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nivandrade@uol.com.br
RESUMO
Diógenes Rebouças foi o mais prolífico arquiteto e urbanista baiano entre o final da década de 1940 e o
início da década de 1960 e um dos principais responsáveis pela consolidação da arquitetura e do urbanismo
modernos na Bahia. Embora a parte mais conhecida da sua obra corresponda à produção fortemente
influenciada pela arquitetura moderna da Escola Carioca das décadas de 1940 e 1950, sua atuação
profissional se estendeu de meados da década de 1930 até a sua morte, em 1994, e inclui mais de uma
centena de edifícios. Passados 14 anos da sua morte, o seu acervo se encontra atualmente disperso em
diversos arquivos, nos quais as plantas originais e fotografias de seus projetos se encontram quase sempre
acondicionadas de forma equivocada. Além disso, apesar da sua inquestionável importância, a bibliografia
existente sobre a sua obra é bastante reduzida, resumindo-se a uns poucos artigos publicados e uma
dissertação de mestrado que se limita a uma descrição das obras produzidas no seu período de maior
projeção. Um estudo crítico mais aprofundado sobre a sua produção arquitetônica em toda sua
complexidade e a partir da análise da farta documentação original disponível ainda está por ser realizado.
Este artigo pretende analisar a diversidade e multiplicidade da produção projetual de Rebouças – muitas
vezes apresentado de maneira reducionista como um simples seguidor da Escola Carioca –, buscando
compreender o papel que ele ocupou na arquitetura baiana do século XX, a partir da documentação
existente nos diversos arquivos e da análise dos próprios edifícios projetados pelo arquiteto e que
representam o seu maior legado.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Apesar da inquestionável importância de Rebouças, uma produção crítica mais
consistente sobre a sua obra arquitetônica ainda está por ser realizada. Subsídios para a
realização de uma pesquisa sistemática que possa subsidiar esta revisão crítica da obra
de Rebouças não faltam: parte significativa de sua obra realizada encontra-se preservada
e em uso e existe farta documentação, distribuída em alguns arquivos de Salvador, sobre
a sua obra, incluindo plantas e desenhos originais de diversos projetos arquitetônicos2, à
espera de uma pesquisa sistemática.
A bibliografia existente a respeito de sua obra arquitetônica é bastante reduzida,
resumindo-se a uns poucos artigos publicados em periódicos (ALBAN et alli, 1995) ou
anais de eventos (AZEVEDO, 1997; ANDRADE JUNIOR, 2007), entrevistas realizadas
com o arquiteto (REBOUÇAS, 1986, 1999) e uma dissertação de mestrado
(NASCIMENTO, 1998) que se limita a uma descrição das obras produzidas no seu
período de maior projeção, compreendido entre o início da elaboração do projeto do
Estádio da Fonte Nova, em 1942, e a construção da Faculdade de Arquitetura, em 1965.
1
Ver listagem preliminar em anexo.
2
Estamos nos referindo ao Centro de Estudos da Arquitetura Baiana da UFBA; ao Memorial Diógenes Rebouças,
localizado no Mosteiro de São Bento, e à 7ª Superintendência Regional do IPHAN, dentre outros .
Além disso, algumas poucas revistas brasileiras (Acrópole, Técnica, dentre outras) e
estrangeiras (como a L’Architecture d’Aujourd’hui) publicaram projetos de sua autoria ao
longo dos anos 1940 e 1950. Um estudo mais aprofundado da produção arquitetônica de
Diógenes Rebouças em toda sua complexidade e a partir da análise da farta
documentação original disponível ainda está por ser feito.
