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FAVENI

FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA DA RELIGIÃO



JOÃO BATISTA DOS SANTOS ARAÚJO

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA DA RELIGIÃO


JOÃO BATISTA DOS SANTOS ARAÚJO

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA DA RELIGIÃO























Petrópolis (RJ)

2022
​INTRODUÇÃO À FILOSOFIA DA RELIGIÃO

Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-


graduação em Filosofia da Religião
apresentado a Faculdade venda Nova do
Imigrante como requisito parcial para
obtenção do grau de pós-graduação.
​JOÃO BATISTA DOS SANTOS ARAÚJO

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA DA RELIGIÃO

Trabalho de Conclusão de curso de Pós-graduação em filosofia da religião


apresentado a Faculdade venda Nova do Imigrante como requisito parcial para
obtenção do grau de pós-graduação

Banca Examinadora

Orientador:

Co-Orientador:

Membro:
Dedico essa obra primeiramente a Deus,
sem o qual não seria possível a realização
da mesma, a minha família, meu filho, a
Deus toda honra e glória para sempre.
AUTOR JOÃO BATISTA DOS SANTOS ARAÚJO

Declaro que sou autor deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também
que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido
copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma
fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao
longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações
empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis,
penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure
o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, §
4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
​RESUMO

O Homem sempre se questionou sobre temas como a origem e o fim do


universo, as causas, a natureza e a relação entre as coisas e fatos. Essa busca
levou o homem a buscar suas origens. O homem se mostrou muito curioso
sobre quem somos nós, de onde viemos e para onde vamos, quem criou o
universo, a natureza, os animais e os seres humanos. O pensamento filosófico
surgiu com essa missão, dar ao homem essa resposta. A filosofia surgiu na
Grécia antiga através dos primeiros pensadores gregos. Homens como Tales
de Mileto, Sócrates, Platão e outros. O termo filosofia deriva do grego
(PHILOS) amantes e (SOPHIA) conhecimento, saber. A filosofia é uma ciência
de conceito ético moral, mas também racional e lógica, porque busca
responder esses questionamentos de forma racional e lógica. A filosofia propõe
a responder às questões dos valores ético moral, (o modus vivendi) da
sociedade, a explicação lógica e racional da criação, da natureza e do homem,
dentro de um contexto lógico baseado no conhecimento que vêm através da
filosofia. Além disso, a filosofia funciona como uma balança, que define entre o
que é moral e ético e o modo de como as coisas devem ser no mundo, tanto na
vida humana, como na ciência. Esse é o legado dos grandes pensadores grego
da antiguidade, que até hoje norteia nosso modo de vida e pensamento de
forma geral. Nesse trabalho de conclusão de curso, temos um objetivo em
comum, fazer uma pequena abordagem da origem da filosofia, definir o
conceito e seus principais pensadores e fundadores, bem como suas ideias e
conceitos de forma bem resumida.

Palavras chaves: Filosofia, Grécia. Mitos, Mitologia.

SUMMARY
Man has always wondered about topics such as the origin and end of the universe,
causes, nature and the relationship between things and facts. This search led man to
seek his origins. Man was very curious about who we are, where we came from and
where we are going, who created the universe, nature, animals and human beings.
Philosophical thought arose with this mission, to give man this answer. Philosophy
emerged in ancient Greece through the first Greek thinkers. Men like Thales of
Miletus, Socrates, Plato and others. The term philosophy derives from the Greek
(PHILOS) lovers and (SOPHIA) knowledge, knowing. Philosophy is a science of
moral ethical concept, but also rational and logical, because it seeks to answer these
questions in a rational and logical way. Philosophy proposes to answer the questions
of ethical moral values, (the modus vivendi) of society, the logical and rational
explanation of creation, nature and man, within a logical context based on the
knowledge that comes through philosophy. Furthermore, philosophy works as a
balance, which defines what is moral and ethical and the way things should be in the
world, both in human life and in science. This is the legacy of the great Greek
thinkers of antiquity, which to this day guides our way of life and thinking in general.
In this course conclusion work, we have a common objective, to make a small
approach to the origin of philosophy, define the concept and its main thinkers and
founders, as well as their ideas and concepts in a very summarized way.

Keywords: Philosophy, Greece. Myths, Mythology

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..........................................................................8
METODOLOGIA CIENTÍFICA DO CONHECIMENTO FILOSÓFICO .............…….10
1 FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICA ...................................................................……..13
2 FILOSOFIA CLÁSSICA ………………………..................................................…..15
3 FILOSOFIA PÓS-SOCRÁTICA ...................................................................……..17
4 FILOSOFIA MEDIEVAL ...............................................................................……..19
4.1 Deus não é a origem do mal – Santo Agostinho (354-430) ....................…...19
4.2 O Universo nem sempre existiu – São Tomás de Aquino (1225-1274) .…...20
4.2.1 A Filosofia dos padres apostólicos ......................................................……21
4.2.2 Os padres apologistas ...........................................................................……21
4.2.3 Filosofia Patrística ..................................................................................……21
4.2.4 Filosofia Escolástica ..............................................................................……22
4.2.5 Os argumentos filosóficos de São Tomás de Aquino .........................…...22
5 FILOSOFIA MODERNA………………………………………………………………...26
5.1 Os principais Autores e Correntes da Filosofia Moderna ......................…...28
6 FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA .................................................................…….30
6.1 Características da Filosofia Contemporânea ..........................................…...31
7 OS GRANDES PENSADORES DA FILOSOFIA GREGA .............................……32
7.1 Tales de Mileto (623-546 a.C) ....................................................................……32
7.2 Anaximandro (610-547 a.C) ...................................................................………32
7.3 Anaximeres (588-524 a.C) .........................................................................……32
7.4 Pitágoras (570-490 a.C) .............................................................................……32
7.5 Heráclito de Éfeso (535-475 a.C) ..............................................................……33
7.6 Parmênides (510-470 a. C) ........................................................................……33
7.7 Zenão de Eléia ............................................................................................…...33
7.8 Empédocles (490-430 a.C) .........................................................................…...33
7.9 Demócrito (430-370 a.C) ............................................................................……33
7.10 Protagora (480-410 a.C) ...........................................................................…...34
7.11 Górgio (487-380 a.C) ................................................................................…...34
7.12 Sócrates (469-399 a.C) ............................................................................……34
7.13 Platão (427-347 a.C) .................................................................................…...34
7.14 Aristóteles (384-322 a.C) .........................................................................…...35
7.15 Epícuro (324-271 a.C) ..............................................................................…...35
7.16 Zenão de Cítio (336-263 a.C) ...................................................................…...36
7.17 Pirro (365-275 a.C) ...................................................................................……36
7.18 Diógenes (413-327 a.C) ............................................................................…...37
CONCLUSÃO ....................................................................................................…...39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………………….40
INTRODUÇÃO

A palavra filosofia vem da palavra grega PHILOS que significa amantes


e SOPHIA, conhecimento, sabedoria. A filosofia é uma ciência de conceitos
ético e moral, mas também racional e lógica. A filosofia nasceu na Grécia
antiga conforme ensinam os especialistas e estudiosos do assunto. O homem
sempre teve a curiosidade de saber suas origens, de onde veio, para onde vai
e o porquê está aqui. Quem criou o universo, os seres humanos, foram
questões que vinham sendo debatidas ao longo da história da humanidade. A
mitologia grega tentava de alguma forma dar essa resposta com os mitos da
criação dos deuses gregos a TEOGONIA e o mito da criação do Universo, a
COSMOGONIA. Com o tempo esses mitos já não satisfaziam a fome dos
pensadores gregos na busca pela origem das coisas, do conhecimento e de
uma resposta mais lógica e racional.
A primeira filosofia era a filosofia mística, baseada nos mitos (mitologia
grega) tendo como precursor Tales de Mileto. Depois surgiram os filósofos pré-
socráticos e através de Sócrates, nascia a filosofia racional, com seus
conceitos mais bem definidos, lógicos, através de teorias como a antropológica
e empirismos que deram embasamento e argumentos para responder alguns
questionamentos referente à origem, criação e natureza. Nesse TCC vamos
abordar de forma bem sucinta os primeiros filósofos pré –Socráticos, as
escolas pré-Socráticas, os primeiros pensadores e o nascimento da filosofia
ocidental.
Algumas das perguntas feitas pela Filosofia
são: 01: O que é real?
02: O que é a verdade?
03: O que é conhecimento?
04: O que é bondade?
05: O que é justiça?
06: Quem criou o universo?
07: Quem criou o homem?
08: Deus existe?
09: O que é ética?
10: O que é moral?

