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Resumo
Abstract
In this research it is investigated the influence of mixing and curing methods in the
mechanical characteristics in bending of thermoset polymer concrete, known as resin concrete.
Polyester concrete are studied, with natural aggregates as in cement concrete.
The mechanical characteristics are presented as a function of mixing, curing time and post-
cure effects.
3
1. Introdução
As vantagens dos betões de resina, comparativamente aos betões de cimento, são a alta
resistência, boa durabilidade, permeabilidade muito baixa e tempos de cura muito rápidos (da
ordem dos minutos ou poucas horas).
As aplicações de betões poliméricos estão em crescimento, nomeadamente na pré-fabricação,
onde é hoje comum ver-se drenos para águas, caixas, tubagens ou postos de transmissão, bem
como painéis de fachadas [2].
A boa resistência e durabilidade dos betões poliméricos permite a produção de componentes
pré-fabricados de alta qualidade com secções menores e com espessuras de recobrimento também
menores nos betões armados, reduzindo assim as cargas próprias na estrutura. Os custos de
transporte e manuseamento são também minimizados.
Tal como o betão de cimento Portland, os betões de resina têm baixa resistência em tracção,
quando comparada com a resistência em compressão (esta da ordem dos 100 MPa). Assim, podem
ocorrer roturas frágeis em planos onde as tensões tractivas excedam as tensões últimas do material.
Utilizam-se reforços, na forma de varões de aço ou de plástico reforçado, para aumentar a carga
última resistente destas estruturas, bem como a sua ductilidade e tenacidade [3-6]. O objectivo
deste artigo é o de apresentar o programa experimental preliminar para a caracterização do
comportamento em flexão de betões poliméricos, com resina de poliester.
4
2. Procedimento experimental
Neste trabalho realizaram-se ensaios de flexão em três pontos, segundo a norma RILEM
1995 TC 113-CPT [7], a betões com diferentes composições e diferentes tratamentos de pós-cura.
Na figura 1 ilustra-se o procedimento experimental, bem como a geometria do provete de flexão.
a)
Unid.: ( mm )
160 40
40
30 30
100
b)
3. Resultados experimentais
Foram retirados dos ensaios as curvas carga-deslocamento, para os diferentes betões e para
diversas condições de cura da resina, apresentadas nas figuras 2 a 14.
Betão 1 - 24 horas Betão 1 - 48 horas
7000
6000
6000
5000
5000
4000
Carga (N)
4000
Carga (N)
3000
3000
2000 2000
1000 1000
0
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
Fig. 2 – Curvas carga-deslocamento para betão nº 1-24h Fig. 3 – Curvas carga-deslocamento para betão nº 1-48h
8000 8000
7000 7000
6000 6000
5000 5000
Carga (N)
Carga (N)
4000 4000
3000 3000
2000 2000
1000 1000
0 0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
Fig. 4 – Curvas carga-deslocamento para betão nº 1-6d Fig. 5 – Curvas carga-deslocamento para betão nº 2
Betão nº 3 - 80 ºC - 3 horas Betão nº 4 - 24 horas
8000 9000
8000
7000
7000
6000
6000
5000
Carga (N)
Carga (N)
5000
4000
4000
3000 3000
2000 2000
1000 1000
0 0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
Fig. 6 – Curvas carga-deslocamento para betão nº 3 Fig. 7 – Curvas carga-deslocamento para betão nº 4-24h
7
9000 12000
8000
10000
7000
6000 8000
Carga (N)
Carga (N)
5000
6000
4000
3000 4000
2000
2000
1000
0 0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
Fig. 8 – Curva carga-deslocamento para b etão nº 4-48h Fig. 9 – Curvas carga-deslocamento para betão nº 4-7d
7000 12000
6000 10000
5000
8000
Carga (N)
Carga (N)
4000
6000
3000
4000
2000
2000
1000
0 0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
Fig. 10 – Curvas carga-deslocamento para betão nº 5 Fig. 11 – Curvas carga-deslocamento para betão nº 7 – 24h
10000 12000
9000
10000
8000
7000
8000
6000
Carga (N)
Carga (N)
5000 6000
4000
4000
3000
2000
2000
1000
0 0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
Fig. 12 – Curvas carga-deslocamento para betão nº 7-48h Fig. 13 – Curvas carga-deslocamento para betão nº 7-7d
8000
7000
6000
5000
Carga (N)
4000
3000
2000
1000
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
Deslocamento (mm)
30
25
Betão nº 1
15 betão nº 4
betão nº 7
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Tempo (dias)
A moldabilidade dos betões realizados com areia limpa é superior a dos betões realizados
com areia de fundição. A moldabilidade dos betões aumenta com o aumento da percentagem de
resina, e diminui com a utilização de carbonato de cálcio como material de carga. Os provetes dos
betões realizados com areia de fundição são mais difíceis de desmoldar, aumentando esta
dificuldade com a utilização de carga e com a diminuição da percentagem de resina, como o
mostra o caso do betão nº 6 que não curou, tornando impossivel a desmoldagem dos provetes.
