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Biologia

Ecologia: sucessão ecológica e biomas

Teoria

A sucessão ecológica analisa comunidades que vivem em um mesmo espaço e que se modificam
com o passar do tempo, de maneira gradual. Ou seja, é a alteração das comunidades ao longo do
tempo. Para entender sucessão ecológica, é importante entender os seguintes conceitos:

Produtividade Quantidade de matéria orgânica produzida, ou seja, equivale


primária bruta (PPB) diretamente à taxa de fotossíntese.

Resultado da diferença entre o que é produzido e o que é consumido


em uma comunidade, ou seja, a quantidade de produtos da
Produtividade
fotossíntese produzida reduzida da quantidade que é consumida na
líquida (Pl)
respiração feita pelos organismos vivos. Podemos escrever da
seguinte forma: Plíquida = Pbruta − Consumo.

Conjunto de organismos de diferentes espécies que ocupam um


Comunidade
mesmo ambiente, no mesmo tempo e espaço

Distribuição da fauna e/ou flora de uma comunidade ao longo de


Zonação
diferentes zonas.

Figura 1. Fórmula para cálculo da produtividade líquida.

A sucessão se inicia com uma comunidade pioneira (ou ecese), na qual organismos que são
resistentes a temperaturas mais altas e que não necessitam de muita água para a sobrevivência
(como líquens e cianobactérias) se estabelecem em um ambiente. Esse ambiente possui pouca ou
nenhuma matéria orgânica disponível e sofre alta influência das condições ambientais, como a
incidência luminosa, elevando a temperatura. A produtividade bruta é baixa, mas a líquida é alta,
visto que, mesmo com uma taxa de fotossíntese reduzida, não há muito consumo dos
produtos. Nas comunidades pioneiras, é comum encontrar espécies que tenham características “r”
estrategistas, buscando um crescimento mais rápido.

Após a conquista do ambiente, com o aumento da umidade do solo e disponibilidade de matéria


orgânica, é iniciasa a segunda etapa da sucessão. As comunidades intermediárias (ou serais) são
comunidades de transição entre as pioneiras e as clímax. Apresentam um número maior de
organismos, com um número intermediário de biodiversidade e de produtividade bruta, sendo a
produtividade líquida um pouco menor do que na comunidade ecese.
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Por fim, a comunidade clímax possui uma alta biodiversidade, com um número estável de
organismos, e não sofre tanto com variações das condições climáticas, apresentando uma alta
quantidade de matéria orgânica. A produtividade líquida diminui, tendendo a zero, pois há um alto
consumo pelos seres vivos. Uma comunidade clímax equivale a um ambiente estável, não
necessariamente com mais animais ou florestas maiores.

Figura 2. Esquema mostrando as variações da comunidade ao longo do tempo. A presença de organismos se


estabelecendo no ambiente afeta as condições ambientais (ex.: luminosidade, umidade e temperatura), assim como a
complexidade do ecossistema (ex.: número e tipos de relações ecológicas e níveis de cadeias tróficas). Ilustração por
Rebeca Khouri, 2021.

Uma comunidade clímax equivale a um ambiente estável, e não necessariamente a um ambiente


com mais ou menos animais, bem como florestas maiores ou menores. Por exemplo, o bioma de
Pampas é estável e pode ser considerado uma comunidade clímax, assim como a Floresta
Amazônica. Podemos dizer que os biomas são exemplos de comunidades estáveis e bastante
resistentes a fatores externos (naturais ou artificiais). Em uma comunidade clímax, podemos
encontrar espécies que sejam tanto “r” quanto “k” estrategistas (competidores hábeis, normalmente
exploram habitats já colonizados e disputam por recursos).

Na tabela a seguir, temos um resumo com as principais informações e diferenças que podemos
encontrar entre uma comunidade pioneira e uma comunidade clímax. As intermediárias não estão
na tabela pois é comum que elas apresentem características intermediárias entre as duas
comunidades representadas.

