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Uma abordagem
histórica, fenomenológica, matemática e conceitual
Bibliografia (Ver “Programa da Discipolina”)
Bibliografia Básica
HOLTON, G, ROTHERFORD, F. J. e WATSON, F. G., Projecto de Física – Luz e
Eletromagnetismo, Unidade 4 (Harvard Project Physics), Lisboa: Fundação Calouste
Gulbekian, 1985. Disponível em: <http://www.lacic.fis.ufba.br/Ensino.html>
HOLTON, G, ROTHERFORD, F. J. e WATSON, F. G., The Project Physics Course – Models of
the Atom, Unit 5 (Harvard Project Physics). New York. Holt, Rinehart and Winston, Inc., 1975.
• Luz e Cor
Tópicos: a) O que é a luz (15 min.); b) Luz e cor (14 min.); c) Polarização
da luz (11 min.)
• Ondas Estacionárias, Holografia e Raios Catódicos
Tópicos: a) Ondas Estacionárias (11 min.); b) Introdução à Holografia (17
min.)
www.lacic.fis.ufba.br/Ensino.html
1) Física, o que é?
2) Qual o objeto de estudo da Física? Quais os limites de seu
campo de ação?
3) Onde e quando teve sua origem?
4) Por quais caminhos se desenvolvia a Física, por volta do
ano 1600 d.C.? E a partir de então?
5) Quais as grandes áreas que se desenham para a Física no
século XXI?
A Física é uma ciência que se propõe a
compreender e, sobretudo, a elaborar uma
descrição quantitativa dos fenômenos da
Natureza.
“qualquer estudioso que tenha um mínimo contato com a obra de Aristóteles ou com seus seguidores medievais sabe
que a filosofia escolástica é firmemente alicerçada na observação e no dado sensível imediato. O papel de Galileu nesse
aspecto não foi o de introduzir o dado empírico-sensitivo no pensamento científico, mas o conteúdo que a observação
passou a ter para a ciência”.
“qualquer estudioso que tenha um mínimo contato com a
obra de Aristóteles ou com seus seguidores medievais sabe
que a filosofia escolástica é firmemente alicerçada na
observação e no dado sensível imediato. O papel de Galileu
nesse aspecto não foi o de introduzir o dado empírico-
sensitivo no pensamento científico, mas o conteúdo que a
observação passou a ter para a ciência”.
Com Galileu, a observação passou a ser a experimentação.
Para Galileu, a Natureza revela seus segredos quando as
perguntas são formuladas matematicamente.
εo E·dS = q
B·dS = 0
E·d = – dB/dt
Onda Eletromagnética
As soluções mais simples da equação de onda
são ondas do tipo senoidal.
No instante t=0, a curva cruzando a origem (x=0) pode ser descrita matematicamente por
y = Asen(kx) = Asen(2π/λ) x
A constante positiva k é importante para garantir que o argumento do seno seja admissional (expresso em
radianos).
É claro que o valor de y é o mesmo quando x é aumentado por um número inteiro de λ, logo λ é o
comprimento de onda.
Se a onda se deslocar para a direita com uma velocidade v, a função
de onda em um tempo posterior t é:
y=Asen[(2π/λ)(x-vt)]
T=λ/v
Propagação retilínea versus fenômeno de difração
Propagação retilínea
Fenômeno de difração
Terra, o qual se constitui a única diferença geométrica entre a primeira e a segunda observação.
De acordo com Armando Gilbert (ver Origens Históricas da Física Moderna), com um valor grosseiro de
305 milhões de quilômetros e outros erros, Römer determinou pela primeira vez uma velocidade da
luz obtendo um valor da ordem de 350.000 km/s.
Pouco depois de Römer, o físico holandês, C. Huygens, com base em suas próprias estimativas do
diâmetro da órbita da Terra, calculou a velocidade da luz utilizando os dados de Römer e encontrou
um valor de aproximadamente 200.000km/s, em unidades atuais.
Somente em 1727 é que uma segunda medição da velocidade da luz viria a ser feita pelo astrônomo
inglês James Bradley, com base nas medidas da aberração da luz das estrelas..
Foucault e a velocidade da luz na água
Caso a velocidade da luz na água fosse menor que no ar, ela iria realizar o trajeto G-E2–G em mais
tempo e deveria produzir uma imagem da fenda mais deslocada que a imagem I1, obtida no trajeto 1.
No ano de 250 a.C., o sábio grego Eratóstenes (279-195 a.C.), ao ler um papiro
na Biblioteca de Alexandria (da qual era também diretor), teve a idéia de
como calcular a circunferência da Terra. Esta era uma idéia extraordinária,
pois, na época, muitos sábios pensavam que a Terra era plana. De acordo com
Carl Sagan, o texto do papiro dizia essencialmente o seguinte::
“[...] ao sul da cidade de Siena, próximo à primeira catarata do Nilo, ao
meio dia de 21 de junho varetas retas verticais não produzem sombra.
No solstício de verão, o dia mais longo do ano, quando as horas avançam
para o meio dia, as sombras das colunas do templo diminuem de
tamanho. Ao meio dia elas deixam de existir. O reflexo do Sol pode então
ser visto na água, no fundo de um poço profundo, quando está
exatamente sobre a cabeça do observador.
Após tomar conhecimento dos fatos,
Eratóstenes teve inicialmente o cuidado de
verificar se nesta mesma data de 21 de junho
ocorria o mesmo fenômeno, em Alexandria,
cidade onde ele estava. Como isto não se
verificou, já que em Alexandria a vareta tinha
uma sobra de um certo comprimento, então
Eratóstenes levantou a hipótese de que a Terra
seria não plana como muitos pensavam, mas
curva.
