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I - PRÉ-CAMPANHA: IMPULSIONAMENTO PAGO CONTEÚDO POLÍTICO ELEITORAL

seja contratado por partido político ou pela pessoa natural que pretenda se
candidatar diretamente com o provedor de aplicação;
não haja pedido explícito de voto;
os gastos sejam moderados, proporcionais e transparentes;

sejam observadas as regras aplicáveis ao impulsionamento durante a campanha (no


que lhes couber.

II - PODER DE POLÍCIA
O juízo eleitoral com atribuições fixadas na forma do art. 8º desta Resolução somente
poderá determinar a imediata retirada de conteúdo na internet que, em sua forma ou
meio de veiculação, esteja em desacordo com o disposto nesta Resolução.
§ 1º Caso a irregularidade constatada na internet se refira ao teor da propaganda, não
será admitido o exercício do poder de polícia
Rp nº 060137342 Acórdão BRASÍLIA O Tribunal, por unanimidade, determinou, no
exercício do poder de polícia, que os representados providenciem no prazo de 24 horas
os ajustes necessários a fim de fazer constar de modo inequívoco e ininterrupto na
página principal e na página secundária a identificação de que o conteúdo divulgado
consiste em propaganda eleitoral, sob pena de suspensão do canal, nos termos do voto
reajustado da Relatora; E, por maioria, determinou ainda a remoção do vídeo indicado
no acórdão, nos termos do voto do Min. Ricardo Lewandowski, vencidos neste ponto, a
Relatora e o Ministro Sérgio Banhos. Acompanharam a divergência parcial, a Ministra
Cármen Lúcia e os Ministros Benedito Gonçalves, Raul Araújo e Alexandre de Moraes
(Presidente).

Ref-Rp nº060168603 BRASÍLIA Relator(a): Min. Raul Araujo Filho


Julgamento: 26/10/2022 Publicação: 28/10/2022

Ementa
ELEIÇÕES 2022. TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA. "REPRESENTAÇÃO ELEITORAL C.C.
PEDIDO DE EXERCÍCIO DE PODER DE POLÍCIA". CAPTAÇÃO ILÍCITA DE DADOS PESSOAIS
POR MEIO DO SITE WWW.FISCAISDOMITO.COM.BR, QUE NÃO POSSUI RELAÇÃO COM A
COLIGAÇÃO QUE É LEGÍTIMA REPRESENTANTE DA CHAPA ENCABEÇADA PELO
CANDIDATO AO CARGO DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA. CONDUTA QUE, EM TESE,
VULNERA BENS JURÍDICOS TUTELADOS PELO DIREITO ELEITORAL, INCLUSIVE DE
NATUREZA PENAL. DETERMINAÇÃO DE BLOQUEIO IMEDIATO DO SITE. REMESSA DE
CÓPIA DOS AUTOS À PROCURADORIA–GERAL ELEITORAL, A FIM DE QUE ADOTE AS
PROVIDÊNCIAS QUE JULGAR CABÍVEIS. TUTELA DE URGÊNCIA CONCEDIDA.
III - Posicionamento pessoal sobre questões políticas: EM SHOWS etc
PERMITIDA a divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive
em shows, apresentações e performances artísticas, redes sociais, blogs, sítios
eletrônicos pessoais e aplicativos (apps)
PROIBIDA a contratação ou a remuneração de pessoas naturais ou jurídicas com a
finalidade específica de divulgar conteúdos político-eleitorais em favor de terceiros

IV - DE PARLAMENTARES
a divulgação de atos de parlamentares e de debates legislativos, desde que não se
faça pedido de votos

V - LIVE DE PRÉ-CANDIDATO
Poderão ser realizados em live exclusivamente nos perfis e canais de pré-candidatas,
pré-candidatos, partidos políticos e coligações, vedada a transmissão ou
retransmissão por emissora de rádio, por emissora de televisão ou em site, perfil ou
canal pertencente a pessoa jurídica

