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Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal (Especializada em Júri) da Comarca de Santa Maria
Rua Alameda Buenos Aires, 201 - Bairro: Nossa Senhora das Dores - CEP: 97050545 - Fone: (55) 3222-8888 - Balcão Virtual: (55) 99729-6068 -
Email: frsantmari1vcri@tjrs.jus.br
SENTENÇA
Vistos e analisados.
O órgão do Ministério Público provocou este Estado-Juiz por meio de uma ação penal contra os réus
acima elencados, vez que eles teriam incidido nos seguintes tipos penais (evento 6, PROCJUDIC1 - fls. 02 e
seguintes):
a) Art. 35, caput, da Lei n° 11.343/06 (Associação para praticar a traficância), para os denunciados
ADILSON DOS SANTOS COSTA, ADILSON SEVERO FRANCO, ADRIANO DE SOUZA PEREIRA,
ALBERTO SANTOS COSTA, ALBERTO SCHERER, ALEXSANDRO VICENTE DE ALMEIDA, ANA
CLAUDIA BANDEIRA SPENCER, ANA CRISTINA DE MOURA BITENCOURT, ANDERSON DA SILVA
SANTOS, AMANTINO PINHEIRO DE LIMA, ARTHUR DE SOUZA DELAGO, CARINA PERES VIEIRA,
CARLOS ALEX MAIA RODRIGUES, CARLOS SANABRIA, CESÁR SENA DA SILVEIRA, CINTIA DOS
SANTOS RODRIGUES, CLAUZIA NAIR ROSA DA SILVA, CRISTIAN FERNANDO RABISQUIM,
DANIELA TOLEDO DA SILVA, DÉCIO VAZ DE SOUZA, DENISE RODRIGUES ESTERDIO, DIEGO
RODRIGUES, EDONI KUNKEL, EDILSON SENA DA SILVEIRA, EDISON LUNARDI CANABARRO,
ELIZEU ELIU MOREIRA DA SILVA, EURICO GAMA MOURA, FABRICIO COSTA SILVEIRA, FERNANDA
SILVA DA CRUZ, FLÁVIA TRINDADE DE SOUZA, FLÁVIO DE MEDEIROS, FLÁVIO MEDEIROS LEITE,
GERACI TEREZINHA BORGES, GILBERTO ABADE SEVERO REGIO, GIOVANI LEONARDI, GISELDA
DA SILVA CAVALCANTI, GILMAR POMPEO CADERNAL, GUSTAVO CARVALHO DA CUNHA, IDELSON
PICCININ, JAIME BATISTA CARDOSO, JOÃO ALBERI SCHUMACHER, JORGE SCHERER, JOSÉ IVAN
RODRIGUES DA SILVA, JOSÉ LUIS DE OLIVEIRA, JUAREZ SEBASTIÃO BORDINHÃO, LUCIANI DO
AMARAL FERNANDES, LUCIANO COLETTO HERDINA, LUCIANO DE JESUS, LUIS CARLOS
CARVALHO DIAS, LUIS FERNANDO BARROSO e SILVA, LUIS HENRIQUE BARROSO e SILVA, MAICON
MENDES VARGAS, MARCIA DENISE RONNAU, MARCIEL DE ALMEIDA DOS SANTOS, MARCO
ANTÔNIO DO AMARAL FERNANDES, MARIA CLENI BUENO, MAURÍCIO SARDOS BASQUEZ, print
MICHELE DOS SANTOS, MILTO LUIS DO AMARAL FERNANDES, MIRELI DIAS PORTO, NELIO
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DURANTE, NERLY JOSÉ DE ALMEIDA, PAULINHO LEMES, PAULO CELSO BORGES ALVES, PAULO
CESAR BAIRROS DA SILVA, PAULO CEZAR SEVERO LUCAS, PAULO RICARDO GOMES, RICARDO
ALEXANDRE DE VARGAS, ROBSON EPAMINONDAS SANTANA DE SOUZA, RODRIGO SOARES DE
JESUS, ROSANE SCHERER, ROSINEI DOS SANTOS XAVIER, RUTE ROSENE MOREIRA DA SILVA,
SAMIR ALMEIDA HAJAR JUNIOR, SANDRO JORNADA DO AMARAL, SUELEN DA ROSA MOREIRA,
VADES ADANI MILANI, VALDOIR RAMOS ACOSTA FILHO e VOLMAR AMARAL FERNANDES;
b) Art. I7, caput, da Lei n° 10.826/03 (Comércio ilegal de armas de fogo), para os denunciados
ALBERTO SCHERER e GISELDA DA SILVA CAVALCANTI;
c) Art. 1°, incisos I, III e VII, c/c § 1°, incisos I, II, § 2°, inciso I e § 4°, todos da Lei n° 9.613/98
(Lavagem de dinheiro), para os denunciados ADILSON DOS SANTOS COSTA, ALBERTO SANTOS COSTA,