Essas são as dúvidas e perguntas que sempre nortearam a mente


humana através dos séculos, então o homem foi em busca dessas respostas.
Por causa disso foi que surgiu a filosofia grega, que é a precursora, a qual
buscou através de seus pensadores, os filósofos gregos, uma resposta a essa
indagação. Fica evidente que a filosofia não tem e nunca terá a resposta
concreta e real para responder todos os questionamentos humanos a respeito
do universo, criação, natureza e o homem, mas com certeza, trouxe luz e
resposta a vários questionamentos humanos. A filosofia é uma ciência em
constante evolução e já através dos séculos conseguiu descortinar muitas das
nossas dúvidas.

Michelangelo - A Criação de Adão (estreita ligação entre os homens e os


deuses
https://www.todamateria.com.br/origem-filosofia/ site visitado em 11/01/2021
​METODOLOGIA CIENTÍFICA DO CONHECIMENTO FILOSÓFICO

Todo curso superior precisa de uma metodologia para se chegar a um


consenso geral do assunto. É preciso acima de qualquer coisa estudar e
dominar a metodologia científica, que é, matéria primordial para os alunos de
cursos superiores. Nessa breve introdução à metodologia do conhecimento
filosófico pretendemos, apresentar a metodologia da filosofia. Primeiro vamos
definir o que é a metodologia científica. Para Minayo Et Al (2006) entende-se
que metodologia é “o caminho do pensamento e a prática exercida na
abordagem da realidade.Trata –se de uma disciplina acadêmica com o objetivo
de nortear as técnicas e métodos científicos para abordar o objeto de
pesquisa”.
Para compreender a metodologia é preciso saber o que é ciência.
Etimologicamente a palavra ciência vem do latim, SCIENTIA, que quer dizer
por definição ampla, conhecimento ou reconhecimento. É muito importante ter
uma certa noção da metodologia da pesquisa científica, por se tratar de uma
disciplina de extrema necessidade para os alunos de cursos superiores e os
recém formados devem e precisam dominar esse assunto. Afinal essa matéria
faz parte de qualquer curso de nível superior, seja ciências humanas, exatas ou
outras. Os formados não terão sucesso quando precisar fazer algum trabalho
de cunho científico, como por exemplo de uma tese de mestrado ou doutorado.
Para isso os especialistas nesse assunto escreveram diversas obras que
servem como base para nossa pesquisa. Em outras palavras, a realidade de
conhecimento é tão complexa que o homem, para apropriar –se dela teve que
aceitar diferentes formas e níveis de conhecimento, sempre visando um bem
comum: alcançar o conhecimento geral e a visão correta do universo, sua
criação, o homem, a natureza e os valores e conceitos, de como o homem
deve viver diante desse conhecimento.
Vamos apenas nos ater ao conhecimento filosófico, do que se trata esse
trabalho de conclusão de pós-graduação em filosofia da religião.
O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida
consiste em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação: as
hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência, portanto este conhecimento
filosófico é não verificável, já que os enunciados das hipóteses filosóficas, ao
contrário do que ocorre no campo da ciência, não podem ser confirmados nem
refutadas (LAKATOS; MARCONI,2004). É fruto do raciocínio e da reflexão
humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos
subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo ultrapassando
os limites formais da ciência (BELLO,2004).
O conhecimento filosófico possui a dúvida como ponto de partida. É um
método que se utiliza no conhecimento filosófico, como faziam os primeiros
grandes pensadores da Grécia antiga, que segundo os especialistas e
pesquisadores é o berço da filosofia.

A filosofia surgiu da necessidade humana do homem


conhecer suas origens, o universo, a criação. Os mitos da
mitologia grega já não satisfaziam a curiosidade e a fome
de conhecimento dos primeiros pensadores. A ciência
nasceu com os mesmos objetivos que a filosofia e
caminham juntas, com a nobre missão de trazer
conhecimento e informações. O fator determinante para
essa união, ocorre justamente na empiria (EXPERIÊNCIA).
A experiência é o fundamento da base da ciência e a forma
da comprovação e validação de uma teoria da ciência.
Através da (EMPIRIA), da experimentação, os cientistas
encontram na verdade a base para seu objeto de estudos e
pesquisas. Para o conhecimento filosófico, a experiência é
parte do processo do conhecimento, que pode ou não estar
presente, não há a necessidade da validação empírica do
conhecimento. Isso faz com que a filosofia possa se
dedicar os temas que não são passíveis de comprovação
empírica como a metafísica. Quando a empiria é possível,
filosofia e ciência caminham juntas. O conhecimento
filosófico, não a mitologia. A mitologia surgiu da
necessidade e da curiosidade humana, afinal o homem
sempre procurou saber a fonte de suas origens. A mitologia
grega a princípio tinha essa ideia de dar ao homem essa
resposta. Os primeiros filósofos eram chamados de
filósofos míticos porque usavam a mitologia para embasar
seus argumentos a respeito da origem do homem, da
criação etc. Mas com o tempo a mitologia já não satisfazia
a fome e o desejo por respostas mais lógicas e racionais.
Então sai a filosofia mística e entra a filosofia racional de
Sócrates, Platão e Aristóteles. (MATTAR ,João
.Metodologia da pesquisa Científica na Era da informática
.4 ed.São Paulo ,( 2008)
O conhecimento filosófico é racional,lógico e sistemático,pois suas
hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade
estudada,numa tentativa de prendê-la em totalidade. É também infalível e exato,
já que quer a busca da realidade capaz de abranger todas as outras, quer na
definição do instrumento capaz de apreender a realidade, seus postulados,
assim como suas hipóteses, não submetidos ao decisivo teste da observação
(experimental) (LAKATOS; MARCONI,2004).
O conhecimento filosófico é o saber baseado nas dúvidas e
questionamentos sobre a realidade.

Tem como fonte primária descobrir, de forma lógica e


racional, as respostas e os anseios humanos,por respostas
sobres questões da vida,da ética,dos valores morais, que
deve nortear a sociedade, a política e o modo correto de se
viver em sociedade. Também com esse propósito e objetivo
nasceu a filosofia através dos primeiros pensadores gregos
na Grécia antiga.A filosofia é uma ciência como qualquer
outra ciência, pois também é uma exata em certo sentido,
por se tratar de buscar métodos e instrumentos legais,
lógicos e racionais para embasar suas definições e
argumentos em fontes secundárias e na experimentação
(EMPÍRICA) . O conhecimento filosófico pode ser também
uma ciência de conceitos, pois também se ocupa de ensinar
a humanidade o modo correto de se viver (MODUS
VIVENDIS). Os objetivos de análise da filosofia são ideias,
relações conceituais, exigências lógicas não redutíveis à
realidade material e, por essa razão, não passíveis de
observação sensorial direta ou indireta, como é exigido pelo
conhecimento científico. A filosofia continua sendo
essencial para o fortalecimento da ciência, seja ela exata,
humana etc. (Instituto pedagógico de Minas gerais
http://www.ipemig.com.br)
​1. FILOSOFIA PRÉ- SOCRÁTICA