VI - MENSAGENS PRIVADAS E GRUPOS RESTRITOS DE PARTICIPANTES


As mensagens eletrônicas e as mensagens instantâneas enviadas consensualmente
por pessoa natural, de forma privada ou em grupos restritos de participantes, não se
submetem ao caput deste artigo e às normas sobre propaganda eleitoral previstas
na Resolução

VII - IMPRENSA ESCRITA E EDITORAL: possibilidade

VIII - ARRECADAÇÃO PRÉVIA: A PARTIR DE 15 DE MAIO


Permitida campanha de arrecadação prévia de recursos na modalidade prevista no
inciso IV do § 4º do art. 23 da Lei nº 9.504/1997
são permitidos o pedido de apoio político e a divulgação da pré-candidatura, das
ações políticas desenvolvidas e das que se pretende desenvolver
a partir de 15 de maio do ano da eleição, observadas a vedação a pedido de voto e
as regras relativas à propaganda eleitoral na internet (Lei nº 9.504/1997, art. 22-A, §
3º ; vide Consulta TSE nº 0600233-12.2018).
IX - INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E PROPAGANDA

OBRIGAÇÕES: informar, de modo explícito, destacado e acessível que o conteúdo foi


fabricado ou manipulado e a tecnologia utilizada.
a) por áudio: no início das peças ou da comunicação b) peças que consistam em imagens
estáticas: por rótulo (marca d’água) e na audiodescrição, c) por vídeo ou áudio e vídeo:
marca d’água e na audiodescrição; d) material impresso: em cada página ou face
O uso de chatbots, avatares e conteúdos sintéticos como artifício para intermediar a
comunicação de campanha com pessoas naturais submete-se a essas exigências.
NÃO SE APLICA: a) ajustes destinados a melhorar a qualidade de imagem ou de som; b)
produção de elementos gráficos de identidade visual, vinhetas e logomarcas; c) recursos
de marketing de uso costumeiro em campanhas, como a montagem de imagens em que
pessoas candidatas e apoiadoras aparentam figurar em registro fotográfico único
utilizado na confecção de material impresso e digital de propaganda.
PROIBIDO
simulação de interlocução com a pessoa candidata ou outra pessoa real
para prejudicar ou para favorecer candidatura, de conteúdo sintético em formato de
áudio, vídeo ou combinação de ambos, que tenha sido gerado ou manipulado
digitalmente, ainda que mediante autorização, para criar, substituir ou alterar imagem
ou voz de pessoa viva, falecida ou fictícia (deep fake)
CONSEQUÊNCIA
É dever do provedor de aplicação de internet, que permita a veiculação de conteúdo
político-eleitoral, a
1º) adoção e a publicização de medidas para impedir ou diminuir a circulação de fatos
notoriamente inverídicos ou gravemente descontextualizados que possam atingir a
integridade do processo eleitoral [não dependem de notificação da autoridade judicial]
2º) a elaboração e a aplicação de termos de uso e de políticas de conteúdo compatíveis
com esse objetivo [não dependem de notificação da autoridade judicial]
3º) implementação de instrumentos eficazes de notificação e de canais de denúncia,
acessíveis às pessoas usuárias e a instituições e entidades públicas e privadas; [não
dependem de notificação da autoridade judicial]
4º) o planejamento e a execução de ações corretivas e preventivas, incluindo o
aprimoramento de seus sistemas de recomendação de conteúdo; [não dependem de
notificação da autoridade judicial]
5º) a transparência dos resultados alcançados pelas ações [não dependem de
notificação da autoridade judicial]
6º) a elaboração, em ano eleitoral, de avaliação de impacto de seus serviços sobre a
integridade do processo eleitoral, a fim de implementar medidas eficazes e
proporcionais para mitigar os riscos identificados, incluindo quanto à violência política
de gênero, e a implementação das medidas previstas neste artigo. [não dependem de
notificação da autoridade judicial]
7º) o aprimoramento de suas capacidades tecnológicas e operacionais, com priorização
de ferramentas e funcionalidades que contribuam para o alcance do objetivo [não
dependem de notificação da autoridade judicial]
8º) vedado ao provedor de aplicação, que comercialize qualquer modalidade de
