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Universidade Zambeze

Faculdade de Ciências e Tecnologia Instrumentação e Medidas Eléctricas

TEMA 2
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DE GRANDEZAS ELÉCTRICAS

Objectivos
 Identificar as principais medidas e instrumentos de medida das grandezas
elétricas.
 Entender o principio de funcionamento dos instrumentos analogicos
especificamente o voltimetro e o amperimetro.

Introdução
Os instrumentos de medidas elétricas, salvo raras excepções, podem ser distribuídos
quanto ao modo de funcionamento do sistema de medição em:
 Magnéticos;
 Térmicos;
 Electrostáticos;
 De Vibração;
 Electrónicos.
Os instrumentos de medição magnéticos destinam-se a medir uma grandeza eléctrica em
circuito, pelo deslocamento de uma parte móvel em relação a uma parte fixa. Tal
deslocamento pode ser produzido toda vez que uma destas partes é percorrida por uma
corrente, gerando um campo magnético.
Entre a amplitude da corrente e o deslocamento da parte móvel, existe uma
proporcionalidade que fica indicada na aferição da escala.
Neste grupo de instrumentos encontramos os três subgrupos, mais importantes que são:
 Instrumentos de bobina móvel ou de ímã permanente;
 Instrumentos de Ferro Móvel;
 Instrumentos Electrodinâmicos ou Ferrodinâmicos.
Nas nossas aulas vamos considerar apenas os Instrumentos de bobina móvel ou de ímã
permanente.

INSTRUMENTOS DE BOBINA MÓVEL OU DE ÍMÃ PERMANENTE

Os instrumentos de bobina móvel são os mais utilizados em instalações elétricas. É um


dos primeiros aparelhos que possibilitaram a realização de medição de precisão. Coube
ao físico D’Arsonval o mérito do seu aperfeiçoamento definitivo. Por esta razão o
sistema de medição de medição de bobina móvel ou de ímã permanente é conhecido
universalmente como sistema D´Arsonval.
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Constituição
Conhecidos também pelos nomes de “instrumentos de bobina móvel e ímã fixo” ou
“instrumentos magneto-elétricos”, estes instrumentos são constituídos, essencialmente
das partes mostradas na figura abaixo, que são:
 Ímã permanente de peças polares cilíndricas.
 Núcleo cilíndrico de ferro doce, com a finalidade de tornar radiais as linhas de
fluxo.
 Quadro rectangular de metal condutor, em geral feito de alumínio, com a
finalidade de servir de suporte à bobina e produzir amortecimento por correntes
de Foucault.
 Bobina de fio de cobre, enrolada sobre o quadro de alumínio por onde circulará
a corrente a medir.
 Molas, que têm a finalidade de fazer a conexão eléctrica da bobina móvel com
os terminais do instrumento e de produzir o torque “restaurador”, ou
“antagonista”, que agirá em oposição ao torque motor.
 Mancal que tem a finalidade de suportar o elemento móvel.
 Parafuso de ajuste do zero da escala (não mostrado na figura).
 Espelho para evitar erro de paralaxe (não mostrado na figura).
 Ponteiro e escala.

Figura: Instrumento de bobina móvel ou de imã permanente

Princípio de Funcionamento
Quando um condutor é percorrido por uma corrente I, na presença de um campo
magnético (B), fica submetido a uma força F cujo sentido é dado pela regra da mão
direita, e cujo módulo é dado por: F = B.I.L.sen (α); onde:
L é o comprimento do condutor sob a acção do campo magnético B,
α é o ângulo entre B e direcção I.L no espaço.
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Assim a corrente I a medir, ao percorrer a bobina B vai dar origem às forças F, Deste
modo, percebe-se que se a corrente I mudar de sentido, F também mudará de sentido,
fazendo com que o ponteiro se desloque.

Vantagens
 Baixo consumo próprio.
 Alta sensibilidade.
 Uniformidade da escala e possibilidade de escalas bastante amplas.
 A possibilidade de um simples instrumento ser utilizado com “Shunts” e
resistores série apropriados, para cobrir uma ampla gama de correntes e tensões.
 Livre de erros devido à histerese e campos magnéticos externos.
 Excelente precisão.

Desvantagens
 São instrumentos polarizados.
 Construção complexa e sensível.
 Devido a sua alta sensibilidade, danifica-se muito rapidamente, caso não seja
utilizado com muito cuidado.

Aplicações
 Os instrumentos de medição do tipo de bobina móvel, devido a sua versatilidade
são os mais empregados em medições de laboratórios, principalmente no que se
refere à medição de tensões e correntes.
 Medição de resistências de pequeno e médio valor.
 Na medição de correntes alternadas, precisa de usar semicondutores
rectificadores.

