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Energia Elétrica e Energia Hidráulica

terça-feira, 16 de agosto de 2022 17:37

Energia

Não existe uma definição exata para energia, sendo uma entidade física que se manifesta de várias formas.
Em geral energia está relacionada com a capacidade de produção de ação, movimento em um corpo ou a transformação
físicas relacionadas a temperatura etc.

Conforme o princípio da conservação de energia, nenhuma energia é criada e sim transformada de um tipo de energia
para outro, exemplo:
- Uma roda d'agua transforma energia potencial gravitacional armazenada na queda d'água em trabalho;
- Um motor a combustão transforma energia química, armazenado nos combustíveis, em energia cinética ao mover
o carro
- Um reator nuclear, transforma energia armazenada nos núcleos atômicos em energia térmica
Além disto, este princípio estabelece que a energia total de um sistema sempre irá permanecer constante.

Geração de energia elétrica

A "Geração" de energia elétrica, trata-se tão somente da conversão de um tipo de energia em energia
elétrica (assim o termo geração, não está fisicamente correto).
Existem inúmeras formas de se gerar energia elétrica, a mais comum e mais utilizada é a conversão de
energia mecânica em energia elétrica com uso de geradores, este geradores são compostos de um
sistema de acionamento mecânico de alta potência capaz de criar um movimento circular para o
acionamento de um gerador que irá criar um tensão contínua, caso dos geradores de corrente contínua,
ou gerador de corrente alternada, caso se utilize um gerador síncrono.

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Atualmente, a geração das grandes usinas se dá em CA com usos de grandes geradores síncronos.

As máquinas síncronas são sistemas que recebem energia cinética em seu eixo e convertem em energia
elétrica alternada com frequência que estará em sincronismo com a velocidade do rotor assim, é
possível se controlar a frequência de geração para se manter um padrão em um sistema interligado, por
exemplo, o SIN (sistema integrado nacional) utiliza frequência de 60Hz.

A conversão eletromecânica de energia se dá pela interações eletromecânicas dadas pelas leis de


Maxwell. A principal delas é dada pela definição:
"Qualquer condutor em movimento imerso em um campo magnético apresentará em seus terminais
uma diferença de potencial".

Como na física o movimento é relativo, podemos ter tanto os condutores, bobinas dos enrolamentos,
em movimento, quanto o próprio campo magnético em movimento, fato este que ocorre nos motores
síncronos, onde o campo magnético é gerado no rotor que irá girar a uma velocidade síncrona a
frequência a qual se deseja gerar energia elétrica, que será captada nos enrolamentos do estator, que
fica parado.

As fontes de energia podem ser classificadas como primárias ou secundárias, dependendo da origem. As fontes
primárias são aquelas que têm origem direta nos recursos naturais, tais como o sol, a água, o vento, o petróleo, o gás
natural, o urânio, o carvão etc. As fontes secundárias, por sua vez, provêm de um processo de transformação,
tais como a energia elétrica advinda das quedas d’água, e a gasolina e o óleo diesel, provenientes do refino do
petróleo.

Energia também pode ser classificada como renovável ou não renovável, dependendo da sua capacidade de se
restaurar, isto é, que possa ser utilizada ao longo do tempo sem que haja esgotamento. Exemplos de fontes
renováveis são o sol, o vento, a água, a biomassa (carvão vegetal, soja, cana-de-açúcar etc.), as ondas, as marés, a
geotérmica etc., enquanto de fontes não renováveis podemos citar o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e os
combustíveis nucleares.

No que se refere à matriz energética brasileira, sabe-se que esta é predominantemente dependente do petróleo e de
seus derivados. A Tabela abaixo apresenta as fontes de energia e suas respectivas participações na oferta total de
energia no ano de 2015.

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A fonte hidrelétrica está no topo da matriz elétrica brasileira, pela abundância de grandes cursos d’água, espalhados
por quase todo o território brasileiro. Em consonância a isso, a Figura abaixo ilustra em detalhes os principais tipos de
fontes de energia utilizados para geração de eletricidade no Brasil (ano base 2015), os montantes produzidos por cada
fonte em TWh e as finalidades, se são para uso industrial (31,9%), residencial (21,3%), comercial (14,8%), público
(6,9%) etc.

Políticas públicas, no entanto, têm o intuito de aumentar a participação de outras fontes na matriz elétrica brasileira
para os próximos anos, sendo elas provenientes (CCEE, 2017):

a) Renováveis: da energia hidráulica, da biomassa (cana, lenha, carvão vegetal e lixívia), da energia eólica, da
energia solar, da energia geotérmica, da energia maremotriz, do biogás e do biodiesel;
b) Não renováveis: do petróleo e seus derivados, do gás natural, do carvão mineral e seus derivados e da energia
nuclear (urânio).

Usinas Hidrelétricas

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Usinas Hidrelétricas

Na energia hidráulica o fluxo das águas nas pás de turbinas corresponde ao combustível dessa forma de
geração, responsável por 64% da matriz elétrica nacional, o que corresponde a 394,2 TWh gerados no
ano de 2015.
Sobre as obras de construção de uma usina hidrelétrica, incluem o desvio do curso do rio e, dependendo
do tipo de turbina hídrica a ser utilizada, a criação de um reservatório.
Vantagens:
Uso de um recurso renovável de energia
Não emite gases de efeito estufa

Desvantagens
Impactos ambientais desse tipo de empreendimento, já que são irreversíveis:

- Mudanças climáticas na região afetada (microclima)


- Desmatamento e os prejuízos à fauna e à flora, tais como o desaparecimento de espécies de
plantas e de peixes
- Êxodo de animais para outros habitats
- A proliferação de mosquitos causadores de doenças e
- Mau cheiro, resultados do apodrecimento da madeira submersa
- Impactos sociais ao desabrigar diversas famílias que viviam na área.

As centrais hidrelétricas são constituídas, basicamente, dos seguintes componentes: barragens, extravasores,
comportas, tomada da água, condutos, chaminés de equilíbrio (ou câmara de descarga) e casa de força.

a) Barragens: são responsáveis por represar a água para captação e desvio; para regularização de vazões e
amortecimento de ondas de enchentes; e para elevar o nível d'água para aproveitamento elétrico e navegação. A
escolha do melhor tipo de barragem é um problema tanto de viabilidade técnica quanto de custo. A solução
técnica depende do relevo, da geologia e do clima. Já os custos, estes dependem principalmente da disponibilidade
de materiais de construção próximos ao local da obra e da acessibilidade de transporte. Há diferentes tipos de
barragens (de gravidade, em arco e de gravidade em arco) cuja avaliação e escolha são efetuadas
principalmente pela equipe de engenharia civil.

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b) Extravasores ou Vertedouros: são responsáveis por permitir a passagem direta de água para jusante. São
elementos associados à segurança estrutural das barragens que, em caso de extrapolar um certo limite máximo
prefixado em que o reservatório pode ficar cheio, descarregam esse excesso de água e evitam que as barragens
sejam assim danificadas.

c) Comportas: são responsáveis por isolar o sistema final de produção da energia elétrica do fluxo contínuo de água.
Isso torna possível, por exemplo, trabalhos de manutenção.

d) Tomada da água: são responsáveis por permitir a retirada de água do reservatório e proteger a entrada do
conduto de danos e obstruções provenientes de congelamento, tranqueira, ondas e correntes.

e) Condutos: são responsáveis por permitir o escoamento da água. Estes podem ser classificados em condutos livres
ou em condutos forçados. Os livres podem ser em canais (a céu aberto) ou aquedutos. Os forçados, por sua vez, são
aqueles em que o escoamento se faz com a água a plena seção. Um problema associado aos condutos é a perda de
carga (redução da vazão), resultado de fenômenos do escoamento da água, tais como atrito, características do
encanamento etc. A determinação dessa perda é uma parte importante do projeto e depende fortemente do
material utilizado na tubulação (aço, concreto, ferro fundido, cimento amianto etc.).

f) Chaminés de equilíbrio ou câmaras de descarga: são aberturas (chaminés) no conduto forçado


responsáveis por aliviar o excesso de pressão que ocorre quando o escoamento de um líquido por uma
tubulação é abruptamente interrompido pelo fechamento de uma válvula. Esse fenômeno é conhecido
como golpe de aríete. Caso essas chaminés não existissem, um fechamento abrupto de uma válvula
poderia gerar uma série de pressões positivas no interior dos condutos forçados que poderiam até
causar o rompimento destes. Vale ressaltar que as câmaras de descarga apresentam funções similares
às chaminés de equilíbrio, exceto pelas características construtivas.

g) Casas de força: são responsáveis por alojar uma série de elementos como as turbinas, os geradores,
os reguladores, painéis etc., de modo que o projeto adequado de uma casa de força é um
dos aspectos mais importantes no dimensionamento de usinas.

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Classificação das Usinas Hidrelétricas

Usinas a fio d'água (Operação flutuante)


Usualmente possuem uma capacidade de armazenamento bem pequena de modo que, tipicamente,
dispõem somente da vazão natural da água. As usinas a fio d’água que possuem um pequeno
reservatório fazem uso desse armazenamento para, durante as horas fora de ponta, armazenar água e,
nas horas de ponta, utilizá-la.

Usinas com reservatório de acumulação (Operação na base)


Têm um reservatório de tamanho suficiente para acumular água na época das chuvas para uso na época
de estiagem. Em outras palavras, essa usina pode ter à disposição uma vazão firme, bem superior em
comparação ao caso em que não existisse um reservatório (vazão mínima natural).

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Usinas reversíveis (Operação na ponta)
Também chamadas de centrais com armazenamento por bombeamento, ou com reversão, a energia é
produzida para satisfazer a carga máxima. Durante as horas de demanda reduzida, todavia, a água é
bombeada de um represamento no canal de fuga para um reservatório a montante, para, assim,
permitir uma posterior utilização

Tipos de turbinas para usinas Hidrelétricas

Como vimos anteriormente, a geração de energia elétrica com uso de usinas hidrelétricas, depende de
mecanismos de conversão de uma energia mecânica, no caso a energia potencial gravitacional e cinética
armazenada na água (que é o combustível desta usina) em energia elétrica, para isto são utilizadas
turbinas que irão captar a energia da água para acoplar ao gerador criando o movimento circular do
campo magnético.

Existem três principais tipos de turbinas para usinas hidrelétricas, possuindo cada uma suas vantagens e
desvantagens e seus usos.