ALBERTO SCHERER, ALEXSANDRO VICENTE DE ALMEIDA, AMANTINO PINHEIRO DE LIMA,
DANIELA TOLEDO DA SILVA, EDONI KUNKEL, FLÁVIA TRINDADE DE SOUZA, FLÁVIO DE
MEDEIROS, GISELDA DA SILVA CAVALCANTI, GILMAR POMPEO CADERNAL, IDELSON PICCININ,
JORGE SCHERER, LUCIANI DO AMARAL FERNANDES, LUIS FERNANDO BARROSO e SILVA, LUIS
HENRIQUE BARROSO e SILVA, MARCIA DENISE RONNAU, MARCIEL DE ALMEIDA DOS SANTOS,
MARCO ANTÔNIO DO AMARAL FERNANDES, MARIA CLENI BUENO, MAURÍCIO SARDOS BASQUEZ,
MILTO LUIS DO AMARAL FERNANDES, NELIO DURANTE, NERLY JOSÉ DE ALMEIDA, PAULINHO
LEMES, PAULO CEZAR SEVERO LUCAS, ROBSON EPAMINONDAS SANTANA DE SOUZA, RODRIGO
SOARES DE JESUS e VOLMAR DO AMARAL FERNANDES;
d) Art. 36, caput, da Lei nº 11.343/06 (Financiar ou custear o tráfico de drogas), para o denunciado
ROBSON EPAMINONDAS SANTANA DE SOUZA;
e) Art. 33, caput, e 33, § 1°, inciso I (Depósito/guarda de drogas e matéria-prima destinada à
preparação das mesmas), da Lei n° 11.343/06, para os denunciados JOÃO ALBERI SCHUMACHER, MARIA
CLENI BUENO e NERLY JOSÉ DE ALMEIDA;
f) Art. 33, caput, da Lei n° 11.343/06 (Transporte de drogas), para o denunciado CRISTIAN
FERNANDO RABISQUIM;
g) Art. 12, da Lei n° 10.826/03 (Posse Ilegal de arma de fogo/ munição de uso permitido), para os
denunciados JOÃO ALBERI SCHUMACHER e MARIA CLENI BUENO;
h) Art. 16, da Lei n° 10.826/03 (Posse Ilegal de munições de uso restrito), para os denunciados JOÃO
ALBERI SCHUMACHER e MARIA CLENI BUENO;
i) Art. 33, caput, da Lei n° 11.343/06 (Guarda/depósito de drogas), para o denunciado CRISTIAN
FERNANDO RABISQUIM;
j) Art. 12, da Lei n° 10.826/03 (Posse Ilegal de munições de uso permitido), para o denunciado
ALEXSANDRO VICENTE DE ALMEIDA;
k) Art. 33, caput, da Lei n° 11.343/06 (Guarda/depósito de drogas), para o denunciado DIEGO
RODRIGUES;
l) Art. 12, da Lei n° 10.826/03 (Posse Ilegal de munições de uso permitido), o denunciado DIEGO
RODRIGUES;
m) Art. 33, caput, da Lei n° 11.343/06 (Guarda/depósito de drogas), para o denunciado ADRIANO
DE SOUZA PEREIRA;
n) Art. 12, da Lei n° 10.826/03 (Posse Ilegal de arma de fogo de uso permitido), para os denunciados
JAIME BATISTA CARDOSO e GERACI TEREZINHA BORGES;
o) Art. 297, do Código Penal (Falsificação de Documento Público/ CNH), para o denunciado
ALBERTO SCHERER.
Os acusados foram citados: 1. ADILSON SANTOS COSTA (5.77 - fls. 3616/3616v); 2. ADILSON
SEVERO FRANCO (5.67 - fls. 3142); 3. ADRIANO DE SOUZA PEREIRA (5.81 - fls. 3802v); 4. ALBERTO
SANTOS COSTA (5.77 - fls. 3616/3616v); 5. ALBERTO SCHERER (5.84 - fls. 3939); 6. ALEXSANDRO
VICENTE DE ALMEIDA (5.78 - fls. 3667); 7. ANA CLAUDIA BANDEIRA SPENCER (5.77 - fls. 3616/3616v);
8. ANA CRISTINA DE MOURA BITENCOURT (5.79 - fls. 3710v); 9. ANDERSON DA SILVA SANTOS (5.84 -
fls. 3936); 10. AMANTINO PINHEIRO DE LIMA (5.78 - fls. 3667); 11. ARTHUR DE SOUZA DELGADO
(5.81 - fls. 3802v); 12. CARINA PERES VIEIRA (5.60 - fls. 2813); 13. CARLOS ALEX MAIA RODRIGUES
(5.77 - fls. 3616/3616v); 14. CARLOS SANABRIA (citação editalícia conforme (5.73 - fls. 4846); 15. CESÁR
SENA DA SILVEIRA (5.67 - fls. 3134); 16. CINTIA DOS SANTOS RODRIGUES (5.76 - fls. 3571); 17.
