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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3

2 HISTÓRIA DA FILOSOFIA ............................................................................... 4

3 FILOSOFIA ANTIGA OU FILOSOFIA GREGA ................................................. 6

3.1 Período Pré-Socrático .............................................................................. 7

3.2 Período Socrático ..................................................................................... 8

3.3 Período Helenístico .................................................................................. 9

4 FILOSOFIA MEDIEVAL .................................................................................. 11

5 FILOSOFIA DO RENASCIMENTO ................................................................. 12

6 NASCIMENTO DA FILOSOFIA E O DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA


HUMANA ........................................................................................................ 14

6.1 Ciência Antiga e a Ciência Moderna ...................................................... 14

7 FILOSOFIA MODERNA: SÉCULO XVII E XVIII ............................................. 15

7.1 O humanismo renascentista do século XV ............................................. 17

7.2 A descoberta do Novo Mundo ................................................................ 18

7.3 A Reforma Protestante ........................................................................... 18

7.4 A revolução científica moderna .............................................................. 19

7.5 Desenvolvimento do mercantilismo e ruptura da economia feudal ........ 21

7.6 Grandes núcleos urbanos e a invenção da imprensa ............................ 21

8 PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO .............................................................. 21

8.1 Razão ..................................................................................................... 22

8.2 Racionalismo .......................................................................................... 23

9 FILÓSOFOS RACIONAIS............................................................................... 23

9.1 René Descartes...................................................................................... 24

9.2 Friedrich Hegel ....................................................................................... 25

10 EMPIRISMO ................................................................................................... 27
1
11 FILÓSOFOS EMPIRISTAS ............................................................................. 28

11.1 Francis Bacon ........................................................................................ 28

11.2 John Locke ............................................................................................. 29

12 ALGUNS IMPORTANTES PENSADORES E CIENTISTAS MODERNOS ..... 31

12.1 Nicolau Maquiavel .................................................................................. 32

12.2 Jean Bodin ............................................................................................. 33

12.3 Galileu Galilei ......................................................................................... 33

12.4 Isaac Newton.......................................................................................... 36

12.5 Montesquieu ........................................................................................... 38

12.6 Voltaire ................................................................................................... 39

12.7 Rousseau ............................................................................................... 40

12.8 Adam Smith ............................................................................................ 41

13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................... 43

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser se-
guida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 HISTÓRIA DA FILOSOFIA

Fonte: cursinhoparamedicina.com.br

A palavra Filosofia vem do grego, e é formada pela junção de dois termos: phi-
los (amigo) + sophia (sabedoria). Portanto, o filósofo é um amigo ou amante do co-
nhecimento, alguém que busca compreender o mundo à sua volta, bem como seu
universo interior.

Pode-se dizer que, para o homem homérico e para o homem grego filho da
tradição homérica, tudo é divino, no sentido de que tudo o que acontece é
obra dos deuses. Todos os fenômenos naturais são promovidos por numes:
os trovões e os raios são lançados por Zeus do alto do Olimpo, as ondas do
mar são levantadas pelo tridente de Posseidon, o sol é carregado pelo áureo
carro de Apolo, e assim por diante (REALE, 1993, apud DEPINÉ, 2009).

Podemos resumir Filosofia, como uma forma do pensamento se desdobrar so-


bre si mesmo. De maneira conceitual e abstrata, a Filosofia preza, muitas vezes, por
um rigor metodológico parecido com o rigor científico. Outras vezes, utiliza-se de no-
vas perspectivas próprias de cada pensador e de cada trabalho filosófico desenvol-
vido.
É fato que a Filosofia mantém acesa a chama que aquece a busca pelo conhe-
cimento sem, na maioria das vezes, fornecer respostas prontas e acabadas. A Filoso-
fia é, portanto, uma atividade que problematiza, ou seja, coloca questões em jogo,
respondendo a cada pergunta com uma nova pergunta, mantendo o pensamento sem-
pre em movimento.
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A Filosofia nasceu na Grécia Antiga, no mesmo período em que surgiram as
cidades-estados. Segundo os registros, essa foi a primeira vez em que os homens
começaram a tentar explicar o mundo à sua volta de uma forma lógica e racional.
Até esse momento, se pensarmos nas civilizações anteriores, vamos ver uma
grande diferença: a maioria dos povos tentava explicar os acontecimentos e até fenô-
menos naturais por meio de mitos. Os sacerdotes e religiosos concentravam o conhe-
cimento e usavam suas crenças para satisfazer as curiosidades básicas do ser hu-
mano.
Na Grécia, os acontecimentos tomaram um rumo diferente. Embora a mitologia
grega seja extremamente rica e preveja a atuação de uma série de divindades, os fi-
lósofos (que eram considerados enviados dos deuses), começaram a sistematizar o
pensamento humano e exercitar a lógica.
Além disso, os filósofos apresentavam outra diferença fundamental em relação
aos sacerdotes religiosos. Eles não se viam como defensores ou donos da verdade.
Consideravam-se apenas amigos do saber, dispostos a desvendar esses mistérios
junto com as pessoas comuns.
Foi desta forma (realizando questionamentos e criticando o pensamento mítico
predominante) que surgiu a Filosofia.
A História da Filosofia não é apenas um relato histórico, mas as transforma-
ções do pensamento humano ocidental, ou seja, o percurso do pensamento ocidental,
o modo pelo qual essa forma de pensar influenciou a realidade e, ao mesmo tempo,
foi resultado dessa realidade histórica.
A História da Filosofia pode ser estudada a partir de seis períodos:
1. Filosofia Antiga ou Grega;
2. Filosofia Medieval;
3. Filosofia do Renascimento;
4. Filosofia Moderna;
5. Filosofia do Século XIX;
6. Filosofia do século XX.

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Antes de tudo, é preciso reconhecer que a relação entre a filosofia e a psico-
logia, sobretudo no que diz respeito aos seus aspectos institucionais, apre-
senta contornos específicos em cada um dos contextos socioculturais em que
ela aparece. Por exemplo, na Alemanha, nos EUA e na França, o desenvol-
vimento e a consolidação da psicologia como ciência, incluindo aí sua relação
com a filosofia, tem certas particularidades que não devem ser ignoradas,
caso se pretenda de fato compreender essa questão (ARAUJO, 2009, apud
ARAÚJO, 2013).

3 FILOSOFIA ANTIGA OU FILOSOFIA GREGA

Fonte: consciencia.org

Ela surge da necessidade de explicar o mundo de um novo modo. Os filósofos


buscam encontrar respostas racionais para a origem das coisas, dos fenômenos da
natureza, da existência e da racionalidade humana.
O termo filosofia é de origem grega e significa “amor ao saber”, ou seja, a busca
pela sabedoria.
De tal modo que, durante a transição do pensamento mítico para o racional, os
filósofos acreditavam conseguir transmitir a mensagem dos deuses. Os deuses e as
entidades mitológicas serviam de inspiração para a filosofia nascente.
Por esse motivo, no início, a filosofia estava intimamente relacionada com a
religião: mitos, crenças, entre outros. Assim, o pensamento mítico foi dando lugar ao
pensamento racional, ou ainda, do mito ao logos.
A filosofia antiga surge com a substituição do saber mítico ao da razão e isso
ocorreu com o surgimento da polis grega (cidade-estado- cidades estados da Grécia
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Antiga, as quais foram fundamentais para o desenvolvimento da cultura grega no final
do período homérico, período arcaico e período clássico.
Sem dúvida Atenas e Esparta merecem destaque como as cidades gregas (po-
lis) mais importantes do mundo grego.
Essa nova organização grega, foi fundamental para a desmistificação do
mundo através da razão e, com isso, as reflexões dos filósofos.
A filosofia grega está dividida em três períodos:
Período Pré-socrático (séculos VII a V a.C.): corresponde ao período dos pri-
meiros filósofos gregos que viveram antes de Sócrates. Os temas estão centrados
na natureza.
Período Socrático (séculos V a IV a.C.): também chamado de período clás-
sico. Nesse momento surge a democracia na Grécia Antiga. Seu maior representante
foi o filósofo grego Sócrates que começa a pensar sobre o ser humano. Além dele,
merecem destaque: Aristóteles e Platão.

Platão demonstrou em sua obra possuir conhecimento das obras hipocráti-


cas. Como bem analisa Frias (2001), Platão adotou o modelo da medicina
para o desenvolvimento de certas ideias filosóficas. O Timeu de Platão é con-
siderado como a obra responsável por levar até a Idade Média as principais
ideias pré-socráticas e hipocráticas referentes ao cérebro, ao corpo e, de
forma geral, ao universo (FINGER, 2000, apud CASTRO, 2011).

Período Helenístico (séculos IV a.C. a VI d.C.): Além de temas relacionados


com a natureza e o homem, nessa fase os estudos estão voltados para a realização
humana por meio das virtudes e da busca da felicidade.

3.1 Período Pré-Socrático

Apesar de todas as discussões feitas pelos filósofos pré-socráticos, o primeiro


a apontar o cérebro como sede da razão e centro de todas as sensações foi
Alcmeon de Crotona, filósofo e médico, que viveu por volta de 500 - 450 a.C.
Suas propostas tiveram grande influência sobre o Corpus hippocraticum e,
indiretamente, sobre a obra de Platão (HUFFMAN, 2008, apud CASTRO,
2011).

