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1º Parte: Priscila

Vinicius de Moraes, nascido Marcus Vinicius de Moraes, foi um poeta, dramaturgo,


jornalista, diplomata, cantor e compositor brasileiro.

Poeta essencialmente lírico, o que lhe renderia o apelido de "poetinha", que lhe foi
concebido por Tom Jobim, notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um
boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser
um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida.

Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. Ainda assim,
sempre considerou que a poesia foi sua primeira e maior vocação, e que toda sua
atividade artística deriva do fato de ser poeta. No campo musical, o poetinha teve
como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho e João Gilberto.

Vinicius de Moraes nasceu em 1913 no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, filho de


Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da Prefeitura, poeta e violinista
amador, e Lydia Cruz de Moraes, pianista amadora. O que, provavelmente, causou
muita influência no lado artístico de Vinicius.

Vinícius mudou-se com a família para o bairro de Botafogo em 1916, onde iniciou os
seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto. Desde então, já demonstrava
interesse em escrever poesias. Em 1924 ingressou no Colégio Santo Inácio, de padres
jesuítas, onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro.
Três anos mais tarde, tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, com quem
começou a fazer suas primeiras composições musicais.

"Garota de Ipanema"

Lançada em 1963, é uma das músicas mais famosas da dupla Vinicius de Moraes e Tom
Jobim, além de ser considerada como um marco da bossa nova. Revelou a musa
inspiradora Helô Pinheiro, que era frequentemente observada do bar onde os dois
costumavam se encontrar.

“Eu Sei Que Vou Te Amar"

Mais uma composição de Vinicius de Moraes e Tom Jobim, versa de maneira dramática
sobre o amor, tendo sido interpretada por diversos artistas. "Por toda a minha vida eu
vou te amar/ Em cada despedida, eu vou te amar/ Desesperadamente, eu sei que vou
te amar", diz em letra forte.

"Chega de Saudade"
Sucesso de Vinicius de Moraes e Tom Jobim. Foi lançada no disco considerado como o
primeiro álbum de bossa nova: "Canção do Amor Demais", de Elizeth Cardoso, em
1958. Um ano depois, João Gilberto interpretou a faixa no disco de mesmo título, o
primeiro de sua carreira solo, o que contribuiu para consolidar a faixa como uma das
mais famosas da bossa.

"Pela Luz dos Olhos Teus"

Composição de Vinicius de Moraes que ficou famosa na voz de Miúcha e Tom Jobim. O
poeta se derrama em versos apaixonados de uma música sem refrão.

PAUSA

-> Mostrar a música: “Pela luz dos olhos teus.” (talvez mude).

- Falar da música “Samba pra Vinícius” de toquinho


Em 1929, torna-se Bacharel em Letras pelo Colégio Santo Inácio e em 1930, com
apenas 17 anos e seguindo o caminho natural de muitos jovens que aspiravam as
letras, entra na Faculdade de Direito da Rua do Catete, no Rio de Janeiro. Lá, conhece
um grupo de intelectuais que marcaria definitivamente sua vida. No Caju, o Centro
Acadêmico de Estudos Jurídicos e Sociais, Vinicius convive com mestres como Otávio
de Faria, San Thiago Dantas, entre outros.

Em 1932 ele publica pela primeira vez um poema de sua autoria na revista A Ordem,
edição de outubro. A publicação, editada pelo intelectual católico e crítico literário
Tristão de Athayde, apresenta um jovem e conservador Vinicius, com um poema
bíblico de 152 versos intitulado “A transfiguração da montanha”.

Vinicius tem duas fases literárias:

- A primeira inicia-se em 1933 e abrange os livros: O caminho para a distância (1933);


Forma e exegese (1935); Ariana, a mulher (1936). Nesse período encontramos um
poeta místico, que escrevia versos longos, de tom bíblico-romântico, de espiritualidade
católica e visionária. O próprio poeta caracterizou esta fase como "o sentimento do
sublime". Na "Advertência" à sua Antologia Poética ele afirmava que "a primeira [fase],
transcendental, frequentemente mística, [era] resultante de sua fase cristã.”

