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Escrita de Luz
Rachel de Queiroz é a
grande homenageada
da 9ª Bienal do Livro
do Ceará
EDITORIAL EXPEDIENTE
GOVERNADOR
VICE-GOVERNADOR
solvemos pintar um quadro com as novidades do Francisco José Pinheiro
período. Nossa aquarela apresenta tons nítidos e SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO
radiantes, pois muitas matérias ajudarão o professor Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
em mais um ano de empreitada educativa.
SECRETÁRIO ADJUNTO
Em cores fortes choramos a partida de um Maurício Holanda Maia
anjo, a morte de Zilda Arns. Tragicamente ela se foi,
CONSELHO EDITORIAL
mas sua mensagem continua conosco. Com o co-
Márcia Oliveira Cavalcante Campos; Lucidalva
ração também se expressava Villa-Lobos. Para ele, a Pereira Barcelar; Fabiana Scheff, Cristiane Holanda;
música era a linguagem da sensibilidade. Não à toa, Ana Márcia Diógenes (UNICEF); Maurício Holanda
o coração do maestro foi tocado pela educação que Maia, Maria Amélia Prudente Pinheiro.
se tornou seu grande objetivo de vida. Mas o som JORNALISTA RESPONSÁVEL
do coração não para por ai, a música também é uma Maria Amélia Bernardes Mamede
das paixões de Miguel Ângelo de Azevedo. Nasci-
EDIÇÃO
do colecionador, Nirez, como é conhecido, juntou
Isabelle Câmara
22 mil títulos de discos de cera, entretanto, nada se
compara a fonte viva de seus conhecimentos. SUPERVISÃO PEDAGÓGICA
E por falar em conhecimentos, a professora Ana Néo
2
Sumário
MISSÃO POSSÍVEL
Sociedade
Pedagogia
14
NOSSA TERRA
O mangue
De berçário a lazer
Ciência
44
ASAS DA PALAVRA HOMENAGEM
Um escritor 9ª Bienal do Livro
maluquinho comemora
Cultura
36 24
Queiroz
PLANO DE AULA
Educação musical
Pedagogia
abre um mundo de
possibilidades
16 E ainda
04
05
Prova dos Nove
PAIC em dia
28
30
Panorama
Meio Ambiente
NÃO É BEM ASSIM... 06 Bonito de se ver 32 Mãos à Arte
Padre Cícero 08 Novo acordo ortográfico 34 Sala dos Professores
Livro reacende
Cultura
20 13
18
21
Filosofando com arte
Cadeiras na calçada
Mundo Virtual
42
43
46
Questão de Gênero
De onde vem...
Agenda
3 22 Viver para contar 47 Diversão
PEDAGOG
IA Provadosnove
O que pode ser feito para integrar as
Qual a sua dúvida? crianças com necessidades especiais nas
rodas de leitura?
Maria das Graças – Milhã
As atividades nas rodas de leitura são apro-
Como o professor pode trabalhar priadas para toda e qualquer criança, desde que
de forma a incluir os alunos com se considere a idade cronológica e os interesses
dos alunos. A mediação de um leitor fluente, a
necessidades especiais? convivência com as diferenças e as relações que
Avilásia Rocha – Paracuru
se estabelecem nesses momentos promovem a
É importante ressaltar que o ter-
aprendizagem de todos. Dependendo da defi-
mo “necessidades especiais” possui uma
ciência, alguns recursos poderão ser utilizados
amplitude maior do que a comumen-
para a promoção da autonomia desses alunos.
te utilizada, pois além das pessoas com
Para uma criança com paralisia cerebral
deficiência, superdotação e transtornos
é importante adaptar o livro. Essa adaptação é
globais do desenvolvimento ele inclui
simples e pode ser feita através da colagem de
vítimas de abusos sexuais, entre outros.
velcro nas folhas e do uso de um dedal de feltro
A criança com qualquer deficiên-
que auxiliará essa criança a manusear o texto.
cia deve participar ativamente de todas
Com uma criança cega ou de baixa visão, a pro-
as atividades realizadas em sala de aula,
fessora precisa se deter na descrição das cenas,
o que descarta a necessidade de se sele-
oferecendo o detalhamento para que o aluno
cionar atividades diferenciadas. Contudo,
construa uma imagem mental das ilustrações.
o modo pelo qual ela se relaciona com o
Já para uma criança surda, as imagens assumem
conhecimento se diferencia, dependendo
papel preponderante na construção de significa-
da deficiência. Nesses casos, poderão ser
dos e devem ser bem observadas. Caso domine
feitas algumas atividades para promover
libras, a presença do intérprete será importante
a autonomia do aluno, o que não signifi-
para que o aluno participe ativamente. No caso
ca adaptar as atividades, mas sim permitir
da criança com deficiência intelectual, nenhum
que eles participem de acordo com sua
recurso externo é necessário. Apenas certifique-
potencialidade.
se que ela está compreendendo o vocabulário
A convivência no grupo e a orga-
usado no livro através de questionamentos que
nização da sala de aula devem promover
a levem a interpretar o texto lido.
a interação, pois isto é fundamental para
o desenvolvimento e a aprendizagem de
todos. *Respostas dadas pela Coordenação Pedagógica do PAIC.