Exercício 2 - Após experiência realizada em sala, propõe-se:
Coloque um lápis de 7,00mm de diâmetro sobre um papel branco paralelamente
ao piso do quintal de sua casa, num dia de Sol (aproximadamente a pino).
a) Levante o lápis lentamente e verifique a que altura, em relação ao piso, há o
desaparecimento completo da sombra (não confundir com penumbra).
b) A partir do resultado do item anterior e sabendo que a distância média do Sol
à Terra é de 1,5x1011 m, determine o diâmetro do Sol.
c) Explique a perda gradativa da nitidez antes de ocorrer o desaparecimento da
sombra.
b) Que figura você esperaria se formar quando um feixe de luz laser é barrado
parcialmente por um lápis colocado perpendicularmente à direção de
propagação do feixe?
Curiosidade - Primeiros relógios
Onda ou Partícula?
-
O Problema da Natureza da Luz: Onda ou Partícula?
E uma hipótese?
E uma lei?
E um princípio?
Modelo – é uma representação de um sistema físico. Não é
apenas uma réplica reduzida de um objeto; significa também uma
idéia, uma imagem.
- na Grécia antiga, o interesse principal era compreender o
mecanismo da visão, ou melhor, entender o que deveria
existir no espaço compreendido entre os nossos olhos e os
objetos que vemos, sem entretanto, o aprofundamento das
ideias sobre a natureza da luz.
Natureza corpuscular (?)
- entre os filósofos da antiguidade prevalecia a crença de que a luz
tinha uma natureza corpuscular.
Século XVII
- o caráter filosófico do conflito entre as ideias pitagórico-
platonistas de um lado e das idéias aristotélicas, do outro,
predominou até o século XVII, quando passou para o plano
científico com os trabalhos de:
Século XVII
Pierre de Fermat (1661) – velocidade da luz é menor nos meios mais densos
Isaac Newton (~1670) – ver Descartes
Cristiaan Huygens (1678) – visão ondulatória / velocidade menor nos meios
mais densos
Outros.
Até a primeira metade do século XVII
o progresso científico e tecnológico no ramo da Óptica envolvia
essencialmente os fenômenos de
- reflexão – Euclides (?) (323-285 a.C.) e Al Hazen (1038 d.C.)
- refração – Willebroad Snell (matemático holandês/entre
1621 e 1625)
- Thomas Hariot (matemático inglês/por volta de 1616)
Século XVIII
– as teorias de Newton para explicar os fenômenos
luminosos – supostamente puramente corpusculares –
prevaleceram por todo esse século devido ao prestígio que
Newton gozava na comunidade científica, apesar de não
explicarem, satisfatoriamente, os fenômenos de difração e
interferência.
Século XIX –
Início do século XIX
Jönsson – 1961
O que é a luz?
Como se apresenta, em forma de partícula ou onda?
Em termos bem simples, a luz é uma forma de energia. Ela não é onda
(clássica) nem partícula (clássica). Ela é composta por fótons que são
partículas especiais, às quais estão associada propriedades
ondulatórias.
Grande parte dos fenômenos luminosos pode ser estudada admitindo-
se que a luz seja uma propagação ondulatória. Mas nem todos.
Reflexão
Esta idéia é usada, por exemplo, para localizar a imagem que sofre
duas refrações sucessivas nas superfícies curvas de uma lente.
Permite também entender a formação de imagens em dispositivos,
contendo combinações de lentes tais como um microscópio ou um
telescópio.
Nota:
Preliminares:
No modelo corpuscular:
Um raio de luz é uma linha traçada no espaço na
direção em que as partículas se deslocam.
No modelo ondulatório:
Um raio de luz é uma linha traçada no espaço
perpendicularmente à linha das cristas das ondas
Este raio representa a direção segundo a qual um
conjunto de ondas paralelas se propaga.
Raio de luz –
De acordo com J. M. F. Bassalo, Crônicas da Física (Tomo II, p. 563), esta lei só
viria a ser completada mais de mil anos depois pelo físico e matemático
iraniano Abu-ali Al Hasen Ibn Al Haythan (Al Hazen) ao afirmar que (1038
d.C.)
Notas
“É verdade que, em minha teoria, defendo a corporeidade da luz;
mas eu o faço sem uma certeza absoluta, como a palavra talvez dá
a entender; e o faço como não mais que uma conseqüência muito
plausível da teoria não como uma suposição fundamental ...”
[Newton I., Phil. Trans. 18, 5084 (1672)] [Silva, F. W. O. da, Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 31, n 1, 1601 (2009), p. 4]
No livro “Sutil é o Senhor...”: a ciência e a vida de Albert Einstein, Abraham Pais diz que [pág. 482]:
Suponhamos que este fóton seja um entre os bilhões de fótons que
constituem o feixe (laser, por exemplo) e vejamos a dinâmica que estaria
associada ao movimento deste fóton.
De resultados experimentais sabe-se que é possível transmitir o
momento de um feixe luminoso para um meio material (1901). (ver
figura adiante)
θ1= θ1`
que é a lei de reflexão
Princípio de Huygens
“um raio de luz que passa por dois pontos, havendo-se refletido
entre eles, o faz de tal modo que o trajeto seja o mais curto possível”
ou
Yousgrau, W. and Mandesltam, S., Variational Principles in Dynamics and Quantum Teorie. New York. Dover Publications. 1968, p. 5.]
Na época de Heron, o método usado pelos filósofos para fazer
demonstrações teóricas era o método geométrico, o que perdurou até
pelo menos o século XVII. A metodologia usada por Huygens, por
exemplo, no seu “Tratado sobre a luz”, foi ainda essencialmente
geométrica. Se, entretanto, usarmos os recursos do cálculo diferencial e
integral, inventado no século XVII, veremos que a lei da reflexão pode ser
obtida do princípio de Heron de forma extremamente simples. Para isto,
considere a Figura xx onde se vê um raio ligando dois pontos A e B
passando pelo ponto P. O comprimento total do trajeto entre os pontos A
e B é expresso por:
De acordo com Heron, P terá uma posição tal que o tempo de percurso
seja mínimo, ou seja, l deve ser um mínimo. Derivando a expressão para
l e igualando a zero (condição de para achar o extremo da função)
ficamos com:
Huygens:
“E, assim, vemos as razões pelas quais a luz ... se propaga
somente em linha reta, de modo que não ilumina nenhum
objeto, a menos que esteja livre em percurso retilíneo entre
estes e a fonte”.
