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A Casa de Alice Chico Teixeira

O CEU DE SUELY

A MAQUINA

TAPETE VERMELHO

Documentário terra deu terra come Rodrigo Siqueira

seams karim ainouz

Viajo porque preciso volto porque te amo

Nascidos em Bordeis

Zana Briski e Ross Kauffman

Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo (Karim Aïnouz e Marcelo Gomes / 2009)Sertão de Acrílico Azul
Piscina (Karim Aïnouz e Marcelo Gomes / 2004)

1 - Licor de Arbusto, de Rafael Prata Duarte


Rafael foi humilhado naquele Festival Universitário, porque ninguém poderia esperar um filme
como esse: uma ilha, um cometa, uma obra imperfeita, maldita. Ele teria que ser pisoteado e
torturado pelo filme; ele não poderia escapar ileso, por sua audácia. Licor de Arbusto, estranho
como o próprio título, é um filme sobre a fragilidade, sobre uma enorme busca por um cinema
que não cabe nem na tela nem dentro de nós, e que nos deixa com muito mais perguntas que
respostas.

2 - Amador, de Luiz Pretti


A primeira vez que vi um filme dos Irmãos Pretti (foi em Estética da Solidão) eu descobri um
mundo, eu vi a possibilidade de fazer trabalhos intimistas com os recursos que eram possíveis.
Era um cinema impossível com o que era possível. Em Amador todo o cinema dos gêmeos está
lá: os planos extremamente alongados, essa visão do enorme vazio das coisas, essa dificuldade
de dizermos uma palavra uns aos outros, esse enorme rigor com o quadro e com o tempo e
esse eterno relaxamento com as aparências, porque o que importa, sempre, é a essência das
coisas, mas ela é sempre fugidia e imperfeita. O título, extraordinário, é uma declaração de
princípios sobre tudo o que está em jogo: o cinema amador, o amor e a dor. O filme, de
cortante simplicidade, revela esse enorme abismo de meio metro entre a vida, a criação, o
outro e a liberdade plena.

3 - Enquadros, de Ivo Lopes Araújo


O cinema do Ivo é sempre recheado por um abismo, por uma distância de uma geografia física
e pela distância de uma geografia íntima. Em Enquadros, essa falta de um mundo é associada
com o processo de criação. Interior e exterior, rotina e improviso, luz e sombras, planos fixos e
fusões, planos gerais e planos próximos: sem nenhuma palavra, Ivo percorre um estado de
coisas do artista que vai além do descritivo para tocar uma metafísica do mundo, sempre a
partir dessa doce distância em que realiza seus trabalhos sobre a solidão humana.

4 - O Livro, de Aleques Eiterer


Incompreendido e pouco lembrado, este curta de Aleques tem uma historiazinha quase banal:
um livro passa de mão em mão, dos jovens aos velhos. Mas a visão de mundo de Aleques joga
a narrativa pro alto: lento, cíclico, fatalista, em preto-e-branco, toda a tristeza do mundo leva
O Livro para o seu misterioso final, uma verdadeira obra-prima: os planos vazios, em que não
há mais nada, nem livro nem pessoas nem vida, só o cinema talvez como testemunha mórbida
do fim de tudo.

5 - Ação e Dispersão, de Cesar Migliorin


Subversivo, irônico, provocador, Ação e Dispersão é um enigma, obra de várias camadas e
significações, que se multiplicam, que se dobram sobre si mesmas, que se interpolam: de um
lado, filme-manifesto sobre um cinema brasileiro; mas de outro, por trás desse verniz
sarcástico, revela-se um retrato profundamente afetivo sobre o vazio de uma viagem, sobre a
inutilidade da peregrinação humana e a fugacidade da memória

6 - O Lençol Branco, de Marco Dutra e Juliana Rojas


Doloroso, quase cruel, esse retrato extremamente cuidadoso e observador sobre a rotina de
uma mãe logo após a perda de seu bebê recém-nascido se transforma aos poucos numa
crônica familiar e num conto gótico de terror. Sua atmosfera sinistra é construída com um
mínimo de elementos: basicamente a partir da maestria da direção e da decupagem, numa
sinfonia de tempos, olhares e meios-gestos sempre exatos e sempre enigmáticos, como a
própria natureza humana.