Comunidade pioneira Comunidade clímax

Biodiversidade Baixa Alta

Teias tróficas Poucas Muitas

Diversidade de interações Baixa Alta

Biomassa Baixa Alta

Estabilidade Ausente Presente

Produtividade bruta Baixa Alta

Produtividade líquida Alta Baixa

Podemos diferenciar a sucessão em dois tipos:


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Tem-se a ocupação de um ambiente novo, estéril (ex.: ilhas
Sucessão primária vulcânicas que são colonizadas por organismos vivos pela primeira
vez).

Tem-se a ocupação de um ambiente que já havia sido habitado antes


(ex.: área de pasto ou ambiente após uma queimada, onde é feito um
Sucessão secundária
replantio, ou mesmo o cerrado após sofrer com as queimadas,
recuperando sua vegetação)

Biomas
Os biomas são ecossistemas terrestres com características comuns e condições ambientais, fauna
e flora estáveis e constantes. Os sistemas ambientais utilizam a classificação de vegetação para
melhor evidenciar os biomas. Ambientes de transição entre comunidades são chamados de
ecótonos.

Biomas internacionais
Campos – áreas abertas, com predomínio de gramíneas e arbustos de pequeno porte, encontrados
em regiões tropicais e temperadas. As savanas são um exemplo de campos internacionais.

Desertos – áreas com baixa pluviosidade e baixa umidade do ar. Durante o dia, as temperaturas são
altas; já durante a noite, as temperaturas podem cair muito. É composta de gramíneas e cactos, que
apresentam adaptações para períodos de seca (folhas reduzidas, capacidade de armazenamento
de água e metabolismo fotossintético CAM). Animais dessa região também possuem adaptações
para evitar o calor e a desidratação, como hábitos noturnos, ausência de glândulas sudoríparas,
economia de água na urina e comportamento de estivação (quando as condições do ambiente são
extremamente secas, e os animais reduzem seu metabolismo geral, retornando às atividades
habituais quando entram em contato com a água novamente).

Florestas tropicais – possuem altos índices de chuvas e temperaturas elevadas. Apresentam


vegetação verde abundante, cujas plantas nunca perdem as folhas de uma só vez em uma estação
específica. As árvores são geralmente grandes, e a fauna é rica e diversa. Algumas florestas
tropicais internacionais são a floresta do Congo e as florestas tropicais da Malásia.

Foto de uma savana (figura 3, esquerda), de um deserto (figura 4, centro) e de uma floresta tropical internacional (figura 5, direita).
Fontes: pxhere.com/pt/photo/1231038; pxhere.com/pt/photo/354593; conhecimentocientifico.r7.com/floresta-do-congo/.

Florestas temperadas – possuem características de clima temperado, com quatro estações bem
definidas. As árvores de florestas temperadas são decíduas, ou caducifólias (suas folhas adquirem
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coloração amarelada ou alaranjada e começam a cair nas estações frias). Animais dessa região
podem ser migratórios, mas também têm adaptações para sobreviver ao inverno, como reduzir o
metabolismo ou aumentar a quantidade de pelos e gordura.

Taiga – também conhecida como floresta de coníferas, está localizada ao sul da tundra.
Posicionada abaixo da linha do equador, a taiga recebe mais quantidade de luz solar que a tundra.
A vegetação é formada por gramas, arbustos e gimnospermas (como os pinheiros). Os animais aqui
também são migratórios ou com capacidade de hibernar.

Tundra – presente nas regiões do Polo Norte, que permanece gelado a maior parte do tempo
(permafrost). Apenas durante o verão a neve derrete e possibilita o surgimento de uma vegetação
rasteira, constituída de musgos, líquens e capins. Animais são raros nessas regiões, e tendem a ser
migratórios, como algumas aves, ou extremamente adaptados ao clima frio, como o urso polar.

