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INTRODUCAO

Quando falamos a respeito da Pessoa do Espírito Santo, nós nos referimos à terceira Pessoa
do Deus eterno, trino e uno. As três divinas Pessoas da Trindade estão presentes no batismo
do Senhor Jesus. Deus é revelado nas Escrituras como um só Deus, existente como Pai,
Filho e Espírito Santo. Esta é a doutrina da Trindade, expressando a verdade de que, dentro
da essência una de Deus, subsistem três Pessoas distintas, compartilhando uma só natureza
divina comum. Assim, segundo a Bíblia, Deus é singular em um sentido e plural em outro.
As Escrituras declaram que Deus é um só – a união perfeita de uma só natureza, substância e
essência, como podemos ver nestes versículos:

“Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.”

Deuteronômio 6.4

“Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único


Senhor!”

Marcos 12.29

“Ora, o mediador não é de um, mas Deus é um.”


Gálatas 3.20

O Pai, o Filho e o Espírito Santo não foram feitos ou criados em tempo algum, mas cada um
é igual ao outro em essência, atributos, poder e glória.

Como Deus, o Espírito Santo teve participação em toda a criação dos Céus e da Terra, na
história do povo de Israel, na vinda do Salvador ao mundo, no estabelecimento da Igreja do
Senhor Jesus Cristo e, finalmente, no desenvolvimento dela.

De fato, sem a presença do Espírito de Deus neste mundo, não haveria a Criação, o
Universo, nem a raça humana:

“A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o
Espírito de Deus pairava por sobre as águas.”

Gênesis 1.2

“O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida.”

Jó 33.4

“Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra.”

Salmos 104.30
Sem Ele, não teríamos a Bíblia, “porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por
vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo
Espírito Santo.” (2 Pedro 1.21) e nenhum poder para proclamá-la, “mas recebereis poder,
ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém
como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1.8).

Sem o Espírito Santo não haveria fé, nem novo nascimento, nem santidade e nenhuma igreja
cristã nesse mundo. Finalmente, o Espírito Santo é o Substituto do Senhor Jesus Cristo junto
aos Seus seguidores. Enquanto estava no mundo, Ele os guardou de todo o mal:

“Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e
nenhum deles
se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. Mas, agora, vou
para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham o meu gozo completo em si
mesmos.”

João 17.12-13

Com o retorno do Deus-Filho para o Deus-Pai, a responsabilidade de proteger e guiar a


Igreja ficou com Espírito Santo. Portanto, desde a ascenção do Senhor Jesus Cristo aos
Céus, os Seus verdadeiros seguidores vivem sob a dispensação da graça do Espírito Santo.
A PERSONALIDADE DO ESPIRITO SANTO

A Bíblia revela que o Espírito Santo é uma Pessoa distinta do Pai e do Filho:

“Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. E todos


nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o
Espírito.”

2 Coríntios 3.17-18

“muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem
mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus
vivo!”

Hebreus 9.14

“eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santifi-cação do Espírito, para a


obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam
multiplicadas.”
1 Pedro 1.2

Entretanto, Ele é Deus tanto quanto o Deus-Pai e o Deus-Filho:

“Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses
ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? Conservando-o, porventura, não
seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este
desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus.”

Atos 5.3-4

O Espírito Santo não é mera influência ou poder, pois Ele tem atributos pessoais que
identificam a Sua personalidade própria, que é:

Provada por Suas características:

• Ele pensa – “E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque
segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos.” (Romanos 8.27).

• Ele sente emoções – “E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para
o dia da redenção.” (Efésios 4.30).
• Ele determina Sua vontade – “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas,
distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente.” (1 Coríntios 12.11).

Provada por Suas obras:

• Ele ensina – “mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome,
esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” (João
14.26).

• Ele guia – “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade;
porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as
coisas que hão de vir.” (João 16.13).

• Ele confia tarefas aos servos – “mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai
enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que
vos tenho dito.” (João 14.26).

• Ele dá ordens – “Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e


acompanha-o.” (Atos 8.29).

• Ele age no homem – “Então, disse o Senhor: O meu Espírito não agirá para sempre no
homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos.” (Gênesis 6.3).
• Ele intercede por nós – “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa
fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por
nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.” (Romanos 8.26).

• Ele fala – “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o
Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim.” (João 15.26).

Provada pelo que Lhe é atribuído:

• Ele pode ser obedecido – “Enquanto meditava Pedro acerca da visão, disse-lhe o
Espírito: Estão aí dois homens que te procuram;levanta-te, pois, desce e vai com eles,
nada duvidando; porque eu os enviei.” (Atos 10.19-20).

• É possível mentir ao Espírito Santo – “Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu
Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do
campo?” (Atos 5.3).

• Ele pode ser resistido– “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos,
vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o
fazeis.” (Atos 7.51).

• Pode-se blasfemar contra o Espírito Santo – “Por isso, vos declaro: todo pecado e
blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será
perdoada.” (Mateus 12.31).

• Ele pode ser entristecido – “E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes
selados para o dia da redenção.” (Efésios 4.30).

• Ele pode ser ofendido – “De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado
digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o
qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça?” (Hebreus 10.29).
A DIVINDADE DO ESPIRITO SANTO

Identificada pelos Seus nomes:

Nomes que relacionam o Espírito Santo às demais Pessoas da Santíssima Trindade e O


apresentam realizando obras que somente Deus pode fazer:

“A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o
Espírito de Deus pairava por sobre as águas.”

Gênesis 1.2

“Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do


Espírito não pode entrar no reino de Deus.”

João 3.5

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre
convosco.”

João 14.16
“Disse Faraó aos seus oficiais: Acharíamos, porventura, homem como este, em quem há o
Espírito de Deus?”

Gênesis 41.38

“O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida.”

Jó 33.4

“Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita
em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.”

Romanos 8.9

“Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de
Deus descendo como pomba, vindo sobre ele.”

Mateus 3.16

“Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de
Deus sobre vós.”

Mateus 12.28

“Veio sobre ele o Espírito do Senhor, e ele julgou a Israel; saiu à peleja, e o Senhor lhe
entregou nas mãos a Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia, contra o qual ele prevaleceu.”

Juízes 3.10

“O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres;
enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para
pôr em liberdade os oprimidos.”

Lucas 4.18

“Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes
justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.”

1 Coríntios 6.11

Provada por Suas características:

O Espírito Santo possui atributos inerentes apenas a Deus:

• Ele é onisciente – isto é, sabe de todas as coisas passadas, presentes e futuras: “Mas Deus
no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as
profundezas de Deus.” (1 Coríntios 2.10).
Porque é Deus, Ele sabe de tudo o que se passa nos Céus e na Terra, inclusive aqueles que
vão se converter e os que vão perecer.

• Ele é onipresente – isto é, está em todos os lugares ao mesmo tempo: “Para onde me
ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?” (Salmos 139.7).

A onipresença é outra característica exclusiva de Deus.

• Ele é onipotente – ou seja, tem todo o poder e toda a autoridade no Céu e em todo o
Universo: “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do
abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas.” (Gênesis 1.2).

• Ele é a verdade – “Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo; não
somente com água, mas também com a água e com o sangue. E o Espírito é o que dá
testemunho, porque o Espírito é a verdade.” (1 João 5.6).

• Ele é sabedoria – “Quem guiou o Espírito do Senhor? Ou, como seu conselheiro, o
ensinou?” (Isaías 40.13).

Provada por Suas obras:

O Espírito Santo é a Pessoa que nos conduz à salvação:


• Pelo convencimento do pecado – “Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá,
porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo
enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João
16.7-8).

• Pela revelação do Senhor Jesus Cristo – “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro
Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o
mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele
habita convosco e estará em vós.” (João 14.16-17).

• Pelo novo nascimento – “A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que,
se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos:
Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e
nascer segunda vez? Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer
da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é
carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.” (João 3.3-6).

• E faz-nos membros do corpo do Senhor Jesus – “o qual, em outras gerações, não foi
dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos
apóstolos e profetas, no Espírito, a saber, que os gentios são co-herdeiros, membros do
mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho.”
A OBRA DO ESPIRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO

A Bíblia descreve várias atividades do Espírito Santo no Antigo Testamento:

• Na Criação – o Espírito Santo desem-penhou um papel ativo na Criação, pois Ele “...
pairava por sobre as águas.” (Gênesis 1.2), preparando tudo para que a Palavra criadora
de Deus desse forma ao mundo. Tanto o Verbo de Deus, o Senhor Jesus, quanto o Espírito de
Deus foram agentes na Criação:

“Pelo seu sopro aclara os céus, a sua mão fere o dragão veloz.”

Jó 26.13

“Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles.”

Salmos 33.6

“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se
fez.”
João 1.3

• Na criação da vida humana – o Espírito Santo também é o autor da vida, pois quando Deus
criou Adão, foi o Seu Espírito quem soprou no homem o fôlego da vida:

“Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o
fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.”

Gênesis 2.7

“O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida.”

Jó 33.4

“Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra.”

Salmos 104.30

• Na Mensagem divina a Israel – o Espírito Santo estava ativo na comunicação da


mensagem de Deus ao seu povo. Era o Espírito, por exemplo, quem instruía os filhos de
Israel no deserto:

“Às vezes, a nuvem ficava poucos dias sobre o tabernáculo; então, segundo o mandado
do Senhor, permaneciam e, segundo a ordem do Senhor, partiam.”
Números 9.20

Quando os salmistas de Israel compunham seus cânticos, faziam-no mediante o Espírito do


Senhor:

“O Espírito do Senhor fala por meu intermédio, e a sua palavra está na minha língua.”

2 Samuel 23.2

“Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o
vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto, onde os vossos
pais me tentaram, pondo-me à prova, e viram as minhas obras por quarenta anos. Por
isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles
também não conheceram os meus caminhos. Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no
meu descanso.”

Hebreus 3.7-11

Semelhantemente, os profetas eram inspirados pelo Espírito de Deus a declararem Sua


palavra ao povo:

“Porém Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Tomara todo o povo do Senhor fosse
profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito!”
Números 11.29

“Então, seguirás a Gibeá-Eloim, onde está a guarnição dos filisteus; e há de ser que,
entrando na cidade, encontrarás um grupo de profetas que descem do alto, precedidos de
saltérios, e tambores, e flautas, e harpas, e eles estarão profetizando. O Espírito do
Senhor se apossará de ti, e profetizarás com eles e tu serás mudado em outro homem.”

