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SISTEMA DE DRENAGEM

URBANA

Microdrenagem
Material adaptado e originalmente
produzido pelo
Prof. Néstor Aldo Campana

AVISO:
Este material é destinado ao uso
exclusivo dos(as) alunos(as) da disciplina
Sistemas Hidráulicos de Saneamento
para atividades de estudo.
NÃO é permitido o compartilhamento,
mesmo de forma privada, ou a
disponibilização em redes sociais, canais
da internet e congêneres.
Efeito da Urbanização Sobre
o Comportamento Hidrológico
O Sistema de Drenagem Urbana

É composto por dois sistemas distintos que devem ser


planejados e projetados sob critérios diferenciados

Micro-drenagem:
Pavimentos das ruas, guias, sarjetas, bocas de lobo,
rede de galerias de águas pluviais e canais de pequenas
dimensões. Dimensionados para escoar vazões de 2 a 10
anos de tempo de retorno.

Macro-drenagem:
Canais (abertos ou de contorno fechado) de maiores
dimensões. Projetados para vazões de 25 a 100 anos de
período de retorno.
Partes Constitutivas do Sistema
de Drenagem Urbana

•Galerias
•Poço de Visita
•Trechos
•Bocas-de-lobo
•Tubos de ligação
•Meios-fios
•Sarjetas
•Sarjetões
•Canais
Partes Constitutivas do Sistema
de Drenagem Urbana

7
SARJETA
TIPOS DE SARJETAS
Convencionais  Sem Meio-Fio

9
Sarjetão
Modelos de Boca de Lobo

Boca de lobo com grelha Boca de lobo de guia Boca de lobo de guia com
depressão

Boca de lobo com grelha Boca de lobo combinada Boca de lobo combinada
com afastamento com depressão

Boca de lobo combinada


com afastamento
Bocas de Lobo: locação
Poço de Visita

Distância Máxima
Diâmetro da Galeria (m)
300 a 600 mm 90
675 a 900 mm 125
1.050 a 1.350 mm 150
1.500 ou maior 300
A NOVACAP sugere que a distância máxima entre PVs seja
de 60 m
Galerias

Alinhamento dos Condutos

20
Microdrenagem tradicional
Escoamento nas Quadras e nas Ruas
Cálculo da Vazão na Área de Cabeceira

Calcular:
Aquadra
Arua
Coef. Escoamento
superficial
d= 10 minutos => IDF
Q => Método Racional
Seqüência do Cálculo do Sistema de
Drenagem Pluvial
Traçado Final da Rede de
Drenagem Pluvial
Perfil Longitudinal da Rede de
Drenagem Pluvial
Projeto de Drenagem Urbana
(Microdrenagem)

Roteiro
Roteiro para a Elaboração de um
Projeto de Drenagem Urbana

O roteiro de projeto envolve seis etapas principais:

 Obtenção dos dados Básicos


 Análise das características físicas da bacia
 Estudos hidrológicos
 Concepção de alternativas
 Projeto hidráulico
 Documentação do projeto
1. Obtenção de Dados Básicos
Os principais assuntos a serem abordados são:

 Planta da área de drenagem da bacia


 Drenagem lateral (nível dos afluentes e pontos baixos)
 Interferências principais (pontes, estrangulamentos, etc)
 Condições de ocupação e uso do solo (atual e futura)
 Características geológicas da bacia
 Posicionamento do lençol freático na zona das obras
 Informações sobre chuvas intensas na área da bacia
 Informações sobre vazão (dado raro....)
 Estudos anteriores
2. Análise das Características
Físicas da Bacia Hidrográfica
Esta análise tem como objetivo identificar os aspectos da
bacia que influenciam no regime das cheias, tais como:

 altitude;
 relevo;
 tipo de solo;
 condições de infiltração do solo;
 taxa de impermeabilização do solo;
 cobertura vegetal;
 declividade do solo; e
 outros.
3. Estudos Hidrológicos
Tem por objetivo fornecer as vazões máximas a serem
adotadas para projeto (vazão de pico), bem como os
hidrogramas de cheias quando houver necessidade de
dimensionar ou analisar o efeito de reservatórios de
detenção.

Em caso de bacias alongadas ou de grande porte é


recomendável estabelecer os respectivos hidrogramas
individuais por sub-bacia e efetuar em seguida a
composição do hidrograma global em cada ponto de
interesse ao longo do canal principal.
4. Concepção e Alternativas
de Arranjo de Obras

Consiste basicamente no arranjo em planta das obras


consideradas possíveis.

Esse arranjo é condicionado pela posição do talvegue


natural do curso, traçado do sistema viário ou
simplesmente da disponibilidade de espaço.
5. Projeto Hidráulico
Envolve o pre-dimensionamento das obras e a verificação
do funcionamento do conjunto de obras para as condições e
critérios estabelecidos, assim com a análise do desempenho
hidráulico de singularidades e obras especiais.