Foto de uma floresta temperada (figura 6, esquerda), taiga (figura 7, centro) e tundra (figura 8, direita).
Fontes: pxhere.com/pt/photo/839465; pxhere.com/pt/photo/1544991; pxhere.com/pt/photo/32711.

Biomas brasileiros

Figura 9. Distribuição dos biomas no Brasil.

Caatinga – pode ser comparada a um deserto, sendo um bioma seco e quente. Apesar disso, é um
bioma exclusivo do território brasileiro, sendo sua biodiversidade altamente endêmica, com grande
importância biológica. A vegetação é tipicamente xerófita, com adaptações para o clima quente e
para a baixa umidade (ex.: parênquimas aquíferos, que são tecido de armazenamento de água
desenvolvidos; folhas reduzidas em espinhos; e metabolismo de fotossíntese CAM). O bioma
também apresenta alta diversidade de insetos, incluindo abelhas, que são de extrema importância
para a polinização e preservação da flora. A ararinha-azul, que era típica da região, foi extinta da
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natureza no ano de 2000; entretanto, em 2022, a partir de estudos de conservação, 8 espécimes
foram soltos na natureza para a reintrodução da espécie na Caatinga.

Cerrado – apresenta grande extensão no território brasileiro e pode ser considerado um tipo de
savana. Apresenta áreas com vegetações florestais (área de mata) e formações campestres (áreas
abertas). Os caules das árvores costumam ser tortos, devido à toxicidade do solo, com altas
concentrações de alumínio. A vegetação nas áreas fechadas pode atingir uma maior altitude,
porém, no geral, árvores e arbustos são baixos e com caules tortuosos. A vegetação apresenta parte
do caule subterrâneo, para proteção contra as queimadas naturais, e as folhas têm uma cutícula
grossa e tricomas (projeções da epiderme), também para proteção. O Cerrado apresenta uma
grande biodiversidade exclusiva, seja de vegetais (como o pequi, o cajuzinho-do-Cerrado e a aroeira-
do-Cerrado), seja de animais (como o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e a onça-parda).

Imagem de uma região da Caatinga (figura 10, à esquerda) e do Cerrado (figura 11, à direita).
Fontes: commons.wikimedia.org/wiki/File:CAATINGA_bioma_brasileiro.jpg; matanativa.com.br/inventario-no-cerrado/.

Mata dos Cocais – zona ecótona, transição entre Caatinga e Amazônia, no Nordeste do Brasil. As
palmeiras são plantas bastante típicas da região, em especial o babaçu e a carnaúba, que são fonte
de diversos produtos para a população local e com grande importância comercial.

Floresta Amazônica – maior floresta tropical do mundo, com a maior parte localizada no Brasil.
Apresenta uma vegetação densa e alta biodiversidade por conta do clima úmido e quente, vantajoso
para animais tanto ectotérmicos quanto endotérmicos. Possui uma região de mata firme, mata de
várzea e mata de igapó. A mata firme é a floresta de áreas secas, que não sofre alagamentos; e
apesar do solo pobre em nutrientes, a grande camada de folhas que cai, formando uma camada de
matéria orgânica (serrapilheira), é o que ajuda na nutrição dos vegetais. A mata de várzea é a área
de transição entre as áreas alagadas e as áreas secas, e permanece inundada durante os períodos
de chuva. Já a mata de igapó é a região de vegetação permanentemente alagada.

Existem animais terrestres típicos dessa região, como a onça-pintada e a arara-azul, além de uma
fauna aquática diversa, como o boto-cor-de-rosa, o peixe-boi e peixes diversos, como o pirarucu, um
dos maiores peixes do Brasil. A vegetação é densa nas regiões secas, com raízes tabulares
auxiliando na sustentação, como a de sumaúma. As plantas da área de várzea apresentam raízes
aéreas para ajudar na fixação, e a vegetação dos igapós, como as vitórias-régias, apresentam raízes
aquáticas.
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Foto de uma mata de cocais (figura 12, à esquerda) e mata de igapó (figura 13, à direita).
Fontes: conhecimentocientifico.r7.com/mata-dos-cocais-o-que-e-onde-fica-saiba-tudo-sobre-a-vegetacao;
organicsnewsbrasil.com.br/meio-ambiente/governo-destinara-r-500-milhoes-para-proteger-mata-nativa-da-amazonia/.