Ao contrário de outros arquitetos contemporâneos a ele, como Lúcio Costa, Vilanova
Artigas, Lina Bo Bardi e Oscar Niemeyer, Diógenes Rebouças deixou muito pouca
documentação escrita. Entretanto, existem nos arquivos citados diversos textos de sua
autoria ainda inéditos, que incluem desde avaliações de trabalhos de alunos da FAUFBA
e até alguns escritos no campo do urbanismo e do planejamento urbano. No que se refere
à sua visão da arquitetura, contudo, seu principal legado material consiste nas obras
construídas e nos seus desenhos, além dos pareceres técnicos realizados no SPHAN no
período em que foi seu colaborador e dos memoriais dos projetos de sua autoria.
Biblioteca Central da 1973 Colaboradores: João C. Brasileiro, Campus da Federação O arquivo do MDR/MSB possui um jogo
UFBA Sônia Kalil, Fernando Fahel da UFBA, Ondina – completo das pranchas do ante-projeto
Salvador (BA) em escala reduzida.
Faculdade de 1973 Colaboradores: João C. Brasileiro, Campus da Federação O arquivo do MDR/MSB possui uma
Farmácia da UFBA Sônia Kalil, Fernando Fahel da UFBA, Ondina – planta baixa do ante-projeto em escala
Salvador (BA) reduzida.
Escola de Belas- 1973 Colaboradores: João C. Brasileiro, Campus da Federação O arquivo do MDR/MSB possui uma
Artes da UFBA Sônia Kalil, Fernando Fahel da UFBA, Ondina – planta baixa do ante-projeto em escala
Salvador (BA) reduzida.
Restaurante e 1973 Colaboradores: João C. Brasileiro, Campus da Federação O arquivo do MDR/MSB possui uma
Intercurso Social da Sônia Kalil, Fernando Fahel da UFBA, Ondina – planta baixa do ante-projeto em escala
UFBA Salvador (BA) reduzida.
Projeto de 1980-84 Prado Valladares Arquitetos S/C Praça 2 de Julho Há uma cópia de algumas plantas deste
Recuperação e (Lourenço Prado Valladares); (Campo Grande), nº 2 projeto de reforma no arquivo do
Reforma do Hotel da engenheiro Luís Fernando Smidt – Salvador (BA) DOCOMOMO/FAUFBA
Bahia (atual Hotel (fiscal de obras da contratante, a O jogo completo de pranchas do projeto
Tropical) Rede Tropical de Hotéis); encontra-se no Escritório Prado
construtora: OAS Valladares Arquitetos S/C Ltda.
João Campos participou
Ampliação da Santa Déc. 1980 Projeto elaborado na condição de Cachoeira (BA) O arquivo da 7ª SR/IPHAN inclui
Casa de consultor-técnico do IPHAN diversas plantas e croquis deste projeto.
Misericórdia
Museu do SPHAN Déc. 1980 Projeto elaborado na condição de Rua São Francisco, nº O arquivo da 7ª SR/IPHAN inclui
na Casa dos Sete consultor-técnico do IPHAN 32, Centro – Salvador diversas plantas e croquis deste projeto.
Candeeiros (BA)
Centro Cívico e Déc. 1980 Projeto elaborado na condição de Quarteirão localizado O arquivo da 7ª SR/IPHAN inclui
Cultural e consultor-técnico do IPHAN entre as ruas do Tijolo, diversas plantas e croquis deste projeto.
estacionamentos Saldanha da Gama,
subterrâneos José Gonçalves e
Ladeira da Praça –
Salvador (BA)
Museu Hansen Déc. 1980 Projeto elaborado na condição de Cachoeira (BA) O arquivo da 7ª SR/IPHAN inclui
Bahia consultor-técnico do IPHAN diversas plantas e croquis deste projeto.
Recuperação da Déc. 1980 Projeto elaborado na condição de Barroquinha, Centro – O arquivo da 7ª SR/IPHAN inclui
Igreja de Nossa consultor-técnico do IPHAN Salvador (BA) algumas plantas e croquis deste projeto.