Os primeiros filósofos gregos, geralmente chamados de pré-socráticos, dedica-


ram-se a especulações sobre a constituição e a origem do mundo. O principal intuito
desses filósofos era descobrir um elemento primordial, eterno e imutável que fosse a

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matéria básica de todas as coisas. Essa substância imutável era chamada de physis
(palavra grega cuja tradução literal seria natureza, mas que na concepção dos primei-
ros filósofos compreendia a totalidade dos seres, inclusive entidades divinas) e, por
essa razão, os primeiros filósofos também foram conhecidos como os physiologo (li-
teralmente, os filósofos que se dedicavam ao estudo da Physis).

O grande avanço das neurociências na atualidade vem permitindo compre-


ender cada vez mais os diferentes circuitos neurais associados às diferentes
funções mentais. Contudo, questões fundamentais relacionadas à natureza
da mente humana ainda permanecem em aberto (CHURCHLAND, 2004,
apud CASTRO, 2011).

3.2 Período Socrático

A teoria de Demócrito representou o ápice da filosofia da physis, mas também


o seu esgotamento. As transformações sociopolíticas, especialmente em Atenas, já
empunhavam novas demandas aos sábios da época. A democracia ateniense solici-
tava novas habilidades intelectuais, sobretudo a capacidade de persuadir. É nesse
momento que se destacam os filósofos que se dedicam justamente a ensinar à retó-
rica e as técnicas de persuasão (os sofistas). O ofício dessa nova espécie de filósofos
trazia como pressuposto a ideia de que não há verdades absolutas. O importante seria
dominar as técnicas da boa argumentação, pois, dominando essas técnicas, o indiví-
duo poderia defender qualquer opinião, sem se preocupar com a questão de sua ve-
racidade. De fato, para os sofistas, a busca da verdade era uma pretensão inútil. A
verdade seria apenas uma questão de aceitação coletiva de uma crença, e, a princí-
pio, não haveria nada que impedisse que o que hoje é tomado como verdade, amanhã
fosse considerado uma tolice.

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Fonte: ebah.com

O contraponto a esse relativismo dos sofistas foi Sócrates. Embora partilhasse


com os sofistas certa indiferença em relação aos valores tradicionais, Sócrates dedi-
cou-se à busca de valores perenes. Sócrates não deixou nenhum registro escrito de
suas ideias. Tudo que é relatado sobre ele, foi encontrado através do testemunho de
seus discípulos e contemporâneos. Segundo dizem, Sócrates teria defendido que a
virtude é conhecimento e as faltas morais provêm da ignorância. O indivíduo que ad-
quirisse o conhecimento perfeito seria inevitavelmente bom e feliz.

3.3 Período Helenístico

Foi uma época da história compreendida entre os séculos III e II a.C. no qual
os gregos estiveram sob o domínio do Império Macedônico. A civilização helenística
foi o resultado da fusão de diversas sociedades, principalmente grega, persa e egíp-
cia. Foi tão grande a influência grega que, após a queda do Império, a cultura hele-
nística continuou predominando em todos os territórios anteriormente por eles domi-
nados. Entre os séculos I e II a.C., os reinos helenísticos foram aos poucos sendo
conquistados pelos romanos.

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Na Alexandria Ptolomaica, durante o século III a.C., surgiu uma renomada
escola de medicina, onde dois grandes médicos se destacaram: Herófilo (335
- 280 a.C.) e Erasístrato (310 - 250 a.C.). Entretanto, seus trabalhos são co-
nhecidos através de citações feitas por Galeno (130 - 201 d.C.), bastante in-
fluenciado por esses dois autores (CRIVELLATO, 2007, apud CASTRO,
2011).

Império Macedônico: Os macedônios habitavam a região situada no norte da


Grécia. Durante muito tempo esses povos eram chamados de bárbaros pelos habi-
tantes da Hélade, (região entre a Grécia central e a do Norte), cujos habitantes eram
chamados de Helenos (ainda que, como eles, fossem de origem indo-europeia).
Em 338 a.C. os gregos foram derrotados na Batalha de Queroneia, pelas forças
macedônicas, que em pouco tempo dominaram toda a Grécia.
Em 336 a.C., o imperador Felipe II é assassinado, assumindo o trono, seu fi-
lho, Alexandre Magno que, durante dez anos de seu reinado (323-332 a.C.), conquis-
tou extensa região, formando o maior império até então conhecido.
O império de Alexandre Magno se estendeu pelo Egito, Mesopotâmia, Síria,
Pérsia e Índia. Essas conquistas ajudaram a formar uma nova civilização.
Adotando o grego como língua comum, iniciou-se um processo de interpene-
tração cultural, onde algumas instituições permaneceram próximas ao padrão grego
e em outras prevaleceu elementos orientais. É com essa civilização mista que se dá
início ao período helenístico.
Após a morte de Alexandre, sem deixar herdeiros, o império foi dividido entre
seus generais, formando três grandes reinos:
Ptolomeu (Egito, Fenícia e Palestina);
Cassandro (Macedônia e Grécia);
Seleuco (Pérsia, Mesopotâmia, Síria e Ásia Menor).
Assim, surgiram dinastias de soberanos absolutistas que enfraqueceram a uni-
dade mantida nos tempos de Alexandre e aos poucos foram caindo sob o domínio
romano.
O pensamento filosófico helenístico era dominado por três correntes:
o Estoicismo: que acentuava a firmeza do espírito, a indiferença à dor, a sub-
missão à ordem natural das coisas e a independência em relação aos bens materiais;
o Cinismo: que tinha total desprezo aos bens materiais e ao prazer;
o Epicurismo: que aconselhava a busca do prazer.

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Também havia o Ceticismo que aconselhava a tudo duvidar.

4 FILOSOFIA MEDIEVAL

Fonte: sanderlei.com.br

A filosofia medieval é a filosofia da Europa ocidental e do Oriente Médio durante


a Idade Média. Teve início aproximadamente, com a cristianização do império romano
e encerrou-se com a Renascença. A filosofia medieval pode ser considerada, em
parte, como prolongamento da filosofia greco-romana e, em parte, como uma tentativa
de conciliar o conhecimento secular e a doutrina sagrada.
A Idade Média carregou por muito tempo o epíteto depreciativo de "idade das
trevas", atribuído pelos humanistas renascentistas e a filosofia desenvolvida nessa
época padeceu do mesmo desprezo. No entanto, essa Era de aproximadamente mil
anos, foi o mais longo período de desenvolvimento filosófico na Europa e um dos mais
ricos. Jorge Garcia defendia que em intensidade, sofisticação e aquisições, pode-se
corretamente dizer que o florescimento filosófico no século XIII rivaliza com a época
áurea da filosofia grega no século IV a. C.
Entre os principais problemas discutidos nessa época estão: a relação entre fé
e razão, a existência e unidade de Deus, o objeto da teologia e da metafísica, os
problemas do conhecimento, do universo e da individualização.

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Entre os filósofos medievais do ocidente, merecem destaque: Agostinho de Hi-
pona, Boécio, Anselmo de Cantuária, Pedro Abelardo, Roger Bacon, Boaventura de
Bagnoregio, Tomás de Aquino, João Duns Escoto, Guilherme de Ockham e Jean Bu-
ridan; na civilização islâmica, Avicena e Averrois; entre os judeus, Moisés Maimôni-
des.
Tomás de Aquino (1225-1274), fundador do tomismo, exerceu influência ini-
gualável na filosofia e na teologia medieval. Em sua obra, ele deu grande importância
à razão e à argumentação, e procurou elaborar uma síntese entre a doutrina cristã e
a filosofia aristotélica. A filosofia de Tomás de Aquino representou uma reorientação
significativa do pensamento filosófico medieval, até então muito influenciado pelo ne-
oplatonismo e sua reinterpretação agostiniana.

5 FILOSOFIA DO RENASCIMENTO

Fonte: infoescola.com

A transição da Idade Média para a Idade Moderna foi marcada pelo Renasci-
mento e pelo Humanismo. Nesse período de transição, a redescoberta de textos da
Antiguidade contribuiu para que o interesse filosófico saísse dos estudos técnicos de
lógica, metafísica e teologia e se voltasse para estudos ecléticos nas áreas da filolo-
gia, da moralidade e do misticismo.

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Os estudos dos clássicos e das letras receberam uma ênfase inédita e desen-
volveram-se de modo independente da escolástica tradicional. A produção e dissemi-
nação do conhecimento e das artes deixam de ser uma exclusividade das universida-
des e dos acadêmicos profissionais, e isso contribui para que a filosofia vá aos poucos
se desvencilhando da teologia. Em lugar de Deus e da religião, o conceito de homem
assume o centro das ocupações artísticas, literárias e filosóficas.
O renascimento revigorou a concepção da natureza como um todo orgânico,
sujeito à compreensão e influência humana. De uma forma ou de outra, essa concep-
ção está presente nos trabalhos de Nicolau de Cusa, Giordano Bruno, Bernardino Te-
lesio e Galileu Galilei. Essa reinterpretação da natureza é acompanhada, em muitos
casos, de um intenso interesse por magia, hermetismo e astrologia, considerados en-
tão como instrumentos de compreensão e manipulação da natureza.
À medida que a autoridade eclesial cedia lugar à autoridade secular e que o
foco dos interesses se voltavam para a política em detrimento da religião, as rivalida-
des entre os Estados nacionais e as crises internas demandavam não apenas solu-
ções práticas emergenciais, mas também uma profunda reflexão sobre questões per-
tinentes à filosofia política. Desse modo, a filosofia política, que por vários séculos
esteve dormente, recebeu um novo impulso durante o Renascimento. Nessa área,
destacam-se as obras de Nicolau Maquiavel e Jean Bodin.