GALVANÓMETRO
Um galvanômetro é um dispositivo eletromecânico no qual se produz um torque como
resultado da interação entre uma corrente elétrica, que passa pela bobina do instrumento
e o campo magnético existente entorno da bobina. Ele é a base dos demais instrumentos
de medidas elétricas, existindo também nos modelos digitais mais modernos.

Princípio de Funcionamento
Este instrumento é constituído essencialmente de uma bobina de ferro fino, imersa em
um campo magnético uniforme de um imã permanente e montado em um sistema de
suspensão que a permite girar em torno de um eixo que passa pelo seu diâmetro, quando
percorrida por uma corrente eléctrica. Esta corrente (que é a própria que se deseja
determinar) produz um campo magnético, o qual interage com o campo magnético
gerado pelo imã permanente, provocando uma deflexão angular proporcional ao valor
desta corrente. Esta acção é limitada pela acção restauradora de uma mola. Este limite
ocorre quando o torque provocado pela força de interacção magnética se iguala ao
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torque restaurador da mola. O valor deste deslocamento é indicado em uma escala


graduada através de um ponteiro fixo à bobina móvel, indicando dessa forma a
intensidade da corrente.
Através de circuitos apropriados, o galvanómetro pode ler outras grandezas eléctricas
como tensão continua ou tensão alternada, resistência e outras.
Os parâmetros do galvanómetro:
 Corrente de fundo de escala (ig): é a corrente eléctrica que passa pelo
galvanómetro provocando a máxima deflexão do seu ponteiro. (Tipicamente da
ordem de 0,5 mA).
 Resistência eléctrica do galvanómetro (Rg): é a resistência da bobina de fio
condutor pela qual passa a corrente.
 Queda de tensão máxima provocada pelo galvanómetro no circuito.

Aplicações

Como Voltímetro: acrescentando-se resistores em série.

• Im= Ig = corrente de deflexão a plena escala do galvanómetro/instrumento


•Rg = resistência interna do galvanómetro
•Rm = Rs = resistência multiplicadora ou série
• V = Vmax = tensão a plena escala do voltímetro (galvanómetro + Rs)

Voltímetro:
Mede a ddp entre dois pontos do circuito. É colocado sempre em paralelo com o resistor
ou outro elemento do circuito, de modo que a ddp sobre o elemento seja a mesma ddp
sobre o voltímetro. Como o medidor tem uma certa resistência, esta deve ser a maior
possível para que ele "roube" o menos possível corrente do circuito.
É construído ligando-se um resistor em série a um galvanómetro, com uma alta
resistência, de modo que a resistência equivalente do amperímetro seja muito maior que
a resistência do galvanómetro isolado.
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Projectar um voltímetro que tenha deflexão máxima (fundo de escala) Vmax, significa
calcular Rs que será:
Vmax =Is Rs + ig Rg = ig (Rs + Rg)

V
Rs   Rg
ig

Como Amperímetro: acrescentando-se resistores em paralelo.

• Rm = Rg = resistência interna do instrumento (bobina)


• Rs= Rp = resistência de derivação ou shunt
• Im = Ig = corrente de deflexão a plena escala do instrumento
• Is= Ip = corrente de derivação
• I = Imax = corrente a plena escala do amperímetro incluindo a corrente de derivação.

Amperímetro
Mede a corrente passando por um ramo do circuito. É colocado sempre em série com o
resistor ou outro elemento do circuito, de modo que seja percorrido pela mesma
corrente. Como o medidor tem uma certa resistência, esta deve ser a menor possível
para que a sua influência (perda de corrente) sobre o circuito seja a mínima possível.
É construído ligando-se um resistor em paralelo a um galvanómetro: falamos em
“shuntar” o galvanómetro, ou seja, fazer uma derivação a ele. Se o resistor em paralelo
tiver baixa resistência, a corrente passará em sua maior parte pela derivação.
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Projectar um amperímetro que tenha deflexão máxima (fundo de escala) Imax, significa
calcular Rp que será.
V = R p I g = Rp i p

ip = i – ig
ig
Rp  Rg
ip

Como Ohmímetro: acrescentando-se uma pilha.

• R1 = resistor limitador de corrente


• R2 = resistor de ajuste a zero
• E = bateria interna
• Rm = resistência interna do galvanómetro D'Arsonval
Ig = corrente de deflexão a plena escala do instrumento
• Rx = resistor desconhecido
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Normas e Simbologia

Para a identificação rápidadas diversas características do instrumento de medida, foram


adotados símbolos inscritos na escala, de modo que cada um determina uma destas
características. Os diversos símbolos empregado se normalizados estão indicados nas
próximas tabelas.
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