Os Pré-socráticos são os primeiros filósofos da filosofia grega, que são


anteriores ao grande filósofo e pensador Sócrates, que viveu na Grécia antiga
por volta de volta do século VI a.C e que é considerado um dos criadores da
filosofia ocidental.
Essa fase da filosofia grega corresponde à época da
formação da civilização helênica, caracteriza-se se pela
preocupação com a natureza e o universo (COSMO). Ela
inaugura uma nova era de mentalidade com base na
razão, na racionalidade e na lógica. Essa filosofia deixou
de lado a filosofia mística que tinha como base os mitos da
mitologia grega, que no início eram a base dos primeiros
pensamentos dos filósofos gregos, também conhecida
como filosofia mítica. Os filósofos pré-socráticos fazem
parte dos primeiros grandes pensadores da filosofia grega
antiga. Eles criaram suas teorias dos séculos VII ao V a.C.
e receberam esse nome de filósofos pré- socráticos, pois
antecederam a Sócrates. Esses pensadores buscavam
nos elementos da natureza as respostas sobre a origem
do ser e do mundo focando principalmente nos aspectos
da natureza, através da observação e estudos teóricos.
Eram chamados de filósofos da physis ou filósofos da
natureza, porque buscavam a resposta para todas as
coisas na natureza de modo geral. (Maciel, Willians -
UFPR-2013)

Os primeiros filósofos pré-socráticos foram essenciais para o


desenvolvimento do conhecimento filosófico.

Foram os responsáveis pela transição da consciência


mítica para a consciência filosófica e assim buscaram dar
um sentido melhor mais amplo, mais racional e lógico para
explicar a origem das coisas. Antes a filosofia era mítica,
porque se baseava nos mitos (MITOLOGIA GREGA) para
explicar suas ideias e conceitos. Depois os pré- socráticos
criaram uma nova era para a filosofia, agora usando o
raciocínio, a razão e lógica, bem como os elementos da
natureza para explicar melhor a origem das coisas.
(GEISLER, Norman. L, Weinberg, Paul D. Introdução à
Filosofia Editora: Vida Nova; 3ª, Revisada edição (27
janeiro 2017)

A mitologia grega explicava o universo através da cosmogonia (COSMO,


UNIVERSO, E GONOS, GÊNESE, NASCIMENTO). A cosmogonia dá sentido a
tudo o que existe através da ideia de nascimento a partir da relação sexual entre
os deuses.

Acreditavam que os deuses gregos mantinham relação


sexual entre si e davam origem às coisas. O filósofos pré-
socráticos abandonaram essa ideia e conceito e
construíram a cosmologia,explicação do universo baseado
no ( LÓGOS) argumentação, lógica, razão .Os deuses
gregos da mitologia grega ,deram lugar à natureza (
PHYSIS), argumento que atribui a natureza a origem das
coisas .A filosofia nascida com esses primeiros filósofos, os
pré-socráticos, deu origem a vasta produção de
conhecimento, novas ideias ,conceitos ,levando a uma
filosofia lógica, racional, usando a razão e também os
elementos da ( PHYSIS) e a natureza como fonte de
explicação das coisas.Toda essa construção serviu como
base para o desenvolvimento da cultura ocidental. Os
filósofos pré-socráticos sem dúvida contribuíram muito para
a produção do conhecimento filosófico. Assim inauguram
uma nova era de conhecimento, na qual a humanidade e a
sociedade moderna globalizada deve muito a esses
pensadores.( In O livro da Filosofia /Tradução Douglas Kim
–São Paulo ;Globo ,2011)
https://www.educabras.com/enem/materia/filosofia/aulas/filosofia_presocratica site
visitado em 11/01/2021
​2 - FILOSOFIA CLÁSSICA

De 470 a 320 A.C a filosofia da Grécia Antiga teve nos sofistas e em


Sócrates seus principais expoentes. Se distinguiram pela preocupação
metafísica, ou procura do ser, e pelo interesse político em criar a cidade da
harmonia e justa que tornasse possível a formação do homem e da vida de
acordo com a sabedoria. Esse período corresponde ao apogeu da democracia
e é marcado pela hegemonia política de Atenas, capital da Grécia Antiga, onde
temos a origem das cidades-estado e a democracia.
Os sofistas, filósofos contemporâneos de Sócrates, como Protágoras de
Abdera (548 a.C-410 a.C.) e Górgias de Leontinos (485 a.C. – 380 a.C.),
acumulavam conhecimento enciclopédico e eram educadores pagos pelos
alunos. Pretendem substituir a educação tradicional, destinada a formar
guerreiros e atletas, por uma pedagogia, preocupada em formar o cidadão da
nova democracia ateniense. Com eles surgem a arte da retórica, falar bem e de
maneira convincente a respeito de qualquer assunto, e que alcança um grande
desenvolvimento, conhecido somente pelo testemunho de Platão, já que não
existe documento de Sócrates (470 a.C. -399 a.C.).

A retórica desloca a reflexão filosófica da natureza para o


homem e define, pela primeira vez, o universal como objeto
da ciência. Dedica-se à procura metódica da verdade
identificada com o bem moral. Seu método se divide em
duas partes: Ironia e Maiêutica. Pela ironia, EIRONEIA, do
grego perguntar, ele força seu interlocutor a reconhecer
que ignora o que pensa saber. Já com a maiêutica,
Sócrates tenta extrair do interlocutor a verdade contida em
sua consciência. Discípulo de Sócrates, Platão (427 a.C.
347 a.C.) afirma que as ideias são o próprio objeto do
conhecimento intelectual, a realidade metafísica. Para
melhor expor sua ideia ou teoria se utiliza de uma alegoria,
o mito da caverna na qual a caverna simboliza o mundo
sensível, a prisão, os juízos de valor, onde só se percebem
as sombras das coisas. O exterior é o mundo das ideias,
do conhecimento racional ou científico, feito de corpo e
alma, o homem pertence a esse mundo e simultaneamente
a dois mundos. (GEISLER, Norman. L, Weinberg, Paul D.
Introdução à Filosofia Editora: Vida Nova; 3ª, Revisada
edição (27 janeiro de 2017)
A tarefa da Filosofia seria a de libertar o homem das aparências, para o mundo
físico, real, das essências.

Platão foi o primeiro a teorizar o Idealismo. Seguidor de


Platão, Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) aperfeiçoa e
sistematiza as descobertas de Platão e Sócrates e
desenvolve a lógica dedutiva clássica, formal, que postula
o encadeamento das proposições e das ligações dos
conceitos mais gerais para os menos gerais. A lógica,
segundo ele, é um instrumento para atingir conhecimento
científico, ou seja, aquilo que é método e sistemático. Ao
contrário de Platão, Aristóteles afirma que a ideia não
possui uma existência separada, ela só existe no ser real e
concreto. Temos aqui um conceito e ideias da filosofia
clássica.

(Enciclopédia Estudos De Teologia Editoria Semeie 3


Edições 2010)

https://www.ex-isto.com/2018/05 /filosofia-classica.html site visitado em


13/01/2021
;
​3- FILOSOFIA PÓS-SOCRÁTICA

A filosofia pós-socrática de (320 a.C.) até o início da era cristã era uma
corrente filosófica do ceticismo, epicurismo e estoicismo, que traduzia
decadência política e militar da Grécia antiga.

