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CULTURA

Escola e bairro
em um só enredo
Seu Haroldo e a e Natalício Sizenando da Cunha, o seu Boca,
que hoje fazem parte do conselho deliberativo
Coloninha não existem da Sociedade Recreativa e Cultural Unidos da
Coloninha (SRCU).
sem o samba De 1962 a 1965, a Unidos foi uma escola
Daniela Cucolicchio de samba mirim. Nos dois primeiros carnavais,
com colaboração de Iana Dias seu Haroldo, então com 11 e 12 anos, desfilou
entre as 164 pessoas da comunidade: era um
Pai da porta-bandei- dos 40 pequenos ritmistas da bateria. Tocava
ra, filho da dona Injerca tamborim, que “era quadrado, feito de madei-
e do falecido seu Mane- ra e couro de cabrito pregado com tachinhas”,
ca, sobrinho do seu Tita relembra, ressaltando que os instrumentos eram
e do seu Boca, irmão confeccionados pelos próprios garotos.
do mestre Dica, e assim Após 17 anos sem desfilar, a escola voltou
vai. Haroldo Manoel da em 1983, oficializada como sociedade recrea-
Cunha, assim como a maioria dos Cunhas, é tiva e cultural. Em 1987, em comemoração aos
personagem conhecido na Unidos da Coloninha, seus 25 anos, apresenta o enredo A Unidos
única escola de samba da capital com sede no mostra a Coloninha, tema que lhe confere o
continente. As histórias de Haroldo Manoel, atual tetracampeonato. O atual presidente da agre-
diretor financeiro, e dos Cunhas se misturam à miação Adir Manoel da Cunha, o mestre Dica,
da escola e à da comunidade. foi um dos compositores do samba-enredo, que
Nascido em 1951 no bairro da Coloninha, tinha como refrão um “chuê, chuê / chuê, chuá
seu Haroldo aposta que a família Cunha compõe / são águas claras da Carica a rolar”, repetido PREPARATIVOS
60% da Unidos, agremiação formada em janeiro duas vezes. A partir de novembro,
de 1962 por um grupo de amigos. Dentre eles, Seu Haroldo conta que a Carica era a fonte toda terça e quinta é
estavam Carlos Sizenando da Cunha, o seu Tita, que as lavadeiras do bairro usavam para lavar dia de ensaio da bateria

6 Fotos Daniela Cucolicchio

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