4
PAICemdia PEDAGOG
IA
5
CULTURA Bonito de se ver
TOMENOTA
Um trabalho
Zilda Arns parte, mas deixa
um legado para além da
pela paz VALTER CAMPANATO/ARQUIVO BR
Pastoral da Criança: seu
exemplo de vida
6
CULTURA
TOMENOTA
2004, a CNBB lançou outro desafio, fun- e na primeira infância e se transforma
dar e coordenar a Pastoral da Pessoa em fraternidade e responsabilidade
Idosa, trabalho abraçado com carinho social. A paz é uma conquista coleti-
pela médica. Por essas e outras atua- va, tem lugar quando encorajamos as
ções humanistas, a sanitarista ganhou pessoas, quando promovemos os va-
diversos prêmios nacionais e interna- lores culturais e éticos, as atitudes e
cionais. O caminho trilhado por Zilda práticas da busca do bem comum que
era repleto de luminosidade. aprendemos com nosso mestre Jesus”
O último discurso de Zilda não Segundo Zilda, o amor em seu
foi lido em momento solene no Haiti, estado de graça gera a paz. O coração
o terremoto foi mais rápido que as pa- é um dos primeiros órgãos que se de-
lavras entoadas, mas as palavras escri- senvolve na gestação. Inicialmente, ele
tas sobreviveram ao desastre e foram é o maior órgão do corpo humano, ou
seja, o feto é só emoção. Depois, o ho-
mem cresce e o coração bombeia amor
“A paz é uma conquista por todo o corpo. Mas, para que exista
coletiva. Tem lugar a paz, precisa-se do convívio com o ou-
tro. É no dia a dia que o amor humano
quando encorajamos se transforma em ações, gera fraterni-
as pessoas, quando dade e assume responsabilidade social.
promovemos os valores Por isso, a paz não é individual,
culturais e éticos, as ela precisa do outro, “porque um ho-
mem sozinho não faz um amanhã,
atitudes e práticas da ele precisa de outros e depois mais
busca do bem comum outros”. Zilda apresentou sua essên-
que aprendemos com cia, uniu corações, cuidou das crian-
ças, amou à vida e amou ao próximo.
nosso mestre Jesus” Com sua visão de anjo, Zilda percebeu
além, notou que a paz só se estabelece
(trecho do último discurso de Zilda Arns)
em comunhão universal, no momento
em que o homem se destitui de qual-
resgatadas com esperança dos escom- quer vaidade, autoritarismo ou poder,
bros. Em um dos trechos, ela diz: “A e assume a postura da caridade. Zilda
construção da paz começa no coração se foi, mas seu amor permanece entre
das pessoas e tem seu fundamento no nós.
amor, que tem suas raízes na gestação
7
CULTURA BaúCultural Novo Acordo Ortográfico
O Brasil negro
A língua portuguesa falada no Brasil sofreu influênciaa de
diversas outras, principalmente, da africana. Combina-
da com a língua indígena, essa ação operou-se no nosso
ina-
osso
linguajar com pouca ou nenhuma instrução. São conheci- eci-
das como afroíndigenas formas fonéticas como: tá (está) stá)
muié (mulher) cosca (cócegas) andano (andando) etc.
Essa interferência também ocorreu no léxico, pa-
lavras como vatapá, acarajé, caruru, mungunzá, farofa, ofa,
cacimba, quilombo, tanga, samba, quiabo, capenga, nga,
caxumba, bunda, candomblé, macumba, mandinga, nga,
xangô foram incorporadas ao vocabulário da língua gua
portuguesa do Brasil.
Mas a língua é dinâmica e a influência africana ana
não é só coisa do passado: recentemente recebemos os a
palavra rastafári, nome dado aos seguidores desse mo-
vimento religioso de origem jamaicana.
8
VocêSabia? CULTURA
FBI ou CIA?
Muito se fala e pouco se explica sobre es-
sas instituições nos filmes norte-americanos.
De maneira resumida, o Federal Bureau of
Investigation (FBI) é a maior agência policial
do mundo, contando com 30 mil funcioná-
rios e atuando em 60 países. Seu papel é ampa-
rar a lei estadunidense, realizando investigações
de alguns tipos de crimes. A Central Intelligence
Agency (CIA) é o serviço de inteligência dos EUA
e sua função é coletar informações de fontes hu-
Rir pra quê? manas, avaliar se essas informações ameaçam a
Há quem diga que a risada não segurança nacional e informar os responsáveis
possui nenhuma utilidade biológica. No para que sejam tomadas medidas cabíveis.
entanto, como tudo na natureza tem uma
finalidade, acredita-se que o impulso de
rir pode ter contribuído para a sobrevi- Orquestra de legumes
vência no decurso da evolução humana.
A gelotologia é a ciência que estuda o Antes de cada apresentação, os músicos
humor, o riso e seus efeitos no corpo hu- da “Primeira Orquestra Vienense de Legumes”
mano. Afirma que o riso é a mais antiga vão à feira em busca de matéria-prima para seus
forma de comunicação. Isso porque os concertos: legumes e verduras, a partir dos quais
centros da linguagem estão situados no eles constroem seus instrumentos. A orquestra
córtex mais recente e o riso origina-se de só toca com instrumentos vegetais e usa, por
uma parte mais antiga do cérebro, res- exemplo, castanholas de berinjela, flautas de
ponsável pelas emoções como o medo e cenoura ou instrumentos de percussão rechea-
a alegria. É por isso também que o riso es- dos de feijão. Artefatos de cozinha como um li-
capa ao controle consciente, ou seja, não quidificador e um ralador de queijo também são
podemos deixar que a razão reprima uma usados durante o show. O grupo de onze artistas
boa gargalhada. Além disso, o riso pode toca música a sério: desde compositores clássi-
apresentar um aspecto físico, cognitivo cos como Stravinski até melodias modernas do
e emocional, mostrando que o senso de grupo de rock eletrônico Kraftwerk.