1 Samuel 10.5-6

“Então, veio o Espírito do Senhor no meio da congregação, sobre Jaaziel, filho de


Zacarias, filho de Benaia, filho de Jeiel, filho de Matanias, levita, dos filhos de Asafe.”

2 Crônicas 20.14

“Porém o Senhor lhes enviou profetas para os reconduzir a si; estes profetas
testemunharam contraeles, mas eles não deram ouvidos. O Espírito de Deus se apoderou
de Zacarias, filho do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé diante do povo e lhes disse:
Assim diz Deus: Por que transgredis os mandamentos do Senhor, de modo que não
prosperais? Porque deixastes o Senhor, também ele vos deixará.”

2 Crônicas 24.19-20

“No entanto, os aturaste por muitos anos e teste-munhaste contra eles pelo teu Espírito,
por intermédio dos teus profetas; porém eles não deram ouvidos; pelo que os entregaste
nas mãos dos povos de outras terras.”

Neemias 9.30

“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-
novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar
libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do
Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram e a pôr sobre
os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de
pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos
de justiça, plantados pelo Senhor para a sua glória.”

Isaías 61.1-3

“Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos
dízimos e nas ofertas.”

Malaquias 3.8

“Sim, fizeram o seu coração duro como diamante, para que não ouvissem a lei, nem as
palavras que o Senhor dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas que
nos precederam; daí veio a grande ira do Senhor dos Exércitos.”

Zacarias 7.12
O profeta Ezequiel ensina que os falsos profetas seguem o seu próprio espírito em vez de
andarem segundo o Espírito de Deus:

“Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que, profetizando, exprimem,


como dizes, o que lhes vem do coração. Ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor
Deus: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito sem nada ter visto!”

Ezequiel 13.2-3

Era possível, entretanto, o Espírito de Deus vir sobre alguém que não tinha um
relacionamento genuíno com Ele para levá-lo a entregar uma mensagem verdadeira ao povo:

“Levantando Balaão os olhos e vendo Israel acampado segundo as suas tribos, veio sobre
ele o Espírito de Deus.”

Números 24.2

A vinda do Espírito sobre Balaão não equivale à plenitude do Espírito como no Novo
Testamento:

“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de


repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda acasa onde
estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e
pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a
falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.”

Atos 2.1-4

O Espírito Santo veio sobre ele para fins de revelação, e não para confirmação dele como
profeta. Para cumprir Seus propósitos, algumas vezes Deus usa pessoas que nem estão
vivendo de acordo com Ele, conforme João 11.49-52:

“Caifás, porém, um dentre eles, sumo sacerdote naquele ano, advertiu-os, dizendo: Vós
nada sabeis, nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e que
não venha a perecer toda a nação. Ora, ele não disse isto de si mesmo; mas, sendo sumo
sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus estava para morrer pela nação e não
somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus, que
andam dispersos.”

• Na liderança de Israel – a ação do Espírito de Deus nos líderes de Israel foi


incontestável. Os registros sagrados mostram um profundo relacionamento de Moisés, por
exemplo, com Deus. Ele jamais seria um profeta, estadista, libertador, legislador, líder e
juiz se não tivesse a unção e direção do Espírito Santo. Ele tinha tamanha comunhão com
Deus que chegava a compartilhar dos próprios sentimentos divinos. Moisés sofria quando
Deus sofria, e se revoltava contra a rebelião do povo quando o Senhor se irava:

“Logo que se aproximou do arraial, viu ele o bezerro e as danças; então, acendendo-se-
lhe a ira, arrojou das mãos as tábuas e quebrou-as ao pé do monte.”
Êxodo 32.19

“Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo; então, voltava
Moisés para o arraial, porém o moço Josué, seu servidor, filho de Num, não se apartava
da tenda.”

Êxodo 33.11

Deus orientou Moisés a tomar setenta anciãos para ajudá-lo na liderança do povo de Israel.
E então o Senhor tomou do Espírito que estava sobre Moisés, e colocou-O sobre eles:

“Disse Moisés ao Senhor: Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei favor aos
teus olhos, visto que puseste sobre mim a carga de todo este povo? Concebi eu,
porventura, todo este povo? Dei-o eu à luz, para que me digas: Leva-o ao teu colo, como
a ama leva a criança que mama, à terra que, sob juramento, prometeste a seus pais?

Donde teria eu carne para dar a todo este povo? Pois chora diante de mim, dizendo: Dá-
nos carne que possamos comer. Eu sozinho não posso levar todo este povo, pois me é
pesado demais. Se assim me tratas, mata-me de uma vez, eu te peço, se tenho achado
favor aos teus olhos; e não me deixes ver a minha miséria.

Disse o Senhor a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes
serem anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da congregação,
para que assistam ali contigo. Então, descerei e ali falarei contigo; tirarei do Espírito
que está sobre ti e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que não a
leves tu somente.”

Números 11.11-17

Do mesmo modo, quando Josué foi comis-sionado para suceder Moisés, novamente o
Espírito Santo entra em ação:

“Disse o Senhor a Moisés: Toma Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e
impõe-lhe as mãos.”

Números 27.18

Da mesma forma foi com Gideão:

“Então, o Espírito do Senhor revestiu a Gideão, o qual tocou a rebate, e os abiezritas se


ajuntaram após dele.”

Juízes 6.34

Com Jefté:

“Então, o Espírito do Senhor veio sobre Jefté; e, atravessando este por Gileade e
Manassés, passou até Mispa de Gileade e de Mispa de Gileade passou contra os filhos de
Amom.”

Juízes 11.29

Com Sansão:

“Desceu, pois, com seu pai e sua mãe a Timna; e, chegando às vinhas de Timna, eis que
um leão novo, bramando, lhe saiu ao encontro. Então, o Espírito do Senhor de tal
maneira se apossou dele, que ele o rasgou como quem rasga um cabrito, sem nada ter na
mão; todavia, nem a seu pai nem a sua mãe deu a saber o que fizera.”

Juízes 14.5-6

“Chegando ele a Leí, os filisteus lhe saíram ao encontro, jubilando; porém o Espírito do
Senhor de tal maneira se apossou dele, que as cordas que tinha nos braços se tornaram
como fios de linho queimados, e as suas amarraduras se desfizeram das suas mãos. Achou
uma queixada de jumento, ainda fresca, à mão, e tomou-a, e feriu com ela mil homens. E
disse: Com uma queixada de jumento um montão, outro montão; com uma queixada de
jumento feri mil homens.”

Juízes 15.14-16

Com Davi:
“Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua
destra, delícias perpetuamente.”

Salmos 16.11

Com Zorobabel:

“Prosseguiu ele e me disse: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel: Não por força nem
por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.”

Zacarias 4.6

Quer dizer, a presença do Espírito de Deus nos líderes do povo de Israel tinha de ser
evidente para qualificá-los na liderança.

• Na unção específica a servos – o Espírito Santo também operava isoladamente em


indivíduos, a fim de capacitá-los para tarefas especiais. A José, por exemplo, foi outorgado
o Espírito de Deus para capacitá-lo a agir de modo eficaz na casa de Faraó:

“Disse Faraó aos seus oficiais: Acharíamos, porventura, homem como este, em quem há o
Espírito de Deus? Depois, disse Faraó a José: Visto que Deus te fez saber tudo isto,
ninguém há tão ajuizado e sábio como tu. Administrarás a minha casa, e à tua palavra
obedecerá todo o meu povo; somente no trono eu serei maior do que tu.”
Gênesis 41.38-40

Assim como a Bezalel e Aoliabe, aos quais Deus concedeu a plenitude do Seu Espírito,
especificamente para fazerem o trabalho artístico necessário à construção do tabernáculo e
para ensinarem aos outros:

“Disse mais o Senhor a Moisés: Eis que chamei pelo nome a Bezalel, filho de Uri, filho
de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e
de conhecimento, em todo artifício, para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, em
prata, em bronze, para lapidação de pedras de engaste, para entalho de madeira, para
toda sorte de lavores.

Eis que lhe dei por companheiro Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã; e dei
habilidade a todos os homens hábeis, para que me façam tudo o que tenho ordenado: a
tenda da congregação, e a arca do Teste-munho, e o propiciatório que está por cima dela,
e todos os pertences da tenda; e a mesa com os seus utensílios, e o candelabro de ouro
puro com todos os seus utensílios, e o altar do incenso; e o altar do holocausto com todos
os seus utensílios e a bacia com seu suporte; e as vestes finamente tecidas, e as vestes
sagradas do sacerdote Arão, e as vestes de seus filhos, para oficiarem como sacerdotes; e
o óleo da unção e o incenso aromático para o santuário; eles farão tudo segundo tenho
ordenado.”

Êxodo 31.1-11
“Disse Moisés aos filhos de Israel: Eis que o Senhor chamou pelo nome a Bezalel, filho
de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o Espírito de Deus o encheu de habilidade,
inteligência e conhecimento em todo artifício, e para elaborar desenhos e trabalhar em
ouro, em prata, em bronze, e para lapidação de pedras de engaste, e para entalho de
madeira, e para toda sorte de lavores.

Também lhe dispôs o coração para ensinar a outrem, a ele e a Aoliabe, filho de
Aisamaque, da tribo de Dã. Encheu-os de habilidade para fazer toda obra de mestre, até
a mais engenhosa, e a do bordador em estofo azul, em púrpura, em carmesim e em linho
fino, e a do tecelão, sim, toda sorte de obra e a elaborar desenhos.”

Êxodo 35.30-35

O mesmo se dá com aqueles que são chamados para construir o templo de Deus nos
corações das pessoas. É claro, a vinda do Espírito Santo neste caso não é exatamente a
mesma coisa que o batismo no Espírito Santo no Novo Testamento. No Antigo Testamento, o
Espírito vinha sobre uns poucos indivíduos, selecionados para servir a Deus de modo
especial, que os revestia de poder: “Disse mais o Senhor a Moisés...” (Êxodo 31.1). E
estes exemplos revelam o seguinte princípio: quando Deus decide usar uma pessoa, o Seu
Espírito vem sobre ela.