(Huygens parece não acreditar ou desconhecer a existência da difração)
Exercícios
Questão - É mais certo dizer que o espelho troca a parte da frente pela parte
de trás ao invés da direita pela esquerda? Não seria mais apropriado, neste
caso, falar em imagem reversa em lugar de imagem inversa?
Observação: Formação de imagem virtual de um objeto por um espelho plano
Seares/Zemansky-Young/Freedmann, Física IV, 2005:
“Um observador que esteja vendo apenas os raios refletidos pela superfície e que não
sabe que está vendo uma reflexão pensa que os raios estão emanando do ponto em que
se forma a imagem”. Um ponto-imagem seria apenas uma forma conveniente de
descrever as direções dos diversos raios refletidos.
Explicando os experimentos
Considere a figura
Note que
n = senθ2 / senθ1
n = p / p`
ou p` = p / n
Supondo ângulo de incidência, pequeno, tgθ
≈ senθ p` = p / 1,33
n1senθ1 = n2senθ2
Questão:
Para que ângulo de incidência na interface água-acrílico vai
haver reflexão total na interface acrílico-ar?
Para que ângulo de incidência na interface água-acrílico vai haver
reflexão total na interface acrílico-ar?
Considere a figura
Considere a figura
n = senθ2 / senθ1
n = senθ2 / senθ1
n1senθ1 = n2senθ2;
Considere a figura
Lei dos senos
n = senθ2 / senθ1
n1senθ1 = n2senθ2;
Considere a figura
Lei dos senos
n = senθ2 / senθ1
n = p / p`
ou p` = p / n
Supondo ângulo de incidência, pequeno, tgθ
≈ senθ p` = p / 1,33
n1senθ1 = n2senθ2;
Refração da luz
Aspectos históricos
REFRAÇÃO DA LUZ
O que é a refração?
Em Óptica, a refração é um fenômeno que resulta da mudança da
velocidade da luz quando esta atravessa a superfície de separação de dois
meios transparentes diferentes
-Na sua obra podem ser encontrados os conceitos mais perfeitos e os cálculos
mais exatos referentes à Óptica, na Antigüidade.
-Método experimental de abordagem dos fenômenos;
-Tentativa de estudar analiticamente o fenômeno de refração através de tabelas
de índices de refração relativas a diversos meios (ar-vidro, ar-água, água-vidro)
• Θi (o) θr (o) θi / θr senθi/senθr
• 10 8 1,25 1,25
• 20 15 ½ 1,29 1,28
• 30 22 ½ 1,33 1,30
• 40 29 1,38 1,32
• 50 35 1,43 1,34
• 60 40 ½ 1,48 1,33
• 70 45 ½ 1,54 1,32
• 80 50 1,60 1,29
Θi (o) θr (o) θi / θr senθi/senθr
i - r = k1i + k2/cosr
(ele pensava a luz como sendo similar à pressão num líquido; como um
distúrbio propagado rapidamente por meios mecânicos de um local para
outro),
(“a ação da luz segue a esse respeito as mesmas leis que o movimento da bola”),
Considere a figura:
Hipóteses de Descartes:
1) o componente tangencial da velocidade dos corpúsculos não muda; cada
corpúsculo ao chegar a interface entre dois meios de densidades diferentes é
arremessado violentamente em direção ao meio mais denso, por uma pancada
normal à superfície (analogia de Descartes com uma bola de tênis). (ver Nota do de
Rodapé de André Assis Koch, tradutor do livro Óptica, de Newton)
Leibniz reconhece que o passo fundamental foi o que conhecemos hoje como
“princípio de Huygens”.
Cadernos de História e Filosofia da Ciência – Suplemento 4/1986. Tratado sobre a Luz de Christiann Huygens. Nota de
rodapé do tradutor (Robert M. Andrade), p. 23 do.
Refração - Huygens
Depois de discutir como concebe a transparência dos corpos, Huygens diz [...
, p. 32]:
t=d1/v1 = d2/v2
Mas pela Figura x, os triângulos ACB e ANB dão:
d1=dist(AB) senθi e d2 = dist(AB) senθr
logo
senθ1 / senθ2 = n = v1 / v2
Hipótese de Huygens:
y` = n (a2+x2)n-1 (2x)
logo
y` = 2x . 2(a2+x2)-1/2 = x / (a2+x2)1/2
Caminho óptico:
ct = n1 l1 + n2 l2
[Barros M. A., Uma análise histórica do princípio de Fermat e suas implicações no ensino da reflexão e refração da luz.
http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xviii/sys/resumos/T0424-1.pdf. Acesso em 01.03.2011].
Considerando que o tempo
para a luz viajar de A para C
seja dado por (ver figura):
t = (l1/v1) + (l2/v2)
Pelo princípio do tempo
mínimo, devemos achar o
valor de x, expresso em
termos dos parâmetros
dados, que minimiza a
função t=t(x) (ver figura).
Devemos ter, então:
dt/dx = d{(1/v1) √(a2+x2) + [(1/v2) √[a2+(d-x)2]}/dx = 0
que resulta em:
(1/v1) [x/ √(a2+x2)] = (1/v2) [(d-x)/√[a2+(d-x)2)]
y` = n (a2+x2)n-1 (2x)
logo
y` = 2x . 2(a2+x2)-1/2 = x / (a2+x2)1/2
Caminho Óptico
ct = n1 l1 + n2 l2
onde o produto nl, do índice de refração pela
distância percorrida, denomina-se caminho óptico.
Como c é constante, minimizar o tempo equivale a
minimizar o caminho óptico, e este é um resultado
importante.