4. Conclusões
Foi elaborado um conjunto de betões com diferentes composições e tratamentos de pós-cura.
Estes betões foram sujeitos a ensaios de flexão em três pontos, tendo-se registado as curvas carga-
deslocamento e os respectivos valores de carga de ruptura. Na generalidade, as curvas carga-
deslocamento registadas para os diferentes provetes de cada betão são muito semelhantes, o que
quer dizer que os valores obtidos são bastante reprodutíveis.
Quanto à carga de rotura, observa-se que esta aumenta com a o aumento da quantidade de
resina. No caso dos betões realizados com carga, a carga de rotura é superior nos betões de areia
limpa, enquanto que no caso dos betões realizados sem carga, a carga de rotura é superior nos
betões de areia de fundição.
Quanto ao caso dos betões com tratamento de pós cura a temperatura ambiente, a carga de
rotura aumenta com o tempo de pós-cura. No betão nº 4 a tensão de ruptura diminui entre às 24 e
48 horas, isto provavelmente ocorreu devido aos provetes do betão nº 4-48h apresentarem uma
surperfície bastante danificada.
Os provetes com maior resistência foram os do betão nº 7-7d, o que provavelmente é devido
à utilização de areia limpa, à utilização de carbonato de cálcio como carga, e à utilização de uma
percentagem superior de resina. É de notar que os provetes do betão nº 4-7d tiveram uma
resistência semelhante à do betão nº 7-7d.
10
5. Agradecimento
Referências
[1] ACI Committee 548, Guide for the use of polymers in concrete (ACI 548, IR-86), American
Concrete Institute, Detroit, 1986
[2] J. Dikeou, Precast polymer concrete in the United States, Proceedings of the Fifth
International Congress of Polymers in Concrete, Brighton, England, 1987, pp. 251-256
[3] K. S. Rebeiz and D. W. Fowler, Flexural strength of reinforced polymer concrete made with
recycled plastic waste, ACI Structural Journal, 1996, pp. 524-530
[4] K. S. Rebeiz , S. P. Serhal, D. W. Fowler, Recommended design procedure in shear for steel-
reinforced polymer concrete, ACI Structural Journal, 1993, pp. 562-567
[5] J. T. San José and J. L. Ramirez, FRP bars in the bending behaviour of the polymer concrete,
IRF International Conference, Porto, 1999
[6] J. T. San José and J. L. Ramirez, Pure bending in polymer reinforced concrete-Design
guidelines for polyester polymer concrete, Proceedings of Arquimacom, 98, Bordeaux,
France, 1998
[7] PMC-8 Method of test flexural strength and deflection of polymer-modified mortar, RILEM,
Technical Committee TC-113, Symposium on properties and test methods for concrete-
polymer composites, Oostende, Belgium, 1995