Mata Atlântica – é a vegetação de mata localizada na costa do Brasil. Infelizmente, hoje há menos
de 10% da cobertura vegetal original, sendo um bioma extremamente ameaçado, assim como as
espécies que o compõem. A biodiversidade é alta pelos mesmos motivos da Amazônia: altas
temperaturas e umidade, mas também por conta de sua abrangência geológica diversa, como
cadeias de montanhas, platôs, vales e planícies. Podem-se citar alguns animais típicos, como o
mico-leão-dourado, tucanos e cobras-corais, mas a diversidade é ainda maior, incluindo até onças-
pintadas. A vegetação é composta por árvores de médio e grande porte, com grande altitude. São
muito comuns plantas do tipo epífitas e trepadeiras.

Manguezal – é considerado um ecótono, transição entre o ambiente terrestre, o de água doce e o


marinho. Apresenta um solo lodoso e encharcado. Suas árvores possuem raízes aéreas e
pneumatóforos, para fixação e respiração dessa região na planta. Por conta da alta salinidade, as
folhas têm glândulas de sal, por onde expulsam cristais salinos, formados pelo acúmulo de sal na
seiva. As raízes das plantas servem como berçário para diversos animais, como peixes e
crustáceos, que vão para o mangue desovar. As larvas e filhotes passam os primeiros estágios de
vida nessa região, que, devido à chegada de rios de água doce, trazendo matéria orgânica, também
apresenta nutrientes.

Foto da floresta de mata atlântica (figura 14, à esquerda) e manguezal (figura 15, à direita).
Fontes: pxhere.com/pt/photo/1011930; pxhere.com/pt/photo/1080232.

Pantanal – é uma região alagada na região central, ocupando uma pequena área do país. Apresenta
épocas de seca e de chuvas, que alagam as planícies sazonalmente. É uma região onde várias
espécies migratórias passam, desde animais terrestres aos aquáticos. Muitos peixes se
reproduzem lá na época de chuvas, colocando os ovos, e migram para outras regiões na época de
secas. Os ovos ficam nas planícies secas e, ao se iniciar a época de chuvas novamente, eclodem.
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Animais típicos da região são o tuiuiú e o jacaré-do-pantanal, além da onça-pintada. A vegetação é
muito diversificada, mas a parte mais característica são os campos inundáveis, ou brejos. Na área
onde há alagamentos, é possível encontrar plantas aquáticas, muitas com parênquima aerífero
(tecido de armazenamento de ar) desenvolvido.

Figura 16. Foto de uma região do pantanal.


Fonte: pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pantanal,_Mato_Grosso,_Brasil.jpg.

Mata de Araucárias – localizada na região de transição da Mata Atlântica do Sudeste para o Sul do
país, caracteriza-se pela presença de pinheiros, principalmente o pinheiro-do-paraná, também
conhecido como Araucária. Aves e roedores, típicos da região, são importantes para dispersão de
sementes, mas também podemos encontrar animais como serpentes, capivaras, jaguatirica e mico-
leão-dourado.

Figura 17. Foto da mata de Araucárias.


Fonte: commons.wikimedia.org/wiki/File:Webysther_20190413132108_-
_Arauc%C3%A1ria_(Araucaria_angustifolia).jpg.