7 - Nascente, de Helvecio Marins Jr


Nascente representa o cinema de BH, que é hoje o melhor cinema do mundo, um cinema que
abraça um diálogo entre as artes plásticas e o audiovisual, que abraça um país sem
paternalismo ou sem apologia da miséria, que abraça um cinema dos sentidos e das novas
possibilidades de frescor da narrativa. Delicado, intimista, poético, Nascente é o que de melhor
a Teia e o novo cinema mineiro tem feito por esses tempos.

8 - Guerras, de Luiz Rosemberg Filho


O cinema de hoje dialoga com o de ontem, ou ainda, o cinema de ontem é o cinema de
sempre, caso não se pare no tempo, caso ainda se queira dizer com a mesma intensidade de
sempre. O veterano Luiz Rosemberg Filho realiza um vídeo artesanal de grande impacto
emocional, resgatando a força da palavra e do monólogo, combinando imagens de arquivo
com jogos de luz e sombras, combinando a desilusão do terror do mundo capitalista com a
paixão pelo ato de criar e de viver.
9 - Quem Navega no Mar Sempre Encontra um Lugar, de Dellani Lima
O filme zen de Dellani Lima é mais um exemplar do cinema mineiro: um cinema de
observação, deslumbrado pelas possibilidades da imagem e do registro como forma de
iluminação. Um pouco atípico de seu trabalho posterior, Quem Navega no Mar é um filme de
percurso: percurso dos animais, percurso da câmera, percurso do olhar, percurso da alma que,
de um lugar a outro, se encontra por se perder, se acha porque existe como percurso,
observando-se a si mesma como um enorme espelho por onde passam todas as coisas.

10 - Coleira de Abutre, de Walter Fernandes Jr.


Irreverente, fragmentado, provocador, o cinema de Walter Fernandes é o da crônica carioca
farsesca, é o cinema marginal debochado, é a desconstrução da possibilidade do discurso.
Quase surrealista, Coleira de Abutre provocou uma enorme interrogação no Festival
Universitário quando exibido pela primeira vez, mas marcou um conjunto de pessoas que
passou a admirar sua anarquia e seu inconformismo.

As 7 mortes de Pedro, o menino que


coleciona crânios de vaca
O curta de hoje é uma produção nacional, que foi realizada Aiuaba no Ceará.

O curta nos conta a história de Pedro, um menino da roça que tem a teoria de que
existem apenas 7 tipos de mortes. A história passa o tempo todo ar misterioso, que me
deixou bastante o tempo todo instigado e esperando algo acontecer, o que no final
infelizmente acontece…

1º Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha) 1964 9,2


2º Vidas Secas (Nelson Pereira dos Santos) 1963 9,2
3º Cidade de Deus (Fernando Meirelles) 2002 9,1
4º Terra em Transe (Glauber Rocha) 1967 9,0
5º Pixote, a Lei do Mais Fraco (Hector Babenco) 1981 8,5
6º O Pagador de Promessas (Anselmo Duarte) 1962 8,2
7º Central do Brasil (Walter Salles) 1998 8,2
8º Carlota Joaquina, Princesa do Brasil (Carla Camurati) 1995 8,0
9º Bye, Bye Brasil (Carlos Diegues) 1979 8,0
10º Dona Flor e Seus Dois Maridos (Bruno Barreto) 1976 8,0
11º O Bandido da Luz Vermelha (Rogério Sganzerla) 1968 8,0
12º Ilha das Flores (Jorge Furtado) 1989 7,9
13º Memórias do Cárcere (Nelson Pereira dos Santos) 1984 7,8
14º O Homem Que Virou Suco (João Batista de Andrade) 1981 7,8
15º Alma Corsária (Carlos Reichenbach) 1993 7,8
16º Macunaíma (Joaquim Pedro de Andrade) 1969 7,8
17º Assalto ao Trem Pagador (Roberto Farias) 1962 7,8
18º Lavoura Arcaica (Luiz Fernando Carvalho) 2001 7,8
19º Santiago (João Moreira Salles) 2007 7,8
20º Feliz Ano Velho (Roberto Gervitz)

