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Correntes Polarizadas

e Alta Frequência

• Introdução às Correntes Polarizadas;


• Corrente Galvânica ou Polarizada;
• Corrente Microgalvânica;
• Microcorrentes (MENS);
• Introdução à Alta Frequência.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Proporcionar aos profissionais de estética um conhecimento mais amplo dos concei-
tos, aplicabilidades, parametrização e técnicas de aplicação desse tipo de corrente
empregada na estética;
• Trabalhar de forma correta e segura com essa terapia e equipamentos mais utiliza-
dos nos tratamentos.
UNIDADE Correntes Polarizadas e Alta Frequência

Introdução às Correntes Polarizadas


As correntes elétricas polarizadas fazem parte de outro grupo de correntes elétri-
cas terapêuticas bastante utilizadas nos tratamentos estéticos. Diferente das corren-
tes despolarizadas que tratamos anteriormente, que possuíam polaridade positiva e
negativa dispostas de modo alternado e que eram classificadas de acordo com sua
frequência, essas possuem fluxo unidirecional, ou seja, a carga elétrica flui numa
única direção. Nas correntes polarizadas os elétrons dirigem-se do polo negativo
para o positivo e, então, temos manutenção da polaridade durante a aplicação, ou
seja, agora a escolha da polaridade é importante para se obter determinado fim
terapêutico, que vamos discutir adiante.

Entre os efeitos promovidos por esse tipo de corrente, destacamos os efeitos


polares que são desencadeados na superfície da pele em que se encontram posicio-
nados os eletrodos. Os tecidos biológicos possuem íons positivos e negativos, que
são movimentados (movimento iônico) naturalmente para ajuste de potencial de
membrana, entre outros. Essa grande quantidade de íons dissolvidos nos líquidos
corporais pode ser submetida à movimentação quando se aplica um campo elétrico
polarizado (corrente polarizada) sobre a pele, gerando uma série de efeitos físicos
e químicos no tecido.

É produzida uma série de efeitos decorrentes desse movimento iônico, que vai
desde uma drenagem de edemas, até permeação de ativos (ionizados, ou seja, que
possuem polaridade definida), efeito descontaminante (bactericida e fungicida), es-
tímulo vasodilatador (aumento da circulação sanguínea) e irritativo sobre o tecido
(podendo produzir um processo inflamatório para ativação do reparo e regenera-
ção tecidual), efeito cicatrizante e analgésico, entre outros.

Para cada fim terapêutico, existe uma corrente e/ou modo de corrente que se
adequa melhor para o propósito, no que se diz respeito à forma de entrega da
corrente elétrica para o tecido, nível de intensidade, variação de polaridade, entre
outros. Por isso, denominamos as correntes em: Galvânica (ou Polarizada), Micro-
galvânica e Microcorrentes.

Discutiremos a seguir cada uma das indicações terapêuticas com finalidade estética.

Corrente Galvânica ou Polarizada


“Corrente contínua monofásica, que se diferencia das correntes alternadas pela
manutenção da polaridade em seu uso”. A intensidade da corrente é dada em
miliaméres (mA), ou seja, suficiente para atingir limiar sensorial e se produzir um
estímulo (formigamento leve) durante a aplicação.

Por apresentar grandes efeitos polares devido à intensidade e manutenção da


polaridade local, pode desencadear alguns efeitos colaterais quando não bem mi-
nistrada (intensidade muito alta e tempo inadequado), como a queimadura local.

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Por isso, a indústria, ao produzir os mais recentes equipamentos de correntes po-
larizadas, acabou por “alterar” a corrente da forma contínua para a forma “revitali-
zada”. Isso significa que, agora, a corrente acaba por possuir um “recorte” (pulsos)
durante a administração, mantendo a mesma eficácia, mas minimizando os efeitos
colaterais indesejáveis (como a queimadura) e melhorando o conforto durante a
aplicação. Portanto, a corrente Galvânica hoje chamada de Polarizada, possui em
média 8.000 pulsos por segundo, como vemos a seguir:

Figura 1 – Corrente polarizada revitalizada em 8.000Hz – modo positivo

Figura 2 – Corrente polarizada revitalizada em 8.000Hz – modo negativo

Essa corrente é utilizada para a técnica de Ionização/Iontoforese, Desincruste e


Eletrolifting não-invasivo (sem agulha), que veremos a seguir.