A dedução de Fermat recebeu severas criticas dos
cartesianos, especialmente do filósofo Clerselier. Para este:
• Teleologia – é o estudo filosófico dos fins, ou seja, dos
objetivos, das finalidades. Doutrina segundo a qual o mundo é
um sistema de relações entre os meios e os fins.
A idéia de causas finais.
No caso do fóton não ser refletido e sim transmitido, seu comprimento de onda, λ, muda de valor ( de
λi para λf) e a equação
pi sen θi = pf senθf
se reduz a
(1/λi) senθi = (1/λf) senθf
e também:
Consultar também:
n = c/v = ± c √(εμ),
I – O Problema Matemático
a) A cicloide e algumas de suas propriedades - um pouco de história
A curva denominada ciclóide é uma das mais famosas da Matemática. Ela
tem várias propriedades curiosas muitas das quais foram descobertas no
século XVII. Galileu, por exemplo, foi um dos matemáticos que se
interessaram pelas propriedades da ciclóide. Ele tentou comparar a área de
um círculo com a área determinada por um arco de ciclóide e a reta sobre a
qual rodou o círculo. Para isto recortou as figuras da ciclóide e do círculo
(que lhe deu origem) em madeira e, pesando-as, encontrou que a área da
ciclóide é (praticamente) 3 vezes a área do círculo - no que estava correto –
mas conjeturou que tinha de ser π vezes a área do círculo. Logo em
seguida, o francês Roberval e o italiano Torricelli, este discípulo de Galileu,
mostraram que tal área era exatamente 3 vezes a área do círculo, para
surpresa de Galileu!
• Foi Huygens que, ainda o século XVII, descobriu ter a ciclóide a
propriedade de ser tautócrona. A propriedade da ciclóide de ser
braquistócrona foi descoberta por Johann Bernoulli, que a
anunciou através de um desafio aos matemáticos, publicado no
mês de junho de 1696, na primeira revista matemática,
denominada Acta Eruditorium, que tinha sido fundada por
Leibniz.
Nas próprias palavras de Jehann Bernoulli.
“Convidam-se os matemáticos a resolver
UM NOVO PROBLEMA
Dados os pontos A e B num plano vertical, determinar para uma partícula
móvel M o caminho AMB ao longo do qual, descendo pelo próprio peso,
ela vai do ponto A ao ponto B no tempo mais breve possível.
Para estimular, nos amantes de tais trabalhos, o desejo de encontrar a
solução desse problema, pode assinalar-se que a questão proposta não
consiste, como poderia parecer, numa mera especulação sem utilidade
alguma. Contra o que se pensaria à primeira vista, tem grande utilidade
noutros ramos da ciência, tais como a mecânica. Entretanto, para evitar
qualquer juízo prematuro, pode fazer-se notar que, embora a linha reta
AB seja com certeza a mais curta entre os pontos A e B, não é o caminho
percorrido em tempo mínimo. No entanto, a curva AMB, cujo nome eu
darei se ninguém o descobrir até o final deste ano, é uma curva bem
conhecida dos geômetras”.
Leibniz, que era o editor dessa revista, resolveu o problema no
mesmo dia, mas como outros matemáticos importantes da
época não tomaram conhecimento do mesmo no prazo
estipulado por Bernoulli, então Leibniz convenceu este a
prolongar o prazo e enviar o problema por carta “aos
matemáticos mais argutos que florescem em todo o orbe”.
Leibniz previu que este problema seria resolvido por Jakob
Bernoulli, irmão mais velho de Johann, Newton, Huygens e
pelo marquês de l´Hospital (ele não sabia que Huygens havia
falecido em 1695). Ao que parece, Newton resolveu o
problema também no mesmo dia em que o recebeu.
A=mvds
Na verdade, conforme se pode ver no seu artigo
de 1744 ( ), Maupertuis inicialmente definiu ação
como o produto da velocidade pelo caminho
percorrido e só depois é que ação foi escrita como
o produto da quantidade de movimento pelo
caminho percorrido. Vejamos o que diz
Maupertuis no seu artigo de 1744:
“Falta explicar agora o que entendo por quantidade de
ação. Quando um corpo é levado de um ponto a outro é
necessário para isto uma certa ação. Esta ação depende da
velocidade que o corpo tem e do espaço que percorre, mas
ela não é nem a velocidade nem o espaço tomados
separadamente. A quantidade de ação será tanto maior
quanto maior for a velocidade do corpo e quanto maior for
o caminho percorrido. Ela é proporcional a soma dos
espaços multiplicados cada um pela velocidade com a qual
o corpo os percorre. É essa quantidade de ação que é aqui o
verdadeiro dispêndio da Natureza e o que ela economiza o
mais possível no movimento da luz.”
17
Maupertuis, P. L. M., Mém. de lA’cad. (1744), p. 417; P.L.M.
Maupertuis, Historire de l`Académie Royale dês Sciences, année
M.DCCXLIV, avec les Memoires de Mathématique et de Physique
tirez des Registres de cette Académie, 417 (1748). A tradução e
análise desse trabalho foi feita por I. C. Moreira, Revista Brasileira
de Ensino de Física, 21, 171 (1999).
18
Whittaker, E., A History of the Theories of Aether and Electricity.
New York: Humanities Press, 1973, p. 97.
A descoberta de Maupertuis foi inspirada certamente na polêmica
que se seguiu aos trabalhos de Fermat e Descartes. Conforme
salienta Whittaker, os argumentos da teoria corpuscular da luz,
abraçados por Descartes e outros convenceram Maupertuis que,
neste particular, Descartes estava certo, mas ele desejava
preservar para a ciência o belíssimo método pelo qual Fermat
deduziu seus resultados. Com este objetivo, ele modificou o
princípio de Fermat para que o mesmo concordasse com a teoria
corpuscular (ou física newtoniana) e, ao invés de supor que a luz
segue a trajetória mais rápida ele supôs que.