• No caráter humano – havia ainda uma consciência no Antigo Testamento de que o Espírito
Santo desejava guiar as pessoas no terreno da retidão. Davi dá testemunho disto em alguns
dos seus salmos:
“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.
Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a
alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário. Então, ensinarei aos
transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti.”

Salmos 51.10-13

“Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por
terreno plano.”

Salmos 143.10

Quando o povo de Deus se recusa a dar ouvidos à voz do Espírito Santo, tem de sujeitar-se
às conseqüências:

“disse Sarai a Abrão: Eis que o Senhor me tem impedido de dar à luz filhos; toma, pois, a
minha serva, e assim me edificarei com filhos por meio dela. E Abrão anuiu ao conselho
de Sarai.”

Gênesis 16.2

• O Espírito Santo e o sentimento de fé no Antigo Testamento – os fiéis do Antigo


Testamento antegozavam a era vindoura do Espírito Santo, ou seja, a era do Novo
Testamento. Em várias ocasiões, os profetas falaram a respeito do papel que o Espírito
Santo desempenharia na vida do Messias. O profeta Isaías caracterizou o Rei vindouro, o
Servo do Senhor, como uma pessoa sobre quem o Espírito de Deus repousaria de modo
especial:

“Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará sobre ele
o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e
de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.

Deleitar-se-á no temor do Senhor; não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem
repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos; mas julgará com justiça os pobres e
decidirá com eqüidade a favor dos mansos da terra; ferirá a terra com a vara de sua
boca e com o sopro dos seus lábios matará o perverso.”

Isaías 11.1-4

“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se
compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios.”

Isaías 42.1

Quando o Senhor Jesus leu Isaías 61, em Nazaré, terminou dizendo: “...Hoje, se cumpriu a
Escritura que acabais de ouvir.” (Lucas 4.21).

Ainda outras profecias do Antigo Testamento anteviam o período do derramamento geral do


Espírito Santo sobre o povo de Deus. O profeta Joel dá o maior destaque sobre os dias que
seguiriam ao dia de Pentecostes:

“E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e
vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até
sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias.”

Joel 2.28-29

E a mesma mensagem também se acha em Isaías 32.15-17:

“até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então, o deserto se tornará em
pomar, e o pomar será tido por bosque; o juízo habitará no deserto, e a justiça morará no
pomar. O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça, repouso e segurança, para
sempre.”

Em Isaías 44.3-5:

“Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o
meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes; e
brotarão como a erva, como salgueiros junto às correntes das águas. Um dirá: Eu sou do
Senhor; outro se chamará do nome de Jacó; o outro ainda escreverá na própria mão: Eu
sou do Senhor, e por sobrenome tomará o nome de Israel.”
Em Isaías 59.20-21:

“Virá o Redentor a Sião e aos de Jacó que se converterem, diz o Senhor. Quanto a mim,
esta é a minha aliança com eles, diz o Senhor: o meu Espírito, que está sobre ti, e as
minhas palavras, que pus na tua boca, não se apartarão dela, nem da de teus filhos, nem
da dos filhos de teus filhos, não se apartarão desde agora e para todo o sempre, diz o
Senhor.”

Em Ezequiel 11.19-20:

“Dar-lhes-ei um só coração, espírito novo porei dentro deles; tirarei da sua carne o
coração de pedra e lhes darei coração de carne; para que andem nos meus estatutos, e
guardem os meus juízos, e os executem; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.”

Em Ezequiel 36.26-27:

“Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de
pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis
nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.”

Em Ezequiel 37.14:

“Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra.
Então, sabereis que eu, o Senhor, disse isto e o fiz, diz o Senhor.”
Em Ezequiel 39.29:

“Já não esconderei deles o rosto, pois derramarei o meu Espírito sobre a casa de Israel,
diz o Senhor Deus.”

Deus prometeu que com a vinda do Seu Espírito sobre Seu povo, este seria capacitado para
profetizar:“Disse-me ele: Profetiza a estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra
do Senhor.” (Ezequiel 37.4).

Além de ter visões, sonhos proféticos, viver uma vida de qualidade, santidade e retidão
para, então, testemunhar com poder.
A OBRA DO ESPIRITO SANTO

Definições

• Inspiração – trata-se de qualquer estímulo ao pensamento ou à atividade criadora. Numa


inspiração há, pelo menos, dois elementos: o que inspira e o que é inspirado. É aí que se
deve tomar todo o cuidado, pois assim como há a inspiração do bem, também existe a do
mal. Se existe a inspiração divina, também existe a maligna. Para saber se a inspiração vem
de Deus é preciso examinar e conferir cuidadosamente com os contextos bíblicos, porque
estes sempre confirmam toda e qualquer inspiração do Espírito de Deus. Caso a inspiração
não seja claramente confirmada na Bíblia, então deve-se examinar acuradamente a vida da
pessoa inspirada, pois como disse o Senhor Jesus: “... toda árvore boa produz bons frutos,
porém a árvore má produz frutos maus.” (Mateus 7.17).

Fisiologicamente, a inspiração é o ato de introduzir ar nos pulmões, e assim como o ar vem


do exterior para o nosso interior, também o Espírito de Deus, como fôlego divino, vem
sobre os Seus servos para lhes comunicar Sua vontade ou Sua palavra.

A inspiração da Bíblia foi um processo divino com a supervisão dos seus autores humanos,
de modo que, usando suas próprias personalidades e estilos, compuseram e registraram,
sem erros, as palavras de Deus para Sua revelação ao ser humano nos manuscritos
originais:

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra.”

2 Timóteo 3.16-17

• Revelação – trata-se do desvendamento de algo que previamente estava encoberto. O


novo nascimento, por exemplo, é uma revelação pessoal do Espírito Santo ao novo
convertido:

“Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus.
Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte
de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com
ele. A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer
de novo, não pode ver o reino de Deus.

Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura,
voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? Respondeu Jesus: Em verdade, em
verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de
Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te
admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.”
João 3.1-7

“Faço -vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o
homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação
de Jesus Cristo. Porque ouvistes
qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, como so-bremaneira perseguia eu a igreja
de Deus e a devastava.

E, na minha nação, quanto ao judaísmo, avantajava-me a muitos da minha idade, sendo


extremamente zeloso das tradições de meus pais. Quando, porém, ao que me separou
antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim, para
que eu o pregasse entre os gentios, sem detença, não consultei carne e sangue, nem subi a
Jerusalém para os que já eram apóstolos antes de mim, mas parti para as regiões da
Arábia e voltei, outra vez, para Damasco.”

Gálatas 1.11-17

“para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro
perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de
Jesus Cristo;”

1 Pedro 1.7

“Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça
que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo.”

1 Pedro 1.13

“Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que
em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao
seu servo João,”

Apocalipse 1.1

O Autor da inspiração

O Espírito Santo é o Autor da inspiração do Antigo e do Novo Testamento. Veja os


exemplos do Antigo Testamento:

“O Espírito do Senhor fala por meu intermédio, e a sua palavra está na minha língua.
Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Aquele que domina com justiça
sobre os homens, que domina no temor de Deus,”

2 Samuel 23.2-3

“... Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus
inimigos debaixo dos teus pés.”

Marcos 12.36

“Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo proferiu


anteriormente por boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam
Jesus,”

Atos 1.16

“E, havendo discordância entre eles, despediram-se, dizendo Paulo estas palavras: Bem
falou o Espírito Santo a vossos pais, por intermédio do profeta Isaías, quando disse:”

Atos 28.25

“Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz,” (Hebreus 3.7).

“E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo; porquanto, após ter dito: Esta é a
aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as
minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei,”

Hebreus 10.15-16

No Novo Testamento a inspiração foi pré-autenticada pelo Senhor Jesus Cristo:


“mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos
ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.”

João 14.26

Ela é afirmada pelos autores do Novo Testamento:

“Se alguém se considera profeta ou espiritual, reco-nheça ser mandamento do Senhor o


que vos escrevo.”

1 Coríntios 14.37

“o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o
evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue
evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.”

Gálatas 1.7-8

“porque estais inteirados de quantas instruções vos demos da parte do Senhor Jesus.”

“Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos
até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem.”

1 Tessalonicenses 4.15
“Nós vos ordenamos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo
irmão que ande desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebestes;”

2 Tessalonicenses 3.6

“A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando


tranqüilamente, comam o seu próprio pão.”

2 Tessalonicenses 3.12

“Caso alguém não preste obediência à nossa palavra dada por esta epístola, notai-o; nem
vos associeis com ele, para que fique envergonhado.”

2 Tessalonicenses 3.14

É atestada mutuamente pelos apóstolos:

“Pois a Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O
trabalhador é digno do seu salário.”

1 Timóteo 5.18

“ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas,
nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam,
como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles.”

2 Pedro 3.16

O Autor da revelação

O Espírito Santo é o Autor da revelação, e os versículos abaixo revelam especificamente


isto:

“sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular


elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana;
entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.”

2 Pedro 1.20-21

“O Espírito do Senhor fala por meu intermédio, e a sua palavra está na minha língua.”

2 Samuel 23.2

“Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo proferiu


anteriormente por boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam
Jesus,”
Atos 1.16

“que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo:
Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs?”

Atos 4.25

Os meios da revelação

O Espírito Santo usou:

• A palavra falada – “Disse o Senhor a Moisés: Eis que virei a ti numa nuvem escura,
para que o povo ouça quando eu falar contigo e para que também creiam sempre em ti.
Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao Senhor.” (Êxodo 19.9).

• Os sonhos – “Deus, porém, veio a Abimeleque em sonhos de noite e lhe disse: Vais ser
punido de morte por causa da mulher que tomaste, porque ela tem marido.” (Gênesis
20.3).

• As visões – “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e
sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo.” (Isaías 6.1).
• A palavra escrita – “Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria
humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais.” (1
Coríntios 2.13).

• O Senhor Jesus Cristo – “E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas,
expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.