Ionização/Iontoforese
Ionização ou Iontoforese é o nome dado à técnica em que utilizamos a corrente
polarizada para administração subcutânea de ativos que serão utilizados com algum
propósito terapêutico. A finalidade terapêutica, ou seja, indicação, depende do
produto que será utilizado. O mercado cosmético hoje disponibiliza uma série de
produtos a para uso nessa técnica e com diversas indicações. Muitos estudos são
produzidos para se conhecer melhor quais ativos são viáveis nesse tipo de aplica-
ção, níveis de permeação (profundidade e que células alvo atingem), tempo de ação
e eficácia, etc. Existem produtos que são utilizados com foco lipolítico (tratamento

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da gordura localizada), para tratamento da flacidez de pele, tratamento de man-


chas, para cicatrização, entre tantos outros.

Para escolha do produto e execução da técnica, devemos conhecer um princípio


básico da física que diz: “polos semelhantes se repelem e polos opostos se atraem”.
Portanto, somente permeamos ativos com polaridade definida!

Importante! Importante!

Os cosméticos utilizados devem ser ionizáveis (polaridade definida e referida na emba-


lagem do produto) e solúveis em água (veículo à base de água).

Então, diante do campo elétrico da corrente, os ativos são movimentados de


acordo com sua polaridade e permeiam no tecido por meio da “eletrorrepulsão”.
Ativos positivos e negativos serão permeados, desde que sejam colocados sob o
eletrodo que apresente a mesma carga elétrica. Então, ativos positivos deverão
ser exclusivamente colocados sob o polo positivo, e os negativos somente no polo
negativo, somente assim ocorrerá uma “eletrorrepulsão” de íons de polaridade
semelhante através da pele.

Figura 3 – Corrente polarizada revitalizada em 8.000Hz – modo negativo


Fonte: Acervo do Conteudista

Efeitos da aplicação da corrente polarizada e da iontoforese na gordura localizada em mu-


Explor

lheres, disponível em: https://goo.gl/AH9ixd

Técnica de aplicação
A Ionização/Iontoforese pode ser utilizada em tratamentos faciais e corporais.
Podemos fazer escolha de uma das duas técnicas de aplicação possíveis: aplicação
fixa e aplicação móvel.

Na aplicação fixa, os eletrodos são de alumínio, tipo placa, que são colocados
no interior de uma esponja umedecida (que conduzirá a corrente elétrica). O ele-
trodo ativo (aquele onde o produto com ativo de polaridade definida será colocado)

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deve ser colocado sobre o local de aplicação desejado (exemplo: coxa) e o eletrodo
passivo em um local próximo. Os eletrodos devem estar equidistantes entre si, isto
é, a distância entre eles deve ser maior que a maior dimensão do eletrodo, evitando
irritação e/ou queimadura química. Essa técnica é a que mais utilizamos nos trata-
mentos corporais!

Na aplicação móvel, o eletrodo ativo é o rolinho (podendo este ser facial ou


corporal) e o eletrodo passivo é o eletrodo de alumínio com esponja vegetal embe-
bido em água que deve ser fixo próximo à região tratada. O cosmético é gotejado
sobre a pele e o rolinho é deslizado sobre ele sua penetração.

Figura 4 – Aplicação fixa Figura 5 – Aplicação móvel


Fonte: Divulgação Fonte: Divulgação

Em Síntese Importante!

