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em questões socioeconómicas que devem melhorar e reforçar em toda a parte a sua missão em
questões de “segurança” interna,1depois de ter reduzido abruptamente esta última à sua única
dimensão criminosa e, além disso, ao agravamento do crime das classes mais baixas nas ruas,
em oposição à crescente violação da lei pelas classes mais altas em suítes corporativas. A
expansão do Estado penal permite aos gestores estatais, em primeiro lugar, refrear e conter as
desordens urbanas geradas nas camadas mais baixas da estrutura social pela concomitante
desregulamentação do mercado de trabalho e pelo desmoronamento da rede de segurança
social. Em seguida, permite que os responsáveis eleitos reforcem o seu défice de legitimidade
política, reafirmando a autoridade do Estado no âmbito restrito de acção que doravante lhe
atribuem, numa altura em que pouco mais têm para oferecer aos círculos eleitorais centrais
(Wacquant 2008). Mais significativamente ainda, a penalidade neoliberal é mais sedutora e
também nociva quando se infiltra em países atravessados por profundas desigualdades de
condição social e de oportunidades de vida, desprovidos de tradições democráticas e
desprovidos de instituições públicas capazes de amortecer os choques desencadeados pelas
transformações simultâneas. do trabalho, do vínculo social e do eu no limiar do novo século.
Isto quer dizer que a alternativa entre otratamento socialda pobreza, suas causas e
correlatos, ancorados numa visão de longo prazo guiada por valores de justiça cívica
e solidariedade, e seustratamento penal,treinado nas frações mais perturbadoras do
(sub)proletariado e focado no curto prazo dos ciclos eleitorais e nos pânicos morais
orquestrados por uma máquina comercial de mídia ávida por lucrar com a
dramaturgia moral do crime, diante da qual a Europa se encontra atualmente na
esteira dos Estados Unidos, coloca-se em termos particularmente dramáticos nos
países recentemente industrializados e anteriormente autoritários da América do Sul,
como o Brasil e os seus principais vizinhos, Argentina, Colômbia e Venezuela. Estas
nações têm estado entre os principais importadores de categorias e políticas penais
ao estilo dos EUA em todo o mundo. De Brasília a Caracas e Buenos Aires, as
autoridades públicas correram para adotar medidas que imitassem as apresentadas
pelo então prefeito Rudolph Giuliani na cidade de Nova York; e os políticos correram
loucamente para serem fotografados ao lado da encarnação viva do rigor penal,
William Bratton, profeta moderno da religião viril da “tolerância zero” e caro
“consultor em policiamento urbano” que viaja pelo mundo depois de ele foi demitido
do cargo de chefe do Departamento de Polícia da cidade de Nova York em 1994. Não
porque essas políticas sejam particularmente eficientes - na verdade, sabemos agora
que elas se mostraram notavelmente ineficazes, até mesmo contraproducentes em
alguns aspectos, no próprio ambiente de onde surgiram. originar2-mas porque são
idealmente adequados para publicamentedramatizandoo recente compromisso das
elites políticas em exterminar o monstro do crime urbano e porque se enquadram
prontamente nos estereótipos negativos dos pobres alimentados por preconceitos
sobrepostos de classe e etnia. Mas, para além dos seus lucros simbólicos, a utilização
da retórica penal made-in-the-USA e a implementação das políticas pró-activas de
penalização da marginalidade urbana que ela comanda prometem ter consequências
de longo alcance para o tecido social da cidade, bem como bem como para a forma
do Estado pós-keynesiano emergente da revolução neoliberal. Isto é particularmente
verdadeiro no Brasil, que tem figurado entre os mais entusiastas defensores de
plataformas anti-crime inspiradas na Nova Iorque de Giuliani e que fornece, a este
respeito, um cenário experimental propício.
1Depois do 11 de Setembro de 2001, este imperativo encontrou um novo terreno de expressão na frente externa na
chamada guerra ao terrorismo. Mas o compromisso de elevar a “lei e a ordem” à linha da frente das prioridades
governamentais e a encenação ritualizada da sua aplicação já estavam bem estabelecidos na frente interna antes do ataque da
Al Qaeda (ver Dal Lago 2001; Tonry 2004 e Bonelli 2008, respectivamente na Itália, Inglaterra e França).
2Uma revisão abrangente da investigação sobre o tema conclui que “há poucas provas de que mudanças genéricas no
policiamento sejam responsáveis pela redução da criminalidade violenta” na década de 1990, e destaca medidas de “tolerância
zero” ao estilo nova-iorquino. como “os candidatos menos plausíveis para contribuir” para o recente declínio nos crimes contra
pessoas na metrópole dos EUA (Eck e Maguire 2000:245–246).