CLAUZIA NAIR ROSA DA SILVA (5.77 - fls. 3616/3616v); 18. CRISTIAN FERNANDO RABISQUIM (5.78 -
fls. 3667); 19. DANIELA TOLEDO DA SILVA (5.79 - fls. 3708); 20. DÉCIO VAZ DE SOUZA (5.60 - fls. 2814);
(21) DENISE RODRIGUES ESTURDIO (5.60 - fls. 2801v); 22. DIEGO RODRIGUES (5.77 - fls. 3616/3616v);
23. EDONI KUNKEL (5.273 - fls. 4846, mas citado pessoalmente no 5.273 - fls. 4859); 24. EDILSON SENA DA
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SILVEIRA (5.100 - fls. 4675/4675v); 25. EDISON LUNARDI CANABARRO (5.77 - fls. 3616/3616v); 26.
ELIZEU ELIU MOREIRA DA SILVA (5.77 - fls. 3616/3616v); 27. EURICO GAMA MOURA (5.67 - fls. 3137 );
28. FABRICIO COSTA SILVEIRA (5.77 - fls. 3616/3616v); 29. FERNANDA SILVA DA CRUZ (5.64- fls. 2889);
30. FLÁVIA TRINDADE DE SOUZA (5.100 - fls. 4690); 31. FLÁVIO DE MEDEIROS (5.78 - fls. 3667); 32.
FLÁVIO MEDEIROS LEITE (5.76 - fls. 3571); 33. GERACI TEREZINHA BORGES (5.85 - fls. 3968); 34.
GILBERTO ABADE SEVERO REGIO (5.77 - fls. 3616/3616v); 35. GIOVANI LEONARDI (5.81 - fls. 3802v);
36. GISELDA DA SILVA CAVALCANTI (5.85 - fls. 3968); 37. GILMAR POMPEO CADERNAL (citação
editalícia conforme (5.273 - fls. 4846, mas citado pessoalmente no 5.273 - fls. 4855v); 38. GUSTAVO
CARVALHO DA CUNHA (5.77 - fls. 3616/3616v); 39. IDELSON PICCININ (5.77 - fls. 3616/3616v); 40.
JAIME BATISTA CARDOSO (5.85 - fls. 3968); 41. JOÃO ALBERI SCHUMACHER (5.78 - fls. 3667); 42.
JORGE SCHERER (5.77 - fls. 3616/3616v); 43. JOSÉ IVAN RODRIGUES DA SILVA (5.77 - fls. 3616/3616v);
44. JOSÉ LUIS DE OLIVEIRA (Evento 5, PROCJUDIC96, Página 34); 45. JUAREZ SEBASTIÃO
BORDINHÃO (citação editalícia conforme 5.273 - fls. 4846, mas citado pessoalmente no 5.273 - fls. 4861); 46.
LUCIANI DO AMARAL FERNANDES (5.84 - fls. 3930); 47. LUCIANO COLETTO HERDINA (5.67 - fls.
3141); 48. LUCIANO DE JESUS (5.77 - fls. 3616/3616v); 49. LUIS CARLOS CARVALHO DIAS (5.81 - fls.
3802v); 50. LUIS FERNANDO BARROSO E SILVA (5.96 - fls. 4516); 51. LUIS HENRIQUE BARROSO E
SILVA (5.67 - fls. 3136); 52. MAICON MENDES VARGAS (5.77 - fls. 3616/3616v); 53. MARCIA DENISE
RONNAU (5.84 - fls. 3936); 54. MARCIEL DE ALMEIDA DOS SANTOS (5.78 - fls. 3667); 55. MARCOS
ANTÔNIO DO AMARAL FERNANDES (5.78 - fls. 3667); 56. MARIA CLENI BUENO (5.84 - fls. 3936); 57.
MAURÍCIO SARDOS BASQUEZ (5.60 - fls. 2810); 58. MICHELE DOS SANTOS (5.60 - fls. 2816); 59. MILTO
LUIS DO AMARAL FERNANDES (5.78 - fls. 3667); 60. MIRELI DIAS PORTO (5.75 - fls. 3529); 61. NELIO
DURANTE (5.67 - fls. 3144); 62. NERLY JOSÉ DE ALMEIDA (5.78 - fls. 3667);(63) PAULINHO LEMES
(citado por edital no 5.273 - fls. 4846 e juntou petição pedindo habilitação no 5.273 - fls. 4852/4853); 64. PAULO
CELSO BORGES ALVES (5.76 - fls. 3571); 65. PAULO CESAR BAIRROS DA SILVA (5.77 - fls. 3616/3616v);
66. PAULO CEZAR SEVERO LUCAS (5.77 - fls. 3616/3616v); 67. PAULO RICARDO GOMES (5.77 - fls.
3616/3616v); 68. RICARDO ALEXANDRE DE VARGAS (5.79 - fls. 3112v); 69. ROBSON EPAMINONDAS
SANTANA DE SOUZA (5.77 - fls. 3616/3616v); 70. RODRIGO SOARES DE JESUS (5.86 - fls. 4000v); 71.