Turbina Pelton

A turbina Pelton é uma turbina de ação, também chamada de turbina de jato livre, porque o torque
rotacional é gerado pela ação de um jato que atinge efetivamente as pás do rotor. A principal
característica desse tipo de turbina é a alta velocidade do jato na saída do bocal, que, dependendo da
queda, atinge valores de 150 a 180 m/s.

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As turbinas Pelton são consideradas para alturas superiores a 150 m e inferiores a 2000 m, a fim de se
aumentar o seu desempenho. Para alturas menores que 150 m, todavia, tipicamente são utilizadas
turbinas do tipo Francis, que serão apresentadas mais adiante. Para aplicações de porte mini e micro,
todavia, aplicações para quedas com menos de 20 m ainda são possíveis. Nesses casos, todavia, um
cenário desafiador surge quando há grande vazão e baixa queda d’água, pois, para atender a essas
restrições o rotor deverá ser muito grande para a potência de saída desejada.

Para contornar esse desafio, portanto, existem duas soluções possíveis:

1- aumentar o número de jatos


2- Utilizar rotores gêmeos.
No primeiro caso, o uso de dois ou mais jatos permite reduzir o diâmetro do rotor para
uma mesma vazão. No segundo caso, todavia, dois rotores idênticos são utilizados em paralelo sobre o
mesmo eixo do gerador (esta opção só é utilizada quando aumentar o número de jatos).
Por fim, uma última alternativa seria bifurcar uma única tubulação principal o mais próximo da turbina
possível e instalar dois grupos de turbinas hidráulica-gerador elétrico independentes.

Voith: Functioning of Pelton turbines (EN)

Turbina Francis

A turbina Francis é uma turbina de reação que opera da seguinte forma: a água entra no rotor pela
periferia e, por diferença de pressão entre os lados do rotor, o movimento de rotação das pás ocorre. As
pás do rotor são projetadas de uma maneira complexa (perfiladas) em uma caixa espiral que distribui a
água ao redor do rotor.
As turbinas Francis são comumente encontradas em grandes empreendimentos (inclusive no Brasil), de
modo que, nesses casos, valores tão elevados quanto potências nominais unitárias de 750 MW
podem ser obtidas. Tudo isso só é possível graças ao rendimento que chega a atingir patamares
superiores a 92% (para grandes máquinas), tendo sua aplicação bastante flexível no que se refere à
altura de queda d’água, adaptando-se tanto para locais de baixa queda quanto
de elevada queda (ANEEL, 2017).
Referente a aspectos construtivos dessa turbina, existem turbinas Francis tanto com eixo horizontal
quanto com eixo vertical. Vale ressaltar que as turbinas com eixo horizontal são tipicamente utilizadas
em pequeno porte por questões construtivas da necessidade, ou não, de mancais de deslizamentos
radiais e mancais guias.

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em pequeno porte por questões construtivas da necessidade, ou não, de mancais de deslizamentos
radiais e mancais guias.

É possível observar que a água provém da entrada da água, circula pela caixa espiral, transfere parte de
sua energia para o rotor, e deixa a turbina pelo tubo de sucção. As turbinas Francis modernas sempre
possuem a função de ajuste das pás diretrizes, também chamadas de pás distribuidoras, e o seu ajuste,
comandado pelo conjunto regulador, permite o controle da vazão de água que passa dentro da turbina.
A turbina Francis é uma das mais difundidas e utilizadas no Brasil, tanto para grandes quanto para
pequenas, mini e microcentrais hidrelétricas. Um dos únicos inconvenientes dessa turbina é que a
curva de rendimento varia bastante com a vazão.

Francis Turbine

Turbina Kaplan
São adequadas para operar entre quedas de 10 m até 70 m (ANEEL, 2017). A única diferença entre as
turbinas Kaplan e Francis é o rotor.
Na Kaplan, o rotor se assemelha à hélice propulsora de um navio, contendo, tipicamente, de duas a seis
pás móveis. Para controle de vazão, a variação do ângulo de inclinação das pás é realizada por
um sistema de êmbolo e manivelas construído no interior do rotor.
O acionamento das pás é acoplado ao das palhetas do distribuidor, de modo que, para uma
determinada abertura do distribuidor, um determinado valor de inclinação das pás do rotor é obtido. As
turbinas Kaplan também apresentam uma curva de rendimento "plana" garantindo bom rendimento em
uma ampla faixa de operação.

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Kaplan Turbine Working and Design

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Termelétricas
terça-feira, 23 de agosto de 2022 17:14

Conforme foi visto na aula anterior, o princípio de geração elétrica passa pela conversão de energia mecânica em
elétrica.
Nas Usinas Hidroelétricas o combustível, a água, é diretamente utilizado para gerar a força mecânica que irá girar o rotor
do gerador que contém o campo magnético.

Outra forma de se criar força mecânica para girar um gerador é com o uso dos princípios térmicos. Neste caso, o
combustível utilizado para as transformações necessárias não irá participar diretamente do processo de geração. Sendo
assim neste caso utilizamos combustíveis secundários para geração.

Os combustíveis utilizados nas usinas termelétricas podem ser de origem renováveis ou não renováveis:

- Não renováveis - Carvão mineral, Gás natural, Urânio, Derivados do Petróleo, etc
- Renováveis - Biomassa, Biodiesel, Sol, etc.

Podemos classificar as centrais termelétrica como:

- Combustão interna - ocorre principalmente em turbinas a gás e em motores diesel (máquinas


térmicas a pistão, de modo geral) de modo que o combustível entre em contato com o fluido de
trabalho. A combustão ocorre na mistura ar-combustível.

- Combustão externa - ocorre principalmente em turbinas a vapor de modo que o combustível não
entre em contato com o fluido de trabalho. Nesta, o combustível aquece o fluido de trabalho (em
geral a água) em uma caldeira para produzir vapor. Essa transformação de líquido para vapor
causa uma expansão do fluido no interior de uma turbina para produzir torque mecânico.

Outra classificação que podemos dar as centrais térmicas é em relação ao ciclo do fluido de trabalhos,
fluido que irá efetivamente gerar energia elétrica.

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fluido que irá efetivamente gerar energia elétrica.

- Quando o fluido de trabalho não passa por um ciclo termodinâmico, embora passe por um
mecânico temos a operação em ciclo aberto
- Quando o fluido de trabalho sofre uma série de processos, mas retorna ao estado inicial, tem-se
uma operação em ciclo fechado

Uma questão importante a ser levantada quando se utiliza usinas termelétricas na geração de energia
elétrica é a emissão de gases do efeito estufa.

Em termos emissão as usinas que se utilizam carvão mineral e derivados de petróleo são as campeãs de
emissão destes gases. Porém outros impactos ambientais devem ser levados em consideração, nos
efluentes líquidos, e na emissão de partículas sólidas.

Quanto às usinas nucleares, os impactos ambientais se destacam principalmente quanto à


contaminação pelos rejeitos radioativos que permanecem nocivos por milhares de anos. Sendo assim,
os riscos maiores estão no descarte desses rejeitos, que devem ser armazenados em recipientes de
chumbo ou concreto e monitorados constantemente, e também na contaminação derivada de acidentes
e vazamentos, tais como em Chernobyl (1986) e Fukushima (2011).

No quesito das etapas de transformação dos fluidos (entre estado líquido e gasoso, ou vapor), princípios
de transformações isotérmicas, isobáricas e adiabáticas devem ser (re)visitados.

De acordo com os princípios da Termodinâmica, há várias formas de realizar transformações gasosas.


Em uma transformação isotérmica, a temperatura (T) permanece constante havendo variação na
pressão (P) e no volume (V). Em uma transformação isobárica P é constante havendo uma variação
diretamente proporcional entre V e T. Em uma expansão adiabática quando V aumenta, P e T diminuem
e, em uma contração adiabática, quando V diminui, P e T aumentam. Uma característica das
transformações adiabáticas é que não há trocas de calor com o meio externo (Q = 0).

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No quesito de geração de potência e de energia por centrais termelétricas, um sistema térmico ideal
(sem perdas) produz energia de acordo com a seguinte expressão: P = m(h − h ) 1 2 , sendo P a potência
disponível (em kW), m a massa de fluido sendo transformado ao longo do tempo (em kg/seg), e h a
entalpia específica do fluido (em kJ/kg), de modo que h1 e h2 são as entalpias na entrada e na saída da
máquina, respectivamente. Para um sistema térmico real (com perdas): P = m(h − h ) 1 2 , sendo η o
rendimento da máquina.
Na prática, as variáveis usualmente medidas para quantificar a geração de potência e de energia por
centrais termelétricas são a pressão (P) e a temperatura (T).

Principais tipos de Centrais Termelétricas e princípios de funcionamento

Centrais a vapor (não nucleares)

São caracterizadas por operarem tanto em ciclo aberto quanto em ciclo fechado. Para a operação em
ciclo aberto, somente o vapor é utilizado no processo. Em ciclos fechados, utiliza-se um ou mais fluidos
em ciclos superpostos.
O ciclo teórico de funcionamento das termelétricas a vapor baseia-se no ciclo de Carnot

Na prática, todavia, o princípio de funcionamento baseia-se no ciclo de Rankine. Vale ressaltar que,
fazendo uma analogia do ciclo de Carnot, será apresentado a seguir o esquema de funcionamento de
termelétricas a vapor sem e com superaquecimento do vapor.

É possível observar que a modificação básica em relação ao ciclo ideal de Carnot do tópico anterior é o
deslocamento do final da condensação (ponto 1) para a linha de equilíbrio água/vapor. Nessa hipótese a
bomba trabalha apenas com líquido (o que é positivo em termos operacionais), embora a turbina continue
operando com água e vapor (não desejável).
Em suma:

Ciclo de Rankine sem superaquecimento do vapor:

1-2: Bombeamento adiabático reversível (dQ = 0).


2-3: Troca de calor à pressão constante na caldeira.

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2-3: Troca de calor à pressão constante na caldeira.
3-4: Expansão adiabática reversível, na turbina (dQ = 0).
4-1: Troca de calor à pressão constante no condensador.

Uma forma possível de aumentar a eficiência do processo é aumentar T3, deslocando também o T4 mais à
direita, reduzindo assim o teor de água no processo. Para tal, instalar um dispositivo de superaquecimento
na saída da caldeira é a alternativa. Assim, as termelétricas a vapor com superaquecimento

Ciclo de Rankine com superaquecimento do vapor:

1-2: Trabalho consumido pela bomba (ideal), sendo w 12 = h1 - h2.


2-3: Calor fornecido pela caldeira, sendo Q 23 = h3 - h2.
3-4: Trabalho fornecido pela turbina (ideal), sendo w 34 = h3 - h4.
4-1: Calor cedido pelo condensador, sendo Q 41 = h1 - h4.