Pampa – é um bioma que se localiza nos campos sulinos do país, com uma geografia bastante
plana. Entre os animais da região, vemos uma alta diversidade de aves e insetos, mas também uma
grande variedade de outros animais endêmicos e/ou, infelizmente, ameaçados, como o veado-
campeiro. A vegetação é uniforme, sendo formada principalmente por gramíneas, herbáceas baixas
e arbustos.
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Figura 18. Foto evidenciando uma parte do Pampa.


Fonte: ibflorestas.org.br/bioma-pampa.
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Exercícios de fixação

1. Qual característica é típica de florestas tropicais?


(A) Clima quente e seco.
(B) Árvores baixas.
(C) Solos alagados.
(D) Clima quente e úmido.

2. Quais as características de um ambiente que atinge o clímax?

3. Quais são os principais biomas brasileiros?


(A) Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampas, Caatinga e Pantanal.
(B) Mata de Galeria, Cerrado, Amazônia, Pantanal e Igapó.
(C) Biomas costeiros, Campos, Pampas, Pradarias e Mata Atlântica.
(D) Manguezal, Pradarias, Amazônia, Caatinga, Cerrado e Campo sujo.

4. Um cientista quer estudar a migração de peixes. Qual o melhor local para ele realizar este
experimento?
(A) Mata Atlântica.
(B) Cerrado.
(C) Caatinga.
(D) Pantanal.

5. Descreva as características de um ambiente ecótono do território brasileiro.


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Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2014) Surtsey é uma ilha vulcânica situada perto da costa sul da Islândia. A erupção
vulcânica que lhe deu origem ocorreu na década de 1960, o que faz dela, seguramente, a ilha
mais nova do Oceano Atlântico. As primeiras espécies que aí se fixaram foram musgos e
liquens. À medida que as aves foram fixando-se na ilha, as condições do solo foram
melhorando e espécies vegetais mais complexas puderam iniciar a colonização do território.
Em 1988 foi observada a presença do primeiro arbusto.
(Disponível em: www.nacopadasarvores.blogspot.com.br. Acesso em: 25 maio 2012 (fragmento).)

O conjunto das alterações ocorridas no ambiente descrito é exemplo de


(A) nicho ecológico.
(B) eficiência ecológica
(C) sucessão ecológica.
(D) irradiação adaptativa.
(E) resistência ambiental.

2. (Enem PPL, 2021 – reaplicação) A Floresta Amazônica é uma “bomba” que suga água do ar
vindo do oceano Atlântico e do solo, e a faz circular pela América do Sul, causando, em regiões
distantes, as chuvas pelas quais os paulistas desejavam em 2014.
GUIMARÃES, M. Dança da chuva: a escassez de água que alarma o país tem relação íntima com as florestas. Pesquisa
Fapesp, n. 226, dez. 2014 (adaptado).

O desmatamento, compromete essa função da floresta, pois sem árvores


(A) diminui o total de água armazenada nos caules.
(B) diminui o volume de solos ocupados por raiz.
(C) diminui a superfície total de transpiração.
(D) aumenta a evaporação de rios e lagos.
(E) aumenta o assoreamento dos rios.
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3. (Enem, 2013) A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, ocupando cerca de 7% a


10% do território nacional. Nesse ambiente seco, mesmo quando chove, não há acúmulo de
água, pois o solo é raso e pedregoso. Assim, as plantas desse bioma possuem modificações
em suas raízes, caules e folhas, que permitem melhor adaptação a esse ambiente, contra a
perda de água e de nutrientes. Geralmente, seus caules são suculentos e suas folhas possuem
forma de espinhos e cutículas altamente impermeáveis, que apresentam queda na estação
seca.
Disponível em: www.ambientebrasil.com.br. Acesso em: 21 maio 2010 (adaptado).

Considerando as adaptações nos órgãos vegetativos, a principal característica das raízes


dessas plantas, que atribui sua maior adaptação à Caatinga, é o(a)
(A) armazenamento de nutrientes por um sistema radicular aéreo.
(B) fixação do vegetal ao solo por um sistema radicular do tipo tuberoso
(C) fixação do vegetal ao substrato por um sistema radicular do tipo sugador.
(D) absorção de água por um sistema radicular desenvolvido e profundo.
(E) armazenamento de água do solo por um sistema radicular do tipo respiratório.