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6 NASCIMENTO DA FILOSOFIA E O DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA
HUMANA

Fonte: alunosonline.uol.com.br

6.1 Ciência Antiga e a Ciência Moderna

Filosofia Medieval Cristã constituiu-se do pensamento cristão e da ciência an-


tiga. A ciência antiga tinha como base o dogmatismo: era especulativa e partia de
interpretações da Bíblia. Era baseada na lógica e na demonstração de verdade, sem
considerar a observação e a experiência. É o caso da teoria geocêntrica, ou seja, a
teoria que postulava que a terra é o centro do universo vigorava há quase vinte séculos
e constituía a maneira pela qual o homem antigo e medieval via a si mesmo e ao
mundo.
A concepção medieval cristã via o homem como é: o ser supremo da criação
divina e a terra como o centro do universo. A teoria de que a terra era o centro do
mundo, geocentrismo, era uma explicação que justificava tal visão. A ciência antiga
era um corpo de verdades teóricas universais, de certezas definitivas, que não admi-
tiam erros, mudanças ou críticas.
O novo período, a Idade Moderna, significou uma ruptura com essa concepção
de mundo dogmática, que não permitia a reflexão e a crítica.

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7 FILOSOFIA MODERNA: SÉCULO XVII E XVIII

Fonte: iluminismoufpr.com.br

A filosofia moderna começa no século XV, permanecendo até o século XVIII,


com a chegada da Idade Contemporânea.
Baseada na experimentação, ela vem questionar valores relacionados com os
seres humanos bem como sua relação com a natureza. O racionalismo e o empirismo
demostram essa mudança. O primeiro está associado a razão humana (considerada
uma extensão do poder divino), e o segundo baseado na experiência.
O final da Idade Média esteve calcado no conceito de teocentrismo (sendo
Deus o centro do mundo) e no sistema feudal, terminando com o advento da Idade
Moderna. Essa fase reuniu diversas descobertas científicas (nos campos da astrono-
mia, ciências naturais, matemática, física, entre outras) dando lugar ao pensamento
antropocêntrico (homem no centro do mundo).
Assim, esse período esteve marcado pela revolução do pensamento filosófico
e científico. Isso porque deixou de lado as explicações religiosas do tempo medieval
e criou novos métodos de investigação científica. Foi dessa maneira que o poder da
Igreja Católica foi enfraquecendo cada vez mais.
Nesse momento, o humanismo tem um papel centralizador oferecendo uma
posição mais ativa do ser humano na sociedade. Ou seja, como um ser pensante e
com maior liberdade de escolha.

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Diversas transformações ocorreram no pensamento europeu na época dos
quais se destacam:
A passagem do feudalismo para o capitalismo; o surgimento da burguesia; a
formação dos estados nacionais modernos; o absolutismo; o mercantilismo; a reforma
protestante; as grandes navegações; a invenção da imprensa; a descoberta do novo
mundo; o início do movimento renascentista.
As principais características da filosofia moderna estão pautadas nos seguintes
conceitos: Antropocentrismo e Humanismo; Cientificismo; Valorização da natureza;
Racionalismo (razão); Empirismo (experiências); Liberdade e idealismo; Renasci-
mento e iluminismo; Filosofia laica (não religiosa).
Após a Idade Média, há um período de transição entre o século XV e XVI para
a Idade Moderna, que significou ruptura com a tradição anterior cristã, fundamentada
em Deus, e passou-se a valorizar o homem. É o período chamado Humanismo Re-
nascentista: artes plásticas, valorização do homem, liberdade e criatividade. É o mo-
mento em que se rompe com a visão sagrada e teológica na arte, no pensamento, na
política, na literatura. Os pensadores desse período passam a valorizar o saber dos
gregos antigos. Valoriza-se o homem e rompe-se com o pensamento teocêntrico, que
considera Deus como o centro de tudo, e a Ciência Antiga.

A mudança drástica ocorrida a partir do fim do século XV comportava a de-


monização da mulher, principalmente da mulher sábia. Aqueles conhecimen-
tos empíricos, que as mulheres dominavam e praticavam desde épocas an-
cestrais, foram considerados suspeitos. Afirmava-se que dada sua fraqueza
física e moral, sua limitada inteligência, sua carência de raciocínio, sua sexu-
alidade incontrolável e sua lubricidade, a mulher era a vítima privilegiada de
Satã. (TOSI, 1998, apud LINO, 2016).

A Idade Moderna trouxe a proposta de uma nova ordem e visão de mundo,


rejeitando a autoridade imposta pelos costumes e pela hierarquia da nobreza e igreja,
em favor da recuperação do que há de virtuoso, intuitivo e espontâneo na natureza
humana. Surge um novo estilo com nova temática.
Valoriza-se o corpo humano, artes, pensamento, política, ciência. É o momento
de novos pensadores e artistas, tais como Leonardo da Vince, William Shakespeare,
Maquiavel, Michelangelo, Montaigne, entre outros.

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Condições históricas: Surge uma nova maneira de pensar e ver o mundo,
resultado das transformações históricas que ocorreram na Europa. Entre os fatores
históricos, pode-se destacar:
O humanismo renascentista do século XV;
A descoberta do Novo Mundo (século XV);
A Reforma Protestante do século XVI;
A revolução científica do século XVII;
Desenvolvimento do mercantilismo e ruptura da economia feudal;
Grandes núcleos urbanos e a invenção da imprensa.

7.1 O humanismo renascentista do século XV

Fonte: oportugues.freehostia.com

O humanismo nasceu na península itálica, sendo um período de transição entre


a Idade Média e a Moderna. Valorizava o saber dos gregos antigos, retomando a con-
cepção do humanismo. O período medieval, anterior, foi marcado por uma forte visão
hierárquica e religiosa de mundo, onde a arte estava voltada para o sagrado e a filo-
sofia vinculada à teologia e à problemática religiosa.
O homem e seus atributos de liberdade e razão passaram a ser importantes
novamente, e não apenas ao mundo divino. Nas artes predominava os temas pagãos,
afastados da temática religiosa. É a arte voltada para o homem comum e não mais
para reis e santos, valorizando assim, o corpo e a dignidade humana.
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Thomas Morus, em a Utopia, defende a tolerância religiosa, critica o autorita-
rismo dos reis e da Igreja, favorecendo a razão e a virtude natural. Maquiavel, autor
de O Príncipe, inaugurou o pensamento moderno da política, em que faz uma análise
do poder como fato político, independente das questões morais.

7.2 A descoberta do Novo Mundo

Outro fator importante que levou a mudança do pensamento moderno foi à des-
coberta do Novo Mundo, pois revelou a falsidade e fragilidade da geografia antiga, o
desconhecimento da flora e fauna encontradas. Revelou também a falta de conheci-
mento de outros povos e culturas. Muita coisa precisava ser reformulada.
A ciência antiga perdeu autoridade e foi questionada, pois nada explicava sobre
a nova realidade e suas narrativas. Acreditava que a “terra era plana”, desconheciam
os novos habitantes dessas terras descobertas, sua natureza, origem e cultura, tão
distintas.

7.3 A Reforma Protestante

Martin Lutero contestou a autoridade da Igreja católica, marcada pela corrup-


ção e passou a valorizar a consciência individual e buscar a própria fé, longe das
imposições das verdades dogmáticas. Rompeu com a Igreja Católica e fundou a Igreja
protestante (luteranismo).
Essa nova igreja propunha e representava assim, a defesa da liberdade indivi-
dual e da consciência em lugar da certeza, valorizando a ideia de que o indivíduo era
capaz de encontrar sua própria verdade religiosa.

Em uma formulação resumida, a distinção persona / ator atualiza na comuni-


cação social usando esquemas (esquema persona / esquema ator), que per-
mite a comunicação de uma operação doble: usando o esquema persona se
“da oportunidade de comunicação de reduzir ações e concessões, compro-
meter a personalidade.”(JAPP, 2011, apud ORNELAS, 2014).

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7.4 A revolução científica moderna

Outro fator essencial desse processo de transformação foi a revolução cientí-


fica que significou o ponto de partida para a ciência nos moldes que conhecemos hoje.
Nicolau Copérnico no século XVI, defendeu matematicamente que a Terra gira em
torno do Sol, rompendo com o sistema geocêntrico de Ptolomeu (século II) e inspirado
em Aristóteles.

Aristóteles (384-322 a.C.) já propugnara que não há nada no intelecto que


não estivesse antes nos órgãos dos sentidos (LOSEE, 1993, p. 108). Esta
afirmação é consistente com o empirismo: concepção que fundamenta nosso
conhecimento, ou o material com o qual ele é construído, na experiência atra-
vés dos cinco sentidos (HONDERICH, 1995, p. 226, apud DA SILVEIRA,
2006).

A teoria do geocentrismo vigorava há quase vinte séculos e era a maneira pela


qual o homem antigo e medieval via a si mesmo e ao mundo. A ciência moderna surgiu
quando se tornou mais importante observar e experimentar, ao contrário da visão an-
tiga que partia de princípios estabelecidos e dogmáticos.