Centrais a vapor (nucleares)

As tecnologias utilizadas em reatores modernos são bastante seguras e confiáveis

Reatores a água leve (LWR – Light Water Reactor): são aplicados a mais de 75% de todas as usinas
nucleares em operação no mundo, por se tratarem de uma tecnologia bem econômica. Sendo assim, as
PWR (Pressurized Water Reactor) surgiram como um aperfeiçoamento das LWR, pois fazem uso de
técnicas que possibilitam produzir mais potência elétrica por unidade de reator (uma PWR produz 1400
Mwe por unidade de reator, enquanto uma LWR apenas 900 MWe).

Reatores a água pesada (HWR – Heavy Water Reactor): são aplicados a aproximadamente 8% das
usinas ao redor do mundo. Trata-se também de um reator econômico e possui uma base regulatória e
de infraestrutura muito bem estabelecida em países como Canadá, Argentina e Índia. Reatores a tubos

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de infraestrutura muito bem estabelecida em países como Canadá, Argentina e Índia. Reatores a tubos
de pressão e a vasos de pressão surgiram como variantes (adaptações) das HWR. As usinas HWR são
limitadas a produzir até 900 MWe por unidade de reator, sendo que o seu tamanho físico é o principal
limitador do aumento dessa capacidade.

Reatores super-regenerados rápidos (Fast Breeder Reactors) ou reatores refrigerados a metal líquido:
é uma tecnologia que não se destaca tanto, principalmente por causa da crescente disponibilidade de
urânio a custos competitivos. Todavia, essa tecnologia merece destaque dentre as nucleares porque ela
possui um rendimento bastante acima das demais formas que fazem uso de urânio para
produção de energia elétrica.

Centrais a gás
Esse tipo de central trabalha tanto em circuito aberto como em circuito fechado. Nesse cenário, há dois tipos de turbina a gás,
sendo eles:
Turbinas aeroderivativas (circuito aberto) - são compactas e de peso reduzido, sendo indicadas para operação de pico ou regime
de emergência (são baseadas em turbinas de aviões);
Turbinas industriais (circuito fechado) - são muito resistentes e robustas, sendo indicadas para operação na base.

As turbinas a gás, de modo geral, ainda possuem uma série de desafios tecnológicos, tais como: altas temperaturas são necessárias
para um rendimento razoável; há uma limitação de potência devido
a um excessivo número de estágios do turbocompressor; só mais recentemente se melhorou o rendimento dos turbo
compressores (até 85%). Nos casos das turbinas a circuito fechado, essas operam a temperaturas altíssimas (por volta de 1260 °C),
superior às turbinas a vapor (cerca de 540 °C). Essas últimas, como foco do nosso estudo, têm seu princípio de funcionamento
baseado no ciclo de Brayton.

Ciclo de Brayton:

- 1-2: Compressão adiabática do ar.


- 2-3: Aquecimento e expansão isobárica do ar na câmara de combustão.
- 3-4: O ar aquecido movimenta uma turbina num processo adiabático.
- 4-1: Resfriamento e contração isobárica do ar com o ambiente.

Centrais a diesel

Essas centrais são tipicamente utilizadas para fornecer energia para sistemas isolados, que operem
isoladamente por determinado período de tempo. Seu uso, portanto, é comum em regiões afastadas de
grandes centros de consumo, onde há acesso à geração convencional (ex.: Amazônia, Rondônia etc.), ou
em hotéis, hospitais, shoppings, e outros empreendimentos usualmente de grande porte, que fazem uso
desses geradores em horas de pico e em caso de emergência (falta de energia por parte da
concessionária). Os valores de potência das centrais a diesel não ultrapassam 40 MW, logo, são
limitadas com relação à potência fornecida. Além disso, ruído, vibração, dificuldade de aquisição de
peças de reposição e os altos custos do combustível são fatores desvantajosos à sua aplicação. Suas
vantagens, por outro lado, referem-se à simplicidade de operação, a facilidade de manutenção e a
capacidade de atuar rapidamente em uma eventual entrada de carga.

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Ciclo combinado
Trata-se de um processo que recupera o calor dos gases expelidos da turbina a gás para acionar uma
turbina a vapor, incorporando, deste modo, tanto o ciclo de Brayton quanto o ciclo de Rankine. Nesse
processo a eficiência global é maior do que quando se consideram apenas os processos de maneira
individual. Sendo assim, estima-se que o ciclo combinado tenha uma eficiência de 60%, enquanto que
ciclo simples seria de 30%.

Como funciona uma Turbina à Gás Funcionamento de Turbina de Vapor

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Energia Solar
segunda-feira, 29 de agosto de 2022 20:23

O Sol é e sempre foi a principal energia para a manutenção da vida na superfície do planeta Terra

Inicialmente fornecendo subsidio biológico para o crescimento de plantas e vegetais marinhos, estes seres vivos
serviram de fonte energética para outros animais, tais como o próprio ser humano, que se desenvolveram ao longo do
curso de vida do nosso planeta.

Esta estrela que nos fornece luz e calor e sustenta a vida em nosso planeta também se mostra capaz de nos fornecer
elementos para a manutenção do nosso estilo de vida que utiliza em muito a energia elétrica.

Geração de energia elétrica com uso do Sol


Antes de mais nada devemos entender em que consiste o Sol.

O sol é uma estrela composta por primariamente de hidrogênio (74% de sua massa, ou 92% de seu
volume) e hélio (24% da massa solar, 7% do volume solar), com traços de outros elementos, incluindo
ferro, níquel, oxigênio, silício, enxofre, magnésio, néon, cálcio e crômio.

A energia do sol (energia solar) é produzida pelas fusões nucleares de átomos de hidrogênio no núcleo
da estrela e se propaga pelo espaço em ondas eletromagnética

A energia solar viaja o espaço pela propagação de ondas eletromagnéticas dentre as quais chegam a
superfície da Terra a luz visível, o ultra violeta, o infravermelho.

O senso comum tende a focar a cabeça das pessoas na produção de energia elétrica fotovoltaica como a
única forma de se gerar energia elétrico com uso do Sol porém isto não é verdadeiro. Podemos
aproveitar a energia do espectro infravermelho para produzir energia. Assim podemos dividir a geração
com uso de energia solar em dois grupos:

- Energia Fotovoltaica
- Energia Heliotérmica
Iremos agora analisar cada uma delas.

Energia Elétrica Fotovoltaica


A energia elétrica fotovoltaica tem experimentado um grande crescimento de seu uso no últimos anos, por
vários motivos tais como:
- Barateamento do valor dos sistemas;
- Aumento do valor da energia elétrica;
- Má qualidade do serviço das concessionária;
- Ausência ou dificuldade de acesso aos serviços de concessionárias.

A primeira grande utilização da energia fotovoltaica se deu na época das primeiras viagens espaciais, a partir
de 1958. A partir de 1973 iniciou-se o uso desta energia na superfície terrestre se desenvolvendo até as
décadas atuais onde se torna cada vez mais economicamente viável.

Efeito fotoelétrico
A geração de energia elétrica com uso da luz solar parte do princípio do efeito fotoelétrico que ocorre em
semicondutores.

Quando semicondutores puros são expostos a luz, estes experimentos movimentação de seus elétrons e
lacunas utilizando o efeito dos fótons contidos na luz solar. Porém apenas este efeito não tona possível a
geração de uma corrente elétrica utilizável.
A parti da dopagem destes semicondutores e da união de laminas dopadas do tipo P e lâminas dopadas do
tipo N formado uma junção PN é que torna possível a criação de tensões e correntes utilizáveis. Existem
dispositivos com dopagens especiais que causam uma espécie de efeito avalanche capaz de utilizar poucos
fótons para gerar grande quantidade de energia elétrica.

A geração de energia fotovoltaica se inicia quando o a luz solar atinge os semicondutores que em geral são
organizados em células que são posicionados em placas que unem diversas células e as interligam para a
criação de um sistema padronizado de tensão e potência.

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criação de um sistema padronizado de tensão e potência.

Estas placas solares podem utilizar células monocristalinas ou policristalinas, sendo estas as mais utilizadas
mas existem outros tipos:

Painel solar fotovoltaico de silício monocristalino


A tecnologia monocristalina é a mais antiga e possui a eficiência mais alta. Os painéis solares de silício
monocristalino (mono-Si) são facilmente reconhecíveis olhando de perto. Possuem uma cor uniforme,
indicando silício de alta pureza e cantos tipicamente arredondados.

Eles são feitos a partir de um único cristal de silício ultrapuro, (lingotes de silício de forma cilíndrica), este é
fatiado como um "salame" fazendo assim, lâminas de silício individuais, que são então tratadas e
transformadas em células fotovoltaicas. Cada célula fotovoltaica circular tem seus “4 lados” cortados fora
para otimizar o espaço disponível no painel solar monocristalino e aproveitar melhor a área do painel. O
painel solar é composto por uma matriz de células fotovoltaicas em formações de série e paralelo:

Eficiência média do painel solar monocristalino: 15 – 22% Técnica: Czochralski Forma: Arredondada Tamanho
padrão das células fotovoltaicas: 10x10cm; 12,5x12,5cm; 15x15. Cor: azul escuro ou quase preto (com
antirreflexo), cinza ou azul acinzentado (sem antirreflexo)

Vantagens do painel solar monocristalino

- Atualmente os painéis solares monocristalinos possuem a eficiência mais alta dentre as tecnologias
comercialmente viáveis.
- A eficiência dos painéis solares monocristalinos está hoje entre 15% e 22%;
- Painéis solares de silício monocristalino ocupam menos espaço.
- Uma vez que estes painéis solares possuem uma eficiência maior eles necessitam de menos espaço
para gerar a mesma quantidade de energia elétrica;
- A vida útil dos painéis monocristalinos é maior que 30 anos e eles vem com garantia de 25 anos;
- Tendem a funcionar melhor do que painéis solares policristalinos em condições de pouca luz.

Desvantagens do painel solar monocristalino

- Painéis solares monocristalinos são mais caros.


- Do ponto de vista financeiro, um painel solar que é feito de silício policristalino e, em alguns casos de
filme fino, pode ser uma escolha melhor para os proprietários que se importam somente com o custo;
- O processo Czochralski usado para produzir silício monocristalino resulta em grandes lingotes
cilíndricos. Quatro lados são cortados dos lingotes para fazer as lâminas de silício, e por isso uma
quantidade significativa do silício não é aproveitada naquela célula e precisa ser reciclado.

