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1- Análise contextual

Onde esta localizado: O loteamento da antiga Fazenda de Chá Muller Carioba, na


região do Morumbi, em São Paulo foi o local escolhido para construção, iniciada
entre 1950 e 1951.

tamanho do terreno: área de 7.000 m2 - sendo a casa e jardim

função: residência do casal Lina Bo e Pietro Maria Bardi por mais de 40 anos.
tornou-se ponto de encontro de artistas, arquitetos e intelectuais. encontravam na
residência do casal Bardi o espaço ideal para discussões culturais, ideológicas e
sociais. A Casa de Vidro constitui espaço de pesquisa e troca de ideias entre
pesquisadores, profissionais e estudantes do Brasil e do exterior. Tombada pelo
CONDEPHAAT em 1987, hoje abriga a sede do Instituto Lina Bo e P.M. Bardi que tem
como objetivo promover e divulgar a arquitetura, design, urbanismo e arte popular.

onde o projeto se insere / caracteristicas: a casa de vidro foi Cuidadosamente


planejado e plantado pela própria Lina, a vegetação rasteira da época transformou-
se em floresta particular, com trilhas decoradas com pedras e cacos de cerâmica.

Contém uma fachada imponente de vidro que parece flutuar sobre pilares.

sobre o autor: Achilina di Enrico Bo nasceu no dia 05 de dezembro de 1914 na cidade


de Prati di Castello em Roma. Lina cursou o Liceo Artistico de Roma e se formou
arquiteta na década de 30. Ela mudou-se para Milão -e atuou em algumas revistas- e
logo em seguida mudou-se para Roma com Pietro Maria Bardi e fundou a revista "A-
Cultura della Vita". Após seu casamento com Pietro, a arquiteta visitou o Brasil e
posteriormente mudou-se definitivamente. Enquanto morava no país, Lina Bo Bardi
executou diversos trabalhos marcantes e se tornou referência para a arquitetura
após a sua morte em 1992.

extra: Lina Bo Bardi foi a arquitetura do compromisso comunitário, arquitetura


entendida como um serviço coletivo, livre das amarras de qualquer escola de
pensamento; uma arquitectura moderna e antiga ao mesmo tempo, popular, vernácula e
culta, artesanal e não industrial, respeitadora da tradição mas também inovadora.

http://institutobardi.com.br/?page_id=87

A Casa de Vidro está elevada do terreno, sobre pilotis. Olhando a fotografia


publicada por Lina quando da construção da casa, tem-se a impressão de que a casa
esteja completamente elevada do chão. Porém a Casa de Vidro está apenas
parcialmente alçada do solo, justamente o módulo tipo pavilhão da casa. No seu lado
posterior, a construção apóia-se na cumeeira do terreno.

O pátio é uma incisão no teto, uma abertura, uma janela mais.

O pátio e o pavilhão se distinguem por princípios próprios, porém a sua utilização


em conjunto não é estranha na arquitetura moderna, como afirma Carlos Martí Arís:

"O pavilhão e o pátio são dois princípios arquitetônicos supostamente antitéticos.


O pavilhão se baseia na formação de um teto e tende à extroversão. O pátio se
baseia na formação de um recinto e busca a introversão. No entanto, estes
princípios não são excluentes. Podem aparecer juntos e atuar de um modo
complementário."(7)

Na obra de Lina Bo Bardi o pátio no pavilhão enfatiza a expansão do pavilhão, sua


abertura, e o pavilhão no pátio aprofunda sua introversão, abrigando ainda mais a
sua pele, protegendo com uma segunda e frágil camada seu perímetro exterior.
Na Casa de Vidro, além do pátio central com árvore, contido no pavilhão, há o Pátio
das Rosas. Olhando a casa ao revés, desde a perspectiva que as fotografias pouco
mostram (8), percebe-se que existe outro pátio, muito mais fechado que o pátio de
luz do pavilhão. Um pátio silencioso que forma um recinto, fechado por três muros,
habitado por cágados e outros bichos e pouco acessível inclusive para os moradores
da casa. Lina deu-lhe o nome de Pátio das Rosas. O recinto, completamente apoiado
na cumeeira da montanha, convive lado a lado, de tal forma que não se pode separar,
com o pavilhão que se avança sobre o vazio.

Na Casa de Vidro e em outros pavilhões, a aproximação aos mestres surrelistas está


na maneira como a arquitetura é apresentada e construída, no interior das paredes
de vidro, que contêm, como uma grande caixa, uma coleção de objetos, os quais
perdem o seu tamanho real para tornarem-se menores e mais numerosos, e assim povoar
o interior da caixa que se prolonga na paisagem exterior.

Essa operação não se dará em toda a obra de Lina com os mesmos materiais da Casa de
Vidro e de forma tão evidente como nas colagens dessa época. O muro opaco substitui
em muitos projetos a pele translúcida. Diferentes materialidades se alternam e se
combinam. Por isso, quando Lina anota “Niente Vetri”, isso não quer dizer a negação
definitiva do vidro, pois todo processo de projeto de Lina agrega uma matéria-forma
e seu inverso.

O pavilhão e o recinto fazem parte de todos os projetos, ainda que suas formas
finais se aproximem às vezes a um tipo, às vezes ao outro. A fachada aberta e a
fachada introspectiva não se opõem. A obra de Lina Bo Bardi aproxima-se ao
surrealismo quando agrega todos juntos, vidro, concreto, pedra, superfície coberta
de vegetação, ao projeto como uma colagem.

https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.082/265

A Casa de Vidro, erguida no bairro paulistano do Morumbi, residência construída


para morar com Pietro, trazia ainda grande influência da arquitetura racionalista
europeia, com a qual Lina tinha tido mais contato até ali.

https://vitruvius.com.br/index.php/revistas/read/arquitextos/15.174/5355

https://slideplayer.com.br/slide/12242780/

https://www.nucleodoconhecimento.com.br/arquitetura/icone-arquitetonico

https://claucallegaro.files.wordpress.com/2014/02/cacl-5-insolacao-
temperaturainterior.pdf

https://www.blogdaarquitetura.com/casa-de-vidro/#:~:text=A%20Casa%20de%20Vidro
%20foi,Atl%C3%A2ntica%2C%20repleto%20de%20bichos%20selvagens.

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