Se queremos permear um ativo “positivo”, devemos colocá-lo sob o eletrodo ativo da mes-
ma polaridade, para então ocorrer a eletrorrepulsão (cargas semelhantes se repelem) e en-
tão, permear no tecido. Portanto, é muito importante conhecer a polaridade do produto e
promover sua colocação sob o eletrodo da mesma polaridade. Isso é fundamental para que
a técnica seja efetiva!

Existem equipamentos no mercado em que a polaridade do eletrodo ativo é ajustada di-


Explor

retamente no display do equipamento e outros cuja polaridade é de acordo com a cor do


terminal do cabo (sendo: positivo, vermelho; negativo, preto). Essas questões são descritas
no manual do equipamento.

Desincruste
Desincruste é o nome dado à técnica em que utilizamos a corrente polarizada
para administração subcutânea de um tipo de ativos que é utilizado com um pro-
pósito terapêutico definido: facilitar a retirada do excesso de secreção sebácea da
superfície da pele. Chamamos de limpeza de pele profunda ou desincrustação.

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A corrente elétrica permeia ativos específicos que realizam “saponificação”


(efeito detergente), ou seja, ao permear na pele e entrar em contato com o sebo
(ácidos graxos), realizam eletrólise, uma reação eletroquímica que transforma esse
sebo em sabão, que vai até a superfície da pele onde é facilmente removido.

Técnica muito utilizada em tratamento de acne e limpeza de pele, tanto em homens como
Explor

em mulheres, deve ser cuidadosamente selecionada e incluída no tratamento, com uma


avaliação completa do paciente e observação da resposta terapêutica individual, para que
não haja efeito rebote (como existe grande remoção sebácea, o corpo pode entender que é
necessário produzir mais, e então o quadro piora).

Técnica de aplicação
O desincruste pode ser utilizado em tratamentos faciais (mais comum) e corpo-
rais (região dorsal e colo).

A técnica consiste em um eletrodo ativo que chamamos de caneta, com uma


ponteira tipo gancho, que deve ser envolvida com algodão e embebida na substân-
cia desincrustante, sem que a parte metálica entre em contato com a pele, para que
não ocorra queimadura. O eletrodo passivo é o eletrodo de alumínio com esponja
vegetal embebida em água, que deve ser colocado em uma região próxima ao local
de tratamento.

Figura 6 – Desincruste
Fonte: Divulgação

Existem equipamentos no mercado em que a polaridade do eletrodo ativo é ajustada di-


Explor

retamente no display do equipamento e outros cuja polaridade é de acordo com a cor do


terminal do cabo (sendo: positivo, vermelho; negativo, preto). Essas questões são descritas
no manual do equipamento.

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Eletrolifting não-invasivo
Técnica que utiliza a corrente Polarizada para atenuação de rugas superficiais e
linhas de expressão por meio de uma irritação cutânea promovida pelo efeito vaso-
dilatador e irritativo com aumento da permeabilidade do vaso que o polo negativo
da corrente produz no tecido. A partir desse processo inflamatório local e contro-
lado, estimulamos os fibroblastos (células que produzem todos os componentes da
matriz extracelular, entre eles colágeno e elastina) para recuperação da área.

Técnica muito utilizada em pacientes que são sensíveis aos tratamentos com uso de agu-
Explor

lhas. Para potencializar o efeito da técnica, costumamos fazer uso de ativos como fatores
de crescimento, entre outros, logo em seguida à técnica. Ou até mesmo uso de terapia
combinada com outros equipamentos como vacuoterapia, microdermoabrasão, radiofre-
quência, entre outros.

Técnica de aplicação
O eletrolifting não-invasivo é utilizado em tratamentos faciais, principalmente
em rugas frontais, glabelares, periorbiculares e nasogenianas.

A técnica de aplicação consiste no uso de um eletrodo ativo que é a caneta com


uma ponteira específica. O eletrodo passivo é o eletrodo de alumínio com esponja
vegetal embebida em água, que deve ser colocado em uma região próxima ao local
de tratamento. Na aplicação, não se utiliza nenhum tipo de produto associado.

