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Pyr Marcondes
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Um Pouco
de História
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publicitária. Em 1908, é realizado um concurso (possivelmente o pri- origem que se transforma rá, por si próprio, num ícone cultural da so-
meiro) de cartazes publicitários, com a utilização de poesias, para o ciedade moderna e da comunicação de massa.
Bromilum, xaro pe contra tosse. Participa dele, entre outros p oetas co- No final do século XIX, essa evolução apenas começa. Os anúncios
nhecidos, Olavo Bilac. deixam de ser meros classificados para assu mirem um a personalidade
O anúncio, formato tão habitual na mídia impressa contemporâ- mais parecida com a que conhecemos hoje. Crescem de tamanho e
nea, nasce assim de uma colagem de recursos e manifestações pre- ganham qualidade gráfica.
existentes e conhecidos. Da literatura e do jornalismo, a publicidade No início de 1900, aparecem no país as primeiras revistas, menos
importou o texto; do desenho e da pintura, trouxe as ilustrações - voltadas à notícia clássica e mais a crónicas sociais, sátiras, charges,
dando origem a algo diverso e novo, mas de certa forma já incorpora- sonetos, fatos diversos comentados. Aí vamos encontrar os primeiros
do ao universo conhecido da s pessoas. Uma armadilha para assegurar anúncios de páginas inteiras, com ilustrações apura das, em até duas
eficácia ao s objetivos publicitários de comunicar e vender. cores. Também o espírito do anúncio já é outro, bem mais leve (como
Ao longo de sua história, no entanto, o anúncio publicitário vai ga- o veículo no qual se insere e a sociedade para a qual se dirige), irreve-
nhar ta l personalidade e independência em relação a suas formas de rente, solto, eventualmente com um toque de humor e a primeira pre-
sença daquilo qu e mais tarde se chamaria de criatividade publicitária:
não mais a mensagem com forma e conteúdo de um comun icado di-
reto, mas embrulhada num pacote de elementos, que requerem a par-
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A agência de
propaganda
Um modelo importado de comunicação
mais importante dos primeiros dez anos do século XX é desde 1925. Credita-se a ela um im-
a cervejaria Antárctica, que produziu no período peças portante passo na profissionalização
de qualidade, com espírito e forma inspirados no art- da propaganda feita no Brasil naque-
nouveau. São todas feitas pela própria com panhia e pro- le período.
duzidas internamente.
Genericamente, os anúncios da s
Nesse primeiro quarto do século passado, surgem companhias internacionais são já de
também os primeiros grandes anunciantes multinacio- melhor padrão do que a maior parte
nais, entre eles Mappin & Webb (nosso conhecido e da comunicação das empresas brasilei-
extinto magazine que, embora estivesse no país há al- ras. Importam know-how e técnicas de-
gu m tempo, começa a anunciar apenas nesse período), senvolvidas nos Estados Unidos, onde a
Nestlé, Colgate-P almolive, Gen eral Electric, Souza Cru z publicidade consolidou modelos e pro-
(British Am erican Tobacco) e Ford. A Bayer faz um tra- cessos comprovadamente eficazes desde o
balho de destaque, concebendo propaganda não co- inicio de sua história. Fazem algumas (poucas)
mo um conjunto de mensagens eventuais, mas como adaptações locais e publicam.
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Em 1916, a
Nestléjá fa z
propaganda de
sua farinha láctea
í'-!""
ln e "
náo se Iteifa somcwfe á» aristocráticas reumdfes dos grandes
o«de «tias já eonquiafaram um togar 1 proeminente e definido.
Mesmo nos bosques ou «as florestes a sua radiante belleza W H
fascinar; d e um s forma irrssisfjvel. a cançflíío i«gé»úldad«.
simp!«a e rudes camponezes
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anunciantes e do trabalho específico de algumas agências (e profis-
sionais de criação) nacionais, que tentarão, teimosamente, descobrir
como é quese az propaganda - um formato de comu nicação imp or-
tado - comsotaque de Brasil.
Por volta de 1930, c h e g a ao país a primeira agê ncia de propagan-
da norte-am ericana, a Ay er, que vem para atende r a Ford, seu cliente
internacional, roubando a conta pu blicitária da pioneira Eclética. Tam-
bém a GM faz seu movimento, trazendo ao Brasil su a parceira mun-
com dial, a J. W . Thompson, a mais antiga agê ncia de propaganda hoje e m
operação no país. Me smo assim, não estamos ainda diante de u m ne-
gócio constituído. A propaganda não é, como viria a ser chamada
depois, uma "indústria". Até porque a indústria de verdade, base de
au m\m-m mmi
'Andar pelo mato... Bondar
| a cavalo...
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A cara e a voz
A s primeiras fotos e a chegada do rádio
(WARNER)
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um a evolução paulatina e gradual, como os veículos impressos. Cr es-
Ctrla de forma vertiginosa, numa velocidade at é então desconhecida,
O idílio c x c r i c
• arrebataria, em suas ondas, gerações de fãs, constituindo a primeira griindf / ( j s < / n / o
sobre J vida
audiência de massa do século. Para a propaganda, isso significou o
brasileira desde
maior impacto de desenvolvimento de sua ainda incipiente história. os anos 1930,
com o Novo e porque, a partir daquele momento, a propaganda teria voz. E teria
pape ! de primeiro
gr ande veiculo de
co mu ni cação de
•ERFUMADfSSfMO lons. E tocaria música. Teria, portanto, qu e aprender a falar e a tocar, massa
As empresas falam
«V*-
^
Em dois ou três anos, contudo, a linguagem publicitária no rádio
criaria seus primeiros formatos próprios: os spoís (peças co m textos
Interpretados, acompanhados ou não de música) e os jingles (trilhas
wnoras curtinhas, desenvolvidas especificamente para o anunciante).