δTdt = 0
Para isso, ele definiu a função L=T-V (algo como uma energia cinética efetiva),
conhecida hoje como função lagrangeana, e reescreveu a equação de Euler–
Lagrange em termos de L
19 Na sua dedução Fermat tinha formulado a hipótese de que as resistências (o inverso da velocidade da luz) dos meios mais densos
Desde o início, Maupertuis tinha a percepção das raízes
metafísicas de suas ideias e não considerava esta influência
indevida, chegando a proclamar seu princípio de Lei Universal
da Natureza e o considerava a primeira prova científica da
existência de Deus. Outros princípios de conservação (da
massa, da energia, da quantidade de movimento etc.) também
tiveram origens semelhantes, atingindo apenas gradualmente
uma formulação científica clara.
O Princípio de Mínima Ação e a 2ª. Lei de Newton
entre t1 e t2
• Se xex é um ponto em que f(x) é um extremo, então
(1/1!) f’(xe) Δx = 0
e ficamos com
f(xex + Δx) - f(xex) = (1/2) f ``(xex) Δx2 + ...
f(xex + Δx) - f(xex) = (1/2) f ``( xex) Δx2 + ...
O que diz esta equação?
Logo:
∫ [ (m/2) Xt ut ] dt = Xt u - ∫ m Xtt u dt
integrais entre t1 e t2
• Mas o termo proporcional a u deve ser nulo, logo qualquer que seja a
forma desta função isto só será possível se
Esta equação mostra que o movimento descrito por X(t) que otimiza a
ação é exatamente a segunda lei de Newton.
Índice de Refração e Cor
- o processo aditivo –
- que resulta da superposição de feixes de luz emitidos por corpos
(luminosos) aquecidos.
(Todos os corpos aquecidos (T(K)≠0) emitem fótons de calor, chamados fótons térmicos ou de calor e luz, cuja
freqüência cresce com a temperatura).
- o processo subtrativo –
- onde uma (ou mais de uma) cor é removida do feixe pelo corpo
iluminado.
A cor é uma propriedade da luz?
Consideremos as afirmações de
“Todas as cores (incluindo o vermelho, verde e azul) podem ser produzidas fazendo passar luz através de várias combinações de
filtros magenta, ciano e amarelo (Ver figura sobre filtros cromáticos). São estas a cores primárias para misturas subtrativas, as
principais numa caixa de tintas. São as cores básicas dos corantes usados em fotografia e nas tintas de impressão. Teoricamente, se
se misturarem todas as cores subtrativas primárias (quer combinando tintas, quer sobrepondo filtros) não se obtém nem luz, nem
qualquer cor – é o preto. Cada filtro elimina uma região do espectro e, em conjunto, absorvem-no inteiramente. ...
Se a gama de freqüências absorvidas se distribuir no visível, o objeto parece preto. Isto não quer dizer que não ocorram reflexões –
imagens refletidas podem ser vistas numa peça de couro preto envernizado, e uma superfície preta polida também reflete, só que
nesse caso a reflexão é difusa. Misturando-se tinta azul vermelha e verde obtém-se tinta preta”. (Eugene Hecht, Óptica, pág. 127).
O preto é cor?
Exercícios: Luz e Cor
1) Os experimentos apresentados no filme sugerem que a luz se comporta como
partícula ou como onda?
2) Como a luz é produzida por uma fonte luminosa? Como a luz da maior parte das
fontes de luz artificiais difere da luz produzida pelo laser? (Ver Projecto de Física, da
Coleção Harvard)
15) Porque a experiência de Foucault (de 1850) fez com que fosse
definitivamente abandonado o modelo (clássico) corpuscular da luz?
Exercício sobre a cor amarela com luz monocromática e não monocromática
2) Se num quarto escuro fizermos incidir luz monocromática amarela sobre flores amarelas
tipo narcisos silvestres (exemplo extraído do livro Física Conceitual, pág. 456), que têm
ressonância no azul, com qual cor estas flores se apresentarão? (Resposta: as flores se
apresentarão amarelas. Ver também GREF, vol 2 pág. 259).
3) Se num quarto escuro fizermos incidir luz verde e vermelha, simultaneamente, sobre
flores amarelas, que têm ressonância no azul, com qual cor estas flores se apresentarão?
(Resposta: as flores se apresentarão amarelas, mesmo não tendo sido iluminadas com luz
amarela).
4) Se num quarto escuro fizermos incidir luz vermelha sobre flores amarelas, que têm
ressonância no azul, com qual cor estas flores se apresentarão? (Resposta: as flores se
apresentarão vermelhas).
5) Suponha que a bandeira do Brasil seja colocada num quarto escuro e iluminada com
luz monocromática amarela. Suponha que os pigmentos amarelos da bandeira brasileira
têm as mesmas características daqueles dos narcisos silvestres. Diga a cor com a qual se
apresentarão as seguintes partes da bandeira:
a) o losango;
b) a parte externa ao losango
6) Suponha que a bandeira do Brasil seja colocada num quarto escuro. Se fizermos incidir
sobre esta bandeira luz verde e vermelha, simultaneamente, de que cor observaríamos
o losango? Suponha que os pigmentos amarelos da bandeira brasileira têm as mesmas
características daqueles dos narcisos silvestres.
7) Suponha que a bandeira do Brasil seja colocada num quarto escuro e iluminada com
luz monocromática azul. Suponha que os pigmentos amarelo da bandeira brasileira têm
as mesmas características daqueles dos narcisos silvestres. Diga a cor com a qual se
apresentarão as seguintes partes da bandeira:
a) o losango;
b) a parte externa ao losango.
Observação: Os resultados obtidos na investigação da interação cor-luz x cor-pigmentos nem sempre são satisfatórios, pois geralmente usamos como fonte de luz
colorida lâmpadas incandescentes com bases coloridas que funcionam como filtro para a luz emitida pelo filamento e cartões coloridos por pigmentos impuros
(GREF, Vol. 2, pág. 260).