Fonte: estudopratico.com.br

Foi um processo de transição e não uma ruptura radical. Ao longo desse pro-
cesso surgem Galileu e Isaac Newton, entre outros, que transformaram a visão cien-
tífica do século XVII.

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O rompimento com a ciência antiga revelou uma concepção de distinto do uni-
verso antigo, que é fechado, finito e geocêntrico. A nova ciência (na época) propunha
o modelo heliocêntrico e o universo era infinito. A ciência era ativa, valorizava a ob-
servação e o método experimental, unindo ciência e técnica. A ciência antiga era con-
templativa.
No século XVII a Filosofia e a Ciência se separam. Galileu, usando um telescó-
pio, demonstrou o modelo desenvolvido por Copérnico. Foi então, interpelado pela
Igreja. Entre os principais pensadores daquele momento, destacam-se:
Copérnico: sacerdote polonês, propôs a teoria heliocêntrica que atingia a con-
cepção medieval cristã de que o homem é ser supremo da criação divina e que por
isso a terra é o centro do universo;
Giordano Bruno: levou adiante a ideia de Copérnico e desenvolveu a concep-
ção de universo infinito. Foi condenado e morreu queimado vivo na fogueira;
Galileu Galilei: contribuiu com descobertas científicas, como o aperfeiçoa-
mento do telescópio, e com uma nova postura metodológica de investigação científica:
observação, experimentação, uso da linguagem matemática. Por condenar os dog-
mas tradicionais da Igreja, também foi condenado pela Inquisição, mas optou por viver
e seguiu fazendo suas pesquisas clandestinamente.

Fonte: estudopratico.com.br

20
7.5 Desenvolvimento do mercantilismo e ruptura da economia feudal

O mercantilismo antecedeu ao desenvolvimento da indústria e trouxe novas


necessidades com o surgimento da burguesia, diferentes dos interesses da nobreza.

7.6 Grandes núcleos urbanos e a invenção da imprensa

Surgiu nesta fase grandes centros urbanos, levando a novos valores e neces-
sidades. E a invenção da imprensa permitiu que as ideias pudessem ser publicadas e
difundidas.

8 PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO

Fonte: netmundi.org

A Idade Moderna é um período marcado por grandes transformações. Estas


transformações e o desenvolvimento da ciência moderna levaram o homem a questi-
onar os critérios e os métodos usados para aquisição do conhecimento verdadeiro da
realidade.
Como podemos conhecer? Quais os fundamentos do conhecimento? O que é
conhecer? Essas questões são essenciais pra a ciência, a ética e epistemologia. A
Filosofia Moderna enfrentou o prestígio que o pensamento de Aristóteles tinha e a

21
supremacia da doutrina da Igreja, na Idade Média, e inaugurou um modo novo de
conceber e compreender o conhecimento. No século XVII nasceu o método experi-
mental e a possibilidade de explicação mecânica e matemática do Universo, que deu
origem à ciência moderna.
A partir desses questionamentos, duas novas perspectivas para o saber surgi-
ram, às vezes complementares, às vezes antagônica: o racionalismo e o empirismo,
que constituíam em novos paradigmas da filosofia moderna para conhecer a reali-
dade.

A sociedade esclarecida é a sociedade do homogêneo, pois é quantificada,


matematizada, previsível por estatísticas. Segundo Adorno e Horkheimer,
esta sociedade é aquela na qual “a cultura contemporânea confere a tudo um
ar de semelhança. (HORKHEIRMER, 2007, apud ECKERT, 2013).

8.1 Razão

O que é a razão? Existem vários sentidos de razão no nosso dia a dia. A Filo-
sofia se define como conhecimento racional da realidade natural e cultural, das coisas
e dos seres humanos. A razão é a organização e ordenação de ideias, para assim
poder sistematizá-las.
A razão é atividade intelectual de conhecimento da realidade natural, social,
psicológica, histórica. Possui um ideal de clareza, de ordenação e de rigor e precisão
dos pensamentos e de palavras. Em sua origem, é a capacidade intelectual de pensar
e exprimir-se correta e claramente, de modo a organizar e ordenar a realidade, os
seres, os fatos e as ideias.
Desde o começo da Filosofia, a origem da palavra razão fez com que ela fosse
considerada oposta a quatro outras atitudes mentais:
Ao conhecimento ilusório; Às emoções, aos sentimentos; Às paixões; À crença
religiosa (em que a verdade nos é dada pela fé numa revelação divina).
A Filosofia Moderna foi o período em que mais se confiou nos poderes da razão
para conhecer e conquistar a realidade e o homem (sendo chamado de Grande Raci-
onalismo Clássico). O marco dessa forma de pensamento foi René Descarte, mate-
mático e filósofo, inventor da geometria analítica. O método escolhido é o matemático,
por ser o exemplo de conhecimento integral racional.

22
8.2 Racionalismo

O racionalismo sustentava que há um tipo de conhecimento que surge direta-


mente da razão. Baseado nos princípios da busca da certeza e da demonstração,
sustentados por um conhecimento que não vêm da experiência e são elaborados so-
mente pela razão.
O racionalismo considerava que o homem tinha ideias inatas, ou seja, que não
são derivadas da experiência, mas se encontravam no indivíduo desde seu nasci-
mento e desconfiava das percepções sensoriais. Enquanto a ciência cristã e antiga
constituía um corpo de verdades teóricas universais, de certezas definitivas, não ad-
mitindo erros, mudanças ou crítica, a ciência moderna e racional, propôs, formulou
leis e princípios que explicaram o funcionamento da realidade.
O pensamento racional ao introduzir a dúvida no processo do pensamento, in-
troduz a crítica como parte do desenvolvimento do conhecimento científico. São esses
princípios da ciência moderna que encontramos hoje.

9 FILÓSOFOS RACIONAIS

Fonte: amentemaravilhosa.com.br

23
A ideia baseada na noção estoica de religião natural apresentada anterior-
mente: “uma opinião comum e natural sobre Deus é colocada dentro de nós”,
mas dentro no sentido de ser algo inerente (native), e essa religião comum é,
em primeira instância, um tipo de “instinto natural” [instinctus naturalis] que é
própria do ser humano ou, mais precisamente, de todos os seres racionais
como uma pré-condição que orienta nosso pensamento. (MARSILIO FICINO,
1998, apud ECKERT, 2013).

9.1 René Descartes

René Descartes (1596 - 1650) foi um filósofo, físico e matemático francês. Autor
da frase: "Penso, logo existo". É considerado o criador do pensamento cartesiano,
sistema filosófico que deu origem à Filosofia Moderna. Sua preocupação era com a
ordem e a clareza. Propôs fazer uma filosofia que nunca acreditasse no falso, que
fosse fundamentada única e exclusivamente na verdade.
René du Perron Descartes nasceu em La Hayne, antiga província de Touraine,
hoje Descartes, na França, no dia 31 de março de 1596. Filho de Joachim Descartes,
advogado e juiz, proprietário de terras, com o título de escudeiro, primeiro grau de
nobreza. Era também conselheiro no Parlamento de Rennes na vizinha cidade de
Bretanha.
Estudou no Colégio Jesuíta Royal Henry (Le Grand), formou-se em Direito em
1615, mas não exerceu tal função. Decepcionado com o ensino, afirmava que só a
matemática demonstra aquilo que afirma.
Em 1617, Descarte ingressou no exército do príncipe Maurício de Nassau, na
Holanda. Estabeleceu contato com as descobertas recentes da Matemática estu-
dando com o cientista holandês Isaac Beeckman. Aos 22 anos, começa a formular
sua "geometria analítica" e seu "método de raciocinar corretamente". Rompeu com a
filosofia de Aristóteles, adotada nas academias e, em 1619, propõe uma ciência uni-
tária e universal, lançando as bases do método científico moderno.
Descartes tomou parte da Guerra dos Trinta Anos, combatendo sob as ordens
de Tilly na Batalha do Monte Branco, em 1621. Regressou depois à França, onde
empreendeu viagens pela Itália, Holanda e Espanha. De 1629 a 1649 permaneceu
nos Países-Baixos.
Descartes realizou diversos trabalhos na área da filosofia, ciências e matemá-
tica. Relacionou a álgebra com a geometria, fato que fez surgir a geometria analítica
e o sistema de coordenadas, conhecido hoje como “Plano Cartesiano”. Aperfeiçoou a
24
álgebra, sugerindo notações mais simples, fez diversas descobertas no terreno da
física e criou a teoria das refrações da luz através das lentes. Fundou o sistema filo-
sófico denominado “Racionalismo” ou “Pensamento Cartesiano” (o termo vem de Car-
tesius, nome alatinado de Descartes). Segundo ele, se o homem pretende investigar
a verdade, deve examinar seu próprio intelecto. Descartes parte do ponto de vista, de
que a vida se deve duvidar por princípio, de todas as opiniões recebidas.
O Método de Descartes: A principal obra de Descartes, "O Discurso Sobre o
Método", é um tratado matemático e filosófico, publicado na França em 1637 e tradu-
zida para o latim em 1656, na qual apresenta o seu método de raciocínio, "Penso, logo
existo", base de toda a sua filosofia e do futuro "racionalismo científico". Nessa obra
expõe quatro regras para se chegar ao conhecimento:
Nada é verdadeiro até que venha a ser reconhecido como tal;
Os problemas precisam ser analisados e resolvidos sistematicamente;
As considerações devem partir do mais simples para o mais complexo;
O processo deve ser revisto do começo ao fim para que nada importante seja
omitido.
René Descartes foi considerado o pai do racionalismo e ao mesmo tempo, o
fundador da moderna metodologia da ciência em sentido crítico. Em 1649, foi convi-
dado para trabalhar como instrutor da rainha Cristina na Suécia, já com uma saúde
frágil, falecendo em Estocolmo, na Suécia, no dia 11 de fevereiro de 1650.
Frases de René Descartes: Penso, logo existo;
Não é suficiente ter uma boa mente: o principal é usá-la bem;
Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis;
Viver sem filosofar é o que se chama ter os olhos fechados sem nunca os haver
tentado abri;
Para examinar a verdade, é necessário, uma vez na vida, colocar todas as coi-
sas em dúvida o máximo possível;