4. (Enem, 2018) O deserto é um bioma que se localiza em regiões de pouca umidade. A fauna é,
predominantemente, composta por animais roedores, aves, répteis e artrópodes.
Uma adaptação, associada a esse bioma, presente nos seres vivos dos grupos citados é o(a)
(A) existência de numerosas glândulas sudoríparas na epiderme.
(B) eliminação de excretas nitrogenadas de forma concentrada.
(C) desenvolvimento do embrião no interior de ovo com casca.
(D) capacidade de controlar a temperatura corporal.
(E) respiração realizada por pulmões foliáceos.

5. (Enem, 2019) O mangue é composto por três tipos de árvores (Rhizophora mangle — mangue-
bravo ou vermelho, Avicennia schaueriana — mangue-seriba, e Laguncularia racemosa —
mangue-branco). Uma característica morfológica comum aos três tipos de árvores
encontradas no mangue está relacionada à pouca disponibilidade de oxigênio encontrado em
seu solo.
(ALVES, J. R. P. (Org.). Manguezais: educar para proteger. Rio de Janeiro: Femar; Semads, 2001 (adaptado).)

A característica morfológica de valor adaptativo referenciada no texto é a


(A) ausência de estômatos.
(B) presença de pneumatóforos.
(C) presença de raízes escoras.
(D) presença de folhas largas.
(E) ausência de frutos.
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6. (Enem, 2020) Plantas pioneiras são as que iniciam o processo natural de cicatrização de uma
área desprovida de vegetação. Em geral, têm pequeno porte e crescem muito rápido,
desenvolvem-se a pleno sol e são pouco exigentes quanto às condições do solo. Produzem
grande quantidade de sementes e possuem ciclo de vida curto.
(BLUM, C. T. Lista preliminar de espécies vegetais pioneiras nativas do Paraná – versão 2005. Disponível
em: www.chaua.org.br. Acesso em: 10 fev. 2015.)

Essas plantas são importantes em um projeto de restauração ambiental, pois promovem, no


solo,
(A) aumento da incidência de luz solar.
(B) diminuição da absorção de água.
(C) estabilização da umidade
(D) elevação de temperatura.
(E) liberação de oxigênio.

7. (Enem, 2017) A Mata Atlântica caracteriza-se por uma grande diversidade de epífitas, como
as bromélias. Essas plantas estão adaptadas a esse ecossistema e conseguem captar luz,
água e nutrientes mesmo vivendo sobre as árvores.
Disponível em: www.ib.usp.br. Acesso em: 23 fev. 2013 (adaptado).

Essas espécies captam água do(a):


(A) Organismo das plantas vizinhas.
(B) Solo através de suas longas raízes.
(C) Chuva acumulada entre suas folhas.
(D) Seiva bruta das plantas hospedeiras.
(E) Comunidade que vive em seu interior.
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8. (Enem, 2009) As mudanças climáticas e da vegetação ocorridas nos trópicos da América do
Sul têm sido bem documentadas por diversos autores, existindo um grande acúmulo de
evidências geológicas ou paleoclimatológicas que evidenciam essas mudanças ocorridas
durante o Quaternário nessa região. Essas mudanças resultaram em restrição da distribuição
das florestas pluviais, com expansões concomitantes de habitats não-florestais durante
períodos áridos (glaciais), seguido da expansão das florestas pluviais e restrição das áreas
não-florestais durante períodos úmidos (interglaciais).
(Disponível em: http://zoo.bio.ufpr.br. Acesso em: 1 maio 2009.)