A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda
convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos
Profetas e nos Salmos.”(Lucas 24.27, 44).
A OBRA DO ESPIRITO SANTO NA VIDA DO SENHOR JESUS

No Seu nascimento virginal

Tanto Mateus quanto Lucas declaram, de modo específico e inequívoco, que o Senhor Jesus
veio a este mundo como resultado de um ato milagroso de Deus. Foi concebido mediante a
ação do Espírito Santo no ventre de uma virgem, Maria:

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com
José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.”

Mateus 1.18

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de
Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).”

Mateus 1.23

“a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a
virgem chamava-se Maria.”
Lucas 1.27

Por causa da Sua concepção milagrosa, o Senhor Jesus era Santo:

“Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te


envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será
chamado Filho de Deus.”

Lucas 1.35

Isto é, livre de toda e qualquer mácula do pecado. Devido ao envolvimento do Espírito de


Deus com um ser humano, Maria, o Senhor Jesus nasceu com duas naturezas: a divina e a
humana. Pela Sua natureza divina, Ele teve Pai mas não teve mãe; pela Sua natureza humana,
teve mãe e não teve pai. Quando alguém O considera apenas como filho de Maria é porque
não O reconhece como Senhor e Deus, que significam divindade, a qual é afirmada no
seguinte versículo: “porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da
Divindade.” (Colossenses 2.9).

Por outro lado, também não podemos considerar que Ele tivesse apenas a natureza divina,
porque: “Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus
Cristo veio em carne é de Deus;” (1 João 4.2). Caso contrário, Ele não poderia servir
como Cordeiro de Deus. Por isso, Ele pôde carregar sobre Si a culpa dos nossos pecados e
expiá-los. Sem um Salvador perfeito e sem pecado, não poderíamos jamais obter a
redenção.
Jesus fala do novo nascimento em João 3.3:“A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em
verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Na
continuidade destes estudos, verificaremos que o novo nascimento, mencionado pelo Senhor
no versículo acima, tem características semelhantes ao do Seu próprio nascimento.

Na Sua vida

• O Espírito Santo ungiu o Senhor Jesus – por ocasião do Seu batismo nas águas por
imersão, o Espírito de Deus veio sobre Ele e posteriormente também batizaria Seus
discípulos com o Espírito Santo, no Pentecostes e durante toda a era da Igreja até o
arrebatamento:

“O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres;
enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para
pôr em liberdade os oprimidos,”

Lucas 4.18

“como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por
toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com
ele;”
Atos 10.38

“disse João a todos: Eu, na verdade, vos batizo com água, mas vem o que é mais
poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias; ele
vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.”

Lucas 3.16

“E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que
esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Porque João, na
verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito
depois destes dias.”

Atos 1.4-5

“Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo,
derramou isto que vedes e ouvis.”

Atos 2.33

“Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de


Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão
longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar.”
Atos 2.38-39

• O Senhor Jesus foi cheio do Espírito Santo – estar cheio do Espírito significa estar vazio
de si mesmo, ou seja, de sua vontade e objetivos próprios, para viver em função da vontade
do Espírito de Deus. Isto ficou claro no ministério terreno de nosso Senhor Jesus, quando
Ele executou exclusivamente a vontade d’Aquele que O enviou:“Jesus, cheio do Espírito
Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto,” (Lucas 4.1).

“Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim
este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.”

Mateus 26.42

“Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e
realizar a sua obra.”

João 4.34

“Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo,
porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou.”

João 5.30

• O Senhor Jesus foi selado com o Espírito Santo– o selo de Deus é uma marca exclusiva
na vida daqueles que pertencem a Ele. O batismo com o Espírito Santo é um selo divino.

“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual
o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo.”

João 6.27

• O Senhor Jesus foi guiado pelo Espírito Santo – muito embora tivesse natureza divina, o
Senhor Jesus exerceu todo o Seu ministério terreno na dependência do Espírito Santo. Seus
milagres, bem como toda a Sua vida, foram expressões da fé viva dada pelo Espírito de
Deus. Devido à Sua natureza humana, Ele se esvaziou de Sua divindade e tomou o lugar de
servo para poder servir:

“A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.”
(Mateus 4.1);“antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em
semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,” (Filipenses 2.7).

Daí Sua dependência total do Espírito Santo.

• O Senhor Jesus foi capacitado pelo Espírito Santo:

“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-
novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar
libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados;”
Isaías 61.1

O Espírito Santo ungiu e capacitou o Senhor Jesus para a Sua missão. Ele era Deus, mas
também homem:

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (João 1.1).
“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus,
homem,” (1Timóteo 2.5 ).

Como ser humano, Ele dependia da ajuda e do poder do Espírito Santo para cumprir as Suas
responsabilidades diante de Deus:

“Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de
Deus sobre vós.”

Mateus 12.28

“Então, Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia, e a sua fama correu por
toda a circunvizinhança.”

Lucas 4.14

“Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo
que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal,
por meio do seu Espírito, que em vós habita.”

Romanos 8.11

Somente como homem ungido pelo Espírito Santo, o Senhor Jesus podia viver, servir e
proclamar o Evangelho:

“como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por
toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com
ele;”

Atos 10.38

Os cristãos selados com o Espírito Santo têm a capacidade de espelhar suas vidas no
exemplo do Senhor Jesus, pois o Espírito Santo e Jesus são o mesmo.

Na Sua morte

O mais doloroso no sacrifício do Senhor Jesus não foi a humilhação da prisão, julgamento,
chicotadas, escárnios, cruz pesada ou coroa de espinhos, mas a Sua separação do Pai. O
jardim do Getsêmani era um local bem conhecido, porque ali se costumava extrair o azeite
da oliva. E justamente naquele lugar o Senhor Jesus foi extraído do Pai e do Espírito Santo.
Quer dizer, ficou só. Essa foi a Sua maior aflição. Daí a razão de Ele ter confessado aos
discípulos: “... A minha alma está profundamente triste até à morte; ...” (Mateus 26.38).

Creio ser o motivo da Sua profunda tristeza e angústia proveniente daquele momento, em
que iria ser entregue na mão dos filhos das trevas.. Mais tarde, Ele disse: “Eis que é
chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos de pecadores.”
(Mateus 26.45).

O Espírito Santo havia estado com Ele até aquele instante, mas a partir de então O entregou
nas mãos de pecadores, para que se cumprisse a profecia: “Ele foi oprimido e humilhado,
mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda
perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.” (Isaías 53.7).

Sem fazer parte da Trindade naqueles momentos que antecederam Sua morte, Ele gritou: “...
Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27.46). É bom notar que pela
primeira vez o Senhor Jesus se dirige ao Pai como “Deus meu, Deus meu…” e não “meu
Pai, meu Pai...”. Isto significa dizer que Ele estava absolutamente só, totalmente entregue à
vontade dos seus tosquiadores.

Na Sua ressurreição

Uma das doutrinas fundamentais do cristianismo é a ressurreição do corpo. Trata-se de um


ato de Deus ressuscitar dentre os mortos o corpo da pessoa salva e reuni-lo à sua alma e
espírito, dos quais esse corpo esteve separado entre a morte e a ressurreição. É certo que
assim como o Espírito de Deus soprou Seu fôlego de vida no primeiro Adão, agora faz o
mesmo no segundo Adão. E da mesma forma como a ressurreição do Senhor Jesus se deu
exclusivamente pela ação do Espírito Santo n’Ele, assim também se dará com os redimidos
pelo sangue do Senhor Jesus. O Espírito Santo usou Paulo para ensinar o seguinte à Igreja:
“Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará a nós pelo seu poder.” (1 Coríntios
6.14);“sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com
Jesus e nos apresentará convosco.” (2 Coríntios 4.14).
A OBRA DO ESPIRITO SANTO NA SALVACAO

Convencimento
O Senhor Jesus disse aos discípulos:

“... convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros;
se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da
justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para o
Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.”

João 16.7-11

O convencimento pelo Espírito não é realizado na mente, mas no coração. Quando usamos
argumentos convincentes é possível convencer as pessoas, pois o ser humano tem a
faculdade de avaliar e tomar a decisão de aceitar ou não o que lhe é proposto. Entretanto, da
mesma forma que a mente humana é convencida por determinado argumento, tem também a
capacidade de substitui-lo por outro mais forte ainda. Isso acontece no intelecto humano.

A obra de convicção realizada pelo Espírito Santo opera em três aspectos com relação ao
pecador:

• O pecado – normalmente, a pessoa comum pensa que o fato de não cometer os pecados
mais acentuados, tais como roubar, matar, adulterar ou fazer mal ao semelhante, é suficiente
para estar de bem com Deus. O Espírito Santo age no seu coração mostrando que isso é
bom, mas não é suficiente para sua salvação. Ele desmascara e reprova a incredulidade e o
pecado, a fim de despertar a consciência da culpa e da necessidade de perdão.

Isto constantemente leva o pecador ao arrependimento genuíno e à conversão ao Senhor


Jesus como Salvador e Senhor:

“Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos


demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada
um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e
recebereis o dom do Espírito Santo.”

Atos 2.37-38

A convicção também torna claro quais serão as conseqüências se os culpados insistirem na


prática do mal. A partir daí torna-se necessário que o pecador faça a sua escolha.

• A justiça – o Espírito Santo convence os homens de que Jesus é o Filho de Deus que os
torna conscientes do padrão divino da justiça no Senhor Jesus. Esse padrão é confrontado
com o pecado e a pessoa recebe poder para vencer o mundo:
“À vista disto, Pedro se dirigiu ao povo, dizendo: Israelitas, por que vos maravilhais
disto ou por que fitais os olhos em nós como se pelo nosso próprio poder ou piedade o
tivéssemos feito andar? O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais,
glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós traístes e negastes perante Pilatos, quando este
havia decidido soltá-lo.

Vós, porém, negastes o Santo e o Justo e pedistes que vos concedessem um homicida.
Dessarte, matastes o Autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós
somos testemunhas. Pela fé em o nome de Jesus, é que esse mesmo nome fortaleceu a este
homem que agora vedes e reconheceis; sim, a fé que vem por meio de Jesus deu a este
saúde perfeita na presença de todos vós.”