Senhora da
Barroquinha
Recuperação do Déc. 1980 Projeto elaborado na condição de Vitória do Paraguaçu – O arquivo da 7ª SR/IPHAN inclui
Engenho Vitória do consultor-técnico do IPHAN Cachoeira (BA) algumas plantas e croquis deste projeto.
Paraguaçu
Recuperação do Déc. 1980 Projeto elaborado na condição de Rua São Francisco, nº O arquivo da 7ª SR/IPHAN inclui
Solar dos 7 consultor-técnico do IPHAN 32, Centro – Salvador algumas plantas e croquis deste projeto.
Candeeiros (BA)
Estudo para 2ª metade Projeto elaborado na condição de Av. Joana Angélica, O arquivo da 7ª SR/IPHAN inclui
inserção de uma dec. 1980 consultor-técnico do IPHAN s/n, Nazaré – Salvador algumas plantas deste projeto.
porta na fachada (BA)
principal do
Convento de Nossa
Senhora da
Conceição da Lapa
Estacionamento 2ª metade Projeto elaborado na condição de Praça da Sé
subterrâneo na dec. 1980 consultor-técnico do IPHAN
Praça da Sé para
320 automóveis
Casa de Cultura da 2ª metade Projeto elaborado na condição de Barroquinha – O arquivo da 7ª SR/IPHAN inclui
Bahia dec. 1980 consultor-técnico do IPHAN Salvador (BA) algumas plantas deste projeto.
Proposta substitutiva 1986 Projeto elaborado na condição de Largo em frente ao O arquivo da 7ª SR/IPHAN inclui
para o Mercado da consultor-técnico do IPHAN Forte de Santa Maria, algumas plantas e croquis deste projeto.
Prefeitura Municipal Barra – Salvador (BA)
de Salvador
Restauração e 1983-88 Projeto elaborado na condição de Rua Visconde de O arquivo da 7ª SR/IPHAN inclui o
adaptação do Solar consultor-técnico do IPHAN Itaparica, nº 6/8, projeto completo, incluindo todos os
Berquó em sede da Barroquinha – detalhes executivos e as propostas dos
D.R. do IPHAN na Salvador (BA) volumes não realizados.
Bahia
Capela de Santa 1986-88 Projeto elaborado na condição de Saída para Muritiba, O arquivo da 7ª SR/IPHAN inclui todas
Bárbara consultor-técnico do IPHAN São Félix (BA) as plantas arquitetônicas e relativas aos
projetos complementares, além de
alguns croquis.
Centro Geriátrico na 1989 Distrito de Pedras – O arquivo do MDR/MSB possui algumas
Fazenda Jacarandá Santo Amaro (BA) plantas do estudo, relativos à
implantação e zoneamento, além de
uma perspectiva
Mezanino da 1991-93 Diógenes Rebouças atuou apenas Rua Caetano Moura, O arquivo do MDR/MSB possui diversas
Faculdade de como supervisor do projeto 121, Federação – pranchas dos projetos arquitetônico,
Arquitetura da UFBA realizado por equipe da FAUFBA, Salvador (BA) estrutural e de instalações elétricas,
coordenada por Heliodorio incluindo ainda detalhes arquitetônicos.
Sampaio; projeto estrutural: V&S
Engenheiros Consultores S/C;
projeto elétrico: Nivaldo Temi
Recuperação do 1990-95 PradoValladares Arquitetos S/C Rua Guedes de Brito, O arquivo do MDR/MSB inclui plantas e
Paço de Saldanha / (Lourenço Prado Valladares); nº 14, Centro – croquis de diversas versões deste
Liceu de Artes e Construtora Norberto Odebrecht Salvador (BA) projeto.
Ofícios O arquivo da Prado Valladares
Arquitetos S.C. possui diversos jogos de
plantas do projeto executivo, datadas de
1992 e 1993 (Pacotes 534, 536 e 540)
Plano de 1994 Construtora Norberto Odebrecht Largo de São Bento - O arquivo do MDR/MSB possui plantas
Revitalização do e croquis deste projeto.