21º Tropa de Elite (José Padilha) 2007 7,7


22º O Beijo da Mulher Aranha (Hector Babenco) 1985 7,7
23º Edifício Master (Eduardo Coutinho) 2002 7,7
24º Os Cafajestes (Ruy Guerra) 1962 7,6
25º Abril Despedaçado (Walter Salles) 2001 7,6
26º Ganga Bruta (Humberto Mauro) 1933 7,6
27º Cabra Marcado para Morrer (Eduardo Coutinho) 1985 7,6
28º Diários de Motocicleta (Walter Salles) 2004 7,6
29º Toda Nudez Será Castigada (Arnaldo Jabor) 1973 7,5
30º Tropa de Elite 2 (José Padilha) 2010 7,5
31º A Hora da Estrela (Suzana Amaral) 1985 7,5
32º São Paulo, Sociedade Anônima (Luís Sérgio Person) 1965 7,5
33º O Jardineiro Fiel (Fernando Meirelles) 2005 7,5
34º Menino de Engenho (Walter Lima Jr.) 1965 7,4
35º Simonal - Ninguém Sabe o Duro Que Dei (Cláudio Manoel) 2009 7,4
36º Limite (Mário Peixoto) 1931 7,4
37º Amélia (Ana Carolina) 2000 7,4
38º Anjos do Arrabalde (Carlos Reichenbach) 1981 7,4
39º Casa de Areia (Andrucha Waddington) 2005 7,4
40º Bicho de Sete Cabeças (Laís Bodansky)

41º Carandiru - O Filme (Hector Babenco) 2003 7,4


42º Eu Sei Que Vou Te Amar (Arnaldo Jabor) 1986 7,3
43º Todas as Mulheres do Mundo (Domingos de Oliveira) 1967 7,3
44º A Mulher de Todos (Rogério Sganzerla) 1969 7,3
45º Pequeno Dicionário Amoroso (Sandra Werneck) 1997 7,3
46º Vera (Sérgio Toledo) 1987 7,3
47º Estamira (Marcos Prado) 2004 7,3
48º A Ostra e o Vento (Walter Lima Jr.) 1997 7,3
49º O Auto da Compadecida (Guel Arraes) 2000 7,2
50º O Céu de Suely (Karim Ainoüz) 2006 7,2
51º Terra Estrangeira (Walter Salles) 1996 7,2
52º Di Cavalcanti (Glauber Rocha) 1977 7,2
53º Jenipapo (Monique Gardenberg) 1995 7,2
54º Nelson Freire (João Moreira Salles) 2003 7,2
55º Cinema, Aspirinas e Urubus (Marcelo Gomes) 2005 7,2
56º Amarelo Manga (Cláudio Assis) 2002 7,2
57º Carnaval Atlântida (José Carlos Burle) 1952 7,1
58º O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias (Cao Hamburguer) 2006 7,1
59º Lixo Extraordinário (Lucy Walker) 2010 7,1
60º O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (Glauber Rocha)

61º O Invasor (Beto Brant) 2002 7,1


62º O Quatrilho (Fábio Barreto) 1995 7,0
63º Jogo de Cena (Eduardo Coutinho) 2007 7,0
64º Estômago (Marcos Jorge) 2007 7,0
65º Narradores de Javé (Eliane Caffé) 2003 7,0
66º Dois Filhos de Francisco (Breno Silveira) 2005 7,0
67º O Cheiro do Ralo (Heitor Dhalia) 2006 7,0
68º A Música Segundo Tom Jobim (Nelson Pereira dos Santos) 2012 7,0
69º Xingu (Cao Hamburguer) 2012 7,0
70º Tropicália (Marcelo Machado) 2012 7,0
71º Raul Seixas - O Início, o Fim e o Meio (Walter Carvalho) 2012 7,0
72º Um Trem para as Estrelas (Carlos Diegues) 1987 7,0
73º Madame Satã (Karim Ainoüz) 2002 7,0
74º Ônibus 174 (José Padilha) 2003 7,0
75º Eles Não Usam Black-Tie (Leon Hirszman) 1981 7,0
76º Doramundo (João Batista de Andrade) 1978 7,0
77º Janela da Alma (João Jardim) 2001 7,0
78º Um Céu de Estrelas (Tata Amaral)

