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CNPq-PIBIC

LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE DO NORTE


CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE

ANTÔNIO LUÍZ DE ARAÚJO GUERRA FILHO

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL EÓLICO ON-SHORE E OFF-SHORE DO RIO


GRANDE DO NORTE

NATAL-RN
2015

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ANTÔNIO LUÍZ DE ARAÚJO GUERRA FILHO

RELATÓRIO TÉCNICO SOBRE A AVALIAÇÃO DO POTENCIAL EÓLICO


ON-SHORE E OFF-SHORE DO RIO GRANDE DO NORTE

Relatório apresentado ao CNPq sob orientação


do professor Dr. Fábio Sérgio da Costa
Pereira para relatar o andamento da pesquisa.

NATAL-RN
2015

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RESUMO

Quando falamos em energia eólica, a primeira imagem que nos vem a mente é a
de aerogeradores modernos, agrupados em enormes parques gerando uma bela
paisagem. Entretanto a energia eólica é usada desde a antiguidade, tendo como primeira
aplicação registrada a locomoção de barcos veleiros, com eficiência superior do que os
remos anteriormente usados.
Logo após foram criados os moinhos de vento, estas enormes estruturas para os
padrões da época surgidos na pérsia desde o século VII, utilizando a energia dos ventos
para a moagem de grãos, substituindo os antigos que usavam a força de animais para a
realização dos trabalhos.
O estado do Rio Grande do Norte possui uma localização privilegiada no que diz
respeito ao potencial eólico, já que está localizado no extremo leste do continente, onde
os ventos alísios convergem gerando médias de incidência de ventos anuais fortes e
constantes, características indispensáveis para uma boa geração de energia.
Tal potencial foi bem percebido por empresários da área da energia eólica, de
modo que já existem 67 parques instalados no estado, 15 encontram-se em construção e
mais 62 estão previstas.. A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEeólica ) prevê
que em 2017 o Rio Grande do Norte seja o líder brasileiro na produção de energia
eólica, desbancando o estado vizinho Ceará. Esse fato evidencia ainda mais o potencial
eólico norte-riograndense.
Com o objetivo de descobrir novos municípios e praias com características
ideais para a implementação de parques eólicos no Rio Grande do Norte, será realizada
nesta pesquisa a seguinte metodologia executiva: identificação dos novos municípios e
praias com potencial eólico em locais aonde não existam estações de energia eólica
através do mapa eólico do estado, elaboração da listagem dos municípios e praias com
base nas medidas do vento e a elaboração de um mapa eólico On-Shore e Off-Shore
atual de nosso estado com identificação das áreas propícias para implementação de
novos parques

Palavras-chave: Energia. Vento. Potencial.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................5
2 PRIMEIRA FASE: EMBASAMENTO TEÓRICO..........................................6
2.1 CRITÉRIOS QUE INFLUENCIAM NUMA BOA VELOCIDADE DE
VENTOS...................................................................................................................6
2.2 MEDIÇÃO E GERAÇÃO DE DADOS DE VELOCIDADE DOS VENTOS
...................................................................................................................................7
2.3 O ATLAS EÓLICO DO RIO GRANDE DO NORTE...................................8
3- SEGUNDA FASE: ELABORAÇÃO DE NOVO MAPA EÓLICO COM
IDENTIFICAÇÃO DE LOCAIS COM ALTAS MÉDIAS DE VENTOS AINDA
NÃO APROVEITADOS PARA GERAÇÃO DE ENERGIA ............................10
3.1 MAPA DOS EMPREENDIMENTOS EÓLICOS DO RIO GRANDE DO
NORTE.....................................................................................................................11
3.2 NOVO ATLAS EÓLICO DO RIO GRANDE DO NORTE..........................13
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................13
REFERÊNCIAS.......................................................................................................14

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INTRODUÇÃO

Através de pesquisa em livros, meio virtual, e visitas a diferentes municípios do


estado, tem-se o objetivo de descobrir localidades passíveis de exploração no campo da
energia eólica.
Nesse trabalho foi realizado o embasamento teórico sobre os fundamentos
básicos da energia eólica, estudados os instrumentos utilizados para a geração de mapas
e aferição das velocidades dos ventos, bem como os critérios geográficos que
influenciam na obtenção de bons ventos.
Na segunda fase do projeto foi elaborado um novo mapa eólico com
identificação de áreas propícias para a implementação de novos parques.
O presente relatório visa expor a finalização da pesquisa.

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2- PRIMEIRA FASE : EMBASAMENTO TEÓRICO

Nessa fase da pesquisa foi realizado todo o embasamento teórico necessário para
identificar localidades com boas médias anuais de vento, bem como descobrir
características de terrenos e meteorologia que otimizam a geração de energia por meio
de aerogeradores. Foi também estudada a metodologia de obtenção dos dados já
existentes (Atlas Eólico do Rio Grande do Norte, COSERN), os diferentes tipos de
anemômetros existentes, softwares utilizados para mapeamento e localidades com
parques eólicos já instalados ou em construção.
Os materiais utilizados para embasamento foram o livro Fundamentos da
Energia Eólica do autor Milton Pinto, a revista Cenários Energia Eólica, editora Brasil
Energia, e o atlas eólico do Rio Grande do Norte, confeccionado pela COSERN.

