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João 3.1-15
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Regeneração
Sobre ou novo nascimento

Regeneração ou novo nascimento


Texto básico: João 3.1-15

Leitura diária
D – Jo 1.1-14 Não pela vont ade da carne
S – 1Jo 2.27-29 Regeneração e just iça
T – 1Jo 3.7-10 Aversão ao pecado
Q – 1Jo 4.7-21 Regeneração e amor
Q – 1Jo 5.1-4 Regeneração e fé em Jesus
S – 1Jo 5.13-19 Regeneração e prot eção
S – 1Pe 1.3-12 Regeneração e esperança

Int rodução

O que acont ece depois de sermos escolhidos em Cristo e chamados eficazment e pela pregação do evangelho e
a ação do Espírito? Qual é o próximo elo na grande bênção da salvação? Como e em qual momento recebemos
vida espirit ual para podermos responder com fé à vocação eficaz? Regeneração e novo nascimento são a
mesma coisa? Ser nascido de Deus e ser uma nova criat ura são a mesma coisa? Como a regeneração acont ece?
O que ela t em a ver com a conversão e a sant ificação?

1. O ensino bíblico sobre regeneração

A Escrit ura most ra com clareza que apenas Deus pode realizar a t ransformação necessária para capacit ar os
seres humanos a fazerem o que é agradável aos seus olhos (Dt 30.6; Jr 31.33; Ez 36.26).

No Novo Test amento encont ramos ensinos mais claros e ricos sobre a regeneração. Nenhum autor t rat a mais
frequent ement e do t ema do novo nascimento do que João. Veja, por exemplo, o que é dito em João 1.12-13: “Mas,
a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu
nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vont ade da carne, nem da vont ade do homem, mas de Deus”.
Repare que ser filho de Deus não é algo que se consegue pela descendência (“não nasceram do sangue”) nem
pela decisão humana autônoma (“nem da vont ade da carne”), mas exclusivament e pela ação de Deus (“de
Deus”).

Para sermos filhos de Deus, precisamos ser espirit ualment e gerados por ele. É verdade que “todos quantos o
receberam”, isto é, todos aqueles que creem em Jesus, recebem o direito de serem filhos de Deus, mas at é
mesmo a fé pela qual essas pessoas creem em Jesus é um dom de Deus (Ef 2.8-9) e, port anto, faz part e da
ação de Deus na salvação humana. A regeneração é uma obra tot alment e divina realizada pelo Espírito no
coração do pecador.

Talvez nenhum t exto da Escrit ura ensine a soberania de Deus na regeneração humana de modo mais claro do
que nosso t exto básico (Jo 3.1-15). Nicodemos, um judeu import ant e, membro do Sinédrio, foi se encont rar com
Jesus. Ele respeit ava Jesus como mest re, mas ainda não havia ent endido bem a verdadeira missão que Jesus
t inha vindo realizar. No versículo 3, Jesus faz uma declaração que expressa o núcleo da mensagem que
Nicodemos precisava compreender: “Em verdade, em verdade t e digo que, se alguém não nascer de novo [não for
regenerado], não pode ver o reino de Deus”. Port anto, nascer de novo, é o pré-requisito fundament al para que a
pessoa t enha acesso ao reino de Deus. Nicodemos não est ava preparado para est a respost a. Ele era uma pessoa
respeit ável, um homem idôneo, era aquilo que cost umamos chamar de “gent e de bem”. Sendo assim, como, por
que e em que sent ido ele precisava nascer de novo?
Diant e da dificuldade de Nicodemos em ent ender as suas palavras (v. 4), Jesus declara ainda com mais clareza:
“Em verdade, em verdade t e digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode ent rar no reino de Deus” (v. 5).
A água era usada, no Ant igo Test amento, para simbolizar a purificação int erna. O uso mais not ável dest e símbolo
é visto em Ezequiel, quando o Senhor anuncia a fut ura rest auração de Israel: “Aspergirei água pura sobre vós, e
ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei” (Ez 36.25). Ent ão
Jesus est á dizendo que se a pessoa não for purificada por Deus, ela não pode ent rar no reino. O Espírito, por sua
vez, é o agent e divino que produz o novo nascimento. Port anto, Jesus est á afirmando a necessidade de
purificação int erior e regeneração para que a pessoa possa ent rar no reino de Deus.

