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PROPAGANDA
AULA 4
CONTEXTUALIZANDO
Figura 1 – Propaganda
Saiba mais
Caro futuro publicitário: eis a hora de acostumar-se com o inglês, pois na
maioria dos festivais internacionais de publicidade os anúncios são veiculados
nessa língua. A influência do inglês em nosso imaginário deve-se, em grande
parte, à publicidade. Pense na palavra pet shop e tente lembrar o seu
equivalente em português para perceber do que estamos falando.
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agência. Se o argumento vai ser mais racional, pragmático e direto, outros
serão absolutamente emocionantes, cativantes e mercuriais. Anúncios podem
ser de ocasião, de ofertas ou apenas institucionais. Como apontam
Vestergaard e Schroder (2004, p. 71): “a principal tarefa do publicitário é
conseguir que o anúncio seja notado”.
Outro ângulo para explicar as características de uma campanha
premiada ou de sucesso é recorrer à fala de um publicitário. Rafael Sampaio
(2003, p. 121), em Propaganda de A a Z, aponta que “a experiência ensina que
os anunciantes capazes de tomar as decisões mais ousadas, que melhor
incentivam a agência, fornecedor, produtora e veículo a criarem e que sabem
escolher e assimilar as ideias mais originais são os que obtém melhores
resultados de seus esforços publicitários”.
As campanhas para o Guaraná Antarctica fazem sucesso desde a
década de 1920. Como recorda o publicitário Júlio Cosi (citado por Rabelo,
1956), entre as peças estavam os impressos e os jingles. Como vimos na aula
anterior, a década de 1920 foi essencial para o desenvolvimento da publicidade
nacional.
Nesta época, por exemplo, apareciam grandes investimentos em
publicidade, especialmente por meio das companhias norte-americanas, como
Ford, General Motors, General Electric e Westinghouse. Por outro lado, no
cenário nacional, além das bebidas e águas gaseificadas, havia as lojas de
departamentos fazendo investimentos publicitários em linguagem da melhor
qualidade. Cabe lembrar das Pernambucanas, Mappin e Mesbla, mas,
principalmente, da GM, que que inovou ao estabelecer um departamento que
enviava, quase que mensalmente, materiais publicitários aos 300 revendedores
de outros estados.
1.1 Mappin
Estrelado por Carlos Moreno, o Garoto Bombril foi, durante uns bons anos,
o comunicador oficial da dona de casa brasileira. Foram cerca de 337 comerciais
com o personagem. Criação do publicitário Washington Olivetto e de Petit, Carlos
Moreno foi o teste número 57 e virou, segundo Marcondes, o gentleman popular.
É recorde no Guiness Book como o personagem de comercial que mais tempo
ficou em cartaz: 26 anos, aproximadamente. Ele surgiu em 1978 e sempre falava
das 1001 utilidades da palha de aço Bombril.
Saiba mais
Confira, a seguir, uma compilação dos comerciais da Bombril:
<https://www.youtube.com/watch?v=Z3-UQee_-eI>. Acesso em: 11 jun. 2021. E
ainda uma versão do século 21, com Dani Calabresa:
<https://www.youtube.com/watch?v=6Ry6opItydY>. Acesso em: 11 jun. 2021.
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1.3 Caninha 51
Com seu slogan “51, uma boa ideia”, é uma campanha que fez a marca
de cachaça se destacar no cenário nacional, que contava com mais de 4.500
marcas registradas em 1978. A conta era da agência Lage & Magy. A Caninha
51 conquistou 23% de mercado (Sampaio, p. 143) com este slogan e, hoje, é
exportada para diversos países. Confira a seguir:
<https://youtu.be/1psQ3ASe4f8>. Acesso em: 11 jun. 2021.
1.4 Valisere
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1.6 Brastemp
Nos anos 1990, quem quisesse dizer que qualquer objeto, fato ou
situação que não era lá essas coisas, diria “não é assim nenhuma Brastemp”,
bordão que todo mundo entendia e ria. Segundo Marcondes, a campanha foi
desenvolvida pela Talent e surgiu a partir de pesquisas com o público-alvo em
grupos de discussão. O bordão veio a resolver um posicionamento da marca,
entendida por uma qualidade que nenhum concorrente possuía. Com bom
humor e descontração, a campanha da Talent para a Brastemp faturou
inúmeros prêmios, nacionais e internacionais, como também o almejado Leão
de Ouro. Confira em: <https://youtu.be/7HMac35PNvc>. Acesso em: 11 jun.