Ambos os formatos foram importados do s Estados Unidos, onde já
VOC5 poder» cativi-to haviam provado se u poder de comunicação.
com um» cúd» »UTC «
deliciosamente pírfun.d.. S < ( m
«i ctuttv: u»e Uvw « xji
*tft >doriv«l tnm nolt». 27
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No rádio, as grandes indústrias já presentes na economia brasileira de mar;
encontrariam espaço privilegiado para su a comunicação. Os mesmos
nomes encontrados nos jornais e revistas, seguidos de outros que
chegariam aos poucos (Coca-Cola, entre eles), estariam também pre-
Gessy: uma das sentes no novo meio, utilizando-se não só dos recém-chegados spofs
primeiras marcas
anunci adas em e jingles como, também, de uma nova modalidade de presença co-
jornais e revistas
que se torna
grande beneficia-
mercial na mídia: o patrocínio. As novelas Gessy e o Repórter Esso se Urabs
da c o m a chega- transformariam em marcos dessa nova fórmula, em que o anunciante
de
da do rádio
(ver tam b ém apresenta e oferece aos telespectadores o conteúdo editorial e/ou ar-
página seguinte)
tístico da programação do veiculo. Ficaram décadas no ar, sendo que
— com sã o
Su a »t
«punw,
o primeiro migrou com absoluto sucesso para a TV, assim que ela se
instalou no país.
Já se sabia então que, quanto mais próximo estiver o nome do
anunciante do conteúdo veiculado no meio, mais eficaz tende a ser a
comunicação comercial. O patrocínio, citado sempre que o programa
ia ao ar e ao longo de toda a sua duração, registrava com eficácia na
mente do consumidor a imagem da marca, com simpatia e seriedade.
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ATV
Um do s primeiros
anúnci o s d e
Coca-Cola: a
mares americana
invade não só as E la transforma tudo. E nunca mais seríamos
publicações,
c o m o também o
meio radiofónico
os mesmos.
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Às mulheres cabe ficar em casa, conversando com as garotas-pro-
A VIDA PARECE paganda, enquanto seu adónis não vem. Ou, ainda, ir ao paraíso das
compras, o supermercado, que introduz grandes novidades da culi-
nária no rte-americana, como os alimentos enlatados e os de preparo
Instantâneo.
Tipões...
De rebeldes
los seu canto,se m causa. elas
também as mulheres
Mas irão apaixonar
em buscavãodeseum por eles.
comportamento
O •nos servil. Para desespero dos pais e da moral vigente, passam a
Br calças compridas justas no corpo, pintam-se co m maquiagem im-
Drtada, usam ousados m aios na s praias (alguns feitos já com as no-
IS fibras sintéticas, o náilon e o rayorí), além de andarem lado a lado
9m os "brilhantinados" garotões em seus carrões.
Todos vão, juntos, rebolar ao som de um novo ritmo, que mudará
l história da juventude para sempre: o rock and mil. Elvis Presley é o
fiodelo e, no requebro de sua cintura, dezenas de anos de compos-
|ura e correção irão bailar. Garotos e garotas nunca mais serão os
ismos. Adeus, inocência perdida.
No B rasil, na mesm a época em que o rock destrói modelos de com-
Brtamento com sua batida que parece buscar inspiração na violên-
íl,um outro movimento, totalmente intimista, ocupa as salas bem
l
(licoradas das classes mais ricas. É a bossa nova de João G ilberto, que
l adicionar um toque de Jazz, samba e violão ao agitado cenário mu-
IICll dos anos 1950.
PANHIA E MA
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Todas essas imagens são, é claro, um grande estereótipo - que, no
entanto, têm o didatismo e o poder de síntese dos valores e costumes
Você percebe, B» hora, qiw s» ttftte A /l/í///, (/(/i1 vitt.t
da época.
!STE CASAL ", de um «asai roper-avançudo, ,1 se / ,i ni.iitn d//
t Sempre pronto a lançar ideia» novas, Uma vez mais, a propaganda va i reproduzir todas essas mudan- torci (},) Anu" 1 !!! ,i
ou um desenho totalmente inédito. Latino, (oni(\.i
ou uma cA r mais arrojada. ças um pouco depois. A publicidade da época cuida de venerar o SUd <3tUit(,J<) (OD)
IASCEU EM
iLUMENAUJ
f (HMístao de
f (Is padtm»$ tí m q u < " ser Impecáveis.
bom-mocismo dos homens e difundir os padrões convencionais da Pato Donalcí
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5/9/2018 UmaHistoriaDaPropagandaBrasileira de Caetano V eloso, composta em 1967 para um dos
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Alegria, alegria,
famos os festivais da música pop ular, levados ao ar ao vivo do audi-
tório da W Record, em S ão Paulo, sintetizaria a déca da e sua confu-
são: "O so l se reparte em crimes, espaçon aves, guerrilha s..."
A T V (são várias as redes nacionais, ago ra) se transforma no grande
veículo de comunicação e cultura, um a cultura diversa da académica,
que receberia o nome de cultura de massa. "D e mas s a" porque não
mais difundida para poucos, nos bancos da escola, mas para muitos,
de forma homogénea e nivelada pela média (para muitos, pela medio-
cridade). Um a cultura nã o mais voltada para o saber, m as para o pro-
saico e o cotidiano. Não mais para construir conhec imento, mas para
entreter e divertir.
O novo veículo, assim como a técnica já evoluída da publicidade,
servirá c o m o um a luva para o m ov im e nt o militar, q ue t o m o u o poder
no país, em 1964. O ufanismo nacionalista, a ideologia progressista,
a busca pela criação de um sentimento pátrio profundo são temas e
conceitos aos quais 8 propaganda va i aderir, mais ou menos, depen-
dendo da ocasião, da importância política do interlocutor ou do t a m a -
nho da verba do anunciante.