A polaridade negativa deve ser utilizada no eletrodo ativo, afim de que o efeito
vasodilatador e irritativo aconteça. Então, deve-se realizar uma escarificação (fric-
cionar) sobre as rugas e linhas de expressão até atingir uma hiperemia e eritema
local. O tempo é variável de paciente para paciente.

Figura 7 – Eletrolifting
Fonte: Divulgação

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Corrente Microgalvânica
Corrente contínua monofásica (assim como a Galvânica), que se diferencia das
correntes alternadas pela manutenção da polaridade em seu uso. A intensidade da
corrente é dada em microampéres (µA), sendo mil vezes menor que a galvânica, ou
seja, não é suficiente para atingir limiar sensorial, por isso é considerada subsensorial.

A microgalvanopuntura é utilizada em uma técnica chamada “Eletrolifting com


agulha” ou então “Microgalvanopuntura”.

Figura 8 – Corrente microgalvânica – modo positivo

Figura 9 – Corrente microgalvânica – modo negativo

Eletrolifting com agulha (Microgalvanopuntura)


Técnica utilizada no tratamento de estrias e rugas mais profundas. Consiste no
uso dos efeitos fisiológicos da corrente Galvânica de baixa intensidade na polarida-
de negativa (vasodilatador, irritativo, com aumento de permeabilidade da membra-
na) associada a trauma da agulha.

O estímulo físico da agulha (trauma da punturação) associada a corrente po-


larizada produz um processo inflamatório local, de modo a gerar hiperemia e
edema e, consequentemente, ativação fibroblástica com deposição de colágeno
e elastina local.

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Técnica de aplicação
A técnica pode ser utilizada em região corporal (estrias) e facial (rugas). Para a
aplicação, utilizamos uma caneta com uma ponteira específica e uma agulha co-
nectada à ponteira; esse é o eletrodo ativo, que deve ter a polaridade negativa de-
finida. O eletrodo passivo é o eletrodo de alumínio com esponja vegetal embebida
em água, que deve ser colocado em uma região próxima ao local de tratamento.
Na aplicação, não se utiliza nenhum tipo de produto associado.

Figura 10
Fonte: Divulgação

Microcorrentes (MENS)
O termo MENS é uma abreviação de “Microcurrent Electrical Neuromuscular
Stimulation”. Trata-se de um tipo de eletroestimulação que utiliza corrente de
baixa frequência, polarizada (geralmente com inversão automática da polaridade)
com intensidade na faixa dos microampères. Não ativa fibras nervosas sensoriais
subcutâneas e o paciente não tem percepção da sensação do estímulo, sendo con-
siderada uma corrente “subsensorial”.

Figura 11 – Corrente MENS – modo de inversão automática da polaridade

A MENS é tratada como uma corrente que imita os sinais bioendógenos/ bioelé-
tricos teciduais, de modo a favorecer a homeostasia (equilíbrio) do tecido e normalizar

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suas funções. Portanto, os efeitos fisiológicos da corrente incluem: reestabelecimento


da bioeletricidade tecidual, aumento da síntese de ATP, transporte ativo de aminoá-
cidos, síntese de proteínas e ação no sistema linfático.
Um tecido traumatizado/lesionado apresenta uma maior resistência à passagem
da corrente endógena. Com isso, o processo de cura é diminuído. A aplicação da
MENS nessas condições faz com que a resistência capacitiva local seja diminuída;
com isso, a bioeletricidade tecidual é recuperada (a corrente bioendógena volta a
passar no tecido), sendo, então, reestabelecida a homeostasia.
A MENS também possui a capacidade de aumentar a produção de ATP em até
500%. O ATP (Adenosina Trifosfato) é a moeda energética das células e, por isso, res-
ponsável pela produção também de proteínas e fibras. Com esse aumento produzido
pela aplicação da MENS, temos como resultado ativação de todo processo energético
celular e uma ativação de suas funções, contribuindo, por exemplo, por um aumento
do transporte ativo de aminoácidos para o interior da célula e maior formação de
proteínas (em torno de 40%). Todos esses fatores associados contribuem em todo pro-
cesso de reparo e regeneração celular. Também são observados efeitos relacionados à
ativação linfática, com redução de edema local, analgesia, entre outros.
Portanto, podemos resumir os efeitos terapêuticos em: promoção da analgesia
(melhora da dor), aceleração do processo de reparação tecidual, controle inflama-
tório, efeito bactericida (por isso muito utilizada em lesões infectadas), redução de
edema e relaxamento muscular.

