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Mileno Loula Da Rocha - Manual de Petrologia Ígnea, Com Mineralogia Macro e ótica-UFBA (2012)
Mileno Loula Da Rocha - Manual de Petrologia Ígnea, Com Mineralogia Macro e ótica-UFBA (2012)
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
DISCIPLINA: GEO – 188 (PETROLOGIA ÍGNEA)
SUMÁRIO
1. Olivinas ........................................................................................................................................................................................................................................4
1.1 Olivina:.................................................................................................................................................................................................................................4
2. Piroxênio: .....................................................................................................................................................................................................................................7
2 . 2 . 2 P ig e o n ita ............................................................................................................................................................................................................. 14
3. Anfibólios ................................................................................................................................................................................................................................... 17
4. Micas .......................................................................................................................................................................................................................................... 21
5. Clorita ......................................................................................................................................................................................................................................... 27
6. Carbonatos .................................................................................................................................................................................................................................. 29
7. Feldspatos ................................................................................................................................................................................................................................... 32
8. Quartzo ....................................................................................................................................................................................................................................... 47
9. Minerais Acessórios.................................................................................................................................................................................................................... 48
9.5 Monazita:............................................................................................................................................................................................................................ 55
1. Olivinas
1.1 Olivina: Mineral silicato do grupo dos peridotos, correspondendo ao termo intermediário (Mg,Fe)2[SiO4]
da série isomórfica das olivinas: forsterita (Mg) <=> fayalita (Fe). A olivina é comum nas rochas ultrabásicas /
ultramáficas.
Figura 1.1.1-(a): Cristais de Olivina associados à Biotita e opacos, observar relevo alto e forma
anedral, nicóis cruzados (20X). Figura 1.1.1-(b): Eixos cristalográficos.
Figura 1.1.2-(a): Quase todos os grãos nesta rocha são olivinas. Observe as cores de interferência de
alta ordem e menor da calcita secundária. Figura 1.1.2-(b): Cristais de Olivina, observar alta
birrefringência, nicóis cruzados, associada Biotita em Dunito. (20X).
Figura 1.1.3-(a): Fotomicrografia de olivina à luz plana. Olivina normalmente exibe pleocroísmo verde pálido e sem
clivagens distintas (10x). Figura 1.1.3-(b): Fotomicrografia de olivina sob luz polarizada cruzada. Estes cristais mostram
cores de interferência de segunda ordem. Este exemplo também mostra alguns feldspatos plagioclásio com geminação albita.
Manual de Petrologia Ígnea 5
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Sistema Ortorrômbico
Caráter Óptico: Biaxial
Cristalográfico:
70º a 90º
Birrefringência: Alta, variando de 0,037 a 0,041 Ângulo 2 v:
1.2 Forsterita: Mineral silicato do grupo dos peridotos correspondendo ao termo mais magnesiano (Mg 2SiO4)
da série isomórfica das olivinas: forsterita (Mg) <=> fayalita (Fe).
Composição: 57,29 % MgO, 42,71 % SiO2.
Figura 1.2.2-(a): Fotomicrografia de Forsterita à luz plana podendo exibir pleocroísmo amarelo pálido e sem clivagem
distinta. Esta amostra foi parcialmente alterada para serpentina no mármore. Figura 1.2.2-(b): Fotomicrografia de Forsterita
em mármore com calcita sob nicois cruzados. Este exemplo mostra cores de interferência de segunda ordem. A cor de
interferência da Forsterita é rosa de 2 ª ordem. Grãos de Diopsídio também são visíveis.
Manual de Petrologia Ígnea 6
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paralela em contornos
Extinção: do cristal e traços de Ângulo 2v: 82° a 90°
clivagem
Associação: Associada a enstatita, diopsídio, hornblenda
Propriedades
Propriedades ópticas, dureza, hábito, associação mineral.
Diagnósticas:
Encontrada em rochas ígneas como dunitos, peridotitos, gabros, doleritos, basaltos,
Ocorrência:
entre outras.
Usos: Gema e cerâmica
Figura 1.3.1-(a): Rocha rica em cristais de knebelita (Fayalita). Figura 1.3.1-(b): Direções ópticas e cristalográficas.
Sistema
Ortorrômbico Classe Bipiramidal ortorrômbica
Cristalográfico:
Propriedade
Propriedades ópticas, dureza, hábito, associação mineral.
Diagnóstica:
2. Piroxênio: Grupo de minerais silicáticos anidros da classe dos inossilicatos (cadeias de tetraedros SiO 4),
com a fórmula geral: XYZ2O6 onde X=Mg, Fe, Ca ou Na, Y=Mg, Fe, Fe3 ou Al e Z=Si com alguma substituição
por Al. Os piroxênios incluem um número de espécies que se cristalizam nos sistemas ortorrômbico e
monoclínico, sendo, entretanto, estreitamente relacionados na estrutura cristalina. Todos eles têm clivagem
prismática, mas que forma ângulos de 87° e 97°.
2.1- Ortopiroxênio:
2.1.1- Hiperstênio: Mineral silicato de magnésio e ferro do grupo dos piroxênios ortorrômbicos:
(Mg,Fe)2Si2O6
Composição - 17,35 % MgO, 30,93 % FeO, 51,73 % SiO2.
Figura 2.1.1.-(a): Cristal de hiperstênio. Figura 2.1.1-(b): Direção dos eixos cirstalográficos.
Figura 2.1.2-(a): Hiperstênio pode ser identificado a partir do seu pleocroismo característico cor de rosa, que é exibido pelo
grão no centro, LP.
Figura 2.1.2-(b): Ortopiroxênios são conhecidos por terem baixa cor de interferência de primeira ordem. Observe
também as clivagens que se cruzam em torno de 90° graus, NX.
Figura 2.1.4-(a): Hiperstênio, amarelado e fraturado com alto relevo, em Hiperstênio-Granito, LP (20X).
Figura 2.1.4-(b): Idem, NX, evidenciando baixa birrefringência (20X).
Manual de Petrologia Ígnea 8
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Acinzentado, amarelado ou
Clivagem,
Em uma direção paralela a {100} Cor: branco-esverdeado ao verde da
Partição:
oliva, e pardo
Densidade
3,2 - 3,9 Dureza: 5,5
Relativa:
Sistema Ortorrômbico
Classe: Bipiramidal
Cristalográfico:
Caráter
Birrefringência: Baixa, variando de 0,010 a 0,016 Biaxial
Óptico:
Figura 2.1.2.1-(a): Cristais tabulares de enstatita. Figura 2.1.2.1-(b): Direções ópticas e cristalográficas.
Figura 2.1.2.2-(a): Fenocristal de Enstatita, ao centro da fotomicrografia com relevo alto, nicóis paralelos, em enstatita-
andesito (20X). Figura 2.1.2.2-(b): Idem ao anterior, nicóis cruzados (20X).
Figura 2.1.2.3-(a): Enstatita em norito. O OPX grande no centro é orientado com seu eixo c cristalográfico orientado NS,
LP. Figura 2.1.2.3-(b): A Enstatita está extinta, de acordo com a simetria ortorrômbica deste mineral. O índice de
Birrefringência varia de primeira ordem superior, NX.
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Acinzentado, amarelado ou
Boa em {110}
Clivagem, Partição: Cor: branco-esverdeado ao verde
da oliva, e pardo.
Sistema
Ortorrômbico Classe Bipiramidal
Cristalográfico:
Caráter
Birrefringência: Baixa, variando de 0,008 a 0,009 Biaxial
Óptico
Extinção: Paralela Ângulo 2v 58º a 60º
Positiva, raio lento paralelo a
Sinal de Elongação: Relevo: Alto positivo
direção de clivagem
Usos: Algumas variedades de boa coloração podem ser usadas como gema e as variedades
magnesianas podem ser utilizadas na indústria de refratários.
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2.2 Clinopiroxênio:
Figura 2.2.1.1-(a): Cristal de augita em rocha. Figura 2.2.1.1-(b): Direções ópticas e cristalográficas.
Figura 2.2.1.2-(a): Observe as lamelas de pigeonita gêmeas neste grão. Pigeonita é um clinopiroxênio pobre em Ca, LP.
Figura 2.2.1.2-(b): Idem, nicois cruzados NX.
Figura 2.2.1.3-(a): Lamelas de exsolução em Augita, LP. Figura 2.2.1.3-(b): Observe as pequenas bandas exsolução escuro
dentro de algumas das bandas de maior exsolução, NX.
Manual de Petrologia Ígnea 12
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Figura 2.2.1.4-(a): Extinção inclinada de clinopiroxênio (extinção inclinada contrastatando com a paralela do Opx), NX.
Figura 2.2.1.4-(b): Extinção paralela do Hiperstênio, NX.
Figura 2.2.1.5-(a): Fenocristais sub-hedrais de Augita, sob nicóis paralelos, em piroxenito do tipo jacupiranguito, LP (20X).
Figura 2.2.1.5-(b): Idem ao anterior, NX (20X).
Figura 2.2.1.6-(a): Augita (clinopiroxênio, CPX), gabro. Esta Augita é ligeiramente acastanhada, e tem pequenas hastes
envolvidas e placas de óxidos de Fe-Ti. Estes formam a darkish, regiões nubladas com muitas fendas, LP. Figura 2.2.1.6-
(b): Augita (clinopiroxênio, CPX), gabro. Esta augite tem birrefringência irregular, até azul de segunda ordem, NX.
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Sistema
Monoclínico Classe: Prismática
Cristalográfico:
Figura 2.2.2.2-(a): Megafenocristal de Pigeonita, mostrando zoneamento discreto, observado a nicóis paralelos (5x).
Figura 2.2.2.2-(b): Idem, nicóis cruzados (5x).
Hábito: Tabular
Cor Incolor.
Clivagem, partição: Clivagem Boa em {110}
Densidade relativa: 3,3 - 3,46 Dureza: 6
Sistema
Monoclínico Classe Prismático
Cristalográfico:
na= 1,682 a 1,722; nb= 1,684 a 1,722;
Índice de Refração: Sinal Óptico: Positivo
ng= 1,705 a 1,751
Figura 2.2.3.1-(a): Cristais de Diopsídio (verdes). Figura 2.2.3.1-(b): Direções ópticas e cristalográficas.
Figura 2.2.3.2-(a): Cristais prismáticos, esverdeados, com relevo alto, de Diopsídio, em rocha calcossilicática fina, nicóis
paralelos (5X). Figura2.2.3.2-(b): Alta birrefringência, nicóis cruzados (5X).
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Figura 2.2.3.3-(a): Diopsídio é o mineral verde pálido no centro, LP. Figura 2.2.3.3-(b): Birrefringência alta, rosa de
segunda ordem, quando visto sob nicois cruzados, NX.
Densidade
3,2 - 3,5 Dureza: 5,5 - 6,5
Relativa:
Sistema
Monoclínico Classe: Prísmática
Cristalográfico:
3. Anfibólios: Grupo de minerais silicáticos hidratados, da classe inossilicatos, possuindo duas camadas de
tetraedros, SiO4 que se desenvolvem paralelamente ao eixo cristalográfico C. A estrutura cristalográfica dos
inossilicatos privilegia o crescimento do mineral na direção do eixo C, resultando para os anfibólios em hábito
de prismas alongados, agulhas ou fibrosos.
3.1 Clinoanfibólios:
Figura 3.1.1.2 (a): Ãngulos de clivagem ~ 120° graus, e em alguns trechos pleocroísmo marrom a verde, LP.
Figura 3.1.1.2 (b): Observação em nicois cruzados, NX.
Figura 3.1.1.3 (a): Fenocristal de Horblenda ao centro (cor marrom), associada a Clorita (cristais verdes), nicóis paralelos,
em horblenda-granito, LP (20X). Figura 3.1.1.3 (b): Idem ao anterior, NX (20X).
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Figura 3.1.1.4-(a): Hornblenda verde em um diorito. Pleocroísmo nestas faixas da Hornblenda de verde-amarelo para verde-
azulada a marrom-esverdeada, LP. Figura 3.1.1.4-(b): Idem ao anterior, nicois cruzados, NX.
Sistema
Monoclínico Classe: Prismático
Cristalográfico:
Índice de na= 1,615 a 1,705; nb= 1,618 a
Sinal Óptico: Negativa e positiva
Refração: 1,714; ng= 1,632 a 1,730.
Subespécies:
tschermakita - Ca2Mg3(Al,Fe3+)2Si6Al2O22(OH,F)2’ ;
edenita - (Ca,Na)2(Mg,Fe,Al)5Si7AlO22(OH)2. De Edenville, Nova Iorque (USA);
pargasita - (Ca,Na)2(Mg,Fe)4AlSi6Al2O22(OH)2. De Pargas (Finlândia). Pode ser considerada como uma
variedade sódica de hornblenda, com colação verde a azul;
hornblenda Basáltica - (Ca,Na)2-3(Mg,Fe)3-2(Fe,Al)2-3O2Si6Al2O22. (Sin.: Hornblenda marrom, oxi-
hornblenda ou lamprobolita). Variedade de hornblenda caracterizada por alto conteúdo de sesquióxidos,
principalmente Fe e Ti. Ocorre em basaltos (daí a denominação) e em outras rochas vulcânicas.
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Figura 3.1.2.1-(a): Cristal de Glaucofânio em rocha. Figura 3.1.2.1-(b): Direções ópticas e cristalográficas.
Figura 3.1.2.2-(a): Observe as cores de interferência anômalas azul-cinza no glaucofania, NX. Figura 3.1.2.2-(b): Observe
o pleocroismo roxo, luz plana, LP.
Prismático, maciço,
Hábito: Brilho: Lustroso, vítreo a perláceo
fibroso e colunar.
Figura 3.1.3.2-(a): Cristais de actinolita em xisto, de coloração verde em agregados fibrosos a nicóis paralelos LP, (20X).
Figura 3.1.3.2-(b): Idem anterior, nicóis cruzados, NX (20X).
Figura 3.1.3.2-(a): Talco forma a matriz de granulação fina entre os cristais prismáticos de tremolita nesta rocha, NX.
Observe as clivagens ~ 120 graus em algumas das seções tremolita.
Figura 3.1.3.2-(b): Tremolita prismática em anfibólio xisto, NX.
Manual de Petrologia Ígnea 21
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4. Micas: Grupo de minerais filossilicatos (hábito em placas ou folhas) constituídos como silicato de alumínio
hidratado com cátions como Mg, Fe, K, Li e outros caracterizando várias espécies minerais como biotita e
moscovita. As micas são os principais minerais dos xistos e estão espalhadas nas rochas ígneas, geralmente, em
teores menores, sendo um constituinte muito comum das rochas da crosta terrestre, notadamente em micaxistos,
granitos e outras rochas. Eles se formam em temperaturas mais baixas do que os anfibólios ou piroxênios, e com
freqüência representam substituições de minerais mais precoces, como resultado da alteração hidrotermal.
4.1 Biotita: K2(Mg, Fe2+)6-4(Fe3+,Al, Ti)0-2Si6-5Al2-3O20(OH,F)4 . Mineral silicato hidratado de Mg, Fe, K, Al, Ti
do grupo das micas.
Composição: 10,86 % K2O, 23,24 % MgO, 11,76 % Al2O3, 8,29 % FeO, 41,58 % SiO2, 3,64 % H2O.
Figura 4.4.2-(a): Observe a cor de interferência anômala vermelho. Figura 4.4.2-(b): Observe o pleocroísmo castanho-
avermelhado e as características em preto dos halos pleocróicos (causadas por danos da radiação).
Figura 4.4.3-(a): Cristais de Biotita de cores acastanhadas e hábito do tipo lamelar, associadas ao quartzo em granada-mica
xisto. Observe no cristal ao centro da fotomicrografia, halo pleocróico devido a presença de Zircão. Nicóis paralelos, LP
(5X). Figura 4.4.3-(b): Idem, nicóis cruzados, NX (10X).
Figura 4.4.4-(a): Granitos metaluminosos, mostrando vários grãos em diferentes orientações. Grão na extrema direita está
orientado com as clivagens para NS, e assim é quase opaco. A cor mais clara, amarela, a clivagem se encontra inclinada.
