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BENEFICIAMENTO DA CASCA DE
COCO VERDE
Edna Evangelista

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Efeit o De Diferent es Subst rat os Na Germinação De Sement es e Formação Inicial De Plânt ula…
Pat ricio Borges Maracaja

requisit o para obt enção do grau de Mest re


Izabelle Crist iny

LC MENEZES
Sérgio Queiroz
BENEFICIAMENTO DA CASCA DE COCO VERDE

Adriano Lincoln Albuquerque Mattos


Morsyleide de Freitas Rosa
Lindbergue Araujo Crisóstomo
Fred Carvalho Bezerra
Diva Correia
Luis de Gonzaga Castro Veras

1
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ............................................. 3

COCO ‘ANÃO VERDE’ ............................................. 4

PRINCIPAIS USOS DA CASCA DE COCO ............................................. 5


VERDE

PROCESSAMENTO DA CASCA DE COCO ............................................. 16


VERDE

DIMENSIONAMENTO DE UMA UNIDADE ............................................. 28


DE BENEFICIAMENTO DE CASCA DE
COCO VERDE PARA A PRODUÇÃO DE
SUBSTRATO AGRÍCOLA E FIBRA
BRUTA.

OPERANDO O MAQUINÁRIO ............................................. 31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 34

2
1. INTRODUÇÃO

O Brasil é, sem dúvida, um dos países que possuem a maior biomassa do mundo
e a maior extensão territorial cultivável, potenciais estes que devem ser mais bem
explorados. O acentuado crescimento do agronegócio brasileiro o coloca em posição de
destaque no processo de desenvolvimento do país, sendo responsável por 22,34% do
PIB (CEPEA 2011), 43% das exportações e 37% dos empregos (AGRONEGÓCIO
BRASILEIRO, 2007). Os significativos avanços implicaram no aumento do consumo
de insumos e da geração de resíduos nas atividades agropecuárias.

O agronegócio do coco verde tem grande importância, seja na geração de


divisas, emprego, renda ou alimentação. A procura por alimentos naturais, a aplicação
de tecnologias de processamento, as novas alternativas de apresentação do produto e a
perspectiva de sua exportação contribuem para aumentar o consumo e incrementar sua
rentabilidade ao longo do ano. O aumento da produção passou a ser uma tendência
natural, causando uma conseqüente elevação na geração de resíduos sólidos (cascas).

Este resíduo é constituído


COPRA pelo mesocarpo, que é a parte
EPICARPO
espessa e fibrosa do fruto, pelo
EMBRIÃO exocarpo ou epicarpo, que constitui
a epiderme, e pelo endocarpo, que
no fruto imaturo ainda não se
apresenta tão duro e rígido como no
coco maduro.

Diferentemente da casca do
fruto maduro, as cascas geradas
pelo consumo do coco verde não
MESOCARPO
possuíam, há muito pouco tempo,
tecnologia adequada que
ENDOCARPO
viabilizasse seu aproveitamento. O
ÁGUA DE COCO presente capítulo reúne informações
sobre o aproveitamento da casca de
Fig.1- Estrutura do coco. coco verde, seus principais usos e
potencialidades.

3
2. COCO ‘ANÃO VERDE’

O gênero Cocus é constituído pela espécie Cocus nucifera L. que, por sua vez, é
composta por algumas variedades, entre as quais as mais importantes, do ponto de vista
agronômico, socioeconômico e agroindustrial, são as variedades Typica (var. Gigante) e
Nana (var. Anã), que se acredita ter originado de uma mutação gênica da Gigante
(FRUTAS DO BRASIL, 2002; SANTOS et al.,1996).

No Brasil, a principal demanda de plantio da variedade Anã é a cultivar Verde,


para consumo da água do fruto ainda imaturo. Embora esta variedade apresente também
características para ser empregada como matéria-prima nas agroindústrias para produção
de leite de coco, coco ralado e outros, seu mercado é essencialmente a água-de-coco (in
natura ou processada – Figura 2 e Figura 3), a qual tem maior demanda de consumo
para frutos com cerca de sete meses de idade (FRUTAS DO BRASIL, 2002).

Estima-se que o Brasil possui uma área plantada de 100 mil hectares de
coqueiro-anão, destinados à produção do fruto verde para o consumo da água-de-coco.
As cascas geradas por este agronegócio representam 80% a 85% do peso bruto do fruto
e cerca de 70% de todo lixo gerado nas praias brasileiras representa cascas de coco
verde. Este material tem sido correntemente designado aos aterros e vazadouros sendo,
como toda matéria orgânica, potenciais emissores de gases estufa (metano), e, ainda,
contribuindo para que a vida útil desses depósitos seja diminuída, proliferando focos de
vetores transmissores de doenças, mau cheiro, possíveis contaminação do solo e corpos
d'água, além da inevitável destruição da paisagem urbana (ROSA et al., 2001a).

Fig.2- Coco verde in natura Fig. 3- Indústria processadora de


água de coco verde

O desenvolvimento de alternativas de aproveitamento da casca de coco


possibilita a redução da disposição inadequada de resíduos sólidos e proporciona uma
nova opção de rendimento junto aos locais de produção.

4
3. PRINCIPAIS USOS DA CASCA DE COCO VERDE

3.1 Substrato agrícola

O termo substrato agrícola se aplica a todo material sólido, natural ou sintético,


bem como residual ou ainda mineral ou orgânico, distinto do solo, que colocado em um
recipiente em forma pura ou em mistura permite o desenvolvimento do sistema
radicular, desempenhando, portanto, um papel de suporte para a planta (ABAD;
NOGUERA, 1998). Os substratos podem intervir (material quimicamente ativo) ou não
(material inerte) no complexo processo da nutrição mineral das plantas.

O cultivo de plantas utilizando substratos é uma técnica amplamente empregada


na maioria dos países de horticultura avançada. Esta técnica apresenta vantagens, entre
elas, o manejo mais adequado da água, evitando a umidade excessiva em torno das
raízes. O substrato a ser utilizado deve ser capaz de favorecer a atividade fisiológica das
raízes.

Diferentes tipos de resíduos agroindustriais vêm sendo progressivamente


indicados como substrato agrícola. É o caso do pó da casca de coco maduro que,
inicialmente visto como subproduto da extração da fibra, origina um substrato agrícola
(“coir dust”, “coir fibre pith” ou pó da fibra de coco) com grande aceitação e demanda
crescente. Ganhou interesse comercial principalmente como substrato inerte, substituto
da turfa em cultivos envasados.

O pó de coco é um material biodegradável, renovável, muito leve e bastante


parecido com as melhores turfas de Sphagnum encontradas no Norte da Europa e
América do Norte. Apresenta uma estrutura física vantajosa, proporcionando alta
porosidade, alto potencial de retenção de umidade, favorecimento da atividade
fisiológica das raízes (ABAD et al., 2002).

Em 1949, Hume citou as virtudes hortícolas do resíduo da fibra de coco maduro


e dados sobre o excelente crescimento e desenvolvimento conseguidos em diferentes
espécies vegetais cultivadas sobre substratos à base desse resíduo. Entretanto, apesar
desses efeitos benéficos, passaram-se três décadas antes que o resíduo de fibra de coco
pudesse ser introduzido no mercado internacional de substratos de cultivo
(MURRAY,1999).

A partir da década de 80, várias companhias holandesas passaram a utilizar esse


resíduo como ingrediente dos substratos de cultivo já fabricados (MEEROW, 1994,
1997; VAN MEGGELEN – LAAGLAND, 1995). Desde então, diferentes trabalhos de
investigação foram realizados com o objetivo de se estudar as características e
propriedades desse novo material e de se avaliar sua potencialidade para ser utilizado
como substrato ou como componente de substrato em diferentes aplicações nos cultivos
“sem solo”: produção de mudas, enraizamento de estacas, crescimento de plantas
ornamentais em vasos, produção de flor de corte e cultivo em substrato de hortaliças
entre outras (VERDONCK,1983; VERDONCK et al., 1983; HANDRECK, 1991, 1993;
TEO; TAN, 1993; MEEROW, 1994, 1997; CARAVEO et al., 1996; EVANS;
STAMPS, 1996; EVANS et al., 1996; OFFORD et al., 1998; KONDURU et al., 1999).