ROSANE SCHERER (não foi citada pessoalmente, mas ofertou defesa preliminar/resposta à acusação no 5.80 -
fls. 3739/3743); 72. ROSINEI DOS SANTOS XAVIER (5.77 - fls. 3616/3616v); 73. RUTE ROSENE MOREIRA
DA SILVA (5.75 - fls. 3529); 74. SAMIR ALMEIDA HAJAR JUNIOR (5.77 - fls. 3616/3616v); 75. SANDRO
JORNADA DO AMARAL (5.77 - fls. 3616/3616v); 76. SUELEN DA ROSA MOREIRA (5.75 - fls. 3529); 77.
VADES ADANI MILANI (5.67 - fls. 3142); 78. VALDOIR RAMOS ACOSTA FILHO (5.77 - fls. 3616/3616v);
79. VOLMAR DO AMARAL FERNANDES (5.78 - fls. 3667).
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fls. 3180/3184); 65. PAULO CESAR BAIRROS DA SILVA (5.67 - fls. 3120/3122); 66). PAULO CEZAR
SEVERO LUCAS (5.67 - fls. 3120/3122); 67. PAULO RICARDO GOMES (5.102 - fls. 4797/4798); 68.
RICARDO ALEXANDRE DE VARGAS (5.102 - fls. 4797/4798); 69. ROBSON EPAMINONDAS SANTANA
DE SOUZA (5.98 - fls. 4579/4584); 70. RODRIGO SOARES DE JESUS (5.102 - fls. 4797/4798); 71. ROSANE
SCHERER (5.80 - fls. 3739/3743); 72. ROSINEI DOS SANTOS XAVIER (5.63 - fls. 2959/2960); 73. RUTE
ROSENE MOREIRA DA SILVA (5.67 - fls. 3129/3130); 74. SAMIR ALMEIDA HAJAR JUNIOR (5.263 - fls.
2976/ 2984); 75. SANDRO JORNADA DO AMARAL (5.262 - fls. 4368); 76. SUELEN DA ROSA MOREIRA
(5.262 - fls. 4363/4367); 77. VADES ADANI MILANI (5.80 - fls. 3744/3746); 78. VALDOIR RAMOS ACOSTA
FILHO (Evento 5, PROCJUDIC77, Página 30 e ss.); 79. VOLMAR DO AMARAL FERNANDES (5.131 - fls.
5979/5982);
Em 02/03/2011 foi determinada a cisão do feito em relação aos acusados soltos, passando o presente
processo principal a tramitar apenas com os que estavam presos, quais sejam: ADILSON SANTOS COSTA,
ALBERTO SANTOS COSTA, ALBERTO SCHERER, AMANTINO PINHEIRO DE LIMA, CRISTIAN
FERNANDO RABISQUIM, DANIELA TOLEDO DA SILVA, DIEGO RODRIGUES, EDISON LUNARDI
CANABARRO, FLÁVIA TRINDADE DE SOUZA, FLÁVIO DE MEDEIROS, GUSTAVO CARVALHO DA
CUNHA, JOÃO ALBERI SCHUMACHER, JORGE SCHERER, MAICON MENDES VARGAS, MARCIEL DE
ALMEIDA DOS SANTOS, MARCO ANTÔNIO DO AMARAL FERNANDES, MAURÍCIO SARDOS
BASQUEZ, MILTO LUIS DO AMARAL FERNANDES, NERLY JOSÉ DE ALMEIDA, PAULO CEZAR
SEVERO LUCAS, RICARDO ALEXANDRE DE VARGAS, ROBSON EPAMINONDAS SANTANA DE
SOUZA, RODRIGO SOARES DE JESUS, VOLMAR DO AMARAL FERNANDES, ALEXSANDRO VICENTE
DE ALMEIDA, JOSÉ IVAN RODRIGUES DA SILVA, LUIS CARLOS CARVALHO DIAS , LUCIANO DE
JESUS (5.101 - fls. 4727/4734). Logo em seguida, todos os acusados presos foram postos em liberdade por
decisões do Egrégio TJ/RS, permanecendo segregado apenas o réu LUIS CARLOS CARVALHO DIAS, o qual
acabou sendo, na sequência, beneficiado por extensão, com a concessão da liberdade provisória pelo juízo de
primeiro grau (5.119 - fls. 5563).
