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GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

SECRETARIA DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E


DESENVOLVIMENTO RURAL
DEPARTAMENTO DE DIAGNÓSTICO E PESQUISA
AGROPECUÁRIA

COMUNICADO TÉCNICO
PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS: UM RESGATE
DE CONHECIMENTOS TRADICIONAIS

Joseila Maldaner
Gerusa Pauli Kist Steffen
Madalena Boeni
Ionara Fátima Conterato
Jorge Martins Dubal
Ricardo Bemfica Steffen
Evandro Luiz Missio
Rosana Matos de Morais
Cleber Witt Saldanha

Porto Alegre, RS
2022
Governador do Estado do Rio Grande do Sul: Ranolfo Vieira Júnior.

Secretária da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural: Domingos Antonio


Velho Lopes.

Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária


Rua Gonçalves Dias, 570 – Bairro Menino Deus
Porto Alegre ǀ RS – CEP: 90130-060
Telefone: (51) 3288.8000
https://www.agricultura.rs.gov.br/ddpa

Diretor: Caio Fábio Stoffel Efrom

Comissão Editorial:
Loana Silveira Cardoso; Lia Rosane Rodrigues; Bruno Brito Lisboa; Larissa Bueno
Ambrosini; Marioni Dornelles da Silva.

Arte: Rodrigo Nolte Martins

Catalogação e normalização: Marioni Dornelles da Silva CRB-10/1978

P713 Plantas medicinais e aromáticas : um resgate de conhecimentos


tradicionais / Joseila Maldaner ... [et al.]. – Porto Alegre :
SEAPDR/DDPA, 2022.

22 p. : il. – (Comunicado técnico, ISSN 2675-5998 ; 9)

Continuação de Comunicado Fepagro, 2016.

1. Horto medicinal. 2. Aromaterapia. 3. Fitoterápicos. I. Maldaner,


Joseila. II. Série.

CDU 633.88

REFERÊNCIA
MALDANER, Joseila et al. Plantas medicinais e aromáticas: um resgate de
conhecimentos tradicionais. Porto Alegre: SEAPDR/DDPA, 2021. 22 p. (Comunicado
Técnico, 9).
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................... 8

2 CONSTRUÇÃO DO RELÓGIO DO CORPO HUMANO ..... 10

3 PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS ........................ 11

4 RELATOS DE INTEGRAÇÃO SOCIAL NO HORTO


MEDICINAL .......................................................................... 18

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................... 21

6 AGRADECIMENTOS......................................................... 21

REFERÊNCIAS .................................................................... 22
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Esquema do Relógio do Corpo Humano implantado


no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Florestal
(CEFLOR), Santa Maria, RS. .................................................. 9
Figura 2. Açafrão-da-terra, alcachofra, alecrim, babosa, boldo,
camomila, cana-do-brejo, canfora de jardim e capim-cidró
cultivadas no Relógio do Corpo Humano no CEFLOR, Santa
Maria, RS. ............................................................................. 15
Figura 3. Capim-limão ou cidreira, carqueja, cavalinha,
confrei, funcho, lavanda ou alfazema, linhaça, losna e
manjericão cultivadas no Relógio do Corpo Humano no
CEFLOR, Santa Maria, RS. .................................................. 16
Figura 4. Menta, mil-em-ramas, pfaffia, poejo, pulmonária,
quebra-pedra, salsa, tansagem e tomilho cultivadas no
Relógio do Corpo Humano no CEFLOR, Santa Maria, RS. ... 17
Figura 5. Horto medicinal em formato de Relógio do Corpo
Humano implantado no CEFLOR, Santa Maria, RS. ............. 18
Figura 6. Registros de algumas visitas e de atividades
realizadas com estudantes de escolas dos municípios de
Santa Maria e Ivorá, RS. ....................................................... 20
LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Distribuição de plantas medicinais e aromáticas


utilizadas na construção do Relógio do Corpo Humano com os
seus respectivos órgãos do corpo e horários de máxima
atividade. .............................................................................. 12
COMUNICADO TÉCNICO

PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS: UM RESGATE


DE CONHECIMENTOS TRADICIONAIS

Joseila Maldaner 1, Gerusa Pauli Kist Steffen2, Madalena


Boeni 3, Ionara Fátima Conterato4, Jorge Martins Dubal5,
Ricardo Bemfica Steffen6, Evandro Luiz Missio7, Rosana
Matos de Morais8, Cleber Witt Saldanha9

1 Pesquisadora Doutora em Fisiologia Vegetal - Centro Estadual de Diagnóstico e


Pesquisa Florestal/ Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária/SEAPDR
2 Pesquisadora Doutora em Ciência do Solo - Centro Estadual de Diagnóstico e
Pesquisa Florestal/ Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária
3 Pesquisadora Doutora em Ciência do Solo - Centro Estadual de Diagnóstico e
Pesquisa Florestal/ Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária
4 Pesquisadora Doutora em Zootecnia - Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa
Florestal/ Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária
5 Pesquisador Doutor em Zootecnia - Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa
Florestal/ Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária
6 Pesquisador Doutor em Ciência do Solo – BioTec RS
7 Pesquisador Doutor em Engenharia Florestal - Centro Estadual de Diagnóstico e
Pesquisa Florestal/ Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária
8 Pesquisadora Doutora Fitotecnia - Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa
Florestal/ Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária
9 Pesquisador Doutor em Fisiologia Vegetal - Centro Estadual de Diagnóstico e
Pesquisa Florestal/ Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária
Está gripado, toma um chazinho!
Comeu algo que não lhe caiu bem, faz
um chá!
Dificuldades para dormir, um chazinho
vai bem!

Fonte: Gerusa Pauli Kist Steffen

O hábito de observar e utilizar plantas no tratamento


de dores, ferimentos e males do corpo foi transferido de
geração a geração e ainda hoje essa prática é sustentada por
conhecimentos tradicionais e populares. Contudo, já se
conhece a fundo muitos dos constituintes químicos dessas
espécies e a ciência é a referência necessária para o uso
seguro de qualquer medicação, seja ela fitoterápica ou não.
Nesse sentido, a implantação do Relógio do Corpo Humano
no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Florestal
constitui um espaço interativo onde a comunidade interessada
possa buscar informações sobre as diversas espécies
medicinais.
1 INTRODUÇÃO

A utilização de plantas para tratamento, cura e


prevenção de doenças físicas e emocionais é uma das mais
antigas práticas medicinais da humanidade e faz parte da
evolução humana, sendo os primeiros recursos terapêuticos
utilizados. No início da década de 1990, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) divulgou que 65-80% da população
dos países em desenvolvimento dependia das plantas
medicinais como única forma de acesso aos cuidados básicos
de saúde (AKERELE, 1993).
O Relógio do Corpo Humano representa um horto
medicinal caracterizado por um formato específico. Formato
este que une vários conhecimentos sobre as plantas
medicinais, aromáticas e condimentares da medicina
tradicional Oriental, com destaque para o Relógio Cósmico e
fluxo de energia (HABOWSKI, 2019). No formato de relógio,
cada canteiro representa um período horário que corresponde
a um órgão do corpo humano e, neste espaço, são cultivadas
as plantas medicinais de usos popular e tradicional (na
maioria referendada pela ciência) que auxiliam nos
transtornos de saúde do órgão em questão (Figura 1).

8
Figura 1. Esquema do Relógio do Corpo Humano implantado
no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Florestal
(CEFLOR), Santa Maria, RS.

De acordo com conceitos da medicina chinesa e da


Teoria do Relógio Cósmico, o corpo humano consiste em um
microcosmo que reproduz as leis da natureza em um ritmo
contínuo, permitindo-se observar o fluxo da energia em todo o
sistema. A energia vital percorre todo o circuito no período de
24 horas, sendo que a cada duas horas, um órgão específico

