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Introdução

Moçambique tem um vasto território com costa marítima e águas continentais de grande
potencialidade pesqueira e diversidade de recursos. A zona costeira tem três secções nas quais a
actividade de pesca apresenta algumas diferenças: a costa Norte, tem um litoral de fundos
coralíferos e rochosos e uma plataforma continental estreita, com algumas baías abrigadas e
águas interiores, e ilhas litorais, principalmente em Cabo Delgado, e em algumas áreas dos
distritos setentrionais e centrais de Nampula (Capina, 2016)

A pesca industrial, semi-industrial e aquacultura empregam, em conjunto, cerca de 2.500


trabalhadores (INE, vários anos). A pesca artesanal emprega mais de 95% da força de trabalho,
com cerca de 400.000 pessoas directamente envolvidas na actividade de pesca (IDPPE, 2013).
Em termos territoriais, cerca de 25% do total dos pescadores do subsector artesanal encontra-se
na província de Zambézia. Em relação à força de trabalho, as três províncias nortenhas (Cabo
Delgado, Nampula e Nampula) absorvem a maior população de pescadores da costa, cerca de
71,7%, contra 29,3% nas províncias a sul do rio Zambeze. Esta concentração da força de
trabalho poderá dever-se ao potencial produtivo e à relação histórica com a economia marítima
que aquela região apresenta, nomeadamente as ligações comerciais com a Tanzânia (Capina,
2016)
Tipos de aquacultura praticadas na região norte
pesca artesanal aquela em que as embarcações têm um comprimento máximo de l0m; possuir
condições de autonomia não inferior a 24 horas, sendo motorizadas; se propulsionadas com
motores não podem ter uma potência propulsora superior a 100 cv ou 74 Kw; operam até três
milhas da costa ou do ancoradouro de base, quando de convés aberto e desprovidas de meios
mecânicos de propulsão; seis milhas da costa ou do ancoradouro de base, sendo de convés aberto
e providas de meios mecânicos de propulsão ou de convés fechado e desprovidas de meios
mecânicos de propulsão; e doze milhas da costa ou do ancoradouro de base, com convés fechado
e providas de meios mecânicos de propulsão (Capina, 2016).

pesca semi-industrial aquela em que as embarcações têm um comprimento superior a 10m e


inferior a 20m; ter autonomia não inferior a 48 horas; podem operar ao longo da costa nas águas
marítimas nacionais até um afastamento de 30 milhas da costa; deverão ter potência propulsora
que assegure o reboque da arte de pesca mesmo quando carregada, não podendo exceder os 350
cv ou 259 Kw de potência propulsora quando se trate de embarcação para a pesca de arrasto; e
poderão possuir meios de refrigeração que permitam a conservação do gelo e do pescado a
bordo, bem como sistemas de congelação do pescado a bordo, em câmaras de congelação, desde
que separadas da refrigeração (Capina, 2016).

pesca industrial aquela em que as embarcações têm comprimento igual ou superior a 20m;
autonomia superior a 15 dias; podem operar sem qualquer limitação de afastamento em relação a
linha de costa, sendo-lhes interdito pescar dentro das três milhas, salvo quando expressamente
disposto no articulado relativo a certas artes de pesca e pescarias; deverão ter potência propulsora
que assegure o reboque da arte de pesca mesmo quando carregada, não podendo exceder 1500 cv
ou 1110 Kw de potência propulsora quando se trate de embarcação para a pesca de arrasto; ter
instalação de processamento e meios adequados de conservação de pescado, com congelação
separada da armazenagem frigorífica ou da refrigeração, bem como a destinada à conservação de
alimentos para a tripulação (Capina, 2016).
Principais espécies aquáticas pescadas na região norte

Nampula
Nampula é a província costeira mais oriental do país, pois possui na ponta Janga o ponto mais
deslocado em longitude Este. A sua superfície é de 81.606 km2 que representam cerca de 10,2%
do total nacional. A capital provincial é a cidade de Nampula, situado no planalto do mesmo
nome entre montes residuais. Tem a forma triangular sendo o limite Norte, Cabo Delgado e
Niassa e a Sul a província da Zambézia. A Este o limite é realizado pelo oceano Índico
(Muchangos, 1999).