n/aº O Homem Que Copiava (Jorge Furtado) 2003 6,9


n/aº Nem Tudo É Verdade (Rogério Sganzerla) 1986 6,9
n/aº A Casa Assassinada (Paulo César Saraceni) 1971 6,9
n/aº Perfume de Gardênia (Guilherme de Almeida Prado) 1992 6,9
n/aº O Sonho de Rose - 10 Anos Depois (Tetê Moraes) 1997 6,9
n/aº A Marvada Carne (André Klotzel) 1985 6,9
n/aº Linha de Passe (Walter Salles) 2008 6,8
n/aº Amores (Domingos de Oliveira) 1998 6,8
n/aº Gaijin - Os Caminhos da Liberdade (Tizuca Yamazaki) 1980 6,8
n/aº A Falta Que Nos Move (Christiane Jatahy) 2011 6,8
n/aº Tudo Bem (Arnaldo Jabor) 1978 6,8
n/aº Glauber, o Filme - Labirinto do Brasil (Silvio Tendler) 2003 6,8
n/aº Baile Perfumado (Lírio Ferreira) 1997 6,8
n/aº Vinícius (Miguel Faria Jr.) 2005 6,8
n/aº Couro de Gato (Joaquim Pedro de Andrade) 1961 6,8
n/aº Cazuza - O Tempo Não Pára (Sandra Werneck) 2004 6,8
n/aº O Homem da Capa Preta (Sérgio Rezende) 1986 6,8
n/aº As Canções (Eduardo Coutinho) 2011 6,8
n/aº A Ópera do Malandro (Ruy Guerra) 1986 6,8
n/aº Quase Dois Irmãos (Lúcia Murat)

n/aº Garapa (José Padilha) 2009 6,7


n/aº Anahy de las Missiones (Sérgio Silva) 1997 6,7
n/aº À Meia-Noite Levarei Sua Alma (José Mojica Marins) 1964 6,7
n/aº Kenoma (Eliane Caffé) 1998 6,7
n/aº O Caso dos Irmãos Naves (Luís Sérgio Person) 1967 6,7
n/aº Loki - Arnaldo Baptista (Paulo Henrique Fontenelle) 2008 6,7
n/aº Santo Forte (Eduardo Coutinho) 1999 6,7
n/aº Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (Karim Ainoüz) 2009 6,7
n/aº Mamonas, prá Sempre! (Cláudio Kahns) 2010 6,7
n/aº A Erva do Rato (Júlio Bressane) 2008 6,7
n/aº Pra Frente, Brasil (Roberto Farias) 1982 6,7
n/aº Tenda dos Milagres (Nelson Pereira dos Santos) 1977 6,7
n/aº O Descobrimento do Brasil (Humberto Mauro) 1937 6,7
n/aº Separações (Domingos de Oliveira) 2002 6,7
n/aº Terra para Rose (Tetê Moraes) 1987 6,7
n/aº Chico Xavier - O Filme (Daniel Filho) 2010 6,7
n/aº Saneamento Básico, o Filme (Jorge Furtado) 2007 6,6
n/aº Rio 40 Graus (Nelson Pereira dos Santos) 1955 6,6
n/aº Eu, Tu, Eles (Andrucha Waddington) 2000 6,6
n/aº Meu Nome Não É Johnny (Mauro Lima)

n/aº Como Era Gostoso o Meu Francês (Nelson Pereira dos Santos) 1971 6,6
n/aº Memórias Póstumas (André Klotzel) 2001 6,6
n/aº Carreiras (Domingos de Oliveira) 2005 6,6
n/aº Barravento (Glauber Rocha) 1962 6,6
n/aº Leila Diniz (Luiz Carlos Lacerda) 1987 6,6
n/aº Pelé Eterno (Aníbal Massaini Neto) 2004 6,6
n/aº Nós Que Aqui Estamos por Vós Esperamos (Marcelo Massagão) 1998 6,6
n/aº Hans Staden (Luiz Alberto Pereira) 1999 6,6
n/aº Uma Noite em 67 (Renato Terra) 2010 6,5
n/aº Bar Esperança (Hugo Carvana) 1983 6,5
n/aº O Que É Isso, Companheiro? (Bruno Barreto) 1997 6,5
n/aº Matou a Família e Foi ao Cinema (Júlio Bressane) 1969 6,5
n/aº O Xangô de Baker Street (Miguel Faria Jr.) 2001 6,5
n/aº O Palhaço (Selton Mello) 2011 6,5
n/aº Pro Dia Nascer Feliz (João Jardim) 2006 6,5
n/aº A Hora e a Vez de Augusto Matraga (Roberto Santos) 1965 6,5
n/aº Dois Perdidos Numa Noite Suja (José Joffily) 2002 6,5
n/aº Jards Macalé - Um Morcego na Porta Principal (Marco Abujamra) 2008 6,5
n/aº A Opinião Pública (Arnaldo Jabor) 1967 6,5
n/aº Os Inquilinos (Sérgio Bianchi)