Mosteiro de São
Bento
Projeto de Hotel Sem data Projetado para o Banco Lar Corredor da Vitória –
Brasileiro Salvador (BA) (no
local onde foi
construído na década
de 1960 o Hotel Plaza,
projetado por José
Bina Fonyat Filho)
Conjunto de Sem data Entre a avenida O arquivo do MDR/MSB possui um jogo
Edifícios de Adhemar de Barros e completo do estudo preliminar para um
Apartamentos em a rua Baependi, conjunto de quatro edifícios de
Ondina Ondina – Salvador apartamentos.
(BA)
Conjunto de casas Sem data José Bina Fonyat Filho; BHLB Caixa D’Água –
populares (dec. (Banco Hipotecário Lar Brasileiro) Salvador (BA)
1950?)
Conjunto Sem data José Bina Fonyat e J. Álvaro Rua Clião Arouca, O arquivo do MDR/MSB possui algumas
Residencial (dec. Peixoto; contratado pelo BHLB Brotas – Salvador (BA) pranchas de detalhes deste projeto.
1950?)
Residências para Sem data O arquivo do MDR/MSB possui uma
Funcionários da planta da unidade residencial deste
Usina Acutinga S.A. projeto.
Centro de Sem data Faz. Conceição, O arquivo do MDR/MSB possui um jogo
Treinamento e Distrito de Ferradas – de pranchas completo deste projeto.
Seminário da Itabuna (BA)
Diocese de Itabuna
Hospital de Paulo Sem data Paulo Afonso (BA)
Afonso
Auditório do IHEPC Sem data Salvador (BA)
Mercado Público de Sem data Jequié (BA)
Jequié
Residência Dr. Sem data João Campos acredita que seja a Salvador (BA)
Falcão Residência de João Falcão, na rua
Clementino Fraga, Jardim
Atlântida, Ondina, recentemente
demolida
Residência Nilo Sem data Assis Reis Salvador (BA) O arquivo do CEAB/FAUFBA inclui
Simões Pedreira algumas pranchas de detalhes originais
deste projeto.
Residência Rômulo Sem data Assis Reis Rua Bahia, Rua O arquivo do CEAB/FAUFBA inclui
Almeida Ceará, Pituba – plantas e cortes do projeto original desta
Salvador (BA) residência.
Projeto de Sem data Assis Reis Barris – Salvador (BA) O arquivo do CEAB/FAUFBA inclui um
ampliação da Escola jogo completo de pranchas relativas a
Góis Calmon este projeto.
Edifício de Sem data Contratante: Imobiliária Antônio Desconhecido O arquivo do CEAB/FAUFBA inclui um
escritórios Ferreira de Souza Limitada jogo completo de pranchas relativas a
este projeto.
3
Para uma análise da intervenção realizada por Rebouças no Solar Berquó, cf. ANDRADE JUNIOR, 2005.
4
Paulo Ormindo de Azevedo esboça uma análise a respeito da participação de cada um dos sócios e colaboradores de
Diógenes em cada uma de suas “fases” (AZEVEDO, 1997).
5
Os edifícios Visconde de Cayru (1968), Dom João VI (1969) e o Edifício-Garagem Otis (1970), últimos de uma série de
construções realizadas no bairro do Comércio a partir do Edifício Cidade do Salvador (1947-51).