Provincia Local Tipo de Aquacultura Especies cultivaveis


Nampula Memba (P. Adm. Tanques em terra e Peixes: Mugilidae
Lúrio algas (Mugilcephalus),
e Gueba) (Serissa marinhas Serranidae
e Niaca) Mossuril (Matibane) (Epinephelusspp) e
Baixo-Pinda (Lunga-Sede e Lutjanidae
Tanques em terra Quissirua) (Lutjanusspp),
Gaiolas Muangome e praia Sparidae
Algas marinhas de Chocasmar (Rhabdosargusspp);
Nacala-A-Velha Gaiolas Camarão: Penaeidae
(Racine) Gaiolas e Bivalves (Penaeusindicus, P.
algas marinhas Algas marinhas monodon,
Nacala-Porto Angoche (Aube) Penaeusspp);
(Mahelene) Bivalves Algas marinhas:
Ilha de Moçambique Euchema
(Nhamaponda (E. cottonii e E.
spinosum),
Kappaphiccusalvarezii.
Fonte: (Ministros, 2020)

Cabo Delgado
Cabo Delgado é a província mais setentrional do país. Tem uma superfície calculada em 82.625
km2, que representam cerca de 10,3% da superfície total do país. A sua capital é a cidade
portuária de Pemba. Os seus limites são: ao Norte a fronteira estatal separando-a da Tanzânia; a
Oeste a província de Niassa; a Sul a província de Nampula e a Este o Oceano Índico
(Muchangos, 1999).

Provincia Local Tipos de Acuacultura Especies Cultivadas


Cabo delgado Palma (Palma- Gaiolas e algas Peixes: Mugilidae
Sede e Quionga) marinhas (Mugilcephalus),
(Quirinde); Algas marinhas; Serranidae
Mocimboa da Praia Tanques em terra e (Epinephelusspp) e
(Ulo) algas Lutjanidae
(Luchete) marinhas Tanques em (Lutjanusspp),
(Malinde) Terra Sparidae
Macomia (Nsano) Algas marinhas; (Rhabdosargusspp);
Quissanga Algas marinhas Camarão: Penaeidae
IBO Tanques em terra (Penaeusindicus, P.
Pemba-metuge Algas marinhas e monodon,
Mecufi bivalves Penaeusspp);
Tanques em terra Algas marinhas:
Tanques em terra e Euchema
algas (E. cottonii e E.
marinhas spinosum),
Kappaphiccusalvarezii.

Fonte: (Ministros, 2020)

Niassa
Niassa, é em termos de superfície, a maior província moçambicana. A sua superfície de 129.056
km2 que inclui a parte nacional do Lago Niassa, representa cerca de 16,3% da superfície do país.
A capital é a cidade de Lichinga que se situa no planalto do mesmo nome, na parte ocidental da
província. A fronteira estatal limita a província ao Norte, da Tanzânia e a Oeste do Malawi; a
Este confina com Cabo Delgado e a sul, com a Província de Nampula (Muchangos, 1999).
Pesca e aquacultura com destaque para a captura e produção do tchambo (tilápia), ussipa,
utaka, ntchila, peixe-barba (namba), entre outros. As duas grandes massas de água continentais
proporcionam igualmente recursos pesqueiros importantes, de cujas famílias se encontram
igualmente exemplares noutras massas de água de menor importância, rios e planícies de cheia:

O Lago Niassa, com uma superfície total de 30.800 km2, dos quais 6.400 km2 na parte
moçambicana com um potencial estimado de cerca de 7-8.000 tons de pescado. Os três grandes
grupos de espécies comercialmente importantes ocorrem principalmente em três famílias:
Cilchlidae (tilápias, utaca, mbuna), Bagridae (bagres, kampango) e Clariidae (clárias) (Ministros,
2020).

As únicas áreas continentais onde se realizam actividades de pesca que podem ser equiparadas a
pesca semiindustrial são o Lago Niassa, onde se faz a pesca de peixes ornamentais destinados a
exportação por via aérea, onde existe a pescaria de kapenta que proporciona o maior volume de
captura do país no que respeita a uma única espécie alvo – cerca de 10.000 tom de pescado
comercializado quer no país quer nos países vizinhos (Muchangos, 1999).
Conclusão
Percebe-se que a pesca em Mocambique é bastante importante, pois o nosso pais tem uma grande
costa. O que faz com que, muita gente, procure, não so no ar, mas também em outros mananciais
que existem ao longo do pais, para a sua subsistência. Na zona centro, particularmente, existem
varias espécies aquáticas que os pescadores retiram do mar e dos rios para o consumo directo
assim como para a comercialização.
Bibliografia
Capina, N. (2016). Caractrizacao do sector de pescas em Mocambique. Maputo.

Ministros, C. d. (2020). Estratégia Para o Desenvolvimento da Aquacultura 2020-2030. Maputo:


Imprensa Nacional.

Muchangos, A. D. (1999). Mocambique: paisagens e regioes Naturais. Maputo: Tipografia


Globo, Lda.

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