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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ


PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
COORDENADORIA GERAL DE PESQUISA
Programa de Iniciação Científica Voluntária - ICV
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Programa ICV

Análise da Qualidade das Águas


do Rio Parnaíba no Meio Urbano da Cidade de
Teresina – PI

Orientador: Prof. Dr. Carlos Ernando da Silva


Orientando: Bruno Duarte Moura
1. Introdução

É percebida a grande importância dada aos recursos hídricos, devido aos


grandes impactos ambientais causados pelo homem ao meio-ambiente e à nossa
intrínseca dependência de tais recursos para sobrevivência. O Rio Parnaíba é o principal
fornecedor de água para muitas cidades do Piauí, e um dos maiores contribuidores para
o abastecimento da capital piauiense, Teresina. A qualidade de sua água, então, deve ser
constantemente verificada, para atuais e posteriores análises de sua permissividade ao
tratamento e ao uso geral da população para suas necessidades específicas. Na área
urbana, onde a poluição das águas do rio são maiores, torna-se muito importante essa
verificação regular.
O índice de qualidade da água (IQA), utilizado nesse trabalho, abrange nove
parâmetros. Esses parâmetros servem para indicar o nível de poluição do curso d’água,
a partir de suas características físicas, químicas e biológicas. Além dos nove parâmetros,
utilizamos a condutividade como um ponto adicional. Assim, a água tem sua qualidade
avaliada pelo valor do IQA, que varia numa escala de 0 (zero) a 100 (cem), sendo que o
valor 0 significa uma água péssima, enquanto 100 indica uma água de ótima qualidade.

2. Revisão de Literatura

O índice de qualidade da água foi estabelecidos pela CETESB, a partir de um


estudo feito em 1970 pela National Sanitation Foundation, nos EUA, com pesquisadores
ligados ao assunto. Inicialmente foram escolhidos 35 parâmetros, dentre os quais 9
foram logrados como os principais para se determinar a qualidade da água, que são:
temperatura, potencial hidrogeniônico, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica
de oxigênio (DBO), coliformes termotolerantes, turbidez, sólidos totais, fósforo total e
nitratos totais. A partir desses parâmetros, calcula-se o IQA produtório, obtido através
do produto ponderado das notas individuais de cada um deles. Há ainda o IQA
somatório, sendo este calculado pela soma ponderada das notas dos parâmetros
encontrados. Este último não foi utilizado nesse trabalho.
Seguindo a resolução nº 357 de 17 de Março de 2005, de CONAMA (2005), em
que são estratificados os valores máximos para os parâmetros de qualidade da água,
criaram-se a escala do IQA:
1. Péssima: 0 < IQA < 19
2. Ruim: 19 < IQA < 36
3. Regular: 36 < IQA < 51
4. Boa: 51 < IQA < 79
5. Ótima: 79 < IQA < 100
As análises realizadas na obtenção das notas dos parâmetros do IQA foram
desenvolvidas pela APHA (American Public Health Association), seguidas
internacionalmente.

3. Metodologia

Para a realização do monitoramento da qualidade da água do Rio Parnaíba


foram escolhidos estrategicamente sete pontos de coleta de água ao longo de seu
percurso, sendo o ponto inicial próximo à zona rural, para melhor efeito de comparação,
e os outros seis na parte do rio que corta a zona urbana de Teresina. Para este trabalho,
as coletas iniciaram-se em Setembro de 2011, com previsão de término em Agosto de
2012, sendo realizada uma coleta por mês. A partir da água coletada em cada ponto,
realizamos as análises químicas necessárias para a obtenção da nota do IQA.
As análises químicas utilizadas são amplamente difundidas no meio
acadêmico, estabelecidas principalmente pela APHA. São elas:
1. Oxigênio dissolvido: Método titulométrico de Winkler modificação Azida,
APHA, 1995;
2. Demanda bioquímica de Oxigênio (DBO): Método dos frascos padrões,
APHA, 1995;
3. Sólidos totais: Método gravimétrico, APHA, 1995;
4. Condutividade: Método da resistência elétrica, APHA, 1995;
5. Temperatura: Método do filamento de Mercúrio, APHA, 1995;
6. Fósforo total: Método Espectrofotométrico do Ácido Ascórbico com pré-
digestão pelo Persulfato de Amônia, APHA, 1995;
7. Nitrato total: Método de Salicilato de Sódio, RODIER, 1975;
8. Coliformes termotolerantes: Método Colitag™;
9. PH: Método potenciométrico, APHA, 1995;
10. Turbidez: Método nefelométrico, APHA, 1995.
Para as notas individuais de cada aspecto, utilizamos sítios na Internet que, ao
entrarmos com os valores encontrados em laboratório e in loco, o programa nos fornece
a nota pedida.
4. Resultados e Discussão

Os valores encontrados para o IQA produtório entre os meses de Setembro de


2011 e Fevereiro de 2012 se encontram na tabela abaixo:

Mês IQA produtório


Setembro 54,91
Outubro 70,74
Novembro 69,72
Dezembro 68,87
Janeiro 72,60
Fevereiro 71,84
Tabela 1 – Valor do IQA produtório

Os valores para cada mês foram obtidos pela média aritmética dos valores do
IQA encontrados em cada ponto de coleta. Assim, determinou-se a qualidade da água
do rio como um todo.

De acordo com a resolução nº 357 de 2005 da CONAMA, em todos os meses de


coletas, a água avaliada estava na categoria “boa”, que é a água com um valor de IQA
entre 51 e 79. Em alguns pontos, em certos meses, alguns dos parâmetros estavam fora
de acordo com o designado pela CONAMA para uma água de qualidade, mas, como
visto, não afetaram a qualidade da água como um todo.

5. Conclusão

O IQA do Rio Parnaíba vem sendo analisado mensalmente, de acordo com o


cronograma. OS resultados mostram que sua água, mesmo que de boa qualidade, não
poderia ser local de destino para esgoto doméstico, nem possuir, ocupando suas
margens, algumas fábricas e construtoras, o que altera os valores de parâmetros como
sólidos totais, coliformes, DBO e Oxigênio dissolvido.
No mais, as análises ocorreram como esperado, os valores foram todos
discutidos entre o grupo de pesquisa, propiciando uma continuação adequada do
trabalho até seu término em Agosto.
6. Referências Bibliográficas

CETESB. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/%C3%81guas-


Superficiais/42-%C3%8Dndice-de-Qualidade-das-%C3%81guas-(iqa) >.

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 357, de 17 de março


de 2005. Ministério do Meio Ambiente, 23p, 2005.

MACÊDO, Jorge Antônio Barros de. Métodos Laboratoriais de Análises Físico-


Químicas e Microbiológicas. 3 ed. Belo Horizonte: CRQ-MG, 2005.

MARGULIS, Sergio, ed. Meio Ambiente: Aspectos Técnicos e Econômicos. 2 ed.


Brasília: IPEA, 1996.

VON SPERLING, Marcos. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de


Esgotos. 3 ed. Belo Horizonte: UFMG, 2005.

Water Quality Index. Disponível em: < http://www.water-


research.net/watrqualindex/index.htm >.

PARTE II - Outras Atividades

1 Participação em seminários, congressos, etc;

Durante a realização deste trabalho, apresentou-se para os participantes de outros


grupos de coleta do laboratório de saneamento os resultados obtidos por este grupo de
pesquisa, na forma de um seminário.

2 Publicações de Artigos

Não foi publicado artigo sobre este trabalho no tempo transcorrido.

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