6
Os edifícios Maria Isabel, no Campo Grande, e Santa Maria, na Barra, ambos em Salvador.
para o Campus da UFBA, com a colaboração de João Brasileiro, Fernando Fahel e Sônia
Kalil; às quase duas dezenas de projetos desenvolvidos como consultor da Secretaria do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional na Bahia, entre 1983 e 1990; e aos projetos de
renovação e ampliação de edifícios de grande importância, realizados quase sempre em
parceria com Lourenço do Prado Valladares e muitas vezes objeto de críticas
contundentes – sejam estas intervenções em monumentos tombados, como o Paço do
Saldanha (1990-95) e o Mosteiro de São Bento (1994), ou em marcos da arquitetura
moderna brasileira, como o Hotel da Bahia (1981-84).7
Igualmente, não foram realizadas ainda pesquisas mais criteriosas sobre a produção de
Diógenes em seu período de “formação” como arquiteto, situado entre a realização do seu
primeiro projeto – a Catedral de Itabuna, em meados da década de 1930 – e as obras-
primas que firmaram seu nome como principal difusor da arquitetura moderna da escola
carioca na Bahia a partir da segunda metade da década de 1940 – o Complexo Esportivo
da Fonte Nova (1945-51), o Hotel da Bahia (1947-52, com Paulo Antunes Ribeiro) e a
Escola-Parque (1ª fase: 1947-50, com Hélio Duarte).
Neste período de aproximadamente uma década, Diógenes se utilizou dos mais diversos
estilos. Da Catedral de Itabuna, “projeto ainda estilisticamente indefinido” (AZEVEDO,
1997: 188), à tendência neocolonial da Associação Atlética da Bahia (c. 1941), passando
ainda pela influência de Frank Lloyd Wright (negada pelo arquiteto) na Residência
Mirabeau Sampaio (1937), Diógenes Rebouças parece estar em busca de uma linguagem
moderna e própria, que só se mostra plenamente madura a partir de meados dos anos
1940.
7
Os projetos de intervenção em edifícios e contextos preexistentes desenvolvidos por Rebouças – sejam aqueles
elaborados na condição de consultor da SPHAN, sejam aqueles realizados em parceria com Lourenço do Prado
Valladares – foram analisados em artigo de nossa co-autoria, apresentado no 7º Seminário DOCOMOMO Brasil em
Porto Alegre, em outubro de 2007, e publicado nos respectivos anais (cf. ANDRADE JUNIOR, 2007).
8
Estamos nos referindo aos “cinco pontos para uma nova arquitetura” apresentados por Le Corbusier em 1927 e
aplicados no projeto da Ville Savoye (1928-29): pilotis, pavimentos livres e contínuos, fachadas independentes, janelas
em fita (que nas obras brasileiras quase sempre foram substituídas por cobogós e brise-soleils) e terraço-jardim.
a residência em questão é, ademais, contemporânea do primeiro projeto executado de
Niemeyer (CAVALCANTI, 2001: 248), a Obra do Berço (1937).
Por outro lado, o predomínio dos grandes espaços abertos e a elevação da estrutura em
concreto armado aparente ao papel de protagonista da arquitetura, que podemos
identificar em algumas obras projetadas por Diógenes a partir da década de 1960, como a
Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (1ª fase: 1963-67), parecem
insinuar relações com a escola brutalista paulista, cuja consolidação no cenário
arquitetônico nacional lhe é contemporânea 9 e que tem como uma de suas principais
realizações justamente a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São
Paulo (1961-69), de João Batista Vilanova Artigas.
Embora Ruth Verde Zein (2005) afirme que a difusão nacional desta escola brutalista
paulista tenha ocorrido tão somente a partir dos anos 1970, parece-nos inquestionável a
proximidade entre estas duas obras realizadas por Diógenes ainda nos anos1960 e
aquela arquitetura internacionalmente conhecida como brutalista e a escola paulista que
lhe é contemporânea.
Talvez o maior exemplo da heterogeneidade da obra de Rebouças seja a Residência
Carlos Costa Pinto, construído no Corredor da Vitória em estilo colonial norte-americano
entre 1955 e 1958 a partir de projeto elaborado com o Arq. Euvaldo Reis10, e que não
possui qualquer semelhança com a produção contemporânea do arquiteto. Embora
anteriormente Rebouças tivesse realizado projetos neocoloniais como a Sede da
Associação Atlética da Bahia (c. 1941), na segunda metade dos anos 1950 Rebouças já
havia se tornado um defensor radical da arquitetura moderna, tendo inclusive se
colocando publicamente, alguns anos antes, contra um projeto semelhante para um
terreno na mesma via:
Diógenes, vendo aquele desenho, se assustou e chamou-nos para olhar. Realmente, o
desenho representava um tipo de arquitetura denominada nos Estados Unidos de ‘georgiana’.