Atos 3.12-16

“Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao


Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis. Qual dos profetas
vossos pais não perseguiram?

Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo, do qual vós agora vos
tornastes traidores e assassinos,vós que recebestes a lei por ministério de anjos e não a
guardastes.Ouvindo eles isto, enfureciam-se no seu coração e rilhavam os dentes contra
ele.

Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e
Jesus, que estava à sua direita, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem,
em pé à destra de Deus. Eles, porém, clamando em alta voz, taparamos ouvidos e,
unânimes, arreme-teram contra ele.

E, lançando-o fora da cidade, o apedrejaram. As testemunhas deixaram suas vestes aos


pés de um jovem chamado Saulo. E apedrejavam Estêvão, que invocava e dizia: Senhor
Jesus, recebe o meu espírito! Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes
imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu.”

Atos 7.51-60

“porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um
varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos.”

Atos 17.31

“Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para
conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito,”

1 Pedro 3.18

• O juízo – trata-se da obra do Espírito de convencer os homens da derrota de Satanás na


cruz:
“Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso.”(João
12.31); “Do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado” (João 16.11).

Do juízo de Deus do mundo atual:

“A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm
a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre
eles, porque Deus lhes manifestou.

Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua
própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo
percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso,
indesculpáveis;

porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram
graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o
coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do
Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves,
quadrúpedes e répteis.

Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio
coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em
mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito
eternamente. Amém!
Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o
modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente,
os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente
em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si
mesmos, a merecida punição do seu erro.

E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma


disposição mental reprovável, para praticarem coisas incon-venientes, cheios de toda
injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e
malignidade;sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos,
presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem
afeição natural e sem misericórdia. Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são
passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também
aprovam os que assim procedem.”

Romanos 1.18-32

Do juízo futuro de todos os homens:

“Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então,
retribuirá a cada um conforme as suas obras.”

Mateus 16.27
“porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um
varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos.”

Atos 17.31

“Dissertando ele acerca da justiça, do domínio próprio e do Juízo vindouro, ficou Félix
amedrontado e disse: Por agora, podes retirar-te, e, quando eu tiver vagar, chamar-te-
ei;”

Atos 24.25

“Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos
compareceremos perante o tribunal de Deus.”

Romanos 14.10

“Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser
julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas?”

1 Coríntios 6.2

“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que
cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.”
2 Coríntios 5.10

“Quanto a estes foi que também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis
que veio o Senhor entre suas santas miríades,”

Judas 1.14

Regeneração

A regeneração é uma das doutrinas funda-mentais da fé cristã:

“não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos
salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo,”

Tito 3.5

Ela trata do novo nascimento, o nascimento da água e do Espírito Santo, conforme ensina o
Senhor Jesus em João 3.3,5:

“A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus.”;Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo:
quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.”
Muitas pessoas têm-se agregado às igrejas evangélicas e aderido às suas doutrinas por
mera simpatia ou por conveniência. Porém, a fé cristã somente pode ser vivida a partir da
regeneração da pessoa, através da ação do Espírito Santo. Assim, é evidente que esse novo
nascimento é uma perfeita transformação do interior, ou seja, mente e coração, até porque é
uma obra efetuada pelo próprio Deus:

“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

Romanos 12.2

“e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem,


criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.”

Efésios 4.23-24

Essa operação divina é totalmente diferente do batismo no Espírito Santo. Pois da mesma
forma como aconteceu na regeneração dos apóstolos, quando o Senhor Jesus soprou o
Espírito Santo sobre eles logo após Sua ressurreição, tem de acontecer com o que se tornou
filho de Deus. O batismo no Espírito Santo dos primeiros discípulos ocorreu somente no dia
de Pentecostes:“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras
línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.” (Atos 2.4 ).

Para entrar no Reino de Deus, a pessoa pode até não ser batizada no Espírito Santo, mas o
seu novo nascimento ou regeneração é uma condição para isto. Somente após o novo
nascimento a pessoa passa ter a natureza de Deus:

“pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que
por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das
paixões que há no mundo,”

2 Pedro 1.4

E tem então a capacidade de vencer a si mesma, o diabo e o mundo, “porque todo o que é
nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.” (1
João 5.4).

Sim, porque Deus é Espírito, e para que haja filiação nossa com Ele é preciso que também
sejamos espírito. E somente quando nascemos do Espírito Santo podemos nos tornar
espírito: “O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.”
(João 3.6).

E é justamente isso que chamamos de regeneração. Ela se faz necessária porque todo ser
humano, pela sua natureza corrupta e pecadora, é incapaz de obedecer à Palavra de Deus:
“Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” (Salmos 51.5).

“Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham,


proferindo mentiras.”
Salmos 58.3

“Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus,
nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.”

Romanos 8.7-8

“Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de
nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento.”

2 Coríntios 2.14

“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a
morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.”

Romanos 5.12

O que é preciso fazer para se alcançar a regeneração? Conforme já foi visto, a regeneração
é uma obra exclusiva do Espírito Santo no coração humano, mas para que isso possa ser
realizado é necessário o mais profundo desejo do homem. O Espírito Santo jamais poderá
operar esse maior milagre sem que a pessoa o queira de todo o coração, com todas as suas
forças e de toda a sua alma.

Para tanto, o candidato à regeneração tem de se arrepender sinceramente dos seus pecados e
voltar-se para Deus, aceitando Seu Filho Jesus como único Senhor e Salvador de sua alma,
além de manter-se na prática da Palavra de Deus. A regeneração envolve a mudança da
velha criatura em uma nova, capaz de obedecer a Deus:

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis
que se fizeram novas.”

2 Coríntios 5.17

“e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado
segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.”

Efésios 4.23-24

“Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus
feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a
imagem daquele que o criou;”

Colossenses 3.9-10

Quando a pessoa nasce de novo ela fica liberta da escravidão do pecado:

“Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da
graça. E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De
modo nenhum!

Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo
a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obedi-ência para a
justiça?

Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de
coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado,
fostes feitos servos da justiça. Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne.

Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade


para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a
santificação.

Porque, quando éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação à justiça. Naquele
tempo, que resultados colhestes? Somente as coisas de que, agora, vos envergonhais;
porque o fim delas é morte.

Agora, porém, libertados do pecado, transfor-mados em servos de Deus, tendes o vosso


fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna;porque o salário do pecado é a morte,
mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.”

Romanos 6.14-23
E passa a ter desejo e disposição espiritual para obedecer à Palavra de Deus e seguir a
direção do Espírito Santo:

“Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito,
mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo
Espírito de Deus são filhos de Deus.”

Romanos 8.13-14

Além disso, vive uma vida de retidão e temor a Deus: “Se sabeis que ele é justo,
reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele.” (1 João 2.29).

Ama os semelhantes: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de
Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.” (1 João 4.7).

Evita uma vida de pecado: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de
pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando,
porque é nascido de Deus.”
(1 João 3.9).

E não ama o mundo:“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém
amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do
Pai, mas procede do mundo.” (1 João 2.15-16).
Quando uma pessoa é nascida de Deus não pode fazer do pecado uma prática habitual na
sua vida, pois a “divina semente”, figura da natureza divina, opera dentro do nascido de
novo. Não é possível manter o novo nascimento sem o desejo sincero e o esforço vitorioso
de agradar a Deus e de evitar o mal mediante uma comunhão profunda com o Senhor Jesus e
dependência do Espírito Santo:

“Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos.
Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não
está a verdade. Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem
sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que
permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.

Amados, não vos escrevo mandamento novo, senão mandamento antigo, o qual, desde o
princípio, tivestes. Esse mandamento antigo é a palavra que ouvistes. Todavia, vos
escrevo novo mandamento, aquilo que é verdadeiro nele e em vós, porque as trevas se vão
dissipando, e a verdadeira luz já brilha.

Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas. Aquele que
ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço. Aquele, porém, que
odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as
trevas lhe cegaram os olhos.”

1 João 2.3-11
“Permaneça em vós o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde
o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai. E esta é a promessa
que ele mesmo nos fez, a vida eterna.

Isto que vos acabo de escrever é acerca dos que vos procuram enganar. Quanto a vós
outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que
alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é
verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou.

Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos
confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda. Se sabeis que ele é
justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele.”

1 João 2.24-29

“Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o
viu, nem o conheceu. Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que
pratica a justiça é justo, assimcomo ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do
diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio.

Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. Todo aquele
que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a
divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.
Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica
justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão. Porque a mensagem
que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros; não segundo Caim,
que era do Maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas
obras eram más, e as de seu irmão, justas.

Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia. Nós sabemos que já passamos da
morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte.
Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não
tem a vida eterna permanente em si. Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida
por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.

Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e
fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não
amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. E nisto conheceremos que
somos da verdade, bem como,perante ele, tranqüilizaremos o nosso coração; pois, se o
nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece
todas as coisas.

Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus; e aquilo que
pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o
que lhe é agradável. Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu
Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos
ordenou. E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele. E
nisto conhecemos que ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu.”

1 João 3.6-24

“Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que
ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois
Deus é amor.”

1 João 4.7-8

“Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não
ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.”

1 João 4.20

“Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao
que o gerou também ama ao que dele é nascido.”

1 João 5.1

“Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.
Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pelacarne, isso fez Deus
enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao
pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei
se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.

Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se
inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a
morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade
contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que
estão na carne não podem agradar a Deus.

Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita
em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Se, porém, Cristo
está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida,
por causa da justiça.

Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo
que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal,
por meio do seu Espírito, que em vós habita. Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à
carne como se constrangidos a viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a
carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo,
certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de
Deus.”

Romanos 8.2-14

Há possibilidade de alguém nascer de novo e mais tarde se perder? Sim, pois assim como
uma pessoa nasce do Espírito ao receber a vida de Deus, também pode extinguir essa vida
ao enveredar pelo mal e viver em iniqüidade:

“Tu, pois, filho do homem, dize aos filhos do teu povo: A justiça do justo não o livrará no
dia da sua transgressão; quanto à perversidade do perverso, não cairá por ela, no dia em
que se converter da sua perversidade; nem o justo pela justiça poderá viver no dia em
que pecar.”

