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Bandido bom é bandido ressocializado

A questão da violência é uma narrativa historicamente muito


presente na sociedade brasileira e, até os dias de hoje, divide
opiniões. No livro “Laranja Mecânica”, Alex vive em uma cidade
completamente refém da marginalidade, onde nem o poder público
é capaz de proteger os cidadãos. Apesar de ser uma obra fictícia,
essa realidade assemelha-se cada vez mais à realidade do Brasil.

Os índices de criminalidade do Brasil são altíssimos,


colocando legisladores e governantes em um impasse: o que pode
ser feito para diminuir a violência no país? Diante disso, é possível
identificar duas principais correntes de pensamento: os defensores
do combate ao crime e os defensores da ressocialização dos
criminosos.

As práticas combativas são as mais comuns, e desde sempre


foi assim. Ao longo dos anos, gasta-se cada vez mais com o
combate ao crime e pode-se dizer que os resultados não são
satisfatórios. Dito isso, não seria melhor investir em estratégias
novas – e mais humanas – para mitigar o problema?

A cidade de São Paulo é um grande exemplo quando se trata


do sucesso de políticas de reabilitação. O programa “De Braços
Abertos” – baseado no resgate social e na garantia dos direitos
cidadãos – foi responsável direto pela diminuição de 80% nos
roubos de veículo e de 33% nos furtos da região onde foi
implementado, evidenciando o impacto que um novo olhar sobre
segurança possui.
Assim, vê-se que a violência é uma questão multifatorial,
sendo insuficiente travar uma guerra contra o crime ao invés de
tratar o problema pela raiz.

Portanto, percebe-se a necessidade de uma virada de chave


na política brasileira quanto à segurança pública. Para isso, deve-se
buscar soluções voltadas à reinserção dos indivíduos na sociedade,
ao invés de simplesmente apostar em estratégias combativas pouco
eficazes, evitando combater fogo com fogo.

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