2.1- CRITÉRIOS QUE INFLUENCIAM NUMA BOA VELOCIDADE DE


VENTOS
A análise da topografia e orografia de um terreno é fundamental para uma
possível instalação de aerogeradores. As correntes de ar que fluem sobre a terra também
sofrem forças de atrito ao tocarem sua superfície, que resultam numa força horizontal e
contrária ao fluxo incidente, de modo decrescente em relação a altura até um ponto
conhecido como camada-limite, além disso, é importante lembrarmos do conceito de
atmosfera livre, região onde o vento circula em linhas de mesma pressão (isóbaras).
Na atmosfera livre, além da camada limite os ventos crescem de forma linear até
atingir a tropopausa, onde começam a decair. A camada limite da atmosfera é dividida
em três faixas de altura, onde a única interessante para a energia eólica é a que se
encontro entre 50 e 150m de altura.
A rugosidade do terreno influi na camada limite, de modo que quanto menor a
rugosidade menor o atrito, facilitando o escoamento dos ventos. Um terreno que possui
a superfície composta por água, areia suave ou neve possui menor rugosidade que um
composto por grama, árvores e pequenas construções, por exemplo, sendo portanto o
primeiro tipo de terreno mais propício a velocidades maiores de ventos.
Uma forma simples de identificar locais com altas médias de ventos é através da
observação de bioindicadores, árvores e arbustos tendem a se deformar e se inclinar em
relação ao vento, medindo tais deformações pode-se ter uma noção da intensidade
eólica naquele local.

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2.2- MEDIÇÃO E GERAÇÃO DE DADOS DE VELOCIDADE DOS VENTOS

A aferição da velocidade do vento é feita por meio de equipamentos conhecidos


como anemômetros. Existem vários tipos de anemômetros: rotacionais (de copo ou
hélices), de pressão, termoelétricos, a laser e o sônico, ou de fase. Dentre esses
anemômetros destacamos os de copo, que são o tipo mais comum e mais utilizado na
geração de medidas longas e levantamentos de dados, e o a laser, que é o mais
comumente utilizado para medições rápidas.

Figura 1:Anemômetro por tubo de Pitot Figura 2: Anemômetro Sônico

Figura 3: Anemômetro de copo Figura 4: Anemômetro a Laser

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2.3- O ATLAS EÓLICO DO RIO GRANDE DO NORTE

O atlas utilizado como referência nessa pesquisa foi confecionado pela


COSERN no ano de 2003, para a construção do atlas foram utilizados 8 torres
anemométricas de 48m de altura, contando com 2 anemômetros por torre, instalados a
30 e a 48m de altura. Anterior a instalação fora realizado um mapeamento preliminar no
estado a fim de identificar áreas promissoras para a instalação dos equipamentos. As
torres foram distribuidas pelo litoral e interior do estado, sendo 4 litorâneas (Guamaré,
Mangue, Tabatinga e touros) e 4 no interior.
Para aproveitar ao máximo as medições anemométricas, foi utilizado um
modelamento de mesoescala (MesoMap) e simulação em 3D da camada limite
atmosférica, feitos com ajuda de telemetria de satélites de baixa órbita, além do
embasamento em mapas da vegetação e relevo do estado, gerando por fim o mapa
eólico em três diferentes alturas: 50, 75 e 100m.

Figura 5: Velocidade média anual do vento a 50m de altura.

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Figura 6: Velocidade média anual do vento a 75m de altura.

Figura 7: Velocidade média anual do vento a 100m de altura.

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3- SEGUNDA FASE: ELABORAÇÃO DE NOVO MAPA EÓLICO COM
IDENTIFICAÇÃO DE LOCAIS COM ALTAS MÉDIAS DE VENTOS AINDA
NÃO APROVEITADOS PARA GERAÇÃO DE ENERGIA.

Ao analizar o atlas eólico do estado, e cruzá-lo com a lista de parques em


atividades, em construção ou planejados, foram encontradas três zonas promissoras que
foram pouco, ou sequer aproveitadas.
É importante notar que o estado está em um crescimento acelerado no que diz
respeito a construção de parques, segundo a revista Cenários Energia Eólica 2014/2015,
existem 26 usinas aptas no estado, 15 em construção, 41 em funcionamento, e mais 62
previstas, devido a isso é previsto que até o ano 2017 o estado norte-riograndense seja a
maior potencia nacional em matéria de geração eólica.
No mapa a seguir foram destacadas zonas ainda pouco ou não aproveitadas,
porém com grande potencial para a geração éolica. Como segunda parte da presente
pesquisa, serão feitas visitas a essas zonas para a confirmação in loco das medições por
meio de anemômetros a laser, culminando nos resultados do trabalho.