[...] Estavam lá as colunatas, o local para a carruagem entrar, etc. Isto era mais ou menos 1945.
Diógenes se assustou e disse: ‘Mas isto não pode ser feito aqui na Bahia. Logo agora que se
terminou a construção do Ministério da Educação, da Pampulha, a casa do Juscelino
Kubitschek que o Oscar [Niemeyer] projetou para ele...’ [...] O certo é que Diógenes mandou o
seguinte recado: que o EPUCS iria fazer um projeto de uma residência para ele [o proprietário],
porque a sua atitude era bastante nociva à sociedade baiana. [...] Então foi preparado um
projeto de autoria do Diógenes Rebouças e mandado de presente ao citado indivíduo. Ele
simplesmente recusou e disse que não poderia aceitar um trabalho daquele... (ASSIS REIS,
1978: 297-298).
O projeto da Residência Carlos Costa Pinto nos liga a uma outra questão importante: a
arquitetura residencial unifamiliar urbana de Rebouças. Qual o papel das casas
construídas por Diógenes na constituição de uma arquitetura residencial baiana que
conciliasse modernidade e tradição, materiais e linguagem assumidamente modernos
com outros materiais e referências à arquitetura tradicional?
A pequena bibliografia existente sobre a obra arquitetônica de Diógenes Rebouças
geralmente não se detém sobre esta parte da sua produção. A dissertação de Valdinei
Nascimento dedica poucas linhas às casas realizadas por ele, ressaltando apenas que
“muitos dos projetos de residências de Rebouças se perderam”, que o arquiteto
“laconicamente falava que fez muitas casas, sem ostentar orgulho” e que “Rebouças,
quando falava sobre sua obra, especialmente para seus alunos, procurava destacar
9
Embora certamente indícios desta linguagem brutalista possam ser encontrados em uma outra obra de Diógenes,
anterior em quase duas décadas : o Estádio da Fonte Nova (que, curiosamente, contou com a consultoria informal de
alguns dos principais arquitetos da escola carioca).
10
Diversas vezes já foi questionada a participação de Rebouças neste projeto; o arquiteto e professor Paulo Ormindo
de Azevedo, contudo, nos garantiu, em seu depoimento, ter detalhado pessoalmente as esquadrias desta construção a
pedido de Rebouças, com quem realizava estágio profissional na segunda metade da década de 1950.
apenas aqueles exemplares que tinham maior alcance social. Neste sentido ‘suas casas’
não eram objeto de citação” (NASCIMENTO, op. cit.: 101-102).
Porém, mesmo Nascimento reconhece que esta parte da produção do arquiteto
desempenhou um papel importante no cenário arquitetônico baiano, particularmente as
casas realizadas nos anos 1950 11:
Sabe-se entretanto que algumas delas [as casas] se tornaram objetos de referência na
paisagem urbana de Salvador e no meio profissional. [Diógenes Rebouças] buscava nesses
projetos aliar criticamente à linguagem arquitetônica moderna consolidada, elementos regionais
(como varandas, balcões protegidos com treliças, painéis combogós, entre outros), de forma
semelhante ao que fazia, por exemplo, Lúcio Costa (NASCIMENTO, op. cit.: 102).
