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LINA BO BARDI

Achillina Bo, mais conhecida como Lina Bo Bardi, foi uma arquiteta modernista ítalo-
brasileira. Naturalizada no Brasil após a Segunda Guerra Mundial, ela se tornou uma das
mais importantes arquitetas do país, conhecida por projetos como o complexo
cultural Sesc Pompeia, em São Paulo, inaugurado em 1982, e o Museu de Arte de São
Paulo (MASP), fundado em 1947.

Após sua morte, Lina tornou-se uma referência internacional e vários dos seus temas e
posições tornaram-se pauta do debate sobre cultura, meio ambiente, patrimônio histórico e
produção material da arquitetura e dos objetos a partir do século XXI.

Lina estudou na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma durante a década de


1930 mas mudou-se para Milão, onde trabalhou para Giò Ponti, fundador de uma revista
chamada Domus. Ganha certa notoriedade e estabelece escritório próprio, mas durante
a II Guerra Mundial enfrenta um período de poucos serviços, chegando a ter o escritório
bombardeado em 1943. Conhece o profissional e arquiteto Bruno Zevi, com quem funda a
revista semanal A cultura della vita. Neste período Lina ingressa no Partido Comunista
Italiano e participa da resistência à invasão alemã (1943). Casa-se com o jornalista Pietro
Maria Bardi, em 1946 e neste ano, em parte devido aos traumas da guerra e à sensação
de destruição, parte para o Brasil, país que acolherá como lar e onde passará o resto da
vida, naturalizando-se brasileira em 1951.

No Brasil, Lina encontra uma possibilidade de concretização das ideias propostas pela
arquitetura moderna (da qual Lina insere-se diretamente), Ao chegar no Brasil, Lina
deseja morar no Rio de Janeiro. Encanta-se com a natureza da cidade e o edifício
moderno do Ministério da Educação e Saúde Pública (Edifício Gustavo Capanema,
projetado por uma equipe de jovens arquitetos liderados por Lucio Costa que tiveram
consultoria de Le Corbusier).
Instala-se, porém, em São Paulo, projetando e construindo, mais tarde, uma casa no bairro
do Morumbi, a Casa de Vidro. No brasil Lina desenvolve uma imensa admiração pela
cultura popular, sendo esta uma das principais influências de seu trabalho. Inicia, então,
uma coleção de arte popular e sua produção adquire sempre uma dimensão de diálogo
entre o Moderno e o Popular. Tendo conhecido Assis Chateubriand neste período, Lina
aceita o pedido do projeto da sede, um museu sugerido pelo jornalista. No final dos anos
1950, aceitando um convite de Diógenes Rebouças, vai para Salvador proferir uma série
de palestras. É o início de uma temporada na Bahia, onde dirigiu o Museu de Arte
Moderna e fez o projeto de recuperação do Solar do Unhão. Dona Lina, como os baianos a
chamavam, permaneceu em Salvador até 1964.

Esteve em Salvador ainda na década de 80, período de redemocratização do país, quando


elaborou projetos de restauração no centro histórico de Salvador, reconhecido pela
UNESCO como Patrimônio da Humanidade[5] com a parceria dos arquitetos Marcelo Ferraz
e Marcelo Suzuki. Nesta ocasião, os projetos para a Casa do Benin e do Restaurante na
Ladeira da Misericórdia contaram também com a parceria do arquiteto João Filgueiras
Lima.

Em 2021, a arquiteta se tornou a primeira brasileira consagrada com o prêmio Leão de


Ouro, depois de receber a distinção póstuma pelo conjunto de sua obra. No discurso oficial
do curador da 17ª Mostra Internacional de Arquitetura de La Biennale di Venezia, Hashim
Sarkis, a carreira de Lina como designer, editora, curadora e ativista lembra o papel do
arquiteto como construtor de visões coletivas e também exemplifica a perseverança da
arquiteta em tempos difíceis, sejam guerras, conflitos políticos ou imigração, e sua
capacidade de permanecer criativa, generosa e otimista o tempo todo.

Em vida, Lina Bo Bardi fez um dos projetos mais admirados pelos arquitetos, A famosa
Casa de Vidro – A casa de vidro foi a primeira obra de Lina Bo Bardi. Além disso também
um dos primeiros projetos modernistas do pais. A casa de vidro foi sua residência por 40
anos e fica localizado no bairro do Morumbi , em são Paulo.

Nessa época (entre 1950 e 1951) o bairro ainda era pouco habitado e a cidade ainda não
crescia para a zona sul. Isso possibilitou a Lina Bo Bardi e Pietro um grande terreno e liberdade
para criarem algo de acordo com seus estilos e convicções.

A casa, antiga fazenda de Chá Muller Carioba, ganhou esse nome devido a sua imensa fachada
de vidro que parece flutuar sobre os pilares que a sustentam.

O jardim ocupa uma área de incríveis 7.000 m² e mostra o amor que Lina Bo Bardi tinha pelo
país e pela natureza.

A vegetação foi cuidadosamente preservada e o local foi transformado em vegetação


particular, onde Lina Bo Bardi pessoalmente cuidava das plantações.

Além de um grande marco arquitetônico, Lina Bo Bardi tornou-se um grande polo de


convivência para arquitetos e intelectuais da época, que usavam o espaço para trocarem
experiências e conceberem novos projetos.
ANTES (1951)

DEPOIS (2021)
Croqui da Casa de Vidro

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