humor não se reduz a uma única região
do cérebro. Ou seja, rir ou achar algo en-
graçado é um processo complexo, que
requer várias etapas do pensamento. SAIBA MAIS
www.vegetableorchestra.org
9
PEDAGOG
IA Entrevista
10
IA
PEDAGOG
11
PEDAGOG
IA Entrevista
exemplo, para um leitor que ainda está iniciando
leituras na área, considero indispensável o traba-
lho de Emília Ferreiro, principalmente Reflexões
sobre alfabetização, e o de Lemle, especialmente
o Guia teórico do alfabetizador. Em relação à ati-
tude docente, há Ler e escrever, muito prazer, um
livro bastante interessante, da Beatriz Cardoso e
da Madza. A própria Beatriz Cardoso teve parce-
ria com Ana Teberosky, no livro Reflexões sobre o
ensino da leitura e da escrita. Para compreender
o processo, vale ler Psicogênese da língua escrita,
de Ferreiro e Teberosky. Aliás, acho que, hoje, já
tendo sido oferecidos tantos programas de for-
mação de professores alfabetizadores, não há al-
fabetizador que desconheça a obra. A indicação
é para aqueles que estão pensando em trilhar
este caminho. Quero deixar claro que há muitas
outras, na verdade, faria uma lista enorme de ex-
celentes obras. Para resumir, citaria os trabalhos
dos grupos CEALE (Centro de Alfabetização, Lei-
tura e Escrita-UFMG) e CEEL (Centro de Estudos
em Educação e Linguagem-UFPE).
“É meu grande sonho ver o povo brasileiro lendo, compreendendo
os mais diversos discursos”
Pense! - A senhora conhece o PAIC? Que consi-
derações faz sobre o Programa? rense. Foi quando o governo do Estado do Ceará
Conheço e até participei, de certa forma, de propôs o Programa Alfabetização na Idade Certa
sua geração. Não tive qualquer ingerência na (PAIC). Torço pelo programa, não simplesmente
formulação do projeto nem o discuti, apenas por ser uma proposta política que dará certo, ou
coordenei, com a professora Sylvie, uma pesqui- porque tenho amigos envolvidos e empenhados
sa-diagnóstica realizada pelo Comitê Cearense na sua execução, mas porque é meu grande so-
para Eliminação do Analfabetismo Escolar que, nho ver o povo brasileiro lendo, compreenden-
dentre outros objetivos, buscava identificar o ní- do os mais diferentes discursos, apreendendo
vel de aprendizagem da leitura e da escrita das as informações subjacentes ao que está sendo
crianças que estavam na 2ª série do ensino fun- explicitado. E tenho convicção absoluta de que
damental em escolas públicas de quarenta e oito a ação resolutiva deve iniciar durante a infância.
municípios do Ceará. Ao final da pesquisa, obser- É enquanto criança que devem ser plantadas no
vou-se que somente 15% dos alunos liam e com- indivíduo a compreensão da importância da lei-
preendiam pequenos textos, o que causou uma tura, a empatia com a leitura, a sede de ler e de
inquietação sem tamanho na comunidade cea- aprender por meio da leitura.
12
Filosofandocomarte CULTURA
Tropicália é agora
N ada mais tropicalista do que ver o encontro
entre a banda cabaçal dos Irmãos Aniceto e a
Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho em ple-
pressão e da luta armada, a Tropicália trouxe uma
forma mais inquietante e livre de se olhar para o
país, focado a partir de suas cores, sons, gostos. Foi
no Theatro José de Alencar, momento raro promo- no Museu de Arte Moderna (RJ) que aconteceu a
vido pela Secretaria de Cultura do Ceará, em 2008. exposição “Nova Objetividade Brasileira”, onde Oi-
Mas o que os Aniceto e a Orquestra Eleazar ticica apresentou a instalação “Tropicália”, um am-
de Carvalho têm a ver com a Tropicália? Apesar de biente labiríntico com plantas, areia, araras, apare-
ter se revelado tão explosiva quanto breve, com lho de TV e capas de Parangolés (termo cunhado
pouco mais de um ano de vida oficial, a Tropicália pelo artista para designar uma obra de arte feita
está aqui e segue influenciando grande parte da para ser usada como roupa). “Tropicália”, a obra,
música popular e da atitude de artistas do País. deu nome à “Tropicália”, a música de Caetano.
Tudo começou em 1967. O Brasil acuado Depois da canção, “Tropicália” virou o disco
pela ditadura assistiu ao surgimento de um mo- Tropicália: ou Panis et Circensis, álbum com caráter
vimento artístico que teve como principais prota- de manifesto coordenado por Caetano. Obras an-
gonistas Hélio Oiticica, um agente provocador de teriores deram o barro fundamental ao manifesto,
todas as artes, e Caetano Veloso, um jovem cantor como o filme Terra em Transe, de Glauber Rocha, e,
disposto a pôr suas ideias nos ouvidos e nas men- muito antes disso, a poesia e filosofia antropofági-
tes dos brasileiros. Destoando da política, da re- ca de Oswald de Andrade, redigida em 1928.