O governo, aliás, co m toda a s ua estrutura centralizada de poder -
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--->:?*.
Co m o movimen-
to feminista, a seria classificada por muitos como "a década p e r d i d a " . Nela, quatro
mulher conquista planos económicos mirabolantes e as oscilações inflacionárias f o r a m a
espaço e busca
assumir m a r c a registrada na economia, e n q u a n to uma falta de inventividade
uma posição
ind epend ente em geral contagiava os guetos criativos do país.
relação ao
homem N o e nt a nt o , d e onde menos s e costuma espe rar inovação, ou seja,
(ver també m a
página seguinte) d a política, foi de onde vieram os ma is vigorosos sinais de m u da n ç a e
a v a n ç o. Em 1982, o país realizou as primeiras eleições diretas para o
Executivo desde Jango, na década de 1960, e a nação elegeu em
massa g ov e r n a dor e s d o m a i s f orte pa rti do d e oposição: o PMDB, nu-
m a c l a r a de m on s t r a ç ã o de repúdio a os a n os da di ta du r a militar.
Em 1984, teve início na s ruas d a s grandes cidades brasileiras o
m o v i m e n t o pe l a s Diretas já , c a m pa n h a pe l a e l e i ç ã o di r e t a t a m b é m
para presidente da R epública. Dois dos mais express ivos líderes do
m o vi m e nt o , Ulysses G u i m a r ã e s e T a n c r e do N e v es , i ri a m à s p r a ç a s pú -
blicas pa r a de f e n de r n os s o di re i to a o voto, m a s n os i n te r v a l os dos c o-
mícios e ra a r t i c u l a da u m a t r a n s i ç ã o d e gabinete c o m o C on g r e s s o,
qu e e m pos s ou T a n c r e do, s e m n e n h u m brasileiro te r v o t a d o nele, d e
f o r m a d i re t a .
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não consegue manter seus feitos com tal destaque e impacto. Mas a
verdade é que, a partir do s anos 1980, com_cr[se ojj em e l a , _ o _ B _ r a _ s i l
llobalização no quintal C-D
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nunca mais deixaria de ser reconhecido com o um do s países; mais c ria- i tconoma e a pro pagan da
tivos da propa ganda m undial. Com erciais como Morte do Orelhão
flilleira atrelam seus destinos ao
(1981), da DPZ para a Telesp, sobre van dalism o contra os orelhões, e !
Primeiro Soutien (1978), da W/GGK para a Valisère, sobre a emoção ipltal internacional.
de uma menina ao ganhar seu primeiro soutien, ficariam registrados
como alguns do s melhores comerciais brasileiros de todos os tempos.
O Primeiro Soutien extrapolou, sendo relacionado entre os cem co-
merciais mais criativos do mundo, em todos os tempos.
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.
_ _ Grandes
Momentos
Eles não acontecem como num livro, onde cada capítulo separa
Mas vale a pena olhá-los de perto, um por um. Nesta e nas d ema is
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W sai da DPZ
5/9/2018 Washington Olivetto deixaUma
a Historia
agência emDaPropagandaBrasileira-slidepdf.com
que trabalhou por 14 anos para inaugurar
nã oimportante
costumava naquele
se lembrar muito
O dia não bem
eramdeossonho nenhum.
sonhos, mas
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Nizan deixa a W/Brasil W / G G K . Eram então parceiros e amigos. A relação entre os dois pas-
saria por um estremecimento definitivo tempos depois, m as isso nã o
5/9/2018 O b a i a n o mais veloz do UmaHistoria
mundo DaPropagandaBrasileira-slidepdf.com
volta pra é importante para a história da propaganda recente. Importante é que
Bahia, para voltar para o m undo. Nizan voltou para a DM9, recusando num erosos convites nacionais e
internacionais. Dizia que o Duda Mendonça havia oferecido a ele mais
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A dupla de criação
5/9/2018 Umaem
O modelo que hoje é padrão Historia DaPropagandaBrasileira-slidepdf.com
qualquer
agência do mundo passou a existir na
publicidade apenas na década de 1950.
E mudou tudo.
E
ponsáveis pela introdução da s duplas de criação no
Brasil, decidiu acabar co m elas em sua agência, qu e
na época tinha nada menos do que 15. D errub ou as
baias onde elas se isolavam e abriu o departamento de
criação, o qual, se m paredes, passou a operar em equi-
pes. A MPM fez o mesmo, naquele ano.
A derrub ada da s paredes, a instituição da s equipes, a
criação em grupo, sem dúvida, queb raram o antigo mo-
nopólio da dupla como formato único para se criar
propaganda. Isso, no entanto, não fez as duplas desapa-
recerem de vez. E é muito possível qu e isso j amais venha
a acontecer. Rapidinho, no entanto, vale contar como é
qu e elas chegaram ao Brasil.
Júlio Cosi ir., um dos nomes de peso da criação b ra-
sileira no s anos 1950 e 1960, na época na Standard, foi
o primeiro publicitário brasileiro a colocar os pés na Ma-
dison Avenue, em Nova York, na agência mais impor-
tante de propaganda de todos os tempos: a D D B . Nela
estava acontecendo um a revolução desde o final dos
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C-D ses do s muros foram traduzidas para o inglês e interpretadas po r f o ny
Liberdade é uma calça
Osanah, então integrante do grupo de música latino-americana Raices
5/9/2018 velha, azul e desbotada
UmaHistoriaDaPropagandaBrasileira
de America.-slidepdf.com
O disco vendeu 500 mil cópias.
