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Por que não precisamos guardar o Sábado?

O Sábado faz parte de um concerto ou pacto entre Deus e o povo


israelita:

“Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas


gerações como pacto perpétuo. Entre mim e os filhos de Israel será ele um
sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, e ao
sétimo dia descansou, e achou refrigério” (Ex.31:16).

“Lembra-te (povo hebreu) de que foste servo na terra do Egito, e que o


Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; pelo que o
Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia do sábado” (Dt. 5:15,
parênteses do autor).

• – Antes do concerto do Sinai Deus não ordenou a ninguém que


guardasse o Sábado:

“E ao homem disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e


comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a
terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida”
(Gn.3:17); “Pois todos quantos são das obras da lei estão debaixo da maldição;
porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanece em todas as
coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”Gl.3:10); “Guardais
dias(no caso o Sábado), e meses, e tempos, e anos. Temo a vosso respeito
não haja eu trabalhado em vão entre vós” (Gl.4:10-11, parêntesis nosso); “
concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei”
(Rm.3:28).

• – Jesus Cristo foi a última pessoa que teve obrigação de guardar a Lei
e o Sábado:
“mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido debaixo de lei, para resgatar os que estavam debaixo de lei, a
fim de recebermos a adoção de filhos”(Gl.4:4-5; Rm. 10:4).

• – O Sábado faz parte da lei e esta foi por Cristo abolida totalmente:

“… e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas
ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o
na cruz”(Cl.2:14); “mas o entendimento lhes ficou endurecido. Pois até o dia de
hoje, à leitura do velho pacto (a Lei), permanece o mesmo véu, não lhes sendo
revelado que em Cristo é ele (a Lei e tudo o que nela está incluído, no nosso
caso o Sábado) abolido” (II Cor.3:14). { Grifo do autor}.

Os adventistas, para imporem a obrigatoriedade da guarda do


Sábado, se valem de argumentos infundados estabelecendo uma
distinção entre a Lei Moral e Lei Cerimonial, Lei de Deus e Lei de Moisés,
dizendo que a Lei Moral ou lei de Deus se restringe aos 10 mandamentos
e continuará para sempre, e que a Lei de Moisés ou Lei cerimonial
abrange o Pentateuco escrito por Moisés e foi abolida. Essa distinção é
imprópria e inescriturística.

Vejamos:

– “E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas


cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta
das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o Livro da Lei de
Moisés” (Ne.8:1). Observe a expressão “o livro da Lei de Moisés”. Este mesmo
livro, denominado de “Lei de Moisés” é, a seguir, assim chamado: “E leram no
livro, na Lei de Deus; e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo,
se entendesse”; “E acharam escrito na Lei que o Senhor ordenará, pelo
ministério de Moisés, …”(Ne.8:8; 8:14)
– “Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao
pai ou à mãe, certamente morrerá”(Mc.7:10). Ora, nós sabemos pôr Êx. 20:12
que se trata do quinto mandamento, e, no entanto se diz que “Moisés disse”.

– “Não vos deu Moisés a lei? No entanto nenhum de vós cumpre a lei.
Por que procurais matar-me?” (Jo. 7:19). Onde a Lei proíbe o homicídio? Em
Êx. 20:13, dentro dos dez mandamentos. O decálogo é chamado por Jesus de
Lei de Moisés.

O apóstolo Paulo chama o decálogo de Lei; “… pois não teria eu


conhecido a cobiça, se a lei não dissera” (Rm.7:7). Para o apóstolo Lei mosaica
e decálogo eram a mesma coisa. Decálogo é o conjunto dos dez preceitos que
Moisés recebeu de Deus. Ou seja, os dez mandamentos

Essa divisão da lei em duas é artificial, sem qualquer apoio bíblico, mas
fundamental para impor a guarda do Sábado na doutrina Adventista.