5
As propriedades físicas e químicas do pó de coco diferem entre diferentes fontes
de resíduo, em função principalmente do método usado para processar a fibra e idade do
fruto. Assim, o controle das características do material antes do uso como substrato é
de grande importância. Nesse particular, a salinidade é uma das características mais
importantes a ser controlada.
Segundo Prisco e O’leary (1970), os danos da salinidade na germinação de
sementes estão relacionados aos efeitos osmótico e tóxico dos íons. Porém, muitas
espécies/variedades apresentam diferentes graus de tolerância/sensibilidade aos efeitos
negativos dos sais durante o cultivo. O conteúdo de sais é diretamente proporcional à
condutividade elétrica (CE) do substrato. Como um ponto de referência, uma CE de 3
dS.m-1 limita o crescimento da maioria das plantas. Para o caso de culturas mais
sensíveis à salinidade, esse valor deverá situar-se em níveis abaixo de 1,0 dS.m-1
(AYERS; WESTCOT, 1991).
Estudo desenvolvido por Murray (2000), sobre amostras de pó de coco maduro
provenientes de diferentes localidades (Costa do Marfim, Costa Rica, México, Sri
Lanka e Tailândia), mostrou que a condutividade elétrica dos diferentes substratos
variou de 0,39 dS.m-1 (para amostra da Costa Rica) até 5,97 dS.m-1 (para amostra do
México).
O resíduo do coco verde é um material que também apresenta uma salinidade de
média a elevada, o que confere elevada condutividade elétrica. Nesse caso, a eficiência
da etapa de prensagem, durante o processamento das cascas, é de fundamental
importância para a adequação do nível de salinidade do pó obtido no processamento. A
casca de coco verde apresenta 85% de umidade e um conteúdo de sais em níveis tóxicos
para o cultivo de várias espécies vegetais. A extração desta umidade, via compressão
mecânica, possibilita a extração conjunta de uma grande quantidade de sais solúveis.
Este aspecto impõe que a casca do coco verde seja processada o quanto antes possível
após o consumo ou retirada da água de coco. Adicionalmente, um programa adequado
de lavagem, por imersão do substrato em igual volume de água durante um curto
período de tempo (15 min), mostrou-se eficaz na remoção de sais solúveis da casca de
coco verde e conseqüente redução da condutividade elétrica (BEZERRA; ROSA, 2002;
ROSA et al., 2001b). Atenção especial deve ser dada à qualidade de água usada na
lavagem.
A utilização do pó/fibra de coco na horticultura depende dos tratamentos
dispensados ao material, quais sejam: tempo de estabilização do produto, número de
lavagens realizadas, conteúdo de sais solúveis indesejáveis, enriquecimento com
fertilizantes, adição de outros componentes para aumentar ou diminuir a aeração e
retenção de água, etc.
Para a comercialização, o produto deverá ser homogêneo e padronizado de modo
a assegurar ao usuário um certo grau de qualidade e confiabilidade. Em geral, o pó de
coco pode ser comercializado em sacos ou em ladrilhos (prensado).
Buscando proporcionar informação padronizada aos usuários de substratos para
plantas, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Secretaria
de Defesa Agropecuária, expediu a Instrução Normativa Nº 46 de 12 de setembro de
2006, com a finalidade precípua de aprovar os métodos analíticos oficiais para análise
de substratos e condicionadores de solos. Para tanto, todo e qualquer material a ser
comercializado deverá ser analisado com respeito à: umidade atual, densidade,

6
capacidade de retenção de umidade a 10 cm (CRA 10), pH, condutividade elétrica (CE)
e capacidade de troca de cátions (CTC). A análise do pH e da CE deverá ser realizada
numa suspensão 1+5 (V : V) de substrato : água. A granulometria e a extração de outros
nutrientes solúveis poderá ser determinada, porém não é exigênica legal, apesar de
serem de grande valia para os usuários. Nas Tabelas 1 e 2 são apresentados alguns
resultados analíticos realizados em amostras de pó/fibra de coco verde processado na
Usina de Beneficiamento de Coco Verde, localizada em Jangurussu, Ceará.

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Tabela 1. Características de amostras de pó de coco verde processadas (peneirada em
tamiz de malha quadrada com 5mm de abertura) na Usina de Beneficiamento de Coco
Verde do Jangurussu, Ceará

AMOSTRA AMOSTRA AMOSTRA AMOSTRA


Unidade
1 2 3 4
Nº lavagens 0 1 2 3
Granulometria (X)
X >16 mm % 0,0 0,0 0,0 0,0
8 mm < X < 16 mm % 0,0 0,6 0,7 0,0
4 mm < X < 8 mm % 1,0 5,4 4,3 1,7
2 mm < X < 4mm % 5,5 7,8 10,0 6,1
1 mm < X < 2mm % 5,5 7,8 10,0 6,1
0,5 mm < X < 1mm % 43,3 36,7 36,4 43,5
0,25 mm < X < 0,5
mm % 25,8 25,9 12,3 22,9
0,125 mm < X < 0,25
mm % 4,7 5,4 2,6 4,9
X < 0,125 mm % 0,4 0,4 0,5 0,4
Dens. (auto-
compactação) kg/m3 164,7 172,7 170,0 170,5
Umidade Atual % 85,1 82,3 86,4 86,2
Carbono orgânico % 94,6 97,3 94,7 95,5
Teor de Cinzas % 5,4 2,7 5,3 4,5
Nitrogênio Total % 1,1 1,1 1,1 1,1
C/N 86,0 88 86,1 86,8
Suspensão 1+1,5 (v:v) substrato : água
pH 5,61 6,15 6,32 6,48
CE dS/m 1,42 0,29 0,24 0,21
mg/L
Ca subs. 6,2 4,8 3,7 2,4
mg/L
Mg subs. 2,7 2,7 1,9 0,9
mg/L
K subs. 650,8 71,8 51,0 40,9
mg/L
Na subs. 160,4 35,9 33,3 33,0
mg/L
P subs. 26,5 17,1 12,4 6,2
mg/L
Cl subs. 664,7 195,0 319,1 132,9
mg/L
N-NO3 subs. 0,9 0,7 1,4 3,0
mg/L
N-NH4 subs. 3,7 3,1 2,6 2,7
S-SO4 mg/L subs 11,4 17,2 17,0 11,4
Análises realizadas no Laboratório de Água e Solo da Embrapa Agroindústria Tropical

8
Tabela 2. Características de amostras de pó de coco verde processadas (peneirada em
tamiz de malha quadrada com 10 mm de abertura) na Usina de
Beneficiamento de Coco Verde do Jangurussu, Ceará

AMOSTRA AMOSTRA AMOSTRA AMOSTRA


Unidade 1 2 3 4
Nº lavagens 0 1 2 3
Granulometria (X)
X >16 mm % 0,0 0,0 0,0 0,0
8 mm < X < 16 mm % 0,0 0,0 0,0 0,0
4 mm < X < 8 mm % 3,5 9,2 7,7 7,9
2 mm < X < 4mm % 6,5 8,4 9,5 8,8
1 mm < X < 2mm % 6,5 8,4 9,5 8,8
0,5 mm < X < 1mm % 38,9 36,3 40,3 39,2
0,25 mm < X < 0,5 mm % 27,2 25,3 18,1 23,2
0,125 mm < X < 0,25 mm % 6,1 5,4 4,2 5,3
X < 0,125 mm % 0,4 0,3 0,4 0,4
Dens.(auto-
compactação) kg/m3 167,1 164,7 171,3 167,2
Umidade Atual % 84,7 83,6 85,9 85,7
Carbono orgânico % 95,1 95,3 95,3 95,5
Teor de Cinzas % 4,9 4,7 4,7 4,5
Nitrogênio Total % 1,1 1,1 1,1 1,1
C/N 89,4 86,6 86,6 86,8
Suspensão 1+1,5 (v : v) substrato : água
pH 5,89 6,15 6,43 6,15
CE (dS/m) 1,42 0,29 0,26 0,29
mg/L
Ca subs. 6,8 4,8 3,4 4,8
mg/L
Mg subs. 8,6 2,7 1,5 2,7
mg/L
K subs. 691,7 71,8 63,9 71,8
mg/L
Na subs. 123,1 35,9 35,4 35,9
mg/L
P subs. 25,2 17,1 10,1 17,1
mg/L
Cl subs. 709,1 195,0 150,7 195,0
mg/L
N-NO3 subs. 2,0 0,7 1,6 0,7
mg/L
N-NH4 subs. 1,9 3,1 2,0 3,1
S-SO4 mg/L subs 9,6 17,2 13,2 17,2
Análises realizadas no Laboratório de Água e Solo da Embrapa Agroindústria Tropical

9
O uso predominante do pó de coco como substrato agrícola se dá como meio
inerte; ou seja, funcionando apenas como sustentação para o desenvolvimento de
plantas e não como fornecedor de nutrientes para a planta. A exemplo do que já ocorre
com o coco maduro, o uso das cascas do coco verde na forma de substrato agrícola
inerte já é uma realidade, sendo utilizado como meio de crescimento ou componente de
crescimento para produção de plantas. As boas características agronômicas do substrato
a base de coco verde foram atestadas no cultivo de mudas de alface, caju, tomate,
pimentão, coentro, berinjela, melão, abacaxi ornamental e flores (ROSA et al., 2001b,
CORREIA et al., 2003, SALGADO et al., 2006, CAPISTRANO et al., 2006,
OLIVEIRA et al., 2006, CORREIA et al., 2001, BRÍGIDO et al., 2002 PAIVA et al.,
2005). As Figuras 4, 5, 6, 7 e 8 ilustram alguns desses testes.