Um simples jingle para uma calça jeans
Sérgio Mineiro, autor da peça em conjunto com o compositor de
atinge as paradas de sucesso e se MPB e também sócio da produtora, Renato Teixeira, cham ava a aten-
transforma nu m marco: a propaganda Ç ão para algo, no mínimo, curioso: "Não citamos o nome do produ-
to em nenhum momento da letra, e o jingle obteve o maior índice de
vira música popular brasileira. reca//que a Levi's registrou para seus comerciais at é hoje."
A lição que fica é sintetizada por Sérgio Campanelli, o C da MCR:
"Quando você tiver qualquer dúvida sobre o que dizer em sua cam-
panha, cante."
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O Brasil virou Primeiro
5/9/2018 Mundo UmaHistoriaDaPropagandaBrasileira-slidepdf.com
De como quem não era nada virou uma das
mais respeitadas nações criativas do
" P l a n e ta P r o p a g a n d a " .
n, t*
/b
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a década de 1990 quebrou o encanto. Nunca ma is Ca nnes teria o
frescor de antes.
5/9/2018 O Brasil teria - como todas as demais naçõesUma
sul-americanas,
HistoriaaliásDaPropagandaBrasileira-slidepdf.com
- que mostrar seu talento, apesar da má vontade dos países líderes.
Em 1992, no entanto, foi introduzida no festival uma inovação que
auxiliaria o Brasil,
assim. Criou-se emboradepoucos
o Festival pudessemo então
Mídia Impressa, Press &supor que seria
Póster Festival,
que começou sem graça, com poucas inscrições e baixa representati-
vidade, mas que se firmou já no ano seguinte.
No primeiro ano, o Brasil não foi bem. Na verdade, com exceção
dos trabalhos da D PZ e de muito poucas outras peças, a publicidade
brasileira nã o detinha grande história gráfica. Certamente, não havia
como nos compa rarmo s aos europeus e aos norte-americanos, donos
de uma indiscutível excelência histórica nas artes gráficas.
Apesar disso, no ano seguinte, começamos a criar uma história de
grandes conquistas para a propaganda brasileira na mídia impressa.
Com um trabalho de Marcello Serpa e Nizan Guanaes para o guaraná
Antárctica Diet (da nova agência de Nizan, a DM9), o Brasil conquis-
tou nada menos que o Grand Prix do Press & Póster. Foi o primeiro
Grana Pm brasileiro em Cannes, em toda a sua história.
Fizemos mais. Como agora estava em jogo um número maior de
Leões (soma dos dois festivais), começam os uma escalada permanen-
te - e, aparentemente, sem volta - para um novo estágio de nossa
participação. O país trouxe 12 Leões, sendo seis para filmes e seis para
mídia impressa.
Mas o Grand Prix seria mesmo o grande marco. Se o Brasil vinha
crescendo em ritmo lento ao longo dos anos 1980, a expansão na R orno cão Diet Pepsi:
mídia impressa mostrou que, além da s boas ideias, fazia-se po r aqui
um trabalho gráfico de indiscutível qualidade. Neste caso, qualidade
v ocê bebe
'gane não
qu e poderia começar a ser comparada com as escolas mais sofisti-
cadas do mundo.
Em 2000, o país se supera e atinge a ma rca dos 36 L eões conquis-
ha nada,
tados em Can nes, seu maior e melhor desempenho desde sempre (o wer'
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As Maiores
e Melhores
Agências
A propaganda, em toda parte, é feita por gente. São personagens
Sem a DPZ,
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não ia dar certo
5/9/2018
E la foi a primeira agência Uma HistoriaDaPropagandaBrasileira-slidepdf.com
brasileira a
apostar na criação como diferencial de
negócio. Mais de trinta anos depois,
continua ganhando dinheiro assim.
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conquistar
alto impactograndes clientes
na mídia como também
transformou o índicecativá-los.
de recallSeu trabalho de
(memorização)
da s duas marcas de cerveja a que atende num fenómeno. S e m a n a s
após semanas, ambas as marcas figuraram entre a s mais lembradas
pelo consumidor brasileiro. Para qualquer anunciante, um património
quase sem preço.
Fabinho, carioca peitudo, que não leva desaforo para casa, recusa-
se a conduzir um negócio que não tenha brilho, não gere boas ideias
ou não seja berço da inovação. Sua agência foi da s primeiras no Brasil
a enveredar pelo mundo digital, criando inicialmente um a divisão, de-
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Contemporânea
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Uma das poucas a gências cariocas a
«wC w. ^
H
r
gência, daqueles oferecidos aos ganhadores de
Leões no Festival de Cannes, em que o diretor de cria-
çã o e o redator da peça premiada são, respectivamen -
te, pai e filho. É um trofeu, muito provavelmente, iné- putado diretor de criação, devidamente incorporado à paisagem me- você, premiada
campanha
dito no mundo. Ninguém tem. Silvio, o filho, aparece tropolitana da Grande São Paulo e VP (vice-presidente) de Criação da d e s e n m M d a peia
M f- n j. i , C ont emporânea
como redator, e Mauro, o pai, como diretor de criação. NewComm Bates -, como também para pelo menos duas outras gê-
,
Esse é apenas um indicador da agência, quando estamos rações anteriores a ele. Globo
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Almap
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A história da agência que trouxe a
dupla de criação para o Brasil e nunca
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mais parou-de
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crescer.
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Grandes
Nomes
Eles são, basicamente, diferentes entre s i.
e m qu e originalidade é ndispensável.
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queda. Com esse perfil, difícil imaginar que ele tenha sido
uma das mais importantes lideranças de um mercado como
o da propaganda, do qual se tem a imagem de liberal e
avançadinho. Pois nem o mercado é tão liberal assim, nem
Geraldo Alonso, nascido em Pedreiras, interiorzão de São
Paulo, foi um líder tão mordaz que dele a publicidade pre-
cisasse se resguardar. Muito pelo contrário, a propaganda é
também uma a tividade conservadora, e Geraldo Alonso foi
um de seus mais importantes pilares, num mom ento vital de
seu desenvolvimento - o início de sua modernização empre-
sarial -, quando pilares era tudo de que ela precisava. Dele,
a propaganda tem muito o que se orgulhar.