impulsionamento de conteúdo, inclusive sob a forma de priorização de resultado de
busca, disponibilizar esse serviço para veiculação de fato notoriamente inverídico ou
gravemente descontextualizado que possa atingir a integridade do processo eleitoral.
[não dependem de notificação da autoridade judicial]
9º) O provedor de aplicação, que detectar conteúdo ilícito ou for notificado de sua
circulação pelas pessoas usuárias, deverá adotar providências imediatas e eficazes para
fazer cessar o impulsionamento, a monetização e o acesso ao conteúdo e promoverá a
apuração interna do fato e de perfis e contas envolvidos para impedir nova circulação do
conteúdo e inibir comportamentos ilícitos, inclusive pela indisponibilização de serviço
de impulsionamento ou monetização. [não dependem de notificação da autoridade
judicial]
10) A Justiça Eleitoral poderá determinar que o provedor de aplicação veicule, por
impulsionamento e sem custos, o conteúdo informativo que elucide fato notoriamente
inverídico ou gravemente descontextualizado antes impulsionado de forma irregular,
nos mesmos moldes e alcance da contratação.
11) Os provedores de aplicação serão solidariamente responsáveis, civil e
administrativamente, quando não promoverem a indisponibilização imediata de
conteúdos e contas, durante o período eleitoral, nos seguintes casos de risco:
a) de condutas, informações e atos antidemocráticos caracterizadores de violação aos
artigos 296, parágrafo único; 359-L, 359- M, 359-N, 359-P e 359-R do Código Penal;
b) de divulgação ou compartilhamento de fatos notoriamente inverídicos ou
gravemente descontextualizados que atinjam a integridade do processo eleitoral,
inclusive os processos de votação, apuração e totalização de votos;
c) de grave ameaça, direta e imediata, de para restringir ou impedir o exercício dos
poderes constitucionais ou a abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
(Incluído pela Resolução nº 23.732/2024) violência ou incitação à violência contra a
integridade física de membros e servidores da Justiça eleitoral e Ministério Público
eleitoral ou contra a infraestrutura física do Poder Judiciário
d) de comportamento ou discurso de ódio, inclusive promoção de racismo, homofobia,
ideologias nazistas, fascistas ou odiosas contra uma pessoa ou grupo por preconceito de
origem, raça, sexo, cor, idade, religião e quaisquer outras formas de discriminação
e) de divulgação ou compartilhamento de conteúdo fabricado ou manipulado, parcial ou
integralmente, por tecnologias digitais, incluindo inteligência artificial, em desacordo
com as formas de rotulagem trazidas na presente Resolução.

X - VINCULAÇÃO DOS JUÍZES ÀS DECISÕES COLEGIADAS DO TSE


Art. 9º-F. No caso de a propaganda eleitoral na internet veicular fatos notoriamente
inverídicos ou gravemente descontextualizados sobre o sistema eletrônico de votação,
o processo eleitoral ou a Justiça Eleitoral, as juízas e os juízes mencionados no art. 8º
desta Resolução ficarão vinculados, no exercício do poder de polícia e nas
representações, às decisões colegiadas do Tribunal Superior Eleitoral sobre a mesma
matéria, nas quais tenha sido determinada a remoção ou a manutenção de conteúdos
idênticos. (Incluído pela Resolução nº 23.732/2024)
Para o cumprimento ao disposto no caput deste artigo, as juízas e os juízes eleitorais
deverão consultar repositório de decisões colegiadas, que será disponibilizado pelo
Tribunal Superior Eleitoral pelo sistema de que trata o art. 9º-G desta Resolução
A ordem de remoção de conteúdo expedida nos termos deste artigo poderá estabelecer
prazo inferior a 24 (vinte e quatro) horas para cumprimento da decisão, considerando
a gravidade da veiculação e as peculiaridades do processo eleitoral e da eleição em curso
ou a se realizar, e observará os demais requisitos constantes do § 4º do art. 38 desta
Resolução
O exercício do poder de polícia que contrarie ou exorbite o previsto no § 1º deste artigo
permitirá o uso da reclamação administrativa eleitoral, observado o disposto nos arts.
29 e 30 da Res.-TSE n º 23.608/2019