9.2 Friedrich Hegel

Georg Wilhelm Friedrich Hegel, filósofo alemão idealista que abriu novos cam-
pos de estudo na História, Direito, Arte, entre outros, através dos seus postulamentos

25
e da lógica dialética, influenciando pensadores como Ludwig Feuerbach, Bruno Bauer,
Friedrich Engels e Karl Marx.
Hegel nasceu em 27 de agosto de 1770, em Stuttgart, na Alemanha. Era o mais
velho de três irmãos, filhos de um funcionário público do condado de Württemberg.
Fez seus estudos em casa com tutores e a mãe, mas também no colégio local, onde
permaneceu até os 17 anos. Aprendeu latim com a mãe, além de estudar grego, fran-
cês e inglês e muito cedo teve contato com os clássicos gregos e romanos. Apesar
de sua sólida educação humanista, Hegel teve uma ótima formação científica. Perdeu
a mãe aos 13 anos, e ficou aos cuidados de uma irmã, Cristiana.
Com incentivo do pai, em 1788, ingressou no seminário, a fim de ser pastor.
Entre seus companheiros estavam o filósofo Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling
(1775- 1854) e o poeta Friedrich Hölderlin (1770 - 1843).
Quando Hegel completou seus 18 anos, ocorreu a Queda da Bastilha, e mais
tarde os eventos que comporiam a Revolução Francesa. Entre as consequências do
fato histórico estava a posterior invasão da Prússia pelo exército francês. A essa al-
tura, a Alemanha não estava organizada como Estado unificado sendo conglomerado
de ducados, principados e condados.
Em 1793, começou a atuar como tutor privado em Berna, na Suíça. No ano
seguinte, aconselhado por Hölderlin, começou a análise dos escritos de Immanuel
Kant (1724-1804) e Johann Fichte (1762-1814). Em conjunto com Schelling, Hegel
escreveu "O Mais Antigo Programa de um Sistema de Idealismo Alemão". Entre as
ideias da obra está a de que o Estado é puramente mecânico. (Por isso é necessário
transcender o Estado e os homens livres devem ser tratados como parte da engrena-
gem que permite seu funcionamento).
Enquanto viveu em Nuremberg, Hegel publicou vários fascículos de a "Ciência
da Lógica" nos anos de 1812, 1813 e 1816. A partir de 1816, o filósofo aceita ser
professor de filosofia na Universidade de Heidelberg. Morre em Berlim, em 14 de no-
vembro de 1831, vítima de uma epidemia de cólera.
Frases de Hegel: "A tarefa da filosofia é entender o que é a razão"; “Nada de
grande se realizou no mundo sem paixão”; “A realidade é racional e que toda a racio-
nalidade é real”; “A necessidade geral da arte é a necessidade racional que leva o
homem a tomar consciência do mundo interior e exterior e a lazer um objeto no qual

26
se reconheça a si próprio”; “A história ensina é que os governos e as pessoas nunca
aprendem com a história”; “Quem quer algo de grande, deve saber limitar-se. Quem,
pelo contrário, tudo quer, nada, em verdade, quer e nada consegue.”
Entre suas obras podemos citar: Fenomenologia do Espírito (1807); Propedêu-
tica Filosófica (1812); Ciência da Lógica (1812-1816); Enciclopédia das Ciências Filo-
sóficas (1817); Princípios da Filosofia do Direito (1820).

10 EMPIRISMO

Fonte: movimentoempirista.com

O Empirismo defendia que o conhecimento humano provinha da nossa percep-


ção do mundo externo e da nossa capacidade mental, valorizando a experiência sen-
sível e concreta como fonte do conhecimento e da investigação. Segundo os empiris-
tas, o conhecimento da razão, da verdade e das ideias racionais é importante, mas
desde que estejam ligados à experiência, pois as ideias são adquiridas ao longo da
vida e mediante o exercício da experiência sensorial e da reflexão.
O método empirista baseia-se na formulação de hipóteses, na observação, na
verificação de hipóteses com base nos experimentos. O empirismo provocou uma re-
volução para a ciência. A partir da valorização da experiência, o conhecimento cientí-
fico, que antes se contentava em contemplar a natureza, passou a querer dominá-la,
buscando resultados práticos.

27
O empirismo defendia que toda a nossa estrutura cognitiva é formada com base
na experiência prática, de modo que, quanto mais vastas, intensas e ricas as nossas
experiências, mais amplo e profundo torna-se o nosso conhecimento. Aristóteles já
defendia que o conhecimento advém da experiência, contrariando as teses platônicas,
que eram essencialmente inatistas.
Principais filósofos empiristas: Francis Bacon, John Locke, David Hume, Tho-
mas Hobbes e entre outros.

11 FILÓSOFOS EMPIRISTAS

Fonte: medium.com

11.1 Francis Bacon

Filho de Nicholas Bacon e Ann Cooke Bacon, Bacon nasceu em Londres em


22 de janeiro de 1561 no seio de uma família de nobres. Estudou Direito na Universi-
dade de Cambridge e teve um papel preponderante na política inglesa, sendo eleito o
primeiro Visconde de Alban e também embaixador inglês na França.
Em pouco tempo, Bacon conseguiu fama em seu país, sendo um homem res-
peitado não somente por sua posição política, mas por suas contribuições nas áreas
jurídica e filosófica. Para Francis a ciência era uma técnica e os conhecimentos cien-
tíficos deveriam ser considerados instrumentos práticos de controle da natureza.

28
Pretendia demostrar sua grande preocupação com os conhecimentos científi-
cos na vida prática. A ciência deveria valorizar a pesquisa experimental baseada na
corrente empirista. Foi um dos mais importantes pensadores da filosofia moderna,
criando um método de investigação filosófica. Por esse motivo é considerado o "Pai
do Método Experimental". Faleceu em 9 de abril de 1626 na cidade de Highate no
Reino Unido, vítima de bronquite, deixando seu legado em obras.
Além de obra filosóficas, Bacon escreveu obras políticas, jurídicas e literárias,
reunindo uma vasta produção intelectual das quais se destacam: Ensaios; Da Sabe-
doria dos Antigos; Estandartes do Bem e do Mal; História de Henrique VII; Casos de
Traição; Novo Método ou Instrumento; Grande Restauração; Nova Atlântida; Refle-
xões sobre a Natureza das Coisas; Escala do Entendimento; Antecipações à Filosofia;
entre tantas outras.

Para se pôr como objeto de exame a definição da Filosofia, ou seja, para se


examinar a questão sobre o modo de filosofar e, consequentemente, sobre a
formação do filósofo, é forçoso também se examinar o quadro em que pode
ser aceita a resposta a esta questão. Uma resposta dada no início do século
XXI jamais poderá desconsiderar o método de estudo que dominou todo o
século XX. Trata-se do método estrutural de leitura, do qual temos uma for-
mulação clara no texto "Tempo histórico e tempo lógico na interpretação dos
sistemas filosóficos", apresentado por V. Goldschmidt no XI Congresso Inter-
nacional de Filosofia (KANT, 1990, apud SENEDA, 2009).

11.2 John Locke

John Locke (1632-1704) foi um filósofo inglês, um dos principais representante


do empirismo. Afirmou que o ser humano é uma tábula rasa. A tábula era um instru-
mento romano de escrita, feito com cera. As pessoas escreviam na cera com uma
espécie de estilete e, quando queriam apagar, bastava raspar ou derreter esse mate-
rial.
Quando a tábula estava sem inscrições, era chamada de tábula rasa. Esta pode
ser comparada a uma folha em branco. Isso significa que o ser humano nasce sem
nenhum conhecimento e é preenchido de acordo com as vivências que ele adquire.
Locke se destacou especialmente por seus estudos de filosofia política e deixou
grande contribuição ao desenvolvimento do liberalismo, principalmente a noção de
Estado de Direito.