Newton e as cores do espectro
Newton e as cores do espectro
Newton concluiu a sua teoria das cores em 1671 e publicou seu primeiro
trabalho sobre esse tema no ano seguinte, no Philosophical Transactions,
através de uma carta ao Editor de Cambridge para ser comunicada à R. Society:
- os mamíferos
- as aves
- os répteis
- grandes macacos africanos
- os seres humanos
- Em uma arena o touro reage ao vermelho do pano, ou ao
movimento do pano agitado pelo toureiro? Em outras
palavras: o touro ver em cores?
- Em que o sistema visual dos vertebrados difere do
sistema visual dos invertebrados?
Século XVII
1671 –
[Mueller, C. G. e Rudolph, M. Luz e Visão, Biblioteca Científica Life. Livraria José Olimpio
Editora. Rio de Janeiro, 1968, p. 129].
1801
(De acordo Gilbert, A., Origens Históricas da Física Moderna, p. 95, para Young as cores principais seriam o
vermelho, o verde e o violeta)
1851
- Hermann L. F. von Helmholtz (físico e fisiologista alemão)
- aperfeiçoa a teoria de Young
- A teoria tricromática de Y-H considera três tipos de
pigmentos (os cones) que seriam os responsáveis,
respectivamente, pela absorção preferencial do vermelho,
do verde e do azul.
Protanopia
• Com diminuição ou ausência do pigmento vermelho, o indivíduo com
protanopia vê tonalidades de marrom, verde ou cinza no lugar do
vermelho. E quando o objeto tem tons de verde, ele parece vermelho
ao daltônico. É o tipo mais comum.
Deuteranopia
• Ao invés de enxergar verde, o indivíduo com deuteranopia vê
marrom.
Tritanopia
• Quem tem esse tipo de daltonismo tem percepção alterada das cores
azul e amarelo. O azul passa a ser visto em tonalidade diferente da
original, o amarelo vira rosa e a cor laranja não é percebida.
1870 – (década de 1870)
Karl Ewald Konstantin Hering (1834-1918)
Cria a teoria das cores oponentes
- principal teoria antagonista da teoria de Young-Helmoltz
Hering fez muitas pesquisas sobre a cegueira das cores e não
conseguiu harmonizar a teoria de Y-H com suas descobertas
Hering afirma que os receptores da retina são meros absorvedores
de luz – que ele chamou “matéria captadora”
Hering propôs que amarelo-azul representam sinais opostos assim como o
vermelho-verde.
Isto facilitou a explicação sobre o por quê da existência de quatro cores
primárias psicofísicas no lugar de três:
azul, verde, amarela e vermelha misturada com a violeta clara!
Para medir a resposta ao estímulo insere-se na célula uma micropipeta de vidro com solução
eletricamente condutora (KCl) ligada a um sistema amplificador de registro. Assim pode-se medir a
ddp entre a região em contato com a ponta da micropipeta e qq ponto de referência (geralmente
na cabeça). Ciência Hoje – out/1990.
Década de 1980: identificação dos genes dos cones
A molécula de DNA é constituída por uma seqüência de nucleotídeos que, por sua vez, é
formada por três tipos diferentes de moléculas (um açúcar (pentose), um grupo fosfato e uma
base nitrogenada; ver figura abaixo) e contém a informação genética codificada.
Molécula de DNA
A “fita” de DNA é
formada pela ligação
entre os nucleotídeos
Cada molécula de DNA contém vários genes
dispostos linearmente ao longo da cadeia. Um gene é
(um pedaço do) a menor parte do DNA capaz de
decodificar uma proteína; é uma sequência de
nucleotídeos da molécula de DNA que contém
informações para a síntese de uma proteína.
James Watson e Francis Crick postularam um
modelo tridimensional para a estrutura do DNA,
baseando-se em estudos de difração de raios-X.
No modelo da dupla hélice, o DNA consiste de duas
cadeias helicoidais de DNA, enroladas ao longo de um
mesmo eixo.
O pareamento das bases de cada fita se dá de
maneira padronizada, sempre uma purina (adenina e
guanina) com uma piramidina, especificamente:
adenina com timina e citosina com guanina.
Moléculas de DNA e moléculas de proteínas
Os genes localizam-se nos cromossomos contidos no interior dos núcleos celulares e são formados
por um tipo especial de molécula orgânica denominada ácido desoxirribonucléico (DNA).
(ver também Gerald H. Jacobs e Jeremy Nathans, Scientific American Brasil, Maio/2009)
A história dos cones vista através do DNA
A Har1 em humanos e
chimpanzés difere em
18 letras, indicando que
conquistou uma nova
função importante em
humanos.
A Visão das Cores nos Vertebrados
A Física e a Biologia
Questão:
A visão das cores nos vertebrados depende das células cônicas. Cada
cone tem um pigmento (proteína localizada na membrana) que
consiste em certa variante da proteína opsina, ligada a uma
molécula pequena chamada retinal (intimamente relacionada à
vitamina A).
Esta excitação, por sua vez, ativa neurônios da retina, que assim
dispara impulsos no nervo óptico que transmite a informação ao
cérebro.
Sozinha a célula não consegue informar ao cérebro
qual comprimento de onda causou sua excitação.
Como nos mamíferos existem geralmente dois pigmentos dos cones: um com sensibilidade máxima
para o violeta e o outro sensível em comprimentos de onda longos (na faixa do verde e não do
vermelho) ... então ...
(o vermelho tem comprimento de onda maior que o violeta e o verde)
Uma resposta mais afirmativa talvez possa ser dada medindo-se a sensibilidade das células
fotorreceptoras do olho do touro! Isto poderia ser feito em analogia com o que segue.
O sentido da visão e da visão em cores
- ontem e hoje -
• Ontem –
– Como Newton explicava o sentido da visão e da visão
em cores?
• A primeira proposta de uma teoria ondulatória
das cores, com base num modelo ondulatório
periódico, foi formulada por Newton. Ele analisou
a possibilidade de um modelo desse tipo ao
discutir possíveis interpretações das cores do
espectro e isto foi feito em um artigo publicado no
Philosophycal Transaction, em 1672.