Sócio fundador de uma das mais antigas agências
brasileiras, fundada em 1946, a Norton Propaganda -
empresa absorvida pelo grupo europeu Publicis - Geral-
dão, como era conhecido, foi um dos fundadores da nova
agência de propaganda brasileira. "Nova " quer dizer em-
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Roberto Duailibi
Por que o D, da DPZ, é muito mais do
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que ap en as o D, da DPZ.
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gulamentação da publicidade nacional, a eterna polémi- da área da criação para o comando empresarial de sua agência, em -
ca das taxas de rem uneração das agências ou o roteiro bora nunca tenha deixado de conduzir traba lhos criativos em toda a
da s histórias em qu adrinhos que escrevia para uma pe- su a carreira. Numa agência c o m o a DPZ, isso não é só diletantismo.
quena editora do bairro da Vila Maria, e m S ã o Paulo, Outros pedaços da história desse turquinho você pode ler no capí-
onde mo r o u depois de migrar de C a m p o G r a n d e . tulo sobre a DP Z. Porque, entre outra s coisas, afina l de contas, Duailibi
Momentos históricos como esses foram muitos na vi- é o D da DPZ.
da de Duailibi, que foi comunista, m as a b a n d o n o u a
vida de comer criancinhas para se dedicar à liderança de
algumas importantes entidades da comunicação no país,
Ill II
om mais de dois metros de altura, ele é o maior dire- ssa é apenas uma das centenas de grandes frases
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C o m 5 2 a n o s , c o o r d e n o u a v i t o r io s a c a m p a n h a d e T a n c r e d o
Márcio Moreira
Neves à p r e s i d ê n c i a da República pelo colégio eleit or al. C o m a
morte d e T a n c r e d o e a p o s s e d e S a r n e y , f o i c h a m a d o p a r a asses- O mais bem-sucedido executivo
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s ora r o novo p r e s i d e n t e . N ão aceit ou. Voltou à p r o p a g a n d a e aos internacional da publicidade brasileira.
a u t o m ó v e i s . E par a u m a p o s i ç ã o d as m a i s d e s t a c a d a s no negócio
Padrão de qualidade em Nova York.
5/9/2018 da propaganda brasileira. UmaHistoriaDaPropagandaBrasileira-slidepdf.com
tico m usical Tárik de S ouza. Foi com este último que co-
locou os pés, pela primeira vez, na M cCann- Er ickson,
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Anunciante
existência da propaganda.
anunciantesbrasileiros.
Souza Cruz
Marketing, distribuiçãoe
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promoção cultural a serviço da
5/9/2018 história da marca. UmaHistoriaDaPropagandaBrasileira-slidepdf.com
na Europa,
14 anos, conde de
aprendeu Agrolongo.
o ofício
Albino chegou aos
e, em 1903, resolveu mon-
tar seu próprio negócio, um a fábrica de cigarros já en-
rolados em papel, que levou, claro, se u sobrenome,
centemente, Derby transformaram-se em líderes se m rivais desse A marca
Souza Cruz. Hollywood foi
Albino fo i dono do negócio até 1914, quando acei- mercado, qu e teve grande expansão no país na década de 1970. um dos carros-
chefes da Souza
se instalava no Brasil - para vender sua indústria. Fe? da em todo o mundo. dos mais fortes
anunciantes
A Souza Cruz é dona de mais de 90% do mercado brasileiro de no Brasil
isso, mas continuou na presidência até 1962, quando cigarros. É assim há décadas. E s s a liderança se deve não só ao pio-
retornaria definitivamente a Portugal, co m mais de no-
venta anos de idade, e uma vigorosa sensação de pa- neirismo de seu Albino, mas também aos avanços tecnológicos e d e
pel cumprido. distribuição implantados pela companhia no país.
A fabriquinha do seu Albino transformou-se, como Parte importante nessa história avassaladora de sucesso, a co-
todos sabemos, na maior comp anhia produtora de ci- municação comercial da Souza Cruz soube sempre aliar, em boa
garros do Brasil. E num dos maiores e mais ativos medida, investimentos pesados na mídia de massa (com franco des-
anunciantes do país. taque para a TV, até antes da s leis restritivas à veiculação de comer-
Marcas como Continental (que foi o cigarro mais ven ciais de cigarros antes das 22 horas) co m material de ponto-de-
dido do Brasil durante 42 anos), Hollywood e, mais ro venda e merchandising, que encontramos tanto nos megacentros
159
160
vw
O u s a d ia e fé na criatividade como
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a r m a s d e mercado.
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«•
A
VW
moderna-da propaganda brasileira. É um mar-
tória
co da indústria brasileira (de cada dois carros qu e
l circulam no país, um é produzido pela empresa), um íco-
ne da publicidade internacional e um símbolo de ousa-
O Itaú
Mas não é apenas essa expressão quantitativa qu e demonstra a so- dia em nossa propaganda. Foi a VW do Brasil qu e apro-
é a instituição
financeira lidez e o arrojo da postura de comunicação mercadológica do Itaú. O vou as peças brasileiras qu e davam continuidade aqui às
brasileira que
m ai s vem leitor certamente conhece tão bem quanto qualquer publicitário bem revolucionárias campanhas da Doyle, Dane & Bernbach,
investindo em
propaganda na s informado o de propaganda dessa marca, qu e está presente
trabalho a inquieta DDB dos anos 1960, qu e criou um a nova lin-
últimas décadas
na vida de todos nós de forma sempre elegante e próxima, mesclan- guagem e um novo formato de se fazer propaganda em
do de maneira tão equilibrada tecnologia e seres humanos. É essa a todo o mundo. Por aqui, a Almap, sob a condução cria-
fórmula de sucesso que dá inveja e m todos nós, quando nã o somos tiva de Alex Periscinotto, importava essa mesma ousadia
um cliente Itaú. Há outras (como a DM9DDB, por exemplo), mas tem para construir a marca que, até hoje, é sinónimo
automóvel como nenhuma outra, no Brasil.