Em despacho proferido por este juízo em 14/04/2011, entre outras decisões, foi reconhecida a
situação de litispendência em relação ao acusado LUIS CARLOS CARVALHO DIAS, motivo pelo qual o referido
denunciado foi excluído do processo em apreço (5.130 - fls. 5943/5947). Não obstante, em 26/10/2011, em novo
despacho, foram excluídos do processo os réus JOSÉ IVAN RODRIGUES DA SILVA e LUCIANO DE JESUS,
também em razão de litispendência (5.146 - fls. 6605/6609).
Em 08/03/2012, data designada para audiência de interrogatório dos réus residentes na Comarca de
Santa Maria, o presente juízo acolheu os pedidos das defesas, entendendo que, primeiramente, deveria se aguardar
o término da instrução do processo cindido (Themis n.º 027/2.11.0003690-0 e E-proc n.º 5025570-
25.2021.8.21.0027) e, posteriormente, os dois feitos fossem reunidos, realizando-se o interrogatório de todos os
réus e proferindo uma sentença única (5.146 - fls. 33 e ss).
Então, sobreveio cópia de decisão do processo cindido (Themis nº 027/2.11.0003690-0 e E-proc n.º
5025570- 25.2021.8.21.0027), noticiando o término da instrução daquele feito, com determinação de expedição de
cartas precatórias para interrogatórios dos réus residentes em Comarcas não atendidas pelo sistema de
videoconferência (5.155 - fls. 35/36).
Em despacho (5.157 - fls. 04/05), o juízo, em relação aos acusados VALDOIR RAMOS ACOSTA
FILHO e VADES ADANI MILANI, noticiou que a punibilidade já estava extinta.
Destaco que, durante a instrução criminal do feito principal, ocorreu a inquirição de 18 (dezoito)
testemunhas de acusação, assim como a inquirição de 23 (vinte e três) testemunhas de Defesa (em sua maioria por
Cartas Precatórias constantes nos autos). Ainda, por meio de precatórias, ocorreu o interrogatório dos seguintes
réus: NERLY, MARCOS ANTONIO, JOÃO ALBERI, ALEXSANDRO, MAURICIO, MILTO LUIS, CRISTIAN,
EDONI, ANA CRISTINA, FLAVIA, ALBERTO SCHERER, MARIA CLENI, LUCIANI (5.150 - fls. 16 e ss;
5.151 - fls. 1 e ss; 5.156 - fls. 23 e ss; 5.157, Páginas 01 e ss; 5.157 - fls. 30/31; 5.162 - fls. 7 e ss; 5.165 - fls. 8/9;
5.165 - fls. 44 e ss; 5.166 - fls. 14 e ss; 5.167 - fls. 50; 5.168 - fls. 25 e ss; 5.168 - fls. 39 e ss; 5.169 - fls. 20 e ss).
Por fim, foi realizada audiência presencial na Comarca de Santa Maria, onde foram interrogados os
acusados VOLMAR DO AMARAL, RODRIGO SOARES e RICARDO ALEXANDRE. Na mesma oportunidade,
considerando o encerramento da instrução, este juízo determinou que todos os processos envolvendo os mesmos
fatos dos autos principais fossem relacionados/apensados.
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Referente ao feito que havia sido cindido e que passou a tramitar separadamente, somente com os
acusados soltos (Themis nº 027/2.11.0003690-0 e E-proc n.º 5025570- 25.2021.8.21.0027), realizada a citação
editalícia de PAULINHO LEMES, CARLOS SANABRIA, EDONI KUNKE, GILMAR POPELO CADERNAL e
JUARES SEBASTIÃO BORDINHÃO (5.273 - fls. 21 e ss).
Em despacho datado de 18/11/2011, este juízo determinou a exclusão da ação penal, no tocante ao
crime de associação para o tráfico (FATO I), dos acusados ADRIANO DE SOUZA PEREIRA e GIOVANI
LEONARDI, tendo em vista a comprovada litispendência. Dessa forma, ADRIANO DE SOUZA PEREIRA passou
a responder somente pelo FATO XIII descrito na denúncia; porquanto GIOVANI LEONARDI não mais responde
por qualquer delito. Todavia, na sequência instrutória, foi reconhecida a litispendência com relação ao FATO XIII,
atribuído ao réu ADRIANO DE SOUZA PEREIRA, tendo este sido igualmente excluído da relação processual no
tocante a este crime (5.281 - fls. 49/50).
Ainda, na mesma decisão, o presente magistrado rejeitou a denúncia, com fundamento no art. 395,
inciso III, do CPP, em relação a EDILSON SENA DA SILVEIRA, CESAR SENA DA SILVEIRA, MÁRCIA
DENISE RONNAU e NÉLIO DURANTE e Absolveu sumariamente, com fundamento no art. 397, inciso III, do
CPP, a ré SUELEN DA ROSA MOREIRA (5.274 - fls. 37/50) .