58 A militarização da marginalidade urbana
terreno sobre o qual o estado penal neoliberal está sendo erguido e experimentado.
O seu estudo é, portanto, de interesse urgente, não apenas para sociólogos urbanos
comparativos, mas também para analistas da política internacional e do poder estatal
no início do século XXI.
Desde 1989, o crime letal tem sido a principal causa de mortalidade no Brasil, com o
homicídio ganhando o título de “grande vilão da saúde pública” na década de 1980, década
durante a qual a taxa nacional dobrou para passar de 20 por 100.000 – o dobro do pico da taxa
de mortalidade nos EUA. início da década de 1990 e cerca de 15 vezes o nível das sociedades da
Europa Ocidental (Souza 1994; sobre o aumento acentuado da violência assassina nas cidades
de todo o continente, ver Napolitano 1994). A incidência de assassinatos no Rio de Janeiro, São
Paulo e Recife agora ultrapassa 60 por 100 mil pessoas, uma taxa que se aproxima daquelas das
metrópoles mais violentas das Américas nos últimos anos (Nova Orleans, Detroit e Washington
no Norte e Caracas, Lima e Medellín, no Sul, apresentavam taxas acima de 80 no início da
década de 1990) e muito mais altas do que qualquer coisa que os moradores urbanos
brasileiros tivessem experimentado anteriormente.
O pavor físico e a insegurança difundiram-se por toda a metrópole à medida que as
batalhas contínuas entre gangues e o fogo cruzado entre a polícia e os grupos fortemente
armadosbandidosse espalham para distritos adjacentes, devido à estreita proximidade
espacial entre ricos e pobres na cidade brasileira (como nas áreas nobres da Zona Sul e
Barra da Tijuca no Rio de Janeiro), e como assaltos à mão armada em ônibus, assaltos em
lojas comerciais centros, e os sequestros de residentes abastados tornam-se mais
comuns. Ruas de classe média e residências de classe alta foram transformadas em
enclaves fortificados protegidos por grades de ferro, interfones, cães de ataque, guardas
armados em postos de vigia ou bloqueios de estradas após o anoitecer, enquanto
“comunidades fechadas” isoladas da cidade por muros altos e as tecnologias avançadas de
vigilância cresceram rapidamente e tornaram-se num ingrediente cobiçado do estatuto de
elite (Caldeira 1996). Uma enorme indústria de segurança privada cresceu para fornecer
proteção imediata a prédios de apartamentos, empresas e clubes sociais, bem como a
indivíduos ricos e suas famílias.
Como resultado da omnipresença da violência nas ruas e nas escolas, nas festas populares
de fim-de-semana e nos jogos de futebol, bem como na televisão, dois terços dos adolescentes
consideram-na justificada como forma de autodefesa e quatro em cada dez recorreriam a ele
para proteger um amigo ou responder a uma afronta à sua dignidade (Abramovay et al.
1998:60). Ao mesmo tempo, praticamente todos concordam que a violência deve ser reduzida.
No entanto, na ausência de uma rede de segurança social viável, a juventude dos bairros
populares esmagada pelo peso do desemprego crónico e
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3Ver, entre muitos relatos convergentes, da Silva (1995), Zaluar e Isidoro (1995) e Batista (1998); para uma
extensão deste argumento à Venezuela, leia Márquez (1999); e, para uma comparação com a Europa e os Estados
Unidos, Wacquant (1994).
4Os resultados desta pesquisa estão em Pinheiro (2000). O envolvimento rotineiro da polícia na economia criminosa é
abertamente reconhecido pelo falecido delegado de polícia do estado do Rio de Janeiro, Carlos Magno Nazareth Cerqueira
(1997).
5 Este número tem diminuído todos os anos desde então, atingindo cerca de 700 em 2000, devido aos esforços concertados para controlar os
assassinatos cometidos por policiais por parte do governo federal e das sucessivas administrações governamentais.
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6Infelizmente, o desenho do estudo de Sérgio Adorno (1995:46) não lhe permite controlar a ficha criminal e
desemaranhar os efeitos de classe e cor. Assim, não pode indicar quão “poderoso” este último é como “instrumento
de discriminação na prestação de justiça”.