Figura 4 – Mudas de alface cultivadas em substrato Figura 5 – Mudas de abacaxi ornamental


de coco verde cultivadas em substrato de coco verde

Figura 6 - Mudas de cajueiro anão cultivadas Figura 7 – Cultivo de tomate em substrato de


em substrato de coco verde coco verde

10
Figura 8 – Muda de melão cultivada em substrato de coco verde.

O pó de coco verde pode ser usado também como substrato (após


compostagem), puro ou em composição com outros materiais. A compostagem é uma
técnica utilizada para se obter mais rapidamente e em melhores condições, a
estabilização da matéria orgânica em material humificado, com atributos físicos,
químicos e biológicos superiores (sob o aspecto agronômico) àqueles encontrados no
material de origem. Aplicado nas plantações, o composto adiciona matéria orgânica,
melhora a estrutura do solo e a retenção de água, reduz a necessidade de fertilizantes e o
potencial de erosão do solo.
O pó da casca de coco verde foi compostado com estercos diversos (bovino,
poedeira e cama de frango) e utilizado na formulação de diferentes substratos
juntamente com outros materiais para utilização na produção de mudas de espécies
olerícolas: alface, melão, tomate, quiabo (BEZERRA et al., 2002; AQUINO et al.,
2003; LEAL et al., 2003; PEREIRA et al., 2004), frutíferas: graviola, caju, mangaba
(LOURENÇO, 2005, MESQUITA et al., 2006; CAVALCANTI JÚNIOR et al., 2006a),
ornamentais: crisântemo, tagetes, caliopsis (BEZERRA et al., 2001; BEZERRA et al.,
2006a; BEZERRA et al., 2006b) e na aclimatização de mudas micropropagadas: violeta
africana, helicônia, abacaxi ornamental, (TERCEIRO NETO et al., 2004; SANTOS et
al., 2004; CARVALHO et al., 2006).
O comércio mundial de pó/fibra da casca de coco tem ganhado força na segunda
metade da presente década. O preço que se encontrava declinante chegando a atingir os
US$ 173,00 a tonelada. Entretanto, em novembro de 2005 o preço já se encontrava em
US$ 281,00 a tonelada FOB no porto do Sri Lanka, maior exportador mundial deste
produto (FAO 2007). A ampliação do consumo mundial de derivados da casca de coco
tem grande influência neste comportamento. O que pode ser verificado pelo aumento
gradativo no volume de exportações (Tabela 3).

Tabela 3 – Preços médios e quantidades de pó/fibra de coco exportado pelo Sri Lanka
no período de 2000 a 2006, em US$ FOB.
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Quantidade Exportada 74,87 78,50 79,98 91,06 84,72 106,48 96,45

Preço FOB 195,00 185,00 186,00 173,00 207,00 238,00 240,00*


Fonte: FAO 2007.
* média de preços até junho.

11
3.2. Fibras

O material fibroso que constitui o mesocarpo do fruto, também denominada


“coir”, “bonote” ou fibra, é um produto tradicional em países como a Índia e Sri Lanka,
habituados a processar o coco maduro. Estes países dominam o mercado mundial deste
produto, sendo responsáveis por mais de 90% da produção mundial.
Atualmente a produção anual de fibras de coco é de aproximadamente 550.000
toneladas métricas, produzidas principalmente pela Índia e Sri Lanka (Tabela 4).

Tabela 4 - Produção mundial de fibra de coco entre 2000 e 2006.


2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Milhares de toneladas
Fibra Marrom
Índia 244,0 247,6 241,7 248,0 252,0 285,0 314,0
Sri Lanka 55,1 55,4 65,5 54,6 67,5 58,9 76,6
Tailândia 8,7 14,7 22,3 36,9 53,6 41,1 41,1

Outros Países 18,2 19,3 19,0 17,7 16,7 16,8 17,0

Sub-Total 326,0 337,0 348,5 357,3 389,7 401,8 448,7

Fibra Branca
Índia 120,0 121,8 112,0 112,0 112,0 100,0 96,0

Total 446 458,8 460,5 469,3 501,7 501,8 544,7


Fonte - FAO (2007)

Historicamente o Sri Lanka tem sido o principal exportador de fibras e a Índia de


produtos com maior valor agregado.
As atividades relacionadas ao beneficiamento da fibra de coco empregam na
Índia e Sri Lanka mais de 500.000 pessoas, principalmente mulheres na zona rural,
sendo considerada uma atividade estratégica do ponto de vista social.
Durante as décadas de 80 e 90 as exportações de fibra de coco declinaram
fortemente, devido a sua substituição por espumas e fibras sintéticas. A partir da década
de 90 o crescimento da demanda interna da Índia e das importações China, que em 2005
já atingia os mesmos volumes da União Européia, reaqueceu o mercado internacional de
fibra de coco e seus derivados. Como reflexo, outros países como as Filipinas, Tailândia
e Vietnam, têm ingressado neste mercado expandindo sua produção e exportação de
fibras.

Tabela 5 – Principais importadores de fibra de coco no período de 2000 a 2005


2000 2001 2002 2003 2004 2005
Milhares de toneladas
União Européia 49,68 43,69 49,14 48,94 61,75 74,95
EUA 12,99 9,90 10,07 11,97 19,44 22,00
China 21,78 34,01 43,73 51,37 84,32 76,19
Fonte - FAO (2007)

12
No Brasil a tecnologia de aproveitamento da casca de coco seco já é conhecida e
utilizada há algum tempo. As principais empresas que atuam no mercado de derivados
da casca de coco seco têm entre 30 e 15 anos de existência. No entanto, a produção
nacional ainda se destina principalmente ao mercado interno. As exportações só
começam a ser observadas nos últimos cinco anos (Tabela 6), caracterizadas
principalmente pela exportação de mantas geotêxteis. Tal fato também pode ser
atribuído ao fato de que os preços internacionais para a fibra em 2004 se encontravam a
US$/t 185,00 para a fibra bruta e US$/t 207,00 para o pó (FAO, 2006). Neste período
estes produtos eram comercializados no Brasil em média a US$/t 360,00 e US$/t 220,00
respectivamente, sendo que o substrato agrícola comercializado pela líder de mercado
atingia os US$/t 360,00.

Tabela 6 - Exportações brasileiras de fibra de coco e derivados no período de 2000 a


2007.
Mercadoria 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Quantidade (kg)
Fibra de coco em bruto 52 159 734
Revestimento para pavimentos 23.106 28.010 18.400
Fibras de coco trabalhadas, não fiadas. 500 129.251 148.875 172.995 122.192

Fonte - Ministério do desenvolvimento indústria e comércio exterior (2007)

As fibras de coco verde apresentam-se como mais uma opção para este nicho do
mercado e seu uso vem sendo atestado positivamente com resultados equivalentes aos
obtidos com a fibra do coco maduro.

A demanda crescente por fibras de coco se dá em razão do interesse por produtos


ecologicamente corretos, por ser proveniente de uma fonte renovável, biodegradável e
de baixo custo e por suas características oferecerem diversas possibilidades de
utilização.

A fibra de coco é adequada para exercer a função de reforço em materiais,


graças a sua alta resistência e rigidez. De um modo geral, possui grande durabilidade,
atribuída ao alto teor de lignina e polioses, baixo teor de celulose, elevado ângulo
espiral quando comparada com outras fibras naturais, o que lhe confere um
comportamento diferenciado. Possui baixa densidade, grande percentual de
alongamento e valores pequenos de resistência à tração e de módulo de elasticidade.