n/aº Os 12 Trabalhos (Ricardo Elias) 2006 6,5


n/aº Contra Todos (Roberto Moreira) 2003 6,5
n/aº Bufo & Spalanzani (Flávio Tambellini) 2001 6,5
n/aº Domésticas (Fernando Meirelles) 2001 6,5
n/aº O Fim e o Princípio (Eduardo Coutinho) 2005 6,5
n/aº Benjamim (Monique Gardenberg) 2003 6,5
n/aº Boleiros - Era uma Vez o Futebol (Ugo Giorgetti) 1998 6,5
n/aº O Outro Lado da Rua (Marcos Bernstein) 2004 6,5
n/aº Cidade Baixa (Sérgio Machado) 2005 6,4
n/aº Cronicamente Inviável (Sérgio Bianchi) 2000 6,4
n/aº Os Desafinados (Walter Lima Jr.) 2008 6,4
n/aº De Passagem (Ricardo Elias) 2003 6,4
n/aº Guerra de Canudos (Sérgio Rezende) 1997 6,4
n/aº O Primeiro Dia (Walter Salles) 1998 6,4
n/aº Soy Cuba - O Mamute Siberiano (Vicente Ferraz) 2006 6,4
n/aº Ensaio Sobre a Cegueira (Fernando Meirelles) 2008 6,4
n/aº Uma Onda no Ar (Helvécio Ratton) 2002 6,4
n/aº Baixio das Bestas (Cláudio Assis) 2007 6,4
n/aº O Estranho Mundo de Zé do Caixão (José Mojica Marins) 1968 6,4
n/aº Se Eu Fosse Você (Daniel Filho) 2006 6,4

n/aº Tolerância (Carlos Gerbase) 2000 6,4


n/aº Dias de Nietzsche em Turim (Júlio Bressane) 2001 6,4
n/aº Durval Discos (Anna Muylaert) 2002 6,4
n/aº Tieta do Agreste (Carlos Diegues) 1996 6,4
n/aº Bahia de Todos os Sambas (Paulo César Saraceni) 1996 6,3
n/aº A Terceira Margem do Rio (Nelson Pereira dos Santos) 1994 6,3
n/aº Parahyba Mulher Macho (Tizuca Yamazaki) 1983 6,3
n/aº For All: O Trampolim da Vitória (Buza Ferraz) 1997 6,3
n/aº Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (Hector Babenco) 1977 6,3
n/aº Uma Vida em Segredo (Suzana Amaral) 2001 6,3
n/aº A Idade da Terra (Glauber Rocha) 1980 6,3
n/aº Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (José Mojica Marins) 1967 6,3
n/aº Amores Possíveis (Sandra Werneck) 2001 6,3
n/aº Xica da Silva (Carlos Diegues) 1976 6,3
n/aº Chega de Saudade (Laís Bodansky) 2007 6,3
n/aº Budapeste (Walter Carvalho) 2009 6,3
n/aº Heleno (José Henrique Fonseca) 2011 6,3
n/aº Peões (Eduardo Coutinho) 2004 6,3
n/aº Garrincha, Alegria do Povo (Joaquim Pedro de Andrade) 1962 6,3
n/aº Ó Paí, Ó (Monique Gardenberg) 2007 6,3

n/aº Tensão no Rio (Gustavo Dahl) 1982 6,3


n/aº Latitude Zero (Toni Venturi) 2000 6,3
n/aº Riscado (Gustavo Pizzi) 2010 6,3
n/aº O Leão de Sete Cabeças (Glauber Rocha) 1971 6,3
n/aº Cidade Ameaçada (Roberto Farias) 1960 6,3
n/aº Orfeu (Carlos Diegues) 1999 6,2
n/aº Notícias de Uma Guerra Particular (João Moreira Salles) 1999 6,2
n/aº Houve Uma Vez Dois Verões (Jorge Furtado) 2002 6,2
n/aº Árido Movie (Lírio Ferreira) 2005 6,2
n/aº Os Famosos e os Duendes da Morte (Esmir Filho) 2009 6,2
n/aº Entreatos (João Moreira Salles) 2004 6,2
n/aº Policarpo Quaresma, Herói do Brasil (Paulo Thiago) 1998 6,2
n/aº Batismo de Sangue (Helvécio Ratton) 2006 6,2
n/aº Festa (Ugo Giorgetti) 1989 6,2
n/aº Hotel Atlântico (Suzana Amaral) 2009 6,2
n/aº Reflexões de um Liquidificador (André Klotzel) 2010 6,2
n/aº Lisbela e o Prisioneiro (Guel Arraes) 2003 6,2
n/aº A Dama do Cine Shangai (Guilherme de Almeida Prado) 1987 6,2
n/aº O Homem Nu (Hugo Carvana) 1997 6,2
n/aº Eu Te Amo (Arnaldo Jabor)