XI - REPOSITÓRIO DE FATOS SABIDAMENTE INVERÍDICOS OU GRAVEMENTE


DESCONTEXTUALIZADOS (Art. 9º-G)
As decisões do Tribunal Superior Eleitoral que determinem a remoção de conteúdos que
veiculem fatos notoriamente inverídicos ou gravemente descontextualizados que
atinjam a integridade do processo eleitoral serão incluídas em repositório
disponibilizado para consulta pública.
§ 1º O repositório conterá o número do processo e a íntegra da decisão, da qual serão
destacados, para inclusão em campo próprio a cargo da Secretaria Judiciária, o endereço
eletrônico em que hospedado o conteúdo a ser removido e a descrição de seus
elementos essenciais.
Ordens de remoção: dirigidas aos provedores de aplicação, que, no prazo designado para
cumprimento, deverão, por meio de acesso identificado no sistema, informar o
cumprimento da ordem e, desde que determinado, alimentar o repositório com: I - o
arquivo de texto, imagem, áudio ou vídeo objeto da ordem de remoção; II – capturas de
tela contendo todos os comentários disponíveis no local de hospedagem do conteúdo,
se existentes; III – os metadados relativos ao acesso, como IP, porta, data e horário da
publicação; IV – os metadados relativos ao engajamento da publicação no momento de
sua remoção.
Consulta pública, ressalvadas as hipóteses legais de sigilo
Dados mencionados nos incisos I a III mantidos sob sigilo, sendo seu acesso restrito às
juízas e aos juízes eleitorais e às servidoras e aos servidores autorizadas(os) e feito
mediante registro de atividades.
É dever das juízas e dos juízes eleitorais acompanhar a atualização do repositório de
decisões, para assegurar o exercício do poder de polícia.
Os dados sigilosos constantes do repositório poderão ser compartilhados por decisão
fundamentada: I - de ofício ou mediante requerimento da autoridade competente, para
instaurar ou instruir investigação criminal, administrativa ou eleitoral; II – mediante
requerimento da pessoa autora do conteúdo ou por ela atingido, quando necessários ao
exercício do direito de defesa ou de ação; III – nas demais hipóteses legais. (Incluído pela
Resolução nº 23.732/2024)
O compartilhamento ou a publicização indevida dos dados sujeita a pessoa responsável
às sanções pela divulgação de fatos notoriamente inverídicos ou gravemente
descontextualizados sobre o sistema eletrônico de votação, o processo eleitoral ou a
atuação da Justiça Eleitoral, sem prejuízo da apuração da conduta criminal
correspondente ao vazamento de dados sigilosos ou outras relativas ao caso.
O repositório também conterá as decisões do Tribunal Superior Eleitoral que indefiram
a remoção de conteúdos, hipótese na qual caberá à Secretaria Judiciária incluir, em
campo próprio, o endereço eletrônico da publicação.
Não impede a aplicação da multa prevista no art. 57-D da Lei nº 9.504/1997 por decisão
judicial em representação

XII - CRIAÇÃO DE ESTADOS MENTAIS, EMOCIONAIS OU PASSIONAIS


A restrição ao emprego de meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na
opinião pública, estados mentais, emocionais e passionais não pode ser interpretada de
forma a inviabilizar a publicidade das candidaturas ou embaraçar a crítica de natureza
política, devendo-se proteger, no maior grau possível, a liberdade de pensamento e
expressão.
A vedação prevista no caput deste artigo incide sobre o uso de ferramentas tecnológicas
para adulterar ou fabricar áudios, imagens, vídeos, representações ou outras mídias
destinadas a difundir fato falso ou gravemente descontextualizado sobre candidatas,
candidatos ou sobre o processo eleitoral.