DIVULGAÇÃO/SECULT Tropicália é estado de invenção, questiona-
mento filosófico à realidade brasileira, criação, plura-
lidade, improviso, irreverência.
Hoje está presente na obra de artistas como
Zeca Baleiro, Alceu Valença, Cidadão Instigado, Zé
Miguel Wisnik, Paulo Tatit e seu selo Palavra Can-
tada, Pedro Luís e A Parede, Céu, Marisa Monte e
Arnaldo Antunes, entre muitos outros.
Evidencia-se também no som das periferias
urbanas, sobretudo pelo aspecto da atitude liber-
tária diante dos preconceitos que, nos anos de
1960, engessaram a modernização e a criatividade
no país. Não à toa, a música clássica da Orquestra
Eleazar de Carvalho junta-se em perfeita harmonia
com o som regional dos Irmãos Aniceto.
Irmãos Aniceto em apresentação no Theatro José de Alencar
13
PEDAGOG
IA MissãoPossível
Família e escola
unidas garantem o fim do
abandono
O município de Crateús dá um exemplo de como unir
forças para garantir o direito de aprender
14
IA
PEDAGOG
15
PEDAGOG
IA PlanodeAula
(Re)educação Musical
Disciplina obrigatória a partir de 2011, a música abre
um mundo de possibilidades artísticas e educacionais
FOTOS SITE MORGUEFILE
16
IA
PEDAGOG
Algumas dicas:
HISTÓRIAS MUSICADAS SELEÇÃO MUSICAL
Contar histórias cantadas ou com recursos Atenção com o que as crianças escutam
de instrumentos é uma boa atividade para por aí. Ofereça sempre uma boa seleção
envolver as crianças. musical que aprofunde os conhecimentos
BRINCAR DE RODA dos alunos.
A velha brincadeira de roda continua uma
atração dinâmica para as crianças. Escolha
músicas que as crianças saibam de cor.
CONSTRUIR OBJETOS SONOROS
Use materiais diversos que produzam
variados sons e construa instrumentos com
seus alunos (veja a seção Mãos à Arte)
APURAR A AUDIÇÃO
Ensine seus alunos a escutarem os sons do
ambiente.
17
CULTURA CadeirasnaCalçada
Brincadeiras
de ontem e hoje
18
CULTURA
19
CULTURA BaúCultural Não é bem assim...
As diversas faces do
Padre Cícero
Livro resgata história do religioso
cearense de forma imparcial e clara
20
MundoVirtual CULTURA
Cultura
na rede
Páginas virtuais
unem tecnologia
à arte
Almanaque Brasil
Para quem se interessa por cultura bra-
sileira, o microblog da revista Almana- Projeto Guri Convida CLIQUELÁ
que Brasil, distribuída nos voos da TAM O Projeto Guri proporciona aos jovens
e vendido em bancas, é uma ótima pe- do estado de São Paulo educação mu- www.
dida. Ele traz informações curtas, com sical e prática coletiva de música, aten- projetoguri.org.br/
links para os textos completos, sobre dendo a cerca de 40 mil alunos. Em projetoguriconvida
fatos curiosos da nossa história passada comemoração aos 15 anos do Projeto,
e recente. foi lançado o CD Projeto Guri Convida,
gravado pela instituição em parceria
CLIQUELÁ com 20 cantores e compositores co-
nhecidos, como Fernanda Takai, Arnal-
www.twitter.com/AlmanaqueBrasil do Antunes e Zélia Duncan.
21
CULTURA Viverparacontar
Miguel Ângelo de
O guardador de Azevedo, mais conhecido
como Nirez, guarda
22
CULTURA
23
MatériaPrincipal
Escrita de
Luz
No ano em que comemoraria
100 anos, Rachel de Queiroz é a
grande homenageada da 9ª Bienal nal
Internacional do Livro do Ceará
24
FOTO: WIKICOMMONS
com o sertanejo que é repelido de suas terras
e, em seu retiro, submete-se cegamente a seu
“destino”. Além do tema da seca, a autora revela
a exploração do homem pelo homem, o corone-
lismo, as diferenças culturais entre pessoas da
cidade e do campo e mostra a luta de um povo
contra a miséria.
O romance foi publicado em 1930 com di-
nheiro emprestado pelo pai. A crítica cearense,
entretanto, pareceu ignorar o texto, o que levou
Rachel a enviar exemplares para o Rio de Janei-
ro e para São Paulo. Depois desse feito, muitos
autores nacionais elogiaram a obra, dentre eles,
Mário de Andrade. No mesmo ano, passou a ser
reconhecida como integrante do movimento
regionalista de 30. Em março de 1931, a autora
recebeu o prêmio da Fundação Graça Aranha.
Ainda em 1931, ajudou a fundar o Partido Co-
munista do Ceará.