Painel solar fotovoltaico de silício policristalino


Os primeiros painéis solares à base de silício policristalino, que também são conhecidos como polisilício (p-Si)
e silício multi-cristalino (mc-Si), foram introduzidos no mercado em 1981. Ambos, mono e poli cristalino são
feitos de silício, a principal diferença entre as tecnologias é o método utilizado na fundição dos cristais. No
policristalino, os cristais de silício são fundidos em um bloco, desta forma preservando a formação de
múltiplos cristais (daí o nome poli cristalino). Quando este bloco é cortado e fatiado, é possível observar esta
formação múltipla de cristais.

Uma vez fundido, eles são serrados em blocos quadrados e, em seguida, fatiados em células assim como no
monocristalino, mas é um pouco mais fácil de produzir. Eles são semelhantes aos de um único cristal
(monocristalino) tanto no desempenho como na degradação, exceto que as células são ligeiramente menos
eficientes.

Eficiência média do painel solar policristalino: 14 – 20% Técnica: Fundição de polisilício, Aquecimento em
forma. Forma: Quadrada Tamanho padrão das células fotovoltaicas: 10x10cm; 12,5x12,5cm; 15x15. Cor: azul
(com antirreflexo), cinza prateado (sem antirreflexo).

Vantagens do painel solar policristalino

- A quantidade de silício residual gerado durante o processo de corte das células fotovoltaicas é menor
em comparação com monocristalino;
- Painéis policristalinos tendem a ser um pouco mais baratos que os painéis solares monocristalinos;
- A vida útil dos painéis policristalinos é maior que 30 anos e eles vem com garantia de 25 anos.

Desvantagens do painel solar policristalino

- A eficiência de painéis solares policristalinos é tipicamente entre 14 e 20%. Isso é devido,


principalmente, a menor pureza do polisilício.
- Painéis solares monocristalinos são normalmente mais eficientes;
- Menos Watts/hora por m².
- Você normalmente precisa de uma área maior de painéis policristalinos para gerar a mesma
quantidade de Watts/m² que o painel monocristalino. Isto não necessariamente significa que o Mono é
melhor que o Poli.

A geração e utilização de energia elétrica fotovoltaica se destaca principalmente como uma forma de
geração distribuída, ou seja, residências, estabelecimentos comerciais e industrias geram energia
elétrica para o uso no dia a dia ou para injetar esta energia na rede elétrica existente para aquisição de
créditos de compensação, o que diminui o valor final da conta de energia elétrica.
Algumas empresas de geração de energia elétrica estão também investindo em grandes áreas,
principalmente em locais desérticos, nas chamadas fazendas solares, para a geração de grandes
quantidade de energia elétrica com uso de sistemas fotovoltaicos para a posterior transmissão,
distribuição e consumo nos sistemas elétricos convencionais.

Em locais remotos, onde não há acesso ao sistema de distribuição de energia elétrica, pode-se montar
sistemas que sejam capazes de, além de fornecer a energia elétrica do uso do dia, mas também
armazenar em bancos de baterias para seu uso nos períodos noturnos, chamados sistemas Off-Grid.
Este sistema esbarra em uma barreira ainda em estudo pelos grandes centros de pesquisa que é o
tamanho, valor e eficiencia das baterias utilizadas para armazenar energia elétrica.

Página 2 de Energia Elétrica e energia Hidraulica


Outra forma de se utilizar a energia fotovoltaica é com o método de compensação com uso dos
chamados sistemas On-Grid.
Nestes sistemas o consumidor final, que deverá estar em locais em que se tenha acesso ao sistema de
distribuição de alguma concessionária de distribuição de energia elétrica, irá em momentos de baixo
consumo gerar energia com uso de placas fotovoltaicas, injetar esta energia na rede elétrica. Vale
ressaltar que esta tensão terá que ser injetada na forma senoidal com uso de inversores de frequência.
A energia injetada na rede elétrica será contabilizada por um relógio medidor bidirecional, e isto irá
gerar credito que será consumido nos períodos de maior consumo do usuário ou no período noturno em
que não se possui geração de energia por meio das placas fotovoltaicas.

Segundo um levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a energia


solar se tornou a terceira maior fonte da matriz elétrica brasileira – a frente das termelétricas a gás
natural e biomassa. A pesquisa também mostra que a tecnologia soma 16,4 gigawatts de capacidade
aplicada.
Agora, a potência instalada de energia solar no país só fica atrás da hídrica e da eólica. A diferença para
as fontes de gás natural e biomassa é pequena. Mas o que mais anima o setor é que, nos últimos dez
anos, esse mercado só experimentou crescimento. Um avanço puxado, principalmente, pela geração de
energia solar nas casas.
Atualmente, 70% da energia solar produzida por aqui vem de pequenos sistemas instalados nos
telhados das residências, comércios e propriedades rurais.

Energia Heliotérmica
A geração de energia fotovoltaica se dá pela utilização da luz visível para produção dos efeitos
fotoeletricos nos semicondutores e então a criação da energia elétrica. Porém como vimos
anteriormente, o sol irradia para nosso planeta além da luz, o calor por meio da irradiação do
infravermelho.

Assim sendo, existe a possibilidade de utilizar esta energia como forma de criar meios para geração de
energia mecânica e posterior geração de energia elétrica do mesmo modo que as termelétricas. A esta
forma de geração chamamos de geração heliotérmica.
Neste sistema de geração de energia o calor do sol é direcionado para aquecer substancias que irão
conduzir o calor para que seja possível a o aquecimento de um tanque de água para a criação de vapor
em alta pressão, este vapor irá ser direcionado a turbinas que irão girar um gerador, Ciclo de Rankine.

Existem basicamente dois tipos de usinas heliotérmicas, as concentradas e as distribuídas

As usinas concentradas, utilizam espelhos eletricamente controlados para direcionar a energia solar ao
topo de uma torre onde há uma janela que dá acesso a substancia a ser aquecida.

As usinas heliotermicas distribuidas, utilizam uma sequencia de espelhos que direcionam a energia solar
a um ponto focal proximos a eles, em geral são espelhos concavos. No centro focal destes espelhos há
uma tubulação que conduz o liquido a ser aquecido.

Página 3 de Energia Elétrica e energia Hidraulica


Após o aquecimento do liquido, este irá conduzir o calor a caldeira para gerar vapor, assim podemos
dizer que substituímos a queima de combustíveis fósseis ou outros pela energia provindo do sol.

PRIMEIRA USINA DE ENERGIA TERMOSSOLAR DA Usina Heliotérmica em Andaluzia Espanha


AMÉRICA LATINA

Página 4 de Energia Elétrica e energia Hidraulica


Energia Eólica - Geotérmica
segunda-feira, 5 de setembro de 2022 19:05

Energia Eólica
Histórico
Energia eólica é a transformação da energia do vento em energia útil, tal como na utilização de aerogeradores para
produzir eletricidade, moinhos de vento para produzir energia mecânica ou velas para impulsionar veleiros.

A energia eólica tem sido aproveitada desde a antiguidade para mover os barcos impulsionados por velas ou para fazer
funcionar a engrenagem de moinhos, ao mover as suas pás. Nos moinhos de vento a energia eólica era transformada em
energia mecânica, utilizada na moagem de grãos ou para bombear água. Os moinhos foram usados para fabricação de
farinhas e ainda para drenagem de canais, sobretudo nos Países Baixos.

Ao longo de milhares de anos, a força do vento tem sido aproveitada de inúmeras formas, desde o impulso de veleiros e
barcos à vela, até à ventilação natural de edifícios. A utilização do vento para produzir energia mecânica surgiu
relativamente tarde na Antiguidade. A roda de vento do engenheiro grego Herão de Alexandria, concebida durante o
século I d.C., é o mais antigo registro do uso de uma ferramenta destinada a captar a força do vento para alimentar uma
máquina.

Os primeiros moinhos de vento apareceram na Pérsia desde, pelo menos, o século IX, provavelmente desde o século VII.
O uso de moinhos tornou-se comum no Médio Oriente e na Ásia Central, chegando mais tarde à para a China e Índia.
Por volta do ano 1000, os moinhos eram usados para bombear água do mar até às salinas na China e na Sicília, e a partir
do século XI são já usados intensivamente na Europa ocidental na moagem de farinha, e na drenagem de terras alagadas
para cultivo ou construção. Os primeiros europeus que vieram à América trouxeram a tecnologia consigo do Velho
Continente. Em 1881, William Thomson propôs o uso da energia eólica na ausência. de carvão.

Em julho de 1887, James Blyth, um engenheiro escocês, construiu uma turbina com pás de tecido no
jardim e aproveitou a eletricidade produzida para carregar acumuladores que usava para iluminar a sua
casa. A sua experiência daria origem em 1891 a uma patente. No inverno de 1888, o inventor norte -
americano Charles Francis Brush produziu eletricidade através de um gerador alimentado a energia
eólica, que fornecia eletricidade à sua residência e laboratório. Na década de 1890, o inventor
dinamarquês Poul la Cour construiu geradores eólicos para produzir eletricidade, que usava para
produzir hidrogénio e oxigénio através de eletrólise, guardando uma mistura dos dois gases para usar
como combustível. La Cour foi o primeiro a descobrir que turbinas que girassem a uma velocidade maior
e com menos pás eram as mais eficientes para produzir eletricidade. Em 1904 fundou a Sociedade dos
Eletricistas Eólicos.

Em meados da década de 1920, algumas empresas começaram a fabricar aerogeradores elétricos de 1-3
quilowatts, os quais tiveram uma ampla aceitação nas regiões rurais da América do Norte. No entanto, a
instalação de redes elétricas públicas durante a década de 1940 e a necessidade de mais energia tornou
estes pequenos geradores obsoletos. Em 1931 o engenheiro francês Georges Darrieus obteve uma
patente para uma turbina eólica que usava aerofólios ao longo de um eixo vertical para criar a rotação.
Desenhou ainda uma turbina de 100 kW, precursora dos geradores horizontais modernos. Em 1956,
Johannes Juul, antigo estudante de la Cour, projeta uma turbina com três pás em Gedser, com 200 kW, e
que viria a influenciar o desenho das turbinas posteriores.

Página 1 de Energia Elétrica e energia Hidraulica


que viria a influenciar o desenho das turbinas posteriores.