Grãos com as clivagens EW tem a menor absorção (não é mostrado nesta imagem), LP, 40x.
Figura 4.4.4-(b): Idem ao anterior, NX, 40X.
Manual de Petrologia Ígnea 23
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Clivagem,
Perfeita em {001} Preto, às vezes marrom-escuro
Partição: Cor:
ou verde-escuro.
Dureza: 2,5 - 3
0º a 25º
Extinção Paralela a direção de clivagem Ângulo 2v
Propriedades Pode ser identificada pelo hábito e cor. A Biotita pode ser diferenciada da Flogopita
Diagnósticas: por ser mais escura. A clivagem, pleocroísmo e extinção a diferencia da Horblenda.
4.2 Flogopita: K(Mg, Fe2+)3Si3AlO10(OH,F)2 , 11,23 % K2O, 28,84 % MgO, 12,16 % Al2O3, 42,99 % SiO2,
2,15 % H2O, 4,53 % F. Mineral silicato do grupo das micas biotíticas correspondendo aos termos mais
magnesianos com composição limite: (K2Mg2[Si6Al2O20](OH)4). A fórmula geral do grupo das biotitas é
K2(Mg,Fe2+)6-4(Fe3+,Al,Ti)0-2[Si6-5Al2-3O20](OH,F)4
Figura 4.2.1-(a): Cristais micáceos de flogopita. Figura 4.2.1-(b): Direções ópticas e cristalográficas
Figura 4.2.2-(a): Cristais de Flogopita, incolores, com clivagem em uma direção e hábito lamelar. Nicóis paralelos, em
calcário cristalino, LP (10X). Figura 4.2.2-(b): Idem ao anterior, nicóis cruzados, NX (10X).
Figura 4.3.1-(a): Cristais micáceos de moscovita. Figura 4.3.1-(b): Direções ópticas e cristalográficas.
Figura 4.3.2-(a): Moscovita, ao centro com clivagem em uma direção e hábito lamelar em Xisto, LP, (20X). Figura 4.3.2-
(b): Altas cores de interferência, nicóis cruzados, NX (20X).
Sistema
Pseudo-hexagonal Classe: Prismática
Cristalográfico:
Paralela a direção de
Extinção: Ângulo 2v: 30º a 40º
clivagem
Mineral comum, em rochas tais como gnaisses, xistos, granitos, arenitos e pegmatitos,
Associação:
onde forma cristais grandes, atingindo dimensões métricas.
Pode ser identificada pelo hábito e cor. Os minerais semelhantes a Muscovita são a
Propriedades
Biotita, o Talco e a Pirofilita. Entre propriedades mais características podemos citar o
Diagnósticas:
ângulo 2V, o hábito e o pleocroísmo mais baixo quando comparado a Biotita.
5. Clorita: Grupo de minerais filossilicáticos de hábito lamelar, geralmente formada por alteração de outros
minerais. com diversos representantes, tais como: turingita – (Fe2+,Fe3+,Al,Mg)6(Al,Si)4O10(OH)8, chamoisita -
(Mg,Fe)3Fe3+3(Al,Si3)O10(OH)8, delessita - (Mg,Fe,Fe3+Al)6(Al,Si)4O10(OH)8, pseudoturingita, sheridanita -
(Mg,Al)6(Al,Si)4O10(OH)8, ripidolita - (Mg,Fe)9Al6Si5O20(OH)16, pennantita - (Mn,Al)6(Al,Si)4O10(OH)8,
corundofilita - (Mg,Fe)3(Al,Fe)3(Al,Si)4O10(OH)8, dafnita - (Mg,Fe)3(Fe,Al)3(Al,Si)4O10(OH)8, clinocloro -
(Mg,Fe2+,Al)6(Al,Si)4O10(OH)8, picnoclorita – (Fe,Mn,Ca,Mg)O. (Al,Fe)2O3.SiO2, brunsvigita , peninita -
(Mg,Fe2+,Al)6(Al,Si)4O10(OH)8, diabantita - (Mg,Fe,Al)6(Al,Si)4O10(OH)8, talco-clorita, amesita -
(Mg,Fe)4Al4Si2O10(OH)8, grinalita – (Fe2+,Fe3+)5-6Si4O10(OH)8, cronstedtita – Fe8Si2O10(OH)8, kemmererita -
(Mg,Fe)5(Al,O2)AlSi3O10(OH)8 e proclorita (Mg,Fe,Al)(Si2,5Al1,5)O10(OH)8
Figura 5.1.1 (a): Seção delgada mostrando cristais de clorita em rocha. Figura 5.1.1 (b): Direções ópticas e cristalográficas.
Figura 5.1.2-(a): Clorita definindo a foliação da rocha, que também mostra alguma clivagem de crenulação. A foliação é
representada por planos paralelos (folhas) em uma rocha metamórfica. Figura 5.1.2-(b): Neste caso, a foliação é definida por
folhas alinhadas de moscovita imprensada entre os grãos de quartzo.
Figura 5.1.3-(a): Nesta foto, grande quantidade de biotita marrom avermelhada é parcialmente substituída por clorita verde.
Figura 5.1.3-(b): Idem ao anterior. Clorita substituindo biotita.
Manual de Petrologia Ígnea 28
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Clivagem,
Perfeita em {001} Cor: Verde
Partição:
Densidade
2,6 – 3 Dureza: 1,5 - 2,5
Relativa:
Sistema
Monoclínico Classe: Prismática
Cristalográfico:
Propriedades Pode ser identificada pelo hábito e cor e brilho. As características principais da Clorita
Diagnósticas: são a extinção quase reta e as cores de interferência anômalas.
6. Carbonatos:
Figura 6.1.1-(a): Cristais romboédricos de calcita figura. Figura 6.1.1-(b): Direções ópticas e cristalográficas.
Manual de Petrologia Ígnea 30
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Figura 6.1.2-(a): Fenocristal de Calcita em carbonatito. Apresenta-se incolor, com clivagem romboédrica proeminente, à
nicóis paralelos, LP (20x). Figura 6.1.2-(b): Idem ao anterior em nicóis cruzados, NX (20x).
Figura 6.1.3-(a):Observe a clivagem romboédrica e cores de interferência muito alta ordem, NX. Figura 6.1.3-(b): Calcita
em luz plana, LP. Observe a clivagem romboédrica.
Figura 6.1.4-(a):Veio de calcita formado com a penetração de fluidos em fratura aberta durante a alteração desta rocha.
Observe como grãos laranja e vermelhos de kaersutite (anfibólio) corresponder-se através da fratura, NX. Figura 6.1.4-(b):
Calcita em um Granito Alcalino. Calcita tem birrefringência muito alta e a cor de interferência é difícil de julgar a partir das
cores de alta ordem (pastel). É mais confiável olhar para uma borda fina e contar o número de bandas magenta. O cristal de
calcita na parte inferior do centro da imagem tem birrefringência ~ 8 ordem. NX, 200x.
Manual de Petrologia Ígnea 31
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Prismático, romboédrico ou
Hábito: Escalenoédrico; Agregados Brilho: Vítreo a terroso
geralmente anedral
2,72
Densidade Relativa: Dureza: 3
Sistema
Trigonal Classe: Hexagonal escalenoédrica
Cristalográfico:
Índice de Refração: ne= 1,486 e nw= 1,658 Sinal Óptico: Negativo
Simétrica as direções de
Extinção:
clivagem
Varia com a direção, em ne
Relevo: será baixo negativo e em nw
Difícil identificação devido a alto positivo
Sinal de Elongação:
extrema birrefringência
7. Feldspatos (K,Na,Ca)(Si,Al)4O8:
Constitui uma família de minerais
alumossilicatos de potássio (k-feldspato como
ortoclásio, sanidina), e sódio e cálcio (grupo
dos plagioclásios), principalmente.
A figura ao lado, mostra um diagrama ternário,
com as possibilidades de existência de um
feldspato com uma fórmula química definida.
No vértice superior temos o ortoclásio, que
forma junto com a albita, a série dos feldspatos
alcalinos, ou álcali-feldspatos. Na aresta que
liga o ortoclásio a anortita, devido à diferença
entre os raios atômicos do Ca e K não permite
que um substitua o outro nas estruturas dos
respectivos minerais. Entre a albita e a anortita
temos o grupo dos plagioclásios.
Figura 7.1: Diagrama ternário mostrando as possibilidades de variação na composição dos feldspatos [Segundo H. L. Alling,
Jour. Geol., XXIX 1921 (modificado)].
7.1 Séries dos Feldspatos Alcalinos: O Ortoclásio é reconhecido por sua cor, dureza e clivagem em ângulo
reto, além de ausência de lamelas de geminação sobre sua melhor superfície de clivagem. O Microclínio é
distinguido principalmente pelo microscópio óptico, devido a apresentar geminação da Lei Periclina em forma
semelhante ao tabuleiro de xadrez. Pois nem sempre é possível visualizar esse tipo de geminação a olho nu. E
também quando a cor do mineral é verde forte, tratando-se do Microclínio.
Figura 7.1.1.1-(a): Ortoclásio em dacito hipoabissal intrusivo. Luz plana, LP 40x. Figura 7.1.1.1-(b): Ortoclásio em dacito
hipoabissal intrusiva. Observe os dois domínios da geminação carlsbad, nicois cruzados NX, (40x).
Manual de Petrologia Ígnea 33
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Figura 7.1.1.2-(a): Ortoclásio sob NX. Geminação carlsbad, periclina e albita. Figura 7.1.1.2-(b): Observe a mudança na
visão da geminação quando a lamina é girada no sentido anti-horário. Esta é uma visão característica de ortoclásio sob nicois
cruzados.
Prismático e alongado
Hábito: Brilho: Vítreo
paralelamente ao eixo a ou c.
Incolor em lâminas
Clivagem perfeita em {001}, Cor/
Clivagem, Partição: delgadas. Sem
clivagem boa em {010} Pleocroísmo:
pleocroismo.
Figura 7.1.2.1-(a): "Tartan" geminação em microclina. Contraste com esta geminação polissintética em plagioclásio. Figura
7.1.2.1-(b): Plagioclásio e sua geminação polissintética.
Figura 7.1.2.2-(a): Fotomicrografia de microclina em luz polarizada plano LP. Figura 7.1.2.2-(b): Idem, NX.
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Figura 7.1.2.3-(a) Microclina feitos de granito peraluminosos LP e Figura 7.1.2.3-(b) Idem NX.
Observe o "grid" ou "tartan xadrez" padrão de geminação que resulta do cruzamento de albita e periclina,
domínios formados durante a inversão de ortoclásio monoclínico para microclina triclínico durante o
resfriamento. Essa inversão e mudança no sistema de cristal está associado a ordenação crescente ou alumínio
em cristalografia sites.
Gêmeos albita e periclina são impossíveis em monoclínica ortoclásio e sanidina, e desenvolver assim só durante
a inversão de triclínico microclina. O triclínico, domínios gêmeos, possui núcleos com os ângulos triclínico
inclinando de uma forma ou de outra, mas quando eles começam é assim que o gêmeo cresce. Porque muitos
núcleos possuem domínios individuais, há um grande número de finas, domínios espigados e descontínuos no
produto microclina final. Porque a geminação grade é uma textura de inversão, isso mostra que o feldspato
original é monoclínica. Cristais de microclina que crescem abaixo da temperatura de inversão não tem grade de
geminação como este.
Manual de Petrologia Ígnea 36
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Figura 7.1.3.1-(a): Cristal de sanidina em rocha. Figura 7.1.3.1-(b): Direções ópticas e cristalográficas.
Manual de Petrologia Ígnea 37
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Figura 7.1.3.2-(a): Esta é uma seção fina de sanidina, atravessada por luz plana, LP. Figura 7.1.3.2-(b): O contraste de luz e
escuridão demonstra a geminação Carlsbad, que é frequentemente visto na Sanidina, NX.
7.2 Séries dos Plagioclásios: Grupo de minerais feldspáticos, alumo-silicáticos sódico-cálcicos, triclínicos, de
fórmula geral (Na,Ca)Al(Si,Al)Si2O8, que constituem uma série isomórfica completa, variando desde o termo
mais sódico (albita-NaAlSi3O8) até o mais cálcico (anortita-CaAl2Si2O8).O grupo dos plagioclásios constitui um
dos grupos mais importantes da constituição das rochas em geral. Os plagioclásios apresentam geminação na lei
albita, e possuem aspecto lamelar sob a superfície da clivagem basal. Também é distinguida pela densidade
relativa maior que os feldspatos potássicos. Os diferentes tipos de plagioclásio são distinguidos entre si
recorrendo-se ao microscópio óptico, e medindo o ângulo de extinção de suas lamelas geminadas.
As espécies minerais do grupo são os seguintes limites dos componentes albita e anortita na solução sólida:
Gráfico 7.2.1: A Anortita é um mineral cálcico e de maior temperatura. A Albita é mais sódica, e de menor temperatura.
Gráfico 7.2.2: Variação do ângulo máximo de extinção da geminação albita em seções perpendiculares a (010} com a
composição na série dos plagioclásios (Michel-Lévy , 1877).
Manual de Petrologia Ígnea 39
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Figura 7.2-(a): Plagioclásio, não zoneado, em hornblenda diorito. Observe o forte conjunto paralelo de geminação albita, e o
conjunto menos visível de gêminação periclinica inclinada quase perpendicular a gêminação albita. Figura 7.2-(b): Este é
um plagioclásio fenocristalino em uma rocha vulcânica. Observação: o zoneamento do mineral indicando variação na
composição do centro para borda.
Figura 7.2.2-(a): Plagioclásio, zoneado, em um pórfiro dacito. Este Plagioclásio parece bastante homogêneo à luz plana, LP.
Figura 7.2.2-(b) Plagioclásio, zoneado, em um pórfiro dacito, NX. Este plagioclásio tem zoneamento oscilatório fino, em
que a composição varia entre mais ou menos composições anortita-ricos. Discordâncias internas seguidas por overgrowths
euédricos são também visíveis.
Manual de Petrologia Ígnea 40
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Vítreo a
Hábito: Tabular Brilho:
nacarado
Densidade
2,76 Dureza: 6 - 6,5
Relativa:
Sistema
Tríclinico Classe: Pinacoidal
Cristalográfico:
Sinal de
Relevo: Positivo
Elongação:
Propriedades Geminações múltiplas de albita (010), Carlsbad simples (010), periclina de repetição
Diagnósticas: (001). Birrefringência e relevo relativamente altos para feldspato, caráter ótico (-).
Figura 7.2.2.1-(a): Cristais de bitownita em rocha. Figura 7.2.2.1-(b): Direções ópticas e cristalográficas
Na=1.564 a 1.573;
Índice de Refração: nb=1.569 a 1.579; Sinal Óptico: Negativo
ng=1.573 a 1.585
Figura 7.2.4.2-(a): Cristais tabulares de andesina, incolores em andesitos, a nicóis paralelos LP (10X). Figura 7.2.4.2-(b):
Idem ao anterior com nicóis cruzados NX (10X).
Usos: Cerâmica
Manual de Petrologia Ígnea 44
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Composição: 9,34 % Na2O, 4,23 % CaO, 23,05 % Al2O3, 63,38 % SiO2 . Mineral silicato sódico-cálcico do
grupo dos plagioclásios, variando de An10% a An30% da série isomórfica.
Figura 7.2.5.2-(a): Oligoclásio, cor cinzentada, com baixo relevo, nicóis descruzados, associado a Horblenda, em granito LP
(20X) . Figura 7.2.5.2-(b): Cristal geminado de oligoclásio, nicóis cruzados, em granito NX (20X).
Manual de Petrologia Ígnea 45
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Densidade
2,6 - 2,7 Dureza: 6
Relativa:
Sistema
Triclínico Classe Pinacoidal
Cristalográfico
Associação: Pode estar associado a outros feldspatos, granadas, biotita, moscovita e anfibólio.
