Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS


DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA
DISCIPLINA: ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA (BZ 014)
CURSO: ENGENHARIA AGRONÔMICA
PROFª. SONIA M. N. LAZZARI / CARLA F. PICCOLI (Mestranda)

MONTAGEM DE INSETOS – VIA SECA PARA COLEÇÃO DIDÁTICA

Morte

O vidro letal consiste em um frasco de vidro de boca larga (potes de


maionese) contendo um chumaço de algodão coberto por uma rodela
de papelão. O papelão deverá estar bem ajustado às paredes do vidro
e apresentar alguns furos. É aconselhável adicionar tiras de papel
higiênico para evitar danos nos espécimes. Deve-se adicionar um
pouco de gás tóxico (acetato de etila, éter ou clorofórmio) no algodão,
cobrir com a rodela e, então, adicionar os insetos. O gás sairá aos
poucos pelos furos do papelão, matando os espécimes.

Outro modo mais simples é colocar os animais no congelador. Porém,


além de mais demorado, esse método pode danificar o material devido
à umidade.

Alfinetagem

A alfinetagem direta consiste em inserir um alfinete diretamente através


do corpo do inseto. A posição correta do alfinete varia entre as ordens
de insetos, e é importante seguir as normas para não danificar estruturas
que podem ser úteis na identificação (Fig. 1).

Fig. 1 – Posições do alfinete para insetos típicos


Logo após a alfinetagem, antes que os insetos sequem
completamente, as antenas, asas e pernas devem ser
arranjados de forma fiquem visíveis para estudo. Para isso,
coloca-se o inseto sobre uma placa de isopor e, com auxílio
de alfinetes, os apêndices devem ser arrumados da maneira
mais parecida com o jeito que ficam quando em repouso, e
simétricos! (Fig. 2)

Fig. 2 – Alfinetagem para


posição correta dos
apêndices

Os espécimes devem ser espetados o mais perpendicular possível, deixando


pelo menos 7 mm acima do corpo do inseto livre para manipulação. (Fig. 3)

Fig. 3 – Posições corretas e incorretas para alfinetar

Insetos muito pequenos, que podem ser danificados se forem espetados, são
montados com auxílio de pontas (triângulos) de papel cartão medindo 1 cm
de comprimento por 0,5 cm de largura e com a ponta mais fina possível.
Deve-se alfinetar o triângulo na parte mais larga, novamente deixando 7 mm
de alfinete livre para manipulação. O espécime é colado com cola branca ou
esmalte incolor (Fig. 4)

Fig. 4 – Montagem em ponta (triângulo)


Em muitos grupos, as características das asas são importantes para a
identificação. As asas podem ser distendidas com esticadores: o exemplar,
depois de alfinetado, é colocado no bloco e as asas são montadas com tiras
de papel manteiga presas por alfinetes (as tiras entram em contato com as
asas, nunca os alfinetes!). Os insetos devem ser deixados para secar
completamente antes que os alfinetes ou papéis sejam removidos (Fig. 5)

Fig. 5 – Técnica para esticar os apêndices antes da secagem dos insetos.

Câmara Úmida

Quando um inseto está muito seco e quebradiço, ele deve ser reidratado para
se tornar maleável e poder ser alfinetado da forma correta. Para isso, basta
forrar o fundo de um recipiente com areia úmida, adicionar papel filtro/jornal,
arranjar os insetos, tampar e colocar sob uma lâmpada ou fonte de calor para
produzir vapor de água. O tempo necessário para reidratação é variável.
Cuidar para não deixar criar fungo.

Etiqueta de procedência

As etiquetas devem ser confeccionadas em papel branco resistente, no


tamanho 2,0 cm x 1,0 cm, contendo as seguintes informações (fonte: Times
New Roman, 6):

1ª linha: Cidade, Estado (sigla), País

2 ª linha: Data de coleta (dia, mês – em números romanos, e ano)

3 ª linha: sobrenome e iniciais do coletor, seguidos de “leg.” ou “col.”

Curitiba – PR - Brasil Curitiba – PR - Brasil Curitiba – PR - Brasil Corupá – SC - Brasil


21.XI.2009 26.III.2009 10.VI.2008 07.VII.2008
ACIOLE, S. G. col. PICCOLI, C. F. leg. BONNA, A. C. leg. WESTPHAL, B. col.
Conservação

O acondicionamento de insetos é feito em pequenas caixas de papelão


(caixas de camisa) com fundo de isopor encamado com papel manteiga.
Para preservar a coleção, deve-se controlar a umidade (secando bem os
exemplares e deixando em local seco) para não mofar. Utilizar naftalina
(moída e bem fixada para que não danifique o material) para evitar
infestação por insetos que atacam coleção.

Organização da Caixa

Os espécimes deverão ser organizados nas caixas conforme seus táxons.


Primeiramente, faz-se uma etiqueta para a Ordem e, em seguida, para as
famílias daquela ordem. Haverá uma gaveta entomológica em cada sala que
poderá ser seguida como exemplo. (Fig. 6)

Fig. 6 – Organização de coleção entomológica didática.

Texto e Figuras modificadas de Gullan & Cranston 2005 – The insects – an


outline of Entomology.

Texto modificado de Almeida, Ribeiro-Costa & Marinoni 2003 - Manual de


Coleta, Conservação, Montagem e Identificação de Insetos.

*Preparado por Carla Piccoli - Mestrado em Entomologia – UFPR 2009

Você também pode gostar