- A segunda fase (ou como se costuma dizer: o segundo Vinicius) tem início em “Cinco
Elegias”, de 1943. O novo tom, a nova linguagem, as novas formas e temas, que
vinham desde “Novos poemas”, de 1933, intensificam-se e diversificam-se nos livros
posteriores – “Poemas, sonetos e baladas” (1946) e “Novos poemas II” (1959) -, em
que se mostram tanto as formas clássicas (soneto de tradição camoniana e
shakespeariana) quanto à poesia livre (em "A última elegia", os versos têm forma de
serpente). O poeta sente-se à vontade para inventar palavras, muitas vezes bilíngues,
ou praticar a oralidade maliciosa.

Por haver nessa fase uma renúncia à superstição e ao purismo fortemente presentes
na primeira, bem como um direcionamento para uma atitude mais brincalhona e
amorosa perante a poesia, essa segunda fase ficou conhecida como "O encontro do
cotidiano pelo poeta".

Nessa passagem do metafísico para o físico, do espiritual para o sensual, do sublime


para o cotidiano, o poeta retoma sugestões românticas (como lua, cidade, samba).
Refugia-se no erotismo: há contemplação do amor, poemas "sobre a mulher" e
adoração panteística da natureza. Compôs também poemas de indignação social, cujos
exemplares são: "Balada dos mortos dos campos de concentração", "O operário em
construção" e "A rosa de Hiroshima.”

2º Parte: Marcos
ANÁLISES

A rosa de Hiroshima
Muito se tem acusado Vinícius de Moraes de ter mantido sua atividade,
fundamentalmente, no plano do exibicionismo poético, mostrando-se capaz do
soneto, das aproximações inesperadas, das rimas ou do ritmo surpreendente,
entretanto distante de temas sociais.

É correto afirmar que parte disso ocorre, sobretudo, na primeira parte da obra, o que
levou, inclusive, o poeta a afirmar que a partir da segunda nascia outro Vinícius. O
poema A Rosa de Hiroshima é tipicamente social, escrito na proximidade temporal da
primeira bomba atômica sobre o Japão, e ostenta uma clareza impressionante de
julgamento: as crianças mudas, as meninas cegas, as mulheres cujos destinos foram
para sempre alteradas, assim como o de todas as criaturas que ali se encontravam.

Observe: […]

Pensem nas mulheres


Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

[…]

Todas as vezes que ouvimos alguém declamar o poema, há uma confusão que se faz
no trecho: “pensem nas mulheres rotas, alteradas” -a vírgula deve ser considera
assim;- como no poema original não existe virgulação entre partes da oração e sequer
ponto final, imaginamos que o poeta quisesse dizer “mulheres cujas rotas tivessem
sido alteradas pelos acontecimentos”, tiradas de seu cotidiano, fora do destino que
tinham escolhido para elas próprias e para os seus. Caso contrário, poderíamos
interpretar apenas que tais mulheres estavam rotas (= rasgadas) e alteradas (= fora de
controle) pela situação criada pela boba atômica.

É de grande significação, também, a imagem criada nos versos:

[…]

Mas oh não se esqueçam

Da rosa da rosa

Da rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

[…]

A repetição “da rosa da rosa da rosa” confere um poder absoluto à rosa radioativa
em si, como se ela pudesse ocasionar o aparecimento de outras rosas, marcas terríveis
dos que nasceram marcados com as manchas violáceas do câncer ocasionado pela
radiação (= rosa radioativa, hereditária, a verdadeira rosa de Hiroshima que dá o título
ao poema).