XIII - SHOWS DE ARRECADAÇÃO


São permitidas apresentações artísticas ou shows musicais em eventos de arrecadação
de recursos para campanhas eleitorais previstos no art. 23, § 4º, V, da Lei nº 9.504/1997
(STF: ADI nº 5.970/DF, j. em 7.10.2021).
Nos eventos de arrecadação é livre a manifestação de opinião política e preferência
eleitoral pelas(os) artistas que se apresentarem e a realização de discursos por
candidatas, candidatos, apoiadoras e apoiadores.

XIV - NOTIFICAÇÃO PARA RETIRADA DE PROPAGANDA IRREGULAR


serão utilizados os meios de notificação informados no Requerimento de Registro de
Candidatura (RRC) e no Demonstrativo de Regularidade dos Atos Partidários (DRAP).

XV - COMUNICAÇÃO DO MP PARA APURAÇÃO DE VIOLÊNCIA POLÍTICA


que veicule preconceitos de origem, etnia, raça, sexo, cor, idade, religiosidade,
orientação sexual, identidade de gênero e quaisquer outras formas de discriminação,
inclusive contra pessoa em razão de sua deficiência
que deprecie a condição de mulher ou estimule sua discriminação em razão do sexo
feminino, ou em relação à sua cor, raça ou etnia.

XVI - DIREITOS AUTORAIS


A autora ou o autor de obra artística ou audiovisual utilizada sem autorização para a
produção de jingle, ainda que sob forma de paródia, ou de outra peça de propaganda
eleitoral poderá requerer a cessação da conduta, por petição dirigida às Juízas e aos
juízes mencionados no art. 8º desta Resolução
Para o deferimento do pedido, é suficiente a ausência de autorização expressa para uso
eleitoral da obra artística ou audiovisual, sendo irrelevante a demonstração da
ocorrência de dano ou a existência de culpa ou dolo
A tutela poderá abranger a proibição de divulgação de material ainda não veiculado, a
ordem de remoção de conteúdo já divulgado e a proibição de reiteração do uso
desautorizado da obra artística (Código de Processo Civil, art. 497, parágrafo único).
XVII - CREDENCIAMENTO, NA JUSTIÇA ELEITORAL, DO PROVEDOR DE APLICAÇÃO QUE
PRETENDA IMPULSIONAR E BIBLIOTECA DE CONTEÚDOS
O provedor de aplicação que preste serviço de impulsionamento de conteúdos político-
eleitorais, inclusive sob a forma de priorização de resultado de busca, deverá manter
repositório e disponibilizar ferramenta de consulta, acessível e de fácil manejo, que
permita realizar busca avançada nos dados do repositório que contenha, no mínimo: a)
buscas de anúncios a partir de palavras-chave, termos de interesse e nomes de
anunciantes; b) acesso a informações precisas sobre os valores despendidos, o período
do impulsionamento, a quantidade de pessoas atingidas e os critérios de segmentação
definidos pela(o) anunciante no momento da veiculação do anúncio; interface dedicada
(application programming interface – API), de dados de anúncios, incluindo seu
conteúdo, gasto, alcance, público atingido e responsáveis pelo pagamento.

Obrigação permanente
Caracteriza conteúdo político-eleitoral, independente da classificação feita pela
plataforma, aquele que versar sobre eleições, partidos políticos, federações e coligações,
cargos eletivos, pessoas detentoras de cargos eletivos, pessoas candidatas, propostas de
governo, projetos de lei, exercício do direito ao voto e de outros direitos políticos ou
matérias relacionadas ao processo eleitoral.

