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PANO DE REDE
DE PESCA
Teodoro Vaske Júnior
2019
V456c Vaske Junior, Teodoro
ISBN: 978-85-61498-15-3
CDD 639.2
Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Biblioteca e Documentação
UNESP – Instituto de Biociências / Campus do Litoral Paulista
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AGRADECIMENTOS
O autor gostaria de agradecer a colaboração das seguintes
colegas que auxiliaram na sequência das fotografias, fundamentais
para o entendimento das confecções:
Fernanda Lopes Fonseca da Silva (modelo destra)
Jéssica Thais Corsso (modelo destra)
Priscilla Marchetti Dolphine (modelo canhota)
Camila Regis Segala (modelo do nó de tarrafa)
Igualmente gostaria de agradecer as sugestões e correções
dos colegas Profs. Drs. Paulo Eurico Pires Ferreira Travassos
(UFRPE-Recife), Antonio Olinto Ávila da Silva (IP-Santos),
Domingos Garrone Neto (UNESP-Registro) e Otto Bismarck
Fazzano Gadig (UNESP-São Vicente) que gentilmente atuaram como
revisores (Portaria n.o 038/2018, UNESP-IB-CLP) para a
elaboração final deste trabalho.
São Vicente – SP
Março de 2019
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ÍNDICE
Apresentação ............................................................................................. 5
Material para confecção .......................................................................... 6
Preenchimento da agulha ........................................................................ 12
Confecção pra destros ............................................................................ 14
Confecção com nó de escota duplo....................................................... 31
Confecção com o nó de tarrafa ............................................................. 33
Confecção para canhotos........................................................................ 36
Recarregamento da agulha com linha .................................................. 48
Nós úteis .................................................................................................... 49
Bibliografia consultada ........................................................................... 50
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APRESENTAÇÃO
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Figura 2 – Agulha padrão de rede de pesca.
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Quanto menor o tamanho da malha da rede, menor deve ser a
agulha para poder passar entre as malhas durante a confecção, ou
seja, a largura da agulha sempre deverá ser menor do que o
tamanho da malha. As agulhas devem ter as pontas bem afiladas
para facilitar a passagem entre as malhas, por isso algumas agulhas
com pontas arredondadas são inadequadas e devem ser evitadas
(Fig.4).
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3 – Malheiro: O malheiro é um equipamento que vai definir na
confecção o tamanho da malha que se deseja trabalhar. É uma peça
de madeira, plástico ou metal, em formato retangular nem muito
comprida e nem muito curta, ou seja, com comprimento mínimo de
10 cm e no máximo 30 cm para facilitar o manuseio durante a
confecção. As réguas escolares clássicas de plástico ou madeira
servem bem como malheiro, dependem apenas da largura para se
poder obter o tamanho de malha desejado. O tamanho da malha
entre-nós (Fig. 5) é definido pela largura da régua. Uma régua com
3,0 cm de largura vai originar uma rede com 3,0 cm de malha entre-
nós. Uma régua com 10,0 cm de largura vai originar uma rede com
10,0 cm entre-nós. Quando se pensar no tipo de rede que se quer
confeccionar é preciso já se pensar no tamanho da agulha, no tipo
de linha e na largura do malheiro para que o trabalho de confecção
não passe por dificuldades durante a execução.
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4 – Corda: Um pequeno pedaço de corda grossa de qualquer tipo,
com cerca de um metro de comprimento, é necessário para se
segurar a primeira fileira de malhas do pano de rede. Após a
fixação da primeira fileira de malhas, a outra extremidade da corda
será amarrada em uma estrutura pesada ou fixa qualquer, de
preferência uma alça ou gancho na parede.
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diminuir malhas no último nó de cada fileira, mas é um trabalho que
exige cálculos e não será incluído no presente livro. As técnicas de
aumento e diminuição de malhas são úteis para confecção de redes
com desenho especial como redes de armadilhas e tarrafas. Outra
maneira prática de se fazer aumento ou diminuição de malhas é o
simples corte em determinados pontos do pano de rede retangular
de modo a moldar o formato de pano que se deseja. O inconveniente
deste método é a perda de linha utilizada na confecção para depois
ser cortada e descartada. Os cortes de pano podem ser feitos de
três maneiras, horizontal, vertical e oblíquo, conforme o formato de
pano desejado (Fig. 7).
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Antes de iniciar o trabalho é preciso providenciar uma coisa
muito importante. É necessário um ponto fixo para segurar a rede
durante a sua confecção. Este ponto fixo pode ser uma alça
qualquer de algum objeto pesado ou uma estrutura fixa em alguma
parede. Pode ser uma alça de uma bombona cheia de água como será
o exemplo neste caso, ou pode ser um gancho na parede, uma viga
de uma grade, uma perna de uma mesa, enfim, qualquer ponto fixo,
imóvel e que permita fazer amarrações com facilidade.
Um detalhe na técnica manual de confecção de redes é que a
técnica varia para destros e canhotos. Por isso, serão apresentadas
as duas opções, pois para um canhoto, as posições das mãos são
invertidas como em um espelho.