Em 1975 o Departamento de Energia dos Estados Unidos financiou um projeto de desenvolvimento de


turbinas eólicas, gerido pela NASA, com a finalidade de serem incorporadas na rede de distribuição.
Estas turbinas experimentais abriram o caminho para grande parte da tecnologia que é hoje usada.
Desde então, as turbinas têm aumentado significativamente de tamanho, sendo as maiores capazes de
produzir 7,5MW. A potência da turbina é medida em quilowatts (kW) ou megawatts (MW), enquanto
que a energia produzida é medida em quilowatts-hora (kWh) e respetivos múltiplos.

Potencial
O vento é o movimento de ar ao longo da superfície da Terra, sendo afetado por áreas de altas e baixas
pressões atmosféricas. O sol não aquece a superfície de forma regular, dependendo de fatores como o
ângulo de incidência dos raios solares, que difere consoante a latitude e a hora, e se o solo é coberto ou
não por vegetação. As grandes massas de água, como os oceanos, aquecem e arrefecem mais
lentamente do que em terra. A energia em forma de calor absorvida pela superfície da Terra é
transferida para a atmosfera e, uma vez que o ar aquecido é menos denso que o ar frio, sobe acima do
ar arrefecido para formar áreas de elevada pressão atmosférica criando diferenciais de pressão. A
rotação da Terra arrasta a atmosfera envolvente, o que provoca turbulência. É a conjugação de todos
estes fenómenos que provoca a alteração constante do padrão de ventos.

A quantidade total de potência que é em termos económicos é viável explorar a partir do vento é
consideravelmente maior que o atual consumo humano de energia a partir de todas as fontes. O
Instituto Max Planck apresentou uma estimativa da quantidade total de energia eólica que existe,
concluindo que possam ser extraídos entre 18 e 68 TW. Uma outra estimativa, desta vez baseada em
medições reais da velocidade do vento, concluiu que possa haver 1 700 TW de energia eólica a uma
altitude de 100 m acima do mar e da terra. Destes, 72 a 170 TW poderiam ser extraídos de forma prática
e economicamente competitiva. Os mesmos autores mais tarde estimaram ser de 80 TW. No entanto, a
investigação na Universidade de Harvard estima uma média de 1 Watt/m² e uma capacidade de 2–10
MW/km² para parques eólicos de grande dimensão, sugerindo que estas estimativas de recursos eólicos
totais a nível global estejam sobrestimadas por um fator de 4.

Produção de energia elétrica


Na atualidade utiliza-se a energia eólica para mover aerogeradores - grandes turbinas colocadas em
lugares com muito vento. Essas turbinas têm a forma de um catavento ou um moinho que produz com o
movimento da hélice um campo magnético na turbina. Esse movimento, através de um gerador, produz
energia elétrica. Precisam agrupar-se em parques eólicos, concentrações de aerogeradores, necessários
para que a produção de energia se torne rentável, mas podem ser usados isoladamente, para alimentar
localidades remotas e distantes da rede de transmissão. É possível ainda a utilização de aerogeradores
de baixa tensão quando se trata de requisitos limitados de energia elétrica.

Como Funcionam As Turbinas Eólicas?

A energia eólica pode ser considerada uma das mais promissoras fontes naturais de energia,
principalmente porque é renovável, ou seja, não se esgota, limpa, amplamente distribuída globalmente

Página 2 de Energia Elétrica e energia Hidraulica


principalmente porque é renovável, ou seja, não se esgota, limpa, amplamente distribuída globalmente
e, se utilizada para substituir fontes de combustíveis fósseis, auxilia na redução do efeito estufa. Em
países como o Brasil, que possuem uma grande malha hidrográfica, a energia eólica pode se tornar
importante no futuro, porque ela não consome água, que é um bem cada vez mais escasso e que
também vai ficar cada vez mais controlado. Em países com uma malha hidrográfica pequena, a energia
eólica passa a ter um papel fundamental já nos dias atuais, como talvez a única energia limpa e eficaz
nesses locais. Além da questão ambiental, as turbinas eólicas possuem a vantagem de poderem ser
utilizadas tanto em conexão com redes elétricas como em lugares isolados, não sendo necessário a
implementação de linhas de transmissão para alimentar certas regiões (que possuam aerogeradores).

A tecnologia de instalação da geração eólica pode ser onshore (em terra) ou offshore (marítima), na
tecnologia offshore o custo de instalação é mais elevado comparado com onshore, contudo na offshore
o potencial de geração é maior. Por este motivo a tecnologia offshore é utilizada em países com
pequena extensão territorial ou com pouco espaço disponível para as instalações em terra.

O sistema de geração de energia elétrica pode ser ongrid (interligado à rede) ou offgrid (isolado da
rede). No sistema ongrid a geração de energia é interligada à rede elétrica do Sistema Interligado
Nacional (SIN) o qual é mais utilizado comercialmente. Já no sistema off-grid a geração é isolada da rede
convencional trabalhando de forma autônoma, aplicado em regiões rurais ou marítimas afastadas em
que não é viável traspor linhas de transmissão.

A produção de energia elétrica através de energia eólica tem várias vantagens das quais podemos
ressaltar as principais. É uma fonte renovável, não emite gases de efeito estufa, gases poluentes e nem
gera resíduos na sua operação, o que a torna uma fonte de energia de baixíssimo impacto ambiental. Os
parques eólicos (ou fazendas eólicas) são compatíveis com os outros usos do terreno como a agricultura
ou pecuária, já que os atuais aerogeradores têm dezenas de metros de altura. O grande potencial eólico
no mundo aliado com a possibilidade de gerar energia em larga escala torna esta fonte a grande
alternativa para diversificar a matriz energética do planeta e reduzir a dependência ao petróleo. Em
2011 na União européia ela já representa 6,3% da matriz energética, e no mundo mais de 3,0% de toda
a energia elétrica. Finalmente, com a tendência de redução nos custo de produção de energia eólica, e
com o aumento da escala de produção, deve se tornar uma das fontes de energia mais barata.

No entanto, apesar de todos os pontos positivos se não forem feitos estudos de mapeamento, medição
e previsão dos ventos, ela não é uma fonte de energia confiável. Não há muitos dados sobre o regime de
ventos no Brasil, e eles costumam serem aproveitáveis somente durante parte do ano. Além disso, os
parques eólicos produzem poluição sonora e visual.

https://www.youtube.com/watch?v=PTI2WLK5Hhc

Moradores de Itarema/CE Insatisfeitos com a instalação de torres geradoras de energia eólica.

Também podem interferir na rota migratória de pássaros, e os aerogeradores interferem na paisagem


do local. Além disso, todo o equipamento é caro, o que pode inviabilizar a criação de parques eólicos.
Quanto ao impacto visual, gera poluição visual devido à alteração da paisagem do local, não que as
demais fontes não alterem, como para alguns as pás dos geradores é uma poluição visual, para outros
pode ser considerado um atrativo turístico como uma bela alternativa às demais fontes de energia. Em
relação à poluição sonora, apesar de não ter pesquisas conclusivas indicando impacto na fauna, deve-se
ter cuidado para evitar instalação em corredores de migração de aves ou habitats de reprodução de
animais silvestres, e se preciso utilizar linhas de transmissão subterrâneas. Como qualquer máquina,
também exige manutenção interna dos aerogeradores que deve ser realizada de forma preventiva e
constante. A maior desvantagem é a não regularidade da geração (ou intermitência da geração), pois a
geração depende do vento que não são sempre constantes, e nem sempre há vento quando a
eletricidade é necessária. Deste modo, como a disponibilidade de energia diária varia de um dia para
outro, a geração eólica pode ser menos confiável que as fontes convencionais. Devendo ser alternativa
complementar e não substituta na matriz energética.

Por país
Em 2012 a capacidade mundial de geração de energia elétrica através da energia eólica foi de
aproximadamente 282 gigawatts (GW), o suficiente para abastecer as necessidades básicas de dois
países como o Brasil(o Brasil gastou em média 70 gigawatts em janeiro de 2010). Para se ter uma ideia
da magnitude da expansão desse tipo de energia no mundo, em 2008 a capacidade mundial foi de cerca
de 120 GW e, em 2007, 59 GW.

Página 3 de Energia Elétrica e energia Hidraulica


A capacidade de geração de energia eólica no Brasil vem aumentando ano a ano. Em 2008 era de 341
MW, em 2009 passou 606 MW, e em 2010 atingiu o valor de 920 MW. O Brasil responde por cerca da
metade da capacidade instalada na América Latina, mas representa apenas 0,38% do total mundial.

Até 2005 a Alemanha liderava o ranking dos países em produção de energia através de fonte eólica, mas
em 2008 foi ultrapassada pelos EUA.

Desde 2010 a China é o maior produtor de energia eólica. Em 2020 o total da capacidade instalada nesse
país ultrapassava os 288 GW, um aumento de 21% comparado aos 230GW instalados até 2019.

Em alguns países, a energia elétrica gerada a partir do vento representa significativa parcela da
demanda. Em 2020, 48% da eletricidade consumida na Dinamarca foi gerada por turbinas eólicas, 25%
em Portugal, 22% na Espanha, 38% na Irlanda e 27% na Alemanha. Globalmente, a energia eólica é
responsável por cerca de 6% da eletricidade gerada. Desde 2011, 83 países usam energia eólica em
escala comercial.

O custo da geração de energia eólica tem caído rapidamente nos últimos anos. Em 2005 o custo da
energia eólica era cerca de um quinto do que custava no final dos anos 1990, e essa queda de custos
deve continuar com a ascensão da tecnologia de produção de grandes aerogeradores. No ano de 2003 a
energia eólica foi a forma de energia que mais cresceu nos Estados Unidos.

A maioria das formas de geração de eletricidade requerem altíssimos investimentos de capital e baixos
custos de manutenção. Isto é particularmente verdade para o caso da energia eólica, onde os custos
com a construção de cada aerogerador podem alcançar milhões de reais, os custos com manutenção
são baixos e o custo com combustível é zero. Na composição do cálculo de investimento e custo nesta
forma de energia levam-se em conta diversos fatores, como a produção anual estimada, as taxas de
juros, os custos de construção, de manutenção, de localização e os riscos de queda dos geradores.
Sendo assim, os cálculos sobre o real custo de produção da energia eólica diferem muito, de acordo com
a localização de cada usina.

Apesar da grandiosidade dos modernos moinhos de vento, a tecnologia utilizada continua a mesma de
há 1000 anos, tudo indicando que brevemente será suplantada por outras tecnologias de maior
eficiência, como é o caso da turbovela, uma voluta vertical apropriada para capturar vento a baixa
pressão ao passar nos rotores axiais protegidos internamente. Esse tipo oferece certos riscos de colisões
das pás com objetos voadores (animais silvestres) mas não interfere na áudiovisão. Essa tecnologia já é
uma realidade que tanto pode ser introduzida no meio ambiente marinho uma vez que os animais
aquáticos não correm riscos de colisão como no ambiente terrestre.