de
sido a DPZ a agência de propaganda que é a grande parceira na his-
tória de construção e consolidação dessa h á mais de
marca. Juntas Em 1988, a VW chegou a ocupar o topo do ranking
vinte anos, as duas empresas vê m criando e colocando no ar campa- do s anunciantes brasileiros. E la esteve também, no s últi-
nhas publicitárias de um bom gosto e um apelo de simpatia impe- mos os maiores investidores do setor publici-
anos, entre
cáveis. Tinha uma pedra no meio do caminho. Uma pedra preta. Que tário nacional. Mas o grande destaque para a história de
se colocou no caminho da história da publicidade brasileira e de lá não comunicação dessa marca fica mesmo para su a qualida-
va i sair mais. de criativa. Além do s primeiros anúncios da fase DDB,
não dá para esquecer a brilhante campanha de relança-
mento do Fusca no Brasil. Nu m trabalho de recuperação
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Gessy Lever
O poder gigante.
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170
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ça a imagem da s
marcas na cabeça do consumidor. É verdade que o Pouco tempo depois, com a morte do seu fundador, em 1981, < i
Mesmo antes da
participação do
ator Carlos
talento do para
Moreno contribuiu muito tudoisso tam- empresa passa às mãos do grupo italiano Feruzzi e, dez anos depois,
bém. Contribuíram os diretores do s comerciais, os fotógrafos do s
ator Carlos
às mãos de outro grupo italiano, o Cragnotti & Partners. Em 1997, a
Moreno, os
anúncios,
"reclames" da o rol de profissionais que se envolveram na
enfim, todo Bombril compra 80% da participação a cionária da empresa de produ-
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Bombril já eram 85/121
cuidadosa confecção da s peças publicitárias e de todas as campa-
bem-humorad os tos alimentícios Cirio no Brasil, passando a operar sob a designação
nhas da Bombril, em todas de Bombril-Cirio, numa operação para captação de recursos na Bolsa de
essas décadas. Nova York.
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Mas foi a própria Bombril Toda essa história, no entanto, não seria a mesma se não fosse o
a responsável maior pela respeito e a competência da Bombril na gestão de sua política de co-
condução de uma política de municação e publicidade. Bombril é o anunciante ao qual toda agên-
marketing e comunicação, cia de propaganda gostaria de atender.
que é uma verdadeira histó-
ria de homenagem à força e
à eficácia da publicidade.
A Bombril nasceu, em
1948, da iniciativa do em-
presário Roberto Sampaio
Ferreira, com o lançamento
de seu único produto, a pa-
lha de aço Bom Bril. O suces-
so foi imediato e gigante.
Bom Bril virou sinónimo de
palha de aço. Na verdade,
mesmo com a sofisticação
da concorrência nesse seg-
mento de mercado, é ainda
hoje. Os resultados empresa-
riais da operação permitiram
aoutros
Roberto Sampaio
espaços ocupar
no mercado
de limpeza doméstica. Em 1961, a Bombril compra a marca líder de
saponáceos no país, Radium. Passa à liderança também do segmento
de detergentes líquidos, com o lançamento de Limpol anos depois, já
em 1978. Nesses anos todos, a Bombril investiu em publicidade, mas
não havia feito da propaganda uma de suas grandes armas na con-
quista de mercado. Data exatamente desse ano a criação do Garoto
Bombril, que inicialmente surgia para assegura r o sucesso dos demais
produtos da marca Bombril, com ex ceção da palhinha de aço.
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Veículos
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Esse o mérito.
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tais do m u n d o .
O modelo do UOL criou um paradigm a no Brasil: o
de que os conteúd os e ditorial e jorna lístico são o es-
teio da internet e o grande foco de interesse do in-
t e r n a u t a . D e fato, parte dos usuários iniciantes da
internet no Brasil começo u sua exp eriência consul-
tando notícias e matérias provenientes das pode-
rosas editorias da F olha e das revistas da Abril. Aos
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Os Grandes
uranaes
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Personagens
O garoto do teste 57
Tímido, d esajeitado e o
mais antigo do mundo.
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208
Fernandinho
Que bonita a camisa,
a ideia e a história que
ficou para contar.
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sucesso com a marca da W/Brasil e de Washington O livetto, se m dúvi- Fernandinho é o sucesso da firma. E um dos persona-
da um dos mais competentes criadores de personagem da propagan- gens marcantes da história da publicidade brasileira. Ele
da brasileira. teve cinco anos de vida, de 1985 a 1990, mas foi res-
ponsável, já no primeiro ano, pelo aumento em 30%
da s vendas da marca, pertencente à Alpargatas.
Seu criador, um dos mais destacados nomes da cria-
ção brasileira, Ruy Lindenberg, na época atuando na Ta-
lent, criou também o cachorrinho da Cofap, o hilariante
comercial 56 0 quilómetros, para a Varig, além de Colhe-
res, para a Kibon e - com Christina Carvalho Pinto -
210
Baixinho da Kaiser
Ele começou fazendo xixi.
E criou fama se m falar nada.
rxíSM
? f ; i^??*
'*•$•"<
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12%sem
to, participação no segmento. Um graaande fei-
de dúvida.
212
Casal Unibanco
Um casal que são muitos.
Sempre na mente do consumidor.
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214
ponto-chave.