Embora Nascimento reconheça esse valor referencial nas casas de Rebouças, Paulo
Ormindo de Aze vedo, em um curto artigo publicado no jornal A Tarde em fevereiro de
2002, intitulado Arquitetura Baiana: a contribuição regionalista, irá um pouco mais além e
o identificará como pioneiro da arquitetura moderna baiana que pretende agregar
influências da a rquitetura tradicional:
Os arquitetos modernistas baianos retomam alguns desses elementos [da arquitetura
tradicional baiana] dentro de uma nova sintaxe formal. Grandes e altos telhados permitiriam
interessantes jogos espaciais com pés-direitos duplos, mezaninos em balanço e águas furtadas
que captam seletivamente a luz exterior. Painéis de vidro substituem os tabiques de pau-a-
pique, deixando à mostra esteios estruturais, dando maior transparência e brilho à casa. As
varandas passam a fazer a transição ent re os jardins e pátios ensolarados de piscinas e o
interior aconchegante e sombreado. Foi pioneiro dessa arquitetura Diógenes Rebouças, com as
primeiras experiências em Itabuna e no Morro Ipiranga, em Salvador, ainda na década de 1950.
Essas experiências seriam enriquecidas por seus alunos mais próximos, como Assis Reis,
Paulo Ormindo, Gilberbert Chaves, Wilson Andrade, Firmo de Azevedo e Ivan Smarcevski,
entre outros. A esses se somaram os forâneos Carl von Hauenshild e Rui Cores.
Esta expressão regionalista, embora nascida na Bahia, se difundiria rapidamente em todo o
Nordeste, dando origem a uma nova tipologia urbana, hoje de domínio comum. (AZEVEDO,
2002: 7).
11
Estamos nos referindo às residências Fernando Góes e Odorico Tavares, ambas no Morro Ipiranga; José Valadares,
em Brotas; Martinho Conceição (sogro do arquiteto), no Largo da Graça; José Rebouças (irmão do arquiteto), em Vitória
do Espírito Santo; e Nils on Costa, em local ignorado; todas construídas nos anos 1950 (NASCIMENTO, op. cit.: 102;
AZEVEDO, 1997: 192).
pretenderam realizar uma arquitetura moderna que incorporasse valores autóctones
tradicionais.
Entretanto, cabe-nos questionar a afirmação de Azevedo de que esta nova tipologia
arquitetônica – a casa urbana moderna, isolada no lote, que incorpora aspectos e
influências da arquitetura tradicional – seja uma criação originalmente baiana.
O próprio Lúcio Costa já no início dos anos 1940 pretendeu incorporar à arquitetura
moderna materiais tradicionais e influências da arquitetura tradicional, através da
apropriação de uma tipologia de pátio central e da utilização de beirais, treliças e
muxarabis, em projetos como a Residência Argemiro Hungria Machado no Rio de Janeiro
(1942), a Residência Barão de Saavedra em Petrópolis (1942) e a Residência Paes de
Carvalho em Araruama (1944). Estes e outros princípios vinculados à apropriação de
características da arquitetura tradicional brasileira pela arquitetura moderna seriam
desenvolvidos por Costa de maneira ainda mais elaborada em obras como o Park Hotel
São Clemente em Nova Friburgo (1940-45) e os Edifícios do Parque Guinle, no Rio de
Janeiro (1948-54).
A busca por uma síntese dialética entre moderno e tradicional na arquitetura residencial
de Lúcio Costa atingirá seu ponto mais alto já nas décadas de 1970 e 1980, em projetos
como o da Residência Thiago de Mello, construída no Amazonas (1978), da casa
construída para sua filha no Rio de Janeiro (1980) e na Residência Edgar Duvivier (1985),
também no Rio de Janeiro (1980).