2021.
Saiba mais
Em 1944, a McCann-Erickson brasileira foi laureada com a menção
honrosa especial na Feira Mundial de Nova Iorque, com o anúncio do produto
Óleo Saúde, da Anderson Clayton, tornando-se a primeira campanha brasileira
a ganhar uma premiação internacional.
2.1 Cannes
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famoso Festival de Cannes. Oficialmente, o festival começou em 1953
chamando-se Festival Internacional de Publicidade de Cannes; celebra-se no
verão europeu, em um balneário da região da Provence francesa; atualmente,
é conhecido como o Cannes Lions International Festival of Creativity, ou
Festival Internacional da Criatividade de Cannes.
É considerado o maior encontro da publicidade mundial, recebendo
milhares de anúncios nos mais diversos segmentos: como o melhor filme
publicitário do ano, o melhor design, as melhores peças de rádio, os melhores
anúncios em dispositivos móveis (smartphones, tablets). O festival inspirou-se
no tradicional Festival de Cinema de Cannes que, tradicionalmente, é realizado
desde os anos 1940.
Visando fomentar a criatividade na publicidade e na propaganda, o
festival tem como seu maior prêmio o Leão de Ouro. Entre os seus principais
prêmios, destacam-se: a Holding Company do Ano, Agência do Ano, Rede do
Ano, Publicitário do ano, Agência Independente do Ano, Personalidade de
Mídia, Anunciante do Ano, Palma de Ouro para a melhor produtora. Confira, na
figura a seguir, um Leão de Ouro de Cannes:
Créditos: Paullos/Shutterstock.
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as propagandas mais criativas do planeta. É a época de Washington Olivetto,
Roberto Dualibi, José Zaragoza, Nizan Guanaes. Na década de 1990, “o Brasil
é considerado, desde então, a terceira potência mundial em criação publicitária,
pelo volume de prêmios que conquistou (e segue conquistando) nos festivais
internacionais do setor e pelos elogios que recebe” (Marcondes, 2001, p. 59).
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Se você está pensando no automóvel da Renault de mesmo nome, é
melhor pensar duas vezes. Clio era o nome de uma das musas mitológicas da
Grécia antiga, que era a proclamadora e celebradora dos feitos e da história.
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websites, melhores campanhas para mídias sociais e diversas categorias de
áudio e vídeo. Quer saber mais? Acesse: <https://museaward.com>. Acesso
em: 11 jun. 2021.
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Uma curiosidade sobre os festivais internacionais é a denúncia, por parte
de publicitários do Brasil em Cannes, entre outros, acerca da inscrição de
comerciais e filmes publicitários feitos exclusivamente para participarem de
festivais, mas nunca aprovados/veiculados pelos clientes.
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3.1 Festival Mundial de Publicidade de Gramado
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A importância de conhecer os hábitos de consumo ou de
comportamentos de consumo também é foco de investimentos e premiações
no campo da propaganda. Pesquisas como esta não apenas vão funcionar
como rankings, mas como ambiente para análise de resultados das empresas
em suas estratégias de propaganda.
Assim, pode-se destacar uma premiação importante do cenário
brasileiro que dá conta desses processos de consumo, conforme veremos a
seguir.
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marcas campeãs e, por isso, investem nesses tipos de pesquisas e
premiações.
Trata-se de uma iniciativa interessante, pois, basicamente, o que os
pesquisadores querem saber é “qual a primeira marca que lhe vem à cabeça”
quando você pensa em alguma categoria de produto e/ou serviço.
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Em inglês, isso se chama awareness: consciência e identificação de
marcas pelos entrevistados.
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Saiba mais
Para se aprofundar mais, acesse o ementário com as categorias que
podem ser inscritas na Expocom. Como o evento reúne todas as atividades de
comunicação, existem categorias para a publicidade e a propaganda, para o
jornalismo, para as relações públicas, cinema, rádio e TV. Acesse a lista e
estude em quais categorias o estudante de publicidade pode almejar a
conquistar no link:
<https://www.portalintercom.org.br/premios_new/expocom1/anexo-i-
ementario>. Acesso em: 11 jun. 2021.