Na sequência, aportou certidão de óbito de LUIZ HENRIQUE BARROSO E SILVA, sendo declarada
extinta a punibilidade (5.283 - fls. 35).
Durante a instrução processual dos autos apensos, foram aproveitadas as provas angariadas no
Processo Principal, incluindo os depoimentos colhidos das testemunhas. Ademais, foram inquiridas por carta
precatória mais 17 (dezessete) testemunhas defensivas (5.290 - fls. 8/12; 5.292 - fls. 03 e ss; 5.292 - fls. 23 e ss;
5.295 - fls. 26. e ss).
Declarada a revelia dos acusados ADRIANO DE SOUZA PEREIRA, CARINA PERES VIEIRA,
FLÁVIO MEDEIROS LEITE, GIOBANI LEONARDI, PAULINHO LEMES, SAMIR ALMEIDA H. JÚNIOR,
SANDRO JORNADA AMARAL, GERACI TEREZINHA BORGES, MARIA CLENI BUENO, CAROS ALEX
MAIA RODRIGUES, CÉSAR SENA DA SILVEIRA, CÍNTIA DOS SANTOS RODRIGUES, DENISE
RODRIGUES ESTERDIO, EDONI KUNKE, EDILSON SENA DA SILVEIRA, EURICO GAMA MOURA,
GILBERTO ABADE SEVERO REGI, GILMAR POMPEO CADERNAL, IDELSON PICCININ, JAIME
BATISTA CARDOSO, LUCIANO COLETTO HERDINA, LUÍS FERNANDO BARROSO e SILVA, MÁRCIA
DENISE RONNAU, MIERELE DIAS PORTO, NELIO DURANTE, PAULO CELSO BORGES ALVES,
SUELEN DA RSA MOREIRA E LUIZ HENRIQUE BARROSO e SILVA, vez que, mesmo intimados para
interrogatório, não compareceram ou justificaram suas ausências (Vide Termos de Audiência do dia 24/07/2018 -
fl. 5663 - 6.12).
Por fim, considerando o encerramento da instrução processual, foi determinado que tanto o Processo
Principal (5001001-43.2010.8.21.0027) quanto o Processo em Apenso (5025570- 25.2021.8.21.0027) fossem
julgados no mesmo momento, motivo pelo qual voltaram a tramitar em conjunto.
Em Memoriais, o Ministério Público requereu que: a) seja declarada extinta a punibilidade do réu
FLÁVIO MEDEIROS, em razão do óbito, forte no art. 107, inciso I, do CP; b) seja declarada extinta a punibilidade
com relação aos denunciados nos fatos VII, VIII, X, XII e XIV da denúncia, em face do transcurso do prazo da
prescrição da pretensão punitiva, na forma do art. 107, inciso IV, CP; c) seja julgada improcedente a denúncia, a
fim de absolver DIEGO RODRIGUES pelo fato XI, por falta de provas; d) a condenação dos réus (1) ADILSON
DOS SANTOS COSTA, (2) ADILSON SEVERO FRANCO, (4) ALBERTO SANTOS COSTA, (5) ALBERTO
SCHERER, (7) ANA CLAUDIA BANDEIRA SPENCER, (8) ANA CRISTINA DE MOURA BITENCOURT, (9)
ANDERSON DA SILVA SANTOS, (10) AMANTINO PINHEIRO DE LIMA, (11) ARTHUR DE SOUZA
DELAGO, (12) CARINA PERES VIEIRA, (13) CARLOS ALEX MAIA RODRIGUES, (16) CINTIA DOS
SANTOS RODRIGUES, (17) CLAUZIA NAIR ROSA DA SILVA, (18) CRISTIAN FERNANDO RABISQUIM,
(19) DANIELA TOLEDO DA SILVA, (20) DÉCIO VAZ DE SOUZA, (21) DENISE RODRIGUES ESTERDIO,
(22) DIEGO RODRIGUES, (23) EDONI KUNKEL, (25) EDISON LUNARDI CANABARRO, (26) ELIZEU
ELIU MOREIRA DA SILVA, (27) EURICO GAMA MOURA, (28) FABRICIO COSTA SILVEIRA, (29)
FERNANDA SILVA DA CRUZ, (30) FLÁVIA TRINDADE DE SOUZA, (31) FLÁVIO DE MEDEIROS, (32)
FLÁVIO MEDEIROS LEITE, (33) GERACI TEREZINHA BORGES, (36) GISELDA DA SILVA CAVALCANTI,
(37) GILMAR POMPEO CADERNAL, (38) GUSTAVO CARVALHO DA CUNHA, (39) IDELSON PICCININ,
(40) JAIME BATISTA CARDOSO, (41) JOÃO ALBERI SCHUMACHER, (42) JORGE SCHERER, (44) JOSÉ