Propriedades O Oligoclásio pode ser identificado pelo seu baixo ângulo de extinção e índices de
Diagnósticas: refração.
Figura 7.2.6.2-(a): Ripas de Albita, mineral incolor de hábito tabular, em greisen com cristais amarelados de Piroxênio,
nicóis paralelos, LP (10X). Figura 7.2.6.2-(b): Idem ao anterior, nicóis cruzados, NX. Observar geminação polissintética em
alguns cristais (10X).
Vítreo a
Hábito: Agregados granulares auhedrais. Brilho:
nacarado
Sistema
Triclínico Classe Pinacoidal
Cristalográfico:
Caráter
Birrefringência: Baixa, variando de 0,045 a 0,011. Biaxial
Óptico
Propriedades A Albita possui índices de refração menores do que o índice do bálsamo. Quando
Diagnósticas: presente, a geminação é predominantemente do tipo polissintética.
Figura 8.2-(a): cristal de quartzo em álcali granito LP. Figura 8.2-(b): nicóis cruzados NX (20x).
Figura 8.2-(a): Cristal de quartzo deformado em um granito metaluminoso. Tensão fez com que o cristal de quartzo se
deformar-se em domínios com ângulos ligeiramente diferentes de extinção. Figura 8.2-(b): Inclusões fluidas em quartzo em
granito alcalino. A inclusão, no centro tem um limite irregular exterior, dentro dos quais é uma camada de água líquida, uma
camada de CO2 líquido, e uma bolha central de vapor (principalmente CO2). No momento da captura desta inclusão
secundária, o fluido H2O-CO2 binário, LP, (1000x).
Manual de Petrologia Ígnea 48
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9. Minerais Acessórios:
Figura 9.1.2-(a): Cristais verde amarelado, de forma pseudo-losangular de Titanita, rocha Anfibolito, com Hornblenda, à
direita, e Plagioclásios, LP (20x). Figura 9.1.2-(b): Idem, NX, revelando a alta birrefringência da Titanita.
Figura 9.1.3-(a): Titanita geralmente forma cristais em forma de cunha como este. Além disso, observe o relevo
extremamente elevada LP. Figura 9.1.3-(b): Observe as cores de interferência muito alta NX.
Figura 9.1.4-(a): Fotografia de um grão titanita tomadas em LP. Figura 9.1.4-(b): O mesmo cristal com nicóis cruzados,
NX.
Manual de Petrologia Ígnea 50
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Lustroso, adamantino a
Hábito: Cristais euhedrais Brilho:
resinoso.
Clivagem - Boa em {110}, Partição Incolor, amarelo, verde,
Clivagem, partição: Cor:
Paralela a {221} castanho a preto.
Densidade relativa: 3,4 - 3,5 Dureza: 5 - 5,5
Sistema
Monoclínico Classe: Prismática
Cristalográfico:
na= 1,843 a 1,950; nb= 1,870 a
Índice de Refração: Sinal Óptico: Positivo
2034; ng= 1,943 a 2,110,
Birrefringência Extrema, variando de 0,092 a 0,141 Caráter Óptico: Biaxial
A seções rômbicas tem extinção
Extinção: Ângulo 2v: 23º a 50º
simétrica
Difícil identificação devido a alta
Sinal de Elongação: Relevo: Alto positivo
birrefringência
Pleocroismo: Geralmente incolor. Pode apresentar pleocroísmo, amarelo, verde e marrom.
A Titanita é um mineral acessório que ocorre em granitos e rochas metamórficas
Paragênese:
como gnaisses e xistos.
Associação: Associado a adularia, albita, epidoto, plagioclásio, hornblenda.
Brilho, hábito, dureza, formato esfenoidal em lâmina delgada, propriedades ópticas.
Propriedades
O mineral Monazita pode ser confundido com Titanita, mas possui menor
Diagnósticas:
birrefringência.
Mineral acessório de rochas ígneas ácidas a intermediárias, abundante em nefelina-
Ocorrência: sienitos. Presente também em rochas metamórficas como xistos e gnaisses ricos em
minerais ferromagnesianos, calcários impuros e skarnitos.
Usos: Gema e fonte de titânio.
Figura 9.2.1-(a): Cristal de Zircão em Biotita. Figura 9.2.1-(b): Direções ópticas e cristalográficas.
Figura 9.2.2-(a): Cristal de Zircão em Biotita, rocha Biotita Xisto, formando Halos pleocroícos, observe o hábito prismático
e alto relevo, LP (5X). Figura 9.2.2-(b): Grande Halo Pleocróico de Zircão em Biotita, LP (10X).
Manual de Petrologia Ígnea 51
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Figura 9.2.3: Cordierita-biotita granada granulito (protólito: granitóide aluminoso) do Complexo Barro Alto, Goiás,
apresentando halos pleocróicos. O halo com pleocroismo amarelo a incolor/branco, aqui em torno de inclusão de zircão
parcialmente metamictizado, é característico de cordierita; acima deste halo podem ser vistos, também, halos de pleocroismo
marrom escuro a negro, na biotita marrom que provem da transformação retrometamórfica da mesma cordierita. [Lado maior
da foto ~2 mm; luz//]
Extinção: Paralela
Relevo: Muito alto positivo
Sinal de Elongação: Negativa
Associação: Variável
Propriedades
O Zircão pode ser diferenciado da Apatita pelo alto relevo e birrefringência.
Diagnósticas:
9.3 Apatita: [Ca5(PO4)3(F,OH,Cl)]. Composição 41,8% P2O5 , 55,0% CaO , 1,2% F, 2,3% Cl , 0,6% H2O.
Mineral fosfato de cálcio e flúor/cloro.
Figura 9.3.2-(a): Cristais de Apatita, incolores com hábito euhedral, inclusos em fenocristal de Biotita à nicóis paralelos
(20x). Figura 9.3.2-(b): Idem ao anterior, nicóis cruzados NX, (20x).
Figura 9.3.3-(a): Cristais de apatita em um norito. Esta visão tem vários cristais de apatita e em sua maioria dispostos em
torno de plagioclásio com OPX. Apatita é incolor, geralmente alongada e, normalmente, tem seções finais hexagonais. Seu
relevo é menos do que o piroxênio, mas é maior do que qualquer luz polarizada no feldspato. LP 100x. Figura 9.3.3-(b):
Cristais de apatita em um norito. A birrefringência ordem muito baixo primeiro é óbvio. Apatita tem sinal negativo do
alongamento. Apatita é extremamente comum em pequenas quantidades em rochas ígneas. De fato, é raro encontrar uma
rocha ígnea terrestre sem pelo menos algumas apatitas. Cruz de luz polarizada, 100x.
Manual de Petrologia Ígnea 53
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Figura 9.3.4: Pequenos cristais alongados de apatita são encontrados dentro de um cristal de hornblenda.
Figura 9.3.5-(a): Esta é uma foto de um cristal de apatita na luz plano polarizada. O contorno da apatita é pouco visível
devido ao relevo moderado. Figura 9.3.5-(b): Idem, NX.
Geralmente cristais
Hábito: Brilho: Vítreo a subresinoso
prismáticos de seis lados
Clivagem, Partição, Imperfeita {0001} Fratura
Cor: Incolor
Fratura: - Conchoidal
Dureza: 5 Traço:
Propriedades
Densidade Relativa: 3,1 - 3,2
Elétricas:
Sistema Cristalográfico: Hexagonal Classe: Bipiramidal hexagonal
ne= 1,624 a 1,666 ;
Índice de Refração: Sinal Óptico: Negativo
nw= 1,629 a 1,667
Baixa, variando de 0,003 a
Birrefringência: Caráter Óptico: Uniaxial
0,004
Extinção: Paralela Ângulo 2v:
Nos cristais de hábito
Sinal de Elongação: Relevo: Moderado positivo
prismático é negativa
A Apatita é um mineral acessório comum em rochas ígneas. Ocorre também em
Paragênese:
pegmatitos, veios de alta temperatura e calcários metamórficos.
Associação: Associada a quartzo, feldspato, turmalinas, muscovita, berilo, entre outros.
A Apatita é facilmente reconhecida em relação a outros minerais incolores, por
Propriedades
seu relevo moderado positivo e por sua seção basal hexagonal, sempre extinta a
Diagnósticas:
nicóis cruzados. Via de regra estas seções não fornecem figuras de interferência.
Ocorre em rochas magmáticas, metamórficas e hidrotermais como mineral
Ocorrência: acessório. Pode também ocorrer em rochas sedimentares, como clastos ou como
mineral secundário.
Fabricação de fertilizantes, ração animal, ácido fosfórico, detergentes,
Usos:
inseticidas e até gemas.
Manual de Petrologia Ígnea 54
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Figura 9.4.2-(a): Fluorita, evidenciando clivagem octaédrica, LP (20X). Figura 9.4.2-(b): Idem ao anterior, na parte inferior
do grão é possível ver a linha de Becker (20X)
Figura 9.4.3-(a): Fluorita em granito metaluminosos. A fluorita aqui é provavelmente primária, como ocorre como euédricos
e subédricos monocristais em uma matriz relativamente fina de uma margem pluton refrigerados. Tem relevo negativo alto,
seu índice de refração sendo consideravelmente menor do que o quartzo e feldspato adjacentes. Luz plana polarizada, 100x.
Figura 9.4.3-(b): Fluorita, é claro, é isotrópico. (NX), 100x.
Manual de Petrologia Ígnea 55
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Vítreo, transparente a
Hábito: Cristais euhedrais Brilho:
translúcido
Perfeita octaédrica
Clivagem, Partição: Cor: Incolor
{111}
Propriedades
Identifica-se a Fluorita pelo relevo, clivagem e isotropia.
Diagnósticas:
Figura 9.5.2-(a): Fotomicrografia de monazita (grão equante pequeno no centro) LP, 10x. Figura 9.5.2-(b): Monazita ao
centro rosa, NX (10x).
Vermelho, amarelo-
Clivagem - Perfeita {001}/ Partição -
Cor / amarronzado.
Clivagem, Partição: Incomum {001} e {110}/ Fratura -
Pleocroismo: Pleocroismo verde pálido
Conchoídal
na seção fina
4,9 - 5.3
Densidade Relativa: Dureza: 5 - 5,5
Sistema
Monoclínico Classe : Prismática
Cristalográfico:
Caráter
Birrefringência: 0.045-0.075 Biaxial
Óptico:
Extinção: Paralela Ângulo 2v: 7-19
Associação: Variada
Propriedades Quase insolúvel em HCl, atacado lentamente pelo HNO3, cor da chama e outros
Diagnósticas: testes químicos
Figura 9.6.2-(a): Epidoto, grãos amarelados, LP, em xisto, associado a Biotita.(20X). Figura 9.6.2-(b): Idem ao anterior,
mostrando, alta birrefringência e cores anômalas. NX, (20X).
Figura 9.6.3-(a): Epídoto em um granodiorito calcico-alcalino. Em geral, o epídoto em rochas ígneas tem teor de Fe3 +
bastante elevado, e é, portanto, Pistacite (variedade do epídoto). Pode ser pálido verde-amarelo, mas mais comumente, é
essencialmente incolor. Tem alto relevo e é comumente associada a outros minerais ricos em Ca, como hornblenda,
plagioclásio e titanita. LP, 100x. Figura 9.6.3-(b): Quanto maior o teor Fe3 +, maior a birrefringência e mais escura a cor
verde-amarelo. Normalmente, a birrefringência é de 2ª ordem e 3ª, com seu alto-relevo e falta comum de cor, pode
assemelhar-se a olivina. Epidoto, no entanto, comumente tem geminação simples, pode ter zoneamento no ângulo de
birrefringência e extinção, pode ocorrer com quartzo e vários minerais como clorita hidratada e sericita, com os quais a
olivina é suscetível de alterar a serpentina. NX, 100x.
Manual de Petrologia Ígnea 58
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Figura 9.6.4-(a) LP e Figura 9.6.4-(b) NX: Epídoto é caracterizado pela sua cor verde e uma clivagem perfeita.. Streak é
branco ao cinza. Clinozoisite e epidoto que se destacam de eachother por sinal óptico, birrefringência, e cor, NX.
Ocorre na forma de
Hábito: Brilho: Vítreo a Resinoso
agregados granulares
Sistema
Monoclínico Classe Prismático
Cristalográfico:
9.7 Granada
Grupo de minerais ortossilicáticos, isométricos, com fórmula geral a3b2(SiO4)3 ("a" pode ser Ca,Mg,Fe2,Mn2 e
"b", Al, Fe3, Mn3,V3,Cr), e constituinte muito comum em rochas metamórficas e metassomáticas, podendo
cristalizar, também, em rochas ígneas. O grupo das granadas apresenta os seguintes minerais principais (pode
ocorrer diadocia pronunciada entre vários desses membros finais: Almandina (Fe,Al); andradita (Ca,Fe);
grossulária (Ca,Al); piropo (Mg,Al); espessartita (Mn,Al); uvarovita (Ca,Cr).
Figura 9.7.2-(a): No centro, cristal de Granada rodeada por cristais de Biotita, nicóis paralelos, em Granada xisto LP (40X)
Figura 9.7.2-(b): Idem, ao anterior, nicóis cruzados mostrando textura poiqüilítica NX (20X).
Figura 9.7.3-(a): Fotomicrografia de uma granada almandina em LP. Figura 9.7.3-(b): Idem, NX.
Manual de Petrologia Ígnea 60
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Figura 9.7.4-(a): A granada é clara e tem relevo muito alto. O material é marrom claro é Biotita. A maioria do material claro
é quartzo. Figura 9.7.4-(b): Em nicois cruzados, granada é isotrópico. As áreas pretas são maiores do que a granada visível
acima por causa do processo de moagem, onde parte da granada quebrou na lâmina durante a confecção.
10.1 Conceitos
As rochas ígneas ou magmáticas são geradas no interior da Terra, no manto ou crosta terrestre e podem, de
maneira geral, ser classificadas sob dois critérios: texturais e mineralógicos.
O primeiro deles é especialmente útil na identificação do ambiente onde a rocha se cristalizou. Assim, as lavas
de um vulcão solidificam-se rapidamente na superfície terrestre e, portanto, desenvolvem texturas onde há
presença freqüente de vidro e proporção variada de cristais (de holo a hipovítrea), ou então revelam o
movimento das lavas na superfície (textura fluidal, pilotaxítica). Estas texturas são então características de
rochas que se solidificaram a partir de um magma quente que extravasou na superfície, constituindo um grupo de
rochas denominadas efusivas ou vulcânicas. Por outro lado, as rochas que se cristalizam em profundidade
perdem calor de forma muito lenta e desenvolvem cristais bem formados, normalmente de grandes dimensões
(rochas holocristalinas) e são chamadas de rochas plutônicas. Além disso, existem rochas que foram geradas em
profundidade e se cristalizaram em ambientes mais rasos sem, entretanto, extravasar na superfície terrestre. São
chamadas de hipoabissais, e mostram texturas intermediárias em relação à plutônicas e efusivas (porfiríticas,
intergranulares, etc).
A classificação baseada na mineralogia da rocha é fundamentada na proporção entre seus minerais principais,
que podem ser agrupados em dois tipos: félsicos (minerais claros e leves: quartzo, feldspato potássico,
plagioclásio, feldspatoídes, etc) e máficos (minerais escuros e densos: micas, anfibólios, piroxênios, minerais
opacos e acessórios como epidoto, alanita, granada, carbonatos primários, etc). Desta forma, são utilizados
diagramas classificatórios, sendo o Q-A-P-F usado para rochas com menos de 90% de minerais máficos.
Originam-se da consolidação do magma (fusão silicatada), elas derivam, por vários processos, as rochas
sedimentares e as rochas metamórficas. Uma rocha magmática expressa as condições geológicas em que se
formou graças a sua textura. A textura diz principalmente do tamanho e da disposição dos minerais que
constituem a rocha, enquanto que a natureza mineralógica dos cristais ou mesmo do vidro diz a composição
química aproximada, pois os magmas possuem geralmente elementos voláteis que podem escapar durante o
processo de consolidação.