Ação da microcorrente no envelhecimento cutâneo, disponível em: https://goo.gl/JWyeKu


Explor

Uso de microcorrentes na cicatrização tecidual, disponível em: https://goo.gl/9VkwDq


Aplicação da microcorrente como recurso para tratamento de úlceras venosas: um estudo
piloto, disponível em: https://goo.gl/RXDURP

Indicações
Nos tratamentos estéticos, utilizamos em tratamentos de revitalização cutânea
(devido à ativação do metabolismo celular, com resposta fibroblástica – aumento
de colágeno e elastina); tratamento da acne (devido ao efeito bactericida, controle
inflamatório, descongestão tecidual); em pré e pós-operatório de cirurgias plásticas
(por meio da ativação circulatória e contribuição no processo de reparo e regene-
ração tecidual); recuperação pós peeling (efeito cicatrizante e reparador) e cansaço
muscular facial (relaxamento muscular).

Técnicas de aplicação
Existem algumas formas de aplicação das MENS que se baseiam na área de
aplicação (facial ou corporal), podendo ser dinâmica ou estática (fixa).

Como se trata de uma corrente subsensorial, o método é indolor e não invasivo.

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Aplicação estática
Nesse caso, utilizamos eletrodos convencionais, como de silicone-carbono e au-
toadesivos. Esses promovem maior concentração de energia local, por manuten-
ção da corrente em um ponto fixo e, então, com a possibilidade de uma maior
eficácia terapêutica.

Essa técnica é muito utilizada em tratamentos de cicatrização, principalmente de


lesões corporais; também utilizada em tratamentos faciais quando há concentração
da alteração em uma área específica e delimitada (exemplo: tratamento de acne).

Mantemos a região acometida no centro dos eletrodos. Podemos, também, re-


alizar a técnica cruzada (nesse caso, cruzamos dois canais de saída) para atender
uma área maior de tratamento.

Figura 12 – Aplicação estática


Fonte: Divulgação

Aplicação dinâmica
Essa é uma das técnicas mais realizadas na aplicação das MENS, pois associa os
benefícios da corrente aos movimentos mecânicos com canetas específicas. Cada
movimento corresponde a uma ação que se deseja no tecido.

Utilizamos eletrodos tipo bastões (para tratamentos corporais) e canetas com


ponteiras tipo “martelinho” nos tratamentos faciais ou em áreas mais delimitadas.
Como se trata de uma técnica dinâmica em que não há um tempo grande de per-
manência de um eletrodo na área de tratamento e nem constância, há uma menor
concentração da corrente. Porém, na prática clínica a associação dos movimentos
+ correntes elétricas é a mais realizada com bons resultados clínicos.

Em relação aos movimentos realizados, possuem algumas particularidades:


movimentos ascendentes, no sentido das fibras musculares; movimentos em “S”,
como “cobrinhas”; também se realiza o “encurtamento” ou “aproximação” das ex-
tremidades, mantendo uma caneta na origem muscular e outro na inserção e, fazer
com que o eletrodo da inserção se aproxime da origem e vice-versa; movimentos

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em forma de pinçamento também costumam ser realizados, buscando-se estímulos


circulatórios locais.