LUIS DE OLIVEIRA, (45) JUAREZ SEBASTIÃO BORDINHÃO, (46) LUCIANI DO AMARAL FERNANDES,
(47) LUCIANO COLETTO HERDINA, (50) LUIS FERNANDO BARROSO e SILVA, (52) MAICON MENDES
VARGAS, (54) MARCIEL DE ALMEIDA DOS SANTOS, (55) MARCO ANTÔNIO DO AMARAL
FERNANDES, (56) MARIA CLENI BUENO, (57) MAURÍCIO SARDOS BASQUEZ, (58) MICHELE DOS
SANTOS, (59) MILTO LUIS DO AMARAL FERNANDES, (60) MIRELI DIAS PORTO, (62) NERLY JOSÉ DE
ALMEIDA, (65) PAULO CESAR BAIRROS DA SILVA, (66) PAULO CEZAR SEVERO LUCAS, (67) PAULO
RICARDO GOMES, (68) RICARDO ALEXANDRE DE VARGAS, (69) ROBSON EPAMINONDAS SANTANA
DE SOUZA, (70) RODRIGO SOARES DE JESUS, (71) ROSANE SCHERER, (72) ROSINEI DOS SANTOS
XAVIER, (73) RUTE ROSENE MOREIRA DA SILVA, (74) SAMIR ALMEIDA HAJAR JUNIOR, (75)
SANDRO JORNADA DO AMARAL, e (79) VOLMAR AMARAL FERNANDES, como incursos nas sanções do
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art. 35, caput, da Lei n° 11.343/06 (fato I); e) a condenação dos denunciados ALBERTO SCHERER e GISELDA
DA SILVA CAVALCANTI como incursos nas sanções do art. I7, caput, da Lei n° 10.826/03 (fato II); f) a
condenação dos denunciados ADILSON DOS SANTOS COSTA, ALBERTO SANTOS COSTA, ALBERTO
SCHERER, AMANTINO PINHEIRO DE LIMA, DANIELA TOLEDO DA SILVA, EDONI KUNKEL, FLÁVIA
TRINDADE DE SOUZA, GISELDA DA SILVA CAVALCANTI, GILMAR POMPEO CADERNAL, IDELSON
PICCININ, JORGE SCHERER, LUCIANI DO AMARAL FERNANDES, LUIS FERNANDO BARROSO e
SILVA, MARCIEL DE ALMEIDA DOS SANTOS, MARCO ANTÔNIO DO AMARAL FERNANDES, MARIA
CLENI BUENO, MAURÍCIO SARDOS BASQUEZ, MILTO LUIS DO AMARAL FERNANDES, NERLY JOSÉ
DE ALMEIDA, PAULO CEZAR SEVERO LUCAS, ROBSON EPAMINONDAS SANTANA DE SOUZA,
RODRIGO SOARES DE JESUS e VOLMAR DO AMARAL FERNANDES, como incursos nas sanções do Art.
1°, incisos I, III e VII, c/c § 1°, incisos I, II, § 2°, inciso I e § 4°, todos da Lei n° 9.613/98 (fato III); g) a
condenação do denunciado ROBSON EPAMINONDAS SANTANA DE SOUZA, como incurso nas sanções do
Art. 36, caput, da Lei nº 11.343/06 (fato IV); h) a condenação dos denunciados JOÃO ALBERI SCHUMACHER,
MARIA CLENI BUENO e NERLY JOSÉ DE ALMEIDA, como incursos na sanções do Art. 33, caput, e 33, § 1°,
inciso I, da Lei n° 11.343/0 (Fato V); i) a condenação do denunciado CRISTIAN FERNANDO RABISQUIM,
como incurso nas sanções do art. 33, caput, da Lei n° 11.343/06 (fato VI). j) A condenação do acusado ALBERTO
SCHERER como incurso nas sanções do art. 297 do Código Penal (fato XV) (409.1).
A Defesa constituída por JOSÉ LUIZ DE OLIVEIRA, em memoriais, requereu a absolvição do réu
nos termos do art. 386, V e VII do CPP (176.1).
A Defesa de ALBERTO SCHERER, requereu seja julgada improcedente a ação penal, com a
absolvição do réu nos termos do artigo 386, inciso, V e VII, do Código de Processo Penal. Alternativamente,
postulou a aplicação da minorante prevista no art. 33, parágrafo 4°, da Lei 11.343/2006 em seu grau máximo
(483.1).
A Defesa de ROSINEI DOS SANTOS XAVIER requereu: a) o acolhimento das alegações de justa
causa e de nulidade do processo em razão de não ter sido observado o rito especial: b) quanto ao mérito, a
absolvição do denunciado, com base no art. 386, incisos II, IV, V ou VII do CPP (552.1 e 480.1).