Em 1932, casou-se com o poeta José Auto
da Cruz Oliveira. No ano de 1937, foi presa em
Fortaleza acusada de atividades comunistas. Na
ocasião, alguns exemplares de seus livros foram
queimados. Rompeu com o partido comunista
quando este censurou seu segundo livro João
Miguel. A alegação girou em torno de uma cena
em que um proletário matava outro. Rachel fin- A estátua de Rachel de Queiroz saúda os passantes da Praça dos
Leões, no Centro Histórico de Fortaleza
giu concordar, mas depois disse que o partido
não tinha autoridade para censurá-la. Foi a primeira mulher eleita para a Acade-
O casamento se desfez em 1939, após a mia Brasileira de Letras (cadeira no 5). Em meio
morte de sua filha Clotilde. Separada, Rachel se à agitação de sua nomeação, declarou: “Eu não
dedicou a produção de mais uma obra: As Três entrei para a ABL por ser mulher. Entrei, porque,
Marias, texto de fundo memorialístico em que independentemente disso, tenho uma obra”.
relembrou seus estudos, no Colégio Imaculada. Recebeu o prêmio Machado de Assis, em 1957,
Em 1940, seu primo, Pedro Nava, apresentou-lhe pelo conjunto de sua obra. Foi também a primei-
o médico Oyama de Macedo que se tornou o ra mulher contemplada com o Prêmio Camões,
segundo esposo da escritora. A união perdurou que equivale ao Nobel na língua portuguesa, no
até 1982, ano da morte do amado. ano de 1993.
25
MatériaPrincipal
Nos romances da autora, as per- Bienal: a Literatura como foco da
sonagens femininas célebres foram
construídas de forma singular na for-
Educação
ça e na coragem. Mas essa cearense Em 2010, a Bienal conta com
não escreveu apenas para adulto, teve uma participação bem especial: a da
também incursões na literatura infan- Secretaria de Educação do Estado (Se-
til, com obras como O Menino Mágico duc) . Tal parceria se dará de várias for-
e Cafute & Perna de Pau; no teatro as- mas. Primeiro, a Seduc realizará uma
sinou peças como Lampião e A beata programação desenvolvida pelo eixo
Maria do Egito. Literatura Infantil e Formação de Leito-
res do PAIC que promoverá exposições
Autora de obras célebres, sobre os projetos de leitura dos municí-
pios, que serão apresentados por meio
como: As Três Marias; Dôra, de banners, cartazes, baús literários,
Doralina; Memorial de Maria painéis de fotografia, livros produzidos
Moura, Rachel constrói suas pelos estudantes etc.
O objetivo é socializar o trabalho
personagens femininas de de incentivo à leitura e à escrita que
forma singular na força e na está sendo realizado nos 184 municí-
coragem pios do Estado, como forma de motivar
a sociedade cearense a construir o hábi-
to e a cultura da leitura. Outra atividade
Morreu em 4 de novembro de será o lançamento da 2ª Coleção “PAIC,
2003, vítima de problemas cardíacos. Prosa e Poesia”, cujos autores farão pa-
Apesar de proclamar que não gostava lestras e rodas de conversas durante o
de escrever, preferia ler, ela nos deixa evento.
um legado que enriquece a nação bra- Se por um lado a Seduc apoia a
sileira e faz os corações dos cearenses formação, também estimula a aquisi-
transbordarem de orgulho e admira- ção de livros, doando uma espécie de
ção. vale-livro aos integrantes da rede esta-
A rica obra de Rachel de Queiroz dual de ensino (professores, alunos e
será resgatada na 9ª Bienal Internacio- técnicos da educação). O investimento
nal do Livro do Estado do Ceará que se funcionará assim: 5.637 Card Livro no
realizará de 9 a 18 de abril, no Centro valor de R$ 100,00 para os professores
de Convenções de Fortaleza. O evento da Rede Estadual; 7.970 Card Livro no
traz como tema principal: “O Livro e a valor de R$ 50,00 para alunos da Rede
Leitura dos Sentimentos do Mundo” e Estadual; 368 Card Livro no valor de R$
pretende revelar os caminhos que se 100,00 para as secretarias municipais
unem no universo da leitura. de educação; e 280 Card Livro no valor
26
de R$ 100,00 para os técnicos da Crede Outros importantes nomes re-
e Seduc. lacionados à literatura infantil estarão
Essas são ações mais diretas da presentes nos dias anteriores, como Zi-
Seduc. Mas as escolas também estarão raldo, Ruth Rocha e Lygia Bojunga. Para
presentes à Bienal através do programa encerrar, o músico e escritor Arnaldo
Visitação Escolar e do concurso de reda- Antunes apresentará o espetáculo “Pe-
ção “A Bienal nas Escolas”, promovidos queno Cidadão”.
pela Secretaria da Cultura do Estado. O A Bienal contará ainda com semi-
concurso tem por objetivo fomentar a nários, oficinas, lançamentos de livros e
pesquisa, a criatividade, a originalidade muitos eventos como lançamentos de
e o raciocínio dos estudantes e o tema livros, palestras, declamações, saraus,
escolhido “Ser culto é a única forma de encontros entre escritores e o público,
ser livre” vem da frase do poeta libertá- debates e eventos, que movimentarão
rio cubano José Martí. Além de premiar todo o Centro de Convenções durante
oito alunos ( quatro de escolas públicas os dez dias de evento.