Com os eletrodos tipo bastão, aplicamos a técnica dinâmica em áreas maiores,


como regiões corporais (abdomen, coxas, glúteos), pescoço e colo. Nesse caso, o
movimento associado é de deslizamento.

Figura 13 – Aplicação dinâmica Figura 14


Fonte: Divulgação Fonte: Divulgação

Parâmetros
É necessário o ajuste de alguns parâmetros no equipamento de acordo com o
objetivo terapêutico. Entre eles:
• Frequência: varia de 0,1 a 1.000 Hz. Está relacionada à profundidade de
ação da terapia: quanto menor, maior a penetração;

Tabela 1
Frequência Plao de atuação
0,1 Hz Reparação óssea
0,5 – 50 Hz Muscular
100 – 150 Hz Tecido subcutâneo
200 – 250 Hz Derme Reticular
300 Hz Derme Papilar
500 Hz Epiderme

• Intensidade: como se trata de uma corrente subsensorial, o terapeuta deve


ajustar a intensidade de acordo com o objetivo terapêutico, sendo:

Tabela 2
Intensidade Plao de atuação
150 uA Estimulação
300 uA Nutrição (Estimulação Vascular)
500 uA Normalização (Ajustar potencial de membrana)
750 uA Bioinibição

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Introdução à Alta Frequência
A terapia por alta frequência consiste na aplicação de uma corrente alternada
de alta frequência em um eletrodo indutivo de vidro em diversos formatos; e no
interior desse eletrodo há um gás (que pode ser árgon, neônio ou xênon). A bobina
que produz a corrente excita esse gás no interior do eletrodo de vidro e, ao entrar
em contato com a pele que possui água (tecido biológico), realiza um faiscamento
elétrico e produz ozônio (O3 – gás instável composto por três átomos de oxigênio),
que possui propriedades terapêuticas.

Indicações
São inúmeras as possibilidades terapêuticas para a Alta Frequência. Na esté-
tica utilizamos no tratamento de diversas patologias como principal técnica ou
como coadjuvante.

Devido à formação de ozônio, temos efeito bactericida (eliminação de bactérias


anaeróbias), bacteriostático (diminui a proliferação de bactérias aeróbias) e fungici-
da (eliminação de fungos).

Também possui efeito oxigenante, com melhora da oxigenação celular. Efeito


vasodilatador, com aumento da circulação sanguínea local. E também efeito home-
ostático (cauteriza pequenos sangramentos locais e estimula a cicatrização).

Portanto, é indicado para desinfecção pré e pós extração de comedões e pús-


tulas, de couro cabeludo, tecidos infectados, unhas, entre outros; nos tratamentos
capilares; tratamento de Acne; pós-depilação e foliculite; cicatrização de feridas
e lesões.

Técnicas de aplicação
Devido à possibilidade de uso dessa tecnologia em diversas áreas, há grande
quantidade de opções de eletrodos que se adequam ao tratamento de diversas áreas
e diversas técnicas de aplicação.
• Fluxação: consiste na aplicação lenta e contínua sobre a área de tratamento.
Pode ser utilizada uma gaze de interface caso haja dificuldade no deslizamento
do eletrodo. Promove efeito descongestionante e calmante.
• Faiscamento direto: aplica-se a técnica anterior com a diferença de manter
um certo afastamento da pele, com formação de faíscas elétricas mais inten-
sas. Possui efeito mais estimulante.
• Faiscamento indireto: o paciente segura o eletrodo saturador em uma das
mãos e a caneta na outra, enquanto o terapeuta realiza movimentos na pele
com as próprias mãos. Exemplo: tamborilamento, pinçamento e delizamento.

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UNIDADE Correntes Polarizadas e Alta Frequência

Essa técnica é bastante estimulante por associar movimentos de massagem


com a terapia.
• Fulguração: técnica que utiliza o eletrodo cauterizador (fulgurador) com o fais-
camento direto. Muito utilizada com intuito homeostático e cicatrizante.

Figura 15
Fonte: Divulgação

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