29
John Locke nasceu na aldeia de Somerset, em Wrington, Inglaterra, no dia 29
de agosto de 1632. Filho de um advogado e capitão da cavalaria parlamentar, com 14
anos ingressou na Westminster em Londres.
Em 1668, John Locke tornou-se membro da Academia Científica da Sociedade
Real de Londres, onde realizou diversas pesquisas. Foi amigo e colaborador do cien-
tista Robert Boyle. Como sua especialidade era a Medicina ele manteve relações com
importantes cientistas da época, entre eles, Isaac Newton. Entre 1675 e 1679 residiu
na França em missão diplomática.
Ao retornar à Inglaterra, deparou-se com problemas políticos decorrentes da
sucessão de Carlos II. Adversário do absolutismo monárquico da Inglaterra de Carlos
II e de Jaime II, em 1683, por defender o parlamentarismo, John Locke foi obrigado a
se refugiar nos Países Baixos, onde permaneceu por cinco anos.
Em 1689, depois da Revolução Gloriosa, Guilherme de Orange foi coroado
como Guilherme III, tendo que aceitar a “Declaração dos Direitos” apresentada pelo
Parlamento, como base do sistema de monarquia constitucional, a qual Locke ajudou
a redigir.
Segundo ele, a sensação ou a experiência externa, e a reflexão ou a experiên-
cia interna, constituíam duas fontes de conhecimento originando-se assim ideias sim-
ples, produto da sensação, e ideias complexas, provenientes da reflexão.
John Locke negava radicalmente que existiam ideias inatas, tese defendida por
Descartes. Argumentava ele, que quando se nasce, a mente é uma página em branco
que a experiência vai preenchendo. Sua teoria do conhecimento foi exposta em sua
obra fundamental: “Ensaio Sobre o Conhecimento Humano”.
Como teórico político, John Locke defendeu a monarquia constitucional. Pode
ser considerado um precursor da democracia liberal, uma vez que atribuiu grande im-
portância à liberdade e à tolerância. Foi no contexto da Revolução Gloriosa Inglesa,
quando Locke esteve exilado na Holanda, entre 1682 e 1688, que o filósofo desenvol-
veu sua teoria do liberalismo político.
Em 1690, escreveu “Segundo Tratado Sobre o Governo Civil”. Na obra, Locke
apresentou o princípio da divisão dos três poderes que deveriam exercer a função de
governo: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.

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Ainda durante seu exílio na Holanda, John Locke escreveu “Cartas Sobre a
Tolerância”, na qual defende as ações dos cidadãos, principalmente no campo religi-
oso, que devem ser toleradas pelo Estado, desde que cumpram as funções de defen-
der a vida, a liberdade e a propriedade.
Locke afirmava que a reivindicação por tolerância tinha como pressuposto a
separação entre Estado e Igreja, ideia revolucionária para o cenário político da época.
John Locke faleceu em High Lavre, Inglaterra, no dia 28 de outubro de 1704.
Seu corpo foi sepultado no cemitério da Igreja de Lavre, onde residia desde 1691.
Frases de John Locke: O que te preocupa, te escraviza; Onde não tem lei,
não tem liberdade; É preciso metade do tempo para usar a outra; A felicidade é uma
condição da mente e não das circunstâncias; Nossas ações são as melhores interpre-
tações de nossos pensamentos; A necessidade de procurar a verdadeira felicidade é
o fundamento da nossa liberdade.

A história (ou caricatura) empirista não apenas empobrece a história da ciên-


cia, induz a visões distorcidas da natureza da ciência e do empreendimento
científico. Os três exemplos considerados neste trabalho ilustram isso. A epis-
temologia sem contato com a ciência se torna um esquema vazio. A ciência
sem epistemologia até o ponto em que se pode pensar em tal possibilidade é
primitiva e paralisada (HOLTON, 1978, p. 36, apud DA SILVEIRA, 2006).

12 ALGUNS IMPORTANTES PENSADORES E CIENTISTAS MODERNOS

Fonte: fatosdesconhecidos.ig.com.br

31
12.1 Nicolau Maquiavel

Nicolau Maquiavel foi um importante teórico, pensador político, filósofo, histori-


ador, diplomata, músico e escritor do Renascimento. Considerado o "Pai do Pensa-
mento Político Moderno", nasceu em Florença, Itália, no dia 03 de maio de 1469. Per-
tencente a uma família pobre, Nicolau desde cedo aprendeu línguas e foi estimulado
nos estudos.

(...) quem se apodera (chi diviene padrone) de uma cidade acostumada a


viver livre e não a destrói, espere ser destruído por ela: porque sempre tem
por refúgio, na rebelião, o nome da liberdade e suas ordens (ordini) antigas,
as quais nem a distância do tempo nem os benefícios fazem esquecer. (MA-
QUIAVEL, 1993, p. 264, apud ADVERSE, 2007).

Em 1498, com 29 anos, entra para a política, exercendo o cargo de "Secretário


da Segunda Chancelaria". Teve uma vasta carreira política, o qual ocupou alguns car-
gos sendo, muitas vezes, indicado para realizar missões diplomáticas.
Defensor dos ideais republicanos, sua teoria estava pautada nos princípios mo-
rais e éticos para a Política. Foi o primeiro a separar a Política da Ética com o intuito
de estudar a cultura política como ela é realmente e não como ela deveria ser.
Ademais seus estudos estão baseados nos conceitos: união da teoria e da prá-
tica; empirismo e método indutivo; Estados imaginários Perfeitos e imutabilidade da
natureza humana. A partir disso, em 1520, Maquiavel recebe o título de mais impor-
tante historiador de Florença. Em 1527, com a queda dos Médici, foi considerado um
tirano e morre nesse ano no dia 21 de junho de 1527.
A obra que mais se destaca é "O Príncipe", escrita em 1513, publicada postu-
mamente em 1532, no qual propõe a unificação da Itália por meio da figura de um
Príncipe. Maquiavel, foi um importante teórico do Renascimento e escreveu sobre po-
lítica, ética, natureza humana, além de peças de teatro e contos. Suas obras: "Dece-
nal" (1506), "Relatos sobre os Fatos na Alemanha" (1508), "Retrato das coisas da
França" (1510), “Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio” (1513 a 1521), “A
arte da Guerra” (1517 e 1520), "A Mandrágora" (1518).

32
Evidentemente, a originalidade de Maquiavel é, nessa perspectiva, se não
apagada, bastante mitigada. Por outro lado, Lefort apresenta uma interpreta-
ção muito distinta, enfatizando o caráter conflitivo da vida cívica, o que signi-
fica conceder grande importância à teoria maquiaveliana dos "humores" que
perturbam a ordem política. (ABENSOUR, 1998, apud ADVERSE,
2007).

12.2 Jean Bodin

Jean Bodin, filósofo e jurista francês nasceu em Arges, na França, em 1530.


Em sua cidade natal, seus estudos foram desenvolvidos primeiramente, na Ordem
das Carmelitas, no entanto, suas teorias o afastaram uma vez que foi acusado de
heresia.
Realizou seus estudos universitários na Universidade de Toulouse, donde mais
tarde, ministrou aulas de Direito. Além disso, exerceu sua profissão na capital, Paris,
durante alguns anos como advogado do rei. Além da área jurídica, Bodin se interessou
pelo estudo da política, da filosofia, da economia e da religião. Seus estudos contribu-
íram para o avanço do conceito de absolutismo e soberania dos Estados, baseado
nas teorias de São Tomás de Aquino. Faleceu na cidade francesa de Laon, em 1596.
Bodin contribuiu para a evolução do pensamento político moderno. Sua "teoria
do direito divino dos reis", foi analisada em sua obra “A República”. Segundo ele, o
poder político estava concentrado numa só figura que representa a imagem de Deus
na Terra, baseada nos preceitos da monarquia.
Principais Obras: Método para a fácil compreensão da História (1566); Res-
posta para o paradoxo do senhor Malestroict (1568); A República (1576); Panorama
universal da natureza (1596).

12.3 Galileu Galilei

Galileu Galilei nasceu em 15 de fevereiro de 1564 na cidade de Pisa, na Itália.


Primogênito do casal Vincenzo Galilei e Giulia Ammannati, teve cinco irmãos.
Aos 11 anos, o cientista estudou em um mosteiro jesuíta situado em Vallom-
brosa, na Toscana. Aos 17 anos, informou a sua família que queria ser jesuíta tam-
bém. Porém, o pai dele não aprovou essa ideia, retirando-o da escola.