Página 4 de Energia Elétrica e energia Hidraulica


Brasil
O Brasil possui grande potencial em energia eólica. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica
(ABEEólica), o território brasileiro tem capacidade para gerar até 522 gigawatts na modalidade onshore
(em terra), sem contar as usinas eólicas que podem ser instaladas no mar. A capacidade eólica instalada
vem crescendo em média 2 GW ao ano desde 2013: somou 2,2 GW em 2013, 4,8 GW em 2014, 7,6 GW
em 2015, 10,1 GW em 2016, 12,3 GW em 2017, 14,8 GW em 2018, 15,4 GW em 2019 e 17,2 GW em
2020, o que representa cerca de 3,5% do potencial.

A maior fonte de eletricidade do Brasil são as usinas hidrelétricas. Um estudo indica que o país poderia
substituir a energia térmica pela energia eólica. Isso porque as usinas termoelétricas só são acionadas
durante os períodos de seca, quando os rios ficam mais baixos e as hidrelétricas são insuficientes para
produzir toda a energia consumida. Porém, é justamente nesse período que o regime de ventos no
Nordeste é mais intenso.

O maior centro de geração de energia eólica do país é o complexo eólico Alto Sertão I, situado na Bahia,
com capacidade de gerar até 300 MW, seguido do Parque eólico de Osório, localizado no Rio Grande do
Sul, com a capacidade de gerar até 150 MW e ainda tem o Parque Eólico Cerro Chato com capacidade de
gerar 91 MW localizado em Santana do Livramento - RS.

A previsão é que a participação da fonte de energia eólica na matriz energética brasileira continua
crescendo, como vem acontecendo no resto do mundo, apresentando taxas de crescimento médias de
potência instalada superiores a 20%.

Energia geotérmica, ou energia geotermal


(geo: terra; térmica: calor),

É a energia obtida a partir do calor proveniente do interior da Terra.

O calor da Terra existe numa parte por baixo da superfície do planeta, mas em algumas partes está mais
perto da superfície do que outras, o que torna mais fácil a sua utilização.

Página 5 de Energia Elétrica e energia Hidraulica


Em certos locais, fazendo furos de apenas 100 metros é possível alcançar calor útil, assim como existem
zonas onde contém nascentes de água quente completamente espontâneas. Mas na maior parte do
mundo é necessário fazer furos de quilómetros de profundidade para encontrar calor significativo.
(Tipicamente na crosta terrestre a temperatura aumenta 25º a 30º celsius por cada quilómetro de
profundidade em direção ao centro da Terra.)

A energia geotérmica tem muitas aplicações práticas, pode servir para aquecer habitações, estufas,
piscinas, estufas de agricultura e Centrais geotérmicas para a produção de energia elétrica.

Devido à necessidade de se obter energia elétrica de uma maneira mais limpa e em quantidades cada
vez maiores, existe um interesse renovado neste tipo de energia pouco poluente.

Para que possamos entender como é aproveitada a energia do calor da Terra devemos primeiramente
entender como nosso planeta é constituído. A Terra é formada por grandes placas, que nos mantém
isolados do seu interior, no qual encontramos o magma, que consiste basicamente em rochas
derretidas. Com o aumento da profundidade a temperatura dessas rochas aumenta cada vez mais, no
entanto, há zonas de intrusões magmáticas, onde a temperatura é muito maior. Essas são as zonas onde
há elevado potencial geotérmico.

História
Produção histórica de eletricidade por fontes geotérmicas entre os 5 maiores produtores.
A primeira usina geotérmica para a geração eletricidade foi criada em 1904 em Larderello na região da Toscana, na Itália por Piero Ginori Conti, produzindo energia com
sucesso ligando várias lâmpadas. Já em 1913, uma estação de 250 kW foi construída em Larderello com sucesso e se tornou a pri meira usina geotérmica produzindo
energia comercialmente e por volta da Primeira Guerra Mundial 100 MW estavam sendo produzidos.

Por volta de 1970, um campo de gêiseres na Califórnia estava produzindo 500 MW de eletricidade. A exploração desse campo foi dramática, pois em 1960 somente 12 MW
eram produzidos e em 1963 somente 25 MW. México, Japão, Filipinas, Quénia e Islândia também têm expandido a produção de eletr icidade por meio geotérmico.

Na Nova Zelândia o campo de gases de Wairakei, na Ilha do Norte, foi desenvolvido por volta de 1950. Em 1964, 192 MW estavam sendo produzidos, mas hoje em dia este
campo está acabando.

Portugal conta com três centrais geotérmicas em funcionamento nos Açores. Duas na Ilha de São Miguel, e uma na ilha Terceira, Açores. As centrais de São Miguel foram
construídas pela multinacional israelita Ormat e a da Terceira or um consórcio Italiano e Português (Exergy -CME).

Fontes de energia geotérmica


Quando não existem gêiseres, e as condições são favoráveis, é possível "estimular" o aquecimento
d'água usando o calor do interior da Terra. Uma experiência realizada em Los Alamos, Califórnia,[5]
provou a possibilidade de execução deste tipo de usina. Em terreno propício, foram perfurados dois
poços vizinhos, distantes 35 metros lateralmente e 360 metros verticalmente, de modo a que eles
alcancem uma camada de rocha quente. Em um dos poços é injetada água, ela aquece-se na rocha e é
expelida pelo outro poço e quando esta fusão acontece a água predominante na rocha penetra na
mesma ocorrendo o processo de metabolização geotérmica.

Esta é a melhor maneira de obter energia naturalmente. É necessário perfurar um poço que já contenha

Página 6 de Energia Elétrica e energia Hidraulica


Esta é a melhor maneira de obter energia naturalmente. É necessário perfurar um poço que já contenha
água e a partir daí a energia é gerada normalmente.

Vapor seco

Em casos raríssimos pode ser encontrado o que os cientistas chamam de fonte de "vapor seco", em que
a pressão é alta o suficiente para movimentar as turbinas da usina com excepcional força, sendo assim
uma fonte eficiente na geração de eletricidade. São encontradas fontes de vapor seco em Larderello, na
Itália e em Cerro Prieto, no México.

Usinas Geotérmicas documentário do NatGeo O que é Energia Geotérmica?

Vantagens e desvantagens
Aproximadamente todos os fluxos de água geotérmicos contém gases dissolvidos, sendo que estes gases
são enviados a usina de geração de energia junto com o vapor de água. De um jeito ou de outro estes
gases acabam indo para a atmosfera. A descarga de vapor de água e CO2 não são de séria significância
na escala apropriada das usinas geotérmicas.

Por outro lado, o odor desagradável, a natureza corrosiva, e as propriedades nocivas do ácido sulfídrico
(H2S) são causas que preocupam. Nos casos onde a concentração de ácido sulfídrico (H2S) é
relativamente baixa, o cheiro do gás causa náuseas. Em concentrações mais altas pode causar sérios
problemas de saúde e até a morte por asfixia.

É igualmente importante que haja tratamento adequado à água vinda do interior da Terra, que
invariavelmente contém minérios prejudiciais a saúde. Não deve ocorrer simplesmente seu despejo em
rios locais, para que isso não prejudique a fauna local.

Quando uma grande quantidade de fluido aquoso é retirado da Terra, sempre há a chance de ocorrer
subsidência na superfície. O mais drástico exemplo de um problema desse tipo numa usina geotérmica
está em Wairakei, Nova Zelândia[6] O nível da superfície afundou 14 metros entre 1950 e 1997 e está
deformando a uma taxa de 0,22 metro por ano, após alcançar uma taxa de 0,48 metros por ano em
meados dos anos 70. Acredita-se que o problema pode ser atenuado com reinjeção de água no local.

Há ainda o inconveniente da poluição sonora que afligiria toda a população vizinha ao local de instalação
da usina, pois, para a perfuração do poço, é necessário o uso de maquinário semelhante ao usado na
perfuração de poços de petróleo.

Página 7 de Energia Elétrica e energia Hidraulica


Página 8 de Energia Elétrica e energia Hidraulica
Cogeração e Geração Distribuída
segunda-feira, 12 de setembro de 2022 20:26

Cogeração é definida como um processo de produção e utilização combinada de calor e eletricidade, proporcionando o
aproveitamento de mais de 60% da energia térmica proveniente dos combustíveis utilizados nesse processo. Embora
utilize processos de aproveitamento de calor que tipicamente provém dos gases de escape de um Ciclo Brayton à
semelhança de sistemas a Ciclo Combinado, estes processos são essencialmente distintos na prática e aplicação:
Ciclo Combinado possui dois ciclos termodinâmicos, normalmente Brayton-Rankine e produz um produto final
(eletricidade).
Na Cogeração, o sistema parte de um recurso, com um ciclo termodinâmico, obtendo-se dois produtos finais
eletricidade e calor.

O processo de produção de energia dito Ciclo combinado refere-se ao emprego de mais de um ciclo termodinâmico,
tipicamente Brayton-Rankine, num certo processo de produção de energia eléctrica com o objetivo de aumentar a
eficiência desse processo. Sendo uma tecnologia que permite racionalizar eficazmente o consumo dos combustíveis
necessários à produção de energia útil, a cogeração pode assegurar um aproveitamento elevado da energia primária e,
por essa razão, responde favoravelmente aos objetivos das políticas energéticas comunitárias e nacionais.

A cogeração responde também de forma eficaz a preocupações de natureza ambiental, uma vez que ao fornecer a
mesma energia final com um menor consumo de energia primária, reduz significativamente as emissões para o
ambiente. A cogeração assume assim, um papel muito importante na redução das emissões de CO2 para a atmosfera, e
consequente cumprimento das metas assumidas no protocolo de Kyoto. A cogeração é, com efeito, o sistema mais
eficiente de produção de eletricidade a partir de qualquer combustível.

Geração a gás natural


O gás natural pode ser aplicado também na conversão em energia elétrica com uso em turbinas de alto
rendimento, sendo esta uma forma deste combustível atender à crescente demanda de consumidores
de grandes volumes como as usinas termelétricas.

Atualmente a tecnologia mais empregada nesse tipo de aplicação são as usinas de ciclo combinado a gás
natural. As vantagens envolvem desde a eficiência do sistema até a contribuição ao meio ambiente,
além da redução dos custos em comparação a outras alternativas energéticas.