Ezequiel 33.12

“Desviando-se o justo da sua justiça e praticando iniqüidade, morrerá nela.”

Ezequiel 33.18

“Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito,
mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.”

Romanos 8.13

Avaliar também:

“Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria,
feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas,
bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro,
como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas
praticam.”

Gálatas 5.19-21

Devemos atentar para a expressão “como já outrora vos preveni”. Além disso, há chance
de se apagar o Espírito Santo: “Não apagueis o Espírito.” (1 Tessalonicenses 5.19).

Também o Senhor Jesus adverte a Igreja em Sardes dizendo que o vencedor de modo
nenhum terá o seu nome apagado do Livro da Vida. Isso significa dizer que há sempre a
chance de se ter o nome apagado do Livro da Vida:

“O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu
nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante
dos seus anjos.”

Apocalipse 3.5

Habitação do Espírito Santo

A habitação do Espírito Santo no verdadeiro cristão é uma realidade. Paulo, dirigido pelo
Espírito Santo, ensina:
“Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita
em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.”

Romanos 8.9

Vemos assim que o cristão não é caracterizado pela igreja que freqüenta, pela religião que
professa ou mesmo por acreditar em Jesus, mas, sim, pela morada do Espírito do Senhor
Jesus ou Espírito Santo dentro do seu ser. Em outras palavras: a pessoa somente é cristã
quando serve de templo para o Espírito Santo.

Aos cristãos em Corinto, Paulo afirma:

“Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se
alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que
sois vós, é sagrado.”

1 Coríntios 3.16,17

“Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o
qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?”

1 Coríntios 6.19

É importante notar que todas as epístolas foram dirigidas aos cristãos verdadeiros e não aos
incrédulos ou supostos cristãos. Aqueles, por exemplo, que apesar de terem aceitado Jesus
como Senhor e terem sido batizados nas águas, ainda manifestam espíritos imundos em seus
corpos, certamente não são templos do Espírito Santo, pois o Espírito Santo jamais pode
habitar num corpo que ainda é usado pelos espíritos demoníacos. Por isso, é necessário
fazer um exame sincero da própria vida cristã.

O fato de a pessoa se sujeitar às doutrinas bíblicas não significa necessariamente que seja
morada do Espírito Santo. Aceitar o Senhor Jesus é fácil, ser batizado nas águas, também;
ser dizimista fiel tampouco é coisa de outro mundo. Mas para servir como templo do
Espírito de Deus é preciso muito, muito mais do que simplesmente dizer que aceita Jesus
como Salvador. Tem de haver renúncia total da própria vida, e esse é um preço que poucos
estão dispostos a pagar.

Com respeito à promessa do Espírito Santo aos Seus seguidores, o Senhor Jesus disse:

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Conso-lador, a fim de que esteja para sempre
convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o
conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.”

João 14.16,17

Batismo com o Espírito Santo


O batismo com o Espírito Santo é mais uma das doutrinas principais dentro do autêntico
cristianismo. O batismo com o Espírito Santo não tem nada a ver com o batismo nas águas
ou com o novo nascimento. Eventualmente, pode até acontecer o batismo com o Espírito
Santo no momento do batismo nas águas. Porém, são duas coisas totalmente distintas.
Enquanto o batismo nas águas se constitui no sepultamento da velha natureza, o batismo no
Espírito Santo é o recebimento do poder de Deus:

“Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos
batizados na sua morte?

Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi
ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em
novidade de vida.

Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos
também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado com ele o
nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado
como escravos;”

Romanos 6.3-6

“mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.”
Atos 1.8

Quando o batismo nas águas tem efeito, a pessoa sente uma mudança radical de hábitos e
atitudes em relação a si mesma e aos outros. Se ela era geniosa ou temperamental, isso
acaba, pois nas águas fica sepultada sua natureza pecaminosa. Ao sair das águas batismais
ela passa a viver em novidade de vida.

Já o batismo no Espírito Santo é diferente, pois a partir dele a pessoa perde a timidez, por
exemplo, para testemunhar do Senhor Jesus. Uma virtude divina lhe capacita para fazer a
Obra de Deus, para expulsar demônios, para curar enfermos; enfim, para servir como
testemunha viva da ressurreição do Senhor Jesus. É a partir do batismo com o Espírito
Santo que desaparecem defini-tivamente todos os sintomas malignos, tais como: vícios,
prostituição, mentiras, roubos, depressão, insônia, medo, constantes dores de cabeça,
nervosismo, vontade de suicídio, etc.

Quem está habilitado para receber tal batismo? O batismo no Espírito Santo é para todos os
que professam sinceramente sua fé no Senhor Jesus Cristo, que nasceram da água e do
Espírito. E o Senhor Jesus é o único batizador com o Espírito Santo:

“Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é
mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o
Espírito Santo e com fogo.”

Mateus 3.11
“disse João a todos: Eu, na verdade, vos batizo com água, mas vem o que é mais
poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias; ele
vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.”

Lucas 3.16
OS DONS DO ESPIRITO SANTO

A palavra “dom” significa dádiva. Os dons do Espírito Santo tratam das “dádivas de Deus
concedidas aos Seus servos com o objetivo de capacitá-los na pregação do Evangelho do
Senhor Jesus Cristo”. Não significa dizer que o servo dotado de uma determinada virtude
espiritual seja proprietário dela como um talento natural de pintor, cantor, músico, escritor...
Os dons são do Espírito Santo e Ele os empresta àqueles que se dispõem a levar o Reino de
Deus aos que se encontram no reino das trevas.

O discípulo, por exemplo, pode ser usado com o dom de sabedoria numa ocasião e em outra
com o de discernimento de espíritos. Tudo vai depender da ocasião oportuna para o
Espírito Santo operar através dele. É muito importante estar consciente de que o dom não é
algo fixo e determinado até à morte. Muitos cristãos têm tomado posse da idéia de
propriedade do dom pelo qual foram usados uma vez. Essa concepção os têm levado à
vaidade e ao orgulho espiritual. É o Espírito de Deus que toma posse de nós com os Seus
dons, e não nós que tomamos posse dos Seus dons! Quando Saul foi ungido rei sobre Israel,
tornou-se profeta entre os demais profetas:

“Chegando eles a Gibeá, eis que um grupo de profetas lhes saiu ao encontro; o Espírito
de Deus se apossou de Saul, e ele profetizou no meio deles. Todos os que, dantes, o
conheciam, vendo que ele profetizava com os profetas, diziam uns aos outros: Que é isso
que sucedeu ao filho de Quis? Está também Saul entre os profetas?”

1 Samuel 10.10-11

E achando-se dono dessa unção, sentiu-se no direito de substituir o profeta Samuel e


oferecer holocausto e ofertas pacíficas diante de Deus, no que foi imediatamente reprovado
pelo Senhor.

“Então, disse Saul: Trazei-me aqui o holocausto e ofertas pacíficas. E ofereceu o


holocausto. Mal acabara ele de oferecer o holocausto, eis que chega Samuel; Saul lhe
saiu ao encontro, para o saudar.”

1 Samuel 13.9-10

Talvez por falta de discernimento espiritual, muitos têm trilhado por esse caminho que, à
primeira vista, traz sucesso, mas no fim é caminho de perdição. Como o sabor do pecado:
na boca é doce como o mel, mas no estômago amarga como fel.

A Bíblia ensina que há variedade de ministérios, tais como os de apóstolos, profetas,


evangelistas, pastores e mestres: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para
profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres,” (Efésios 4.11).

Estes são chamados de acordo com a característica própria de cada um. Uns têm facilidade
de ensinar, por exemplo. É um talento próprio que faz parte de sua natureza, pois já nasceu
com ele. Nesse caso, o Espírito Santo pode chamá-lo para ser mestre no ministério da
igreja. São todos chamados para servir como mestres? Claro que não! Há discípulos cuja
natureza é arrojada, impetuosa; se arriscam por não terem medo de errar. Estes podem ser
ungidos por Deus para servirem como evange-listas. Há outros cuja natureza é mais tímida.
No entanto, eles também têm talentos e podem ser usados de outra forma.

Mas os dons espirituais são muito diferentes. São virtudes divinas concedidas
temporariamente a pessoas para ajudar outras em determinado momento. E quem são as
pessoas usadas com os dons? Normalmente são os servos de Deus. Porém, há ocasiões em
que o Espírito Santo usa até mesmo os incrédulos. Ele fez uma jumenta falar: “Então, o
Senhor fez falar a jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste já
três vezes?” (Números 22.28).

Dessa forma, não usaria uma pessoa qualquer para salvar outra? O fato é que o Espírito
Santo não está limitado ao uso apenas de servos consagrados. Evidente que se todos
pudessem ser assim, muito melhor. O problema é que há momentos em que faltam servos, e
aí Ele tem de usar mesmo os não-servos. Prova disso é o número incrível de pessoas que
foram salvas porque outras, incrédulas, as trouxeram na igreja.

O fato de alguém ser usado para profetizar (pregar o Evangelho) em nome de Jesus,
expulsar demônios e fazer muitos milagres não significa dizer que seja servo ou discípulo,
pois o Senhor Jesus adverte sobre isso em Mateus 7.22-23:

“Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós
profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não
fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-
vos de mim, os que praticais a iniqüidade.”

Nesse aspecto é preciso tomar muito cuidado, porque assim como um cantor profissional
incrédulo tem talento para encantar sua audiência inter-pretando um belo hino de louvor a
Deus, da mesma forma, muitos iníquos têm usado o nome do Senhor Jesus para fazer
milagres, pregar o Evangelho e até expelir demônios. Por causa disso, muitos têm-se
decepcionado e até abandonado a fé ao verem pessoas, supostamente cristãs e fiéis a Deus,
cometerem pecados torpes. Isso ocorre quando a fé está dividida entre a Palavra de Deus e
a do homem.

Embora os dons sejam da maior relevância para se ganhar almas, muito mais importante do
que tê-los na realização da obra de Deus é manter a condição de verdadeiro filho de Deus,
isto é, proteger a cidadania do Reino de Deus. Infeliz-mente, muitos, no afã de fazer a Obra
de Deus, se omitem em ser verdadeiramente servos de Deus. Antes de ver os feitos bons ou
maus do filho, primeiro os pais vêem a sua condição de filho. Creio que o mesmo se dá com
relação a Deus e nós. Primeiro Ele nos vê como filhos, e depois, nossas obras. Por isso,
muito mais importante do que fazer é ser. Se a pessoa não é nascida do Espírito, de nada
adianta o que ela faz para Deus.