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O cientista teve três filhos com a veneziana Marina Gamba, com a qual nunca
se casou. Suas duas filhas se tornaram freiras e o filho, músico.
Em 1583, Galileu entrou na Universidade de Pisa para cursar Medicina, mas
não concluiu. Alguns estudos indicam que ele teve problemas financeiros e, por isso,
deixou a faculdade em 1585. No entanto, outros apontam que deixou a Medicina por-
que nunca foi o seu desejo se formar na carreira, mas sim do pai. Fato é que Galileu
trouxe importantes contribuições para essa e tantas outras áreas.
Depois de sair da universidade, continuou seus estudos, especialmente nas
áreas de Matemática e Física. Durante duas décadas pesquisou sobre os princípios
da Hidrostática, o que lhe rendeu fama à época. De 1589 a 1592, teve um cargo na
Universidade de Pisa. Nos anos seguintes, ministrou aulas de Geometria, Mecânica e
Astronomia na Universidade de Pádua. Permaneceu na instituição durante 18 anos,
alcançando ainda mais fama e seguidores.
Embora fosse muito religioso, o cientista foi acusado de heresia pela Igreja Ca-
tólica por tornar públicas suas crenças, estudos e teorias.
Realizou vários estudos importantes no ramo da Mecânica, como os do movi-
mento pendular e do movimento uniformemente acelerado. Descobriu a lei da queda
dos corpos, segundo a qual, dispostos em uma mesma altura, dois corpos de massas
diferentes sofrerão a mesma influência da gravidade, que é a causa de seu movi-
mento, chegando ambos ao solo ao mesmo tempo quando em queda livre (sem a re-
sistência do ar).
Além de ter criado um telescópio aprimorado, Galileu inventou um termômetro
de água e um instrumento (espécie de relógio) para medir a pulsação das pessoas
denominado pulsillogium. O italiano escreveu vários livros nos quais relatava suas
ideias.
Entre as obras de renome estão: As operações da bússola geométrica e mili-
tar (1604); O mensageiro das estrelas (1610); Discurso sobre corpos na água (1612);
Diálogo sobre os dois principais sistemas mundiais (1632); Duas novas ciên-
cias (1638).
Galileu descobriu também, ao usar o seu telescópio, manchas solares e
que Vênus tinha fases como a lua. Provou ainda que a Terra girava em torno do Sol,

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o que refutava a doutrina aristotélica vigente segundo a qual nosso planeta era o cen-
tro do universo (geocentrismo).
Ao realizar tais constatações, Galileu comprovou a teoria heliocêntrica de Nico-
lau Copérnico, segundo a qual a Terra e os planetas giravam em torno do sol.
Contudo, na época a Igreja Católica apoiava o modelo geocêntrico do sistema
solar: o Sol e o resto dos planetas é que girariam em torno de uma terra central, e não
móvel. Por esse motivo, a teoria de Galileu foi considerada uma afronta à Igreja.
Em 1613, por meio de uma carta direcionada a um aluno, o italiano explicou
que a teoria copernicana não contradizia as passagens da Bíblia. Quando o texto se
tornou público, os consultores da Inquisição da Igreja consideraram a teoria herética.
Durante sete anos, o cientista não pôde defender a teoria na qual acreditava.
Assim, segundo registros, ele obedeceu a Igreja para evitar maiores complicações e
porque era muito católico.
Em 1632, Galileu publicou o Diálogo sobre os dois principais sistemas mundi-
ais, que comprovava a teoria heliocêntrica. Com isso, o italiano foi convocado a Roma
para ser julgado. Seu processo de inquisição durou de setembro de 1632 a julho de
1633. Cansado de passar por esse processo, o cientista foi ameaçado de tortura e
teve de declarar que a teoria de Copérnico era apenas uma hipótese. Ele foi conde-
nado por heresia e passou os anos restantes em prisão domiciliar. Em 1992, as teorias
de Galileu Galilei foram reconhecidas formalmente pelo papa João Paulo II.
Pouco antes de morrer, ele estava quase cego. Estudos sinalizam que ele ficou
assim por observar as manchas solares sem proteção. Galileu Galilei morreu em 8 de
janeiro de 1642, em Arcetri, na Itália.

Sob o pretexto de prestar suas homenagens ao novo papa, a quem os amigos


romanos da Academia dos Linceus o haviam feito dedicar O ensaiador, Gali-
leu partiu, no início de abril de 1624, para Roma, aonde chegou em 23 de
abril e permaneceu até 8 de junho. É evidente que Galileu vislumbrava a pos-
sibilidade de fazer rever o édito de 1616 contra Copérnico e novamente dedi-
cou-se com afinco a sua causa. Foi recebido pela cúria romana com a defe-
rência que se reservava aos grandes homens; conseguiu que os cardeais
Zollern, Boncompagni e Coberluzzi intercedessem junto ao papa a favor de
Copérnico, apesar da cautela generalizada nos meios católicos, uma vez que
a opinião copernicana era professada por muitos protestantes (DRAKE, 1988,
p. 381, apud MARICONDA, 2005).

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12.4 Isaac Newton

Isaac Newton nasceu na vila Woolsthorpe-by-Colsterworth, localizada em Lin-


colnshire, na Inglaterra, em 25 de dezembro de 1642, de acordo com o calendário
juliano, que era usado na época. Pelo calendário gregoriano, o mais utilizado nos dias
de hoje, data-se o seu nascimento em 4 de janeiro de 1643.
Isaac Newton era filho de Hannah Ayscough Newton e não chegou a conhecer
seu pai, que faleceu meses antes de seu nascimento, mas herdou o nome dele. A
família de Newton tinha uma situação financeira considerada estável e vivia da ativi-
dade rural na fazenda deles.
Desde a infância, ele foi considerado como um garoto solitário, característica
que carregou por sua vida. Aos 12 anos, Newton foi para Grantham, onde ingressou
na King’s School. Porém neste período escolar, Newton não era considerado um dos
melhores alunos da turma, mas um episódio mudou a situação. Após ter levado um
chute de um garoto na escola, ele desafiou-o para continuar a luta do lado de fora da
instituição. Após essa situação, que resultou na agressão de Newton ao “adversário”,
ele decidiu mudar de vida e estudar para ser o melhor em tudo o que fizesse. Entre
os talentos que desenvolveu, estava a produção de objetos de madeira. Aos 18 anos,
Newton foi aceito no Trinity College, em Cambridge. Por ser considerado pobre
(mesmo a família tendo uma situação estável), trabalhava limpando dormitório de ou-
tros alunos e servia refeições, não chegando a fazer amizades relevantes nessa
época.
Conseguiu uma bolsa de estudos na renomada Universidade de Cambridge.
Nessa época, passou a ser admirado por professores, principalmente por Isaac Bar-
row, que ocupava a cátedra lucasiana (cadeira do professor de matemática).
Com a bolsa de estudos e a ajuda financeira que lhe era dada como um dos
benefícios, aos 22 anos, ele formou-se em humanidades.
Isolamento e “lenda” da maçã e sua volta à faculdade: A Inglaterra sofreu com
a peste negra em meados de 1660, com isso a Universidade de Cambridge foi fe-
chada e Newton voltou para Woolsthorpe. O período foi considerado muito produtivo
para os seus estudos. Nessa época, ele realizou anotações diversas com informações
sobre óptica, mecânica e gravitação.

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Tratando-se ou não de uma lenda ou um fato, a história mais conhecida sobre
a lei da gravidade narra sobre uma maçã que caiu de uma árvore em cima da cabeça
de Newton, durante esse período de isolamento. Com isso, ele refletiu sobre a razão
da fruta ter caído em direção à terra e não o oposto.
Passado o período de surto da peste negra na Inglaterra, Newton voltou para
Cambridge, participou de um concurso e tornou-se professor. Meses depois, ele já
era mestre em humanidades.
Após poucos anos, Barrow resolveu renunciar à cátedra lucasiana e indicou
Newton para ocupar o lugar. Em 1969, Newton tornou-se professor lucasiano de ma-
temática. Com o tempo, recebeu admiração, mas, em geral, foi contra a publicação
de seus artigos, temendo as críticas. Quando seu trabalho sobre a teoria da variação
do índice de refração da luz foi divulgado, ele recebeu críticas negativas de filósofos
e isolou-se ainda mais. Newton só voltou a publicar artigos após a morte de um dos
críticos.
Já com quase 50 anos e com a Universidade de Cambridge passando por com-
plicações financeiras, Newton voltou-se para outros trabalhos em Londres e foi
eleito presidente da Royal Society. Além disso, fez alguns amigos durante o período,
continuou os estudos nas áreas de óptica e mecânica e publicou trabalhos importan-
tes. No entanto, nos últimos anos de vida, seus estudos foram dedicados à alquimia e
a questões relacionadas a Deus. Isaac Newton morreu em março de 1727, aos 84
anos, com complicações renais. Nunca se casou, nem teve filhos.
A Universidade de Cambridge escondeu, por mais de 100 anos, os estudos
alquimistas de Newton. No final do século XIX, a instituição liberou lotes de “estudos
ocultos” dele, que foram adquiridos por colecionadores. Somente nas últimas déca-
das, alguns manuscritos tornaram-se públicos.

As reformas educacionais introduzidas na Alemanha do século XIX não afe-


taram apenas a estrutura dos currículos e de suas respectivas disciplinas.
Outra consequência importante foi o surgimento e a proliferação dos institutos
e laboratórios de pesquisa empírica, que deram às universidades alemãs um
prestígio incomparável no século XIX, incluindo aí a Universidade de Leipzig
(BLECHER, et al, 2004, apud ARAÚJO, 2013).

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Um dos manuscritos mais famosos de Newton é o relacionado à pedra filosofal,
um elixir da vida, uma substância mítica capaz de tornar uma pessoa imortal e trans-
formar objetos em ouro. A lenda da pedra filosofal ficou conhecida por muitos por meio
dos livros e filmes da história de Harry Potter.
Leis de Newton: Entre as principais teorias deixadas por Isaac Newton, as
chamadas leis de Newton estão entre as mais conhecidas e fundamentam a base da
física mecânica. O conjunto das três leis explica o movimento dos corpos. Elas foram
publicadas em sua obra mais famosa: Princípios matemáticos da filosofia natural.
1ª Lei de Newton: Chamada de Lei da Inércia. Seu enunciado original encon-
tra-se traduzido na frase: “Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de mo-
vimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado
por forças aplicadas sobre ele.”
2ª Lei de Newton: Também conhecida como Lei da Superposição de Forças ou
como Princípio Fundamental da Dinâmica, traduzida de sua forma original, é apresen-
tada pela frase: “A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida e
é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é aplicada.”
3ª Lei de Newton: Recebe o nome de Lei da Ação e Reação. Essa lei diz que
todas as forças surgem aos pares: ao aplicarmos uma força sobre um corpo (ação),
recebemos desse corpo a mesma força (reação), com mesmo módulo e na mesma
direção, porém com sentido oposto. O enunciado original da Terceira Lei de Newton
encontra-se traduzido na frase: “A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual
intensidade: as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e
dirigidas em sentidos opostos.”