Primeira grande corrente filosófica após o aristotelismo, o


ceticismo, que tem em Pirro (365 a.C. a 275 a.C.) seu
principal representante, afirma que as limitações do espírito
humano nada permite conhecer seguramente, assim ele
concluiu pela suspensão do julgamento e a permanência
da dúvida. Ao recusar toda afirmação dogmática, prega
que o ideal do sábio é o total despojamento, o equilíbrio da
alma, que não pode perturbar. Os cínicos, como o filósofo
Diógenes (413 a.C.-323 a.C.) e Antístenes (444 a.C.-365
a.C) desprezavam as convenções sociais para levar uma
vida natural primitiva, afirmava que só a virtudes podem
libertar o homem do desejo de possuir bens materiais,
podem purificá-los. Já o filósofo Epicuro (341 a.C.-270
a.C.) e seus discípulos, os epicuristas, viam no prazer
obtido pela prática da virtude, o bem. O prazer consiste no
não-sofrimento do corpo humano em si e na não-
perturbação da alma. (GEISLER, Norman. L, Weinberg,
Paul D. Introdução à Filosofia Editora: Vida Nova; 3ª,
Revisada)

Os Estóicos, como Sêneca (4 a.C.-65 a.C.) e Marcos Aurélio (121-180),


que se opõem aos epicuristas, pregam que o homem deve permanecer
indiferente às circunstâncias exteriores, como dor, prazer e emoções. Procuram
submeter sua conduta à razão, mesmo que isso traga a dor e o sofrimento e
não o prazer. No século III da era cristã, Plotino (205- 270) pensou o
platonismo na perspectiva histórica do império Romano. As doutrinas
neoplatônicas possuem grande influência sobre os pensadores da filosofia
cristã.
https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Filosofia/noticia/2016/08/socrates-ensina-
como-nao- ligar-para-opiniao-dos-outros.html site visitado em 13/01/2021
4 FILOSOFIA MEDIEVAL

Nesse capitulo vamos estudar e abordar de forma resumida a filosofia. A


filosofia medieval surgiu no período da era medieval, quando já despontava a
filosofia moderna

​4.1 Deus não é a origem do mal - Santo Agostinho (354 – 430)

Nesse período a Igreja Católica Apostólica enfrentava várias correntes


filosóficas que confrontavam os dogmas da Igreja. Foi o tempo em que se
levantam dois dos maiores defensores e filósofos da filosofia medieval: Santo
Agostinho Bispo e São Tomas de Aquino. Aurélio Agostinho nasceu em 354 em
Tagaste, pequena cidade ao norte da África, de mãe cristã e pai pagão. Foi
educado para ser um orador e depois lecionou retórica em sua cidade natal e
também em Cartago, Roma e Milão, onde ocupou uma posição de prestígio.
Por um período Santo Agostinho foi seguidor do maniqueísmo da religião que
considerava o bem e o mal como forças duplas do universo, mas por influência
de Santo Ambrósio, bispo de Milão, foi atraído pelo cristianismo. Em 386 ele
sofreu uma crise espiritual e se converteu ao cristianismo, abandonou a
carreira e dedicou-se a escrever obras cristãs, muitas delas de natureza
filosófica. Em 395 tornou-se bispo de Hipona, no norte da África, e manteve o
seu posto até o fim de sua vida. Morreu aos 75 anos de idade, quando a cidade
foi sitiada e saqueada por vândalos.
Santo Agostinho ao retomar as ideias de Platão, identificava o mundo
das ideias, com o mundo das ideias divinas. Através da iluminação, o homem
recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. Essa corrente da
filosofia e seu desenvolvimento é conhecido como patrística, por ter sido
elaborada por padres da Igreja Católica Apostólica Romana. Nos séculos V e
Xlll predominam as escolásticas, ou seja, o conjunto das doutrinas oficiais da
Igreja fortemente influenciadas pelo pensamento Platônico e Aristotélico. Os
representantes das escolásticas estão preocupados em conciliar a razão com a
fé cristã e desenvolver a discussão, a argumentação e o pensamento
discursivo de uma das principais correntes do pensamento filosófico: o
tomismo, doutrina escolástica do grande teólogo e filosófico São Tomás de Aquino
(1225-12274).

​4.2 O universo nem sempre existiu - São Tomás de Aquino (1225-1274)

Santo Tomás de Aquino nasceu em 1225, em Roccasecca na Itália,


estudou na universidade de Nápoles e ingressou na ordem Dominicana, uma
ordem de frades altamente intelectual, contra a vontade de sua família. Como
noviço estudou em Paris e depois em Colônia, com o teólogo aristotélico
alemão Alberto Magno. Retornando a Paris tornou-se um mestre em teologia,
lecionando por dez anos antes de viajar para a Itália. De maneira incomum
recebeu um novo chamado para um segundo período como mestre em Paris
em 1273. Sofreu algo que podia ser tanto um derrame quanto um tipo de visão
mística. Depois disso afirmou que tudo que fizera era simples ninharia e nunca
mais escreveu. Morreu em 1323 e foi declarado santo da Igreja.
A figura central do pensamento de São Tomás de Aquino é a filosofia do
grande pensador Aristóteles, cujas obras fascinaram os pensadores medievais.
A filosofia medieval foi desenvolvida na Europa no período da idade média no
século (V-XXV), um período de expansão e consolidação do Cristianismo na
Europa ocidental. A filosofia medieval tentou conciliar a religião com a filosofia,
ou seja, a consciência cristã com a razão filosófica e científica. Isso pode até
parecer um paradoxo, mas naquele momento era plausível isso acontecer. As
principais características da filosofia medieval são:
1. Inspiração na filosofia clássica (Grego –Romana);
2.União da fé cristã e da razão;
3.Utilização dos conceitos da filosofia grega ao cristianismo;
4.Busca da verdade divina.
Como a filosofia medieval abrange um longo período de tempo, faz-se
necessário uma divisão proposta pelos estudiosos do assunto.
1.Filosofia dos padres apostólico;
2.Filosofia dos padres apologista;
3.Patrística;
4.Escolástica
​ 4.2.1 A filosofia dos padres apostólicos

Nos séculos l e ll estava relacionada com o início do fundamento do


cristianismo, portanto os filósofos desse período estavam preocupados em
explicar os ensinamentos de Jesus cristo, durante um período pagão. Ela
recebe esse nome simplesmente porque sua base era os ensinos dos
apóstolos de Jesus Cristo. A figura central desse período com certeza foi o
apóstolo Paulo.

​4.2.2 Os padres apologistas

Os padres apologistas se utilizavam dos mesmos argumentos, figuras de


linguagem e dialogavam e defendiam suas idéias e pensamentos como os
helenistas. Assim defendiam o cristianismo como uma filosofia propriamente
natural que seria muito superior ao pensamento e ideias Greco-Romanas.
Dessa maneira eles aproximaram o pensamento grego-romano aos conceitos e
ao pensamento cristão que estavam sendo disseminados pelo império romano.
Se destacavam os apologistas cristãos Justino Mártir, Orígines de Alexandria e
Tertuliano.

​4.2.3 Filosofia patrística

A filosofia chamada patrística foi desenvolvida a partir do século lV e


ficou até o final do século Vlll. Ela recebe esse nome porque foi fundada e
desenvolvida e escrita pelos padres da Igreja. A filosofia patrística tinha a
preocupação em adaptar os ensinamentos da filosofia grega antiga aos
princípios cristãos. Baseava-se nas obras de Platão e identificava a palavra de
Deus com o mundo das ideias platônicas. Partia do princípio de que o homem
seria capaz de entender a Deus através da iluminação e da revelação. Essa
era uma fase inicial de desenvolvimento da filosofia medieval, enquanto o
cristianismo está concentrado no Oriente e vai avançando e se expandindo
pela Europa. Além disso a maioria dos filósofos era de teólogos e o tema
central da filosofia medieval era a conciliação entre a fé e a razão. Os padres
da Igreja tinham a grande tarefa de explicar os conceitos como a imortalidade
da alma, a existência de um único Deus, os dogmas da santíssima trindade, a
partir da filosofia, tarefa que conseguiram fazer com muita maestria e
sabedoria, afinal eram homens de grande saber filosófico e dominavam muitas
outras ciências. Entre os padres se destacavam Santo Irineu de Lyon, Santo
Inácio de Antioquia, São João Crisóstomo, Santo Ambrósio de Milão. Mas vale
ressaltar que entre os maiores padres apologistas, se destaca Santo Agostinho
de Hipona.