n/aº O Caminho das Nuvens (Vicente Amorim) 2003 6,2


n/aº Tristeza do Jeca (Amácio Mazzaropi) 1961 6,1
n/aº Quem Matou Pixote? (José Joffily) 1996 6,1
n/aº O Casamento (Arnaldo Jabor) 1976 6,1
n/aº Se Nada Mais Der Certo (José Eduardo Belmonte) 2008 6,1
n/aº O País dos Tenentes (João Batista de Andrade) 1987 6,1
n/aº Gabriela, Cravo e Canela (Bruno Barreto) 1983 6,1
n/aº Chuvas de Verão (Carlos Diegues) 1978 6,1
n/aº Crime Delicado (Beto Brant) 2005 6,1
n/aº Cinco Vezes Favela (Miguel Borges) 1962 6,1
n/aº Estorvo (Ruy Guerra) 2000 6,1
n/aº Redentor (Cláudio Torres) 2004 6,1
n/aº Ação Entre Amigos (Beto Brant) 1998 6,1
n/aº O Rei da Noite (Hector Babenco) 1975 6,1
n/aº O Homem do Sputnik (Carlos Manga) 1959 6,1
n/aº O Vestido (Paulo Thiago) 2003 6,1
n/aº Das Tripas Coração (Ana Carolina) 1982 6,1
n/aº É Proibido Fumar (Anna Muylaert) 2009 6,0
n/aº Sonho de Valsa (Ana Carolina) 1987 6,0
n/aº À Deriva (Heitor Dhalia) 2009 6,0

n/aº A Suprema Felicidade (Arnaldo Jabor) 2010 6,0


n/aº Na Estrada (Walter Salles) 2012 6,0
n/aº Apenas o Fim (Matheus Souza) 2008 6,0
n/aº Guerra Conjugal (Joaquim Pedro de Andrade) 1976 6,0
n/aº Moscou (Eduardo Coutinho) 2009 6,0
n/aº Veja Esta Canção (Carlos Diegues) 1994 6,0
n/aº Tempos de Paz (Daniel Filho) 2009 6,0
n/aº Salve Geral (Sérgio Rezende) 2009 6,0
n/aº A Mulher Invisível (Cláudio Torres) 2009 6,0
n/aº Todo Mundo Tem Problemas Sexuais (Domingos de Oliveira) 2011 6,0
n/aº Quincas Berro D'água (Sérgio Machado) 2010 6,0
n/aº Capitalismo Selvagem (André Klotzel) 1993 6,0
n/aº As Melhores Coisas do Mundo (Laís Bodansky) 2010 6,0
n/aº Câncer (Glauber Rocha) 1972 6,0
n/aº A Dança dos Bonecos (Helvécio Ratton) 1986 6,0
n/aº A Dona da Historia (Daniel Filho) 2004 6,0
n/aº A Partilha (Daniel Filho) 2001 6,0
n/aº Meu Tio Matou um Cara (Jorge Furtado) 2004 6,0
n/aº Sonhos Roubados (Sandra Werneck) 2009 6,0
n/aº Nina (Heitor Dhalia) 2004 6,

n/aº Ódiquê? (Felipe Joffily) 2009 6,0


n/aº Edu, Coração de Ouro (Domingos de Oliveira) 1968 6,0
n/aº O Homem do Futuro (Cláudio Torres) 2011 6,0
n/aº Onde a Terra Acaba (Sérgio Machado) 2001 6,0
n/aº As Cariocas (Fernando de Barros) 1966 6,0
n/aº Os Mucker (Jorge Bodanzky) 1978 6,0
n/aº O Homem do Pau-Brasil (Joaquim Pedro de Andrade) 1982 6,0
n/aº Desmundo (Alain Fresnot) 2002 6,0
n/aº Deus É Brasileiro (Carlos Diegues) 2003 6,0
n/aº Romance (Guel Arraes) 2008 6,0
n/aº Os Normais - O Filme (José Alvarenga Jr.) 2003 6,0
n/aº Os Matadores (Beto Brant) 1997 6,0
n/aº Inocência (Walter Lima Jr.) 1983 5,9
n/aº A Hora Mágica (Guilherme de Almeida Prado) 1999 5,9
n/aº Zuzu Angel (Sérgio Rezende) 2006 5,9
n/aº O Contador de Histórias (Luiz Villaça) 2009 5,9
n/aº VIPs - Histórias Reais de um Mentiroso (Toniko Melo) 2010 5,9
n/aº O Signo do Caos (Rogério Sganzerla) 2005 5,9
n/aº Corações Sujos (Vicente Amorim) 2011 5,9
n/aº Quanto Vale ou É por Quilo? (Sérgio Bianchi) 2005 5,9

1) DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL (1964), de Glauber Rocha, com Geraldo D’El Rey,
Othon Bastos, Maurício do Valle, Yoná Magalhães e Sonia dos Humildes. Filme-ópera que
rompe com os cânones narrativos do cinema brasileiro para instaurar uma estética
dilacerante onde estão em simbiose a tragédia sertaneja, plena de ecos gregos, e a
expressão lancinante de brasilidade, onde, num toque original e impactuante, a
influência de vários cineastas (Ford, Kurosawa, Buñuel, e principalmente Eisenstein – a
matança dos beatos é nitidamente influenciada pela seqüência da Escadaria de Odessa de
O encouraçado Potemkin) se espraia num estilo personalíssimo. Este filme traumatizou
duramente o cinema brasileiro.

2) TERRA EM TRANSE, de Glauber Rocha (1967), com Jardel Filho, Glauce Rocha, Paulo
Autran. Ainda que a tentação fosse a de não repetir realizadores nesta lista mambembe,
não se pode deixar de incluir esta obra-primíssima que retrata, num painel alucinante, o
terremoto da política brasileira. Obra de grande impacto em sua mise-en-scène, com
sequências audaciosas, é, também, um canto agônico, onde um poeta – dividido entre a
política e a arte, no processo de sua lenta morte, após um tiroteio numa estrada, repassa
o seu pretérito. O filme, portanto, tem sua ação localizada na mente desse personagem
enquanto dá seus últimos suspiros. Surpreendente sob todos os aspectos.

3) SÃO PAULO S/A, de Luís Sérgio Person (1965), com Walmor Chagas, Eva Wilma, Otelo
Zelloni. O Cinema Novo se desloca, aqui, do campo para a cidade. Person realiza uma
obra delicada e sensível onde a cidade paulistana se integra no conflito audiovisual,
inserindo-se na estrutura narrativa do filme como um personagem. Esta incorporação do
ambiente ao tecido dramatúrgico é rara na cinematografia. Centro da metrópole, em
plena era de industrialização, um homem perdido à procura de um sentido para a sua
existência. Exemplar!

4) O BANDIDO DA LUZ VERMELHA, de Rogério Sganzerla (1967), com Paulo Villaça, Helena
Ignêz, Luiz Linhares. Carro-chefe do chamado Cinema Marginal – ou underground ou,
ainda, udigrudi. Um faroeste do Terceiro Mundo, na definição de seu autor, obra de
estréia em longa metragem, um filme único na cinematografia nacional. As imagens,
desordenadas mas com uma cadência rítmica explosiva, aparecem, na estrutura
narrativa, como a ilustração de um programa de rádio de classe Z. Duas vozes narram a
trajetória de um perigoso marginal da periferia paulistana. O que se pode ver, neste
filme extraordinário, é a apreensão, por um jovem cineasta de 21 anos, do melhor
cinema praticado em décadas anteriores. Radiofônico, como Welles, sincopado em sua
montagem, como Godard, mas de uma boçalidade exclusivamente brasileira. O autor
assume a bregüice nacional com uma total non chalance, proporcionando, com isso, um
retrato esculhambado por excelência, mas inteligentíssimo como expressão da arte do
filme.

5) A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA, de Roberto Santos (1965), com Leonardo


Villar, Jofre Soares. O realizador venceu uma batalha mais forte do que a do seu
personagem: adaptar, com poder de convencimento, uma obra de Guimarães Rosa.
Problemas de especificidades linguísticas à parte, o fato é que o filme é deslumbrante na
tentativa de descrever o universo rosiano por meio da força de um outro signo
expressivo: o da linguagem cinematográfica. Um grande momento para o Cinema Novo e
para todo o cinema brasileiro. E Leonardo Villar está como que inexcedível no papel
título.

