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FREUD EXPLICA

Aquele que equipara Lula a Bolsonaro, erra levianamente de diversas formas, por incontáveis razões,
mas aqui vou pegar apenas um recorte. Apenas um.

É incontestável que ambos representam uma face do populismo. Isso está fora de discussão. O caso é
que, são faces completamente diferentes, como um paciente bipolar, duas faces divergentes da mesma
pessoa.

Afirmo categoricamente que aquele que os equipara, é absolutamente ignorante sobre a psicologia
humana, e sendo barrado na primeira porta, não pode adentrar os recônditos de uma análise mais
aprofundada.

Apesar da ultilização de instrumentos de popularização similares, que basicamente consiste em


despertar emoções primárias capazes de se aprofundarem nos receptores a despeito de intelecto,
atingindo níveis que dialogam diretamente com o inconsciente emocial do público, diblando a ação
espontânea de filtros racionais.

Quem entende de publicidade também não terá dificuldade para captar prontamente a idéia a ser
exposta. E igualmente sabe que não podemos afirmar simplesmente que são duas faces da mesma
moeda, porque do ponto de vista da psicanalise, base da publicidade,

sabemos que a moeda é um octágono, sendo muito otimista, ou pessimista, depende da perspectiva
pela qual se observa, rs.

Vamos a exemplos práticos.

O populismo lulista, o fanatismo desse público, está baseado não numa projeção futura, mas em
memórias emocionais. O aumento de poder aquisitivo, o período na faculdade, a aquisição da casa
própria, o telefone fixo em casa; depois a internet. As viagens, os churrascos, empresas que disputavam
seu currículo.

Acolhimento. A primavera feminista, o movimento lgbtq, inclusão de deficientes no mercado de


trabalho, extinção do trabalho doméstico escravo. Extinção do trabalho infantil.

Mesmo sentimento que liga parte do povo a FHC. Memórias emocionais individuais e coletivas. É isso
que marca as pessoas.

Quem lembra sabe, que antes do governo de FHC e Lula, as principais causas de mortalidade de crianças
no Brasil eram o cólera, por falta de saneamento básico, (quem se lembra da campanha das torneirinhas
de filtro?), e desnutrição. Sim amigos, consultem os autos, desnutrição estava entre as três primeiras
causas de mortalidade infantil nos anos 80. Veja você mesmo os dados de lá pra cá.
Quem lembra sabe, que era coisa de rico ter telefone. Que classe média alta era ter dois carros
populares na garagem e duas tvs coloridas de tubo em casa. Máximo do status vileiro.

Quem lembra, sabe, que o Collor confiscou as poupanças provocando uma onda de suicídios. Lembra do
Bamerindus falindo, da CPI do Anão, onde começou o termo "tudo acaba em pizza", lembra do
Banestado.

E quem lembra mais ainda, e leu, não só os livros de história, mas romances da época, que as favelas
surgiram durante o governo militar. Fora os que observaram in loco.

Disso é composta a militância do Lula e FHC. Memórias afetivas profundas.

Já os bolsonaristas, estão ligados à projeção e ao ódio. Sentimentos recalcados projetados. Um tipo de


vingança social. Essas pessoas não estão movidas por gratidão, por ligações afetivas, são sensibilizadas
pelo ressentimento. Daí a necessidade preemente de aniquilar o outro, típico de transtorno anti-social.

Observamos que enquanto uma face do populismo representa os que querem ter direito a viver com
dignidade, a que dialoga com lulistas, a face que dialoga com bolsonaristas é a que pleiteia o direito de
matar, aniquilando oponentes e dissidentes que eles não julgam dignos de viver.

Traduzindo para exemplos práticos de transtorno, enquanto o petista é a louca com 13 gatos, carente de
afeto e proteção, o bolsonarista é o adolescente que entra atirando em locais públicos.

A conclusão óbvia é de que ambos são manipulados emocionalmente, mas são fisgados de forma
completamente diversa. A questão é, que tipo de anzol você está disposto a morder?

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