XVIII - COMUNICAÇÃO À JUSTIÇA ELEITORAL


no RRC ou no DRAP, se pré-existentes OU o prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar
de sua criação, se ocorrer no curso da campanha
Os provedores de aplicação que utilizarem sistema de recomendação a usuárias e
usuários deverão excluir dos resultados os canais e perfis informados à Justiça Eleitoral

XIX - INFLUENCIADORES
é lícita a veiculação de propaganda eleitoral em canais e perfis de pessoas naturais que
tenham maior engajamento, desde que gratuita e para fins lícitos

XX - IMUNIDADE PARLAMENTAR
3. A orientação jurisprudencial do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a respeito do alcance
da imunidade parlamentar, firmou a compreensão no sentido de que "Se não se quiser
confundir a imunidade material com o privilégio de irresponsabilidade pessoal é preciso
o cuidado de distinguir entre a ação do congressista e ação do político. A pregação de
ideias, o apoio e a crítica a atos dos governos, a qualificação positiva ou negativa de
homens públicos são a matéria prima do aliciamento e da mobilização de opiniões que
constituem o empenho do cotidiano dos políticos, sejam eles mandatários ou não:
estender a inviolabilidade ao que, nesse trabalho essencialmente competitivo, diga o
político, que seja parlamentar fora do exercício do mandato e sem conexão com ele, é
dar-lhe uma situação privilegiada em relação aos concorrentes, que briga com princípios
fundamentais da Constituição" (Inq 390-QO, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Pleno, DJ
de 27/10/1989). 4. A SUPREMA CORTE, recentemente, reafirmou o entendimento sobre
a matéria, enfatizando que "a garantia constitucional da imunidade parlamentar
material somente incide no caso de as manifestações guardarem conexão com o
desempenho da função legislativa ou que sejam proferidas em razão desta, não sendo
possível utilizá-la como verdadeiro escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas"
(AP 1.044, Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, Pleno, DJe de 23/6/2022).

XXI - FATO SABIDAMENTE INVERÍDICO OU DESCONTEXTUALIZADO


Considerado ilícito:

XXII - DIREITO DE RESPOSTA

A - Um pressuposto que vem se assentando:


REFERENDO NO DIREITO DE RESPOSTA Nº 0601587-33.2022.6.00.0000 – BRASÍLIA –
DISTRITO FEDERAL Relator: Ministro Alexandre de Moraes: A Constituição Federal não
permite aos pré-candidatos, candidatos e seus apoiadores, inclusive em período de
propaganda eleitoral, a propagação de discurso de ódio, ideias contrárias à ordem
constitucional e ao Estado Democrático (CF, art. 5º, XLIV, e art. 34, III e IV), tampouco a
realização de manifestações nas redes sociais ou através de entrevistas públicas
visando ao rompimento do Estado de Direito, com a extinção das cláusulas pétreas
constitucionais – Separação de Poderes (CF, art. 60, §4º), com a consequente instalação
do arbítrio.
B - Fato gravemente descontextualizado: Ref-DR nº 060153889 Acórdão BRASÍLIA DF
Relator(a): Min. Alexandre de Moraes Julgamento: 27/10/2022

C - Multa do art. 57-D: no julgamento do Recurso na Representação 0601754-50, de


relatoria do Ministro Alexandre de Moraes, estabeleceu diretriz interpretativa a ser
adotada para as Eleições 2022, segundo a qual “o art. 57-D da Lei 9.504/1997 não
restringe, de forma expressa, qualquer interpretação no sentido de limitar sua
incidência aos casos de anonimato, de forma que é possível ajustar a exegese à sua
finalidade de preservar a higidez das informações divulgadas na propaganda eleitoral,
ou seja, alcançando a tutela de manifestações abusivas por meio da internet – incluindo-
se a disseminação de fake news tendentes a vulnerar a honra de candidato adversário –
que, longe de se inserirem na livre manifestação de pensamento, constituem evidente
transgressão à normalidade do processo eleitoral
abuso na liberdade de expressão ocorrido por meio de propaganda veiculada pela
internet, melhor se ajusta ao caso o art. 57-D da Lei 9.504/1997:

D - Não concedeu direito de resposta: Sabe quem votou contra o auxílio Brasil de
seiscentos reais? Não? todos os deputados do PT. Sabe quem votou contra a redução do
preço dos combustíveis? Não, todos os senadores do PT, se você sabe, porque o Brasil
que interessa para o PT, não é o Brasil que faz bem para você. A partir de tal contexto,
cumpre enfatizar que a liberdade do direito de voto depende, preponderantemente, da
ampla liberdade de discussão, de maneira que deve ser garantida aos pré-candidatos,
candidatos e seus apoiadores a ampla liberdade de expressão e de manifestação,
possibilitando ao eleitor pleno acesso as informações necessárias para o exercício da
livre destinação de seu voto.

E - Propaganda negativa:
A divulgação de fato sabidamente inverídico, com aparente finalidade de vincular a
figura do pré-candidato a atividades de organização criminosa, como no caso, parece
suficiente a configurar propaganda eleitoral negativa, na linha da jurisprudência desta
CORTE, segundo a qual a configuração do ilícito pressupõe "ato que, desqualificando
pré-candidato, venha a macular sua honra ou a imagem ou divulgue fato sabidamente
inverídico" (AgR-REspe 0600016-43, Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO).
Não houve direito de resposta, mas multa pela recalcitrância. O conteúdo foi
conhecido, mas o contraponto não.

F - Indefere tutela de urgência de direito de resposta e determina remoção de


conteúdo: E, na sessão de 13.10.2022, o Plenário da Corte não referendou a decisão
monocrática do Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, na Rp nº 0601372-
57.2022.6.00.0000, que indeferiu “[...] o pedido de tutela provisória de urgência” (ID
158212630), e, por maioria, concedeu a tutela provisória para remoção de conteúdo de
propaganda veiculada no Twitter, nos termos do voto divergente apresentado pelo
Ministro Ricardo Lewandowski, que foi acompanhado pela Ministra Cármen Lúcia e
pelos Ministros Benedito Gonçalves e Alexandre de Moraes. "Ao apresentar as
reportagens jornalísticas sob o título ‘Relembre os Esquemas do Governo Lula’, a matéria
atribui ao candidato Lula uma série de escândalos de corrupção que jamais foram
judicialmente imputadas a ele e a respeito dos quais, por conseguinte, nunca teve a
oportunidade de exercer sua defesa. Nesse sentido, considero grave a desordem
informacional apresentada e, como tal, apta a comprometer a autodeterminação
coletiva, a livre expressão, a livre formação da vontade do eleitor.

AgR-REspEl 060164797 Acórdão CUIABÁ Relator(a): Min. Raul Araujo Filho


Julgamento: 10/08/2023 Publicação: 21/08/2023

ELEIÇÕES 2022. AGRAVO INTERNO EM RECURSO ESPECIAL. REPRESENTAÇÃO. DIREITO


DE RESPOSTA CANDIDATA AO CARGO DE GOVERNADOR. MULTA POR
DESCUMPRIMENTO DE DUAS DECISÕES JUDICIAIS. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO
COMPROVADO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS ARESTOS CONFRONTADOS.
AGRAVO INTERNO QUE NÃO APRESENTA ARGUMENTOS APTOS A COMBATER OS
FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. NEGADO PROVIMENTO AO AGRAVO
INTERNO.