Nesse artigo, Newton escreveu:
• [Newton, I. Mr. Isaac Newton answer to some consideration upon his doctrine of light and colors.
Philosophical Transaction, 7:5084-103, p. 5088] [Martins, R. de A., Nota de Rodapé, p. 21 do Tratado
sobre a Luz de Christiaan Huygens. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, Suplemento 4/1986.]
Nesse parágrafo, como se vê, Newton
considera que as vibrações do éter, de
diferentes grandezas, poderiam gerar as
sensações de diferentes cores.
a) O sentido da visão
Dentro de sua teoria da luz, Newton explicava o sentido da
visão a partir da hipótese de que a incidência dos raios de luz
( ) sobre o fundo do olho excitava vibrações na retina. Essas
vibrações se propagavam ao longo das fibras sólidas dos nervos
ópticos para o cérebro gerando o sentido da visão (ver Questão
12).
• “Os raios de luz, sejam eles corpúsculos projetados ou apenas movimento ou força
propagados, se movem em linhas retas ...”; Óptica, p. 202. Newton diz também o que
entende por raios de luz: “Entendo por raios de luz, as partes mínimas da luz e as que
tanto são sucessivas nas mesmas linhas como simultâneas em várias linhas” [Óptica, p.
39, Definição I].
• Óptica, Newton:
“Questão 12. Os raios de luz, ao incidir sobre o fundo dos
olhos, não excitam vibrações na túnica retina? Vibrações
essas que, propagando-se ao longo das fibras sólidas dos
nervos ópticos para o cérebro, geram o sentido da visão?
Pois como corpos densos conservam o seu calor por um
longo tempo e os corpos mais densos conservam o seu calor
por maior tempo, as vibrações das suas partes são de
natureza duradoura e, portanto, podem propagar-se ao
longo das fibras sólidas da matéria densa uniforme até uma
grande distância para transmitir ao cérebro as impressões
produzidas em todos os órgãos dos sentidos. [...]”
• Para ele, as vibrações excitadas decorreriam
da pressão exercida pela luz no fundo do olho
da mesma forma que a pressão e movimento
do dedo em qualquer canto dos olhos de uma
pessoa no escuro ver um círculo de cores
quando move o olho em direção oposta ao
dedo (ver Questão 16).
• b) O sentido da visão em cores
Para Newton a sensação das várias cores poderiam ser produzidas pelas
vibrações de várias grandezas excitadas pelas várias espécies de raios:
Hoje –
Newton se interroga:
- Por que os objetos parecem ter cores diferentes?
- Por que é que o céu é azul, a relva verde e o pigmento
de pintura amarelo ou vermelho?
(a)
Ver em:
http://www.newtonproject.sussex.ac.uk/view/text
s/normalized/NATP00002
(acesso em 06/05/2012)
Moysés Nussenzveig – importante físico brasileiro (UFRJ)
– Curso de Física Básica (1998)
e que
e que
Difração – O que é?
Desvio sofrido pela luz em relação a direção de propagação
retilínea ao passar para além de um obstáculo, tal como uma
agulha, ou as bordas de uma fenda, isto é, ao ser parcialmente
interrompida.
A descoberta da difração - 1664 - Grimaldi
Grimaldi
- fez passar um feixe de luz por dois orifícios (situados uma atrás do outro)
o qual, em seguida, atingia um anteparo branco.
“Uma abertura é feita, talvez da largura de um dedo, numa veneziana (janela feita
de tábuas de madeira) de uma sala escura e nesta abertura é colocada uma fina
placa opaca AB (Fig. 65), e através de uma abertura muito estreita CD nesta placa
luz do Sol é admitida e forma um cone de luz.”
“Então a luz que entra através do buraco GH novamente forma um cone ou
quase um cone. Quando este é cortado ortogonalmente ou é bloqueado
por uma superfície lisa banca aparecerá sobre esta superfície uma base
iluminada IK notavelmente maior que aquela que os raios marcariam se
fossem transmitidos em linha reta através do mesmo lado, como CGL e
DHM e mesmo aqueles que passam pelo lado oposto DGN e CHO.”
Observação:
Possível relação entre a descoberta de Grimaldi e a
descoberta T. Young.
- o princípio da interferência tinha sido introduzido por T. Young, por volta de 1801,
independentemente, e só depois Fresnel tomou conhecimento dos trabalhos de Young.
Ilustração de um caso geral de difração
Princípio de Huygens-Fresnel
Sombra de um lápis
analisar a sombra de um lápis quando iluminado por uma fonte
pontual; note uma região pouco usual em torno do corpo do lápis, e
mesmo faixas fracamente iluminadas no meio da sombra.
Difração associada a obstáculos transparentes -
- não é normalmente considerada; não é muito comum.
Exemplo – Pode ser provocada por:
a) gotas de chuva nas lentes dos óculos de alguém que
conduz um automóvel à noite
b) uma gota de água ou saliva numa chapa de vidro
colocada bastante próxima do olho e olhada
diretamente através dela para uma fonte pontual (para
observar franjas claras e escuras)
Coerência
A figura de interferência é
mostrada no anteparo. Curioso
é que a franja escura (indicada
por P na figura) tornar-se-á
iluminada, caso seja fechada
uma das fendas na barreira!
Na experiência de interferência de T.
Young, a luz difratada do orifício S0
incide sobre os orifícios S1 e S2 no
anteparo B. As luzes difratadas destes
dois orifícios se superpõem na região
entre os anteparos B e C, produzindo
uma configuração da interferência sobre
o anteparo C.
O que ocorrerá com as franjas de interferência se a largura da fenda S 0
for aumentada gradativamente?
A técnica moderna para a obtenção de figuras de interferência utiliza
fendas longas e estreitas em lugar de pequenos orifícios.
- No Lab. de FIS 142 temos rede com o espaçamento entre as fendas d=1,750 m.