A textura apresentada pelas rochas ígnea expressa à consolidação geológica na qual foi formada, assim o magma
ao consolidar-se no interior da crosta terrestre, a vários quilômetros de profundidade, forma as chamadas rochas
intrusivas ou plutônicas. Como o resfriamento ocorre de forma lenta, os minerais têm a possibilidade de
apresentar um bom desenvolvimento originando uma textura equigranular.
Portanto, as rochas intrusivas são constituídas por minerais bem cristalizados. Exemplos: granito, gabro e
diorito. Por outro lado, em outras condições geológicas, o magma pode extravasar na superfície formando rochas
extrusivas (vulcânicas ou efusivas). Assim o magma passa bruscamente do estado líquido para o estado sólido
adquirindo uma textura vítrea, pelo fato de não haver tempo para dar-se a cristalização dos minerais. Se já
houver um início de cristalização no interior das câmaras onde se acha o magma, esses cristais em formação
serão arrastados para a superfície pelo restante do magma ainda em fusão. Quando atinge a superfície, a lava
consolida rapidamente, graças a queda brusca de temperatura e, como resultado, tem-se uma textura porfirítica.
Exemplos de rochas extrusivas são os riolitos, basaltos e andesitos.
Manual de Petrologia Ígnea 62
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10.2.1 Variações
Como visto na Serie de Bowen a depender da composição original do sólido a ser fundido e da % de
fusão, produtos fundidos totalmente diferentes podem ser gerados.
O caso do Manto. Altas % magmas ultramáficos, médias a baixas % magmas basálticos tholeíticos
(fontes mais rasas) e muito baixas % magmas alcalinos (fontes mais profundas).
Magma Máfico: Fusão parcial do manto superior: por exemplo, divergentes em centros de expansão.
Magma Intermediário: Fusão parcial de rochas sedimentares e litosfera máficos: por exemplo, em zonas de
subducção.
Magma Félsico: Fusão parcial das rochas da crosta continental.
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A cristalização do magma não é instantânea, variando com a temperatura local e com o tempo de
resfriamento de Cristais e líquidos coexistentes, raramente tem a mesma composição química e se os
cristais se separam do magma o líquido residual irá diferir da composição do magma original. O
resultado é uma progressiva mudança na composição magmática descrita como cristalização diferencial
ou cristalização fracionada.
Mecanismos de Separação
Diferenciação por fluxo: Se um fluido com partículas suspensas flui através de um conduto essas
partículas tendem a migrar para zonas de maior velocidade onde o atrito com as paredes é menor. Isso
pode produzir uma diferença na composição dos magmas no centro e nas bordas dos condutos.
Filtragem por pressão: O magma possui maior mobilidade que os cristais que estão incorporados nele,
com isso por vezes ao atravessar uma conduto pode deixar para trás os cristais que carrega resultando
em um produto final de composição diferente da massa magmática original.
Cristalização Seletiva: Cada mineral tem uma temperatura especifica de cristalização, desse modo
cristais com temperatura mais alta de formação se cristalizam primeiro enriquecendo e mudando a
composição do magma original em elementos que formarão cristais de mais baixa temperatura de
formação.
Diferenciação de fase volátil: Os voláteis (principalmente H 2O e CO2) do magma podem escapar com
maior facilidade que as fases sólidas e as líquidas. Desse modo com suas liberações pode haver
mudanças entre as composições originais e finais do magma.
Manual de Petrologia Ígnea 64
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Figura 10.2.4. Processo esquemático de cristalização fracionada do magma primário basáltico segundo a série Ca-calcaina.
Através do resfriamento e conseqüente cristalização dos respectivos minerais, o magma primário basáltico, que é máfico (alto
FeO e MgO) e básico (baixo SiO2), fraciona-se em félsico (baixo FeO e MgO) e ácido (alto SiO2), diminuindo a quantidade
do líquido residual.
Manual de Petrologia Ígnea 65
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10.3.1 Intrusivas:
O resfriamento se dá no interior da Crosta. Cristalizam-se a partir do magma lentamente em fraturas na crosta da
Terra, perto dos contatos intrusivos, metamorfismo de contato e origina, por exemplo, granito e gabro. Textura
normalmente fanerítica.
10.3.2 Extrusivas:
Formadas na Superfície Terrestre. Rochas de granulometria fina, formadas através do resfriamento rápido do
magma. Certas rochas desta categoria possuem textura porfirítica. A massa fundamental pode ser tanto
holocristalina, hialocristalina quanto vítrea. Exemplos típicos: basalto, andesito e riolito.
As rochas da granulometria média de textura porfirítica são denominadas adicionando-se “pórfiro” com
hífen atrás do nome de cada rocha de granulometria grossa, tais como granito-pórfiro, granodiorito-pórfiro, etc.
As rochas de granulometria média com textura equigranular (sem fenocristais) são chamadas freqüentemente
com o prefixo “micro”, tais como “microgranito”, “microgranodiorito”, “microdiorito”, “microgabro”, etc.
SEM QUARTZO:
PREDOMINA EQUIVALE PREDOMINA PREDOMINA PREDOMINA
OCORRÊNCIA TEXTURA K Feldspatos K Feldspato Na Plagioclásio Ca Plagioclásio
K Feldspatos e (Deficiência em Sílica)
AUMENTO DA PROFUNDIDADE
Na Plagioclásios
Holohialina;
Pórfira;
VULCÂNICAS
Microcristalin RIOLITO DACITO TRAQUITO ANDESITO
OU BASALTO
EXTRUSIVAS a; Nas rochas equivalentes às
Equigranular
saturadas, acrescenta-se
Fina.
RIOLITO DACITO TRAQUITO ANDESITO com prefixo o nome do
PLUTÔNICAS Pórfira; PÓRIFRO PÓRFIRO PÓRFIRO PÓRFIRO mineral deficiente em
HIPO- Equigranular
ABISSAIS fina à média. DIABÁSIO sílica.
GRANITO GRANODIRITO SIENITO DIORITO
FINO FINO FINO FINO
Ex: Olivina - Basalto
Equigranular
PLUTÔNICAS média à rossa; GRANITO GRANODIORITO DIORITO GABRO
ABISSAIS Porfirítica.
SIENITO
Bloco Diagrama: Formação das Rochas Ígneas: (1) Piroclastos; (2) Extrusivas; (3) Intrusivas; (4) Porfíro:
parcialmente cristalino.
Manual de Petrologia Ígnea 67
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Composição: os minerais félsicos derretem em temperaturas mais baixas do que os minerais máficos.
Pressão: o aumento da pressão aumenta pontos de fusão.
Conteúdo de Água: o teor de água maior reduz pontos de fusão.
Manual de Petrologia Ígnea 68
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O índice de cor representa semiquantitativamente o teor de FeO e MgO em rochas ígneas. Durante
resfriamento magmático, os minerais acessórios, apatita, magnetita, etc., tendem a se cristalizar em primeiro
lugar em alta temperatura, os minerais máficos, olivina, ortopiroxênio, clinopiroxênio, etc., em segundo lugar
em temperatura média, e os minerais félsicos, plagioclásio, feldspato alcalino, quartzo, etc., no último lugar
em baixa Temperatura.
Figura 10.5.1. Cor macroscópica geral de: (A) granito; (B) gabro.
De acordo com avanço da cristalização fracionada, as rochas derivadas do magma em evolução tendem a
diminuir o índice de cor (Figura 10.5.1). Desta forma, rochas melanocráticas são relacionadas a magmas de alta
temperatura, de composição máfica, que é próxima à do magma primário. Por outro lado, rochas leucocráticas
são relacionadas a magmas de baixa temperatura, de composição félsica, correspondente ao estágio avançado de
cristalização fracionada. Por esta razão, o índice de cor é um parâmetro indicador da temperatura e do grau
de evolução química do magma, podendo ser um importante parâmetro para classificação de rochas ígneas.
Para classificação de rochas ígneas, as categorias melanocrática, mesocrática e leucocrática definidas por Shand
não são práticas. Conforme esta classificação, muitas rochas se encaixam na categoria leucocrática, havendo
poucas rochas melanocráticas. Além disso, a maioria de basalto e gabro são classificadas como rochas
mesocráticas, e não, melanocráticas. Desta forma, são utilizadas as categorias: 1) félsica, 0 < M < 20; 2)
intermediária 20 < M < 40; 3) máfica, 40 < M < 70; 4) ultrabásica, 70 < M < 100.
Conforme resfriamento magmático, os minerais mágicos cristalizados mudam de olivina, hiperstênio, augita,
hornblenda e biotita. Por outro lado, o plagioclásio cristaliza-se em uma ampla faixa, variando-se sua
composição química: de plagioclásio cálcio (bytownita, labradorita) para plagioclásio sódico (oligoclásio). No
estágio final, cristalizam-se quarto e feldspato alcalino potássico (Fig. 10.5.2). A maioria das rochas ígneas
encontradas no campo segue a esta série de cristalização fracionada, denominada série Ca-alcalina. A expressão
“série calco-alcalina” não é recomendada devido a que o prefixo “calco” significar fogo. As rochas ígneas desta
série são encontradas principalmente nas regiões continentais, sobretudo nas cordilheiras e arcos de ilha.
Figura 10.5.2. Quartzo (A, mineral com brilho vítreo) e nefelina (B, mineral xenomórfico marrom escuro, cinza escura na
fotografia), incluídos respectivamente em granito e nefelina sienito.
Manual de Petrologia Ígnea 70
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Existe uma tendência geral de que tanto maior for o índice de cor, quanto menor será teor de SiO2. De
acordo com o teor de SiO2, rochas ígneas são classificadas quimicamente em: rochas ultrabásicas (SiO2 <
45%), básicas (52% < SiO2 < 45%), rochas intermediárias (66% < SiO2 < 52%) e rochas ácidas (SiO2 >
66%). Esta classificação por teor da sílica é válida apenas para as rochas ígneas da série Ca-alcalina. Neste
sentido, basalto é uma rocha máfica e básica, e granito é uma rocha félsica e ácida. A grosso modo, as rochas
ultrabásicas, básicas, intermediárias e ácidas acima definidas correspondem respectivamente às categorias
ultramáfica, máfica, intermediária e félsica utilizadas na Tabela 10.5.1.
A Tabela 10.5A apresenta classificação de rochas da série Ca-alcalina baseada no índice de cor. As rochas
ultramáficas não estão incluídas nesta nomenclatura, devido à ocorrência muito rara na crosta terrestre. Além
disso, as nomenclaturas para rochas máficas e ultramáficas, propostas até hoje, são complexas, sendo difíceis a
serem organizadas para ser unificadas. As rochas ígneas de granulometria ou textura diferente, mas de
composição mineralógica ou química similar, são chamadas como pertencentes do mesmo clã.
Como por exemplo, granito e riolito pertencem a um clã, e gabro e basalto pertence a outro clã. O magma
primário basáltico da série Ca-alcalina, fonte da maioria das rochas ígneas de região continental, tem teor de
sílica suficientemente alto em relação aos álcalis, Na2O e K2O. Por isso, a sílica em excesso se cristaliza na
forma de quartzo no último estágio da cristalização fracionada. Tal propriedade geoquímica é chamada de
caráter não alcalino. Por outro lado, apesar de poucas ocorrências no mundo, existem rochas ígneas derivadas a
partir de outro magma primário basáltico, que contém alto teor de álcalis relativo à sílica. Devido à
insuficiência da sílica no magma primário, no estágio final, cristalizam-se feldspatóides, representados por
nefelina, ao invés de quartzo (Fig. 10.5.2).
Manual de Petrologia Ígnea 71
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Tabela 10.5. Nomenclatura de classificação simples de rochas ígneas com base no índice de cor e granulometria,
segundo Miyashiro & Kushiro (1975). Nota-se que certos autores recomendam abolição da categoria hipabissal
(granulometria média).
A) Rochas com feldspatos e/ou quartzo: série Ca-alcalina e uma parte da série toleítica
C) Rochas ígneas com feldspatos, sem quartzo e sem feldspatóides: uma parte da série toleítica
e uma parte da série alcalina.
Tal propriedade é chamada caráter alcalino. Esta série de cristalização fracionada, caracterizada por nefelina e
outros minerais alcalinos peculiares, é chamada de série alcalina. As rochas desta série são observadas nas ilhas
vulcânicas em regiões oceânicas e riftes continentais. A Tabela 10.5B apresenta classificação de rochas da série
alcalina baseada no índice de cor. Além de típicas rochas da série Ca-alcalina e da série alcalina, ocorrem rochas
félsicas que não contêm quartzo nem nefelina, podendo ser classificadas geoquimicamente como da série
intermediária entre as duas. A origem dos magmas deste grupo é complicada, sendo que, uma parte é da série
alcalina, e outra parte é da série toleítica. A série toleítica é outra série de cristalização fracionada de caráter
não alcalino, diferente da série Ca-alcalina. Conforme a cristalização fracionada, o magma basáltico da série
toleítica tende a aumentar a proporção FeO / MgO, ao invés de diminuir o teor total de MgO + FeO, ou seja, o
índice de cor. Devido a ser de caráter não alcalino, as rochas da série toleítica altamente fracionadas contêm
quartzo. As rochas desta série são encontradas na crosta oceânica. A Tabela 10.5C apresenta classificação de
rochas da série sem quartzo e sem nefelina. O detalhamento sobre cristalização fracionada da série Ca-alcalina e
de outras séries será explicado nos capítulos posteriores. De grosso modo, quase todos os autores adotam
basicamente os nomes e seus significados conceituais de rochas ígneas conforme a Tabela 10.5. Porém, há
pequenas divergências entre os autores. Como por exemplo, sobre o limite entre basalto e andesito, existem
alguns critérios diferentes: andesito possui maior teor de sílica (acima de 52, 52.5, ou 53.5 %, depende de
autores), menor índice de cor (30, 35, 37.5, 40, depende de autores), ou composição de plagioclásio mais sódico
(andesina; Ab > 50). Trabalhos recentes tendem adotar composição química da massa fundamental como o
critério.
Manual de Petrologia Ígnea 72
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O tamanho e a forma dos cristais em uma rocha ígnea servem de base para as regras da Ordem de Cristalização,
que são:
1ª Regra de Inclusão: quando um mineral é envolvido por outro, o envolvido é mais velho e a textura é
nomeada Poiquilítica. Deve-se, contudo, estar bem atento, pois os intercrescimentos e baias devido a cortes são
terminantemente excluídos da designação poiquilítica. Igualmente são excluídos os minerais que se cristalizam
tardiamente, normalmente devido à ação de fluídos.
2ª Regra de Euedralismo: os euédricos se cristalizam primeiro, depois subédricos e por fim os anédricos.
Atenção: a olivina é uma exceção, pois embora se cristalize euédrica, costuma reagir com o magma e adquirir
forma anédrica.
3ª Regra do Tamanho: minerais que apresentam o mesmo euedralismo e tem maior tamanho cristalizam-se
primeiro.
Rosembusch, em paralelo às regras de cristalização, elaborou regras complementares que devm ser
igualmente assimiladas:
1º Inicialmente formam-se os acessórios como: apatita, zircão, magnetita e titanita, etc. Contudo deve-se ser
cauteloso na aplicação desta regra, pois alguns destes minerais podem se formar na etapa final de cristalização
por ação de fluídos.
3º Quanto aos feldspatos, formam-se primeiro os cálcicos, depois os alcalinos (sódicos e potássicos nesta
ordem).
2º formam-se os minerais formadores das rochas, que ele agrupa nas séries de cristalização contínua
(plagioclásios) ou descontínua (ferromagnesianos).
Deve-se levar em conta ainda que existam inversões como a do hiperstênio para pigeonita-augita, podendo haver
a precipitação de cada mineral diretamente do magma; e as reações entre os minerais formados e o magma. Além
disto, os critérios estabelecidos por Rosembusch e Bowen devem ser empregados com cautela para as rochas
alcalinas. Por exemplo, na série alcalina subssaturada em sílica tem-se normalmente seguinte sequência de
cristalização dos minerais: nefelina, feldspato alcalino, silicatos de Zr e Ti, biotitas ricas em ferro, anfibólios Na-
Fe e piroxênios Na-Fe.
