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DESCONEXO [mas-com-sentido]

Leal Julia
Batman Alicia
Isinha

TRANSIÇÃO 1: ABISMOS, ATORES EM SEUS VAZIOS E QUESTIONAMENTOS EM CIMA


DE TABLADOS – MÚSICA PATIENCE BG
Batman: Todos os dias vemos casos de preconceito em todos os sentidos. Vários tipos
de preconceito: o pela cor, pela condição financeira, pelo estilo, pela religião...

Julia: Milhares de pessoas são atacadas por pessoas com preconceito, por ser negro,
por ser gay, por ser qualquer coisa diferente daquilo considerado normal. e esses
insultos muitas das vezes é por meio da tecnologia mais usada, a internet, pois criam
perfis falsos e cometem tão crime, muitas das pessoas que sofrem com esse tipo de
crime prefere guarda pra sí mesmo

Leal: muitos acabam entrando em depressão e se afastando do mundo por pensa que
todos iram praticar insultos por sua cor. sabemos que há muitos por ai. Também tem o
preconceito pela condição financeira, pelo lugar que vive...

Alicia: O preconceito é algo praticado por pessoas que não tem amor no coração, pois
é algo que pode da cadeia e parece que as pessoas sentem prazer nisso. Que louco ne?
Eu ainda acredito, que ninguém é melhor do que ninguém.

Batman: Crescemos em um mundo no qual fazer comentários homofóbicos era a


regra. Ver que meus filhos vão crescer em um mundo melhor, onde esse atraso e
preconceito medievais serão rechaçados. Homofobia é crime. Na rua, no estádio, na
internet, em qualquer lugar. Mas calma aí, vai ser um mundo melhor mesmo?

Alicia: ENTRA FORTE Poder, veneno, dor e alegria no DNA. Temos luta também,
ambição, fluxo... Nascemos assim, desde um ano assim, desde sempre fui assim. Eu me
transformo assim, pra melhorar em mim o mundo que não anda pra frente.
Leal: Enquanto reclama da mordomia, teus irmãos sonham com um pedaço de pão.
Enquanto dorme em berço de ouro, teus irmãos se deitam em trapos imundos. Mas
como somos egoístas e nos dedicamos em vão, todos vivemos em buracos profundos.

Julia: criação

TRANSIÇÃO 2: MÚSICA SOBE E VÃO ARRUMAR OS TABLADOS PARA A PRÓXIMA


CENA

Karma- O assassinato do Candidato


PARTE 1
Leal: Minha cabeça tá um caos e o cabelo reflete o fato
to trancado dentro do quarto, ouvindo coisa e anotando no diário
(vozes ecoam)
me passando coordenadas pra acabar com um bando de rato
Só pode ser Deus conversando comigo (levanta)
já que esses ratos são o próprio diabo

me deixou claro: " eles são como o clero, com o dom da palavra manipulam a massa.
vai custar caro, faça como o nero
Que o sangue deles derrame na praça
eles operam a máquina de fazer vilão
te mandam pro beco e pra vala
se não penera com voto esse bando de merda
vamo peneirar na bala!

eu não me importo que falem:


"isso não é certo, morte não resolve nada"
onde eu nasci o exemplo é FOGO (vai pra privada)
vê se tu encontra jack na quebrada
puxa o gatilho, planeja a armadilha
doutrina a matilha, estoura a manada
seja o legado
mostra pra onde a raiva do gado precisa ser direcionada

PARTE 2 BEAT Dark Hard Powerful Trap Beat - "Monastery" (Prod. NetuH) | Ambient Night
Lovell Type Beat

Época de eleição é pouca direção


hora de expurgar a doença
um doutrinador com seu plano e sua crença
alimentou minha delinquência
porte ilegal dentro da caixa d'água
mocado para emergência
hoje eu serei o juiz, o juri
e o executor da tua sentença

pouco me fodo pra tal consequência


minha recompensa? a imortalidade
já imagino meu nome pela imprensa do mundo
"O Causador da Tempestade"
me igualo a Kratos, decreto guerra
seu falso deus vai sentir a mortalidade
não peça calma, me chame de Karma
Sou fruto da tua falta de humanidade

ciente que serei um mártir


obrigado pela inspiração Gabriel Pensador
que Deus me perdoe... se pá já perdoou
matar até Moisés matou
bom soldado dele, peça na cintura
domingo, evento de comício lotado
.38, três tiros, três balas no peito
e é morto mais um candidato