• Amazon;
• Procter & Gamble;
• L'Oréal;
• Unilever;
• Comcast;
• Nestlé;
• Alphabet;
• AT&T.
Saiba mais
Aproveite e conheça a lista dos maiores anunciantes no Brasil, em 2020:
<https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/09/09/estudo-aponta-
genomma-lab-e-unilever-como-os-maiores-anunciantes-do-pais.htm>. Acesso
em: 11 jun. 2021.
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TEMA 5 – ANUÁRIOS E ARQUIVOS
Sabe quando um publicitário tem tanto orgulho de seu anúncio que ele
acha que aquilo deveria estar exposto em uma galeria de arte? Pois é, existem
publicações especializadas nisso. Os anuários e arquivos irão selecionar os
melhores anúncios, agências, campanhas e anunciantes do ano, bem como os
profissionais do mercado. Trata-se de autorreferenciar-se, mas não só: é
importante destacarmos ideias de sucesso e demonstrar como a publicidade
cada vez mais se estabelece em nosso imaginário.
Parte dessas publicações são promovidas por entidades de classe ou
associativas: na década de 1960, surgia em São Paulo o Grupo de Mídia, um
grupo setorial de atuação local. Nos anos 1970, o movimento associativo vai se
organizar no sentido da área de atuação, setorizando determinadas práticas:
surgem também os Clubes de Criação (ilustradores, diretores de arte, criadores
de jingles, cinepublicidade), clubes de profissionais de atendimento.
É característica da publicidade reunir as coisas em anuários:
melhores anúncios de rádio, melhores campanhas, melhores jingles e mais
uma infinidade de listas. Faz parte da profissão se autorreferenciar, nos mais
diversos contextos, pois a publicidade vai buscar promover a adesão.
Lembre-se de que na aula anterior, vimos que surgiram revistas sobre a
publicidade, com destaque para a Exitus (1932) e o tabloide Propaganda:
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tendências, ideias e a ética profissional. Em 1940, a Associação Brasileira de
Propaganda fazia sua propaganda da propaganda: “propaganda não é, pois,
uma despesa, mas uma inversão de capital que dá resultados ao anunciante e
ao público, fomentando”. Em 1945, as rádios publicam o I Anuário do Rádio,
pela Editora Empresa Publicidade.
Os anuários são publicados ano a ano, fazendo um balanço do cenário
das atividades publicitárias, dando conta dos maiores anunciantes do ano e
fazendo rankings das maiores agências e suas respectivas campanhas.
Diversas organizações da publicidade divulgam anuários, sendo alguns
patrocinados por instituições como a Meio & Mensagem, o IBOPE, institutos de
pesquisa, entre outros. Foi o crescimento dos negócios de publicidade que
fomentou, no Brasil, a publicação dos feitos e das conquistas de agências e
anunciantes. Em 1969, era lançado o I Anuário da Propaganda. Entre as
revistas que surgiram e já saíram de circulação, Simões (2006, p. 189) aponta:
Anúncio, de Carlos Cauby Silveira, e Portfólio, de Jarbas José Souza. É na
década de 1970 que começa a circular o Anuário Brasileiro de Mídia.
Roberto Simões irá chamar esse tipo de publicação de colunismo de
publicações especializadas – em vários jornais e revistas começaram a surgir
o lançamento de colunas sobre a publicidade ou sobre o consumo por meio da
publicidade. Nem tudo são premiações e festivais: a joia da coroa da
publicidade é ter seu anúncio publicado na revista Archive, ou Luerzer’s
Archive. Trata-se de uma publicação bimestral da indústria da publicidade na
qual apresentam-se os melhores anúncios impressos, fotografias, design de
embalagens, anúncios audiovisuais, campanhas, áudio e música e meios
digitais da indústria publicidade global. A revista existe desde 1984 e
atualmente sua sede é na cidade de Viena, na Áustria.
TROCANDO IDEIAS
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NA PRÁTICA
Vamos ver na prática tudo aquilo que viemos falando? Faça uma pausa,
quando terminar a aula, e assista ao vídeo 50 anos de Propaganda no Brasil.
Por ser longo, separe um tempo para você assisti-lo e curtir as informações.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=BUoP4ESIgts>. Acesso
em: 11 jun. 2021.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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