​4.2.4 Filosofia Escolástica

A filosofia escolástica se baseava na filosofia de Aristóteles. Foi um


movimento filosófico da era medieval que se desenvolveu entre os séculos lX e
XVl. Ela surge com a finalidade de refletir sobre a existência de Deus, da alma
humana, da imortalidade. A escolástica desejava justificar a fé a partir da
razão. Era tarefa relacionar a fé com a razão e achar um ponto de equilíbrio
entre ambas.O escolástico defendia que era possível conhecer a Deus através
do conhecimento empírico, da lógica e da razão. Grandes filósofos da
escolástica foram São Bernardo de Claraval, Pedro Aberlado, Guilherme de
Ockham e o beato João Duns Escoto. Nessa época temos a maior e mais
proeminente figura: São Tomás de Aquino e sua gigantesca e espetacular obra
suma teológica, onde ele estabelece os cincos pilares e princípios para a
existência de Deus, na qual citaremos aqui para fechar essa abordagem sobre
a filosofia medieval. Não temos como narra de forma geral a filosofia medieval
por se tratar de um assunto muito extenso e vasto, como é todo o
conhecimento filosófico.

​4.2.5 Argumentos filosóficos de São Tomás de Aquino



Para ajudar os incrédulos e céticos a crer na existência do ser de Deus,
várias teorias e argumentos foram criados, entre elas as cincos vias de São Tomás
de Aquino. Cinco vias que provam a existência de Deus em Santo Tomás de
Aquino, constituí um trabalho magnífico, que visava defender a fé cristã na idade
média, pois a igreja se viu ameaçada pelo avanço da chamada era moderna. Nesse
período a ciência alcançou um patamar inimaginável e grande desenvolvimento.
Homens como Isaac Newton, Galileu Galilei e Copérnico, contribuíram muito para o
avanço da ciência. Além disso a filosofia se destacava com seus conceitos lógicos e
racionais, dando respostas satisfatórias a assuntos de grande relevância para o
progresso da educação e os valores éticos e políticos. Na idade média a Igreja
Católica Apostólica Romana reinava absoluta e era a dona da verdade. Mas viu se
reino ruir e a visão da fé cristã e as questões relacionadas às pessoas precisavam
ser defendidas por grande teólogos e filósofos da filosofia da religião, que se
levantaram em defesa da fé cristã, como Santo Agostinho, bispo de Hipona, São
Tomás de Aquino e Santo Anselmo.

Comumente se diz que Santo Agostinho cristianizou Platão, assim como


Aquino cristianizou Aristóteles. Como este, Aquino parte do sensível para chegar
ao inteligível, como processo de conhecimento. Assim, o filósofo cristão distingue
cinco vias para caracterizar o conhecimento e provar a existência de Deus.
Vejamos quais são:

1. Primeiro motor imóvel: esta primeira via supõe a


existência do movimento no universo. Porém, um ser não
move a si mesmo, só podendo, então, mover outro ou por
outro ser movido. Assim, se retroagirmos ao infinito, não
explicamos o movimento se não
encontrarmos um primeiro motor que move todos os outros;

2. Primeira causa eficiente: a segunda via diz respeito ao


efeito que este motor imóvel acarreta: a percepção da
ordenação das coisas em causas e efeitos permite averiguar
que não há efeito sem causa. Dessa forma, igualmente
retrocedendo ao infinito, não poderíamos senão chegar a
uma causa eficiente que dá início ao movimento das coisas
3. Ser Necessário e os seres possíveis: a terceira via
comparam os seres que podem ser e não ser. A possibilidade
destes seres implica que alguma vez este ser não foi e
passou a ser e ainda vem a não ser novamente. Mas do
nada, nada vem e, por isso, estes seres possíveis dependem
de um ser necessário para fundamentar suas existências;

4. Graus de Perfeição: a quarta via trata dos graus de


perfeição, em que comparações são constatadas a partir de
um máximo (ótimo) que na verdade contém o verdadeiro ser
(o mais ou menos só se diz em referência a um máximo);

5. Governo Supremo: a quinta via fala da questão da


ordem e finalidade que a suprema inteligência governa todas
as coisas (já que no mundo há ordem!), dispondo-as de
forma organizada racionalmente, o que evidencia a intenção
da existência de cada ser.Todas essas vias têm em comum o
princípio de causalidade, herdado de Aristóteles, além de
partirem do empírico, ou seja, de realidades concretas e de
um mundo hierarquicamente ordenados. Vale também notar
como Tomás de Aquino concebe o homem. Para ele, o
homem é um ser intermediário. É composto de corpo
(matéria) e alma (forma) sem as quais nada significa, isto é,
nada é isoladamente. Assim, o homem é um ser
intermediário entre os seres de forma mais elementar, como
os minerais, as plantas e os animais, e os seres mais
perfeitos como os anjos e Deus. O homem possui as
características dos anteriores a ele e também dos
precedentes na hierarquia do universo. Entretanto, o
conhecimento de Deus se faz por analogia, seguindo uma
vida de negação que afasta dele todo elemento criatural. Mas
somente isto redundaria num agnosticismo. E não se
conhece Deus imediatamente como numa contemplação
direta com a essência divina, mas somente através de um
saber analógico em que todos os nomes não predicados,
explícita ou implicitamente de modo negativo, lhe aplicam tal
sentido analógico, o que evidencia a distância infinita entre o
Criador e as criaturas e também justificam os enunciados que
de Deus fazemos (Deus é Bom, Infinitamente Sábio, etc.).
Essa doutrina da analogia que inclui semelhança e
comparação se opõe à da iluminação; está propõe um
contato imediato com Deus. O abandono da Iluminação
divina – experiência interna – pela analogia experiência
externa – acarretou suas consequências e dificuldades, a
saber: em primeiro lugar, as criaturas semelhantes a Deus
por serem causadas por Ele (causa equívoca) devem conter
seus efeitos. Desse modo, a causa contém em si os seus
efeitos; em segundo lugar, nada é univocamente predicável
de Deus e das criaturas, o que de acordo com o dito acima
(causa equívoca) seus efeitos também o são. A univocidade
se enquadra em categorias e é a relação para a
equivocidade, enquanto Deus não se encaixa em nenhuma
categoria. Ele é simplesmente; e em terceiro lugar, alguns
predicados não são enunciados do modo puramente
equívoco de Deus, já que para Aquino, uma equivocação
pura é um termo que, por simples causalidade, é empregado
para designar coisas diversas. O tautológico não se relaciona
com as coisas e se assim fosse, não teríamos dele
conhecimento algum; e por último, que os predicados
positivos são anunciados analogicamente de Deus e das
criaturas. Em nossas predicações, o ser compete primeiro às
criaturas e depois a Deus. E não o contrário, porque não há
relações entre estes. Designamos Deus a partir do que
deparamos nas criaturas de modo infinito (nas relações,
ocorre o inverso, já que o predicado é anterior à natureza de
qualquer substância). Portanto, Santo Tomás de Aquino
atribui a predicação de Deus e da criatura, somente por
analogia, evidenciando entre eles uma distância infinita da
qual nenhum conceito transpõe, já que Deus transcende
infinitamente a criatura. (CABRAL, João Francisco Pereira.
"Cinco vias que provam a existência de Deus em Santo
Tomás de Aquino"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/cinco-vias-que-
provam-existencia-deus-santo-tomas-.htm. Acesso em 19 de
janeiro de 2021)
https://www.todamateria.com.br/filosofia-medieval/
5 FILOSOFIA MODERNA