e quatro de escolas privadas), será pu- Entre eles estão o V Encontro do
blicado um livreto com as vinte melho- Sistema Estadual de Bibliotecas Públi-
res redações. E as escolas dos premia-
dos receberão um acervo de livros a ser
cas; o III Encontro Estadual de Agentes
de Leitura; o Encontro dos Amigos da
SERVIÇO
integrado às suas bibliotecas. Leitura; o I Encontro dos Clubes de Lei- 9ª Bienal
Outro momento de honra será tura do Ceará; o I Encontro dos Pontos Internacional do
Livro do Estado
do Ceará
PAIC participará Local: Centro de
ativamente da maior
festa da literatura Convenções de Fortaleza
cearense 9 a 18 de abril de 2010
Mais informações:
www.secult.ce.gov.br
27
CIÊNCIA Panorama
TOMENOTA
A Internet
que você faz
Nas páginas com tecnologia
Wiki, é o internauta quem edita
o conteúdo, podendo fazer
parte da construção de uma
enciclopédia
28
CIÊNCIA
29
CIÊNCIA MeioAmbiente
Entendendo a COP-15
Muito foi falado e pouco foi resolvido durante a COP-15. No fim
das contas, fica a certeza de que todos devem tomar consciência
do que está acontecendo com o planeta
TESTE SEUS
CONHECIMENTOS:
Por que o aquecimento global
preocupa tanto?
O aquecimento global (ou mu-
dança climática) é o aumento, além do
nível normal, da capacidade da atmos-
fera em reter calor. Esse processo vem
aumentando de forma acelerada devido
ao progressivo aumento na concentra-
ção dos gases de efeito estufa nos últi-
mos 150 anos, sobretudo o dióxido de
carbono (CO2). Esse processo poderá ter
consequências sérias para a vida na Ter-
ra em um futuro bem próximo, pois está
causando um desequilíbrio em diversos
processos naturais e ecossistemas.
De acordo com o 4º relatório do
Painel Intergovernamental sobre Mu-
danças Climáticas (mais conhecido pela
sigla em inglês IPCC), publicado em
2007, a temperatura da Terra não pode
aumentar mais do que 2ºC, em relação à
era pré-industrial, até o final deste sécu-
lo, ou as alterações climáticas sairão com-
pletamente do controle.
30
CIÊNCIA
31
PEDAGOG
IA Mãosàarte
a banda
banda musical,
basta ter
criatividade e
querer reciclar
FOTO SITE MORGUEFILE
32
IA
PEDAGOG
que se deseja transmitir pelo instrumento. Latas, É simples. O primeiro passo é definir o ma-
garrafas pet, madeira, tampinhas de refrigerante, terial que será utilizado. Nessa hora, as crianças
canos e ainda materiais orgânicos como semen- irão aprender a separar o lixo de acordo com o
tes e cabaças, todos podem se transformar em seu instrumento. Nesse momento, noções sobre
instrumentos. coleta seletiva e reaproveitamento do que seria
A proposta de confeccionar instrumentos lixo são passadas para as crianças.
tem sido aproveitada em algumas escolas do Após a construção dos instrumentos, o
país, que procuram despertar a consciência dos ideal é que sejam descobertos quais sons podem
mais jovens por meio da arte e da música. O prin- ser transmitidos por cada um deles, buscando
cipal não é valorizar o instrumento pronto, mas o instigar a curiosidade do grupo. A partir daí, as
seu processo de fabricação. crianças vão poder improvisar, criar suas próprias
Devido ao baixo custo dos materiais e à músicas e, assim, despertar a criatividade. Agora
facilidade de construir boa parte das peças, essa é a hora de explicar como tantos materiais que
pode ser uma forma criativa de aliar música e pareciam lixo podem se transformar em música.
aprendizado em sala de aula. Veja nas instruções do quadro a seguir.
33
CULTURA BaúCultural Sala dos Professores
O som do coração
“UU povo que sabe cantar está a um
“Um
passo
pass da felicidade. É preciso ensinar o
mundo inteiro a cantar”.
mu
(Villa-Lobos)
34
CULTURA
SAIBAMAIS
A música de Villa-Lobos ainda pode levar gravuras de trens
pode ser trabalhada não apenas antigos e apresentar para os alunos. Para conhecer melhor
pelo professor de música, mas No momento da audição, seria in- cada atividade, acesse
também por diversos profissionais teressante que os alunos reprodu- o site:
www.museuvillalobos.
de educação. Para isso, basta se zissem os sons emitidos pelo trem,
org.br
debruçar sobre as obras do autor como o som do apito, o trem saindo
e planejar uma atividade bem inte- da estação e chegando à estação. Curiosidade
ressante, como a atividade propos- Para aprofundar essa ativi- Você sabia que em
ta a seguir: dade, o professor pode ouvir a mú- 2009 comemoramos
sica Trem de Ferro, de Olívia Hime, os cinquenta anos da
DINÂMICA DO baseada no poema homônimo de morte de Heitor Villa-
TRENZINHO CAIPIRA Manuel Bandeira. Lobos?
Sugerimos ainda uma visita O maestro nasceu em
A obra descreve as impressões ao Museu Villa-Lobos, fundado por 05 de março de 1887
de viagens, em trens de ferro, realiza- Arminda Neves d´Almeida, a “Mindi- e faleceu, no Rio de
das por Villa-Lobos pelo interior do nha”, segunda mulher de Villa-Lobos. Janeiro, aos 72 anos,
Brasil. Estas geraram diversas compo- Lá, acontecem diversas ações edu- em 17 de novembro de
1959. Para saber mais,
sições importantes do maestro. cativas, como encontros musicais,
visite a Cronologia
Antes da audição, é interes- cursos de capacitação para regentes
Ilustrada do maestro
sante falar um pouco sobre a vida de corais, o projeto Mini-Concertos na página virtual do
e a obra do compositor. O professor Didáticos e o Festival Villa-Lobos. Museu Villa-Lobos.