Para cada mineral, deve-se descrever, nessa ordem: Porcentagem modal (estimativa ou contagem), cor (luz
plana), pleocroísmo, forma (euédrico, subédrico, anédrico), tamanho dos grãos minerais, grau de visibilidade
(afanítica, fanerítica ou subfanerítica), relação de contato entre si e/ou com outros minerais (reto, interlobado,
suturado, serrilhado, curvo, etc.), O grau de deformação interna dos grãos (extinção contínua a ondulante), se
apresentam orientação preferencial ou não. Para os feldspatos, caracteriza o tipo de Geminação e, se possível,
determinar o teor de Anortita (ex.: Método Michel-Levi ou outro). Considerar Intercrescimentos, inclusões e
alterações.
Manual de Petrologia Ígnea 78
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Múltiplos Cristais
Manual de Petrologia Ígnea 83
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Para realizar a classificação quantitativa, é necessário determinar a abundância relativa em volume de cada
mineral constituinte de rochas ígneas. A porcentagem volumétrica dos minerais constituintes é denominada
quantidade modal, ou simplesmente, a moda, e o processo para determinação da moda é chamada de análise
modal. A análise modal é realizada normalmente por meio petrográfico utilizando-se de lâminas delgadas.
Considerando que a espessura de uma lâmina delgada é constante, a porcentagem volumétrica é representada
pelas áreas relativas em que cada mineral constituinte ocupa na lâmina delgada.
Figura 12.1: Folha padrão para Análise Modal semi-quantitativa por visada.
Figura. 12.2 Procedimentos de análise modal quantitativa, de (A) para (E), conforme movimento da charriot de
passo.
Manual de Petrologia Ígnea 86
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Usando cores de interferência para identificar um mineral: Birrefringência e cores de interferência variam de
um dado mineral, dependendo da direção da luz segue através de um grão. Eles também mudam conforme o
estágio do microscópio é girado. Se você está olhando para baixo de um eixo óptico, o mineral parece não ter
birrefringência. Então, você deve olhar para um número de grãos para determinar a birrefringência máxima num
mineral. O "máximo" (ordem mais alta) cores de interferência são de diagnóstico para um mineral dado. No
gráfico acima, as cores sob os nomes de minerais são as cores típicas interferência para o mineral dado. No
entanto, cores de interferência dependem de muitas coisas (incluindo a orientação de grãos, espessura fina e
variações na composição mineral) e assim as cores indicadas mostrado só pode ser considerado guias em geral.
Em geral, a cor exata não é tão importante quanto à "ordem". Com um pouco de prática ltitle, determinar a
ordem de cores de interferência, pelo menos para 1, de 2 ª ordem e 3, não é muito difícil.
Manual de Petrologia Ígnea 89
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Correspondem às feições globais ostentadas pelas rochas sem levar em consideração a natureza de seus
constituintes mineralógicos. As estruturas refletem as condições nas quais ocorreu a consolidação de magmas e
lavas. Nas rochas efusivas, as estruturas refletem as principais características da consolidação das lavas, dadas
por um rápido resfriamento, escape de gases e movimentação.
Nas rochas plutônicas, dado que a consolidação dos magmas ocorre à profundidades relativamente grandes, a
preservação das estruturas é restrita, via de regra, às partes marginais da intrusão, onde o resfriamento é mais
rápido e os movimentos diferenciais em relação às rochas encaixantes mais intensos. As principais estruturas
estão ligadas ao resfriamento, à movimentação do magma e às variações locais nas condições de cristalização,
sendo:
Estrutura Xenolítica
São as feições de uma rocha determinadas pela análise global das principais características de seus minerais
constituintes (formas, dimensões, estrutura interna, etc.), bem como das relações que estes guardam entre si.
16.2.1 Grau de Cristalinidade: Define-se como grau de cristalinidade a proporção entre o material cristalino
e vítreo de uma rocha. De acordo com estes critérios as rochas são classificadas em:
Manual de Petrologia Ígnea 92
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Figura 16.2.1-(a) Ilustrações esquemáticas (A, B, C) e fotografias (D, E, F) relativas à cristalinidade de rochas ígneas: (A)
granito, holocristalino; (B) basalto porfirítico com massa fundamental intersertal, hipocristalino; (C) riolito com esferulitos,
vítreo; (D) Granito porfirítico, Andorinha - RJ, holocristalino; (E) basalto, Rio Caí, Nova Petrópolis - RS, hipocristalino; (F)
Tufo soldado riolítico, Nova Petrópolis - RS, vítreo.
A cristalização de rochas plutônicas é caracterizada por uma história de resfriamento lenta e progressiva,
gerando rochas com textura fanerítica média a grossa. Já as rochas vulcânicas têm histórias de cristalização bem
mais rápidas, gerando texturas holohialinas, hipocristalinas e holocristalinas (faneríticas finas).
Figura 16.2.1-(b): Figura apresentando os aspectos e formas geométricas dos cristalitos. Percebe-se que as denominações
referem-se às suas formas geométricas. Os principais tipos de cristalitos são: globulito (a), margarito (b) longulito (c),
clavalito (d), espiculito (e), cumulito (f), as formas (c), (d) e (e) são também nomeadas de belonitos, escopulitos (g, h)
tiquitos (i) e cristais esqueléticos (k,l, m, n) nos vidros vulcânicos.
Quando uma rocha é hialina ela pode apresentar indícios de cristalização que assumem formas e diversas feições.
Estas feições podem ser nomeadas de:
Cristalitos: agrupamentos de núcleos de cristais não polarizantes. Estes são classificados como:
Globulitos: Têm forma esférica, cor mais escura que a massa vítrea e tamanho máximo de 0,005 mm.
Cumulitos: São agregados de globulitos.
Triquitos: Têm estrutura que lembram fios de cabelo
Manual de Petrologia Ígnea 94
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Microlitos: são formas polarizantes geralmente em geometria que lembram lascas finas.
16.2.2 Grau de Visibilidade: O grau de visibilidade indica a fração cristalina de uma rocha visível com a
vista desarmada. Quanto ao grau de visibilidade, as rochas são classificadas em:
Fanerítica: São constituídas integralmente de material cristalino identificável com a vista desarmada.
Exemplos de rochas fanerítica: (as duas imagens abaixo mostram uma amostra de mão, baixa ampliação de uma
amostra de mão e uma seção fina de textura fanerítica rochas)
As rochas de Textura Fanerítica são compostas de cristais com grandes dimensões que são claramente visíveis
para o olho com ou sem uma lente de mão ou um microscópio binocular. A rocha inteira é composta de cristais
grandes, que geralmente são 1/2 mm a vários centímetros de tamanho, sem material de matriz fina está presente.
Esta textura é formada a partir do resfriamento lento de magma subterrâneo profundo no ambiente plutônico.
Para as rochas mais félsicas como o granito, textura fanerítica raramente é identificada erroneamente. Mas
rochas escuras como gabro são mais problemáticas. Uma boa regra é que as rochas com grãos pequenos ou
afaníticas são maçantes aparecendo, enquanto fanerítica rochas são mais brilhantes.
Subfanerítica: São constituídas apenas parcialmente por material cristalino identificável com a vista desarmada.
Manual de Petrologia Ígnea 95
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Textura afanítica consiste de pequenos cristais que não podem ser vistos a olho com ou lente de mão. A pedra
inteira é composta de pequenos cristais, que são geralmente menos de 1 / 2 mm de tamanho. Isto resulta textura
de resfriamento rápido em vulcânicas ou hipobissal (subsuperfície) ambientes.
1 - Condições Plutônicas: temperatura < 800°C (600 a 700°C), pressão alta e velocidade de cristalização
lenta, possibilitando o crescimento de cristais e gerando rochas holocristalinas e faneríticas. Com o avanço da
cristalização existe o enriquecimento em voláteis, aumentando a fluidez e, conseqüentemente, diminuindo a
viscosidade, podendo vir a formar cristais maiores como os dos pegmatitos (textura fanerítica muito grossa ou
pegmatítica).
2 - Condições Vulcânicas: temperatura > 800°C, em geral situando-se entre 800 e 1100°C, pressão baixa a
muito baixa (atmosférica). A velocidade de cristalização (também denominada de solidificação) é rápida a muito
rápida. Neste contexto perdem-se os gases com maior rapidez devido à baixa pressão. Nestas condições são
geradas rochas holohialinas a afaníticas holocristalinas (vulcânicas) e holocristalinas faneríticas fina
(subvulcânicas). A presença do vidro está sempre condicionada a um resfriamento extremo. O vidro de um
magma riolítico é denominado de obsidiana e o de um magma basáltico de taquilito.
16.2.3 Tamanho dos Cristais: De acordo com o tamanho dos cristais, as rochas magmáticas se classificam,
quanto à granulação, em:
Vítrea: Sem cristais (material vítreo): A Textura Vítrea das rochas ígneas são não-cristalina, ou seja, a rocha não
contém grãos minerais. Resultados do resfriamento de vidro que é tão rápido que os minerais não têm a chance
de se cristalizar. Isto pode acontecer quando o magma ou a lava entra em contato rápido com materiais muito
mais frio perto da superfície da Terra. Vidro vulcânico puro é conhecido como Obsidiana.
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Figura 16.2.3 Ilustrações esquemáticas de granulometria grossa, média e fina de rochas ígneas, de acordo com os meios e
instrumentos de observação. Nota-se que as escalas das observações microscópicas não são iguais.
A granulometria representa a medida quantitativa do tamanho dos minerais constituintes de rochas ígneas,
sobretudo as holocristalinas. A expressão “granulação”, que é utilizada freqüentemente como sinônimo de
granulometria, é desaconselhável devido a ter outro significado. Para um cristal formado a partir de o magma
tornar-se grande, necessita-se de um determinado tempo. Portanto, quando o resfriamento é lento, há tempo
suficiente para formar uma rocha ígnea constituída por minerais de granulometria grossa. Por outro lado,
quando o resfriamento é rápido, não há tempo para formar cristais grandes, resultando uma rocha com
granulometria fina
16.2.4 Tamanho Relativo dos Cristais (Granulometria): Trata-se da comparação relativa das dimensões
dos diversos cristais de uma rocha, enquadrando as rochas nas categorias:
Porfirítica: Rochas com pequenos fenocristais, imersos numa matriz de granulação fina a densa. O termo
pórfiro é usado para os casos em que os fenocristais perfazem mais de 50% do volume da rocha.
Rochas Porfirítica (as duas imagens abaixo mostram uma amostra de mão e uma seção fina de pórfiros
afaníticas, rochas texturadas). Textura porfirítica é realmente um subtipo, mas o uso do termo, muitas vezes
confunde o iniciante. Rochas Porfirítica são compostas de, pelo menos, dois minerais com uma diferença
(grande) em evidência, tamanho de grão. Os grãos maiores são denominados fenocristais e os grãos mais finos
matriz ou groundmass.
Porfirítica rochas são pensados para terem sido submetidas a duas etapas de resfriamento, uma em profundidade
onde os fenocristais maiores são formados e uma segunda na superfície ou perto da superfície onde os grãos da
matriz cristalizam. Ambas as rochas afaníticas e pode ser fanerítica porfirítica, mas os primeiros são muito mais
comuns. Na maioria das vezes o termo porfirítica é utilizado como um modificador. Por exemplo, um andesito
com fenocristais de plagioclásio visível seria chamado de um andesito pórfiro ou porfirítica andesito.
Manual de Petrologia Ígnea 97
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Figura 16.2.4.1 Ilustração esquemática de (A) textura porfirítica e (B) textura porfiróide de rochas graníticas, junto com a
fotografia de (C) granito porfirítico de Itu - SP.
Figura 16.2.4.2: Ilustração esquemática de visão macroscópica e microscópica de (A) textura equigranular grossa de granito
e (B) textura porfirítica fina de basalto. (C) textura equigranular grossade nefelina sienito de Mesquita - RJ e (D) textura
porfirítica fina de dacito adakítico do Vulcão Lautaro, Patagônia chilena
Manual de Petrologia Ígnea 98
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Figura 16.2.4.3-(a): Textura equigranular média. Tonalito, LP (10x). Figura 16.2.4.3-(b): Textura inequigranular fina a
média. Observar a diferença de hábito entre a hornblenda (grãos subédricos de hábito tabular) e a biotita (subédrica e hábito
planara acicular) Tonalito. NX (10x).
Megaporfirítica: Coexistem na rocha grandes cristais (fenocristais), inseridos numa matriz de granulação
média.
Figura 16.2.4.4- (a):Textura inequigranular porfirítica em granodiorito. NX (10x). Figura 16.2.4.3-(b) Textura
inequigranular porfirítica em basalto. Os grãos brancos colunares são de plagioclásio e os coloridos de olivina. (N+ 20x)
Figura 16.2.4.5-(a): Cristais ripados de plagioclásio em matriz fina a densa. Nicóis cruzados; aumento 20x.
Figura 16.2.4.5- (b): Figura esquemática de uma textura vidrofírica.
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Figura 16.2.4.6 Um exemplo do processo de formação das rochas com (A) textura equigranular grossa e (B) textura
porfirítica com massa fundamental fina.
A textura porfirítica é representada por duas granulometrias distintas, sendo caracterizada por dois estágios de
resfriamento com velocidades diferentes. Quando o magma sobe na crosta em baixa velocidade, ou aloja-se em
uma câmara magmática, este magma se resfria lentamente, cristalizando minerais grandes. Neste estágio, há
coexistência de sólido e líquido. Quando este magma retoma a ascensão e extravasa na superfície, a parte líquida
transforma-se em matriz de granulometria fina ou vítrea, formando a massa fundamental, e os minerais grandes
já cristalizados tornam-se fenocristais. Se não acontecesse a retomada da ascensão magmática, o magma se
cristalizaria lentamente até o final, e a câmara magmática se transformaria em um corpo intrusivo constituído por
rocha com textura equigranular grossa (Fig. 3.6). Neste sentido, a velocidade do resfriamento magmático de
rochas de textura porfirítica é representada pela granulometria da massa fundamental, e não, pelos fenocristais.
Figura 16.2.4.1.1. Relação entre a granulometria das rochas ígneas e o modo de ocorrência geológica, conforme (A) conceito
tradicional do século XIX e (B) conceito atualizado.
Manual de Petrologia Ígnea 100
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As Rochas vulcânicas ou extrusivas são formadas através do resfriamento rápido do magma na superfície da
Terra, constituindo corpos vulcânicos, tais como lava e tufo. As rochas possuem granulometria fina e textura
porfirítica, com massa fundamental vítrea, hialocristalina ou holocristalina. Exemplos típicos: basalto, andesito e
riolito.
Tabela 16.2.4 Rochas vulcânicas, hipabissais e plutônicas em relação aos corpos extrusivos e intrusivos.
Rochas hipabissais, chamadas também de rochas subvulcânicas são formadas através do resfriamento magmático
com velocidade média, constituindo corpos subvulcânicos, ou seja, intrusivos pequenos e rasos, tais como diques
e sills. Possuem textura porfirítica com massa fundamental holocristalina. Exemplos típicos: granito-pórfiro,
quartzo pórfiro e dolerito. Rochas plutônicas são formadas através do resfriamento lento de magma nos locais
profundos, constituindo corpos intrusivos grandes, tais como batólito e stock. Possuem granulometria grossa e
textura equigranular. Exemplos típicos são: granito, sienito e gabro.
Figura 16.2.4.1.2. Variação granulométrica gradativa dentro de um dique de composição basáltica, observada na Joatinga,
Rio de Janeiro, RJ. Observa-se a diferença nas escalas das ilustrações das imagens microscópicas. As rochas constituintes
variam de basalto (rocha vulcânica), dolerito (rocha hipabissal) e gabro (rocha plutônica) dentro de um único dique.
Na realidade, a granulometria de rochas ígneas está relacionada à velocidade de resfriamento magmático, e não
ao modo de ocorrência geológica ou profundidade de posicionamento.