9
está recebendo essa energia, conforme observado no Quadro
1. Essa energia canalizada significa que no período de duas
horas a atividade do respectivo órgão atinge o clímax (ou seja,
está trabalhando no seu pico de atividade). Com base nessa
informação, estudos verificaram que, em um tratamento, o
horário em que a energia está concentrada no órgão específi-
co é o mais indicado para a sedação, ou seja, o horário de
maior eficiência para acalmar o órgão ou sua função
(HABOWSKI, 2019). Na prática, o uso de plantas medicinais
específicas para cada órgão, nos respectivos horários poten-
cializa seus efeitos terapêuticos (VELLOSO; WERMANN; FU-
SIGE, 2005; HABOWSKI, 2019).
Nesse sentido, os objetivos da implantação do Relógio
do Corpo Humano no Centro Estadual de Diagnóstico e
Pesquisa Florestal (CEFLOR) apresentaram caráter de
pesquisa e divulgação prática dos conhecimentos associados
ao uso de plantas medicinais. Isto porque o Relógio do Corpo
Humano, além de subsidiar com matéria prima as pesquisas
que envolvem extração de óleos essenciais e extratos
vegetais para investigação de sua eficácia como bioinsumos,
também é um espaço aberto à visitação para comunidades
escolares e para o público interessado, como ferramenta
eficiente para o incentivo ao uso correto de plantas medicinais
e seu potencial na promoção da saúde e na melhoria da
qualidade de vida das pessoas.

2 CONSTRUÇÃO DO RELÓGIO DO CORPO HUMANO

Foi escolhida uma área com solo drenado e de fácil


acesso no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa
Florestal para implantação do Relógio do Corpo Humano. A
escolha do local levou em consideração o histórico de uso do
10
solo, sendo selecionado um campo natural que não havia sido
cultivado com espécies de interesse agrícola, para garantir
que o solo estaria livre de resíduos de moléculas químicas
sintéticas provenientes do uso de insumos químicos. Os
canteiros foram demarcados e construídos com blocos de
concreto sendo preenchidos com substrato composto por
solo, vermicomposto e casca de arroz carbonizada.
Cada fatia do horto corresponde a um órgão do corpo
humano e recebeu as plantas correspondentes para tratar
enfermidades relacionadas a esse órgão. Os canteiros foram
identificados com placas descritivas contendo o nome do
respectivo órgão, o horário de maior atividade do mesmo e o
nome popular das espécies vegetais medicinais para tratar
suas enfermidades, semelhante ao que está descrito em
Habowski (2019).
As mudas das plantas medicinais são manejadas com
práticas de cultivo orgânico, garantindo qualidade e ausência
de resíduos químicos e sintéticos nas plantas e no solo. As
plantas medicinais e aromáticas são provenientes de mudas
cultivadas no próprio Centro de Pesquisa, sendo algumas
obtidas com o auxílio de uma campanha realizada junto à
Escola Municipal de Educação Infantil Boca do Monte.

3 PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS

As espécies de uso medicinal e condimentar


implantadas no horto do Centro de Pesquisa estão indicadas
no Quadro 1. Embora a diversidade de plantas relacionadas
aos diferentes órgãos do corpo humano seja maior do que a
apresentada neste modelo é importante destacar que a
metodologia aconselha a não trabalhar com muitas espécies
de plantas para cada canteiro, por não ser pedagógico e nem
11
didático, podendo gerar equívocos. Assim, optou-se por inserir
até quatro espécies diferentes em cada canteiro referente aos
horários de maior atividade dos órgãos a serem tratados.

Quadro 1. Distribuição de plantas medicinais e aromáticas


utilizadas na construção do Relógio do Corpo Humano com os
seus respectivos órgãos do corpo e horários de máxima
atividade.
(continua)
Horário Órgão a Plantas medicinais e aromáticas
indicado ser tratado Nome comum Nome científico
alcachofra Cynara scolymus L.
carqueja Bacharis trimera (Less.)
DC.
1 às 3h Fígado gervão Stachytarpheta cayennen-
sis (Rich.) Vahl.
mil-folhas ou mil- Achillea millefolium L.
em-rama
avenca Adiantum capillus-veneris
L.
cânfora de jardim Artemisia alba Turra
3 às 5h Pulmão malva Malva sylvestris L.
pulmonária Stachys byzantina K.
Koch.
hortelã Mentha piperita L.
Intestino linhaça Linum usitatissimum L.
5 às 7h
grosso sene Cassia angustifólia Vahl.
tansagem Plantago major L.
boldo Peumus boldus Mol.
capim-limão ou Cymbopogon citratus (DC.)
7 às 9h Estômago capim- cidreira Stapf
losna Artemisia absinthium L.
manjericão Ocimum basilicum L.