A filosofia moderna é a corrente filosófica que teve seu início no século


XV e chega até o século XVIII. Seu fim é marcado pelo início da idade
contemporânea. Muitos autores no entanto consideram o marco inicial da
filosofia moderna os pensamentos produzidos pelo filósofo René Descartes.O
fim é marcado pelo trabalho de Ludwig Wittgenstein no XX. Nesse modelo da
classificação o pensamento feito entre os XV e XX VII é chamado de Filosofia
renascentista. A Filosofia moderna surge juntamente com o final da idade
média e com a queda do sistema feudal. O fim do período medieval e a
diminuição do domínio da Igreja Católica Apostólica Romana, dá inicio há uma
nova era pelos cientistas, uma nova maneira de pensar e raciocinar, deixando
de lado as influências da Igreja Católica que praticamente dominava e ditava as
regras do conhecimento na idade média. A igreja não tolerava nenhum
pensamento ao contrário aos dogmas da Igreja, mas os cientistas da idade
média foram deixando aos poucos as influências religiosas que foram a marca
dominante do período medieval e passaram a buscar novas formas de saber e
pensar de modo mais lógico, se utilizando da razão e do raciocínio.
Durante o nascimento da filosofia moderna o mundo passava por
diversas transformações, que foram primordiais para o surgimento da filosofia
moderna, como o progresso da ciência para a humanidade, com as grandes
navegações; a reforma e contra reforma protestante; o Renascimento; a
formação dos primeiros estados nacionais modernos; consolidação dos
regimes absolutistas; o surgimento da burguesia; invenção da impressa e a
chegada aos novos continentes.
As novas descobertas na área da ciência como a física, astronomia,
medicina, engenharia e outras foram o fator determinante para a chegada do
progresso científico e o surgimento da chamada filosofia moderna. Deram
origem ao antropocentrismo, isto é, o homem no centro da produção cientifica e
na busca de resposta baseada na razão, na lógica, no raciocínio. A forma de
pensar, a maneira de se buscar as respostas por meio da razão, deram origem
ao humanismo e ao renascimento que contribuíram para a maior inserção do
indivíduo na sociedade. Após essa grande revolução o homem passa ser
encarado como um ser que pensa, racional, capaz de responder por suas
escolhas e questionamentos.
Algumas características marcaram a filosofia no período do século XV
ao XX com maior ou menor intensidade, dependendo do momento da escola
filosófica que está sendo analisada. Dentre as principais características vale a
pena destacar as seguintes escolas:

1 Antropocentrismo e humanismo - O homem como o


centro de todas as coisas as pesquisas e responsável por
suas próprias escolhas

2 Valorização de novas técnicas científicas e das


pesquisas para encontrar as soluções dos problemas
levantados.

3 Racionalismo - Corrente filosófica muito importante da


Modernidade. Tem como principal objetivo teorizar o modo
de conhecer dos seres humanos, não aceitando qualquer
elemento empírico como fonte do conhecimento
verdadeiro. O racionalismo tem como pai o filósofo Rene
Descartes, considerado um dos maiores pensadores da
filosofia moderna

4 Empirismos - O uso de experimentos para provar as


afirmações e encontrar soluções dos problemas em
questão.

5 Liberdade de pensamento a partir da menor influência


religiosa

6.O surgimento das escolas laicas de Filosofia

7. Negação da religião

(O livro da Filosofia /Tradução Douglas Kim –São Paulo


;Globo ,2011)
Esses fatores surgiram com o advento da ciência moderna, uma era de
novos começos e de novos caminhos através das pesquisas científicas. Os
principais problemas levantados pelos filósofos modernos, principalmente os
das primeiras gerações, estão ligados ao corpo e a mente humana, a
metafísica e a epistemologia. Os filósofos se dedicavam a pensar sobres as
questões políticas ligadas aos governantes absolutistas, aos governantes
liberais e aos anarquistas. Também durante a filosofia moderna é que são
levantadas questões ligadas às novas relações sociais e econômicas,
principalmente no período Pós-revolução industrial e ao papel da burguesia
dentro desse novo modelo de vida social.

​ 5.1 Os principais Autores e Correntes da Filosofia Moderna

Entre os principais filósofos iremos destacar os seguintes:

1 Nicolau Maquiavel (1469-1527) - Considerado o pai do pensamento político


moderno, Maquiavel desenvolveu sua filosofia no período renascentista. É
autor de “O Príncipe”, obra que aponta as diretrizes de como os reis devem
governar seus países.

2 Jean Bodin (1530-1596) - Filósofo Francês apresenta visões que


contribuíram para a evolução do pensamento positivo e político modernos. Faz
análise da teoria do direito divino dos reis em sua obra, composta por seis
livros denominada “A República”.

3 Francis Bacon (15564-1642) - Colaborou com a criação do método indutivo


da investigação cientifica que preza as observações e depois apresenta
induções para os fenômenos naturais.

4 Galileu Galileu (1564-1642) - Astrônomo, físico e matemático. Galileu é


considerado o pai da física e da chamada ciência moderna. Galileu deu uma
grande contribuição para a humanidade através de suas descobertas
científicas. Ele criou o método matemático experimental, que aplica a
matemática a fenômenos naturais e foi defensor das ideias heliocêntricas de
Copérnico. Galileu contrariava as crenças e os dogmas da Igreja Católica, que
acreditavam no geocentrismo, pois a Igreja defendia a terra como o centro de
todas as coisas.
5 René Descartes (1596-1650) - O filosofo René Descartes foi o criador do
pensamento cartesiano, defendia o método racional e lógico das coisas. O
pensamento cartesiano ou a filosofia de René Descartes é apresentado em sua
grande obra no método do discurso de 1637. Que influenciou os pensadores e
filósofos modernos.

6 Baruch Spinoza (1634-1677) - Filósofo Holandês que critica e combate todo


tipo de superstição, pois seriam criadas pela imaginação. Acreditava e defendia
a existência de um Deus transcendental que está ligado à natureza.

Além dos filósofos aqui citados, vale lembrar que temos outros filósofos que
também foram muito importantes para o advento da filosofia moderna. Entre
eles podemos citar Thomas Hobbbes, John Locke, David Hume, Montesquieu,
Voltaire, Diderot, Rousseau, Adam Smith, Immanuel Kant, Issac Newton e
Pascal.1

1
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/filosofia-moderna site visitado em
04/03/2021
6 FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA

A filosofia contemporânea teve seu início no século XIX e continua até


os dias atuais. Entres as principais características predominantes da filosofia
contemporânea está a sua forma de pensar racionalmente, sempre apelando
para a razão lógica das coisas. A filosofia contemporânea teve como marco
inicial a revolução francesa. A era que começa após a revolução industrial e o
desenvolvimento do capitalismo trouxe muitas mudanças sociais, políticas,
econômicas e filosóficas. Além da revolução francesa, outros movimentos
sociais nasceram sobre o fenômeno da revolução francesa e a revolução
industrial. Os movimentos feministas avançavam requerendo seu direito ao
voto, também o socialismo e as ciências naturais se desenvolviam em larga
escala. Nesse contexto temos ainda as transformações na sociedade
principalmente causada pelo êxodo rural e conflitos entre burguesias e
proletariado. O cenário caracterizado por muitas divergências produziu um solo
fértil para a criação de escolas filosóficas e para o surgimento de novas linhas
do interesse e abordagem. Entre essas linhas estava a filosofia
contemporânea.
A filosofia contemporânea só garantiu seu espaço nos séculos XIX e XX,
mas foi no século XVIII que ela foi tomando forma. Neste período surgia um
dos grandes conflitos políticos e sociais que causou um impacto profundo em
toda a Europa: a revolução francesa, uma revolta contra a burguesia e contra a
monarquia. Durante esse período o capitalismo estava sendo construído e
consolidado, gerando evidências de que esse modelo econômico produzia uma
desigualdade social intensa. Durante esse período foram criadas a energia
elétrica, o petróleo passou a ser a matéria-prima, o telefone foi inventado e o
automóvel se tornava um novo meio de transporte. Ao passo em que a
tecnologia e a ciência avançavam, criando novas oportunidades de trabalho, as
pessoas eram submetidas a longa jornadas de trabalhos e eram exploradas ou
substituídas por máquinas. Foi neste contexto que as escolas filosóficas
contemporâneas criaram suas concepções. Havia grande progresso no campo
da ciência e da tecnologia, porém a sociedade não acompanha esse grande
desenvolvimento. Então a filosofia contemporânea surge para consolidar o que
ficou conhecido como consciência de classe, termo que se refere à reflexão
sobre as lutas sociais. É valido lembrar que a filosofia contemporânea antecede
a filosofia moderna e que muitos autores acreditam que esta última foi
assimilada pela primeira.

