde à diferença entre a
deformação a longo prazo e a deformação instantânea no momento em que estas são
instaladas.
aapós paredes = a∞ - a0,g
i. Determinação de a0,g
Considere-se que no instante da instalação das paredes divisórias está aplicada toda a
carga permanente.
g = 14k /m
o momento a meio vão é:
Mg = g l2 / 8 = 14k /m · 8.02 / 8 = 112k m > Mcr = 73.1k m → a viga está fendilhada
e a deformação instantânea é dada por:
a0 = ζ aII + (1-ζ) aI
Para β ≈ 0.50 e ρ = 0.0079
O coeficiente de homogeneização fica
αe = Es / Ecm = 200GPa / 31GPa = 6.45
αe ρ = = 6.45 ·0.0079 = 0.051 ≈ 0.050
d / h ≈ 0.90
Das tabelas (ver slide 29 do Cap. 10 das Apresentações das aulas Teóricas) tiramos:
II / Ic = 1.14
III / Ic = 0.30
Na secção de meio vão a flecha elástica é dada por:
ac = 5/384 pEd l4 / Ecm Ic = 5/384 · 14.0k /m · 8.04 / (31·106kPa · 0.30·0.753/12) = 2.3·10-3m
A flecha a meio vão, em secção não fendilhada, é
aI = ac (Ic / II)= 2.3·10-3m / 1.14 = 2.0·10-3m
A flecha, a meio vão, em secção fendilhada, é
aII = ac (Ic / III)= 2.3·10-3m / 0.30 = 7.7·10-3m
Na secção determinante, que corresponde à secção de máximo momento (meio vão):
ζ = 1 – 1.0 (Mcr / M)2 = 0.574
Logo, a flecha instantânea prazo é:
a0,g = ζ aII + (1-ζ) aI = 0. 574· 7.7·10-3m + (1-0. 574) · 2.0·10-3m = 0.0053m
ii. Determinação de aapós paredes
aapós paredes = a∞ - a0,g = 0.0143m - 0.0053m = 0.0090m
< l/500 = 8.0/500 = 0.016m VERIFICA!

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