Soneto de separação
Em seus inúmeros poemas que tematizam o amor, a influência da poesia
camoniana é, extremamente, forte e pode ser percebida na tentativa de analisar o
amor, como também na estrutura, dando preferência para o soneto como forma
poética de se expressar, e ao utilizar a antítese para expor as contradições pertinentes
a esse sentimento, conferindo ao soneto vida nova à forma antiga, povoando de ecos
camonianos o estilo de tão poucos poetas estreados depois da guerra.
Como um mestre no manejo da linguagem, Vinícius de Moraes cultivou tanto o
requinte e a elegância dos jogos verbais, em um estilo engenhoso e muitas vezes
solene, usou versos curtos, direto e incisivo, corrigindo os excessos de sua escrita.
Nesse poema, Vinícius apresenta o amor em suas múltiplas manifestações:
felicidade, pranto, drama, entrega, espanto, paixão. Com essa postura o poeta intuiu o
fim do patriarcalismo nas relações afetivas do Brasil e soube cantar uma nova
concepção sentimental, mais concreta, mais livre de preconceitos, mais atento às
mulheres. O Soneto da Separação destruiu noções como o da eternidade do amor –
dogma do patriarcalismo.
O amor aqui é apresentado como um sentimento poderoso e fugaz. É essa a ideia
central do Soneto de Separação, em que as antíteses mostram o impacto da perda do
amor na vida das pessoas: o riso torna-se pranto, traz a dor, a tristeza. A tragédia, que
provoca espanto, é constatar que toda essa transformação em um relacionamento
acontece de repente, em um breve instante, como bem atesta o autor em seu último
verso: “De repente, não mais que de repente.”

No poema, o eu lírico a partir do título faz alusão à fidelidade, que na extensão do


poema jura devoção a esse amor: “De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto”, seja nos momentos de dor, seja nos de
alegria.
Ao optar pelo tempo presente Vinícius de Moraes declara-se preparado para desfrutar
o amor, a quem promete consagrar a fidelidade que o título menciona e que se
encontra supracitada por todo o poema.

Vale destacar que o autor não canta a mulher amada, sua beleza, a graça ou
encantamento, ele canta o AMOR que sente. É para o amor que dirige as palavras
esplendorosas de seu poema. Por isso, pode-se afirmar que a temática desta produção
literária é o AMOR do eu lírico e não o amor real, o vivido. Logo o poema pode ser
dividido em duas partes bem distintas: POSIIVO – animado alegre perceptível na
primeira e segunda estrofes – os quartetos – , versos intensos que denotam as
promessas como viver, ser atento, encantar, louvar, contentar, enfim proteger tal
sentimento. A segunda é o NEGATIVO – desconforto, triste, mudança repentina do
estado de ânimo na terceira e quarta estrofes – os tercetos – o clima é sensação de
perda, “ […] a morte, angústia de quem vive” e acentuada em “ Eu possa lhe dizer do amor
( que tive)” verbo ter no pretérito perfeito: ação no passado e acabada.
Este soneto reitera a personalidade do poeta como ele mesmo se definia, “tinha um
temperamento esfuziante e apaixonado, ondulando em direção à possibilidade de vida
e de alegria”. Desse modo compensava a gravidade de suas indagações e a intensidade
dolorosa com que se atirava ao prazer e à dor.
Poema dos olhos da amada
O poema está composto por estrofação regular, já que cada estrofe contém oito
versos. Observa-se que desde o título, “Poema dos Olhos da Amada”, configura-se
uma aproximação do poema com as cantigas de amor do Trovadorismo, pois fica nítida
a característica: eu lírico masculino. Se por temática o poema se aproxima da cantiga
de amor, a estrutura do poema se assemelha à cantiga de amigo – a repetição
insistente dos dois primeiros versos das três primeiras estrofes: “Ó minha amada/ Que
olhos os teus” e sofrendo uma variação na última estrofe: “Ah, minha amada/ De olhos
ateus”, nesta última o poeta se valeu do uso precioso das variações sonoras da língua.
Ao optar por esta estrutura, o ator nos apresenta uma espécie de interpelação à
mulher amada e o jogo lírico se faz por meio do apelo que o eu lírico concebe,
quebrando a sequência de “Ó minha amada/ Que olhos os teus” e nos surpreende com
“Ah, minha amada/ De olhos ateus/ Cria a esperança/ Nos olhos meus” em
contraposição à penúltima estrofe, na qual a referência é Deus, que tudo pode,
inclusive fazer, muito belos, os olhos da mulher que ama. O que se percebe é que os
olhos da amada são muito próximos e tão poderosos quanto os do Criador.

As rimas se consolidam nos pronomes possessivos “meus” e “teus” e as repetições,


no poema, formam uma espécie de eco sonorizador constante, uma ante canção cujo
objetivo é evocar.

