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COMPARAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E MECÂNICAS DE

ARGAMASSA CONVENCIONAL DE CIMENTO E ARGAMASSA POLIMÉRICA

João Vitor David de Oliveira1


Ricardo Nunes de Souza2
Jaqueline Vicente Matsuoka3
RESUMO
Introdução: A qualidade dos materiais e componentes utilizados em uma obra da construção civil
tem influência direta no resultado final do empreendimento. No entanto, a busca pela qualidade não
pode ser responsável por aumentar demasiadamente o seu custo final. Buscando otimizar a relação
custo-benefício, a indústria da construção civil experimenta uma acelerada e constante busca por
materiais inovadores, capazes de garantir a resistência/qualidade necessária, mas que não onere o
empreendimento. Em muitas das situações, alguns ajustes na composição dos insumos básicos da
construção civil já são suficientes para melhorar seu comportamento e/ou promover uma redução
de custos, com garantia de qualidade. Objetivo: Este estudo tem como objetivo compreender, por
meio de ensaios laboratoriais, e comparar as propriedades físicas e mecânicas de argamassas de
assentamento e revestimento à base de cimento e à base de polímeros, ambas confeccionadas in
loco. Metodologia: Seguindo as recomendações da norma ABNT NBR 13279:2005, foram
realizados ensaios de compressão axial e de tração à flexão em nove corpos de prova. Foram
selecionados três argamassas com composições distintas, a saber: (i) argamassa polimérica com
40% de dolomita, 20% de resina, 30% de areia média e 10% de impermeabilizante; (ii) argamassa
com cimento CP-II E 32 MPa; e (iii) argamassa com cimento CP-V ARI, e, para garantir a
confiabilidade dos resultados, confeccionados três corpos de prova para cada composição
especificada acima. Todos os corpos de prova foram compactados com o auxílio de uma mesa
vibratória e passaram por cura de 28 dias ao ar livre. Além dos ensaios, foram realizados os cálculos
de teor de absorção de umidade e índice de vazios. Resultados: A análise comparativa dos dados,
mostra que os corpos de prova confeccionados com argamassa de polímeros apresentam maior
resistência média à tensão de ruptura, tanto por compressão (27,307 MPa) quanto por tração à flexão
(2,699 MPa). As argamassas de cimento CP-V e CP-II apresentaram valores médios de resistência
próximos entre si, com uma resistência média à tensão de ruptura por compressão de 2,294 e 1,987
MPa, respectivamente, e uma resistência média à tensão de ruptura por tração à flexão de 0,169 e
0,119 MPa, respectivamente. Apesar de similares entre si, tais valores são consideravelmente
inferiores quando comparados com àqueles obtidos para a argamassa de polímeros, que apresenta
uma resistência à ruptura por compressão cerca de 10X maior e uma resistência à ruptura por tração
à flexão que pode ser até 22X superior. Um padrão semelhante foi observado no teor de absorção
de umidade, com argamassas de cimento (CP-V e CP-II) exibindo um teor que pode ser 7X maior
do que as argamassas de polímeros. Conclusão: Indiscutivelmente, a argamassa polimérica
apresenta um melhor desempenho, destacando-se, dentre as demais analisadas, pela sua maior
resistência e qualidade. Contudo, o custo de aquisição figura como um importante empecilho,
fazendo-se necessário um estudo de viabilidade técnica e econômica que considere as necessidades
específicas de cada construção e o local onde a obra está sendo executada, já que o preço da
argamassa polimérica pode variar substancialmente de um local para o outro.

Palavras-chave: Resistência de diferentes tipos de argamassa; Ensaios mecânicos; Propriedades


físicas.

1
Bacharelando em Engenharia Civil – UNIFUCAMP – E-mail: joaodavidoliveira@unifucamp.edu.br
2
Mestre em Engenharia Civil – UFRJ – E-mail: ricardonunes@unifucamp.edu.br
3
Mestre em Ciências Cartográficas – UNESP – E-mail: jaqueline.matsuoka@unifucamp.edu.br

ANAIS DA FUCAMP, v.09, (2024) ISSN: 2448-3133

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