G - Direito de resposta natureza satisfativa, indeferimento de liminar: natureza


satisfativa e irreversível da medida, mostra–se inviável, neste momento processual,
autorizar o direito de resposta. Nessa linha: Rp nº 0601375–12, rel. Min. Cármen Lúcia,
mural eletrônico em 16.10.2022; Rp nº 0601634–46/DF, rel. Min. Luis Felipe Salomão,
mural eletrônico de 9.10.2018; Rp nº 0601510–63/DF, rel. Min. Luis Felipe Salomão,
mural eletrônico de 10.11.2018.

A concessão liminar do direito de resposta configuraria medida de natureza satisfativa


e irreversível, o que é vedado, nos termos do art. 300, § 3º, do Código de Processo Civil,
que prevê que "a tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando
houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão".

Ref-DR nº 060156742 ELEIÇÕES 2022. DIREITO DE RESPOSTA. CARGO DE PRESIDENTE


DA REPÚBLICA. PROPAGANDA. HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO. TELEVISÃO. VIDEO E
JINGLE. PRECEDENTE DA CORTE. OFENSA QUE DESBORDA A MERA CRITICA POLÍTICA.
IMPUTAÇÃO DE "CORRUPTO" E "LADRÃO" AO CANDIDATO. IMPOSSIBILIDADE DO
DEFERIMENTO LIMINAR DO PEDIDO DE DIREITO DE RESPOSTA ANTE A NATUREZA
SATISFATIVA DA MEDIDA. LIMINAR DEFERIDA APENAS PARA SUSPENDER A VEICULAÇÃO
E A REITERAÇÃO DA ÍNTEGRA DO VÍDEO OBJETO DESTA AÇÃO. 1.Liminar deferida
referendada.

H - Indeferido direito de resposta: fato verdadeiro


DIREITO DE RESPOSTA Nº 0601591-70.2022.6.00.0000 – BRASÍLIA – DISTRITO FEDERAL
Relatora: Ministra Cármen Lúcia: Os representantes não lograram demonstrar que as
imagens sejam falsas ou sabidamente inverídicas. Não se põe em questão pelos autores
da representação a autenticidade das fotos, reproduzidas na peça publicitária, nas quais
o candidato Jair Messias Bolsonaro aparece ao lado da ex-deputada Flordelis e do ex-
vereador Gabriel Monteiro. Sobre o tema, os representantes limitam-se a afirmar que
o candidato, na condição de Presidente da República conhece “Parlamentares dos mais
diversos rincões do país, independentemente de posicionamentos políticos ou de
crenças pessoais” (ID 158265121, p. 3). Essa assertiva não infirma nem expõe a ideia de
que ele seja adepto de qualquer prática adotada pelas pessoas indicadas, menos ainda
que ele adere ou aceita tais condutas, deixando apenas - como é próprio do processo
político - a ideia de que ele se fez acompanhar, ao menos naquelas ocasiões, pelas
pessoas retratadas.
I - Ausência de perda de objeto
Ademais, tem-se que, no recente julgamento conjunto dos Recursos Especiais nos
0601060-85, 0601055-63, 0601045-19, 0601036-57, em 25.10.2022, o Colegiado desta
Casa passou a perfilhar o entendimento de que o encerramento do primeiro turno das
eleições não acarreta a perda superveniente do objeto dos pedidos de direito de
resposta também relativos à propaganda divulgada no horário eleitoral gratuito, quando
há identidade de competidores em primeiro e segundo turnos.
Em face da interposição de novo agravo interno, observo que o Tribunal, em recente
sessão de 25.10.2022, reviu tal compreensão sobre a matéria, afastando, por maioria, o
prejuízo de recursos especiais alusivos a pedido de direito de resposta formulados em
primeiro turno (ainda que já em curso o segundo turno), conforme julgamento conjunto
nos Recursos Especiais 0601060–85, 0601055–63, 0601045–19 e 0601036–57,
orientação, portanto, que deve ser observada, no caso concreto, em obediência ao
princípio da colegialidade.

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