A partir das características petrográficas, não é possível definir o modo de ocorrência geológica e a profundidade
do posicionamento magmático. A princípio, o modo de ocorrência deve ser estudado através do trabalho de
campo, e não por dedução petrográfica. Da mesma forma, as rochas devem ser classificadas por características
petrográficas, e não pelo modo de ocorrência. Na realidade, a relação entre as rochas ígneas e os corpos
geológicos é muito complexa (Fig. 16.2.4.1.2; Tabela 16.2.4). De fato, a correlação exata e imediata entre a
granulometria de rochas ígneas ao modo de ocorrência geológica ou à profundidade do posicionamento é
equivocada.
Manual de Petrologia Ígnea 101
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16.2.5 Forma Geométrica dos Cristais: Caracterização textural fundamentada na proporção entre minerais
euhedrais (minerais delimitados por faces externas cristalinas), subhedrais (parcialmente delimitados por faces
cristalinas) e anhedrais (desprovidos de face cristalina) constituintes da rocha.
Panidiomórfica ou Automórfica: Predominam minerais com formas euhedrais (olivinas, piroxênios,
feldspatos).
Hipautomórfica ou Hipidiomórfica: Predomínio de minerais com formas subhedrais (piroxênios, anfibólios,
micas, plagioclásios).
Xenomórficas ou Alotriomórfica: Predominam minerais com formas anhedrais (quartzo, feldspato K,
feldspatoídes).
Figura 16.2.5.1-(a): Ilustração esquematica dos cristais em função da forma geometrica panidomórfica equigranular, acima,
e inequigranular abaixo. Figura 16.2.5.1- (b): Esta rocha mostra bem a textura homogênea dos feldspatos. Cristais laranja
são piroxena. Campo de visão de 8 mm, filtros polarizadores.
Figura 16.2.5.2-(a): Ilustração esquematica de cristais em função da forma geometrica hipdiomórfica equigranular, acima, e
inequigranular abaixo. Figura 16.2.5.2-(b): Textura inequigranular fina a média, hipidiomórfica em Granito. Presença de
grãos de microclina, biotita, plagioclásio e quartzo (arredondado). (NX 10x).
Figura 16.2.5.3-(a): Ilustração esquematica da predominância de cristais de forma geometrica Xenomórfica equigranular,
acima, e inequigranular abaixo. Figura 16.2.5.3-(b): Textura equigranular xenomórfica. Observar corrosão apresentada pela
quase totalidade dos grãos em suas bordas. Granito. (NX 10x)
Manual de Petrologia Ígnea 102
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16.2.6 Articulação entre os Cristais: Cada cristal constituinte de uma rocha exibe contatos íntimos com
seus vizinhos, originando uma trama extremamente forte. As superfícies de contatos entre os minerais podem ser
Planar: Os contatos são por justaposição, (mosaíco ou de calçamento). Ocorrem em rochas monominerálicas.
Irregular: Contatos por imbricamento mineral (côncavo-convexo ou serrilhado). Ocorrem em rochas
pluriminerálicas (granitos, gabros).
16.2.7 Arranjo (Trama): É a disposição espacial relativa das diferentes espécies minerais constituíntes de
uma rocha, destacando-se os seguintes tipos texturais principais.
Sal e Pimenta: Tipo granular, formada por quantidades semelhantes de cristais claros e escuros.
Aplítica: Formada por cristais anhedrais de feldspato potássico e quartzo, justapostos por contatos retilíneos ou
lobulados (aplitos e granitos).
Calçamento: Justaposição de cristais mais ou menos equidimensionais e com formas poligonais (dunitos,
peridotitos, etc.).
Figura 16.2.7.2 Textura granular em diorito caracterizado por ripas de plagioclásio com geminação albita. Em menor
quantidade ocorrem piroxênios com cor de interferência amarelada e hornblenda marrom; nicóis cruzados; traço em vermelho
equivale a 200 mm.
Manual de Petrologia Ígnea 103
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Intersticial: Malha de cristais de forma tabular, na qual os interstícios são ocupados por cristais anhedrais.
Figura 16.2.7.3 Fotomicrografia de peridotito, com cristais tabulares de plagioclásio com interstícios ocupados por olivina e
piroxênio. Nicóis cruzados; escala em vermelho equivale a 200 mm.
Figura 16.2.7.4 (a) Textura Ofítica. Um único cristal de piroxênio envolvendo diversas e bem desenvolvidas placas de
plagioclásio. Figura 16.2.7.4 (b) Ripas de plagioclásio englobadas por cristais de piroxênio. Nicóis cruzados; escala em
vermelho equivale a 200 mm.
Figura 16.2.7.6 Textura intergranular em gabro fino. Observar piroxênio, plagioclásio e mineral opaco. (N+ 40x).
Manual de Petrologia Ígnea 104
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Figura 16.2.7.7 Textura hialofítica em amostra coletada em derrame, na Serra do Canta Galo, próximo à cidade de Rio Claro,
onde cristais ripiformes de plagioclásio encontram-se dispersos em mesóstase vítrea. Nicóis cruzados
Pilotaxítica: Variedade do tipo anterior onde os cristais ripiformes e micrólitos de plagioclásio encontram iso-
orientados em matriz holocristalina ou hipovítrea.
Poikilítica: Cristais maiores englobam vários cristais menores, de uma ou mais espécies minerais (ultramáficas e
peridotitos).
Figura 16.2.7.8 Ilustração de estrutura poikilítica, onde cristais de feldspatos são englobados por anfibólios.
Spinifex: Trama de cristais alongados e esqueléticos de olivina em matriz fina de vidro e clinopiroxênio.
Figura 16.2.7.9 Trama de cristais alongados e esqueléticos de olivina em matriz fina de vidro e clinopiroxênio
Maculada: Manchas coloridas representadas por megacristais ou por agregados minerais que se destacam na
matriz da rocha (granitos cinzentos com megacristais róseos; granitos esbranquiçados com agregados de
turmalina preta).
Figura 16.2.7.10 Megacristal de granada destacando-se em matriz, rocha eclogito. Nicóis cruzados; escala em vermelho
equivale a 200 mm.
Manual de Petrologia Ígnea 105
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Rapakivi: Textura maculada de certos granitos, cujos megacristais de feldspato potássico apresentam anel
externo de albita ou oligoclásio. Toda textura onde um feldspato potássico é recoberto por uma fase mais sódica,
mesmo que este núcleo não apresente forma ovóide.
Pegmatítica (definida como textura em Henrick, 1965 e Wernick, 2004): Segundo os autores citados, qualquer
rocha, de qualquer granulação, pode exibir este tipo de textura, relacionada a presença de voláteis durante a
cristalização magmática. A presença de gases, sobretudo água, facilita a dispersão iônica colaborando para a
formação de cristais proeminentes. Existem autores que classificam pegmatíticas como granulação gigante.
(Variedade de textura holocristalina em que todos os minerais componentes da rocha se apresentam em cristais
de grandes dimensões).
Figura 16.2.7.12 Pegmatito granítico, rico em turmalina (rubelita avermelhada), lepidolita (mica roxa), feldspatos alcalinos e
quartzo (brilho vítreo).
Granofírica: Comum em rochas graníticas hipoabissais. Caracteriza-se pelo intercrescimento entre feldspato
potássico e quartzo, estes com formas vermiculares, globulares, dendríticas ou irregulares.
Figura 16.2.7.2 (a): Texturas relacionadas à cristalização simultânea no ponto eutético: (A) visão macroscópica da textura
gráfica; (B) visão microscópica da textura micrográfica; (C) e textura mirmequítica. Os grãos pequenos de quartzo de forma
vermicular, observados na (B) e (C), são ligados tridimensionalmente, apresentando extinção simultânea em nicois cruzados.
Figura 16.2.7.2 (b): Ilustração de estrutura gráfica, onde cristais de feldspato e quartzo possuem intercrescimento orientado.
Figura 16.2.7.2 (c): Textura granofiro micrográfica de Quartzo e K-feldspato (intercrescimentos cuneiforme) domina essa
rocha.
Figura 16.2.7.2 (d): Intercrescimento de quartzo e alcali feldspato (1 cm de espessura) na margem de um dique. Golden Horn
granite, WA. Comp. 1mm. Figura 16.2.7.2 (e): Textura gráfica: intercrescimento de quartzo (escuro) e feldspato (claro) em
um único cristal.
16.2.7.2.1 Lamelares e Goticulares: Lamelas paralelas ou trilhas de gotículas de um mineral, com mesmas
orientações óticas estão inclusas em outro mineral hospedeiro.
Ex: textura pertítica, antipertítica e mesopertítica resultam da exsolução de um mineral no outro.
Observação: Na e algum Ca, admitidos na rede cristalina do feldspato potássico ortoclásio em temperaturas
mais altas, como em uma rocha ígnea ou metamórfica de graus anfibolito a granulito, ao resfriar lentamente
são exsolvidos como fases de albita ou oligoclásio, formando texturas de intercrescimento: lamelas paralelas,
mais frequentes, lamelas cortando-se em xadrez, em massas amebóides,
Figura 16.2.7.2.1 (a) Lamelas de exsolução um pouco menos alteradas e mais estreitas da albita em contato brusco com
domínios microclina muito maior. Figura 16.2.7.2.1 (b) Idem, NX.
Figura 16.2.7.2.1 (c) As listras cinza claro nesta fotomicrografia são lamelas de exsolução de plagioclasio, em cinza escuro
K-feldspato. Formando Pertita, como feldspato originalmente homogêneo mostrando exolução de dois feldspatos quando a
temperatura cai. Figura 16.2.7.2.1 (d) Anti-pertita resultado da exsolução de um mineral homogeneo, tendo o plagioclásio
como hospedeiro e o feldspato alcalino como hóspede.
Coronadas: Cristais envoltos por anéis ou coroas de outra espécie mineral, dada pela reação entre um mineral e
o líquido magmático coexistente para a formação de um novo mineral.
Figura 16.2.7.3 (a): A. ilustração esquemática de borda de reação simples composta de ortopiroxênio (hiperstênio) em torno
de um fenocristal de olivina magnesiana observado em rochas basálticas da série toleítica;
B. ilustração esquemática de borda de reação bem desenvolvida composta de ortopiroxênio magnesiano e anfibólio
magnesiano (tremolita - actinolita) em torno de olivina magnesiana parcialmente serpentinizada;
Manual de Petrologia Ígnea 108
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Figura 16.2.7.3 (b): Ilustração de estrutura de reação entre a granada e o líquido magmático.
Figura 16.2.7.3 (c): Textura coronítica Esta textura desenvolve-se por reacção de determinados minerais com a matriz. Os
produtos de reacção dispõem-se em volta do mineral primitivo formando uma auréola (coroa). Na imagem é visível uma
extensa coroa de minerais de alteração que rodeia os cristais de olivina, no contacto com cristais de plagioclásio.
16.2.7.4 Texturas Cumuláticas: Resultam do acúmulo de minerais segregados por decantação ainda no
estado líquido. É composta por uma fração cúmulus, dado pelos cristais decantados, e por uma fração
intercumulus, de cristais anhedrais, resultante da cristalização do líquido magmático intersticial que preenche os
poros entre os cristais segregados.
Ortocumulática: A fração intercumulus é significativa e seus minerais englobam parte dos minerais cúmulus.
Os minerais cúmulus não se tocam e apresentam intenso zonamento externo.
Mesocumulática: A fração intercumulus é reduzida. Os cristais da fração cúmulus se tocam e tem anel externo
pós-cúmulus bem desenvolvido.
Figura 16.2.7.4.1 Desenvolvimento de texturas cumuláticas. a. Cristais acumulados por sedimentação de cristais que se
formam em local perto das margens da câmara magmática. Neste caso os cristais de plagioclásio (branco) acumulam-se em
contato mutuo deixando um intercumulo liquido (vermelho) preenchendo os interstícios. b. Ortocumulato: o intercumulo
liquido cristaliza para formar coroas de plagioclásio adicional mais outra fase no volume intersticial (colorido). Ocorre pouca
ou nenhuma mudança entre o liquido intercumulo e a maior parte do liquido da câmara magmática. . c. Adcumulados: o
sistema aberto troca entre o liquido intercumulus e o principal liquido da câmara magmática (mais compactação da pilha
cumulática) permitindo que os componentes possam de outra maneira criar adicionais minerais intercumulus que escapam, e
o plagioclásio preenche a maioria dos espaços disponíveis. d. Heteradcumulato: o liquido intercumulo cristaliza plagioclásio
adicional nas bordas dos plagioclásios além de outros minerais (vermelho e quadriculado amarelo) que nucleiam pobremente
e poikiliticamente envolvem os plagioclásios.
Manual de Petrologia Ígnea 109
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Cataclásitica: Textura de fragmentação mineral desprovida de orientação planar marcante. A variedade "
mortar" ou " de moldura" caracteriza-se pela presença de porfiroclastos, (grãos ou núcleos de minerais maiores
preservados pela deformação) envolvidos por minerais microgranulados.
Milonítica: Textura deformacional (fragmentação e microgranulação mineral) caracterizada por nítida foliação
tectônica definida pelo estiramento dos minerais com diferentes intensidades de microgranulação e
recristalização.
Flaser: Variedade de textura milonítica caracterizada pela presença de porfiroblastos ovalados, ou fusiformes
envoltos por massa microgranulada com orientação mais ou menos nítida.
Traquitóide: Arranjo subparalelo de cristais prismáticos, tabulares ou placóides visíveis a olho nu.
Textura de crescimento paralelo: Em lâmina, um único cristal alongado e esquelético parece consistir de
um punhado de cristais com mesma direção de alongamento e mesma orientação ótica.
Fluidal: Orientação de cristais tabulares, aciculares e colunares. Uma variação desta é a traquítica, dada por ripas
de feldspato com orientação paralela à sub-paralela em matriz densa a microcristalina.
Fotomicrografia de diabásio, com cristais de plagioclásio orientados na direção de fluxo da lava. Nicóis cruzados; escala em
vermelho equivale a 200 mm.
Feltro: É dado por diminutas ripas alongadas de feldspato com distribuição caótica.
Hialofilítica: Diminutos cristais de feldspato com disposição paralela imersos em matriz densa ou vítrea e na
maioria das vezes não se tocam.
Sericita: Mineral filossilicato do grupo das micas com a composição aproximada da muscovita, mas
mais hidratada e com cristalinidade menor, muito fina e de tato untuoso, frequentemente associada a
reações de alteração de hidrotermalização ou de retrometamorfismo sobre feldspatos potássicos e outros
minerais alumossilcosos potássicos por hidratação.
Saussurita: Espécie de jadeíta que contém epídoto, de cor esverdeada, e proveniente da alteração de
certos feldspatos.
Biotitização: É um processo similar hidratação ou alteração deutérica que produz a biotita, também
diretamente partindo do piroxênio ou mais comumente de uma hornblenda. Pois a biotita contém pouco
Ca e o epídoto pode ser produzido, pois Ca esta sendo liberado durante a alteração da hornblenda para
biotita.
Cloritização: É a alteração de algum mineral máfico para clorita. Clorita é um filossilicato hidratado e
comumente recoloca os menos máficos hidratados sob uma temperatura quando a água é
disponibilizada. Piroxênio, hornblenda e biotitas são comumente observados sob uma seção em vários
estágios de alteração de clorita.
Uralitização: Se a água penetra sob uma modesta temperatura, uma alteração deutérica de piroxênio
para anfibólio ocorre chamada de uralitização. Alguma graduação partindo das bordas do anfibólio
para o centro do piroxênio remendando múltiplos centros de piroxênio nas bordas dos anfibólios para
completar a reposição se possível. O anfibólio pode ser um simples cristal de hornblenda ou uma
fibrosa actinolita ou ainda um agregado de hornblenda.
