Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
UM RABINO ortodoxo andou dezesseis quilômetros do aeroporto Kennedy, de Nova Iorque, até uma casa em Brooklyn.
Por quê? Porque seu avião aterrissou depois do pôr do sol de sexta-feira e era contra seu código religioso usar o transporte
público em seu sábado. Alguns em Israel insistem que não se deve permitir que os ônibus trafeguem no sábado, nem
mesmo os carros de bombeiros. Às vezes, esses judeus ortodoxos se deitam de costas na rua, lado a lado, dum meio-fio ao
outro, de modo a impedir todo o trânsito no sábado. Naturalmente, nem todos os judeus ortodoxos pensam assim sobre o
seu sábado.
A lei que tais judeus professam obedecer é o Quarto dos Dez Mandamentos, que reza (em parte): “Lembrando o dia de
sábado para o manteres sagrado, deves prestar serviço e tens de fazer toda a tua obra por seis dias. Mas o sétimo dia é um
sábado para Jeová, teu Deus. Não deves fazer nenhuma obra.” (Êxo. 20:8-10) Será esta lei sobre o sábado obrigatória para
os cristãos ou se aplicava apenas aos israelitas, mais tarde conhecidos como judeus?
“Debaixo da Lei”?
Em Romanos 6:14 está escrito para os cristãos: “Não estais debaixo de lei.” Mas, alguns que se apegam à guarda do
sábado afirmam que apenas aqueles que violam a lei de Deus estão “debaixo da lei”, e que todos os que a guardam estão
“livres da Lei”. Mas, tal argumento não encontra nenhum apoio na Palavra de Deus. Antes, a Bíblia diz: “Sabemos que todas
as coisas ditas pela Lei ela dirige aos que estão debaixo da lei.” — Rom. 3:19.
Também, as palavras do apóstolo Paulo, em Gálatas 3:23, refutam a posição deles, pois ali se declara que “antes de
chegar a fé, estávamos sendo guardados debaixo de lei”. Por certo, Jesus não era violador da Lei, e, ainda assim, lemos
sobre ele: “Quando chegou o pleno limite do tempo, Deus enviou o seu Filho, que veio a proceder duma mulher e que veio a
estar debaixo de leis.” Bastaria este único texto para mostrar quão capcioso é o argumento de que apenas aqueles que
violam a Lei poderiam ser mencionados como estando “debaixo” dela. — Gál. 4:4.
A “Lei” do Amor
Significa tudo isso que, visto que os cristãos não estão debaixo dos Dez Mandamentos, estão livres para fazer o que
quiserem? De jeito nenhum. “Fostes, naturalmente, chamados à liberdade, irmãos; apenas não useis esta liberdade como
induzimento para a carne mas, por intermédio do amor, trabalhai como escravos uns para os outros. Pois a Lei inteira está
cumprida numa só expressão, a saber: ‘Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.’” (Gál. 5:13, 14) Se os cristãos
tivessem ficado livres apenas da chamada lei cerimonial, tal liberdade não constituiria induzimento para a carne. Mas, o
argumento é claro de que, só porque não mais estão sob a lei mosaica, inclusive os Dez Mandamentos, não estão livres
para agir com desconsideração para com os outros, pois ainda estão obrigados para com a lei do amor.
Mostrando que tal obrigação de amar ocupa o lugar dos mandamentos encontrados no Decálogo (e não apenas na
chamada lei cerimonial), há as palavras encontradas em Romanos 13:8-10: “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma,
exceto que vos ameis uns aos outros; pois, quem ama o seu próximo tem cumprido a lei. Pois o código da lei: ‘Não deves
cometer adultério, não deves assassinar, não deves furtar, não deves cobiçar’, e qualquer outro mandamento que haja, está
englobado nesta palavra, a saber: ‘Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.’ O amor não obra o mal para com o
próximo; portanto, o amor é o cumprimento da lei.” Devido à importância fundamental do amor, Jesus não se referiu a
qualquer dos Dez Mandamentos quando lhe foi perguntado qual era o maior deles, mas mostrou que o maior mandamento
era amar a Deus de todo o coração, de toda a alma, mente e força. — Mar. 12:29, 30.
O Quarto Mandamento, contudo, não deixa de ter significado para os cristãos. Realmente guardam um sábado, não um
dia dentre sete, mas um sábado contudo o sábado no qual Deus entrou ao terminar’ suas obras criativas. (Sal. 95:8-11; Heb.
3:7 a 4:8) Sim, “resta um descanso sabático para o povo de Deus,” escreveu Paulo; “façamos, portanto, o máximo para
entrar naquele descanso”. Como? Por exercer fé na provisão de salvação feita por Deus; por desistir das obras egoístas, e,
ao invés, por usar nossa vida para glorificar a Deus. “O homem que entrou no descanso de Deus descansou também das
suas próprias obras [obras de auto-justificação, obras egoístas], assim como Deus das suas” obras de criação. (Heb. 4:9-11)
Já fez isso?