Utilizada há várias décadas como um produto isolante em diversas situações, a


fibra de coco tem hoje uma diversidade de aplicações. A fibra em forma de manta
geotêxtil é um excelente material para ser usado em superfícies sujeitas à erosão
provocada pela ação de chuvas ou ventos, como em taludes nas margens de rodovias e
ferrovias, em áreas de reflorestamento, em parques urbanos e em qualquer área de
declive acentuado ou de ressecamento rápido.

A sua utilização na elaboração de compósitos (novos materiais conjugados


formados por pelo menos dois componentes, sendo um deles um componente de reforço, na
forma de fibras) tende a diminuir a densidade do material com bom potencial de

13
alongamento e capacidade de reforço mediana, porém com possibilidades de aumento
de desempenho da interação fibra-matriz devido à ação aglutinante da lignina. A ação
do calor na formação do compósito tende a aumentar tal capacidade de interação.
Apesar do baixo teor de celulose, a estrutura da fibra é bem fechada, devendo ser esta a
razão de sua melhor resistência à ação dos álcalis do que fibras de alto teor de celulose
(REDDY; YANG, 2005; VAN DAM, 2004).

Na indústria de embalagens existem projetos para a utilização da fibra de coco


como carga para o Poli Tereftalato de Etila (PET), podendo gerar materiais plásticos
com propriedades adequadas para aplicações práticas e resultando em contribuição para
a resolução de problemas ambientais, ou seja, reduzindo o tempo de decomposição do
plástico.

A indústria da borracha é receptora também de grande número de projetos


envolvendo produtos ecológicos diversos, desde a utilização da fibra do coco maduro e
verde na confecção de solados de calçados, até encostos e bancos de carros.

Estudo desenvolvido por Vale et al. (2006) sobre a viabilidade do uso de fibras
de coco verde em misturas asfálticas detectou sua boa eficiência com relação ao
escorrimento, apresentando resultados similares aos tradicionalmente obtidos com
celulose.

Além dos usos já citados, a fibra da casca de coco verde pode ser utilizada na
confecção de vasos, placas e bastões para o cultivo de diversas espécies vegetais. Além
de substituírem os produtos tradicionais a base de barro, cimento e plástico, também se
apresentam como uma alternativa aos subprodutos extraídos da samambaiaçu
(Dicksonia sellowiana), buscando a inserção no mercado ocupado hoje pelo xaxim, que
é um produto de exploração cada vez mais restrita pela legislação brasileira.
A confecção de artesanatos variados também representa uma importante forma
de aproveitamento não apenas da fibra mas também do pó da casca de coco verde,
podendo originar uma grande gama de itens, haja visto que o Brasil tem sido cada vez
mais um importante destino para os turistas de outros países, grandes consumidores
deste tipo de produto.

3.3. Outros usos da casca de coco verde

Cobertura morta

A cobertura morta é uma prática agrícola que consiste em cobrir a superfície do


solo, com uma camada de material orgânico. O material forma uma camada protetora
sobre o solo, podendo influenciar nos processos físicos, químicos e microbiológicos do
solo e proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimento da cultura.

A utilização da cobertura morta apresenta vantagens potencias, tais como


reciclagem de nutrientes, redução das perdas de água por evaporação da superfície do
solo e manutenção de níveis de umidade e temperatura, nas camadas superficiais do
solo, adequados ao desenvolvimento de raízes e de microrganismos benéficos para as
culturas (MIRANDA et al., 2004).

14
A casca do coco verde possui teores de potássio, cálcio e nitrogênio (ROSA et
al., 2002) que podem contribuir de forma positiva para a adubação das culturas. Por
outro lado, o material pode apresentar níveis tóxicos de tanino, de cloreto de potássio e
de sódio (CARRIJO et al., 2002), cuja acumulação pode causar alterações das
propriedades químicas e físicas do solo. O fato sugere que a aplicação da casca de coco
verde em cobertura morta deve ser acompanhada do monitoramento contínuo da
salinidade do solo, a fim de prevenir futuras alterações nas propriedades físicas e
químicas do solo e danos para a cultura (MIRANDA et al., 2007).

Estudo realizado por Miranda et al. (2004) mostrou que o uso da casca de coco
verde como cobertura morta em coqueiros alterou o regime térmico do solo, reduzindo a
variação da temperatura ao longo do dia em relação ao solo sem cobertura, em todas as
profundidades estudadas, principalmente próximo à superfície. A cobertura com a casca
de coco verde funcionou como uma camada de isolamento térmico, reduzindo o
aquecimento do solo durante o dia e a perda de calor para a atmosfera durante a noite,
evidenciando ser tão efetiva na redução da temperatura máxima e da amplitude térmica
do solo quanto outros materiais vegetais.

Fonte alternativa de energia - Briquetes

As cascas de coco verde podem ser transformadas em briquetes por meio de um


processo de compactação a elevadas pressões. Os briquetes constam de pequenas toras,
resultantes da compactação do resíduo. Mais densos, com formato padrão e com alto
poder calorífico, seu uso tem atraído estabelecimentos que, para reduzir custos e
aproveitar melhor seu espaço físico, estão aderindo a esta tecnologia. São considerados
um “carvão ecológico” de alta qualidade e substituem com enormes vantagens a queima
de óleo combustível e madeira em fornalhas, processos de gaseificação, lareiras etc.

Outras potencialidades
Características microscópicas fazem do pó de coco um excelente adsorvente,
abrindo possibilidades de uso na área de bioremediação de solos e biosorção de metais
pesados (SOUSA et al., 2007, PINO et al., 2006), e ainda, como substrato para cama de
animais de laboratório (FARIAS et al., 2005).

3.4. Potencialidades de aplicação do líquido da casca de coco verde (LCCV)

O líquido gerado durante a prensagem da casca de coco verde (LCCV) apresenta


em sua composição um conteúdo de polifenólicos, açúcares e potássio que vem
estimulando pesquisas com o intuito de avaliar seu uso em aplicações de alto valor
agregado.

Os estudos atualmente em andamento versam sobre o potencial do LCCV como


fonte de taninos para formulação de resinas fenólicas e para fins fitoterápicos; como
fonte de açúcar em processos fermentativos e geração de biogás; e como fonte de
potássio, na fertilização de cultivos agrícolas.

Os resultados obtidos até o momento indicam que o LCCV tem teor de taninos
condensados capaz de viabilizar a elaboração de adesivos; teor de açúcares que o torna

15
factível de ser usado como meio de fermentação e conteúdo de potássio que possibilita
seu uso na fertirrigação de culturas, sobretudo aquelas tolerantes a alta salinidade, em
razão da sua alta condutividade elétrica.

4. PROCESSAMENTO DA CASCA DE COCO VERDE

A tecnologia de processamento das cascas de coco verde foi desenvolvida pela


Embrapa Agroindústria Tropical, em parceria com a metalúrgica FORTALMAG. Na
Figura 9, pode-se observar o equipamento completo, que realiza as seguintes ações:

• Trituração: as cascas inteiras ou cortadas são processadas por uma máquina


que possui um rolo de facas fixas responsáveis pelo esmagamento da parte
fibrosa do fruto.

• Prensagem: o material triturado é transportado para uma prensa rotativa


horizontal, que extrai o excesso de líquido do produto triturado.

• Seleção: após a prensagem, as fibras, que correspondem a 30% do produto


final são separadas do pó, equivalente a 70%, em uma máquina
selecionadora, que utiliza marteletes fixos helicoidais e uma chapa perfurada.

Nas etapas subseqüentes, o pó e a fibra seguem rotas distintas de processamento


até a obtenção, respectivamente, do substrato agrícola e da fibra bruta de casca de coco
verde que, por processo apropriado, é convertida em uma grande variedade de produtos.
O fluxograma, no anexo, apresenta as etapas do processo de obtenção de substrato
agrícola inerte e fibra bruta.

Figura 9 – Equipamento para processamento da casca de coco verde

16
4.1. Produção de pó e fibra da casca de coco verde

Figura 10 - Fluxograma operacional da etapa de produção de substrato agrícola e


fibra de coco verde.