Manual de Petrologia Ígnea 111
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Figura 16.2.7.7.1 (a) Uralitização: Piroxênio largamente substituido por hornblenda. O piroxênio permanece com áreas
claras (Pyx) no centro da hornblenda. Comprimento 1 mm. Figura 16.2.7.7.1 (b) Textura preservada de deformações em
Olivina-Diopsídio-Hiperstênio-Gabro coronítico uralitizado na região das cabeceiras do Córrego Mestre, cerca de 10 km a
NNW de Ceres, Complexo Barro Alto. Na foto destaca-se a olivina no núcleo, com relevo forte, envolvido por coroa de
Hiperstênio, cor rósea, e coroa externa de Hornblenda de cor amarela amarronzada com restos de Plagioclásio Saussuritizado
como massa verde escura.
Figura 16.2.7.7.2 (a): Sericita substituindo plagioclásio em granito metaluminosos. Sericita é de aparência suja, o material
de granulação fina que normalmente substitui feldspatos. LP, 40x. Figura 16.2.7.7.2 (b): Geralmente composto de cristais
muito pequenos, a sua birrefringência é irregular e, geralmente, baixa. Alguns dos cristais maiores podem ser vistos aqui para
ter birrefringência de primeira ordem. Geminação albita no plagioclasio é claramente visível. NX, 40x.
Figura 16.2.7.7.3 (a): LP, 100x. Sericita substituindo plagioclásio em granito metaluminosos. Eles têm um sinal positivo de
alongamento e são provavelmente pequenas micas brancas que cresceram durante a alteração hidrotermal sub-solidus.
Figura 16.2.7.7.3 (b): Idem, NX, 100x.
Figura 16.2.7.7.4 (a): Os feldspatos neste alaskite do Batólito Boulder foram largamente substituídos por uma fina camada
branca de mica (sericita Figura 16.2.7.7.4 (b): Detalhe de megacristal de plagioclásio, apresentando-se, em parte,
saussuritizado, e com geminação complexa na parte central. Em granodiorito, NX (20x).
Manual de Petrologia Ígnea 112
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Englobam conceitos fundamentais que atuam como base das noções petrológicas relacionadas às rochas
magmáticas.
17.1 Acidez:
As rochas magmáticas podem ser classificadas, quanto à porcentagem de SiO2 presente na rocha em:
Ácida > 65% de SiO2
Básica 45 a 52 % de SiO2
É a classificação da rocha quanto à saturação em sílica, identificada através da presença de minerais silicáticos
saturados (minerais não deficientes em sílica), insaturados (deficientes em sílica), e sílica livre (através da
presença de quartzo).
Cálcio – Potássica ~1
Hololeucocrática 0-5%
Leucocrática 5 - 35 %
Mesocrática 35 - 65 %
Melanocrática 65 - 90 %
Ultramelanocrática > 90 %
IAS consiste na relação entre a proporção molar (% em peso / peso molecular) de Al 2O3 e a soma das proporções
molares de Na2O+K2O+CaO de uma rocha. Proporção molecular de óxido = % em peso de óxido / peso
moleculardeóxido IAS = P.M. Al2O3 / Na2O + K2O + CaO.
17.6 Alcalinidade:
Envolve o teor relativo de álcalis, sílica e alumina presentes numa rocha. Na cristalização das rochas
magmáticas, os álcalis se ligam ao alumínio e ao silício na proporção 1:1:3, na formação dos feldspatos potássico
(KAlSi3O8), sódico (NaAlSi3O8) e micas (muscovita e biotita). Na quebra desta regra geral, as rochas são
denominadas de alcalinas, com o desenvolvimento de minerais específicos. Desenvolvem-se de três maneiras:
Deficiência em alumina (Na2O + K2O > Al2O3 ). Desta forma o alumínio não é
Rochas Equíriticas suficiente para o consumo de todo o Na e K na produção de feldspatos e
micas, sobrando (Na e K) que é incorporado aos máficos sódicos egirina e
riebeckita;
Nefelina. biotita
Peraluminosa Nefelina fonólito
sienito
Miasquíticas Insaturada
Metaluminosa Nefelina diorito Nefelina andesito
Cristalinidade:
Afanítico: maiorias dos minerais são de grãos muito finos não perceptíveis a olho nu.
Fanerítico: os minerais são suficientemente grosseiros para observá-los olho nu.
Criptocristalino: grãos muito finos para distingui-los pelo microscópio.
Grãos finos: cristais com diâmetro proporcional a não menos do que 1 mm.
Grãos médios: cristais com diâmetro proporcional entre 1 e 5 mm
Grãos grosseiros: cristais com diâmetro proporcional maior do que 5 mm.
Pegmatitos: grãos muito grosseiros.
Aplitico: grãos xenomórficos de fino a médio e equigranular (parece açúcar).
Equigranular: os grãos estão todos aproximadamente do mesmo tamanho.
Inequigranular: os grãos variam consideravelmente de tamanho.
Texturas Porfiríticas:
Porfirítica: distribuição aproximadamente bimodal nos tamanho (normalmente requer uma grande diferença).
Megaporfirítica: textura porfirítica que pode ser vista em amostra de mão (raramente usada).
Microporfirítica: textura porfirítica que está somente visível sob microscópio.
Firíca (-firie): um adjetivo (ou sufixo) que se refere à textura porfirítica.
Fenocristais: grandes cristais que estão em conjunto na matriz.
Microfenocristais: cristais microscópicos que ainda são maiores do que o groundmass em que eles permanecem.
Megacristais: um grande incomum cristal, tanto um fenocristal quanto xenocristal.
Poikilitica: o principal fenocristal (oikocristal) contém algumas inclusões de outros cristais.
Oikocristal: o principal fenocristal encontra-se numa textura poikilitica.
Groundmass: vidro ou elementos de grãos finos numa textura porfirítica (matriz mesotasis)
Cumulofiríca: fenocristais do mesmo ou de diferentes minerais ocorrem agrupados (Figura 3-11a).
Glomeroporfirítica: sinônimo de cumulofirítica (usado por alguns para especificar que não somente um mineral
está envolvido).
Hiatial porfirítica: existe uma diferença na pronuncia dos tamanhos entre o firíca e a fase groundmass (o termo
falha é raramente usado).
Seriate: existe uma continua graduação nos tamanhos.
Afiríca: non-porfirítica (sem fenocristais).
Intercrescimento:
Host (oikocristal): minerais grandes que se incluem em outros minerais pela textura poikilítica.
Guest: mineral incluso numa textura poikilítica.
Poikilítica: minerais grandes que contém alguns pequenos discretos minerais de outros minerais. Refere-se ao
fenômeno de crescimento não a exsolução ou reposição.
Gráfico: intercrescimento no qual o guest apresenta formas angulares bastante coniformes. Normalmente ocorre
com quartzo em microclinas (Figura 3-9b).
Micrográfico: textura gráfica visível somente em microscópio.
Granofírico: uma textura que contém rochas porfiríticas nos quais os minerais groudmass (normalmente quartzo
ou feldspato alcalino) penetram um nos outros como intercrescimento irregular plumoso. Assemelham-se a
texturas micrográficas, porém mais irregular.
Exsolução lamelar: bandas lamelares de uma fase exsolvida partindo de uma fase principal. (Figura 3-9a).
Pertítico: veios irregulares, caminhos, etc.de um plagioclásio sódico em um feldspato alcalino principal.
Normalmente resultado de uma exsolução (Figura 3-18a).
Antipertítico: exsolução lamelar de feldspato alcalino num plagioclásio principal. Normalmente mais fino do
que o pertito.
Simplectito: textura de reposição no qual o mineral é reposto pelo intercrescimento de um ou mais minerais.
Mimerquitico: textura secundária consistindo de formas “warmy” ou hastes de quartzo em plagioclásio
adjacentes para grãos de alcalinos feldspatos.
Esferulítico: intercrescimento radial de minerais fibrosos. Comumente feldspato alcalino e quartzo
desvitrificados de sílica vulcânica.
Axiolítico: similar ao esferulítico, mas as fibras ocorrem em camadas e são orientadas para a parede.
Variolítico: estrutura esferulítica consistente me fibras de plagioclásio divergentes em certos basaltos.
Coalescente: textura anhedral desenvolvida por crescimento simultâneo de dois grãos de minerais em contato.
Ortocumulate: textura cumulate com outro mineral ocupando as áreas intersticiais (Figura 3-14c).
Mesocumulate: intermediária entre orto e adcumulate.
Texturas de reposição
Psedomorfo: um ou mais minerais que repõe o outro, retendo a forma do mineral original.
Simplectito: uma textura de reposição no qual o mineral reposto por um intercrescimento de um ou mais
minerais.
Outras formas incluem reposição de bordas, centros, ou caminhos de um mineral pelo outro. Os
processos comuns são:
Termos mistos
Intersticial: um mineral preenche os interstícios entre os grãos cristalizados anteriormente (Figura 3-7).
Cristalitas: minerais em seu estágio recente de formação. Eles são isotrópicos e não podem ser identificados
sobre microscópio.
Microlitos: minúsculas pontas ou hastes parecidas com cristais no qual pelo menos uma propriedade pode ser
microscopicamente determinada.
Felti: consiste em microlitos casuais (Figura 3-13b).
Pilotaxitic: parecido com felti.
Trachitico: consistindo de (feldspatos) microlitos alinhados durante o fluido (Figura 3-12a).
Embayed: tendo sido embasado devido à reação com a fusão (resorpsoção) (Figura 3-2).
Skeletal: cristais crescidos como, ou parecem ter sido corroídos, sob uma forma esqueletal com uma alta
proporção interna de vazios. (Figura 3-4)
Sieve: cristais são preenchidos em canais (aparentando serem buracos) devido à ressorção (Figura 3-11a).
Epitactito: nucleação orientada de um mineral sobre outro mineral de um tipo diferente.
Rapakivi: supercrescimento de plagioclásio em feldspato alcalinos.
Vesicular: contem bolhas de gás.
Scoriaceous: altamente vesicular.
Pumiceous: estrutura de vesícula com característica de pedra-pome.
Diktitacitico: contém vesículas dentro do microfenocristais.
Miarolitico: cavidade de gás presente em certas rochas plutônicas dentro de minerais euhedrais.
Cano de vesículas (pipes vesicles): tubos alongados de vesículas que resulta no surgimento de gases.
Vesículas de cano (vesicular pipes): corpos cilíndricos altamente carregados com vesículas.
Amigdaloidal: vesículas completamente ou parcialmente preenchidas com minerais secundários.
Lithophysae: grande estrutura ovóide representando bolhas de gás em vidro riolítico desvitrificado.
Flow: estrutura paralela desenvolvida como resultado de um fluído.
Foliação: paralelismo plano.
Bandamento: camadas planas alternadas.
Lineação: paralelismo linear.
Manual de Petrologia Ígnea 118
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Figura 18.1.1(a) Granitos são granulações grossas intrusivas, rochas ígneas feitas de dois tipos diferentes de feldspato
(potássio e sódio-ricos) juntamente com quartzo e uma pequena proporção de minerais escuros. Nesta visão de um granito da
Cornualha, o feldspato tem uma aparência empoeirada, e o quartzo é claro. O único mineral "dark" é uma pequena
quantidade de amarelo turmalina (direita). Campo de visão de 8 mm.
Figura 18.1.1(b) Olhando Granito entre polarizadores cruzados torna-se mais fácil distinguir os cristais individuais. A rocha
é composta de intertravamento feldspatos e quartzo retangular irregular claro, tudo em tons de cinza escuro até o branco. Os
cristais com cores amarelas são mica (moscovita) e turmalina. Campo de visão de 8 mm, filtros polarizadores.
Figura 18.1.2 Este Granito tem uma textura interessante, que se torna visível através da visualização com polarizadores
cruzados NX. Em primeiro lugar, ele tem alguns cristais de feldspato muito grande, situado entre os menores, parte de um
feldspato 2 cm é visto na parte inferior da foto. Em segundo lugar, à direita do centro que tem feldspato e quartzo formando
um intercrescimento - pares de cristais crescidos através um do outro, em um padrão complexo. Campo de visão de 8 mm,
filtros polarizadores.
Manual de Petrologia Ígnea 120
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Figura 18.1.3(a) Granodiorito é muito semelhante ao granito. Ele tem menos da variedade de potássio do feldspato, mais do
feldspato sódico (plagioclásio). Os minerais escuros nesta rocha incluem hornblenda verde e marrom mica (biotita). Campo
de visão de 8 mm.
Figura 18.1.3 (b) Feldspatos e Quartzo aparecem em tons de cinza. Granito e granodiorito são rochas ácidas, ou seja, elas
são feitas principalmente de minerais félsicos (quartzo e feldspatos) ao invés de minerais máficos (hornblenda, piroxênio e
outros minerais de cor escura). Campo de visão de 8 mm, filtros polarizadores.
Figura 18.1.4 Gabro é uma rocha ígnea básica, o equivalente intrusivo do basalto. Assim, não há quartzo, e cerca de metade
da rocha é feita de minerais (olivina e piroxênio), que são de cor escura em espécime mão. Nesta visão cross-polares mostram
cores brilhantes. O listrado cinza cristais retangulares são plagioclásio. Campo de visão de 8 mm, filtros polarizadores.
Figura 18.1.5 Feldspato (em Anortosito), Algumas variedades de gabro têm poucos minerais escuros, e são feitos quase
inteiramente de plagioclásio. Esta rocha mostra a textura homogênea de feldspatos, particularmente bem. Cristais laranja são
piroxênios. Campo de visão de 8 mm, filtros polarizadores.
Manual de Petrologia Ígnea 121
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Figura 18.1.6 Doleito é o nome dado a rochas ígneas básicas encontradas em intrusões de pequeno porte que são
intermediárias no tamanho de grão entre basalto e gabro. Intrusões pequeno (diques e sills) refrigeram mais rapidamente do
que intrusões grandes, mais lentamente do que lavas irrompeu na superfície. Campo de visão de 6 mm.
Figura 18.1.7 Peridotito, muito do manto da Terra é feita de peridotito como este, embora seja menos comum encontrar tais
rochas na superfície da Terra. Este peridotito é feito de irregular cristais interligados de olivina (cores vivas) e ricos em
magnésio piroxênio (grandes cristais cinza). Campo de visão de 6 mm, filtros polarizadores.
Manual de Petrologia Ígnea 122
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Figura 18.1.1.1: Inclusões de biotita (com extinção olho de pássaro) dentro do mineral feldspatico.
Figura 18.1.1.1 (a): Textura Poiquilítica em Gabro. NX (10x). Figura 18.1.1.1 (b): Textura inequigranular seriada,
intergranular subofítica e poiquilítica em gabro. NX (10x).
Figura 18.1.1.2 (a): Textura inequigranular fina a média. Observar a diferença de hábito entre a hornblenda (grãos
subédricos de hábito tabular) e a biotita (subédrica e hábito planara acicular) Tonalito. (N// 10x). Figura 18.1.1.2 (b):
Textura equigranular xenomórfica. Observar a corrosão apresentada pela quase totalidade dos grãos em suas bordas e
venulação rica em mineral opaco, biotita e hornblenda preenchem a fratura da rocha. Quartzo Diorito. (N+ 10x).
Manual de Petrologia Ígnea 123
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Figura 18.1.1.2.1-(a):Pertita de um biotita granitos metaluminoso. Note listras irregulares que funcionam a partir da direita
superior para inferior esquerdo. Luz polarizada, 20x. Figura 18.1.1.2.1-(b): Pertita de um biotita granito metaluminoso. Note
as listras mais claras irregulares, manchas de albita, que separam listras cinza,amanchas de microclina. A diferença de cor é
causada principalmente pelas diferentes orientações ópticas dos diferentes minerais. A microclina e albita tanto exsolução
(sem mistura) de uma temperatura alta originalmente homogênea de composição intermediária. Nesta foto a seção fina foi
girada para obscurecer a geminação. Cruz de luz polarizada, 20x
Figura 18.1.1.2.2-(a): Lamelas de exsolução um pouco menos alterados e mais estreito da albita em contato brusco com
domínios microclina muito maior LP. Figura 18.1.1.2.2-(b): Idem NX.