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Penitenciário Nacional 2003). A taxa nacional de encarceramento atingiu então 170, muito
à frente dos países mais punitivos da União Europeia e bem à frente dos seus vizinhos
continentais (com exceção do Chile), com picos de 320 em São Paulo e no Distrito Federal
de Brasília, 292 em Mato Grosso do Sul e 213 em Mato Grosso.7Como no resto da América
Latina, a população confinada do Brasil é esmagadoramente composta por homens
jovens (metade tem menos de 30 anos), desprovidos de educação formal (dois terços não
chegaram à oitava série) e economicamente desfavorecidos (95% são classificados como
pobres pelo censo de prisioneiros). A maioria dos reclusos está sob custódia por furto e
roubo (cerca de 35% e 15% do total, respectivamente), sendo o homicídio (18%), drogas
(16%) e crimes contra a ordem pública as próximas violações mais prevalentes (Conselho
Nacional de Política Criminal e Penitenciária 1998). Mais de 86 mil aguardam julgamento
ou decisão judicial, uma espera que pode durar anos.
A seguir vem a negação em massa do acesso à assistência jurídica e aos cuidados de saúde
básicos, resultando na aceleração da propagação da tuberculose, da SIDA e de outras doenças
contagiosas entre a classe trabalhadora urbana. Estudos documentaram que para cima
7 Para efeito de comparação, em 1999, a Argentina detinha 39 mil presos, com uma taxa de encarceramento de 107 por 100 mil; O Peru teve
27.000 por uma taxa de 105; Venezuela 25 mil por 106; Bolívia 8.300 por 102; e Colômbia 54.000 para 126 em 2001.
Apenas o Chile se destaca do padrão continental com um estoque carcerário de 27.000 para 204 presos por 100.000
em 2002 (esses dados são do Prison Brief de novembro de 2003 do Centro Internacional de Estudos Prisionais , King's
College of London, disponível on-line em: http://www.kcl.ac.uk/depsta/rel/icps/worldbrief/world_brief.htm).
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8Para relatos do caos da vida na prisão mais infame do Brasil (que foi fechada em 2002), leia a narrativa de
Drauzio Varella (2000),Estação Carandiru.O complexo do Carandiru era o maior estabelecimento penal da América
Latina, com 6.500 presos em 1998.
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9Leia os relatos meticulosos da horrível violência oficial após tumultos e tentativas de fuga em sete estados,
coletados por Mariner e Cavallaro (1998: capítulo 8).
10A brutalidade penal pode até ser politicamente lucrativa: o comandante militar das tropas de choque responsáveis pelo
grande massacre na prisão do Carandiru em 1992 foi posteriormente eleito para a Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo, o que lhe valeu imunidade parlamentar contra acusação (Mariner e Cavallaro 1998:61– 65).
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11Leia os ''contos de guerra'' cariocas contados por Juliana Resende (1995) emOperação Rio. Relato de uma guerra brasileira,
que evocam os ataques periódicos levados a cabo pelo exército israelita na Faixa de Gaza ou nas cidades da Cisjordânia
ocupada, ou nas campanhas de "captura e controlo" levadas a cabo pelo exército dos EUA em cidades controladas por rebeldes
nacionalistas no Iraque depois de 2004.
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restringir a livre circulação e congregação, invadir a esfera privada e atropelar o espaço familiar
sem escrúpulos; submetem os transeuntes a campanhas humilhantes de “busca e revista” e a
detenções abusivas; e restringem as salvaguardas legais de formas que anulam os direitos
constitucionais básicos e tratam efectivamente os residentes como cidadãos de um país
estrangeiro.
As táticas de saturação, a vigilância multifacetada e a coerção discricionária
desencadeadas pelo Estado nos remanescentes do gueto efavela,de modo a
“restaurar a ordem” para o benefício posterior dos seus habitantes, de acordo com as
autoridades, seriam consideradas intoleráveis, se não mesmo ditatoriais, se fossem
aplicadas aos bairros de classe média ou alta. (A morte policial com 41 tiros de um
residente desarmado que estava no saguão de um prédio de luxo é inimaginável no
Upper East Side de Manhattan ou em Tribeca; ocorreu a Amadou Diallo em seu
prédio degradado no South Bronx em 1999 e os tribunais eventualmente julgou o
assassinato lícito e em total conformidade com as regras policiais). No entanto,
apesar do seu carácter discriminatório e arbitrário inerente, encontraram defensores
vocais em todo o espectro político, incluindo entre os políticos de esquerda, e
receberam o apoio energético de juristas que se apresentavam como “progressistas”.