• – Estamos em um novo concerto muito melhor, fazendo-se necessário


à mudança da Lei:

“Mas agora alcançou ele (Jesus) ministério tanto mais excelente quanto
é mediador de um melhor pacto (aliança ou concerto), o qual está firmado
sobre melhores promessas” (Hb. 8:6). {Grifo meu}

Faz-se, aqui, necessário uma explicação sobre o nosso novo concerto e


a mudança da Lei. Foi o próprio Cristo que instituiu a nova aliança (Mt.26:28)
trazendo assim uma nova concepção da vida espiritual que Deus quer que
tenhamos. Isso foi tão profundo que os judeus não entenderam e nem
aceitaram. A lei dizia: “olho por olho, e dente por dente”. Jesus disse: “não
resistais ao mal; mas se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a
outra” (Mt.5:38-39). Quanto ao Sábado, a Lei dizia que deveria ser guardado e
santificado (Ex.20:8), mas no novo pacto isso muda e o que tem que ser
guardado e santificado é o povo de Deus, não só em um dia da semana, mas
nos sete. Isso é pelo fato do Sábado ser feito para o homem e não o homem
para ser escravo do Sábado (Mc.2:27-28). Todos os dias para os cristãos têm
que ser santo e especial, pois em qualquer um desses dias Jesus pode voltar
(Mc.13:32). A nova concepção do Sábado é muito mais profunda do que
qualquer sabatista possa querer explicar, pois muitas são as mudanças na
visão dessa lei da guarda do Sábado. Em Hebreus (capítulo 4) Jesus é o
próprio Sábado e é claro que o Senhor reina em todos os dias. Para a Igreja o
Sábado, que era o dia da santificação, tornou-se todos os dias. É uma pena
que os Adventistas e sabatistas consagrem apenas um dia para o Senhor, pois
A IGREJA DE CRISTO CONSAGRA TODOS OS DIAS PARA O SEU
SENHOR.

Explica o seguinte o Dr. G. Archer sobre essa problemática: “…a


verdadeira questão é se a ordem sobre o sétimo dia, o Sábado do Senhor, foi
transferida (Hb.7:12), no NT, para o primeiro dia da semana, o Domingo, que a
igreja em geral honra como o dia do Senhor. De fato, ele é também conhecido
como Sábado cristão. O âmago ou cerne da pregação apostólica ao mundo
gentio e judaico, a partir do pentecostes era a ressurreição de Jesus (At.2:32).
O ressurgimento de Cristo era a comprovação de Deus, perante o mundo, de
que o salvador da humanidade havia pago o preço válido e suficiente pelos
pecadores e havia superado a maldição da morte. O sacrifício expiatório eficaz
de Jesus e sua vitória sobre a maldição da morte introduziu uma nova época
ou dispensação da Igreja (Ef.1:10). Assim como a ceia do Senhor(I Cor.11:23-
34) substituiu a Páscoa (Mt.26:17-30; Lc.22:7-23), na antiga aliança – “Porque
isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento (novo concerto, pacto,
aliança)”. A morte de Cristo substituiu o sacrifício de animais no altar (Jo.19:30,
Cf. Lv.), o sacerdócio arônico (Êx.28) foi substituído pelo sacerdócio supremo
de Jesus “segundo a ordem de Melquisedeque”(Hb.7) e fez com que cada
crente se torna-se um sacerdote (Ap.1:5). Também o quarto mandamento,
dentre os dez, que pelo menos em parte tinha natureza cerimonial (Cl.2:16-17),
deveria ser substituído por outro símbolo, mais apropriado à nova dispensação
– O DOMINGO “Dia do Senhor”. (Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas, pág.
125)
• – No novo concerto, sob qual estamos (Hb. 8:6), não existe
mandamento para guardar o Sábado embora encontremos todos os outros do
decálogo.

Leiamos:

“Perguntou-lhe ele: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás; não


adulterarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a tua
mãe; e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: Tudo isso
tenho guardado; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se quereres ser perfeito,
vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e
vem, segue-me. Mas o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste; porque
possuía muitos bens” (Mt.19:18-22).