Figura 18.1.1.2.3-(a): Lamela de perto NX. Figura 18.1.1.2.3-(b): Teste de linha de Becke focada para uma posição
abaixada estágio no contato lamela-microclina. A linha de Becke vai para a fase de maior índice, albita. Luz plano polarizada
LP, (100x).
Manual de Petrologia Ígnea 124
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Figura 18.1.1.2.4: As listras cinza claro nesta fotomicrografia são lamelas exsolução plagioclásio em cinza K-feldspato.
Formas Pertita como feldspato originalmente homogêneo exsolves dois feldspatos como a temperatura cai abaixo do solvus
feldspato durante o resfriamento subsolidus.
Figura 18.1.1.3-(a): Mirmequita que parece estar substituindo microclina. Luz polarizada plano LP, 40x.
Figura 18.1.1.3-(b): Geminação fraca na mirmekita mostra claramente que o quartzo, provavelmente, em forma de minhocas
esta em uma matriz de plagioclásio. Mirmekita é uma textura de reação subsolidus que geralmente resulta de fluxo de fluido.
Aqui, K-Feldpato foi removido e o quartzo e plagioclásio foram depositados em seu lugar. Luz polarizada cruz, 40x.
Figura 18.1.1.4: Micrográfica de quartzo e K-feldspato (intercrescimentos cuneiforme shaped) dominam essa rocha.
Manual de Petrologia Ígnea 125
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Figura 18.1.1.5 Os feldspatos neste alaskite do Batólito Boulder foi largamente substituído por uma fina camada branca mica
(sericita).
18.1.1.6 Textura Sieve: Pensa-se que essa textura pode ser formada em pelo menos de duas maneiras. Se um
cristal de plagioclasio é colocado em um magma em que não está em equilíbrio (por magma de mistura), torna-se
corroído, e derretendo irá penetrar na estrutura cristalina. O cristal também pode se tornar arredondado por
reabsorção parcial. Novo plagioclasio de uma composição diferente irá precipitar-se a partir do magma e, talvez,
formar um aro em torno do núcleo corroído. Alternativamente, os mesmos efeitos poderiam ser produzidos por
perda de voláteis de descompressão como um magma sobe para regiões mais rasas na crosta.
Figura 18.1.1.6 Textura Sieve, (Corrosão) NX, em peneira corroídos, plagioclásio parcialmente reabsorvido.
Figura 18.1.1.7 A estrutura cristalina do grão de quartzo tem sido deformada (provavelmente por baixo grau de
metamorfismo) para produzir sub-grãos NX.
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Figura 18.2.1 Basalto (olivina basalto), como muitas rochas vulcânicas tem cristais maiores em uma matriz de grãos muito
finos. Os cristais grandes (principalmente olivina) cresceu enquanto o magma foi realizado em uma câmara sob o vulcão, mas
o resto da rocha consolidou-se apenas após a erupção, quando o fluxo de lava foi resfriado. Campo de visão mm 3.
Figura 18.2.2 Andesitos são rochas intermediárias, ou seja, entre básicas (basalto) e ácido (riolito) na composição. Elas são
importantes rochas vulcânicas nos Andes, Japão e outras regiões ao redor do Oceano Pacífico (onde ocorrem acima zonas de
subducção). A maioria dos grandes cristais aqui é plagioclásio. Campo de visão 4,5 mm.
Figura 18.2.3 Lavas de ácido tais como Riolito são formados em uma temperatura mais baixa do que o basalto, o que
significa que eles são muito mais "pegajosos". Fluem muito lentamente, e muito comumente desenvolvem um "fluxo de
bandas" na matriz que você pode ver aqui que está envolvido em torno dos cristais grandes de feldspato. Campo de visão de
6 mm.
Manual de Petrologia Ígnea 127
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Figura 18.2.4 Obsidiana (com cor de vidro bandado), obsidiana é o nome dado ao ácido de lavas que não se cristaliza, e são
feitos principalmente de vidro escuro. Este exemplo tem uma cor de bandas que parece ter surgido após a solidificação, onde
o vidro marrom fresco começou a formar minúsculos cristais em algumas bandas, perdendo sua cor no processo. Campo de
visão de 6 mm.
Figura 18.2.5 Obsidiana (com cristais feathery), este é um close de minúsculos cristais novos formados em vidro vulcânico.
Observe como eles irradiam a partir de certos pontos da rocha onde aparecem para começar a crescer, e como eles se
ramificam em formas de penas e feixes de curvas. Campo de visão de 1,2 mm.
Figura 18.2.6 Tuffo (tufo soldado), tuffos são rochas vulcânicas compostas de partículas de cinzas vulcânicas e cristais que
se instalaram fora do ar, tanto na superfície da terra ou na água. Neste exemplo, as partículas de cinzas ainda estavam tão
quentes que eles ainda estavam moles: eles embalam-se para baixo e soldadam-se juntos. Esta rocha é difícil de distinguir de
uma lava. Campo de visão 3 mm.
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18.2.7 Kimberlito (tufo), kimberlito é uma rocha formada pela erupção explosiva de magma muito rico em gás produzido no
manto da Terra. Ela entra em erupção na superfície tão violentamente que sua textura é quase sempre a de um tufo, ou seja,
atrapalhado fragmentos de material ígneo e cristais quebrados. Olivina, mica e calcita são minerais comuns, e diamantes,
embora raros, são economicamente importantes. Campo de visão de 8 mm.
Manual de Petrologia Ígnea 129
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Figura 18.2.1.1(a) O recurso oval nesta fotomicrografia é uma amigdalas: uma vesícula anteriormente aberta, que foi
preenchida com um mineral secundário (s) precipitado de águas de baixas temperaturas, terra que têm penetrado na rocha.
Neste caso, o amigdala é provavelmente preenchido com um mineral zeólita NX. Figura 18.2.1.1(b) Estrutura esferóide,
geralmente milimétrica que lembra amígdala e que ocorre em rochas vulcânicas a subvulcânicas principalmente como
resultado da cristalização de minerais como calcita, calcedônia, zeolitas, quartzo e outros em bolha formada pela expansão de
gases contidos no líquido magmático ao ascender este à superfície terrestre, diminuindo a pressão litostática
Figura 18.2.1.2(a) Luz Plana e Figura 18.2.1.2(b). Esta brecha é composta de fragmentos de uma variedade de materiais
vulcânicos.
18.2.1.3 Kimberlito
Figura 18.2.1.3 Esta é uma amostra muito alterada a partir do kimberlito de produção de diamantes só nos Estados Unidos.
Desculpe, não houve diamantes neste slide, embora! As formas poligonais são cristais de olivina relíquia que tenham
concluído decomposto para produtos de alteração serpentina e outros.
Manual de Petrologia Ígnea 130
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Figura 18.2.1.4 Komatites, são raras as rochas vulcânicas ultramáficas. Este exemplo exibe a característica "textura spinifex"
definido por fenocristais olivina extremamente acicular - provavelmente um sinal de cristalização rápida a partir de um
magma significativamente-subresfriada. Esta amostra komatiite exibe a característica "textura spinifex" definido por
fenocristais olivina extremamente acicular - provavelmente um sinal de cristalização rápida a partir de um magma
significativamente-subresfriada. A textura é o nome de um tipo de grama que cresce na África do Sul na região onde
komatiites foram descobertos.
18.2.1.5 Riolito
Figura 18.2.1.5 Este riolito, cristal rico contém fenocristais de quartzo, K-feldspato (sanidina), plagioclásio, biotita em um
groundmass de grão fino. Observe a forma interessante do grão (parcialmente reabsorvido? esquelético?) De quartzo, no
centro da fotografia.
18.2.1.6 Esferulito
Figura 18.2.1.6(a) Esferulito NX e Figura 18.2.1.6(b) Esferulito LP, Esferulitos estão irradiando massas de cristais fibrosos
em uma matriz vítrea. Estes esferulitos são provavelmente compostos por feldspatos alcalinos e alguns polimorfo de SiO2, e
nesta foto polarizada, aparecem como objetos redondos com cruzes escuros. Observe o fenocristal grande que forma o núcleo
de um dos esferulitos no centro-esquerda.
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18.2.1.7 Turfo
Figura 18.2.1.7-(a) Turfo Levemente Compactado LP: Nesta amostra, os cacos de vidro em forma irregular ainda são
relativamente não deformados. Observe também os fenocristais de quartzo (transparente) e biotita (vermelho escuro) nesta
figura.
Figura 18.2.1.7-(b) Turfo Pobremente Soldado LP: Nesta amostra, os cacos de vidro estão começando a ficar deformados.
Observe os fenocristais de quartzo (transparente) e biotita (vermelho escuro) nesta figura.
Figura 18.2.1.7-(c) Turfo Fortemente Soldado LP: Nesta amostra, os cacos de vidro são fundidos em uma massa swirly, e o
fragmento grande pedra-pomes, centro-direita é achatada. Em contraste, fenocristais de quartzo são relativamente
indeformado.
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18.2.1.8 Vitrófiro
Figura 18.2.1.8 O Vitrófiro é outro nome para uma obsidiana fenocristal-rolamento. Os fenocristais na fotomicrografia
acima são maioritariamente plagioclásios. O groundmass é de vidro obsidiana.
18.2.1.9 Porfiritica
Figura 18.2.1.9 Cristais maiores em uma matriz de grãos muito finos, textura porfiritica. Indicando pelo menos dois
estagios distintos no resfriamento magmatico. Os cristais grandes (principalmente olivina) cresceram em um estagio mais
lento, ocorrendo provavelmente em uma camara magmatica dentro da crosta. A massa fundamental consolidou-se apenas
após a erupção. Campo de visão mm 3.
Manual de Petrologia Ígnea 133
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Figura 19.1-(a): Cristais de Olivina associados à Biotita e opacos, observar relevo alto e forma anedral, nicóis descruzados,
em dunito (20X). Figura 19.1-(b): Cristais de Olivina, observar alta birrefringência, nicóis cruzados, associada Biotita em
dunito (20X).
Figura 19.2: Diopsídio é o mineral no centro que tem birrefringência alta cor de rosa de segunda ordem quando visto sob
nicois cruzados, NX. O mineral estinto (isotrópico), encontrado no canto superior direito e no canto superior esquerdo, é
granada. O mineral clar sobre o lado esquerdo que aparece em amarelo é wollastonite.
Figura 19.3-(a): Olivina gabro com cristais de olivina (cristal anedral com cores de interferência azulada e esverdeada),
cristais ripiformes de plagioclásio com interstícios ocupados por piroxênio (textura sub-ofítica a intergranular); nicóis
cruzados; escala em vermelho de 200 mm. Figura 19.3-(b): Gabro é uma rocha ígnea básica, o equivalente intrusivo do
basalto. Assim, não há quartzo, e cerca de métade da rocha é feito de minerais (olivina e piroxênio), que são de cor escura em
espécime mão. Nesta visão cross-polares mostram cores brilhantes. A listra do cinza dos cristais retangulares é plagioclásio.
Campo de visão de 8 mm, filtros polarizadores.
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Figura 19.4-(a): Norito é um gabro em que o piroxênio é principalmente ortopiroxênio. Este norito das porções mais altas do
Complexo Stillwater famoso em Montana também contém alguns clinopiroxênios, LP. Figura 19.4-(b): Geralmente,
clinopiroxênio tem maiores cores de interferência do que ortopiroxênio, NX.
Figura 19.5-(a): Hiperstênio Gabro, LP. Figura 19.5-(b): A lâmina delgada pode ter sido confeccionada um pouco espessa
devido as cores de maior interferência do Hiperstênio, NX.
Figura 19.6-(a): Doleito é o nome dado a rochas ígneas básicas encontradas em intrusões de pequeno porte que são
intermediárias no tamanho de grão entre basalto e gabro. Intrusões pequenas (diques e sills) esfriam mais rapidamente do que
intrusões grandes, mas mais rápido que extravasamentos em superficie. Campo de visão de 6 mm. Figura 19.6-(b): I:
Ilmenita; Pl: Plagioclásio; Ag: Augita; Gl: Vidro Máfico. LP.
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Figura 19.7-(a): Esta rocha é dominada pelo clinopiroxênio Augita. Clinopyroxenito, LP. Figura 19.7-(a): Idem, NX,
Figura 19.8-(a): Biotita apresenta clivagem perfeita em uma direção. Pleocroísmo marrom ou verde. A cor de máxima
absorção é mostrada quando o polarizador é paralelo à clivagem. Figura 19.8-(b): Idem, NX.
Figura 19.9-(a): Sob (NX) Biotita apresenta uma textura manchada distintiva, uma vez que se aproxima da extinção. Na
posição de extinção pequenas manchas não extinguem. Estes traços são característicos de extinção olhos de pássaro (birds
eyes) que é comum em micas. Figura 19.9-(b): Sob luz polarizada biotite aparece verde com tons cor de rosa. É cercada por
quartzo e feldspatos. Esta fina camada é de uma rocha granítica.
Manual de Petrologia Ígnea 136
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Figura 19.10-(a): Granodiorito é muito semelhante ao granito. Ele tem menos da variedade de potássio do feldspato, mais do
feldspato sódico (plagioclásio). Os minerais escuros nesta rocha incluem hornblenda verde e marrom mica (biotita). Campo
de visão de 8 mm LP. Figura 19.10-(b): Feldspatos e quartzo aparecem em tons de cinza. Granito e granodiorito são rochas
ácidas, ou seja, eles são feitos principalmente de minerais félsicos (quartzo e feldspatos) ao invés de minerais máficos
(hornblenda, piroxênio e outros minerais de cor escura). Campo de visão de 8 mm, NX.
Figura 19.11-(a): Granitos com granulação grossade dois tipos diferentes de feldspato (rico em potássio e sódio), juntamente
com quartzo e uma pequena proporção de minerais escuros. Nesta visão de um granito da Cornualha, a feldspatos têm uma
aparência empoeirada, e o quartzo é claro. O único mineral colorido é uma pequena quantidade em amarelo de turmalina
(direita) LP. Campo de visão de 8 mm. Figura 19.11-(b): Olhando o granito entre polarizadores cruzados torna mais fácil
distinguir os cristais individuais. A rocha é composta por encravamento feldspatos e quartzo rectangular irregular claro, tudo
em tons de cinza escuro até o branco. Os cristais com cores amarelas são mica (muscovita) e turmalina. Campo de visão de 8
mm, NX.
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Este Manual foi criado com o intuito de facilitar, compreender e interpretar as Rochas Ígneas
e seus diferentes mecanismos de origem e formação. Sendo utilizado somente como um
Manual de Petrologia Ígnea para a identificação de Lâminas Delgadas em Laboratório de aula
prática da disciplina GEO-188 (Petrologia Ígnea) e não possui nenhum vínculo
finaceiro/institucional a cerca do mesmo. Vale ressaltar, e de grande importância salientar,
que o Manual foi elaborado e organizado a partir de informações obtidas das referências
citadas abaixo.
REFERÊNCIAS:
http://dc245.4shared.com/doc/luKszq2_/preview.html
http://leggeo.unc.edu/Petunia/IgMetAtlas/mainmenu.html
http://minerva.union.edu/hollochk/c_petrology/ig_minerals.htm
http://picasaweb.google.com/rubempjr/TexturasDeRochasMagmTicasVistasAoMicroscPio2#
http://vsites.unb.br/ig/posg/dout/tese05/index.html
http://www.earth.ox.ac.uk/~oesis/index.html
http://www.geira.pt/pnpg/index.html
http://www.geolab.unc.edu/Petunia/IgMetAtlas/mainmenu.html
http://www.rc.unesp.br/museudpm/rochas
http://www.science.smith.edu/geosciences/petrology/Petrography/default.html
http://www.unb.br/ig/cursos/met1/index.htm
http://www.whitman.edu/geology/winter/
Notas de Aula, Professora Maria de Lourdes da Silva Rosa, Disciplina GEO-188 Petrologia Ígnea - UFBA,
2006.
Apostila: Descrição Petrográfica de Rochas Ígneas (Apostila didática para a Disciplina Petrologia I) do
Departamento de Mineralogia e Petrologia Ígnea da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Edição
2004.