Em Pernambuco, por sua vez, dois arquitetos forasteiros e estabelecidos em Recife em
1951 realizaram, a partir de meados daquela década, diversos projetos com esta mesma
abordagem do problema da residência unifamiliar urbana. Não por acaso, estes dois
arquitetos – o português Delfim Amorim e o carioca Acácio Gil Borsoi – foram, da mesma
forma que Lúcio Costa e Diógenes Rebouças, colaboradores da SPHAN e conhecedores
da historia da arquitetura brasileira12:
Em meados dos anos 50 e início dos anos 60, a herança do passado colonial pode ser
verificada na obra dos mestres [Delfim Amorim e Acácio Gil Borsoi] e na obra dos arquitetos
locais. Essa herança manifestar-se-á de formas distintas nas obras dos mestres. Ambos em
meados dos anos 50 buscam relações estreitas com o meio e a cultura locais: Delfim
Fernandes Amorim busca uma relação estreita com a arquitetura brasileira e o legado carioca,
ao passo que Acácio Gil Borsoi parte para relações mais estreitas com o legado de Lúcio Costa
e com a arquitetura rural do período colonial (NASLAVSKY, 2004: 150).
12
Além de Lúcio Costa, Diógenes Rebouças, Acácio Gil Borsoi e Delfim Amorim, o SPHAN teve como consultores
outros importantes arquitetos ligados à consolidação do movimento moderno no Brasil, como Alcides da Rocha Miranda,
Renato Soeiro, Sylvio de Vasconcellos e José de Souza Reis.
entre aproximadamente 1954-1956 é seguida por outros arquitetos pernambucanos, tendo se
popularizado a partir de 1964. [...]
Em meados dos anos 60, outros arquitetos também expressam essa sensibilidade: Vital Pessoa
de Melo na Residência Clarindo Claudino Castanha de Albuquerque em 1964, Reginaldo Luiz
Esteves na Residência Michele Borrione em 1967. Esta tendência transforma-se quase em uma
moda, muitos arquitetos entre eles Waldecy Fernandes Pinto, Jarbas Guimarães, adotam estes
elementos da arquitetura tradicional em exemplares que se aproximam à arquitetura das casas-
grandes dos engenhos, a simplicidade da arquitetura do meio rural e da construção do período
colonial (ibid., 159-160).
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos Arquitetos Leonardo Falangola Martins e Eugênio de Ávila Lins, atual e ex
Superintendente Regional da 7ª S.R./IPHAN, por estimularem as minhas pesquisas sobre
a atuação de Diógenes Rebouças nesta instituição; ao colega João Legal Leal, pela
dedicação e preocupação com que vem cuidando do acervo de Rebouças existente na 7ª
S.R./IPHAN; às Professoras Anna Beatriz Ayroza Galvão e Naia Alban Suarez, por
facilitarem o acesso ao material existente sobre Rebouças nos arquivos do Núcleo
Docomomo/Bahia do PPG-UA/FAUFBA (e também por terem constituído esse importante
acervo); à Arq. Mariely Cabral de Santana e aos Professores Eugênio de Ávila Lins e Luiz
Antônio Fernandes Cardoso (CEAB/FAUFBA) e à Arq. Maria Hermínia Hernández e ao
Sr. Paulo Néri (Mosteiro de São Bento), por terem autorizado o meu acesso aos
documentos referentes aos projetos de Rebouças existentes nos respectivos arquivos.
Agradeço ainda aos Arquitetos Francisco de Assis Couto dos Reis, Paulo Ormindo de
Azevedo, João Carlos Fernandes Campos, Analdino Lisboa, Antônio Heliodorio Lima
Sampaio e Lourenço do Prado Valladares, ex-colaboradores de Rebouças, pelos
depoimentos concedidos; e ao Arq. Eduardo Furtado de Simas pelo depoimento sobre a
atuação de Rebouças no IPHAN nas década de 1980 e 1990. Aos arquitetos Lourenço do
Prado Valladares e João Carlos Fernandes Campos agradeço também por terem me
permitido acessar e fotocopiar plantas de projetos que contaram com a participação de
Rebouças, existentes respectivamente no arquivo do Escritório Prado Valladares
Arquitetos S/C Ltda. e no arquivo da Euluz Empreendimentos Ltda.
REFERÊNCIAS
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