É evidente que, na opinião dos sabatistas, uma das mais importantes


doutrinas é a da guarda do Sábado. Se realmente fosse tão importante a
guarda sabática, então seguramente teria de haver menção do mandamento no
Novo Testamento. Entretanto, todos os outros mandamentos do decálogo são
repetidos muitas vezes, porém o fato é que não encontramos o mandamento
sobre o Sábado no Novo Testamento nem sequer uma vez. No caso do jovem
rico, Jesus enumerou a maioria dos mandamentos, mas deixou de fora o
mandamento sobre o sétimo dia. O grande questionamento seria o porquê o
Novo Testamento, que cita todos os demais mandamentos do decálogo, não
explicita a questão da guarda sabática.

• – O apóstolo Paulo era apóstolo dos gentios, mas nunca ensinou


ninguém a ficar guardando dias. Muito pelo contrário, ele afirmou que se
alguém ficar guardando dias o evangelho da graça é inútil para essa pessoa:

“Guardais dias (no caso o Sábado), e meses, e tempos, e anos. Temo a


vosso respeito não haja eu trabalhado em vão entre vós… Separados estais de
Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça decaístes”. (Gl.4:10-11; 5:4).
{Grifo meu)
• – Os sabatistas condenam quem não guarda o Sábado e afirmam que
esta pessoa não será salva.

“Foi-me mostrada então uma multidão que ululava em agonia. Em suas


vestes estava escrito em grandes letras: Pesado foste na balança, e foste
achado em falta. Perguntei (ao anjo) quem era aquela multidão. O Anjo disse:
Estes são os que já guardaram o sábado e o abandonaram. Vi que eles haviam
… enlameado o resto com os pés – pisando o sábado a pés; e por isso foram
pesados na balança e achados em falta.” (Primeiros Escritos, pág.37)

• O apóstolo Paulo da uma dura repreensão para estas pessoas que


condenam os seus irmãos:

“Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está
em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é o Senhor para o firmar. Um
faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um
esteja inteiramente convicto em sua própria mente” (Rm.14:4-5).
“Portanto não nos julguemos mais uns aos outros; antes o seja o vosso
propósito não pôr tropeço ou escândalo ao vosso irmão” (Rm.14:13).

Sabemos de dezenas de histórias de pessoas que ficaram endividadas e


chegaram até a passar necessidades e sabe porquê? Os sabatistas proibiram
o irmão de trabalhar naquela determinada firma, pois lá se trabalhava aos
sábados. É impressionante como uma doutrina chega a ser extremista e a
prejudicar a comunidade.

Ainda bem que existe as verdadeiras Igrejas de Cristo para ensinar a


verdade para as pessoas. A verdade é libertadora (Jo. 8:32) e não opressora
como esta doutrina. As pessoas procuram as igrejas para tirarem o fardo
pesado das costas (Mt. 11:28-30) e muitas vezes ao chegarem lá os seus
fardos não se aliviam e sim ficam mais pesados. É o coso de quem se achega
à igreja Adventista, pois quem não guarda o Sábado está fora da comunhão e
doutrina da igreja. Os líderes condenam veementes os que ali no meio não
cumprem a guarda deste dia. Isso é muito triste!
Explicando Colossenses 2:16

“Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de
dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, que são sombras das coisas
vindouras; mas o corpo é de Cristo” (Cl.2:16-17).

Para fugir à evidência de Cl.2:16-17, onde Paulo se refere ao Sábado


semanal como integrante das coisas passageiras da Lei que terminaram com a
morte de Cristo na cruz, os adventistas costumam argumentar que a palavra
“Sábado” não se refere ao sábado semanal, mas aos anuais ou cerimoniais de
Lv.23. O que não é verdade, pois os sábados anuais ou cerimoniais já estão
incluídos na expressão “dias de festa”. Esta indicação mostra positivamente
que a palavra SABBATON, como é usada em Cl.2:16, não pode se referir aos
sábados festivos, anuais ou cerimoniais. Sendo assim é difícil para os
Adventistas sustentar a sua doutrina sabática, desde que temos visto que o
Sábado pode legitimamente ser tido como “sombra” ou símbolo preparatório de
bênçãos espirituais e não dogmas legalistas (vrs. 17).

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