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Não é assim
nenhuma Brastemp
O s diálogos e a interpretação num dos mais
altos momentos da propaganda brasileira.
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nenhuma Brastemp.
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dia-a-dia em que o número 51 estivesse presente. Todos eles bem-hu- A morte do orelhão
morados e assinados com "Caninha 51, uma boa ideia".
Telefone tambémé gente, sim.
A campanha, apesar de extremamente brasileira, lançando mão de
um apelo muito próprio da nossa cultura popular, ganhou prémios Embora exista quem pense diferente.
internacionais, como foi o caso do Festival Ibero-Americano de Publi-
cidade (Fiap). Transformou-se, como outros exemplos de campanhas
populares citados neste livro, em ditado e chavão de uso disseminado
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em todo o país. A glória para qualquer ideia publicitária. O máximo
para essa que é, definitivamente, uma boa ideia, que já completou
mais de vinte anos no ar.
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'et!
uase não dá para descrever com entusiasmo, de tão
Morte doou
orelhão, tantes da classe média, que têm televisão na sala. E, certamente tam- Artplan. Um repórter pára as pessoas na rua, pergunta para
Vandalismo; a elas onde é que aplicam suas economias e elas respondem
depredação de
bém, um sem-número de desgarrados sociais, que a classe alguma per-
que aplicam na Caixa. O comercial é assinado pelo conceito
um telefone tencem e que nunca tiveram a oportunidade de assistir ao trabalho
público desperta
"Vem pra Caixa você também". É sso. Dito assim, sem gra-
sentimentos desses mestres tão dedicados. Mas o que fazer? Nem tudo é perfeito.
e provoca ça. Vistos com a atuação do então ator-revelação Luís Fer-
comovidas Ou melhor, o comercial é. ore/hão tem umasensibilidade
Morte do
reações de quem nando Guimarães e os textos e as situações criados por
passa pela rua inédita para a época em função de sua direção (do mago dos efeitos
Nizan, os comerciais são impagáveis. O talento e o achado
especiais daqueles anos 1970, Domingos Utimura).Tratar o telefone
criativo estão na soma dessas duas coisas.
público como se fosse gente é a grande sa ca da . Enquanto ele vai defi-
nhando na tela, as pessoas na rua vão passando e esboçando as rea- Nizan assistiu a Luís Fernando nas encenações teatrais do
grupo em que o ator iniciou sua carreira (com Regina Case e
ções usuais qu e esboçariam quando assistem a uma pessoa caída na
outros), Asdrúbal Trouxe o Trombone. E viu nele algo único.
calçada: uns indiferentes, outros fingem que não vêem, há os que re-
Sem o Luís Fernando, a campanha não teria o apelo de humor
pudiam, os que acendem vela, os que cobrem o corpo com um jornal
que teve. Sem os textos, a imaginação e o senso de oportu-
e os que se desesperam. Não há como fi ca r indiferente ao comercial,
nidade de Nizan, os filmes não teriam o efeito que tiveram.
que por seu caráter comunitário e sua linguagem internacional che-
Houve ainda a contribuição do também criativo diretor dosco-
gou a ser exibido na TV Educativa de Tóquio.
merciais, Chico Abréia. Assim, a imagem antiga e desgastada
Um orelhão feito gente. Para emocionar gente. Aqui ou do outro de uma instituição federal como a Caixa renovou-se. E a pro-
lado do planeta.
paganda ganhou um de seus grandes e hilariantes momentos
Banheiro
O grande xixi do Baixinho.
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E
gens.
tos da campanha protagonizada pelo Baixinho da
Kaiser, um dos nossos mais simpáticos persona-
B anhei ro traz o Baixinho em seu melhor momen-
..IS"
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á falamos aqui, ao descrever a carreira de Eduardo Fis- las são as primeiras personagens co m técnicas de
por exemplo, assistimos a um bebé sendo parido de uma momento da publicidade mundial. As formiguinhas
calça jeans ou jovens falando para a câmera sobre ódio, eram diferentes de tudo. E se tr a n s fo r m a r a m na m a r -
amor, raiva, tristeza, comportamento sexual e relacionamen- ca da marca.
to entre eles, sempre numa abordagem nada ortodoxa. Identificadas com a Philco desde o primeiro mo-
O primeiro nu total da publicidade brasileira aconteceu mento, voltaram protag onizando uma segunda ver-
nessa campanha, que teve um de seus comerciais, o Vaga- sã o da campanha, agora de capacete, para amenizar
bundo, em que um jovem descreve como não liga para a queda. M as sempre felizes com o impacto das cai-
nada na vida, proibido pela censura. Ousadias que a pro- xas do aparelho de som, que as arremessava longe.
paganda não faz mais há bastante tempo. Afinal, como dizia a assinatura dos comerciais, Philco
L
O primeiro soutien
Aquele que a gente nunca
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O primeiro
soutien a gente
sente deixado em cima da sua cama: é o primeiro soutien. Ou, ainda,
nunca esquece.
Muito m enos a
é a história do dia seguinte, quando ela sai à rua e chama imediata-
campanha
vitoriosa em
mente a atenção dos rapazes que passam. Sobe, em primeiro plano
Cannes, com o no áudio, um a ópera de Puccini. É seu momento de glória. Dela e de
Leão de Ouro
toda a propaganda bras ileira.
Duas mulheres criaram o comercial, Camila Franco e Rose Ferraz.
Duasdos
um excelentes
grandes profissionais de criação.
nomes da atividade. po r isso é que oé
Cam ila, particularmente,
Certamente
filme não é "uma visão" sobre o tema. É o tema, real como ele ocor-
re na vida, tratado com linguagem publicitária. Homem não teria
feito aquilo.