PREENCHIMENTO DA AGULHA
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CONFECÇÃO
PARA
DESTROS
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CONFECÇÃO PARA DESTROS
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Na próxima etapa já é necessário o uso do malheiro, neste
caso uma régua escolar. Com o malheiro na mão esquerda, passa-se a
linha por cima e coloca-se o nó da alça na posição em cima da borda
do malheiro (Fig.18). Passa-se a linha por baixo do malheiro e com a
ponta da agulha passa-se por dentro da alça vindo de baixo para
cima. Estica-se a linha firmemente até a linha envolver a largura do
malheiro e segura-se a alça com o polegar esquerdo (Fig.19). Passa-
se então a linha por cima da mão esquerda (Fig.20) e volta a passar
a agulha por trás da alça, ou seja, por trás das duas linhas da alça,
formando o nó de escota (Fig. 21), que é o nó clássico das redes de
pesca.
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Figura 21 – Nó de escota.
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Apertar firme o nó formado puxando-se a linha com a mão
direita e segurando-se firmemente o malheiro com a mão esquerda.
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Depois de feita a primeira malha, passa-se para a confecção
da segunda malha. Para isso, solta-se a primeira malha do malheiro e
refaz-se o mesmo procedimento com a próxima malha, passando-se
a agulha pela alça feita anteriormente (Fig.23 a Fig.27).
Depois de feita, tem-se então a malha que dará início a
primeira fileira de malhas do pano de rede, ou seja, a repetição
originará o número de malhas de um lado da rede, a partir do qual as
carreiras vão ser acrescentadas para se obter o comprimento da
rede. Repete-se então o mesmo procedimento para se fazer a
segunda malha, Novamente posiciona-se o malheiro por baixo da
primeira malha pronta, passa-se a agulha pela alça (Fig.28), segura-
se a alça com o polegar (Fig.29), passa-se a linha por cima da mão
esquerda (Fig.30), passa-se a agulha por trás da primeira alça e
aperta-se o nó.
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Pronto, está feita a segunda malha da primeira fileira. Solta-
se novamente esta segunda malha do malheiro e repete-se o
procedimento para se fazer a terceira malha nos mesmos
procedimentos anteriores (Fig.23 a Fig.27). Assim, vai-se montando
a primeira fileira de malhas, por exemplo, sete malhas (Fig.31 e
Fig.32). Se se deseja iniciar uma rede com sete malhas de lado,
então é necessário se fazer 14 malhas, para a separação em duas
partes, que é o próximo passo para segurar a rede em um ponto
fixo.
Ao se finalizar as 14 repetições, coloca-se a linha em cima de
uma mesa e separa-se uma malha para cada lado (Fig.33). Neste
momento é necessária a utilização da corda grossa que deverá
segurar a primeira fileira de malhas. Passa-se a corda pela primeira
fileira de malhas captando-se cada malha de maneira alternada até
se prender toda a primeira fileira de malhas (Fig.34 a Fig.36). Feito
isso, amarra-se a corda novamente na alça da bombona.
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O procedimento para se amarrar a primeira fileira de malhas
segue dois passos. O primeiro passo é dar um nó na corda que
passou nas primeiras malhas e formou uma alça (Fig.37). O nó para
se fechar esta alça com as malhas é o já conhecido lais de guia
(Fig.12). O segundo passo é se amarrar o conjunto com a outra
extremidade da corda em um ponto fixo que novamente pode ser a
alça da bombona. É importante que o nó que se vai dar para segurar
o conjunto de malhas na bombona seja um nó fácil de amarrar e de
desamarrar, e também que tenha a praticidade de encurtar ou
aumentar o comprimento da corda. Pois assim pode-se regular a
distãncia do ponto fixo que se deseja trabalhar. Este nó fácil e
regulável é agora o nó de correr (Fig. 37b). Para se fazer o nó de
correr, passa-se a corda pela alça da bombona e segura-se a
extremidade com a mão direita (Fig.38). A seguir a extremidade é
lançada por cima da mão esquerda, entre a mão e a alça da bombona
formando um seio de uns 8 cm de diâmetro (Fig.39). Na sequência,
pega-se a corda do lado esquerdo e puxa-se por dentro do seio
formado (Fig.40) de modo que se forme uma alça menor que deverá
ser apertada até que o nó se feche (Fig.41). Para desatar o nó basta
apenas puxar a extremidade da corda e o nó se desfaz com
facilidade.
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Fig. 37b - Nó de correr.
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Com o conjunto amarrado na bombona e com a primeira fileira
de malhas fixas pode-se dar início a confecção da segunda fileira
de malhas. Antes de iniciar a confecção da segunda fileira de
malhas da rede é importante localizar bem onde estão as malhas da
primeira fileira, pois nesta primeira fileira as linhas estão
amontoadas e deve-se ter o cuidado de conferir corretamente as
malhas a serem trabalhadas, ou seja, se estão com os nós bem
firmes e se estão com os tamanhos padronizados (Fig.42).