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Quadro 1. Distribuição de plantas medicinais e aromáticas
utilizadas na construção do Relógio do Corpo Humano com os
seus respectivos órgãos do corpo e horários de máxima
atividade.
(continua)
9 às 11h Baço e lavanda Lavandula dentata L.
pariparoba Piper umbellatum L.
pâncreas
sete sangrias Cuphea carthagenensis
(Jacq.) MacBride
Thymus vulgaris L.
tomilho
alecrim Rosmarinus officinalis L.
capim cidró Aloysia citrodora Paláu
11 às 13h Coração lavanda Lavandula dentata L.
pfaffia Pfaffia glomerata (Spreng.)
Pedersen.
capim-limão ou Cymbopogon citratus (DC.)
capim- cidreira Stapf
Intestino erva de Santa Chenopodium ambrosi-
13 às 15h
delgado Maria oides L.
manjericão Ocimum basilicum L.
funcho Foeniculum vulgare Mill.
cavalinha Equisetum hyemale L.
mil-folhas ou mil- Achillea millefolium L.
15 às 17h Bexiga em-rama
quebra pedra Phyllanthus niruri L.
tansagem Plantago major L.
cana-do-brejo Costus spicatus (Jacq.)
Sw.
carqueja Baccharis trimera (Less.)
17 às 19h Rins DC.
quebra pedra Phyllanthus niruri L.
salsa Petroselinum crispum
Nym.
alecrim Rosmarinus officinalis L.
arnica Arnica montana L.
19 às 21h Circulação
bardana Arctium minus (Hill) Bernh.
cavalinha Equisetum hyemale L.

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Quadro 1. Distribuição de plantas medicinais e aromáticas
utilizadas na construção do Relógio do Corpo Humano com os
seus respectivos órgãos do corpo e horários de máxima
atividade.
(conclusão)
Sistema açafrão da terra Curcuma longa L.
digestório, melissa Melissa officinalis L.
21 às 23h sálvia Salvia officinalis L.
respiratório
tomilho Thymus vulgaris L.
e excretório

Vesícula boldo Peumus boldus Mol.


23 à 1h dente de leão Taraxacum officinale L.
biliar poejo Mentha pulegium L.
babosa Aloe vera L.
bálsamo branco Sedum dendroideum
24 hs Pele Moc et Sessé ex DC.
camomila Matricaria chamomilla L.
confrei Symphitum officinale L.

Cabe observar que a pele, considerada o maior órgão


do corpo humano, pode ser tratada com compostos naturais a
qualquer horário do dia ou da noite. Por esta razão, as plantas
indicadas para uso em tratamentos e cuidados com a pele,
como babosa, bálsamo branco, camomila e confrei são culti-
vadas no canteiro central do Relógio do Corpo Humano.
Com o objetivo de facilitar a identificação das plantas
medicinais e aromáticas potencialmente utilizadas em trata-
mentos naturais, na Figura 2 são apresentadas algumas ima-
gens das espécies utilizadas na composição do Relógio do
Corpo Humano do Centro de Pesquisa.

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açafrão-da-terra alcachofra alecrim

babosa boldo camomila

cânfora de
cana-do-brejo jardim capim-cidró

Figura 2. Açafrão-da-terra, alcachofra, alecrim, babosa, boldo,


camomila, cana-do-brejo, canfora de jardim e capim-cidró
cultivadas no Relógio do Corpo Humano no CEFLOR, Santa
Maria, RS.
Fonte: Joseila Maldaner, Gerusa Pauli Kist Steffen, Madalena Boeni.
15
capim-limão carqueja
ou cidreira cavalinha

lavanda ou
confrei funcho alfazema

linhaça losna manjericão

Figura 3. Capim-limão ou cidreira, carqueja, cavalinha,


confrei, funcho, lavanda ou alfazema, linhaça, losna e
manjericão cultivadas no Relógio do Corpo Humano no
CEFLOR, Santa Maria, RS.

Fonte: Joseila Maldaner, Gerusa Pauli Kist Steffen, Madalena Boeni.


