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Disciplina: DIREITO FAMÍLIA

Unidade de Aprendizagem: TEORIA GERAL DO DIREITO DE FAMÍLIA


Módulo de Aprendizagem: M4 | Princípios Constitucionais do Direito de Família
Estudante: Ana Zandoná
Proposta | Após a leitura da decisão, HC 568.021/CE, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j.
23.03.2020, elabore uma breve resenha, indicando a sua posição quanto ao seu acerto ou equívoco, a
partir dos princípios constitucionais incidentes.
Registre este espaço a sua reflexão.!

Se, de um lado, a determinação legal (que reverbera o teor de recomendação e decisões) é


dotada de inegável mérito, especialmente diante do princípio da dignidade da pessoa humana no
contexto da pandemia, por outro lado, a determinação de cumprimento da prisão em regime domiciliar
dá ensejo a, no mínimo, dois questionamentos importantes.
A primeira questão diz respeito à inefetividade da medida: ao manter o preso em casa, como
fica o objetivo de fazê-lo adimplir a dívida alimentar? Nessa nova configuração, a prisão não se afigura
suficientemente coercitiva.
Logo, constata-se que a obrigação alimentar acabou ficando esvaziada, já que a prisão
domiciliar, mormente em tempos de covid-19, deixou de ser forma de constranger o devedor a pagar
sua dívida. E o pior, apesar do abrandamento da técnica pelos Poderes da República, não se pensou
em nenhuma política pública específica voltada a resguardar a parte vulnerável da demanda, o credor
de alimentos, que se viu impedido de usar a sua ferramenta processual mais contundente para atingir
os reclamos de sua sobrevivência.
Assim, à vista da maior amplitude e da flexibilidade do seu provimento, levando-se em conta a
premência da situação, além da complexidade do conflito (multifatorial, multipolar e policêntrico),
envolvendo direitos fundamentais em extrema debilidade, o processo estrutural mostra-se como
instrumental mais pertinente ao saneamento célere, eficaz e efetivo do problema.
No que diz respeito à execução de alimentos e a prisão civil, deverá ser estabelecido um plano
de ação, com a definição de etapas de cumprimento da ordem judicial, inclusive quanto aos terceiros
que irão contribuir para o seu cumprimento, com participação efetiva da sociedade e de especialistas
no tema, sempre almejando o aprimoramento do instituto em busca de contemplar os anseios sociais,
materializando direitos fundamentais do credor, sem que, em contrapartida, haja violação dos direitos
fundamentais do devedor, sempre sob gestão do órgão judicial.

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