12.5 Montesquieu

Filho de Marie Françoise de Pesnel, de origem inglesa e Jacques Secondat, de


descendência francesa, Charles-Louis de Secondat, nasceu em Bordeaux, França, no
dia 18 de janeiro de 1689. Pertencente à uma família aristocrática, Charles ficou co-
nhecido como Barão de La Brède e principalmente, por Montesquieu. Teve uma boa
educação e com apenas 16 anos ingressou na Universidade de Bordeaux, no curso
de Direito.

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Em 1714, com a morte do pai, tornou-se Conselheiro do Parlamento da cidade
de Bordeaux, sob responsabilidade de seu tio, o Barão de Montesquieu. Entretanto,
com a morte de seu tio, herdou uma boa herança, sendo nomeado Barão de Montes-
quieu, no qual passou da posição de conselheiro, para assumir a presidência do Par-
lamento de Bordeaux. Em 1715, casou-se com a abastada protestante Jeanne de
Lartigue, com quem teve dois filhos.
Em Paris, estudou na Academia Francesa onde fazia parte dos grandes círcu-
los intelectuais da cidade. Viajou pela Europa expandindo seus conhecimentos e
acrescentando à sua formação intelectual, segundo ele: “Quando vou a um país, não
examino se há boas leis, mas se as que lá existem são executadas, pois boas leis há
por toda a parte”. Em Londres, iniciou-se na maçonaria e, em 1729, foi eleito membro
da "Royal Society". Foi um crítico do absolutismo e do catolicismo, defensor da demo-
cracia, sendo sua obra mais destacada “O Espirito das Leis”, publicada em publicação
em 1748, um tratado de teoria política, no qual aponta para a divisão dos três pode-
res (executivo, legislativo e judiciário).
Ademais, criticou as autoridades políticas e religiosas, atitude muito comum no
pensamento iluminista da época. Vale destacar que o Iluminismo foi um movimento
cultural e intelectual europeu do século XVIII. Atualmente, essa obra é referência mun-
dial para cientistas sociais e advogados. Por fim, aos 66 anos, faleceu em Paris, dia
10 de fevereiro de 1755, vítima de uma febre.

As mulheres só começam a ser amplamente aceitas nas instituições de en-


sino superior a partir do final do século XIX. Dessa forma, a inserção em
grande número de mulheres em instituições de ensino superior se deu há
cerca de um século, o que pode indicar um motivo pelo qual somos poucas
na história da ciência pregressa a este momento. Mesmo assim, o número de
mulheres que ingressavam nestas instituições era bem inferior ao número de
mulheres que estavam se dedicando à vida doméstica, sendo que, ainda as-
sim, as que estavam nas universidades tinham dificuldade de se inserir em
núcleos de pesquisa. (LETA, 2003, apud LINO, 2016).

12.6 Voltaire

François Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire, nasceu em


Paris, no dia 21 de novembro de 1694. Descendente de família aristocrática, Voltaire
recebeu uma boa educação, sendo um aluno muito aplicado. Estudou línguas (latim e
grego), dialética e teologia em um colégio jesuíta, em Paris. Defendeu a monarquia
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governada por um soberano esclarecido e a liberdade individual e de pensamento, ao
mesmo tempo que criticou a intolerância religiosa e o clero.
Chegou a combater o absolutismo e criticar a aristocracia e o poder da Igreja
Católica. Segundo ele “A primeira lei da natureza é a tolerância; já que temos todos
uma porção de erros e fraquezas.”
Diante disso, o filósofo foi um agitador cultural e divulgador de suas ideias e,
ao publicar versos gozadores sobre os governantes, foi preso na Bastilha (1717-
1718). É nesse momento que adotou o pseudônimo Voltaire.
Sempre com um espírito polêmico, foi novamente preso e mais tarde teve que
se exilar durante os anos 1726-1728, na Inglaterra. Segundo ele, a existência de Deus
seria uma necessidade social e, portanto, se não fosse possível confirmar sua exis-
tência, teríamos de inventá-lo.
Teve muitos romances, dentre os quais se destacam: Olympe Runoyer, Su-
sanne de Livry Emile de Bretiul (marquesa de Chatelet). Falece na sua cidade Natal,
dia 30 de maio de 1778, mesmo ano que foi iniciado maçom.
Entre suas frases podemos citar:
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defen-
derei até a morte o direito de você dizê-las”;
“Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram
remédios para todos os males”;
“Se o homem nasceu livre, deve governar-se; se ele tem tiranos, deve destroná-
los”;
“Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas.”

12.7 Rousseau

Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo social e escritor suíço e uma das mais
importantes figuras do movimento iluminista. Foi um defensor da liberdade e crítico do
racionalismo.
Na área da filosofia investigou temas acerca das instituições sociais e políticas.
Afirmou a bondade do ser humano em estado de natureza e o fator de corrupção ori-
ginado pela sociedade.

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Suas obras mais destacadas são: “Discurso sobre a origem e os fundamentos
das desigualdades entre os homens” (1755) e “Contrato Social” (1972).

12.8 Adam Smith

No século XVIII, a economia não era um assunto específico, fazia parte da “Fi-
losofia Moral”. Adam Smith foi o primeiro filósofo moral a reconhecer que as ações de
mercado mereciam um estudo cuidadoso e em tempo integral numa moderna disci-
plina das Ciências Sociais.
Nasceu em 1723 na cidade escocesa Kirkcaldy, pequena e majoritariamente
presbiteriana, mas foi batizado pela mãe na Igreja Anglicana. Sua mãe Margaret Dou-
glas, advinha de uma família proprietária de terras, seu pai Adam Smith, foi promotor
de Justiça Militar e superintendente fiscal da Alfândega de Kirkcaldy, e morreu antes
de seu nascimento. Aos 14 anos Smith foi para a Universidade de Glasgow, onde se
tornou mestre e fascinou-se pelas ideias do professor Francis Hutcheson, aprendendo
Liberalismo Clássico, Direito Natural e Economia Política.
Depois, Smith ingressou no Balliol College da Universidade de Oxford com uma
bolsa de estudos que visava formar clérigos anglicanos. Mas Smith desprezava Ox-
ford, dizia que os professores haviam desistido até de fingir que ensinavam. Também
não foi ordenado um ministro episcopal, era um presbiteriano apesar de seu batismo
anglicano. Voltou da Inglaterra em 1746, estabelecendo-se em Edimburgo, onde ficou
desempregado por dois anos.
Em 1748, Smith foi convidado pelo juiz Henry Home a palestrar sobre Direito
Natural, Literatura, liberdade de comércio e liberdade individual, patrocinado pela So-
ciedade Filosófica de Edimburgo. Tornou-se professor na Universidade de Glasgow
em 1750, sem dificuldade em fazer a Profissão de Fé de Westminster para ser oficial-
mente presbiteriano e integrar o quadro de professores; primeiro na cadeira de Teoria
da Lógica, e em 1752 ascendeu à cadeira de Filosofia Moral, que pertencia a Hutche-
son. As palestras de Smith eram populares e converteram muitos mercadores à nova
visão econômica combatente ao Mercantilismo.

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Smith também era um entusiasmado contribuinte de associações educacionais
e sociais presbiterianas e daquelas organizadas pelos professores universitários, lite-
ratos e advogados. Em 1753 fundou a Sociedade Literária de Glasgow. Foi o principal
membro da Sociedade Filosófica de Edimburgo e da Sociedade Seleta, era ativo em
outros clubes da cidade como o Oyster Club e o Poker Club; em Glasgow fazia parte
do Clube de Economia Política e do Simson's Club.
Devido a fama de uma de suas principais obras, “A Teoria dos Sentimentos
Morais” de 1759, ele foi convidado para ser tutor do Duque de Buccleuch em 1764.
Após sua tutoria, voltou para Kirkcaldy, para finalizar “A Riqueza das Nações”, publi-
cada em 1776; tão bem recebida que o Duque de Buccleuch o chamou para ser co-
missário da Alfândega Escocesa de Edimburgo em 1778. Adam ficou na função até a
sua morte, em 1790.
Smith defendeu a igualdade perante a lei para todos, sendo errado o governo
conceder vantagens a alguns à custa de outros. Achava inadequado quaisquer leis
que freassem a produção dos homens, e sustentava que cada pessoa pudesse buscar
livremente seus interesses, desde que não infringisse os direitos de outras pessoas.
Era também um Whig, (os Whigs do parlamento britânico lutaram por um governo
limitado e por liberdade).
A “Mão Invisível” de Smith era uma oposição à economia planejada dos mer-
cantilistas, que achavam que a economia era como uma torta: aquele que desejasse
enriquecer precisava cortar um pedaço maior que os outros, para “A” ser mais rico,
“B” precisava empobrecer. A riqueza, para Smith, não era torta finita. Os homens po-
deriam produzir uma torta maior, mais riqueza. Smith ainda enfatizou a divisão do
trabalho em suas obras.

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