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Aí se repete o processo de confecção das malhas para a
próxima fileira (Fig.43 a Fig.45).
Importante: Apenas as malhas da primeira fileira é que vão sendo
soltas do malheiro na medida em que cada uma vai sendo finalizada.
A partir de agora todas as malhas que forem sendo finalizadas
devem ficar armazenadas no malheiro (Fig.46).
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Então, a partir daí, basta ir se confeccionado as malhas
sempre se mantendo a rede esticada e tracionada, segurando-se o
malheiro com firmeza para que os nós sejam sempre bem
padronizados e apertados (Fig.47 a Fig.50). Ao terminar a segunda
fileira de malhas, aí sim, soltam-se todas as malhas do malheiro e
começa-se a confecção da terceira fileira de malhas repetindo-se o
mesmo processo (Fig.51 a Fig.54).
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Com as primeiras fileiras confeccionadas já é possível ver o
pano de rede que começa a tomar forma (Fig.55 a Fig.56).
Figura 57 – Nó direito.
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CONFECÇÃO COM NÓ DE ESCOTA DUPLO
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O nó de escota duplo é mais firme e mais volumoso que o nó de
escota simples e sua visualização de como é confeccionado no
malheiro pode ser vista na figura 62.
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CONFECÇÃO COM O NÓ DE TARRAFA
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Figura 71- Nó de tarrafa confeccionado no malheiro.
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CONFECÇÃO
PARA
CANHOTOS
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CONFECÇÃO PARA CANHOTOS
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Segura-se a alça com a mão direita, e com a esquerda segura-
se a extremidade da linha puxando para fechar o nó (Fig.77).
Pronto, está feito o lais de guia, que deve ser apertado com força
para ficar bem firme (Fig.78). Tem-se então a alça de linha que
servirá de base para o início da confecção da primeira fileira de
malhas.
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Passa-se então a linha por cima da mão direita e volta a passar
a agulha por trás da alça formando o nó de escota, que é o nó
clássico das redes de pesca (Fig.82). Neste momento é importante
que a alça do nó seja apertada por cima do polegar (Fig.83) e não
por baixo, do contrário o nó irá correr e a malha ficará com
tamanhos diferentes. Apertar firmemente o nó formado puxando-
se a linha com a mão esquerda e segurando-se firmemente a régua
com a mão direita (Fig.84). Depois de feita a primeira malha, passa-
se para a confecção da segunda malha. Para isso, solta-se a primeira
malha do malheiro e refaz-se o mesmo procedimento com a próxima
malha, passando-se a agulha pela alça feita anteriormente (Fig.85).
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Depois de feita, tem-se então a malha que dará início a
primeira fileira de malhas do pano de rede, ou seja, a repetição
originará o número de malhas de um lado da rede, a partir do qual as
carreiras vão ser acrescentadas para se obter o comprimento da
rede. Repete-se então o mesmo procedimento para se fazer a
segunda malha, Novamente posiciona-se o malheiro por baixo da
linha, passa-se a agulha pela malha, segura-se a linha com o polegar
(Fig.86), passa-se a linha por cima da mão esquerda (Fig.87), passa-
se a agulha por trás da primeira malha, e aperta-se o nó (Fig.88 a
Fig.93).
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Pronto, está feita a segunda malha da primeira fileira. Solta-
se novamente esta segunda malha do malheiro e repete-se o
procedimento para se fazer a terceira malha nos mesmos
procedimentos anteriores (Fig.94 a Fig.95).
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Assim, vai-se montando a primeira fileira de malhas, por
exemplo, sete malhas. Se se deseja iniciar uma rede com sete
malhas de lado, então é necessário se fazer 14 malhas, para a
separação em duas partes, que é o próximo passo para segurar a
rede em um ponto fixo.
Ao se finalizar as 14 repetições, coloca-se a linha em cima de
uma mesa e separa-se uma malha para cada lado (Fig.96). Neste
momento é necessária a utilização da corda grossa que deverá
segurar a primeira fileira de malhas. Passa-se a corda pela primeira
fileira de malhas captando-se cada malha de maneira alternada até
se prender toda a primeira fileira de malhas (Fig.97 a Fig.99). Feito
isso, amarra-se a corda novamente na alça da bombona. Tem-se
agora então, a primeira fileira de malhas presa pela alça da corda e
pode-se dar início à confecção da segunda fileira de malhas da
rede.
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Antes de iniciar a segunda fileira de malhas, localizar bem
onde estão as malhas (Fig.100 e Fig.101), pois nesta primeira fileira
as linhas estão amontoadas e deve-se ter o cuidado de se pegar
corretamente as malhas a serem trabalhadas.
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RECARREGAMENTO DA AGULHA COM LINHA
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ANEXO I - NÓS ÚTEIS
Nó Direito
Nó de Correr Nó de Escota
Nó de Pescador Nó de Emenda
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
POTTER, E.C.E. & PAWSON, M.G. Gill Netting. Lab. Leafl., MAFF
Direct. Fish. Res., Lowestoft, 69, 34 p. 1991.
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