Os assuntos a serem abordados são:

 Estabelecimento dos critérios de projeto.


 Elaboração do perfil longitudinal das obras.
 Dimensionamento de ruas, sarjetas, bocas de lobo, poços
de visita, galerias, canais, reservatórios, etc.
 Cálculo de linhas d´água.
6. Documentação do Projeto

Consiste na sistematização, organização e apresentação de


todos os elementos e informações que constituem o projeto
do sistema de drenagem.

Fazem parte dessa documentação:

 Relatório técnico
 Desenhos de projeto
 Memorial de cálculo
 Especificações técnicas
 Inserção do projeto dentro do Plano Diretor
Projeto de Drenagem Urbana
(Microdrenagem)

Definição e Dimensionamento dos


Componentes Principais
Projeto de
Drenagem Urbana
(Microdrenagem)
Determinação da Vazão de Projeto
Utiliza-se o Método Racional para áreas de até 100 ha:

Q=0,00278.C.I.A

Onde:
Q: vazão de pico, em m3/s
C: coeficiente de escoamento, adimensional
I: intensidade da precipitação, em mm/h
A: área de drenagem, em ha

0,207 I = intensidade da chuva (mm/h)


1574,70. 𝑇 T = tempo de retorno (anos)
𝐼=
𝑡𝑑 + 11 0,884 td = duração da chuva (minutos)
(igual ao tempo de concentração)
 Nas áreas de cabeceira (onde não existe contribuição de
montante) adota-se como tempo de concentração um valor
fixo que varia entre 10 e 15 minutos. Para os demais
trechos a duração da chuva é estimada como:

duração = tcabeceira + tdeslocamento =>


 Coeficiente de Escoamento Superficial:

 Termo de Referência NOVACAP: usar imagens aéreas recentes


 Vias e estacionamentos pavimentados
 Vias não pavimentadas
 Telhados de edificações
 Áreas de solo exposto
 Áreas gramadas
 Áreas verdes naturais tais como pastagens e matas
 Coeficiente de Escoamento Superficial:
 Coeficiente de Escoamento Superficial:
Dimensionamento de Sarjetas

Capacidade hidráulica das vias:


Dimensionamento de Sarjetas
Capacidade hidráulica das vias
Dimensionamento de Sarjetas
Capacidade hidráulica das vias
Fator de Redução da Capacidade de
Escoamento na Sarjeta
A capacidade de escoamento da sarjeta aplica-se um fator
de redução (FR) para evitar dois inconvenientes:

1. Em sarjetas de baixa declividade longitudinal (Sl),


nas quais pode ocorrer obstrução por sedimentação.

2. Em sarjetas de alta declividade longitudinal (Sl), nas


quais as velocidades são elevadas e podem gerar riscos aos
pedestres.

Em geral:
Sl < 0,4%  FR = 0,5

0,6% < Sl < 2%  FR = 0,8

Outras declividades: o FR dependerá do tipo de via


Fator de Redução para Sarjetas
1,0
i = 0,6 %
FR=0,8
0,9

0,8

0,7
Fator de Redução, FR

0,6

0,5
i = 0,4 %
FR=0,5
0,4

0,3
Abaixo da declividade
0,2 mínima admissível da
sarjeta
0,1

0,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Declividade da Sarjeta [%]
Fator de Redução para Sarjetas
Valores do Coeficiente “n” de Manning
n (Manning) Descrição da superfície
0,013 Peças monolíticas moldadas em forma de aço resinado, sem
irregularidades superficiais. Condutos moldados in-situ com
formas infláveis.
0,013-0,015 Concreto muito liso, plastificado ou queimado a colher, com juntas
e cantos acabados a mão.
0,015 Concreto moldado in-situ em formas lubrificadas, com juntas e
cantos alisados a colher.
0,014-0,018 Concreto moldado em formas de aço deslizantes com cantos
arredondados, condutos de cerâmica vitrificada com juntas
preenchidas.
0,016 Concreto moldado em formas rugosas com acabamento a mão em
cimento.
0,015-0,017 Tubos curtos de concreto com diâmetros pequenos , sem
acabamento especial das juntas.
0,018 Canais retilíneos em concreto projetado, bem acabado.
0,020-0,022 Canais em concreto projetado rugoso.
0,022 Alvenaria de pedras.
0,035 Gabiões de pedra com tela de arame.
0,024-0,025 Pedras lançadas.
Valores Recomendados para
Projeto de Ruas e Avenidas
Dados característicos Usual Máx. Mín.
Declividade longit. do pavimento - % 0,5 0,1
Declividade transv. Pavimento - % 2 2,5 1
Declividade transv. Sarjeta - % 5 10 2
Coef. de Manning 0,016 0,025 0,012
Altura da guia – m 0,15 0,20 0,10
Altura da água na guia – m 0,13
Veloc. Escoam. na sarjeta – m/s 3 0,75
Largura da sarjeta: 0,60 0,80 0,30
- Sem estacionamento 0,35 0,60
- Com estacionamento 0,90 1,00
Dimensionamento das Bocas de Lobo