6) ABSOLUTAMENTE CERTO, de Anselmo Duarte (1958), com Dercy Gonçalves, Anselmo


Duarte, Odete Lara. Em pleno domínio da chanchada, o maior galã do cinema nacional da
época dirige o seu primeiro longa. O resultado fica acima da expectativa, pois uma
inteligente comédia de costumes que retrata, com graça e humor, a classe média
paulistana. Mas, mais importante que isso, é o cinema ágil, engraçado, com excelentes
transições, de um ritmo frenético que acaba por funcionar como um trabalho que
ultrapassa o espírito de sua época. O realizador, anos depois, conquistaria a cobiçada
Palma de Ouro no Festival de Cannes com O Pagador de Promessas. Mas é aqui que se
encontra o melhor do cineasta.

7) VIDAS SECAS, de Nelson Pereira dos Santos (1964), com Átila Iório, Maria Ribeiro.
Adaptação do romance homônimo de Graciliano Ramos. Poucas vezes o cinema e a
literatura puderam se dar as mãos em harmonia como nesta obra cinematográfica. O livro
parece um indicativo das imagens em movimento pela sua linguagem seca, sem floreios.
O diretor, precursor do Cinema Novo – Rio, quarenta graus, Rio Zona Norte, soube
apreender as indicações da escritura romanesca, transformando-as em pura linguagem
fílmica. Desde a fotografia sem filtros, que denuncia a aridez da paisagem e o sol
dominador, passando pelas rigorosas interpretações de Átila Iório e Maria Ribeiro, até o
clímax da morte cansada da cadela, tudo é luz e maravilhamento.

8) NOITE VAZIA, de Walter Hugo Khoury (1964), com Mário Benvenutti, Norma Bengell,
Odete Lara, Gabrielle Tinti. Um autor original no panorama do cinema brasileiro que,
muito criticado pelos cinemanovistas pelas influências de Ingmar Bergman e Michelangelo
Antonioni, conseguiu, como poucos neste país, revelar-se um verdadeiro autor na
expressão exata do vocábulo. Com um universo ficcional próprio e um estilo
particularíssimo, com cada obra singular sendo uma variação de um mesmo tema – o
macrofilme, que é toda a sua filmografia, Khoury enfrentou incólume as turbulências da
crítica e hoje está estabelecido como um dos maiores cineastas brasileiros. Noite vazia
investe na noite de São Paulo com seus personagens amargurados à procura de um
significado para as suas existências desiludidas. Mas o que se faz notar no filme é uma
emergência poética a cada instante, um domínio formal impressionante na condução da
mise-en-scène. A sequência da chuva na janela, em montagem paralela com as mulheres
deitadas e o ovo que se estala no fogão, é uma das mais belas do cinema brasileiro.
9) TODAS AS MULHERES DO MUNDO, de Domingos de Oliveira (1966), com Paulo José,
Flávio Migliaccio, Leila Diniz, Ivan de Albuquerque, Irma Alvarez. Nenhum filme brasileiro
revelou tão bem o espírito de uma época como este delicado poema à mulher amada de
um realizador em sua primeira incursão no universo das imagens em movimento.
Domingos se encontra em sua quintessência, dotado de um singular humor e uma
capacidade intuitiva rara no estabelecimento de uma poética sobre o seu tempo.

10) LILIAM M – RELATÓRIO CONFIDENCIAL, de Carlos Reichenbach, com Célia Olga Benvenutti,
Benjamin Cattan, Sérgio Hingst, Edward Freud. Mulher casada com lavrador é seduzida por
mascate e após trágico acidente vai morar na selva de pedra paulistana onde enfrenta a
solidão e o desespero, mas, inesperadamente, se casa com industrial rico e muda de vida.
Filme original, bastante influenciado pela estética do cinema japonês, premiado em vários
festivais, é um marco na carreira de seu autor e sua revelação para o Brasil e para o mundo.
Uma obra que precisa ser revista atualmente com toda a atenção.

LIMITE, de Mário Peixoto (1930), com Olga Breno, Taciana Rei, Raul Schnoor. Clássico
absoluto do cinema brasileiro. Um filme que não se compara mas se separa. Três pessoas
viajam sem destino num barco e relembram o passado. Filme-mito, que provocou estesia
e polêmica, realizado ainda na estética da arte muda por um jovem realizador que
estreava, aqui, na direção cinematográfica e depois desse filme se trancou numa ilha
para sempre. Obra essencial, visual, puro cinema, ou o cinema como música do olhar.
Fotografia excepcional de Edgard Brazil.

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