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CULTURA Asasdapalavra
Um escritor
maluquinho
Para além do livro “O Menino Maluquinho”, Ziraldo
Alves Pinto tem uma profusa e humorada obra
IMAGENS DIVULGAÇÃO
36
CULTURA
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CIÊNCIA PapoSaúde
Saber comer é
saber viver Mais do que nunca, a
alimentação é reconhecida
como base da saúde
FOTOS SITE MORGUEFILE
38
Ela ressalta que o professor tem mostrando o valor nutricional e
um papel importante na formação de a importância de cada um para
novos hábitos alimentares e da cons- as funções vitais do organismo
ciência sobre saúde. Sendo assim, se- e desenvolvimento adequado.
gundo a Dra. Auristela, o educador “No mundo contemporâneo,
pode inserir esse conhecimento atra- a qualidade de vida está dire-
vés de brincadeiras, jogos educativos, tamente ligada à qualidade da
dinâmicas com figuras de alimentos alimentação que praticamos”,
ou mesmo com os próprios alimentos, assegura.
A escola e a merenda
A Secretaria de Educação do Estado recomenda oferecer, pelo menos, três por-
(Seduc) também realiza um trabalho de qua- ções de frutas e hortaliças por semana nas
lificação da merenda escolar, através de uma refeições servidas e prioriza o respeito aos
equipe de nutricionistas que acompanha e hábitos alimentares regionais e a vocação
capacita as merendeiras. agrícola do município. Do total dos recursos
A alimentação escolar influencia no repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE,
bem-estar da criança e do adolescente, so- no mínimo 30% (trinta por cento) deverá ser
bretudo nas mudanças corporais e na adoção utilizado na aquisição de gêneros alimentí-
de hábitos alimentares, que podem perdurar cios diretamente da Agricultura Familiar.
na idade adulta, contribuindo para a qualida- Embora o planejamento dos cardápios
de de vida do futuro brasileiro. seja realizado por nutricionistas, a merendeira
No período em que as crianças e os jo- é o profissional que contribui para que o alu-
vens estão frequentando a escola, a alimen- no receba efetivamente uma alimentação de
tação escolar contribui para o crescimento e qualidade. Ao preparar a alimentação escolar,
o desenvolvimento biopsicossocial dos alu- a merendeira deve seguir os padrões higiêni-
nos e para a melhoria do rendimento escolar, cos sanitários, porção adequada dos alimen-
como também para a redução do absenteís- tos e, sobretudo, temperar com uma dose de
mo. amor, e assim estará contribuindo para que
Estudos mostram que cerca de 1/3 da os estudantes possam se desenvolver de ma-
população mundial não atinge seu potencial neira saudável. A atitude da merendeira com
intelectual e de crescimento devido à defici- esse público na hora da distribuição também
ência crônica de vitaminas e minerais. favorece a aceitação da alimentação.
O Programa Nacional de Alimentação Portanto, o carinho, o respeito e o amor
Escolar, gerenciado pelo Fundo Nacional de são temperos que custam pouco, mas são es-
Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), senciais à formação dos futuros brasileiros.
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PEDAGOG
IA
EducaçãonoTempo
Educação e Fé
Santo Agostinho e São Tomás de Aquino fazem parte
dos alicerces do pensamento na Idade Média
40
IA
PEDAGOG
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CULTURA QuestãodeGênero
Poesia e Música
Muitos poemas têm tanta
intimidade com o som
que podem facilmente ser
musicalizados
42
BaúCultural De onde vem... CULTURA
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CIÊNCIA NossaTerra
SITE MORGUEFILE
Mangue: onde o sal e
o doce se encontram
O mangue é uma vegetação tipicamente encontrada
nos manguezais, um dos mais férteis e complexos ecossis-
temas do planeta. O Brasil possui uma das maiores áreas de
manguezal do mundo, e parte dela se concentra na região li- CARANGUEJO
torânea do nosso Estado. O caranguejo é um crustáceo que
Os manguezais se formam a partir do encontro das pode habitar o litoral, o mangue e até
águas doce e salgada, quando o mar avança no solo e forma águas poluídas. Por possuir hábitos notur-
regiões alagadiças. A sua vegetação é bastante restrita, com nos, costuma passar o dia entocado em
predomínio das plantas halófilas, que possuem longas raízes frestas de rochas e corais.
para a sustentação no solo lodoso. As duas espécies mais famosas no
Ainda que possua uma pequena variedade de espécies país o caranguejo-uçá e a guaiamu, am-
vegetais, o mangue é considerado um dos ambientes naturais plamente capturadas e comercializadas.
com maior produção de crustáceos e moluscos existentes. A primeira vive no interior do mangue, já
Graças à sua biodiversidade, essas áreas são também chama- a segunda habita locais mais secos, som-
das de “berçários” naturais, tanto para espécies típicas quanto breados pelas matas ciliares. O caranguejo-
para outros animais. Próximo a Fortaleza, os manguezais são uçá é o mais popular e consumido aqui no
encontrados nos Rios Pacoti, Ceará e Cocó. Ceará.
