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O BINÔMIO DE NEWTON É DE NEWTON?

Letícia Conrado (PIBIC/UNICENTRO),


Karolina Barone Ribeiro da Silva (Orientadora), e-mail:
kbarone@unicentro.br

Universidade Estadual do Centro-Oeste/Departamento de


Matemática/Guarapuava, PR.

Ciências Exatas e da Terra - Matemática

Palavras-chave: Binômio de Newton, ensino de matemática, história da ma-


temática.

Resumo
O presente trabalho apresenta resultados de uma pesquisa bibliográfica tendo
como objetivos específicos determinar a quem o binômio de Newton deve ser
corretamente creditado, razões para ele ser conhecido por este título, verificar o
envolvimento de Newton no estudo do tema e se e como o tema é apresentado em
livros didáticos utilizados na educação básica e na educação superior. Pelo
levantamento bibliográfico em livros de história da matemática pode-se evidenciar
que antes de Newton nascer já existia o conceito do binômio “de Newton”. Isso
levou a nomes de vários matemáticos, sem que fosse possível determinar quem
seria o verdadeiro autor. Na verdade, Newton estudou o binômio já existente e foi
responsável por generalizá-lo para expoentes fracionários e negativos. Nos livros
didáticos pouca informação foi encontrada.

Introdução

Na matemática existem diversos resultados conhecidos pelos estudantes


desde a educação básica, que levam o nome de seus supostos
elaboradores, como o teorema de Pitágoras e a fórmula de Bhaskara. No
entanto, pesquisas em história da matemática têm evidenciado algumas
distorções nestas atribuições. A propriedade geral dos triângulos retângulos,
comumente denominada de teorema de Pitágoras, por exemplo, era
conhecida de babilônios e chineses muito antes de Pitágoras (EVES, 2004,
p. 103; GARBI, 2006, p. 25). Por sua vez, a fórmula geral para a resolução
de equações do segundo grau, conhecida como fórmula de Bhaskara,
remonta ao final do século XVI, sendo que Bhaskara viveu no século XII
(CELESTINO, 2010).

Anais da XIX Semana de Iniciação Científica


25 e 26 de setembro de 2014, UNICENTRO, Guarapuava –PR, ISSN – ISSN: 2238-7358
Nenhuma fonte consultada pode responder a questão da razão do
binômio levar o nome de Newton. Apenas uma obra tentou justificar essa e
outras falhas que ocorreram no decorrer da história, citando o fato da falta
de comunicação que existia na Antiguidade.
Newton estudou o teorema do binômio, mas o que ele fez de
inovação foi generalizar esse teorema já existente utilizando expoentes
fracionários e negativos, o que conduziu à séries infinitas.
Apenas um dos sete livros didáticos analisados traz alguma
contribuição histórica sobre o tema, através de um pequeno resumo. Inicia
falando da vida de Newton e do envolvimento dele com o teorema, comenta
das cartas que escreveu para Henry Oldenburg e que os coeficientes
binomiais para expoentes inteiros já eram conhecidos cerca de meio milênio
antes de Newton. Nenhum dos cinco livros da educação superior analisados
contribuiu historicamente.

Agradecimentos

Agradeço a todos que de alguma forma me auxiliaram no desenvolvimento


dessa pesquisa, especialmente à orientadora que me deu essa oportunidade
de estar me aperfeiçoando cada vez mais em minha caminhada acadêmica.

Referências

Boyer, C. B. História da matemática. São Paulo: Edgard Blücher, 1974.


Cajori, F. Uma história da matemática. 1. ed. Rio de Janeiro: Ciência Moder-
na, 2007.
Contador, P. R. M. Matemática: uma breve história. 2. ed. São Paulo: Livra-
ria da Física, 2006. v.1, v.2.
Eves, H. Introdução à história da matemática. Campinas: Editora da UNI-
CAMP, 2004.
Garbi, G. G., A rainha das ciências. São Paulo: Livraria da Física, 2006.
Garbi, G. G. O Romance das equações algébricas. 3. ed. rev. e ampl. São
Paulo: Livraria da Física, 2009.
Maor, Eli. e: A história de um número. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.
Smole, K. S.; Diniz, M. I. Matemática ensino médio. Vol. 2. 6. ed. São Paulo:
Saraiva, 2010.

Anais da XIX Semana de Iniciação Científica


25 e 26 de setembro de 2014, UNICENTRO, Guarapuava –PR, ISSN – ISSN: 2238-7358

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