​6.1 Características da Filosofia Contemporânea

A filosofia contemporânea também recebeu influências de correntes


importantes como a da indústria cultural e a escola de Frankfurt. Dos
elementos que caracterizam essa concepção filosófica, podem ser citados
positivismo, idealismo, racionalismo, pragmatismo, cientificismo, liberalismo,
niilismo, utilitarismo, fenomenologia, pluralismo e a subjetividade. Dessas, duas
grandes linhas de pensamento se estabeleceram: o marxismo, do filósofo
alemão Karl Marx, que pregava a igualdade das classes sociais, e o
existencialismo do filósofo francês Jean –Paul Sartre, que pregava a liberdade.
De certo modo a filosofia contemporânea pregava uma nova concepção da
racionalidade.
Podemos citar como principais filósofos contemporâneos Friedrich Hegel
(1770-1831); Arthur Schopenhauer (1788-1860); Auguste Comte (1798-1857).
Karl Marx (1818-1883); Friedrich Nietzsche (1844-1900); Martin Heidegger
(1889-1976); Jean Paul Sartre (1905-1980) e Theodor Adorno (1903-1969) 2

2
livro da Filosofia /Tradução Douglas Kim –São Paulo ;Globo ,2011
7 OS GRANDES PENSADORES DA FILOSOFIA GREGA

Iremos neste capítulo abordar de forma resumida os grandes


pensadores da filosofia grega antiga. Não seria justo de nossa parte não fazer
menção aos grandes filósofos da antiguidade.

​7. 1Tales de Mileto (623-546 a.c.)

Tales De Mileto foi um filósofo pré-socrático, considerado o pai da filosofia


grega. Ele propõe que a água é a substância primordial da vida, denominada
de (ARCHÉ). Para Tales De Mileto tudo é água, a água é o elemento que trás e
dá origem a vida, tudo é água.

​ 7.2 Anaximandro (610-547 a.c.)

Foi discípulo de Tales De Mileto. O filósofo procurou buscar o elemento


fundamental de todas as coisas, denominando de ÁPEIRON o infinito e o
indeterminado, que representa a massa geradora da vida e do universo.

​ 7.3 Anaximeres (588 -524 a.c.)

Ele foi discípulo de Anaximandro. Para o filósofo Anaxímeres, a


substância primordial que dá origem às coisas é o elemento do ar.

​ 7.4 Pitágoras (570 -490 a.c.)

Segundo o filósofo Pitágoras a origem de todas as coisas estava


intimamente relacionada com os números, suas ideias foram essenciais para a
filosofia e a matemática. Desenvolveu o famoso TEOREMA DE PITÁGORAS.
​ 7.5 Heráclíto de Éfeso (535-475 a.c.)

Heráclito de Éfeso foi um filósofo pré-socrático que contribui com as


reflexões da existência. Segundo ele, tudo está em processo de mudança e o
fluxo constante da vida é impulsionado pelas forças opostas. Ele elegeu o fogo
como elemento essencial da natureza.

​ 7.6 Parmênides (510- 470 a.c.)

O filósofo Parmênides foi considerado um dos principais filósofos pré-


socráticos. Contribuiu para os estudos do ser, ONTOLOGIA, da razão, da vida
e da lógica. Segundo suas palavras o ser é e o não ser é.

​ 7.7 Zenão de Eleia

Foi discípulo de Parmênides. Suas reflexões filosóficas destacavam o


paradoxo de Zenão, no qual pretendia demonstrar que a noção de movimento
era contraditória e inviável.

​ 7.8 Empédocles (490-430 a.c.)

Por meio do pensamento racional, Empédocles defendeu a existência


dos quatros elementos naturais AR, ÁGUA, FOGO E TERRA, os quais agiriam
de maneira cíclica a partir de dois princípios, AMOR E O ÓDIO

​ 7.9 Demócrito (430 – 370 a.c.)

Demócrito foi criador do conceito do atomismo. Segundo ele, a realidade


era formada por partículas invisíveis e indivisíveis denominadas de átomos,
MATÉRIA. Nas palavras do filósofo Empédocles tudo o que existe no universo
nasce do acaso ou da necessidade.
​ 7.10 Protágoras (480-410 – a.c.)

Protágoras foi um filósofo e pensador da filosofia grega antiga. Foi um


filósofo e famoso por sua célebre frase: “O homem é a medida de todas as
coisas. Ele contribuiu para as ideias associadas ao subjetivismo absoluto dos
seres.

​7.11 Górgias (487 – 380 a.c.)

Górgias foi um dos maiores oradores da Grécia antiga, esse filósofo


seguiu os estudos sobre o subjetivismo de Protágoras, o que o levou a
ceticismos absolutos.

​7.12 Sócrates (469-399 a.c.)

Sócrates foi um dos maiores filósofos da filosofia grega, através dele o


pensamento filosófico ganhou forma e corpo. Sem dúvida podemos afirmar que
sem Sócrates a filosofia não chegaria a esse patamar. Suas ideias, conceitos e
ensino foram primordial para o avanço do conhecimento filosófico. A filosofia
socrática estava pautada no autoconhecimento, CONHECE TE A TI MESMO,
desenvolvida mediante a IRONIA E à MAIÊUTICA.

​7.13 Platão (427 -347 (a.c.)

Platão foi um dos importantes filósofos da Grécia antiga. Ele foi discípulo
de Sócrates e escreveu sobre as ideias de seu mestre. De suas reflexões
filosóficas destaca-se e a teoria das ideias, base do platonismo, que seria a
passagem do mundo sensível (APARÊNCIA) para o mundo das ideias
(ESSÊNCIA). A obra “O mito da caverna” demonstra essa dicotomia entre
ilusão e realidade. Suas ideias, obras e conhecimento contribuiu muito para o
desenvolvimento do pensamento da filosofia grega.
​7.14 Aristóteles (384 -322- a.c)

Ao lado de Sócrates e Platão, foi um dos importantes filósofos da Grécia


antiga. Suas ideias e pensamentos são considerados a base do pensamento
lógico e científico. Escreveu diversas obras sobre a essência dos seres
METAFÍSICA palavra com origem no grego e que significa "o que está para
além da física". É uma doutrina que busca o conhecimento da essência das
coisas. Para Aristóteles, a metafísica é, simultaneamente, ontologia, filosofia e
teologia, na medida em que se ocupa do ser supremo dentro da hierarquia dos
seres. Além disso, o grande pensador grego deixou uma vasta gama de
sabedorias, ideias e conhecimento em geral. Escreveu diversas obras sobre a
essência das coisas, a lógica, arte, ética, política, potência etc.

​7.15 Epicuro (324 -271-a.c.)