12
Uma segunda semelhança reside no facto de a mudança da indústria fordista para os
serviços empresariais, como principal motor económico da metrópole, ter destruído a
base material do gueto negro americano e da sociedade brasileira.favelae, no processo,
evisceraram a sua estrutura social e forçaram uma reorganização drástica do sistema local
de estratégias de vida. A contracção e a desregulamentação do mercado de trabalho
combinaram-se com a contenção social e o desinvestimento urbano por parte do Estado,
mergulhando estes bairros num vórtice de insegurança social e empurrando os seus
residentes profundamente para a economia informal. Mas a composição e o teor do
próprio comércio de rua mudaram à medida que as actividades e redes criminosas se
difundiram e dominaram a comunidade marginalizada. Por mais que o sector subterrâneo
do hipergueto americano tenha sido dominado por gangues corporativas que disputam o
monopólio do comércio ilícito através da intimidação física e do confronto, com a
distribuição de drogas em grande escala a substituir a “política” e outros “negócios
protegidos” como principais gerador de dinheiro e status, tráfico de cocaína e armas pelo
comandos,as organizações coordenadas que controlam o tráfico criminoso nas favelas
cariocas substituíram a loteria popular dojogo do bicho (Os “jogos de números” do Brasil)
como os ditadores da vida nas ruas e do comércio nofavela (Leeds 1996; Zaluar e Ribeiro
1995; e Ventura 1994, sobre a prevalência da violência criminal relacionada às drogas em
Vigário Geral, no Rio).
12No Brasil, governadores e prefeitos de grandes cidades do Partido dos Trabalhadores (como José Genoíno para o estado
do Rio e Marta Suplicy para a cidade de São Paulo) adotaram táticas brutais de aplicação da lei como um meio necessário para
conter a escalada da violência criminal. . Nos Estados Unidos, juristas conhecidos como a “Nova Escola de Chicago” de normas
sociais forneceram cobertura jurídica para a limitação policial dos direitos dos residentes do gueto com a doutrina da “partilha
do fardo comunitário e da discrição guiada” ( Meares e Kahan 1999), uma doutrina cuja validade é evidentemente limitada
apenas a essas “comunidades”.
68 A militarização da marginalidade urbana
13A mesma relação simbiótica entre a insegurança no trabalho assalariado e a extrema insegurança física verifica-se nas
cidades sul-africanas, onde o estado pós-apartheid deve ao mesmo tempo reprimir e acomodar a economia criminosa em
expansão (Western 1996; Shaw 2002), e nas grandes cidades do Venezuela e seus vizinhos (Pedrazzini e Sánchez 1992). Esta
ligação está presente, mas de forma consideravelmente atenuada, no declínio da classe trabalhadora em França. banlieues,
devido aos padrões de vida mais elevados dos pobres urbanos, à presença local mais forte do estado social e à maior
capacidade de organização colectiva dos seus residentes (Kokoreff 2003; Wacquant 2007).
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14Ver Hess e Da Matta (1995) sobre a oposição entre indivíduo e pessoa na cultura brasileira e Auletta (1982) para
o retrato jornalístico que deu o tom injurioso ao debate nos Estados Unidos da década de 1980, com sua enumeração
confusa de ofensas sociais. tipos (incluindo, mais proeminentemente, “os criminosos de rua hostis”) pretendiam
documentar que “a subclasse geralmente opera fora dos limites geralmente aceitos da sociedade”.
15No caso do Brasil, é uma “remilitarização” que perpetua os piores abusos da ditadura militar, como aponta
Cerqueira (2001). Esta escalada marcial das autoridades é, por sua vez, encorajada e acelerada pela militarização do
tráfico de droga nos bairros de lata.
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Agradecimentos
Variantes deste artigo foram apresentadas na Conferência sobre “A Face da Violência
nas Américas”, organizada pelo Centro de Estudos Latino-Americanos da
Universidade da Califórnia, Berkeley, em abril de 2004; no Workshop sobre
Globalização e Espaço Urbano na Universidade de Chicago em maio de 2005; e como
uma palestra pública proferida no Instituto Carioca de Criminologia, Rio de Janeiro,
em setembro de 2005. Sou grato aos organizadores e participantes desses eventos
por suas perguntas vigorosas e sugestões frutíferas, bem como pela engenhosa
assistência de pesquisa de Nicole Louise de Pontes em Nova York. A presente versão
baseia-se no capítulo final do meu próximo livroSimbiose Mortal: Raça e a Ascensão
do Estado Penal (Cambridge, Polity Press, 2008).
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16Para uma outra utilização, mais extrema e brutal, do controlo militarizado das fronteiras como forma de reforçar a ficção
da homogeneidade etno-racial do corpo nacional, ver o estudo de Bonstein (2002) sobre a gestão estatal israelita dos
palestinianos da Cisjordânia.
72 A militarização da marginalidade urbana
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