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ARQUITETURA E URBANISMO
SILVANA ALVES
EDER GEYSON DA SILVA CAMARA
PESQUISA DE TIPOLOGIA
ARACAJU, 2017
Diógenes Rebouças foi, indiscutivelmente, o mais renomado e influente arquiteto
baiano entre o final dos anos 1940 e o início dos anos 1960.
Através dos contatos sociais e dos engenheiros que conheceu como topógrafo em
Itabuna, passou a elaborar projetos de arquitetura, se tornando um dos mais
produtivos projetistas da cidade nos anos 30.
Seu projeto mais importante dessa primeira fase é a Catedral de São José, em
Itabuna. Em 1936, Diógenes Rebouças transfere-se definitivamente para Salvador,
onde retoma os cursos de arquitetura, desenho e pintura na Escola de Belas-Artes
da Bahia, iniciados cinco anos antes; em 1937, conclui somente aquele de
Desenho e Pintura.
Em 1941, é convidado pelo engenheiro Mário Leal Ferreira para opinar sobre o
paisagismo do entorno do estádio que começava a ser construído pelo Governo do
Estado nas proximidades do Dique do Tororó.
O Estádio da Fonte Nova seria inaugurado dez anos depois. A partir de 1943, com
a instalação do EPUCS (Escritório do Plano de Urbanismo da Cidade de Salvador)
sob a direção geral de Ferreira, Rebouças é convidado a coordenar o setor
paisagístico.
Com a morte de Ferreira, em 1947, Rebouças assume a direção do EPUCS, onde
elabora, nos quatro anos seguintes, projetos urbanísticos e arquitetônicos que
mudam a paisagem de Salvador, dentre os quais se destacam a Avenida
Centenário, a Penitenciária do Estado, o Hotel da Bahia (em parceria com Paulo
Antunes Ribeiro), os novos pavilhões do Parque Sanatorial Santa Terezinha e o
Mercado do Peixe no Porto da Barra.
Como não olhar e ficar impressionado com uma obra de tamanho impacto como a
Avenida Contorno. Não só ela como também a Fonte Nova, Hotel da Bahia, Escola
Politécnica, Escola de Arquitetura da UFBA, Estação Rodoviária e a Marítima de
Salvador. Entre outras, que fizeram de Diógenes Rebouças, um dos
maiores nomes da arquitetura brasileira.
Em 1950 com o admirável Anísio Teixeira, liderou o plano que levaria a criação
do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, conhecido popularmente como Escola
Parque. Durante os anos de 1952 e 1953 o Edifico do IPASE, e nos anos 1955 - 1957
o Edifício Comendador Urpia.
Foi consultor técnico do segundo distrito do IPHAN na Bahia por 5 anos. E em 1952
depois da consultoria no IPHAN foi contratado como professor da Faculdade de
Arquitetura da UFBA ficando por mais de três décadas, tornando-se Catedrático em
1967. É válido lembrar que foi o primeiro presidente e co-fundador do Instituto dos
Arquitetos do Brasil, secção Bahia.
Em 1960 foi o responsável pelos projetos da Escola Politécnica da UFBA na
Federação (o antigo prédio ficava na Praça de São Pedro, já demolido). Em 1965
(obras iniciadas) o prédio da Escola de Arquitetura da UFBA com a
colaboração do engenheiro Américo Simas, Oscar Caetano Silva e Fernando
Fonseca. E nos anos de 1961 e 1962 a Estação Rodoviária e a Estação Marítima de
Salvador na Cidade Baixa.
A Avenida Contorno.
Avenida Contorno, Salvador Bahia e o Solar do Unhão. Podemos ver os arcos que sustentam a Avenida. Em 13 de
Outubro de 1962.
Imagem: Encontrada no site: Cronologia do Urbanismo.
É importante destacar que soma-se a seu currículo outros trabalhos que não foram
listados aqui. Como a sede da Associação Atlética da Bahia (demolida) em 1941,
várias residências e edifícios construídos entre as décadas de 30 e 60, o Museu
Hansen Bahia em 1980 na cidade de Cachoeira (era consultor do IPHAN),
restruturação e adaptação do Solar Berquó (sede do IPHAN Bahia) entre 1986 -
1988), Avenidas Bonocô e Miguel Calmon (Vale do Canela) em 1970, e a
revitalização do Mosteiro de São Bento em 1994.
“O que Diógenes Rebouças não conseguiu salvar com a sua ação, salvou com os
seus pincéis”.²
Cid Teixeira.
O Hotel da Bahia veio preencher uma lacuna no ramo hoteleiro de Salvador. Àquele
tempo, 1950, Salvador possuía apenas dois hotéis com alguma qualidade: o Pálace
Hotel e o Hotel Meridional, ambos na Rua Chile.
Gente como esta fez comentário com o mesmo viés quando ACM construiu a Avenida
Paralela: “para que uma avenida desta? Não tem nem saídas”.
Nunca esquecemos esses comentários. Não imaginávamos que um dia poderíamos usá-
los para exemplificar a estreiteza de pensamento de uma crítica perniciosa aos
interesses de uma comunidade.
Foi reformado em 1970 e em 1978 enfrentou sua primeira crise. Reabriu em 1984 após
nova reforma. O Hotel da Bahia foi projetado pelos arquitetos Diógenes Rebouças e
Paulo Antunes Ribeiro. Sua construção deve-se ao Governador Otávio Mangabeira e foi
inaugurado em 24 de maio de 1952. Foi reformado em 1970 e em 1978 enfrentou sua
primeira crise, tendo sido fechado. Reabriu em 1984, completamente reformado e
ampliado.
Há dois ou mais anos voltou a fechar e agora deverá retornar a funcionar sobre nova
gestão que promete um hotel mais luxuoso e funcional.
Painel de Genaro de
Carvalho
O hotel possuia diversos painés e outras obras artísticas. Está indo tudo a leilão no
presente momento.
Teatro Castro Alves
Um dos mais modernos teatros do País, foi construído em 1958 e sofreu um incêndio
dias antes de sua inauguração। Sua recuperação foi concluída em 1967. Vinte e nove
anos depois o teatro passou por uma reforma completa e ganhou os mais modernos
equipamentos cênicos.
Em verdade, o projeto de construção desse teatro já estava previsto desde 1947 quando
Anisio Teixeira era secretário de educação, contudo só em 1951, já no governo de
Antônio Balbino (1955/1959) tem andamento as obras, Em 1958, cinco dias antes de
sua inauguração (9 de julho de 1958), sofre um incêndio sendo finalmente inaugurado
em 1960.
Diversos projetos foram elaborados para a sua construção. O primeiro deles pelos
arquitetos Rocha Miranda e Souza Reis (1948). Após o incêndio, novo projeto foi
desenvolvido, agora da autoria de José Bina Fonyat Filho e Humberto Lemos Lopes.
De relação ao incêndio contam-se histórias incríveis. Uma delas de que o incêndio teria
sido criminoso. Foi descoberto um grave erro de construção. O prédio não possuía um
tal de pilar em V sem o qual poderia desabar. O fato é que, na sua reconstrução o
“bendito” pilar, como foi chamado na época, foi introduzido.
Vejamos o que é um pilar em V e o que os engenheiros dizem sobre eles:
Pilar em V
Esse prédio com certeza não tem pilar em V. Fica no entorno do largo
Para amenizar mais a questão, vamos retratar a beleza com elementos do largo:
Flor de Acanto