Entretanto, bela mesma é a imagem dos olhos e para isso o autor utilizou metáforas
para reiterar e beleza:

“Que os olhos teus

São cais noturnos

Cheios de adeus

São docas mansas

Trilhando luzes”

Somando às metáforas há a anáfora: “Nos olhos teus/ Quantos saveiros/ Quantos


navios/ Quantos naufrágios/ Nos olhos teus…”. Ao utilizar as figuras mencionadas o
autor deixa claro sua atração pelos olhos da amada e justifica na última estrofe que
ainda falta uma beleza a ser comparada – olhos da amada a poesia- “Cria a esperança/
Nos olhos meus/ De verem um dia/ O olhar mendigo/ Da poesia/ Nos olhos teus.”
3º Parte: Tiago

Poeta com pleno domínio da escrita e do usa imagético das palavras, o teatro seria um
caminho natural para quem, como Vinícius, tinha tamanha curiosidade estética, assim
como a música e a poesia, o teatro está presente em sua vida desde os anos de escola,
época em que invariavelmente participava das peças infantis de fim de ano do colégio.

Mas é só em 1956 que Vinicius realiza e apresenta ao público seu primeiro projeto
teatral. A peça Orfeu da Conceição é uma adaptação do mito grego de Orfeu ao
cotidiano suburbano do Rio de Janeiro. A história de Vinicius serve de pano de fundo
para a realização do roteiro de Orfeu Negro, filme de Marcel Camus que seria
premiado em Cannes e no Oscar de 1959. Espetáculo grandioso, como participação de
nomes como Tom Jobim, Carlos Scliar e Oscar Niemeyer, a peça torna-se um marco no
teatro brasileiro.

Apesar de ver suas peças publicadas e algumas delas, como Orfeu, se tornarem marcos
do teatro brasileiro, a dramaturgia de Vinicius não atinge a mesma força que seus
poemas, escritos e canções. Mesmo assim, não há como falarmos da história do teatro
moderno do país sem passarmos pelas ideias e pelos textos de Vinicius.

Desde 1942 que a ideia de transpor o mito grego de Orfeu para uma favela carioca
habitava Vinícius de Moraes. Foi durante esse ano que o poeta norte-americano Waldo
Frank visitava o Brasil e que Vinícius ficou responsável por orientá-lo pelo país.

Suas incursões no mundo das favelas, dos terreiros de candomblé, da região do


Mangue e das escolas de samba da cidade mergulharam o poeta em uma realidade
afro-brasileira que não vivia até então. Ali, segundo o próprio, começou a aproximação
entre os negros cariocas moradores das favelas e os gregos heroicos e trágicos dos
tempos míticos.

Nesse mesmo ano, Vinícius estava passando alguns dias na casa de seu grande amigo
Carlos Leão, localizada em Niterói, no Morro do Cavalão. Foi lá, lendo um livro sobre
mitologia grega enquanto ouvia, ao longe, o som de uma batucada vindo de uma
favela próxima, que o poeta vislumbrou o mito dentre escolas de samba. Naquele
momento, sua tragédia carioca ganhava o primeiro ato.

A peça foi acabada alguns anos depois, no ano de 1948, numa altura em que Vinicius era
Cônsul do Brasil em Los Angeles, e aí escreveu o segundo acto, no qual o inferno do
Orfeu é passado no carnaval carioca, em busca de Eurídice, enquadrado pela
intensidade dos ritmos e da luxúria do samba, dos mascarados de travestis e dos
negros que procuravam libertar-se da pobreza através das fantasias.
PAUSA

-> Apresentação do vídeo (3 min) “Monólogo de Orfeu.”

Orfeu é, para Vinicius, uma história positiva que representa a luta de um homem que,
através da música, procura realizar e integrar a vida do seu semelhante, da sua amada
e da perda desta. A peça surge como uma homenagem ao negro brasileiro, um
reconhecimento do seu valor na cultura brasileira e das precárias condições da sua
existência.

Foi também por causa de Orfeu da Conceição que Vinícius iniciou sua parceria
brilhante com Tom Jobim. Através de Lucio Rangel, o poeta conhece o compositor e
ambos trabalham na trilha sonora da peça. Ela sai em disco no mesmo ano, tornando-
se um dos marcos fundadores de uma estética que três anos depois seria chamada
definitivamente de Bossa Nova.

