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"Mulheres, vida,

liberdade!": entenda o que


está acontecendo no Irã
Manoela Leite, Maria Paula, Rafaelle e Giorgia

Protestos estão tomando conta do Para entender os acontecimentos,


Irã e muitas mulheres ao redor do é necessário se apropriar de
mundo estão cortando o cabelo conceitos como o Islamismo e a
como forma de apoio. Revolução Iraniana de 1979

A religião Islã é monoteísta, e detém uma


grande quantidade de praticantes no Irã,
local onde 98% da população é
considerada muçulmana.
A principal questão é que, no ano de 1979, o país passou pela
Revolução Iraniana, na qual os islâmicos xiitas do Irã, liderados pelo
aiatolá Rouhollah Khomeini, derrubaram o governo do xá Reza
Pahlevi, tornando-se uma república teocrática islâmica. Nesse novo
modelo, passou a ser instituída uma ditadura baseada em uma
interpretação conservadora do alcorão (texto sagrado do Islã). Desta
forma, mulher é entendida como um ser inferiorizado, do qual o
homem faz o uso e deve cuidar.

As medidas conservadoras tomadas pelo novo governo incluem a


obrigatoriedade do uso do hijab (véu que cobre os cabelos) e de
roupas islâmicas modestas por mulheres.
É importante ressaltar que essas imposições estão em vigor há anos,
e já houve outras manifestações, porém agora elas estão tomando
força por conta da repercussão mundial do caso de Mahsa Amini.

A jovem curda Mahsa Amini, de 22


anos, não estava utilizando o hijab e
foi detida pela polícia da moralidade
em Teerã. Após o ocorrido, ela entrou
em coma e morreu no hospital três
dias depois. A família alega que ela foi
agredida com um cassetete.

O acontecimento desencadeou protestos mundiais,


nos quais mulheres cortam o cabelo como forma de
solidariedade. A proporção se tornou gigantesca,
principalmente por conta das redes sociais
O ato de cortar o cabelo é explicado pelo sociólogo
iraniano Mehrdad Darvishpour:
"Historicamente, na província do Curdistão, quando as pessoas perdiam um
amigo próximo ou um membro da família, cortavam o cabelo como sinal de
tristeza".

"Isso começou com o intuito de mostrar tristeza e


solidariedade pela morte de Masha Amini, mas agora é mais
uma ação de protesto contra o governo, uma demonstração
de raiva também", acrescenta o sociólogo.
"Tradicionalmente, o cabelo comprido é muito importante
para nossas mulheres,
então cortá-lo é um protesto contra a ideologia antifeminina e agora também um
símbolo de solidariedade." A luta pelos direitos de escolha de vestimenta e contra o
governo autoritário segue ocorrendo e, pela grande repercussão espera-se que novas
medidas sejam tomadas.
FONTES: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63199083; https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63038853;
https://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/religiao-do-ira

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