Nesse novo nascimento, somos tot alment e dependent es da ação do Espírito. Ele é soberano na regeneração.
Jesus ensina: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é
todo o que é nascido do Espírito” (v. 8). A ação do Espírito na regeneração é t ão soberana quanto a ação do vento,
que sopra onde quer. Além disso, ela t ambém é mist eriosa, como os movimentos do vento.

Quando Jesus diz que “o que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito” (v. 6), ele não
est á usando a palavra “carne” no sent ido de “nat ureza humana escravizada pelo pecado”, como Paulo faz
frequent ement e, mas no sent ido de “fraqueza humana”. O sent ido do t exto é que aquele que t em um
nascimento apenas físico cont inua sendo uma pessoa não regenerada, mas aquele que é nascido do Espírito se
torna uma pessoa regenerada, um filho de Deus. A regeneração, port anto, provoca em nós uma mudança real:
deixamos de ser simplesment e criat uras de Deus e nos tornamos filhos de Deus.

A primeira cart a de João t ambém é replet a de ensinamentos sobre a regeneração. Em 1João 2.29, ele afirma que
a pessoa regenerada prat ica a just iça. Isso most ra que a regeneração, embora acont eça em um dado momento
no t empo, é manifest ada na vida do crent e pelos efeitos que ela produz. O mesmo ensino est á present e em
1João 3.9: “aquele que é nascido de Deus não vive na prát ica do pecado”, isto é, não t em prazer no pecado e t em
aversão a ele.

A regeneração não nos torna perfeitos. Mesmo depois de regenerados, cont inuamos t endo que lidar com o
problema do pecado, como o próprio João ensina: “Se dissermos que não t emos pecado nenhum, a nós mesmos
nos enganamos e a verdade não est á em nós (1Jo 1.8). Seremos perfeitos soment e quando formos glorificados.
No ent anto, a regeneração coloca em nosso coração uma disposição nova, uma disposição para o bem que
agrada a Deus, uma disposição para a sant idade, de modo que não mais servimos ao pecado como escravos. Em
1João 4.7, João afirma que a pessoa regenerada ama seus irmãos, sendo est a mais uma evidência da
regeneração. Uma pessoa regenerada reconhece em out ra pessoa regenerada um irmão em Cristo. Somos
regenerados individualment e, mas, quando isso acont ece, somos imediat ament e inseridos na família crist ã.

Em 1João 5.1, o apóstolo afirma que a pessoa regenerada t em fé em Jesus. Esse “em Jesus” é fundament al aqui.
O regenerado não t em fé em um ídolo, não t em fé nas riquezas dest e mundo, não t em fé em si mesmo. O
regenerado t em fé em Jesus. João t ambém afirma que “todo o que é nascido de Deus vence o mundo” (1Jo 5.4).
Est a vitória, porém, não é alcançada pela sabedoria dest e mundo, mas pela fé em Jesus.

O redimido t em aversão ao pecado e, t ambém, é guardado por Deus e não pode ser tocado pelo diabo (1Jo 5.18).
Sendo regenerados por Deus, somos t ambém preservados por ele. Nem mesmo o diabo pode nos fazer volt ar ao
ant igo est ado de mortos espirit uais e inimigos de Deus. Uma vez que recebemos de Deus a vida espirit ual, ele
mesmo a preservará em nós. Reconciliados com Deus em Cristo, não volt aremos ao ant igo est ado de host ilidade
permanent e cont ra ele. Enfim, de modo geral, na primeira cart a de João aprendemos que a pessoa regenerada
t em sua vida marcada pelas seguint es caract eríst icas: just iça, aversão ao pecado, amor aos irmãos, fé em
Jesus e vitória sobre o mundo. Vimos t ambém que o regenerado é guardado pelo próprio Deus.