Y < h: Q=1,7.L.Y3/2 (vertedor)

Y > 2h: Q=3,101.L.h3/2.(Y1/h)1/2 (orifício)

h < Y < 2h: critério projetista

Y1=Y-0,5h

Q: em m3/s
L;h;Y: em m
Dimensionamento das Bocas de Lobo

Y < 12 cm: Q=1,66.P.Y3/2

Y > 42 cm: Q=2,9.A.Y1/2

12 cm < Y < 42 cm: critério projetista

A = a.b - Abarras
P = (a - abarras)+2.b

Q: em m3/s
A: em m2
P;Y: em m
Dimensionamento das Bocas de Lobo

Qtotal = Q1 + Q2
Fator de Redução para Bocas de Lobo
Dimensionamento da Galeria
 Admite-se escoamento permanente e uniforme, usando para
tanto a equação de Manning:

Q=(1/n).A.Rh2/3.S1/2

 A galeria não deve trabalhar sob pressão: ymax = 0,82.D

 A velocidade (V) do escoamento na galeria é limitada, para


evitar erosão e/ou depósito de sedimentos e detritos:

1 m/s < V < 6 m/s

 A situação ideal é a declividade longitudinal (S) da galeria


acompanhar a declividade do terreno, de forma a reduzir o
custo de escavação. Em geral: Smin = 0,5 %

 A galeria deve ter um recobrimento mínimo (hr):


hr >= 1,5.D (exceto áreas verdes com drenagem)
Dimensionamento da Galeria

 Diâmetro mínimo da rede: Dmin = 600 mm

 Diâmetro mínimo do conduto de ligação: Dmin = 400 mm

 Período de retorno: T = 10 anos

 Coeficiente de rugosidade de Manning n:


 Tubos de concreto n = 0,015
 Tubos de PVC n = 0,009
 Tubos de PEAD n = 0,009 a 0,012

 Localização dos poços de visita:


 Início e final de rede
 Chegada de redes secundárias e ramais de captações, mudanças de
direção e diâmetro
 Distância máxima de 60 m em área urbana e 100 m em áreas não
urbanizadas
Dimensionamento da Galeria: Condutos Circulares

A  D   sen  / 8
2

P   .D / 2
Rh  D1  sen  /   / 4
B  D.sen / 2
  2 arccos1  2 y / D 
Dimensionamento da Galeria: Condutos Circulares

D  M / K1


M  n.Q / I 0 3/8

3
   sen   1  sen  /  2
3  8
K1     
 8  4  
Dimensionamento da Galeria: Condutos Circulares
1,00

0,95

0,90

0,85 y0/D = 0,82 Á reas


0,80

0,75

0,70 Vaz ões


0,65

0,60

0,55

0,50

0,45

0,40

0,35 R aios hidráulic os


0,30

0,25

0,20 Veloc idades

0,15

0,10

0,05

0,00
0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0,45

0,50

0,55

0,60

0,65

0,70

0,75

0,80

0,85

0,90

0,95

1,00

1,05

1,10

1,15

1,20

1,25

1,30
Critérios para Apresentação de Projetos
na NOVACAP

 Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas do


Distrito Federal (2018) – Adasa

 Capítulo 15: páginas 233 a 249


Exemplo: dimensionar o sistema de drenagem de águas
pluviais do loteamento (ou parte dele) mostrado na figura.
Cálculo da Vazão na Área de Cabeceira

Calcular:
Aquadra
Arua
Coef. Escoamento
superficial
d= 10 minutos => IDF
Q => Método Racional
Considerar tempo de retorno de 10 anos

Curva IDF para o Distrito Federal


Capacidade de Escoamento na Sarjeta

Capacidade de Escoamento na Rua


Ponto de Lançamento da Rede
 Dissipador de impacto Tipo VI (Bradley-Peterka)
Ponto de Lançamento da Rede
 Dissipador de impacto Tipo VI (Bradley-Peterka)
Ponto de Lançamento da Rede
 Dissipador de impacto
Tipo VI (Bradley-Peterka)
Dissipador de impacto Tipo VI
Dissipador de impacto Tipo VI
Dissipador de impacto Tipo VI
Dissipador de impacto Tipo VI
Dissipador de impacto Tipo VI
Dissipador de impacto Tipo VI

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