Portanto, o ano de 1958 marcaria o início de um dos movimentos mais importantes da


música brasileira, a Bossa Nova. A pedra fundamental do movimento veio com o álbum
"Canção do Amor Demais", gravado pela cantora Elizeth Cardoso. Além da faixa-título,
o antológico LP contava ainda com outras canções de autoria da dupla Vinicius e Tom,
como "Luciana", "Estrada Branca", "Outra Vez" e "Chega de Saudade", em
interpretações vocais intimistas.

"Chega de Saudade" foi uma canção fundamental daquele novo movimento,


especialmente porque o álbum de Elizeth contou com a participação de um jovem
violonista, que com seu inovador modo de tocar o violão, caracterizado por uma nova
batida, marcaria definitivamente a bossa nova e a tornaria famosa no mundo inteiro a
partir dali. O nome deste violonista é João Gilberto. A importância do disco "Canção do
Amor Demais" é tamanha que ele é tido como referência por muitos artistas como
Chico Buarque e Caetano Veloso.

Servindo ao Itamaraty em Montevidéu desde 1957, Vinicius de Moraes deixaria a


embaixada brasileira no Uruguai somente em 1960. Suas canções continuaram sendo
gravadas por muitos artistas no início da década de 1960. Foram lançadas "Janelas
Abertas" (composta com Tom Jobim), por Jandira Gonçalves, e "Bate Coração",
(composta com Antônio Maria), por Marianna Porto de Aragão, cantora cultuada na
época como uma das vozes mais poderosas de toda uma geração de cantoras.

4º Parte: Gabi
Assim como Vinicius fala em "Soneto de fidelidade", sua vida foi eterna enquanto
durou. Às 7h do dia 9 de julho de 1980, aos 66 anos, morria em sua casa na Gávea,
Zona Sul do Rio, Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes, conhecido desde os 9 anos
apenas como Vinicius de Moraes. Dois meses após uma cirurgia, o "poetinha" foi
vítima de um edema pulmonar e da demora da ambulância, que só chegou uma hora e
vinte minutos depois de ser acionada.
A comoção foi geral. Com o anúncio de sua morte pelas rádios, no mesmo dia as
vendas de discos do compositor dispararam nas lojas cariocas. Na São Francisco de
Paulo, na Rua São José, no Centro, destacou reportagem do GLOBO, a gerência colocou
em destaque junto à vitrine todo o seu estoque. No Cemitério São João Batista, mais
de 500 pessoas, entre familiares, artistas e intelectuais, despediram-se de Vinicius e
celebraram sua contribuição à cultura do país.
Uma lista completa com os célebres amigos que compareceram ao enterro foi
publicada na edição do dia seguinte. Ao todo, 58 nomes. No dia seguinte à sua morte,
no bar Garota de Ipanema - esquina da Rua Montenegro (rebatizada Vinicius de
Moraes um ano depois) com a Prudente de Morais -, a mesa que o "poetinha" sempre
ocupava para beber permaneceu intocável. Uma placa lembrava sua ausência.

Mesmo após a morte, a obra musical de Vinicius manteve-se prestigiada na música


brasileira. Foram lançados os álbuns Toquinho, Vinicius e Maria Creuza – “O Grande
Encontro” (1988) e A História dos Shows Inesquecíveis - Poeta, Moça e Violão: Vinicius,
Clara e Toquinho (1991), além de terem sido lançados livros sobre o poeta, como
Vinicius de Moraes - Livro de Letras (1993), de José Castello, Vinicius de Moraes (1995),
também de José Castello, "Vinicius de Moraes" (1997), de Geraldo Carneiro (uma
edição ampliada do livro publicado em 1984). Ainda em 1993, Almir Chediak editou os
três volumes do Songbook Vinicius de Moraes.

Por ocasião dos vinte anos da morte do poeta, em 2000, a Praia de Ipanema foi o palco
de um show em homenagem a Vinicius, que contou com a participação da Orquestra
Sinfônica Brasileira, Roberto Menescal, Wanda Sá, Zimbo Trio, Os Cariocas, Emílio
Santiago e Toquinho, interpretando composições de sua autoria.

Em homenagem à esse ilustre poeta, agora iremos (Priscila) declamar um soneto


escrito no estilo poético de Vinicius de Moraes.

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