16
mil-em-
menta ramas pfaffia

quebra-
poejo pulmonária pedra

salsa tansagem tomilho

Figura 4. Menta, mil-em-ramas, pfaffia, poejo, pulmonária,


quebra-pedra, salsa, tansagem e tomilho cultivadas no
Relógio do Corpo Humano no CEFLOR, Santa Maria, RS.

Fonte: Joseila Maldaner, Gerusa Pauli Kist Steffen, Madalena Boeni.

17
Figura 5. Horto medicinal em formato de Relógio do Corpo
Humano implantado no CEFLOR, Santa Maria, RS.

Fonte: Joseila Maldaner.

4 RELATOS DE INTEGRAÇÃO SOCIAL NO HORTO


MEDICINAL

O Relógio do Corpo Humano no Centro Estadual de


Diagnóstico e Pesquisa Florestal constitui um espaço
educativo e didático e faz parte de um projeto organizado e
estruturado para ser continuado, com base numa visão mais
ampla, envolvendo diversas áreas de trabalho do Centro de
Pesquisa (Figura 3).
O espaço encontra-se disponível para visitação por
instituições de ensino, pesquisa e para o público interessado
em conhecer a proposta de cultivo de plantas medicinais e
aromáticas, servindo também como exemplo para a instalação
de hortos medicinais neste modelo oriental em outros espaços
educacionais ou em comunidades.

18
O horto medicinal do CEFLOR já serviu de espaço de
interação com docentes e discentes da Escola Municipal de
Educação Infantil Boca do Monte. Devido à proximidade com
essa escola, os estudantes puderam acompanhar desde a
instalação do Relógio do Corpo Humano, participando
inclusive do plantio de algumas mudas, até o desenvolvimento
integral do mesmo.
Representantes da Secretaria Municipal de Educação
do Município de Ivorá também viabilizaram a visitação por
parte de estudantes e professores de cinco escolas do
município. Algumas imagens dessas visitas podem ser
visualizadas na Figura 4.
As visitações possibilitam a exposição, por parte dos
pesquisadores, da temática do relógio cósmico e o fluxo da
energia ao longo do corpo humano durante o período do dia,
de modo a relacionar a utilização das espécies indicadas com
a sabedoria oriental e, assim, estimular a reflexão, o uso
racional das plantas medicinais, aromáticas e condimentares
e propiciar o resgate cultural e a troca de conhecimentos entre
as pessoas.

19
Figura 6. Registros de algumas visitas e de atividades
realizadas com estudantes de escolas dos municípios de
Santa Maria e Ivorá, RS.

Fonte: Joseila Maldaner

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção do horto medicinal na forma de Relógio


do Corpo Humano no CEFLOR permitiu o resgate e a
valorização de conhecimentos tradicionais da medicina
popular, embasá-los em conhecimentos técnicos e promover
a socialização desses saberes. Além disso, se tornou em uma
fonte diversa e contínua de matérias-primas de espécies de
plantas aromáticas e medicinais para uso nas pesquisas de
bioinsumos com aplicação na agropecuária.
Vale destacar que qualquer tratamento de
enfermidades deve ser acompanhado por profissional de
saúde devidamente habilitado, não sendo aconselhado o uso
indiscriminado de fitoterápicos.

6 AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem às escolas parceiras neste


projeto pelo envolvimento nas atividades de prospecção de
espécies medicinais, troca de experiências e visitação. Um
agradecimento especial é dirigido à Fundação Antonio
Menegheti pelo apoio financeiro que permitiu a construção do
Relógio do Corpo Humano no Centro Estadual de Diagnóstico
e Pesquisa Florestal.

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REFERÊNCIAS

AKERELE, O. Summary of WHO guidelines for the


assessment of herbal medicines. HerbalGram, Austin, 28, p.
13-19, 1993.

HABOWSKI, F. Horto medicinal: relógio do corpo humano.


Revista Insignare Scientia, Cerro Largo, v. 2, n. 3, p. 134-
141, nov. 2019.

VELLOSO, C. C.; WERMANN, A. M.; FUSIGE,T.B. Horto


medicinal: relógio do corpo humano. Putinga: Emater/RS-
ASCAR, 2005. 14 p.

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