Substrato COLETA DA CASCA Fibra


DE COCO VERDE
Agrícola Bruta
MATERIAL ALIMENTAÇÃO
ESTRANHO

TRITURAÇÃO

LCCV PRENSAGEM

CLASSIFICAÇÃO

ÁGUA SALINA LAVAGEM SECAGEM

FERMENTAÇÃO RECLASSIFICAÇÃO FIBRILAS E


CASQUILHOS

MOAGEM ENFARDAMENTO

FIBRILAS E PENEIRAMENTO ARMAZENAGEM


CASQUILHOS EXPEDIÇÃO

FORMULAÇÃO

Etapas de processamento
ARMAZENAGEM Subprodutos / Resíduos
EXPEDIÇÃO

17
4.1.1. Coleta da Casca de Coco Verde e Transporte
Ao chegarem à unidade de beneficiamento, os caminhões carregados de casca de
coco verde (CCV), se possível, deverão ser pesados. No mercado existem vários
modelos de balanças para caminhão, o tipo mais adequado deverá ser definido em
função do tipo de veículo que fará o transporte das cascas. Neste momento também será
realizada a identificação da origem do material, tipo (inteiro ou bandas), data de
recepção e outras informações relevantes ao controle do fluxo de entrada de CCV na
unidade de processamento. O controle permitirá obter informações úteis ao processo de
planejamento, pois possibilita conhecer melhor a dinâmica de geração de casca nos
pontos de fornecimento, dias da semana e meses do ano com maior volume de
produção, possibilitando o planejamento da produção e da formação de estoques.
Também possibilita verificar a produtividade da fábrica e eliminar possíveis fontes de
desperdício.
A casca de coco deve chegar à unidade de beneficiamento em até três dias após a
extração da água. Esse procedimento visa elevar a qualidade dos produtos finais (pó e
fibra), pois a desidratação da casca aumenta a sua densidade e prejudica as etapas
seguintes do processamento, reduzindo a eficiência da retirada dos sais na etapa de
prensagem e da separação das fibras na etapa de classificação.
Após a pesagem o caminhão deverá despejar a carga na moega de recepção.
A moega de recepção tem uma declividade que conduz a matéria prima para
esteira de alimentação, que a elevará para a entrada da linha de processamento. Neste
momento deve ser feita a retirada de material estranho ao processamento como,
canudos, plásticos, pedras, cascas ressecadas podres etc. É importante também que seja
mantido um fluxo uniforme de alimentação da linha de processamento para garantir a
eficiência da etapa de prensagem.

Figura 11. Descarga de cascas de coco.

18
A alimentação da esteira deve obedecer à vazão obtida na etapa de prensagem.
Caso o volume seja muito pequeno a prensagem se torna pouco eficiente e a retirada dos
sais, bem como a etapa de classificação são prejudicadas. Se o volume de cascas é
maior que a capacidade de prensagem, irá ocorrer um acúmulo de material triturado na
entrada da prensa e ocorrerá o travamento da mesma ou “embuchamento”. Para
controlar a velocidade de alimentação existem três formas:
1. Manualmente controlar o número e tamanho de cascas que entram na máquina;
2. Redução do número de pás/ganchos da esteira de alimentação; e
3. Controle da velocidade da esteira de alimentação
Os modelos de equipamentos mais novos permitem o controle de velocidade da
esteira de alimentação, o que facilita sobremaneira este ajuste da alimentação. No
entanto em casos de embuchamento constante podem ser retiradas pás/ganchos da
esteira numa distribuição uniforme. Estas duas formas de controle do fluxo de
alimentação não substituem a primeira. O monitoramento da esteira deve ser feito
constantemente, tanto para evitar a entrada de materiais estranhos ao processamento,
com dito anteriormente, como para retirar cascas muito grandes ou acumuladas nas pás
da esteira.

Figura 12. Alimentação da linha.

4.1.2. Trituração
Nesta etapa as cascas inteiras ou cortadas são processadas pela máquina
trituradora de CCV, essa possui um rolo de facas fixas que trituram as cascas. Ao final
dessa etapa se obtém a CCV desintegrada. A trituradora da com facas fixas minimiza o
corte das fibras, viabilizando a separação e o aproveitamento posterior das fibras longas.
Este procedimento possibilita a realização das etapas seguintes de prensagem e
classificação.
Existem no mercado outros equipamentos para triturar a casca de coco. Podemos
agrupá-los segundo suas ferramentas de corte: Disco e facas, Discos de corte alternados,

19
e moinhos universais. Estes equipamentos trituram integralmente a casca de coco verde
e são úteis em sistemas onde o aproveitamento da fibra não é requerido.

Figura 13. Máquina trituradora de casca de coco verde.

4.1.3. Prensagem
A casca de coco tem alta concentração de sais em níveis tóxicos para o cultivo
de várias espécies vegetais. Segundo Prisco & Oleary (1970), os danos da salinidade na
germinação de sementes estão relacionados aos efeitos osmótico e tóxico dos íons.
Porém, muitas espécies/variedades apresentam diferentes graus de
tolerância/sensibilidade aos efeitos negativos dos sais durante o cultivo. Como um ponto
de referência, uma CE de 3 dS/m limita o crescimento da maioria das plantas. Para o
caso de culturas mais sensíveis à salinidade, esse valor deverá situar-se em níveis abaixo
de 1,0 dS/m (Ayers & Westcot, 1991).
A casca de coco verde tem 80% de umidade e a maior parte dos sais se encontra
em solução. A extração de parte desta umidade via compressão mecânica possibilita a
redução da salinidade de 4,7 dS/m, observada na casca antes do beneficiamento, para
próximo de 1,3 dS/m. Assim obtém-se uma redução na necessidade de água para o
processo de lavagem que irá reduzir a salinidade para próximo de 0,3 dS/m.
A CCV desintegrada é prensada num prensa de rolos horizontais. Ao final da
prensagem são obtidas as cascas desintegradas com a umidade reduzida, e o líquido da
casca de coco verde (LCCV), numa proporção de 30% do peso inicial de cascas
processadas é extraído na forma de LCCV, cuja composição possui açúcares
fermentescíveis, compostos fenólicos, cátions (cálcio, magnésio, potássio e sódio) e
ânions (cloreto, bicarbonato e sulfato), além de elevados valores de DQO e DBO. Tais
características indicam a necessidade de tratamento adequado para esta água residuária
gerada no processo de beneficiamento da casca de coco verde.

20
Na Tabela 1, observam-se os resultados de uma caracterização do líquido de
casca de coco verde, proveniente do estado do Ceará.

Tabela 1: Caracterização do líquido da casca de coco verde


Variável Resultado Unidade
Condutividade Elétrica 7,88 dS/m
Cálcio (Ca) 5,22 mmol/L
Magnésio (Mg) 6,15 mmol/L
Potássio (K) 47,69 mmol/L
Sódio (Na) 15,65 mmol/L
Cloreto em água 83,00 mmol/L
Carbonato em água <0,01 mmol/L
Sulfato em água 0,08 mmol/L
Bicarbonato (HCO3) 0,80 mmol/L
pH 5,02 mmol/L
Soma ânions 83,88 mmol/L
Soma Cátions 74,72 mmol/L
Fósforo (P) 3,08 mmol/L
Nitrogênio Amoniacal 11,2 mg/L
Nitrato 0,1 mg/L
Razão de adsorção de 6,56 -
sódio (RAS)

A eficiência desta etapa é de


importância fundamental para a perfeita
seleção do material na etapa seguinte e
também para a adequação do nível de
salinidade do pó obtido no
processamento. Para obtenção de
melhores resultados nesta etapa a casca
de coco não pode estar desidratada, para
tanto é importante que seja beneficiada
até 3 dias após o consumo, para que
possua o máximo de umidade possível, o
que otimiza a retirada de sais.
O operador das máquinas deve
estar sempre atento para proceder a
limpeza das caixas de tela que filtram o
LCCV que sai da prensa, para evitar que
os restos de fibra e pó obstruam a
mesma. O material retido pode ser
recolocado na prensa junto com o
material novo. Ao fim do beneficiamento
o material restante deve ser descartado.

4.1.4. Classificação
Após a prensagem são separadas as fibras do pó na máquina classificadora com
um rolo de facas fixas e uma chapa perfurada. O material é turbilhonado ao longo do

21
eixo da máquina, o que faz com que o pó caia pela chapa perfurada e a fibra saia no fim
do percurso. É necessário que o operador, com um rodo de borracha ou vassoura,
auxilie na descarga do pó, operação que deve ser procedida de 5 em cinco minutos,
conforme os orifícios da tela comecem a ficar obstruído dificultando a saída do pó.
O pó selecionado cai na base da máquina, podendo ser recepcionado em caixas
plásticas, carrinhos adaptados ou mesmo no chão. Nos dois primeiros casos os
recipientes são trocados sempre que os estejam cheios e trocados imediatamente por
outros vazios. No terceiro caso de forma contínua o operador faz a raspagem do pó com
um rodo, puxando o material para uma pilha de onde posteriormente será levado para a
etapa de lavagem.
Nas etapas subseqüentes o pó e a fibra seguem rotas distintas de processamento
até a obtenção do substrato agrícola e da fibra bruta de casca de coco verde em suas
formas de apresentação comercial.