Entendemos que os dons e os frutos do Espírito Santo fazem parte do corpo da Igreja do
Senhor Jesus. Os dons seriam uma perna e os frutos a outra perna. Os dons falam de fé,
enquanto os frutos falam de amor. Nos dons temos a ação do fazer e nos frutos o de ser.
Ambos dão sustentação e equilíbrio ao corpo na propagação do Reino de Deus nesse
mundo. Entretanto, os frutos são mais notáveis do que os dons, pois, como disse Paulo:
“Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a
ciência(dons, fé, fazer); ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes
(dons, fé, fazer), se não tiver amor (fruto, amor, ser), nada serei.” (1 Coríntios 13.2).

A relevância dos frutos sobre os dons é amplamente explicada em 1 Coríntios 13. E quando
o cristão manifesta os frutos do Espírito ou a fragrância do Senhor Jesus, a manifestação dos
dons é natural.

Os dons do Espírito Santo refletem as diferentes modalidades na execução da Obra de


Deus. E para entender melhor sua aplicação prática é necessário classificá-los da seguinte
maneira:

Dons de revelação

• Dom da palavra da sabedoria – “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; é


escudo para os que caminham na sinceridade,” (Provérbios 2.7).

Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do


Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do
Espírito Santo a uma situação ou problema específico: “e não podiam resistir à sabedoria
e ao Espírito, pelo qual ele falava.” (Atos 6.10).

“Depois que eles terminaram, falou Tiago, dizendo: Irmãos, atentai nas minhas
palavras: expôs Simão como Deus, primeiramente, visitou os gentios, a fim de constituir
dentre eles um povo para o seu nome. Conferem com isto as palavras dos profetas, como
está escrito: Cumpridas estas coisas, voltarei e reedificarei o tabernáculo caído de Davi;
e, levantando-o de suas ruínas, restaurá-lo-ei.

Para que os demais homens busquem o Senhor, e também todos os gentios sobre os quais
tem sido invocado o meu nome, diz o Senhor, que faz estas coisas conhecidas desde
séculos.

Pelo que, julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a
Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das
relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue.

Porque Moisés tem, em cada cidade, desde tempos antigos, os que o pregam nas
sinagogas, onde é lido todos os sábados. Então, pareceu bem aos apóstolos e aos
presbíteros, com toda a igreja, tendo elegido homens dentre eles, enviá-los, juntamente
com Paulo e Barnabé, a Antioquia: foram Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens
notáveis entre os irmãos,”

Atos 15.13-22
Aqui não se trata da sabedoria comum de Deus para o viver diário, que se obtém pelo
diligente estudo e meditação nas coisas divinas e na Palavra de Deus, e pela oração:

“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá
liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em
nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo
vento.”

Tiago 1.5-6

A palavra de sabedoria não somente revela a capacidade de julgar com retidão e agir com
prudência, mas também a habilidade de compre-ender e transmitir as verdades mais
profundas do Espírito Santo. É certo que há vínculos estreitos entre a sabedoria e o
conhecimento, mas a grande diferença está no fato de que a sabedoria capacita julgar
corretamente usando o conhecimento.

Quando Salomão foi escolhido para substituir seu pai, Davi, o Senhor lhe deu o privilégio
de fazer um pedido que não seria recusado. Inteligen-temente, Salomão pediu a Deus
sabedoria e conhecimento: “Dá-me, pois, agora, sabedoria e conhecimento, para que eu
saiba conduzir-me à testa deste povo; pois quem poderia julgar a este grande povo?” (2
Crônicas 1.10).

Algum tempo depois, veio a oportunidade de ele aplicar essa sabedoria, pois duas mulheres
reivindi-cavam a maternidade de um recém-nascido:
“Então, vieram duas prostitutas ao rei e se puseram perante ele. Disse-lhe uma das
mulheres: Ah! Senhor meu, eu e esta mulher moramos na mesma casa, onde dei à luz um
filho. No terceiro dia, depois do meu parto, também esta mulher teve um filho.

Estávamos juntas; nenhuma outra pessoa se achava conosco na casa; somente nós ambas
estávamos ali. De noite, morreu o filho desta mulher, porquanto se deitara sobre ele.
Levantou-se à meia-noite, e, enquanto dormia a tua serva, tirou-me a meu filho do meu
lado, e o deitou nos seus braços; e a seu filho morto deitou-o nos meus.

Levantando-me de madrugada para dar de mamar a meu filho, eis que estava morto; mas,
reparando nele pela manhã, eis que não era o filho que eu dera à luz. Então, disse a outra
mulher: Não, mas o vivo é meu filho; o teu é o morto. Porém esta disse: Não, o morto é
teu filho; o meu é o vivo. Assim falaram perante o rei.

Então, disse o rei: Esta diz: Este que vive é meu filho, e teu filho é o morto; e esta outra
diz: Não, o morto é teu filho, e o meu filho é o vivo. Disse mais o rei: Trazei-me uma
espada. Trouxeram uma espada diante do rei.

Disse o rei: Dividi em duas partes o menino vivo e dai metade a uma e metade a outra.
Então, a mulher cujo filho era o vivo falou ao rei (porque o amor materno se aguçou por
seu filho) e disse: Ah! Senhor meu, dai-lhe o menino vivo e por modo nenhum o mateis.
Porém a outra dizia: Nem meu nem teu; seja dividido. Então, respondeu o rei: Dai à
primeira o menino vivo; não o mateis, porque esta é sua mãe.”
1 Reis 3.16-27

Toda palavra tem um efeito prático, seja para o bem, seja para o mal. Depende do tipo de
coração onde ela é gerada: “Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus?
Porque a boca fala do que está cheio o coração.” (Mateus 12.34).

Se ela nasce num coração de carne, produzirá vida: “Dar-lhes-ei um só coração, espírito
novo porei dentro deles; tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes darei coração de
carne;” (Ezequiel 11.19).

Por meio desse dom, o Espírito Santo nos conduz a decisões sábias, inteligentes e justas.

• Palavra de conhecimento – “Porque Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao


homem que lhe agrada; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe, a fim
de dar àquele que agrada a Deus.” (Eclesiastes 2.26).

Esse dom trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando
conheci-mento a respeito de pessoas, de circunstâncias ou de verdades bíblicas.
Freqüentemente, este dom tem estreito relacionamento com o de profecias:

“Entretanto, certo homem, chamado Ananias, com sua mulher Safira, vendeu uma
propriedade, mas, em acordo com sua mulher, reteve parte do preço e, levando o restante,
depositou-o aos pés dos apóstolos. Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás
teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?
Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como,
pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus.
Ouvindo estas palavras, Ananias caiu e expirou, sobrevindo grande temor a todos os
ouvintes. Levantando-se os moços, cobriram-lhe o corpo e, levando-o, o sepultaram.

Quase três horas depois, entrou a mulher de Ananias, não sabendo o que ocorrera. Então,
Pedro, dirigindo-se a ela, perguntou-lhe: Dize-me, vendestes por tanto aquela terra? Ela
respondeu: Sim, por tanto. Tornou-lhe Pedro: Por que entrastes em acordo para tentar o
Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e eles também
te levarão. No mesmo instante, caiu ela aos pés de Pedro e expirou. Entrando os moços,
acharam-na morta e, levando-a, sepultaram-na junto do marido.”

Atos 5.1-10

“Porém, se todos profetizarem, e entrar algum incrédulo ou indouto, é ele por todos
convencido e por todos julgado; tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e,
assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está,
de fato, no meio de vós.”

1 Coríntios 14.24-25

O dom de conhecimento tratado aqui é específico, pois quando uma pessoa sincera está em
dúvida quanto a uma decisão a tomar, se é ou não da vontade de Deus, o Espírito Santo
pode usar outrem para mostrar Sua vontade através desse dom. Deus revela conhecimento
de Sua vontade aos humildes de coração.

• Discernimento de espíritos – o dom de discernimento de espíritos tem por finalidade


revelar o que está por trás das palavras e aparências. Há muitas pessoas na Igreja do Senhor
Jesus cujos propósitos são escusos e até perversos. Porém, o comportamento delas junto às
demais, em princípio, é como o de qualquer cristão sincero. E ficam esperando a
oportunidade para externarem seus intentos malignos. Como então detectá-las antes de
destruírem a seara do Senhor? Somente esse dom é capaz de revelar o iníquo. O joio, por
exemplo, é muito semelhante ao trigo até seu fruto aparecer.

Deus, na Sua infinita misericórdia, tem propor-cionado aos servos esse dom para que
venham
a exercer justiça no meio de Seu povo. Muitas vezes temos nos deparado com situações
difíceis de serem esclarecidas. Às vezes, quando o ministro de Deus cai em tentação e
comete adultério, imediatamente tenta se defender usando a mentira. E por mais que haja
provas in-contestáveis, é quase impossível descobrir. Quando as partes envolvidas são
colocadas frente a frente, fica a palavra de um contra a do outro. Em quem acreditar? Na
palavra do pastor supostamente de Deus, ou na mulher que confessa seu pecado
arrependida? Nesse caso, somente o dom de discernimento de espíritos é capaz de
descobrir a verdade.

O semblante caído, a tonalidade da voz, as palavras vazias e as pequenas mentiras são


algumas das características evidenciadas na defesa do acusado. A tentativa de tentar se
esconder nos erros alheios revela o espírito do engano.
O dom de discernimento de espíritos não permite absolutamente nenhuma dúvida àquele que
o tem, pois é o próprio Espírito de Deus quem testifica no seu coração a verdade.

Nestes últimos dias, quando surgem os falsos mestres e a distorção do cristianismo bíblico,
esse dom espiritual é extremamente importante para a Igreja do Senhor Jesus.

Dons de poder

Os dons de poder são dons espirituais de ação direta aos que carecem de ajuda imediata e
urgente. A maior parte do ministério do Senhor Jesus foi justamente na operação dos dons
de poder.