A demanda do combustível para o segmento de geração com os grandes volumes que necessita
contribui positivamente para a estruturação do mercado do gás natural e o desenvolvimento estratégico
da cadeia energética nacional.

A cogeração a gás natural


Em tempos de escassez de energia elétrica, cresce a procura por uma opção de fonte de energia que
seja abundante, não ofereça riscos de interrupção, que tenha baixo impacto no meio ambiente e a
garantia de uma distribuidora de confiança. O gás natural, quando usado para fins de cogeração, tem se
apresentado como uma das melhores alternativas.

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apresentado como uma das melhores alternativas.

A cogeração, por sua vez, é uma forma de gerar calor e eletricidade, que pode ser feita por meio da
queima de gás natural. Para entender o que é esse sistema, é preciso saber que todo gerador elétrico
acionado por um motor que usa um combustível é chamado de gerador termoelétrico. Por maior que
seja a eficiência desse gerador, cerca de 70% da energia contida no combustível é transformada em
calor e perdida para o meio-ambiente. Trata-se de uma limitação física que independe do tipo de
combustível (diesel, gás natural, carvão mineral, etc) ou do tipo de motor (a explosão, turbina a gás ou a
vapor).

A cogeração, ao contrário, permite a produção simultânea de energia elétrica, térmica e de vapor, a


partir do mesmo combustível: no caso, o gás natural. O calor que seria dissipado é recuperado dos gases
de escape e produz vapor, ar quente e refrigeração, que podem ser utilizados nos processos industriais,
gerando mais energia elétrica, por exemplo.

Quando se dispõe de gás natural, uma boa solução para a cogeração é a utilização de uma turbina a gás.
Nesta solução, a relação vapor-eletricidade pode se adaptar com maior flexibilidade às necessidades
normais das indústrias. O balanço da eficiência energética de uma turbina a gás para 100% de energia
primária é de 30% de energia elétrica, 50% de energia térmica e 20% de perdas.

Vantagens
O ganho com eficiência neste sistema proporciona a produção de uma energia elétrica confiável, com
baixo custo, ficando a unidade industrial ou comercial independente da qualidade de fornecimento do
distribuidor de energia. Fato da maior importância para usuários que necessitam de um abastecimento
contínuo e ininterrupto, como hospitais, hotéis, shopping centers e grandes empreendimentos ou
mesmo indústrias.

Além do alto desempenho, praticamente sem desperdício, a cogeração tem um caráter


descentralizador, porque precisa estar próxima da unidade consumidora. Por isso, o impacto ambiental
é reduzido, já que não há necessidade de linhas de transmissão extensas e suas consequentes
infraestruturas.

A cogeração com gás natural também reduz bastante a emissão de resíduos contaminantes, se
comparada, por exemplo, à cogeração com outros combustíveis. Então, além de economizar energia,
este processo contribui para diminuir os níveis de poluição.

Nos países desenvolvidos, a cogeração vem sendo empregada em diversos segmentos. Já no Brasil, esse
sistema vem aumentando a cada dia, e já conta com uma linha de financiamento oferecida pelo BNDES
para a sua implantação.

Geração utilizando biomassa


Biomassa vêm se destacando como sendo uma das mais importantes fontes de energia renovável.
Entende-se por biomassa toda matéria vegetal ou animal na qual tem-se a possibilidade de ser
reaproveitada como fonte de produção de calor ou eletricidade, como cana-de-açúcar, óleos vegetais,
madeira, dejetos orgânicos e resíduos de indústrias alimentícias ou agrícolas. O Brasil é hoje considerado
uma referência mundial em termos de geração de energia a partir de biomassa.[3] Um setor em
ascensão no uso de biomassa para geração de energia é o setor sucroalcooleiro, que utiliza

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ascensão no uso de biomassa para geração de energia é o setor sucroalcooleiro, que utiliza
principalmente o bagaço da cana-de-açúcar como combustível para geração, principalmente, de energia
térmica e energia elétrica.

Cogeração de energia no setor sucroalcooleiro


Nas usinas de cana-de-açúcar a cogeração de energia ocorre por meio das seguintes etapas: O bagaço
ao ser queimado em uma fornalha gera energia térmica em forma de vapor e energia elétrica. O vapor
gerado gira uma turbina, sendo que em virtude dessa turbina estar interligada com um gerador, o
gerador acaba entrando em movimento gerando dessa forma energia elétrica.[5] A cogeração de
energia nas usinas de cana é uma prática que vem crescendo nos últimos anos, levando em
consideração as recentes crises no setor energético do Brasil que levaram o governo a enfrentar
dificuldades para garantir o abastecimento de energia elétrica. Consequentemente houve um aumento
do preço da energia elétrica. Com adoção da cogeração de energia no setor sucroalcooleiro, as usinas
conseguem além de suprir a demanda de energia elétrica necessária para operarem gerarem ainda um
excedente que pode ser comercializado.

Vantagens da cogeração utilizando o bagaço da cana-de-açúcar


Em comparação com geração de energia elétrica por meio de termoelétricas que utilizam combustíveis
fósseis, como o gás natural, a cogeração de energia a partir do bagaço de cana apresenta vantagens
ambientais em virtude da redução da emissão de CO2.

Além das vantagens ambientais, a cogeração utilizando bagaço da cana apresenta vantagens em termos
de eficiência em relação à geração termoelétrica, por meio da destinação final da energia produzida.
Enquanto na geração termoelétrica há uma perda de parte do calor gerado, na cogeração esse calor tem
a possibilidade de ser utilizado nos processos produtivos aumentando a eficiência global do processo.

Desvantagens da cogeração utilizando bagaço da cana-de-açúcar


No cultivo da cana-de-açúcar costuma ser utilizado fontes de potássio que contém altas concentrações
de cloro, como é o caso do cloreto de potássio (KCl). Tendo em vista que a aplicação de KCl costuma ser
em grandes quantidades, a cana-de-açúcar acaba absorvendo altas concentrações de cloro.

Em virtude dessa absorção, quando há a queima do bagaço da cana-de-açúcar no processo de cogeração


de energia, acaba sendo emitido dioxinas e cloreto de metila. No caso das dioxinas, essas substâncias
são consideradas muito tóxicas e podem causar câncer.

Já no caso do cloreto de metila, essa substância ao atingir a estratosfera reage com as moléculas de
ozônio levando a quebra dessas moléculas. Com isso, as moléculas de ozônio ao serem quebradas ficam
incapacitadas de absorver os raios ultravioletas, o que leva a radiação UV a ser mais intensa na Terra,
contribuindo dessa forma para o agravamento do aquecimento global.

Geração distribuída de energia (GD)


A geração distribuída pode ser definida como uma fonte de energia elétrica conectada diretamente à
rede de distribuição. Isso significa que a geração distribuída pode ocorrer com diversas fontes de
energia sustentáveis, como a energia solar, eólica e as provenientes de usinas hidroelétricas.

O que é geração distribuída de energia?


Geração distribuída é o termo dado à energia elétrica gerada no local de consumo ou próximo a ele,
sendo válida para diversas fontes de energia renováveis, como a energia solar, eólica e hídrica.

No Brasil, a definição de geração distribuída é feita pelo Artigo 14 do Decreto-Lei n.º 5.163 de 2004:

“Considera-se geração distribuída a produção de energia elétrica proveniente de agentes


concessionários, permissionários ou autorizados, conectados diretamente no sistema elétrico de
distribuição do comprador, exceto aquela proveniente de:

I - hidrelétrico com capacidade instalada superior a 30 MW; e


II - termelétrico, inclusive de cogeração, com eficiência energética inferior a 75%.”

Mais pra frente, em 2012, foi criada a Resolução Normativa n.º 482, que estabelece as condições

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Mais pra frente, em 2012, foi criada a Resolução Normativa n.º 482, que estabelece as condições
regulatórias para a inserção da geração distribuída na matriz energética brasileira, apresentando as
seguintes definições:

Microgeração distribuída: sistemas de geração de energia renovável ou cogeração qualificada


conectados à rede com potência até 75 kW;

Minigeração distribuída: sistemas de geração de energia renovável ou cogeração qualificada conectados


à rede com potência superior a 75 kW e inferior a 5 MW.

As regras básicas definidas pela REN 482/2012, aperfeiçoada pela REN 687/2015, válidas desde 1º de
março de 2016:

• Definição das potências instaladas para micro (75 kW) e minigeração (5 MW);
• Direito à utilização dos créditos por excedente de energia injetada na rede em até 60 meses;
• Possibilidade de utilização da geração e distribuição em cotas de crédito para condomínios;
• Foram estabelecidos prazos para processos, padronização de formulários para solicitação de
conexão e definição de responsabilidades atribuídas aos clientes, à empresa responsável pela
implantação do sistema e à distribuidora;
• Foi possibilitada a forma de autoconsumo remoto, na qual existe a geração em uma unidade e o
consumo em outra unidade de mesmo titular;
• Foi possibilitada a geração compartilhada, na qual um grupo de unidades consumidoras é
responsável por uma única unidade de geração.

As regras da geração distribuída (GD)


A geração distribuída no Brasil
A geração distribuída no Brasil tem como base o net metering, no qual o consumidor-gerador (ou
“prosumidor”, palavra derivada do termo, em inglês, prosumer – producer and consumer), após
descontado o seu próprio consumo, recebe um crédito na sua conta pelo saldo positivo de energia
gerada e inserida na rede (sistema de compensação de energia). Sempre que existir esse saldo positivo,
o consumidor recebe um crédito em energia (em kWh) na próxima fatura e tem até 60 meses para
utilizá-lo.

No entanto, os “prosumidores” não podem comercializar o montante excedente da energia gerada por
GD entre eles. A rede elétrica disponível é utilizada como backup quando a energia gerada localmente
não é suficiente para satisfazer as necessidades de demanda do “prosumidor” – o que geralmente é o
caso para fontes intermitentes de energia, como a solar.

A quantidade de sistemas de geração distribuída instalados no Brasil


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A quantidade de sistemas de geração distribuída instalados no Brasil
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), até o mês de janeiro de
2020, o Brasil atingiu o número de 2 GW em geração distribuída (GD) de potência instalada. Ainda
assim, a Absolar declarou que o total compreende sistemas de microgeração e minigeração distribuída,
tanto em residências quanto indústrias, estabelecimentos comerciais, propriedades rurais, serviços
públicos e pequenos terrenos.

Isso significa que a fonte de energia solar fotovoltaica representa 99,8% das instalações de GD no país,
totalizando mais de 171 mil sistemas fotovoltaicos on grid (conectados à rede), com mais de R$ 10
bilhões investidos desde 2012, nas cinco regiões do território nacional.