Figura 15. Descarga de pó da casca de coco verde.

22
4.2. PRODUÇÃO DE SUBSTRATO AGRÍCOLA

4.2.1. Lavagem
O pó da CCV obtido após a etapa de classificação tem condutividade elétrica
entre 1,3 dS/m. Como citado anteriormente o substrato agrícola deve ter salinidade
próxima a 1,0 dS/m, no entanto como ao pó de casca de coco ainda serão adicionadas
fontes de nutrientes na forma de adubos químicos ou orgânicos, que irão aumentar
novamente a salinidade do substrato, a condutividade elétrica do pó deve se situa em
trono de 0,5 dS/m. Para atingir este nível de salinidade é necessária a realização de uma
lavagem do pó com água limpa (com condutividade inferior a 0,3 dS/m) na proporção
volumétrica de 1:1. Esta lavagem é feita em caixas d’água de fibra, ou de alvenaria, que
são preenchidas com pó até a metade de seu volume, em seguida adiciona-se água até o
enchimento por completo da caixa. Estando a caixa cheia com o pó e a água é feito um
revolvimento do material, ou com o auxilio de uma haste de metal ou madeira. O pó
deve ficar na água por cerca de 15 minutos. Depois retirado o tampão da saída de água
da caixa, deixando-se escoar a mesma.
A saída de água deve estar protegida por um elemento filtrante para evitar a
perda de pó. Obtivemos bons resultados com a utilização de uma camada de 30 a 50cm
de fibra da casca de coco, com forme a figura a seguir.

Figura 16. Esquema do tanque de lavagem do pó da casca de coco.

O pó retirado dos tanques e espalhado no pátio de secagem, em camadas de 5,0 a


10cm de espessura, pelo período de um dia para a evaporação do excesso de umidade. O
Efluente gerado nesta etapa é tratado juntamente com o LCCV.

4.2.2. Fermentação
O pó da casca de coco verde possui uma relação C / N elevada, o que confere ao
substrato da casca de coco verde uma boa estabilidade. No entanto, nos primeiros dias
após a sua produção ainda se observa atividade fermentativa no pó. Caso o pó seja
utilizado neste período podem ser observados problemas com a imobilização de
nutrientes e morte de raízes, devido às altas temperaturas observadas durante a
fermentação. Para prevenir estes problemas o pó é acondicionado em baias de
fermentação e revolvido semanalmente por 60 dias, ou até que a temperatura interna da
pilha de pó se equilibre à temperatura ambiente (gráfico 1), o que pode ser medido com
um termômetro de haste. As medições de temperatura devem ser feitas pelo menos três
vezes por semana.

23
Gráfico 1. Comportamento da temperatura de uma leira de compostagem.

No momento de enchimento das baias o pó será misturado com uréia, na


proporção de 2 gramas para cada quilo de pó. A forma mais fácil de fazer a distribuição
é diluir a uréia em água e regar o pó enquanto o mesmo estiver espalhado no pátio. Essa
operação deve ser feita utilizando-se o mínimo de água possível para distribuir
uniformemente a uréia. Tão logo seja feita a aplicação da uréia o pó deve ser enleirado
(figura 17), pois a exposição ao sol facilita a perda de nitrogênio por volatilização, o que
não é desejável.

Figura 17. Leiras de fermentação de pó de coco

24
A etapa de fermentação ou compostagem do pó é fundamental para a qualidade
do substrato. Desta forma, é de fundamental importância que os lotes de pó seja
identificados com o número da leira onde se encontram no momento, dia de início da
incubação, dosagem de uréia aplicada, evolução da temperatura da pilha e
condutividade elétrica do pó ao ser incubado. Essas informações devem ser atualizadas,
no mínimo, a cada revolvimento do material.

Figura 18. Revolvimento das leiras de compostagem.

4.2.3. Tratamento Térmico/Secagem


A casca de coco verde beneficiada tem inúmeras origens, indústrias, bares,
praias, etc., e não raro chegam à unidade de beneficiamento já com o ataque de
microrganismos e insetos, que no campo são responsáveis pela degradação das cascas.
No entanto, alguns destes podem ser considerados como pragas em culturas que irão
utilizar o pó da casca como substrato agrícola. A forma recomendada de evitar que estes
microrganismo e insetos venham a contaminar o substrato e causar prejuízos aos
clientes da empresa é o uso do tratamento térmico.
Outra vantagem do tratamento térmico é a remoção do excesso de umidade que
ainda persiste no substrato, que, em geral, chega ao final do processo de fermentação
com mais de 50% de umidade, quando o mercado deseja que o pó da casca de coco seja
comercializado com cerca de 30% de umidade.

Figura 19. Secador rotativo.

Como já citado anteriormente, existem vários modelos de secadores no mercado


que podem ser utilizados para o pó de coco. Suas temperaturas de operação variam, mas
deve ser observado, para que se tenha eficiência na descontaminação, pelo menos a
aplicação de 80ºC durante 20 minutos. Com o aumento da temperatura o tempo
necessário reduz. Normalmente, as temperaturas e tempos utilizados para secar o pó até
30% de umidade serão suficientes para a correta desinfecção do substrato.

25
4.2.4. Moagem
O pó obtido na etapa de classificação ainda traz uma parcela importante de fibras
de diversos comprimentos. Essa desuniformidade do produto pode gerar vários
problemas no momento de sua utilização. O pó tende a se separar das fibras mais
longas, descendo no perfil dos vasos maiores, aumentando a densidade e reduzindo a
aeração na porção inferior do mesmo, o que pode gerar problemas para o
desenvolvimento das raízes das plantas.
Uma forma de solucionar este problema é reduzir o comprimento das fibras,
melhorando a estabilidade da mistura pó/fibra. Para tanto é utilizado um moinho de
facas paralelas, que irá reduzir as fibras a menos que 2cm de comprimento.
O moinho tem maior eficiência quanto é alimentado com o pó de coco com
umidades inferiores a 50%, quanto mais seco melhor. Dessa forma pode ser necessária
uma secagem ao sol após a etapa de compostagem.

4.2.5. Peneiramento
A granulometria exigida para o substrato agrícola de pó da casca de coco verde é
variável de acordo com o tipo de cultivo realizado. No cultivo de mudas em pequenas
células é necessário um substrato fino, composto apenas pelo pó. Em cultivos de plantas
ornamentais ou hortaliças feitos em gandes vasos (também se aplica para sacos, calhas e
bolsas de cultivo) o substrato deve ter uma granulometria mais grossa, sendo composto
em parte por fibrilas, evitando assim problemas futuros com a aeração. Desta forma, a
unidade de beneficiamento deve, segundo a demanda dos clientes, peneirar o substrato
em diferentes malhas e realizar a mistura que resulte na granulometria demandada.
Após a secagem este processo se
torna mais eficiente e em escalas menores
pode ser feito com peneiras manuais. No
entanto, em unidade que atuem na capacidade
de seu equipamento é recomendável a
aquisição de peneiras vibratórias ou
giratórias, com diâmetros de furos com as
variações de 5, 10 e 20mm, que possibilitarão
agilidade no beneficiamento, economia de
mão de obra e o atendimento da maioria das
demandas de granulometria dos substratos
utilizados. Figura 20. Peneira rotativa.
Algumas demandas podem exigir a mistura de material, que tenha passado por
diferentes peneiras. Nesses casos é interessante que o cliente envie uma amostra do
material de referência, para que este seja analisado em um laboratório de solos. De
posse da caracterização granulométrica do material é possível realizar a formulação
necessária.