• Dons de cura – esses dons são concedidos à comunidade dos discípulos do Senhor Jesus
para a restauração da saúde física, por meios divinos e sobrenaturais:

“Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do


reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo. E a sua fama correu
por toda a Síria; trouxeram-lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias
enfermidades e tormentos: endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E ele os curou. E da
Galiléia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e dalém do Jordão numerosas multidões o
seguiam.”
Mateus 4.23-25

“Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos
imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades.”

Mateus 10.1

“Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou:
em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! E, tomando-o pela mão direita, o levantou;
imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram; de um salto se pôs em pé, passou a
andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus.”

Atos 3.6-8

“enquanto estendes a mão para fazer curas, sinais e prodígios por intermédio do nome do
teu santo Servo Jesus.”

Atos 4.30

O plural (dons) indica curas de diferentes enfermidades e sugere que cada ato de cura vem
de um dom especial de Deus. Os dons de curas não são concedidos a todos os membros do
corpo do Senhor Jesus Cristo, conforme podemos verificar nos versículos abaixo:

“Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe
apraz, a cada um, individualmente.”

1 Coríntios 12.11

“Têm todos dons de curar? Falam todos em outras línguas? Interpretam-nas todos?”

1 Coríntios 12.30

Isso não significa dizer que apenas alguns podem orar pelos enfermos. Não! Pelo contrário,
todos devem orar pelos necessitados, independentemente dos dons de curas. O importante é
que haja fé.

• Dom de operação de milagres – a cura divina é um milagre de Deus. Porém, o dom de


operação de milagres refere-se a poderes sobrenaturais que interferem nas leis da natureza.
A exemplo disso temos as dez pragas sobre o Egito, a passagem pelo meio do Mar
Vermelho, a parada do Sol e da Lua, os dois sinais dados por Deus a Gideão, as
ressurreições operadas pelo Senhor, o Seu andar nas águas, etc. São atos divinos em que as
maravilhas do poder de Deus se manifestam de tal forma que contrariam todas as leis da
natureza.

• Dom da fé – não se trata da fé para salvação, mas de uma fé sobrenatural específica


comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o servo a crer em Deus para a realização de
coisas extra-ordinárias e milagrosas. É a tal fé que remove montanhas e que freqüentemente
opera em conjunto com outras manifestações do Espírito, tais como as curas e os milagres:
“Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que, se
alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração,
mas crer que se fará o que diz, assim será com ele. Por isso, vos digo que tudo quanto em
oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco.”

Marcos 11.22-24

“Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta


amoreira: Arranca-te
e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá.”

Lucas 17.6

Dons de inspiração

O Espírito Santo é o substituto do Senhor Jesus junto à Sua Igreja. Portanto, Ele é o mais
interessado em inspirar os discípulos, cujos corações são sedentos de desejo de realizar a
Sua santa vontade. E quando inspira, Ele revela apenas uma única palavra. Esta então
reflete um texto explicado com perfeição.

• Dom de variedade de línguas – devemos considerar nesse dom os seguintes fatos:


a) as línguas como manifestação sobrenatural do Espírito Santo podem ser humanas ou uma
língua desconhecida na Terra, como a língua dos anjos:

“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e pas-saram a falar em outras línguas, segundo
o Espírito lhes concedia que falassem. Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus,
homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu.

Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade,
porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua.”

Atos 2.4-6

“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o
bronze que soa ou como o címbalo que retine.”

1 Coríntios 13.1

A língua falada através deste dom não é aprendida e quase sempre não é entendida, tanto
por quem fala como pelos ouvintes:

“Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica
infrutífera.”
(1 Coríntios 14.14); “E, se tu bendisseres apenas em espírito, como dirá o indouto o
amém depois da tua ação de graças? Visto que não entende o que dizes;” (1 Coríntios
14.16)

b) O falar em outras línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de Deus,
que entrando em mútua comunhão facultam ao servo a comunicação direta com Deus. Isto é,
na oração, no louvor, na adoração, no bendizer e na ação de graças, expressando-se através
do espírito mais do que da mente:

“Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o
entende, e em espírito fala mistérios.”(1 Coríntios 14.2); Porque, se eu orar em outra
língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera.” (1 Coríntios
14.14).

Orando por si mesmo ou pelo próximo sob a influência direta do Espírito Santo, à parte da
atividade da mente:

“Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o
entende, e em espírito fala mistérios.”

1 Coríntios 14.2

“Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o
espírito, mas também cantarei com a mente.”

1 Coríntios 14.15
“Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com
Deus.”

1 Coríntios 14.28

“Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo,”

Judas 1.20

c) Línguas estranhas faladas no culto devem ser seguidas de sua interpretação também pelo
Espírito, para que a igreja conheça o conteúdo e o significado da mensagem: “Mas o que
profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando.” (1 Coríntios 14.3).

“No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando
muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete. Mas, não havendo intérprete,
fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus.”

1 Coríntios 14.27-28

Ela pode conter revelação, advertência, profecia ou ensino para a igreja:

“Agora, porém, irmãos, se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos
aproveitarei, se vos não falar por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de
doutrina?”
1 Coríntios 14.6

d) Deve haver disciplina quanto ao falar em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala
em outras línguas pelo Espírito nunca fica em “êxtase” ou “fora de controle”:

“No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando
muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete. Mas, não havendo intérprete,
fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus.”

1 Coríntios 14.27-28

• Dom de interpretação de línguas – trata-se da capacidade concedida pelo Espírito Santo


para o seu portador compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em
línguas. Tal mensagem interpretada para a igreja pode conter ensino sobre adoração e a
oração, ou pode ser uma profecia. Toda a congregação pode desfrutar dessa direção do
Espírito Santo. A interpretação de uma mensagem em línguas pode ser um meio de
edificação de toda a igreja, pois toda ela recebe a mensagem:

“Agora, porém, irmãos, se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos
aproveitarei, se vos não falar por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de
doutrina?”

1 Coríntios 14.6
“Pelo que, o que fala em outra língua deve orar para que a possa interpretar.”

1 Coríntios 14.13

“Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz
revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para
edificação.”

1 Coríntios 14.26

Além disso, a interpretação pode vir através de quem deu a mensagem em línguas ou de
outra pessoa. Quem fala em línguas deve orar para que possa interpretá-las.

• Dom de profecias – é preciso distinguir a profecia aqui mencionada, como manifestação


momentânea do Espírito Santo, da profecia como dom ministerial na Igreja, mencionado em
Efésios 4.11: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros
para evangelistas e outros para pastores e mestres,”

Como dom de ministério, a profecia é concedida a apenas alguns servos devidamente


consagrados ao ministério de profeta. Como manifestação do Espírito Santo, a profecia está
potencialmente disponível a todo cristão cheio da presença de Deus:

“Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel:E acontecerá nos
últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos
filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos;
até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles
dias, e profetizarão.”

Atos 2.16-18

Quanto à profecia, como manifestação do Espírito, observe o seguinte:

a) Trata-se de um dom que capacita o servo a transmitir uma palavra ou revelação


diretamente de Deus, sob o impulso do Seu Espírito:

“Porém, se todos profetizarem, e entrar algum incrédulo ou indouto, é ele por todos
convencido e por todos julgado; tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e,
assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está,
de fato, no meio de vós.”

1 Coríntios 14.24-25

“Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem. Se, porém, vier
revelação a outrem que esteja assentado, cale-se o primeiro. Porque todos podereis
profetizar, um após outro, para todos aprenderem e serem consolados.”

1 Coríntios 14.29-31
Aqui, não se trata de mensagens objetivando casamentos, viagens, negócios ou assuntos
particulares.

b) Tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, profetizar não é predizer o futuro,
mas proclamar a vontade de Deus no sentido de edificar, exortar e consolar o Seu povo:
“Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando.” (1 Coríntios
14.3). Ou seja, estimulá-lo à retidão, à fidelidade e à paciência.

c) A mensagem profética pode desmascarar a condição do coração de uma pessoa ou


prover edificação, exortação, consolo, advertência e julgamento:

“tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face


em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós.”

1 Coríntios 14.25

“Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando.”

1 Coríntios 14.3

“tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face


em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós. Que
fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz
revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpre-tação. Seja tudo feito para
edificação.”

1 Coríntios 14.25-26

“Porque todos podereis profetizar, um após outro, para todos aprenderem e serem
consolados.”

1 Coríntios 14.31

d) A igreja não deve ter como infalível toda profecia deste tipo, porque muitos falsos
profetas têm surgido nas igrejas:“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes,
provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo
mundo fora.”

1 João 4.1

Daí, toda profecia deve ser julgada quanto à sua autenticidade e conteúdo:

“Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem.” (1 Coríntios


14.29); Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas; (1 Coríntios
14.32); “Não desprezeis as profe
-cias; julgai todas as coisas, retende o que é bom;” (1 Tessalonicenses 5.20-21).

Ela deverá enquadrar-se na Palavra de Deus. E não somente a profecia, mas também o
profeta ou aquele que trouxe a profecia deve ser julgado quanto ao testemunho do seu
caráter.

e) O dom da profecia manifesta-se segundo a vontade de Deus e não a do homem. Não há


no Novo Testamento um só texto mostrando que a igreja de então buscava revelação ou
orientação através dos profetas. A mensagem profética ocorria na igreja somente quando
Deus tomava o profeta para isso: “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas
coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente.” (1 Coríntios
12.11).

Os espíritos enganadores têm usado maus cristãos para que estes se aproveitem de cristãos
imaturos e conduzam-os a decisões completa-mente contrárias à vontade de Deus, através
de “profecias particulares”. Tem muita gente neófita buscando revelação profética em locais
onde “médiuns evangélicos” estão dando consultas.

Quem tem coração sábio foge de toda e qualquer aparência do mal. Muitos se casaram e
desgraçaram-se por causa de “espiritismo evangélico”. Deus nunca usou Seus profetas para
dar qualquer orientação sobre casamento, viagens, negócios ou projetos particulares. O dom
de profecia tem objetivos estritamente espirituais que tratam de edificação, exortação e
consolação do corpo de Cristo.

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