Blackout lanterna / sobre contra vermelho


TRANSIÇÃO 3: Alicia e Batman, musica ‘’roteirista’’

TRANSIÇÃO 4: Musica Minotauro de borges sobe atores descem do tablado e


desmontam as formas em que estão montados os tablados, monta cenário da fome
‘’comida virou vitrine’’ todos com flash ligado em volta de um frango...
Julia: Tem gente passando fome
Julia: Tem gente sentindo frio
Julia: Tem gente pedindo ajuda
Julia: Tem gente sem esperança
Julia: Procurando a luz no fim do túnel
Crianças perdidas no mundo
Julia: A falta de amor e proteção
Julia: Essa é a nossa nação
Julia: Tem gente passando fome.
E não é a fome que você imagina
entre uma refeição e outra.
Julia: Tem gente sentindo frio.
E não é o frio que você imagina
entre o chuveiro e a toalha.
Julia: Tem gente muito doente.
E não é a doença que você imagina
entre a receita e a aspirina.
Julia: Tem gente sem esperança.
Mas não é o desalento que você imagina
entre o pesadelo e o despertar.
Julia: Tem gente pelos cantos.
E não são os cantos que você imagina
entre o passeio e a casa.
Julia: Tem gente sem dinheiro.
E não é a falta que você imagina
entre o presente e a mesada.
Julia: Tem gente pedindo ajuda.
E não é aquela que você imagina
entre a escola e a novela.
Julia: Tem gente que existe e parece imaginação.

CENA 5 TRUCO

Todo mundo começa o texto da cena 1


TRANSIÇÃO 5 Poluição sonora
Instala a cena do abismo (atores em seus vazios), cada um representando um tipo de
arte, pintor, bailarina, escritor/dramaturgo etc etc etc, dando seu próprio texto
varias e varias vezes junto. Vai saindo um por um até que restar as duas.

CENA 6: O Teatro Acabou


Giu: O teatro acabou. E não, nao é por falta de verbas ou de incentivos, de mídia, da
qualidade dos espetáculos,
Isa: e todos aqueles inumeros itens que cansamos de enumerar desde quando subimos
num palco para justificar sua crise pessoal... mas porque não há mais interesse.
Giu: não há mais interesse. Acabou. (pausa) Nao existe mais uma educação adequada
que te traga ate aqui com um nível mínimo de interesse, isso sempre foi e é
massacrante.
Isa: Mes passado eu fui no teatro, voces até devem saber qual porque só existe um por
aqui. Tinha dois pagantes. Na mesma semana, fui de novo - nem teve espetáculo.
Então voltei para casa e, sem saber o que fazer, sentei e chorei.
Giu: Chorei o constrangimento da moça da bilheteria daquele dia, que me viu e disse
sem jeito:
Isa: volta nos próximos dias, talvez tenha.
Giu: Ninguém se interessa mais por isso aqui, a não ser quem faz –
Isa: e são poucos –
Giu: e aqueles que vão de graça - porque são amigos ou parentes, ou porque é de
graça, e se é de graça...
Isa: O que será que aconteceu tão de repente?
Giu: Inesperadamente?
Isa: A primeira imagem que vi do nosso atual ‘’presidente’’ foi fazendo arminha com a
mão...(kkkkkk)... E O primeiro discurso que vi de um dos seus anteriores foi: Honrar as
mulheres, cuidar dos mais frágeis e governar pra todos. Fiquei aliviada e passou pela
minha cabeça que finalmente tinha chegado à presidência uma mulher culta, formada,
e por isso preocupada com seu desenvolvimento espiritual e dos seus. Mas logo o
tempo fechou e tudo saiu do controle,
Giu: E se os "seus" somos nós, o povo brasileiro. então teríamos um governo que
finalmente compreenderia o valor disso tudo. Afinal, pra que serve isso aqui?
Isa: Porque eu gosto de estar aqui quando a maioria, nem sabe que isso aqui existe?
Existe uma explicação?
Giu: Se existir,
Isa: volta um dia desses que talvez eu entenda.
Giu: Pois bem, assim não foi, e o fato é que hoje, (data da peça), o Teatro do Kaos
abriu suas portas e vocês entraram.
O que vocês vêem? (abre os braços, encara o público e sai)

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