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seja contratado por partido político ou pela pessoa natural que pretenda se
candidatar diretamente com o provedor de aplicação;
não haja pedido explícito de voto;
os gastos sejam moderados, proporcionais e transparentes;
II - PODER DE POLÍCIA
O juízo eleitoral com atribuições fixadas na forma do art. 8º desta Resolução somente
poderá determinar a imediata retirada de conteúdo na internet que, em sua forma ou
meio de veiculação, esteja em desacordo com o disposto nesta Resolução.
§ 1º Caso a irregularidade constatada na internet se refira ao teor da propaganda, não
será admitido o exercício do poder de polícia
Rp nº 060137342 Acórdão BRASÍLIA O Tribunal, por unanimidade, determinou, no
exercício do poder de polícia, que os representados providenciem no prazo de 24 horas
os ajustes necessários a fim de fazer constar de modo inequívoco e ininterrupto na
página principal e na página secundária a identificação de que o conteúdo divulgado
consiste em propaganda eleitoral, sob pena de suspensão do canal, nos termos do voto
reajustado da Relatora; E, por maioria, determinou ainda a remoção do vídeo indicado
no acórdão, nos termos do voto do Min. Ricardo Lewandowski, vencidos neste ponto, a
Relatora e o Ministro Sérgio Banhos. Acompanharam a divergência parcial, a Ministra
Cármen Lúcia e os Ministros Benedito Gonçalves, Raul Araújo e Alexandre de Moraes
(Presidente).
Ementa
ELEIÇÕES 2022. TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA. "REPRESENTAÇÃO ELEITORAL C.C.
PEDIDO DE EXERCÍCIO DE PODER DE POLÍCIA". CAPTAÇÃO ILÍCITA DE DADOS PESSOAIS
POR MEIO DO SITE WWW.FISCAISDOMITO.COM.BR, QUE NÃO POSSUI RELAÇÃO COM A
COLIGAÇÃO QUE É LEGÍTIMA REPRESENTANTE DA CHAPA ENCABEÇADA PELO
CANDIDATO AO CARGO DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA. CONDUTA QUE, EM TESE,
VULNERA BENS JURÍDICOS TUTELADOS PELO DIREITO ELEITORAL, INCLUSIVE DE
NATUREZA PENAL. DETERMINAÇÃO DE BLOQUEIO IMEDIATO DO SITE. REMESSA DE
CÓPIA DOS AUTOS À PROCURADORIA–GERAL ELEITORAL, A FIM DE QUE ADOTE AS
PROVIDÊNCIAS QUE JULGAR CABÍVEIS. TUTELA DE URGÊNCIA CONCEDIDA.
III - Posicionamento pessoal sobre questões políticas: EM SHOWS etc
PERMITIDA a divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive
em shows, apresentações e performances artísticas, redes sociais, blogs, sítios
eletrônicos pessoais e aplicativos (apps)
PROIBIDA a contratação ou a remuneração de pessoas naturais ou jurídicas com a
finalidade específica de divulgar conteúdos político-eleitorais em favor de terceiros
IV - DE PARLAMENTARES
a divulgação de atos de parlamentares e de debates legislativos, desde que não se
faça pedido de votos
V - LIVE DE PRÉ-CANDIDATO
Poderão ser realizados em live exclusivamente nos perfis e canais de pré-candidatas,
pré-candidatos, partidos políticos e coligações, vedada a transmissão ou
retransmissão por emissora de rádio, por emissora de televisão ou em site, perfil ou
canal pertencente a pessoa jurídica
Obrigação permanente
Caracteriza conteúdo político-eleitoral, independente da classificação feita pela
plataforma, aquele que versar sobre eleições, partidos políticos, federações e coligações,
cargos eletivos, pessoas detentoras de cargos eletivos, pessoas candidatas, propostas de
governo, projetos de lei, exercício do direito ao voto e de outros direitos políticos ou
matérias relacionadas ao processo eleitoral.
XIX - INFLUENCIADORES
é lícita a veiculação de propaganda eleitoral em canais e perfis de pessoas naturais que
tenham maior engajamento, desde que gratuita e para fins lícitos
XX - IMUNIDADE PARLAMENTAR
3. A orientação jurisprudencial do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a respeito do alcance
da imunidade parlamentar, firmou a compreensão no sentido de que "Se não se quiser
confundir a imunidade material com o privilégio de irresponsabilidade pessoal é preciso
o cuidado de distinguir entre a ação do congressista e ação do político. A pregação de
ideias, o apoio e a crítica a atos dos governos, a qualificação positiva ou negativa de
homens públicos são a matéria prima do aliciamento e da mobilização de opiniões que
constituem o empenho do cotidiano dos políticos, sejam eles mandatários ou não:
estender a inviolabilidade ao que, nesse trabalho essencialmente competitivo, diga o
político, que seja parlamentar fora do exercício do mandato e sem conexão com ele, é
dar-lhe uma situação privilegiada em relação aos concorrentes, que briga com princípios
fundamentais da Constituição" (Inq 390-QO, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Pleno, DJ
de 27/10/1989). 4. A SUPREMA CORTE, recentemente, reafirmou o entendimento sobre
a matéria, enfatizando que "a garantia constitucional da imunidade parlamentar
material somente incide no caso de as manifestações guardarem conexão com o
desempenho da função legislativa ou que sejam proferidas em razão desta, não sendo
possível utilizá-la como verdadeiro escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas"
(AP 1.044, Rel. Min. ALEXANDRE DE MORAES, Pleno, DJe de 23/6/2022).
D - Não concedeu direito de resposta: Sabe quem votou contra o auxílio Brasil de
seiscentos reais? Não? todos os deputados do PT. Sabe quem votou contra a redução do
preço dos combustíveis? Não, todos os senadores do PT, se você sabe, porque o Brasil
que interessa para o PT, não é o Brasil que faz bem para você. A partir de tal contexto,
cumpre enfatizar que a liberdade do direito de voto depende, preponderantemente, da
ampla liberdade de discussão, de maneira que deve ser garantida aos pré-candidatos,
candidatos e seus apoiadores a ampla liberdade de expressão e de manifestação,
possibilitando ao eleitor pleno acesso as informações necessárias para o exercício da
livre destinação de seu voto.
E - Propaganda negativa:
A divulgação de fato sabidamente inverídico, com aparente finalidade de vincular a
figura do pré-candidato a atividades de organização criminosa, como no caso, parece
suficiente a configurar propaganda eleitoral negativa, na linha da jurisprudência desta
CORTE, segundo a qual a configuração do ilícito pressupõe "ato que, desqualificando
pré-candidato, venha a macular sua honra ou a imagem ou divulgue fato sabidamente
inverídico" (AgR-REspe 0600016-43, Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO).
Não houve direito de resposta, mas multa pela recalcitrância. O conteúdo foi
conhecido, mas o contraponto não.