Incentivos para a geração distribuída no Brasil


O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), por meio do Ajuste SINIEF 2, revogou o convênio
que orientava a tributação da energia injetada na rede. Cada estado passou a decidir se tributa, ou não,
a energia injetada. Até o momento, os seguintes estados aderiram: SP, PE, GO, CE, TO, RN, MT, BA, DF,
MA, RJ, RS, RR, AC, AL e MG;

O Governo Federal, por meio da Lei n.º 13.169, isentou o PIS e COFINS da energia injetada na rede;
O Governo Federal criou o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica
(ProGD) com intuito de fomentar a geração distribuída no Brasil;

Alguns municípios que adotam o programa de IPTU verde incluem as instalações de energia solar entre
as práticas sustentáveis elegíveis para a concessão de desconto no imposto de seus contribuintes.
Dedução de Imposto de Renda (IR) por amortização de equipamentos;

Foi aprovado na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado o Projeto de Lei 371, de 2015, para o
resgate do FGTS para aquisição de sistemas de microgeração;

Estão disponíveis no mercado linhas de financiamento para a geração distribuída: Mais Alimentos
(Pronaf), Economia Verde (Desenvolve SP), Finem (BNDES), PE Solar (Agefepe), Crédito Produtivo
Energia Solar (Goiás Fomento), FNE Sol (BNB), Construcard (Caixa Econômica Federal), CDC Eficiência
Energética (Santander), Proger (Banco do Brasil), Consórcio Sustentável (Sicredi), além das empresas
que estão oferecendo soluções financiadas por meio de contratos de performance (ESCO) e aluguéis.

O potencial de crescimento da geração distribuída


A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prevê 1,23 milhão de sistemas conectados à rede até
2024 (4.557 MW). A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que serão instalados 78 GWp em
sistemas de geração distribuída até 2050, com grande destaque para a microgeração residencial.

• 3 GW: poder público;


• 13 GW: industrial;
• 29 GW: comercial;
• 33 GW: residencial.

Os benefícios da geração distribuída para o Brasil


O Brasil possui um ótimo recurso solar, de 1.550 a 2.350 kWh/m² por ano, porém existem outros
benefícios agregados à geração distribuída:

• Diversificação da matriz energética;


• São evitadas perdas por transmissão de energia, considerando que a geração distribuída é
disponibilidade próxima ao consumo;
• Geração de empregos de qualidade: 30 empregos diretos e 3,1 empregos indiretos por MW
instalado (fonte: Absolar);
• Possibilidade de desenvolver cadeia produtiva nacional;
• Equilíbrio de cargas no sistema, na rede de distribuição e na fronteira com a rede básica;
• Matriz energética mais sustentável;
• Melhor aproveitamento dos recursos;
• Mais eficiência energética nos empreendimentos

ProGD: Portaria 538/2015


No dia 15 de dezembro de 2015, o Ministério de Minas e Energia (MME) criou o Programa de
Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD) para ampliar e aprofundar as ações
de estímulo à geração de energia pelos próprios consumidores, com base nas fontes renováveis de

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de estímulo à geração de energia pelos próprios consumidores, com base nas fontes renováveis de
energia (em especial a solar fotovoltaica).

Metas ProGD
1. Reduzir as emissões de CO2 em relação aos níveis de 2005, em 37% até 2015 e em 43% até 2030;
2. Alcançar 23% de energias renováveis (além da energia hídrica) no fornecimento de energia
elétrica;
3. Alcançar 10% de eficiência no sistema elétrico até 2030.

Ações ProGD
• Incentiva a atuação de agentes vendedores de energia de empreendimentos de geração
distribuída;
• Estabelece os valores de referência específicos (VREs) e os índices de atualização;
• Prevê estudo para permitir a venda de energia no mercado livre de energia (ACL);
• Institui grupo de trabalho com o MME, Aneel, EPE, Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel)
e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para acompanhar as ações e propor
aprimoramentos legais, regulatórios e tributários para o estímulo à geração distribuída;
• Criação e expansão de linhas de crédito para geração distribuída;
• Incentivo ao industrial como foco no desenvolvimento tecnológico, produtivo e inovação;
• Fomento à capacitação e à formação de recursos humanos para atuar na geração distribuída;
• Implantação de sistemas de geração distribuída em escolas federais, universidades e hospitais.

A geração distribuída fotovoltaica no mundo


Seja pela diversificação da matriz energética, domínio da tecnologia ou busca por minimização dos
impactos ambientais provindos de fontes não sustentáveis, a geração distribuída vem se consolidando
no mundo como uma das formas mais inteligentes de se produzir energia:

A geração distribuída no Japão


2013: atingiu uma potência instalada de 6.707 MW, incentivando toda a população a adotar o uso de
energia solar em suas residências;
2014: tornou-se o segundo maior no mercado mundial, atingindo o recorde de 6,97 GW e 9,74 GW de
potência instalada;
2016: ampliou a capacidade acumulada, constituindo-se como a segunda maior capacidade instalada de
energia solar fotovoltaica do mundo, chegando a 42.750 MW, apenas atrás da China;
2019: expandiu seus empreendimentos, criando a primeira usina solar no Brasil, com 1,3 GW de
potência instalada.
A geração distribuída na Alemanha
2000: aprovação da Lei Obrigatória, em que as companhias elétricas devem pagar, em dinheiro, aos
consumidores que devolvem o excedente de energia gerada nos sistemas de microgeração, como
créditos energéticos;
2018: o país trabalha para a diminuição da emissão de CO2, estando 32% abaixo dos níveis do ano de
1990, estima-se 40% em redução;
2019: é esperado que a Alemanha produza 35% da eletricidade a partir de fontes de energia renováveis,
para que seja possível atingir 100% de energia limpa e inesgotável em utilização até 2050.

A geração distribuída nos EUA


2008: o departamento de energia do governo estadunidense anunciou o investimento de US$ 17,6
milhões em seis companhias de energia. Assim, tornou a energia fotovoltaica competitiva por meio do
desenvolvimento tecnológico;
Incentivos fiscais e financiamentos: 40 estados já adotaram o sistema de net metering. Taxas de
financiamentos mais baixas para sistemas fotovoltaicos e deduções de impostos estão entre as políticas
de incentivo que foram aplicadas pelo governo para o desenvolvimento da fonte;
2019: por conta do crescimento constante da distribuição de energia solar no mundo, estima-se que, em
2022, o uso da fonte alternativa chegue a 30%, segundo a International Energy Agency (IEA).

Resultados: os EUA já possuem um mercado consolidado em geração distribuída. Para os consumidores,


novos produtos financeiros estão se popularizando em formato de PPA ou leasing, visando trazer aos
clientes economia imediata por meio da energia solar (savings from day one). Estão previstos 30.000
novos postos de emprego nos EUA em geração distribuída de energia para 2016.

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Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH)
De acordo com a ANEEL, as geradoras de energia elétrica de porte pequeno podem ser classificadas em
Pequena Central Hidrelétrica (PCH) e Central Geradora Hidráulica (CGH). As Pequenas Centrais
Hidrelétricas são usinas com reservatório de até três quilômetros quadrados e com potência instalada
entre 1 e 30 MW. As Centrais Geradoras Hidráulicas, por outro lado, são usinas com potência máxima de
até 1 MW.

Por serem menores, essas centrais de energia são mais baratas de construir e causam um dano
ambiental menor, pois não alagam grandes áreas, preservando o habitat natural das espécies que vivem
próximas a elas, além disso, podem ser construídas em rios com menor vazão, onde esses,
proporcionam para a descentralização da geração de eletricidade no país.

Na figura abaixo, pode-se observar o esquema básico de uma PCH.

Sobre os aspectos técnicos, além da potência instalada, existem ainda outras características que
diferenciam essas geradoras de energia, como por exemplo, o processo de licenciamento. Mas vamos
diferencia-las melhor. Uma PCH depende basicamente, da realização de um Estudo de Inventário, o qual
irá analisar o potencial hidráulico do rio onde ela será instalada e de um projeto básico, onde esse, nada
mais é que um detalhamento técnico, sendo o principal estudo de uma PCH, cujo a análise e aprovação
fica a cargo da ANEEL. Já em uma CGH, o processo de licenciamento é muito mais simples, uma vez que
a elaboração do inventário e do projeto básico não são necessários e deve-se apenas comunicar o órgão
regulador e fiscalizador sobre a intenção de implantação.

Outra diferenciação entre as CGHs e as PCHs é seu prazo total de implantação. Enquanto o prazo total
para implantação de uma PCH é, em média, de cinco anos, para uma CGH é de dois anos e meio.

Sobre a capacidade instalada no Brasil, segundo informações da ANEEL, existem atualmente 463
pequenas centrais hidrelétricas em todo o Brasil, somando uma potência instalada de 4.658.669 kW e
pelo menos 30 em construção. Há ainda 446 CGHs no país, com uma potência no total de 272.886 kW.
A figura a seguir mostra a potência existente no Brasil, divida por região, segundo a Eletrobrás (2011).

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As Usinas Hidrelétricas de grande porte (UHE), com capacidade instalada de mais de 30 MW, são
caracterizadas por possuírem grandes reservatórios, característica que lhes possibilitam operar por
algum tempo em período de estiagem. Mas aonde entrem as PCHs nesse sistema? Como uma
alternativa às UHE nos períodos de cheia, época em que as centrais operam com o fio d’água, as
Pequenas Centrais Hidrelétricas entram em funcionamento gerando a capacidade dos grandes
reservadores armazenarem elevados níveis de água e com isso, quando entrar o período de estiagem,
às UHE podem funcionar com capacidade plena, já que nesse mesmo período os pequenos reservatórios
das PCHs ficam incapazes de gerar energia. Esse complementação entre os dois tipos de Hidrelétricas é
extremamente importante para manter a geração continua, não atingindo o consumo e
desenvolvimento do país, além do fato que as PCHs atribuem uma complementação das cargas
ofertadas a pequenos centros urbanos e regiões rurais.

A grande parte da atratividade no setor de PCHs e CGHs é explicada pelas altas margens operacionais
alcançadas com o baixo custo de geração/manutenção e por ser uma fonte que apresenta um grande
histórico de medição de descargas, o que diminui os riscos de uma geração efetiva inferior à planejada.

São vários os fatores que viabilizam a construção de PCHs e CHGs, tanto fatores econômicos, quanto
fatores socioambientais, sem contar a capacidade de manter a região próxima suprida energeticamente,
gerando crescimento e desenvolvimento local.

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