Antigamente, o povo costumava
fazer a captura do caranguejo durante o
RIO JAGUARIBE período de reprodução, quando os ani-
Com 610 km de extensão, o Rio Jaguaribe é o maior mais ficam mais vagarosos e vulneráveis.
curso de água do Ceará. Sua bacia hidrográfica está localizada Nesse tempo, não existia a pesca indiscri-
quase totalmente nos limites do nosso Estado, com uma pe- minada e ninguém dependia do caran-
quena parcela em Pernambuco. guejo para sobreviver. Hoje, com a cap-
O Jaguaribe, ou “rio das onças” em tupi, chegou a re- tura mais intensa, o tamanho médio dos
ceber o título de maior rio seco do mundo. Entretanto, com caranguejos diminuiu, o que dificulta o
a criação do açude Orós, ele passou a ser um rio perenizado. trabalho dos catadores.
Atualmente, o rio assegura o abastecimento de muitas Na culinária, a carne de caranguejo
cidades. Graças aos dois açudes construídos a partir do seu lei- é bastante consumida na região litorânea
to, Orós e Castanhão, o Jaguaribe leva água inclusive para toda do Ceará. E ainda existem outras formas
a Região Metropolitana de Fortaleza. de aproveitamento do crustáceo, como
Com o rio perene, milhares de famílias que vivem a utilização em medicamentos e cosméti-
às suas margens têm seu sustento garantido. cos.
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CIÊNCIA
SITE MORGUEFILE
Um reduto de vida natural com mais de mil hectares em plena capital
cearense. O Parque Ecológico do Cocó é uma ótima opção de lazer para quem
busca atividades esportivas e contato com a natureza
O Parque Ecológico do Cocó foi cria-
do com o objetivo de preservar os recursos ra. A primeira a ser estruturada foi o Parque
naturais às margens do rio de mesmo nome, Adhail Barreto, administrado pela Prefeitura
mantendo o equilíbrio ecológico necessá- Municipal de Fortaleza, que possui um Nú-
rio à preservação da biodiversidade local, cleo de Conscientização Ambiental, play-
mas também de proporcionar à população ground, espaço para eventos culturais e
um espaço para atividades de lazer, turismo artísticos, assim como atividades de educa-
ecológico e pesquisa científica, além de de- ção ambiental, pista para caminhada e trilha
senvolver a consciência ambiental nas co- ecológica. O Parque Ecológico do Cocó é a
munidades ribeirinhas. área urbanizada pelo Governo do Estado e
O rio Cocó, em seus 50 km de per- conta hoje com anfiteatro, quadras espor-
curso, passa por três municípios – Pacatu- tivas, pista para caminhada, parques infan-
ba, Maracanaú e Fortaleza – e deságua no tis, eventuais programações como shows e
Oceano Atlântico, entre as praias do Caça eventos, competições esportivas, atividades
e Pesca e Sabiaguaba. No entanto, apenas de educação ambiental e trilhas. Já na área
alguns pontos do seu leito fazem parte da do Tancredo Neves, a mais recente, a popu-
Unidade de Conservação Ambiental: a área lação pode usufruir de duas quadras espor-
do Parque Ecológico do Cocó compreende o tivas, campos de futebol, pistas para cami-
trecho da BR-116 à foz do rio, em Fortaleza. nhada, ciclovias e áreas infantis.
Ao todo são 1.155,2 hectares de mata for- Por ter toda a sua área dentro do mu-
mando um manguezal de rara beleza, onde nicípio de Fortaleza em região de grande de-
várias espécies de moluscos, crustáceos, senvolvimento urbano, os limites do parque
peixes, répteis, aves e mamíferos compõem estão constantemente sofrendo problemas
cadeias alimentares com ambientes propí- de impacto ambiental e degradação do bio-
cios para reprodução, desova, crescimento e ma. A população pode ajudar na preserva-
abrigo natural. ção desse patrimônio ambiental do Estado
O Parque possui três áreas estrutura- de diversas maneiras. Uma delas é conhecer
das para atividades de lazer, esporte e cultu- o parque para reconhecer sua importância.
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Agenda MAR/ABR
EVENTO
Acontecerá em Brasília, de 28 de março a O tema definido pela comissão organiza-
1º de abril, a Conferência Nacional de Educação dora é “Construindo um Sistema Nacional Articu-
(Conae). O objetivo do encontro é mobilizar es- lado de Educação: Plano Nacional de Educação,
tudantes, pais, profissionais da educação, gesto- suas Diretrizes e Estratégias de Ação.” O espaço
res, agentes públicos e a sociedade civil para que será democrático, com discussões sobre Educa-
todos possam participar do desenvolvimento da ção Infantil à Pós Graduação.
educação nacional.
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Diversão
CONTO
Confira aqui um dos doze minicontos TOMENOTA
inéditos publicados na Agenda PAIC
2010. Abra os olhos para ler e o coração
para sonhar! Descubra em qual mês está
o conto abaixo:
DESAFIO DE LÓGICA
Um burro e um cavalo cavalgavam juntos pela estrada, cada qual carre-
gando uma pesada carga de sacos de mandioca. Como o cavalo reclamava
muito de sua pesada carga, o burro falou: “Do que você está reclamando?
Se tu me desses um saco, minha carga seria o dobro da tua, mas se eu te der
um saco, tua carga será igual a minha!”
Fica então a pergunta: quantos sacos cada um deles leva?
Resolvendo o sistema de equações simples, B=7 e C=5
B+1=2(C-1) e C+1=B-1
B= carga do burro; C= carga do cavalo
SOLUÇÃO: Resposta: 7 e 5
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