Durante os períodos glaciais,


(A) as áreas não-florestais ficam restritas a refúgios ecológicos devido à baixa
adaptabilidade de espécies não-florestais a ambientes áridos.
(B) grande parte da diversidade de espécies vegetais é reduzida, uma vez que necessitam
de condições semelhantes a dos períodos interglaciais.
(C) a vegetação comum ao cerrado deve ter se limitado a uma pequena região do centro do
Brasil, da qual se expandiu até atingir a atual distribuição.
(D) plantas com adaptações ao clima árido, como o desenvolvimento de estruturas que
reduzem a perda de água, devem apresentar maior área de distribuição.
(E) florestas tropicais como a amazônica apresentam distribuição geográfica mais ampla,
uma vez que são densas e diminuem a ação da radiação solar sobre o solo e reduzem
os efeitos da aridez.
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9. (Enem, 2009) Uma pesquisadora deseja reflorestar uma área de mata ciliar quase que
totalmente desmatada. Essa formação vegetal é um tipo de floresta muito comum nas
margens de rios dos cerrados no Brasil central e, em seu clímax, possui vegetação arbórea
perene e apresenta dossel fechado, com pouca incidência luminosa no solo e nas plântulas.
Sabe-se que a incidência de luz, a disponibilidade de nutrientes e a umidade do solo são os
principais fatores do meio ambiente físico que influenciam no desenvolvimento da planta.
Para testar unicamente os efeitos da variação de luz, a pesquisadora analisou, em casas de
vegetação com condições controladas, o desenvolvimento de plantas de 10 espécies nativas
da região desmatada sob quatro condições de luminosidade: uma sob sol pleno e as demais
em diferentes níveis de sombreamento. Para cada tratamento experimental, a pesquisadora
relatou se o desenvolvimento da planta foi bom, razoável ou ruim, de acordo com critérios
específicos. Os resultados obtidos foram os seguintes:

Condição de luminosidade

Espécie Sombreamento
Sol pleno
30% 50% 90%

1 Razoável Bom Razoável Ruim

2 Bom Razoável Ruim Ruim

3 Bom Bom Razoável Ruim

4 Bom Bom Bom Bom

5 Bom Razoável Ruim Ruim

6 Ruim Razoável Bom Bom

7 Ruim Ruim Ruim Razoável

8 Ruim Ruim Razoável Ruim

9 Ruim Razoável Bom Bom

10 Razoável Razoável Razoável Bom

Para o reflorestamento da região desmatada


(A) a espécie 8 é mais indicada que a 1, uma vez que aquela possui melhor adaptação a
regiões com maior incidência de luz.
(B) recomenda-se a utilização de espécies pioneiras, isto é, aquelas que suportam alta
incidência de luz, como as espécies 2, 3 e 5.
(C) sugere-se o uso de espécies exóticas, pois somente essas podem suportar a alta
incidência luminosa característica de regiões desmatadas.
(D) espécies de comunidade clímax, como as 4 e 7, são as mais indicadas, uma vez que
possuem boa capacidade de aclimatação a diferentes ambientes.
(E) é recomendado o uso de espécies com melhor desenvolvimento à sombra, como as
plantas das espécies 4, 6, 7, 9 e 10, pois essa floresta, mesmo no estágio de degradação
referido, possui dossel fechado, o que impede a entrada de luz.
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10. (Enem, 2014) Uma região de Cerrado possui lençol freático profundo, estação seca bem
marcada, grande insolação e recorrência de incêndios naturais. Cinco espécies de árvores
nativas, com as características apresentadas no quadro, foram avaliadas quanto ao seu
potencial para uso em projetos de reflorestamento na região.

Característica Árvore 1 Árvore 2 Árvore 3 Árvore 4 Árvore 5

Coberta por Coberta por Coberta por Coberta por Coberta por
Superfície foliar
tricomas cera cera espinhos espinhos

Profundidade
Baixa Alta Baixa Baixa Alta
das raízes

Qual é a árvore adequada para o reflorestamento da região?