Figura 8: Zonas com ventos fortes ainda pouco aproveitadas para a geração eólica.

A região “A” situa-se na região compreendida entre as proximidades do município de


Ceará-Mirim e o de Maxaranguape, a “B” localiza-se a norte de Currais Novos, entre os
municípios de Florânia e Cerro Corá, a “C” é compreendida nas proximidades do
município de Acari até a divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba.

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3.1- MAPA DOS EMPREENDIMENTOS EÓLICOS DO RIO GRANDE DO
NORTE

Durante a pesquisa foi elaborado um mapa ilustrando os empreendimentos


eólicos do Rio Grande do Norte baseado no mapa das médias anuais contido no Atlas
Eólico do estado. No mapa foram destacadas as cidades que abrigam empreendimentos
já instalados, aptos, em construção, em operação e já outorgados.
O mapa deve ser lido em conjunto com a tabela que o segue, para que as
enumerações contidas no mapa sejam devidamente explicadas.
A imagem a seguir foi elaborada utilizando o software AutoCAD 2014 da
empresa Autodesk, usando como base o mapa de médias anuais de ventos a 100 m de
altura contido no atlas eólico do estado.

Figura 9 : Mapa das cidades com ventos explorados por parques eólicos.

Em relação ao potencial eólico Off-Shore do estado, esse se demonstra de


inviável aplicação, como no resto do Brasil, principalmente pelo alto custo de execução
(fundações profundas) e pela grande área On-Shore ainda a ser explorada no estado, que
possui uma rentabilidade maior comparada ao método de exploração anteriormente
mencionado.

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USINAS POR MUNICÍPIO

MUNICÍPIO EM OUTORGADAS APTAS EM


CONSTRUÇÃO OPERAÇÃO

1.PARAZINHO 4 1 9 6

2.SÃO M. DO - 7 - 3
GOSTOSO

3.TOUROS 1 4 - -

4.PEDRA GRANDE - 4 1 7

5.JOÃO CÂMARA 7 6 8 8

6.RIO DO FOGO - 7 - 2

7.AREIA BRANCA 2 - - 3

8..SÃO BENTO DO - 5 3 -
NORTE

9.GUAMARÉ - - - 11

10.MACAU - - - 2

11.TENENTE L. CRUZ - 4 - -

12.LAGOA NOVA - 3 - -

13. SANTANA DO - 1 - -
MATOS

14.TIBAU - 2 - -

15.MAXARANGUAPE - 2 - -

16.JARDIM DE - 1 - -
ANGICOS

17.CAIÇARA DO - 5 - -
NORTE

18.JANDAÍRA - 6 - -

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3.2- NOVO ATLAS EÓLICO DO RIO GRANDE DO NORTE

Segundo a revista Cenários Energia Eólica, o estado do Rio Grande do Norte


está acelerando os trabalhos para publicar ainda esse ano a versão atualizada do atlas
eólico lançado em 2003, entretanto está previsto para a nova proposta um mapeamento
diferente do anteriormente utilizado, usando torres de 130m ao invés das de 50m do
trabalho anterior, além de usufruir dos avanços tecnológicos que surgiram nesses 12
anos desde a publicação do primeiro atlas.
A tecnologia que fora utilizada não reflete mais o potencial eólico norte-
riograndense. Com a aplicação das novas tecnologias, espera-se descobrir um potencial
eólico bem superior ao que fora posteriormente retratado, o que abrirá espaços para
novos investimentos no setor.
.

4- CONCLUSÃO

Através do mapa elaborado durante a pesquisa, foi possível evidenciar que o


nosso estado está longe de ser totalmente aproveitado para a geração eólica. É possível
também ver que ainda existem muitas áreas com médias anuais de ventos muito altas
que ainda não despertaram o interesse de empreendedores da área.
Esse trabalho consolida as últimas informações disponíveis de forma sucinta e
objetiva, podendo servir como um guia inicial para a exploração das riquezas eólicas do
estado, demonstrando em que localidades a aerogeração se tornaria mais
economicamente viável.
Com o lançamento do próximo atlas eólico do estado, poderemos contar com
mais uma fonte de informações técnicas e ainda mais confiável, o que atrairá novos
investimentos para o campo nos próximos anos, já que os empreendedores saberão com
mais exatidão onde a atividade será melhor implantada. Destacando-se as áreas do
interior do estado que possuem excelentes médias de ventos e que se forem escolhidas
para a implementação de parques eólicos, terão um grande aumento no número de
empregos e do capital da região, contribuindo para o crescimento do estado.

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REFERÊNCIAS

PINTO. Milton de Oliveira - Fundamentos de Energia Eólica - Rio de Janeiro: LTC,


2013

COSERN - Potencial Eólico do Estado do Rio Grande do Norte - 2003

Cenários Energia Eólica - Editora Brasil Energia - 2014

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