Paulo t ambém fala sobre a regeneração. Em Efésios 2.5, ele diz que “Est ando nós mortos em nossos delitos,
[Deus] nos deu vida junt ament e com Cristo”. A regeneração, port anto, é o ato de Deus pelo qual ele dá vida
espirit ual a pessoas que est avam espirit ualment e mort as. Mais uma vez, a regeneração é apresent ada como
uma mudança de est ado na vida humana: da mort e para a vida. Em Efésios 2.10 e 2Corínt ios 5.17, ele faz a
surpreendent e declaração de que a regeneração é uma espécie de nova criação. Os regenerados são criados em
Cristo, tornando-se, assim, novas criat uras.

Encerrando est a divisão, podemos definir a regeneração como “a obra do Espírito Santo pela qual ele inicialment e
t raz as pessoas à viva comunhão com Cristo, t ransformando seus corações para que aqueles que est ão
espirit ualment e mortos se tornem espirit ualment e vivos, habilit ados a se arrependerem do pecado, crer no
evangelho e servirem ao Senhor”.[1]

2. A nat ureza da regeneração

A regeneração é t ão mist eriosa quanto o vento. Não sabemos de onde vem, nem para onde vai (Jo 3.8). Além
disso, não podemos observar a regeneração, podemos apenas observar a manifest ação dos efeitos produzidos
na vida dos eleitos de Deus. No ent anto, com base no ensino bíblico, podemos fazer algumas afirmações
import ant es sobre a nat ureza da regeneração:

1. É uma transformação instantânea. A regeneração é imediat a, ao cont rário da sant ificação, que é um
processo cont ínuo que dura toda a vida do crent e. Em Efésios 2.5, a regeneração é descrit a como uma
mudança da mort e para a vida. Não exist e meio t ermo ent re a mort e e a vida. Ou a pessoa est á mort a, ou
est á viva.
2. É uma transformação sobrenatural que Deus realiza no crente. Repare que a regeneração não é apenas uma
melhoria moral ou uma melhoria social, mas uma mudança sobrenat ural. O regenerado não se torna uma
“pessoa boa”, ele se torna uma nova criat ura. É claro que a sant ificação que acompanha a regeneração t em
efeitos ét icos na vida do regenerado, mas a regeneração vai muito além disso. Ela não se refere soment e a
uma mudança de comport amento, mas a uma mudança em nosso relacionamento com Deus.
3. É uma mudança radical, não superficial. A regeneração atinge a essência da natureza humana.

a) A regeneração é a concessão de vida espirit ual. É na regeneração que o pecador morto em seus delitos torna-
se espirit ualment e vivo e é feit a a sua reconciliação com Deus.

b) A regeneração é uma mudança que afet a a vida toda. Não se t rat a de uma mudança apenas int elect ual, mas
de uma mudança que at inge o int electo, a vont ade e as emoções. A Escrit ura fala que a pessoa regenerada t em
um coração novo, isto é, uma vida nova.

3. A regeneração e as out ras dout rinas bíblicas

Fazendo o est udo de um dos elementos da salvação pela perspect iva da ordo salut is, é muito proveitoso
verificarmos a relação da regeneração com out ras dout rinas bíblicas ligadas à salvação.

a) Regeneração e conversão. A regeneração result a na conversão (fé e arrependimento). Podemos dizer que a
conversão é a evidência ext erna de que uma pessoa foi regenerada.

Veja, por exemplo, o que a Escrit ura diz a respeito da conversão de Lídia: “Cert a mulher chamada Lídia, da cidade
de T iat ira, vendedora de púrpura, t ement e a Deus, nos escut ava; o Senhor lhe abriu o coração para at ender às
coisas que Paulo dizia”. O autor do livro de Provérbios diz: “Sobre t udo o que se deve guardar, guarda o t eu
coração, porque dele procedem as font es da vida” (Pv 4.23). O coração, na Escrit ura, designa o cent ro de todas as
at ividades humanas. Ele é a font e das experiências ment ais e espirit uais. Por isso, quando Lucas, em Atos 16.14,
diz que Deus abriu o coração de Lídia, ent endemos que ele est á descrevendo a regeneração realizada por Deus
nest a mulher para que ela ent endesse o que Paulo est ava dizendo e pudesse se apropriar disso pela fé.