Epicuro foi o fundador do epicurismo, sistema filosófico que prega a


procura dos prazeres moderados para atingir um estado de tranquilidade e de
libertação do medo, com a ausência de sofrimento corporal pelo conhecimento
do funcionamento do mundo e da limitação dos desejos. Já quando os desejos
são exacerbados podem ser fonte de perturbações constantes, dificultando o
encontro da felicidade que é manter a saúde do corpo e a serenidade do
espírito. Para o filósofo e pensador grego Epicuro, a vida deveria se basear no
prazer. No entanto, diferente da corrente (HEDONISMOS) do grego hedonê,
"prazer", "vontade" é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma que o
prazer é o bem supremo da vida humana. Surgiu na Grécia e seu mais célebre
representante foi Aristipo de Cirene. O prazer do epicurista seria racional,
baseado na razão e na lógica, equilibrado. Se não fosse dessa forma o prazer
poderia resultar em dor e sofrimento.
​7.16 Zenão de Cítio (336-263-a.c)

Zenão de Cítio foi fundador do ESTOICISMO doutrina e desenvolvida


por várias gerações de filósofos, que se caracteriza por uma ética em que a
imperturbabilidade, a extirpação das paixões e a aceitação resignada do
destino são as marcas fundamentais do homem sábio, o único apto a
experimentar a verdadeira felicidade. O estoicismo exerceu profunda influência
na ética cristã. Zenão de Cítio defendia a ideia de uma realidade racional, que
ocorre por meio do dever da compreensão. Dessa forma, por meio da
compreensão, a realidade de que faz parte o homem e a natureza leva ao
caminho da felicidade.

​7.17 Pirro (365-275-a.c.)

Pirro foi o fundador do pirronismo, doutrina que pode ser entendida


como a impossibilidade do espírito do indivíduo chegar na verdade a partir do
juízo em todos os domínios. O ceticismo parte do questionamento para o
conhecimento, onde essa verdade pode não atingir as pretensões do indivíduo
cético, ou seja, a descrença é excessiva nessa visão. Ele defendia a ideia da
incerteza em tudo que nos envolve, por meio de uma postura ceticista. Assim
nenhum conhecimento é seguro sendo a busca de uma verdade absoluta em
todos. O pirronismo tornou-se influente há alguns séculos, desde o surgimento
da moderna visão científica do mundo. Nada pode ser conhecido, nem mesmo
isto. Os cépticos pirrónicos negam assentimento a proposições não
imediatamente evidentes e permanecem num estado de questionamento
perpétuo. Por exemplo, os pirrônicos afirmam que uma falta de provas não
constitui prova do oposto, e que essa falta de crença é profundamente diferente
de uma descrença ativa. Ao invés de descrer em Deus, poderes psíquicos etc.,
baseados na falta de evidências de tais coisas, os pirrônicos reconhecem que
não podemos estar certos de que evidências novas não possam aparecer no
futuro, de modo que se mantêm abertos na sua pesquisa. Também questionam
o saber estabelecido, como o (DOGMATISMO), que afirma a capacidade do
homem de atingir a verdade absoluta e indiscutível. Na religião, corresponde ao
conjunto de dogmas e na filosofia é o pensamento contrário à corrente do
ceticismo que contesta a possibilidade de conhecimento total da verdade. O
Pirronismo via o dogma como uma doença mental. O Pirronismo trouxe
influência para a ciência moderna

​7.18 Diógenes (413-327-a.c.)

Diógenes foi um destacado filósofo grego da antiguidade pertencente à


corrente filosófica do Cinismo. Nascido na cidade de Sínope (atual Turquia),
Diógenes era filho de um fabricante de moedas. Um fato de forjar as moedas
levou a prisão de seu pai e o exílio de Diógenes. Por esse motivo, viveu grande
parte de sua vida em Atenas. Foi um grande estudioso, no entanto, preferiu se
afastar dos bens materiais para atingir a plenitude por meio do conhecimento.
De tal modo, teve uma postura radical e anti-materialista se afastando dos bens
materiais e do luxo, que, segundo ele, cegavam o ser humano. A grande
questão imposta pelo filósofo foi de que cada ser humano deveria se
aprofundar no conhecimento de si. Assim, permaneceu durante muito tempo
perambulando nas ruas de Atenas e vivendo num barril com o mínimo que
precisava para sobreviver. Uma de suas frases enquanto caminhava pelas ruas
era “procuro um homem”. Suas palavras estavam relacionadas com a busca de
alguém que pudesse viver sem o luxo da sociedade. Alguns começaram a lhe
chamar de “Diógenes, o cão” posto que vivia sua vida da maneira mais simples
possível, como um cachorro de rua. Por outro lado, esse apelido pode estar
relacionado com a Escola do Cinismo, uma vez que o termo é derivado da
palavra “cão” (KYNOS). A partir dessas experiências, foi considerado o símbolo
da simplicidade, sendo admirado por muitos. Alcançou reflexões filosóficas
sobre a natureza e o ser humano, fazendo parte da corrente filosófica
denominada de “Cinismo”. Um episódio interessante de sua vida foi o encontro
com Alexandre, o Grande, que ouviu rumores de sua sapiência. Alexandre foi
até Diógenes e perguntou o que ele queria. Sem hesitar Diógenes respondeu:
“Senhor, apenas não tire de mim o que não pode me dar”. Noutra versão ele
teria respondido: “Sim, podes sair da frente do meu sol”. Impressionado com o
desprezo do filósofo, o conquistador comentou: “Se eu não fosse Alexandre,
queria ser Diógenes”.
O filósofo escreveu uma obra intitulada (A República) em que ele critica
os valores da sociedade grega. Faleceu em 327 a.C., na cidade grega de
Corinto. Em sua lápide foi escrita a seguinte frase: Diógenes representou uma
das mais importantes figuras da corrente filosófica do Cinismo. Os Cínicos
eram homens simples, nômades, sem família e sem pátria.Seu mestre e
fundador da Escola do Cinismo foi o filósofo Antístenes. Com ele desenvolveu
diversas teorias acerca do mundo.Ao contrário da corrente do hedonismo e do
epicurismo, em que a busca do prazer era o mais importante, para os cínicos o
prazer leva o homem à alienação.Dessa forma, o ser humano se torna escravo
de si, o afastando da sua real liberdade, uma vez que eles se tornam escravos
de suas ações.Em resumo, esses filósofos acreditavam que a felicidade não
podia ser encontrada pelos supérfluos que preenchiam a vida, e sim pelo
autoconhecimento.

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13/01/2021
​CONCLUSÃO

Filosofia é o ato de pensar, dialogar e buscar a resposta para nossas


dúvidas e questionamentos. O homem é um ser pensante, que pergunta, que
tem dúvidas sobre a origem do Universo, da criação, da natureza, de Deus.
Devemos muito aos grandes pensadores da antiguidade. A Filosofia é um
campo do conhecimento que estuda a existência humana e o saber por meio da
análise racional. Do grego, o termo filosofia significa “amor ao conhecimento”. A
busca pela verdade é antiga, desde os primórdios da humanidade o homem
vem buscando o conhecimento. Para alcançar a resposta aos seus anseios e a
fome da sabedoria, para se chegar a uma conclusão muito simples, parece
fácil, mas ao mesmo tempo parece estar muito longe de mera visão mortal. O
homem sempre quis saber afinal quem é Deus, quem criou o universo, quem
criou os animais, as grandes florestas e quem criou o homem. Essa pergunta
levou o homem a buscar uma resposta. E foi por isso que surgiu a filosofia
grega. Não para preencher toda essa lacuna na sua totalidade, o que seria
impossível. Afinal, parafraseando William Shakespeare, existe mais coisas
entre o céu e a terra do que a nossa vã filosofia pressupõe, mas pelos menos
os grandes pensadores da antiguidade grega foram em busca dessas
respostas. Não conseguiram responder em sua totalidade, mas conseguiram
trazer luz para guiar nossos caminhos e nos tirar das trevas da ignorância
através do pensamento filosófico. Não há dúvida de que a filosofia contribuiu e
continua a contribuir para o conhecimento humano. Devemos muito aos
pensadores como Tales De Mileto, Sócrates, Platão, Aristóteles, Heráclito,
enfim, sabemos muito bem que a filosofia é essencial para o desenvolvimento
da humanidade seja na política, na educação, no direito, na ciência e em todos
os lugares lá está a filosofia. Hoje ela faz parte de nossa vida.
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