(A) 1.
(B) 2.
(C) 3.
(D) 4.
(E) 5.

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. D
Florestas tropicais de todo o mundo apresentam clima quente e úmido.

2. Estabilidade: número estável de organismos; não há tanta variação das condições climáticas;
alta quantidade de matéria orgânica; alta produtividade bruta; baixa produtividade líquida.

3. A
O Brasil apresenta seis tipos de biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampas, Caatinga
e Pantanal.

4. D
O Pantanal apresenta uma variação anual de chuva e seca muito intensa, havendo alagamento
de rios e lagoas apenas em determinadas épocas do ano. Isso faz com que grande parte das
espécies que vivem nesse ambiente, principalmente as aquáticas, tenham capacidade de
migração, para nadar até outros corpos de água durante o período de seca.

5. O ambiente descrito pode ser o mangue ou a mata de cocais. O mangue é ecótono entre os três
biociclos, com vegetação adaptada para o solo encharcado e salino, além de árvores com
raízes que servem para proteger filhotes de diversas espécies. A mata de cocais é um ambiente
ecótono entre Caatinga e Amazônia e apresenta coqueiros como vegetação característica,
além de clima quente.

Exercícios de vestibulares

1. C
O processo de colonização de novos ambientes por espécies pioneiras, e a subsequente
alteração das comunidades ali viventes, é uma sucessão ecológica.

2. C
A Amazônia apresenta um clima quente e úmido. Por conta da elevada temperatura, os vegetais
perdem muita água na forma de vapor (evapotranspiração) para o ambiente, contribuindo para
a umidade do local. Dessa forma, massas de ar são formadas e transportadas por toda a
América do Sul. O desmatamento desse bioma acarreta a diminuição de água na atmosfera e,
consequentemente, a redução de chuvas e aumento de secas.

3. D
A caatinga possui característica de chuvas irregulares e escassas, havendo grande período de
seca. Por isso, as plantas desse bioma apresentam diversas adaptações para sobreviver a esse
ambiente, como sistema radicular bem desenvolvido e profundo, capaz de absorver água e íons
do solo.
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4. B
A eliminação de urina mais concentrada reduz a perda de água, evitando a desidratação em
ambientes secos. Isso acontece pois há liberação do hormônio ADH, que promove o aumento
da permeabilidade e a reabsorção de água no sistema excretor, além de estruturas
glomerulares pequenas e uma alça néfrica desenvolvida, como no caso dos roedores. Já aves,
répteis e artrópodes excretam ácido úrico, que é insolúvel em água e evita a perda deste
recurso.

5. B
A presença de pneumatóforos (raízes que saem do solo e vão buscar oxigênio na atmosfera) é
uma adaptação que permite às árvores a sobrevivência em meio ao solo encharcado e sem a
presença de oxigênio.

6. C
Em uma sucessão ecológica em ambientes terrestres, as espécies pioneiras aumentam a
retenção de água e nutrientes no solo, favorecendo o estabelecimento de novas espécies.

7. C
Plantas epífitas não causam prejuízos às outras plantas, pois o epifitismo é uma relação
harmônica (+/0). Por conta do formato de suas folhas, as bromélias captam a água da chuva,
e não da planta onde ela está estabelecida.

8. D
Os organismos se especializam criando estratégias de sobrevivência. No período árido glacial,
a capacidade de armazenar água permitia uma maior área de abrangência das espécies
vegetais.

9. B
Regiões desmatadas carecem de cobertura foliar, havendo, então, alto índice de incidência
solar. Sendo assim, no início do reflorestamento, as plantas precisam aguentar essa incidência,
permitindo, enfim, a posterior colonização por novas plantas, menos resistentes.

10. B
As plantas com raízes mais fundas conseguirão alcançar o lençol freático, podendo absorver
água e sais minerais. Já a superfície da folha coberta com cera evita a perda excessiva de água,
além de proteger contra a dessecação e contra os incêndios naturais.

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