Est a respost a do pecador ao chamado eficaz é o que chamamos de conversão. Como já foi dito quando
est udamos a ordo salut is (veja lição 4), chamado eficaz, regeneração e conversão ocorrem simult aneament e.
Não há um int ervalo ent re a concessão de cada uma dest as bênçãos espirit uais. Todas elas são
simult aneament e concedidas pela graça de Deus na grande bênção da salvação. No ent anto, pela lógica, a obra
regeneradora de Deus precede a conversão, já que ninguém pode expressar fé e arrependimento se est iver
espirit ualment e morto.

b) Regeneração e santificação. Somos sant ificados imediat ament e no momento em que somos salvos. No
ent anto, essa bênção da sant ificação que recebemos no momento da conversão t em de ser desenvolvida ao
longo de nossa jornada crist ã. Port anto, nest e sent ido, podemos dizer que a regeneração é o começo da
sant ificação. A regeneração nos conduz a uma vida de progresso em sant ificação e obediência. Precisa ser
observado que, embora a regeneração seja pessoal, os redimidos formam um corpo, a família da fé. Isso faz com
que nossa regeneração t enha implicações sociais dent ro do corpo de Cristo. Pedro ensina: “Amai-vos, de coração,
uns aos out ros ardent ement e, pois fost es regenerados” (1Pe 1.22-23). O corpo de regenerados, que é a igreja,
precisa desenvolver sua sant ificação.

c) Regeneração e batismo. O bat ismo não faz part e da ordo salut is. No ent anto, o fato de algumas denominações,
como a Igreja Católica Apostólica Romana, por exemplo, ensinarem a regeneração bat ismal faz com que seja
oport uno verificarmos, aqui, a legit imidade dest a dout rina à luz da Bíblia. A dout rina da regeneração bat ismal diz
que a pessoa é regenerada pelo bat ismo. De acordo com o ensinamento católico, a bênção simbolizada no
bat ismo é concedida ex opere operato (isto é, em virt ude da ação ext erna), sem necessidade de qualquer ação,
devoção, piedade ou fé ou qualquer out ra preparação da part e daquele que o recebe.

O Concílio de Trento, ao t rat ar dest e assunto, afirmou o seguint e: Cânone 6: “Quem quer que diga que os
sacramentos da nova lei não cont êm a graça que significam ou não conferem graça aos que não se lhe opõem
obst áculo, como se fossem meros sinais… seja anát ema”. E Cânone 8: “Se alguém disser que os sacramentos da
nova lei não lhes conferem graça ex opere operato, mas que a fé soment e, na promessa divina, é suficient e para
se obt er graça, seja anát ema”. Ora, o bat ismo não é um meio de regeneração. Toda a obra da salvação, incluindo
todos os seus elementos, é uma obra da graça de Deus. Est udaremos os sacramentos daqui a dois t rimest res.
No ent anto, o que já foi est udado at é aqui sobre a salvação nos permit e afirmar com a máxima segurança que o
bat ismo não salva ninguém e não t em nenhuma eficácia regeneradora. A salvação é sempre pela graça de Deus
mediant e a fé.

Conclusão

Os crist ãos não são apenas pessoas boas, são pessoas novas, regeneradas, são novas criat uras em Cristo
Jesus. A regeneração at inge em cheio nossa nat ureza humana caída e a t ransforma de t al modo que passamos
da mort e para a vida, de um est ado de host ilidade cont ra Deus para um est ado de paz com Deus. Essa
t ransformação causada pelo novo nascimento t em implicações permanent es em toda a vida crist ã, permit indo-
nos receber pela fé a ofert a da salvação e nos conduzindo a uma vida de sant idade.

Aplicação

Embora não possamos ver a regeneração, podemos ver os efeitos que ela produz na vida do regenerado. Em 1
João, encont ramos várias evidências prát icas que podem ser observadas na vida dos regenerados. O que essas
evidências t êm a ver com a sant ificação? É possível tornar essas evidências bem nít idas em sua vida? O que
você precisa fazer para que elas sejam bem realçadas?

[1] Salvos pela graça, Ant hony Hoekema, Cult ura Crist ã, p. 100.

>> Autor: Vagner Barbosa


>> Est udo publicado originalment e pela Editora Cult ura Crist ã. Usado com permissão.
Tags: Evangelização, T eologia, Vida Cristã
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