Para se r "justo" com a categoria, pelo menos dois homens foram
importantes nessa história: Washington Olivetto, diretor de criação da
W/Brasil, o primeiro a babar diante da ideia e senhor do mérito de tê-
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Hitler
De como transformar um grande
humanista no maior canalha de todos os
tempos em um minuto.
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Mãe e filha mido apenas po r senhoras de meia-idade para cima. Durante anos
(cinquenta, para ser mais exato), foi anunciado estampando como
Duas mulheres peladas num banheiro. modelos mulheres maduras e idosas. Resultado: após tanto tempo ba -
tendo nessa tecla, a consumidora acreditou. E nunca acons elhou para
E é um dos mais sensíveis e belos
suas filhas o seu uso.
comerciais da propaganda brasileira. O destino de um produto num estágio assim é a morte, certo?
Sem sacanagem nenhuma. Com o fabricante junto.
http://slidepdf.com/reader/full/uma-historia-da-propaganda-brasileira O comercial revigorou a imagem da marca ao colocar a menina en -117/121
cantada com os cuidados da mãe ao som de /'// never be the s a m e , can-
tada por Billie Holiday. E a Phebo não desapareceu, tendo sido comprada
5/9/2018 depois -pela
UmaHistoriaDaPropagandaBrasileira Procter & Gamble.
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Os criadores sã o Wander Cairo Levy e Tião Bernardes, ambos "co-
brões". A direção impecável - a quem se deve creditar, no mínimo,
metade do mérito pelo sucesso do filme - é de João Daniel Tikomiroff.
O comercial fo i ouro em Cannes, entre outras coisas. Infelizmente,
caro leitor, só vendo mesmo para entender qu e maravilha é.
ua s mulheres peladas nu m banheiro. E você acaba
l 9Í1
Semana
Um comercial fora dos padrões, feito a
partir de uma colagem de fotos, dá ao
Brasil o Grand Prix do Clio Awards,
o maior prémio internacional em mídia
U sendo apresentada na tela, enquanto sobre elas Prix em filmes da nossa história, o do Clio Awards. É o maior prémio Semana: trofeu
para Washington
vamos lendo um letreiro aparentemente sem ne- da publicidade brasileira. Olívetto no Clio
Awards
xo, constituído de raciocínios aparentemente soltos. Só para registrar, os festivais publicitários nasceram como mostras
Por exemplo: "... para um doente, mais sete dias...", exclusivamente de filmes. Mais tarde, foram incluídas as peças impres-
ou "... para um a rosa, a morte...", ou ainda "... para o sas. Para bo a parte dos publicitários da área de criação, ganhar pré-
otimista, sete oportunidades..." Tudo, é claro, tem ne- mios em mídia impressa é muito importante. M as ganhar em filmes é
muito mais.
xo , sim. E está na linha que liga os fatos e aconteci- Po r isso. Semana é um dos marcos mais importantes de nossa histó-
mentos ao tempo da s coisas. A medida de tempo do
comercial é a semana - aliás, o tempo que uma nova ria publicitária. Aliás, trata-se de um feito particularmente importante
edição da revista Época, para a qual a W/Brasil fez o fil- na história do próprio Clio Awards, já que foi o primeiro trabalho não-
me, chega às bancas. Um tempo em que muita coisa anglo-saxão a conquistar o prémio em 42 anos de existência do festival.
acontece. E uma soma de tempos em que, digamos, Washington Olivetto, sócio e diretor de criação da W/Brasil, subiu
tudo aconteceu até hoje. ao palco para receber o trofeu emocionado como um a criança. Ou co-
Filosofias à parte - o filme provoca a gente, é um mo se, mesmo tendo ganho centenas e centenas de outros, aquele
emaranhado ontológico de dramas e situações huma- fosse se u primeiro prémio na vida.
nas, do qual não se escapa se m pensar numas boba- Quebrar um bloqueio de 42 anos tinha que ter algum efeito colate-
gens mais sérias -, o comercial fo i feito a partir de ral. Deu no que deu.
imagens existentes ou especialmente produzidas de
fotos em preto-e-branco. Concebido por Alexandre
Machado e Jarbas Agnelli, ganhou Leão de Ouro em
Cannes e, finalmente, deu ao Brasil o primeiro Grand
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valiosos desse significante ícone da cultura contemporânea, que está Gostaríamos de agradecer às agências DM-9 DDB Pu-
em você, como está em mim e que, parece, vai sobreviver a nós dois.
E você com isso? blicidade Ltda., Standard Ogilvy & Mather Ltda., Talent
Bom, se você não descobriu até aqui, não sou eu quem vai lhe contar. Comunicação S/A., W/Brasil Publicidade Ltda., DPZ-
Duailibi Petit Zaragoza Propaganda, Almapbbdo Comu-
nicações Ltda., Fnazca S&S Publicidade Ltda. e Contem-
porânea Ltda; todas fundamentais para a construção
desta história.
Agradecemos também a Silvio Matos (presidente de
criação da Agência de Publicidade Bates do Brasil), pela
gentil cessão de direitos de reprodução da Campanha
de Doação de Córneas , do Banco de Olhos do Estado de
São Paulo.
À TV C Televisão e Cinema Ltda., agradecemos a au-
torização para a publicação de Alpher Gatas; e à 02
Produções Artísticas e Cinematográficas, pelos direitos
de reprodução de todos os anúncios apresentados.
Por gentilmente no s autorizarem a publicação de
suas imagens, agradecemos a Neide da Silva Ribeiro,
Mariana Du Bois, Wanderley Doratiotto, Arthur Kohl,
Graziella Oretto Figueiredo, Cláudia Missura, Eleonora
Rocha Martins, Luis Felipe Santos Penteado, Nello de
Rossi, Daniel David Roland Pinto, An a Paula Trabulsi,
Paula Schettino Perim, alem do s fotógrafos Maurício
Nanas e J.R. Duran.
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