Exercício
Qual a distância linear entre dois máximos adjacentes no anteparo da figura 8 apresentada
anteriormente? O comprimento de onda vale 633nm; o espaçamento entre as fendas é de 2mm
e a distância D entre o par de fendas e o anteparo é de 5,3m.
Suponha que o ângulo seja suficiente pequeno para que se possa usar a aproximação sen ≈ tan
≈ , onde é expresso em radianos.
2. Duas fendas estreitas, separadas por uma distância d, estão iluminadas por luz de
comprimento de onda λ, e a figura de interferência é observada num anteparo
colocado a uma grande distância L (L>> d). O m-ésimo máximo de interferência está
a uma distância ym do máximo central, medido sobre o anteparo. (a) Mostrar que y m
é dado aproximadamente por ym = mλL/d. (b) Com λ= 600nm, L= 2m e d=1mm,
calcular o número de franjas brilhantes por centímetro, sobre o anteparo.
3. (Ver o exercício 2.) Quando se usa luz de comprimento de onda de 589
nm, e quando o anteparo está a 3m das fendas, existem 28 franjas brilhantes
por centímetro, sobre o anteparo. Qual a separação entre as fendas?
continua
que as vibrações assim produzidas se propagam no meio ou
substância refratora da mesma maneira que as vibrações se
propagam no ar para causar o som e se movem mais rápido
do que os raios, de modo a ultrapassá-los; e que, quando
qualquer raio está naquela parte da vibração que contribui
para o seu movimento, ele irrompe facilmente através de uma
superfície refratora, mas quando está na parte oposta da
vibração, que lhe impede o movimento, é facilmente refletido;
e, por conseqüência, que todo raio tende sucessivamente a ser
facilmente refletido ou facilmente transmitido por toda
vibração que o ultrapassa.”
Newton, continuação:
‘[Nussenzveig, Curso ministrado na Escola “Jorge André Swieca”, Campinas, 1994] [Hecht, E., Óptica, Lisboa. Fundação Calouste
Gulbenkian, 1991].
• Calor, para Newton, está associado ao movimento vibratório
das partículas microscópicas, conforme pensamos hoje. Para
ele calor não era uma substância material, como outros
pensavam e que, ao final do século XIII, era chamada calórico.
As Experiências de Airy, Foucault e Fizeau
- um mínimo
(ar-película-ar)
Problema - Vidro não refletor
O fenômeno de interferência é
frequentemente usado para reduzir a
reflexão na superfície do vidro. Isto é feito
recobrindo-se a superfície do vidro por
películas finas de substâncias transparentes,
como MgF2 (n=1,38).
ar-película-vidro
Outra aplicação tecnológica: leitora de discos ópticos
Exercícios sobre interferência (película fina)
• Anéis de Newton. Numa experiência de anéis de Newton, a lente tem um raio
de curvatura R de 8,0 metros e diâmetro de 2,0 cm. (Admitir λ=500 nm).
– Quantos anéis serão produzidos?
– Quantos anéis seriam vistos se o dispositivo fosse imerso em água (índice de
refração igual a 1,33)?
1. Deseja-se cobrir um pedaço de vidro plano (n=1,50) com um material transparente (n=1,35) de modo
que a luz de comprimento de onda 600nm (no vácuo), incidindo normalmente, não seja refletida. Como
é que isto pode ser feito?
2. Anéis de Newton.
Suponhamos que a lente plano-convexa (apresentada nas Notas de Aula) apoiada numa lâmina de vidro,
rigorosamente plana, tem raio de curvatura R. Suponhamos também que a mesma seja iluminada de
cima por luz de comprimento de onda . Considere o aparecimento de franjas circulares de interferência
em função do comprimento de onda e do raio de curvatura (anéis de Newton), associadas com a
camada de ar, de espessura variável, existente entre a lente e a lâmina.
- Obtenha uma expressão matemática que relacione o comprimento de onda com o raio de curvatura
R e com os raios dos máximos de interferência.
(Lembrar que o raio do fundo da película de ar, e não o de cima, sofre uma mudança de fase , porque
ele é refletido por um meio de maior índice de refração).
3. Anéis de Newton
Numa experiência de anéis de Newton, a lente tem um raio de curvatura R de 8,0 metros e diâmetro de
2,0 cm. (Admitir =500nm)
a) Quantos anéis serão produzidos? b) Quantos anéis seriam vistos se o dispositivo fosse imerso em
água (n=1,33)?.
4. Uma argola de arame é mergulhada em água com sabão e depois
mantida da vertical, de modo que o filme de água e sabão fica na
vertical. Observado por reflexão, com luz branca, a parte superior do
filme parece negra. Explique a razão. Abaixo da região negra
aparece, bandas coloridas. A primeira delas será vermelha ou azul?
Descreva a aparência da película vista com luz transmitida.
Problema – Qual a expressão matemática que descreve as franjas da figura
da esquerda, em função de x, do comprimento da chapa (L), da espessura
máxima da cunha (t) e do comprimento de onda da luz (λ)? (Supor L>>t)
a senθ = 2 λ, 2º mínimo
Prosseguindo o raciocínio, dividindo a fenda em 6, 8, 10,... zonais iguais,
obteremos:
a senθ = ± mλ (m = 1,2,3,...)
Mínimos a senθ = ± mλ (m=1,2,3,...)
a senθ = m λ
Resp: a senθ = mλ
senθ = y/√(L² + y²)
y = (λL)/(a² - λ²)1/2
Como a >> λ e m=1
y= (λL)/a
Se 2y = Δy
Δy = (2λL)/a
Questão 2
Uma fenda (de largura a) é iluminada com luz laser (λ=633nm).
Qual a largura da fenda capaz de produzir o primeiro mínimo na
posição y=25mm (medida em relação ao centro do máximo central).
A distância entre a fenda e o anteparto L é de 4,2m. Veja figura.
senθ = [(±1)λ] / a
2- Pela figura
y ≈ (L λ)/a y = L / 508