4.2.6. Formulação
O substrato da casca de coco verde é considerado inerte pelos baixos níveis de
nutrientes e sua alta relação C/N, que torna a degradação da matéria orgânica muito
lenta. Desta forma, o substrato normalmente é utilizado em combinação com outras
fontes de nutrientes, sejam elas orgânicas ou concentradas. Essa forma de uso faz com

26
que parte do mercado demande substratos “formulados” na origem. A adição de
nutrientes, ou formulação, pode ser feita em conformidade com a demanda do cliente
após a etapa de peneiramento.
Para proceder a formulação é necessário que o substrato seja enviado a um
laboratório de análise de solo que esteja habituado a analisar substratos. O resultado das
análises de fertilidade devem ser apresentados a um técnico especialista em fertilidade
de solos para que o mesmo proceda os cálculos das necessidades de correção do
substrato, fornecendo assim as proporções das fontes de nutrientes que irão ser
utilizadas na formulação.
As fontes de nutrientes podem ser misturadas ao substrato na forma sólida, para
tanto é necessária a utilização de um misturador mecânico, do tipo utilizado em fábricas
de ração animal. Outra forma, para menores quantidades é a utilização de fontes
solúveis de nutrientes, como as utilizadas em fertirrigação. Os fertilizantes são
dissolvidos em água, produzindo-se assim uma calda. O pó é disposto no pátio de
secagem em uma camada uniforme de 5 a 8 cm de espessura, então é distribuída
uniformemente a calda sobre o pó com o uso de um regador e feita a homogeneização
do mesmo com uma enxada. Deve ser utilizado o mínimo possível de água para
dissolução dos fertilizantes e para a distribuição uniforme sobre a camada de pó.

4.2.7. Embalagem
O substrato agrícola é comercializado usualmente em sacaria de ráfia ou sacos
plásticos com espessura de 15 micras. O tamanho das embalagens varia conforme o
mercado pretendido. O mercado de uso doméstico usualmente aceita melhor
embalagens com até 5 litros de substrato e o mercado agrícola faz uso de embalagens de
100 litros. O ensacamento será feito de forma manual com o auxílio de uma balança. O
fechamento dos sacos de ráfia será feito com costura e as embalagens plásticas serão
seladas em seladoras elétricas.

4.2.8. Armazenamento
Após embalados os produtos deverão ser armazenados empilhados sobre pallets,
evitando o contato com o piso, o que poderia transferir umidade ao material. Cada metro
cúbico comporta 12 sacos empilhados e cada saco contém 30 kg de pó de coco a 30%
de umidade, desta forma são necessários, aproximadamente 3m3 para a armazenagem de
1.000kg de pó. Considerando 4m de altura para o empilhamento, temos 0,75m2 de área
útil para cada tonelada de pó armazenada.

4.3. PRODUÇÃO DE FIBRA DA CASCA DO COCO VERDE

4.3.1. Secagem
A fibra que sai do classificador com umidade acima do desejado que é 18%.
Desta forma é necessário que se proceda sua secagem ao sol. Nesta etapa é importante
observar que a fibra não deve passar a noite exposta em céu aberto para que não seja
reumidificada pelo orvalho.
Em locais ou épocas com pouca disponibilidade de sol, pode ser necessário o
uso do secador para realizar esta etapa. Para tanto pode ser utilizado o mesmo secador já
dimensionado para o pó, mas é necessário que no momento de sua aquisição/construção

27
seja previsto este caso, evitando assim alguns modelos específicos para pó, como os
secadores de fluxo concorrente, comumente utilizados em fábricas de ração animal.

4.3.2. Reclassificação
A fibra que sai da classificadora ainda vem com alguns restos do endocarpo do
coco e com um pouco de pó. Para conferir a qualidade final para a comercialização é
necessário que seja feito um peneiramento da fibra, separando-a das impurezas. Para
tanto será utilizada a própria máquina classificadora. É feita a desacoplagem da esteira
de alimentação que a liga ao restante da linha de processamento e alimenta-se a
classificadora com a fibra seca de forma manual. Como sub-produto deste processo
obtêm-se fibrilas e casquilhos, que podem ser utilizador na composição de substratos
agrícolas de granulometria mais grossa quando misturados ao pó da CCV.
Para não ter de parar a linha principal de processamento pode ser necessária a
aquisição de uma peneira rotativa específica para realizar a etapa de reclassificação da
fibra.

4.3.3. Enfardamento
A fibra é muito pouco densa. Desta forma, para reduzir os custos com seu
transporte é feita a compactação e o enfardamento do material. Existem diferentes
modelos de prensa que podem realizar esta etapa, mas o mais comum é o uso de prensas
hidráulicas verticais com carga no pistão de pelo menos 20 ton. A câmara da prensa é
preenchida com a fibra, aciona-se o pistão da prensa, em seguida eleva-se novamente o
pistão e repetem-se as etapas anteriores até que o fardo tenha as dimensões desejadas e a
densidade próxima de 700 kg/m3. O amarrio é feito com arame grosso, a exemplo dos
fardos de algodão.

4.3.4. Armazenamento
Os fardos deverão ser armazenados empilhados sobre pallets, evitando o contato com o
piso que poderia transferir umidade ao material. Cada metro cúbico de fibra enfardada
em prensa de 10 toneladas representa 330 kg de fibra. Desta forma para armazenar uma
tonelada de fibra de coco são necessários cerca de 3m3, com altura de empilhamento de
4m seriam necessários 0,75m2.

5. DIMENSIONAMENTO DE UMA UNIDADE DE BENEFICIAMENTO DE


CASCA DE COCO VERDE PARA A PRODUÇÃO DE SUBSTRATO
AGRÍCOLA E FIBRA BRUTA.

Uma unidade de beneficiamento de casca de coco verde é composta pelos


seguintes elementos: Área de recepção, Área de beneficiamento da casca, Área de
lavagem, Pátio de secagem, Baias de fermentação, Área de beneficiamento da fibra,
Área de beneficiamento do substrato, Secador e Área de armazenagem, Sistema de
tratamento de efluentes.

5.1. Recepção
A moega de recepção deve ter dimensões suficientes para receber a carga de um
caminhão por vez e ter seu piso em declive (10%) para facilitar o escoamento das cascas

28
até a boca de saída da moega. A construção deve ser feita em alvenaria e concreto com
o revestimento cimentado natural.
A boca de descarga da moega deve estar localizada sobre a esteira de alimentação
da trituradora de cascas possibilitando a alimentação automática da máquina.

5.2. Área de beneficiamento da casca


Na área de beneficiamento das cascas o piso será do tipo “corodur” industrial, ou
cimentado natural (no entanto a aspereza desse prejudica a limpeza do local), com
inclinação de 1% em direção ao esgotamento de águas residuais. Por ser área destinada
a instalação de maquinário pesado o piso deverá ser feito em concreto armado para que
tenha melhor resistência ao impacto.
Nesta área o as cascas de coco verde serão trituradas, prensadas e serão separadas
as fibras longas do pó e fibras curtas. Para tanto serão instalados os seguintes
equipamentos:

1. Elevador com esteira conduzida por moto redutor (mod moto via) de 1:60 e motor
de 0,5 cv IV pólos. Dimensões: L:0,90 C:1,40 A:1,65 P:80 Kg. Produção 1500 a
2000 cocos/hora
2. Triturador de Coco Verde motor de 20 cv II pólos. Dimensões: L:0,91 C:1,20
A:1,30 P:300 Kg. Produção 2500 a 3500 cocos/hora
3. Prensa Rotativa Horizontal motor de 3 cv IV pólos moto redutor de 1:40.
Dimensões: L: 0,70 C: 1,00 A: 1,20 P: 300 Kg. Produção 15000 a 18000 kg coco
verde por dia.
4. Classificador de Fibra e Pó motor de 10 cv II pólos. Dimensões: L: 0,60 C: 1,60 A:
1,90 P:300 kg. Classifica 15000 a 18000 de Pó e Fibra por dia.

A área necessária a instalação destes equipamentos deve ser coberta com


dimensões de 9,00 x 6,00 m, para que seja possível a descarga dos produtos das
máquinas e a circulação dos operadores. Caso a área não seja contígua a uma parede que
possa servir de anteparo para a fibra que é expelida do classificador é necessária a
construção de uma gaiola de tela.
Na saída de líquido da prensa deve ser instalado um dreno para que o líquido seja
conduzido à estação elevatória que levará o líquido para a estação de tratamento de
efluentes ou para a rede de esgotamento sanitário. A entrada do dreno deve ser
construída em desnível, possibilitando o encaixe de um quadro de tela de malha de
1mm, preferencialmente metálica, mas pode ser utilizada com malha de nylon, com a
desvantagem da constante danificação da mesma.

5.3. Área de lavagem


A área de lavagem deverá possuir tanques de alvenaria impermeabilizada, ou de
fibra de vidro para a lavagem do pó da casca do coco. São necessários oito metros
quadrados de área de tanques com profundidade de 1,2 m, para atender a cada 10.000
cocos/dia, considerando quatro lavagens diárias de pó. O dreno deve ser protegido com
tela fina para que o pó seja filtrado ao final da lavagem.
Os tanques deverão estar localizados próximos ao pátio de secagem para facilitar
o transporte do pó molhado.

29
A água resultante do processo de lavagem do pó deve ser canalizada para a
estação elevatória que levará o líquido para a estação de tratamento de efluentes ou para
a rede de esgotamento sanitário.

5.4. Pátio de secagem


O pátio de secagem será feito de piso concretado com juntas de dilatação, ou
asfaltado. Para a secagem de fibras e pó e fermentação/compostagem, são necessários a
cada 1.000 cocos beneficiados diariamente, serão necessários 100 m2. Quanto maior a
insolação no local menor a necessidade de pátio.

5.5. Área de beneficiamento da fibra


Área coberta, com piso industrial, ou cimentado natural e dimensões de 9,00 x
7,00m. Caso a área não seja contígua a uma parede que possa servir de anteparo para a
fibra que é expelida do classificador é necessária a construção de uma gaiola de tela.

Na área de beneficiamento da fibra serão instalados:

1. Peneira Tipo Túnel de 5 M comprimento com malha de 30mm para Fibra.

2. Prensa Hidráulica 20 T para Fibra do Coco. Dois cilindros hidráulicos, dupla ação.
Haste de 2” x 0,90. Um comando dois elementos. Motor de 5cv II pólos.
Dimensões: L:1,12 C:4,20 A:1,35 P:500 Kg. Produção estimada 20 a 24 fardos por
dia de dimensão: 0,60x0,75x0,75 com peso de 40 a 60 kg.

5.6. Área de beneficiamento do substrato


Área coberta, com piso industrial, ou cimentado natural e dimensões de 10,00 x
4,00m. Localizada próximo às baias de fermentação, para facilitar o transporte do
substrato.
Nessa área estarão instalados:
1. Peneira Vibratória com 3 crivos diferentes 2,5 – 5 – 7,5 mm. Motor 1,5 cv IV pólos
com massa excêntrica de 800 gramas.
2. Balança mecânica com capacidade para 500kg e precisão de 100g.
3. Máquina de costura portátil para sacaria.

5.7. Secador
Existem no mercado diversos tipos de secadores para este tipo de material, aqui
recomendamos secadores contínuos do tipo tubular ou secadores tipo barcaça. O
primeiro oferece vantagens de produtividade e uniformidade do processo de secagem e
o segundo tem vantagens de custo inferior de instalação. Ambos podem ter como fonte
de aquecimento a lenha ou a queima de gás natural ou GLP. As especificações da área
de construção destinada a cada um dos equipamentos variarão conforme o fornecedor.

5.8. Área de armazenagem


Área coberta, com piso industrial, ou cimentado natural e 400m2. O pé direito
deve ser de 5m.

30
5.9. Sistema de tratamento de efluentes
A elevada concentração de matéria orgânica torna o líquido da casca do coco
verde (LCCV) adequado para o tratamento anaeróbio, onde pode ser utilizado sistemas
de alta taxa como os reatores anaeróbios de fluxo ascendente (RAFA ou UASB), ou
sistemas de baixa taxa como as lagoas anaeróbia, dependendo da disponibilidade de
área e mão de obra especializada para operação do sistema de tratamento. Vale ressaltar
que, embora reatores anaeróbios possam ser operados com elevadas cargas orgânicas,
eles não conseguem produzir efluente com parâmetros adequados para ser dispostos no
meio ambiente, necessitando de pós-tratamento. Para tanto, podem ser utilizados
sistemas aeróbios (lagoas de facultativas, de maturação ou polimento, lodos ativados)
ou processos como leitos de secagem e disposição no solo. Deve-se levar em conta que
sistemas de tratamento têm custo elevado, sendo necessário um estudo caso a caso para
a adoção da solução ótima.

6. OPERANDO OS EQUIPAMENTOS

As máquinas que fazem o beneficiamento inicial da casca de coco só devem


ser acionadas para processar no mínimo 1500 cocos, ou seja, meia hora de
funcionamento. Tal procedimento é necessário para evitar o desgaste do equipamento
com acionamentos constantes e reduzir o consumo de energia elétrica.
A ligação das máquinas é feita no quadro de comando e deve seguir a ordem
inversa da entrada das cascas para evitar engasgues. Dessa forma a ordem de ligação é a
seguinte:
1. Classificadora
2. Prensa
3. Triturador
4. Esteira

Somente após todos os equipamentos estarem em funcionamento na rotação


adequada é que se dá início à alimentação das máquinas. Esse procedimento também
visa evitar engasgues no equipamento.
O procedimento de desligamento é feito de forma inversa. Após interromper a
alimentação da esteira o operador irá observar se todo o produto que estava dentro das
máquina foi expelido, ou seja:
• O triturador não deve estar alimentando a prensa;
• A prensa não deve estar alimentando o classificador;
• O classificador não deve estar expelindo fibras ou pó.

Tendo sido confirmado que as máquinas não tem mais produto em seu interior o
operador irá começar o desligamento na seguinte ordem:
1. Esteira
2. Triturador
3. Prensa
4. Classificador

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Tabela 5. Ordem de partida e desligamento das máquinas.
Ordem de Máquina Ordem de
Partida Desligamento
1º A – Selecionadora 4º
2º B - Prensa 3º
3º C – Triturador 2º
4º D - Esteira 1º

6.1. Manutenção
Os equipamentos de beneficiamento de casca de coco verde são robustos, mas
operam em condições de grande esforço mecânico. Dessa forma a manutenção
constante é fundamental para que se evite quebras e ampliando a vida útil dos
equipamentos, reduzindo assim custos e evitando acidentes.

Antes do Acionamento do Equipamento


1. Antes de acionar as máquinas o operador deverá verificar, as tensões das correias de
acionamento, proceder o esticamento da mesma, se necessário, ou ainda sua
substituição em situação de desgaste excessivo.
2. Antes de ligar o equipamento deve ser feita uma inspeção nas máquinas para
verificar a presença de materiais estranhos ou animais no interior das mesma, o que
poderia provocar acidentes, ou contaminação do produto.
3. Antes de acionar as máquinas o operador deverá verificar, o estado de conservação
das facas e o seu aperto. Uma faca que se solte no interior do triturador em pleno
funcionamento pode atravessar facilmente a carenagem do equipamento e ferir seu
operador.
4. Também deve ser observado o estado de, rolos, engrenagens, esteiras e correntes.
Rachaduras no equipamento ou o rompimento de peças podem provocar acidentes
sérios.

Após o Acionamento dos Equipamentos


1. O operado deve observar barulhos ou ruídos estranhos e desligar o equipamento
imediatamente quando eles ocorrerem, buscando identificar sua origem e corrigir o
problema antes do novo acionamento da máquina.
2. Observar se a prensa não está travada
3. Observar se não há obstruções no triturado ou classificador.

Após o desligamento dos equipamentos


1. Caso seja o final do turno de trabalho o operador deverá lavar o triturador, ou seja,
com a máquina em funcionamento, colocar 2 baldes de água na boca alimentadora,
esperar a expulsão do excesso de água e proceder o desligamento na ordem
estabelecida.

32
2. Ao final de cada dia deverá ser feita a lubrificação dos mancais e correntes,
observando o estado dos gracheiros, rolamentos, engrenagens e partes que
necessitem reaperto.
3. Verificar se ficou algum material acumulado no interior dos equipamentos.

6.2. Considerações sobre segurança


O pessoal que irá trabalhar no beneficiamento da casca de coco verde deverá
usar os seguintes equipamentos de proteção individual:
• Luvas;
• Avental de raspa de couro;
• Protetor auricular;
• Óculos de segurança;
• Botas de borracha.
Não deve ser permitido o uso de colares, pulseiras ou camisas de manga que
representem risco de enganchamento nas máquinas, o que pode causar sérios acidentes.
Também não deve ser permitida a presença de pessoas não capacitadas para a
operação das máquinas na área de processamento. Os equipamento são de alta potência
e podem causar graves acidentes a qualquer deslize ou uso indevido.
Extintores e mangueiras de incêndio devem estar sempre disponíveis,
principalmente na área de armazenagem, onde se concentra o material com baixa
umidade.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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