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A Defesa de GISELDA DA SILVA CAVALCANTI requereu seja julgada improcedente a ação penal,
com absolvição da ré nos termos do artigo 386, inciso, V e VII, do CPP. Alternativamente, postulou a aplicação da
minorante prevista no art. 33, parágrafo 4°, da Lei 11.343/2006 em seu grau máximo (459.1).
A Defesa de ANDERSON DA SILVA SANTOS requereu seja a presente ação penal julgada
improcedente, sendo o peticionante absolvido por ausência de provas, nos termos do artigo 386, VII, do Código de
Processo Penal. Em havendo juízo condenatório, postulou seja reconhecida a prescrição retroativa da pretensão
punitiva, julgando-se extinta a punibilidade, nos termos do artigo 107, IV, do Código Penal (463.1).
A Defesa de DÉCIO VAZ DE SOUZA requereu: a) a absolvição do réu quanto ao delito mencionado
na peça acusatória, em razão da insuficiência de provas (art. 386, VII, do CPP); b) sucessivamente, sobrevindo
condenação, requereu a fixação da pena no patamar mínimo, bem como o reconhecimento da causa de diminuição
de pena, em seu patamar máximo, conforme previsto no art. 33, §4º, da Lei n.º 11.343/06, convertendo-a em
restritiva de direitos, conforme entendimento pacificado do STF, e que o denunciado possa apelar em liberdade nos
termos do art. 283 do CPP (464.1).
A Defesa de IDELSON PICCINI requereu seja julgada improcedente a ação penal, com absolvição
do réu, nos termos do artigo 386, inciso, V e VII, do CPP (465.1).
A Defesa de CÍNTIA DOS SANTOS RODRIGUES requereu a absolvição da ré, nos termos do art.
386, inciso V e VII, do CPP (466.1).
A Defesa de FLÁVIO MEDEIROS LEITE requereu a absolvição do réu, nos termos do art. 386,
inciso V e VII do CPP (467.1).
A Defesa de LUCIANO COLETTO HERDINA requereu: a) seja reconhecida a inépcia da inicial por
falta de justa causa; b) a absolvição do réu do crime disposto no artigo 35, caput, da Lei de Drogas, por ausência
de provas de materialidade e autoria delitiva (520.1).
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A Defensoria Pública, na defesa dos acusados PAULO CEZAR SEVERO LUCAS e PAULO
RICARDO GOMES, requereu: a) preliminarmente, o acolhimento das alegações de ausência de justa causa e de
nulidade do processo em razão de não ter sido observado o rito especial; b) quanto ao mérito, requer a absolvição
dos denunciados, com base no art. 386, incisos II, V ou VII do Código de Processo Penal (618.1).
Em síntese, é o relatório.
Dirijo-me à decisão.
1) DAS PRELIMINARES:
Considerando o óbito do acusado, conforme certidão juntada aos autos (311.2), assiste razão o
Ministério Público, de forma que declaro extinta a punibilidade de Flávio de Medeiros, forte no art. 107, I, do
Código Penal.
Nesse sentido, para melhor análise do feito, listo os réus que foram excluídos da ação penal: FLÁVIO
DE MEDEIROS: por extinção da punibilidade, conforme informação retro; ADRIANO DE SOUZA PEREIRA:
por reconhecimento de litispendência em relação aos Fatos I e XIII (5.274 - fls. 37/50 e 5.281 -
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fls. 49/50); ALEXSANDRO VICENTE DE ALMEIDA: por falecimento (5.157 - fls. 42); CESÁR SENA DA
SILVEIRA: por rejeição da denúncia (5.274 - fls. 37 e ss.); EDILSON SENA DA SILVEIRA: por rejeição da
denúncia (5.274 - fls. 37 e ss.); GILBERTO ABADE SEVERO REGIO: por reconhecimento de litispendência
(5.274 - fls. 37 e ss.); GIOVANI LEONARDI: por reconhecimento de litispendência (5.163 - fls. 33); JOSÉ IVAN
RODRIGUES DA SILVA: por reconhecimento de litispendência (5.146 - fls. 12 e ss.); LUCIANO DE JESUS: por
reconhecimento de litispendência (5.146 - fls. 12 e ss.); LUIS CARLOS CARVALHO DIAS: por reconhecimento
de litispendência (5.130 - fls. 50 e ss.); LUIS HENRIQUE BARROSO E SILVA: por falecimento (5.283 - fls. 35);
MARCIA DENISE RONNAU: por rejeição da denúncia (5.274 -fls. 37 e ss.); NELIO DURANTE: por rejeição da
denúncia (5.274 -fls 37 e ss.); PAULINHO LEMES: por falecimento (5.302 - fls. 19); PAULO CELSO BORGES
ALVES: por reconhecimento de litispendência ( 5.274 - fls. 37 e ss.); SUELEN DA ROSA MOREIRA: por
absolvição sumária (5.274 - fls. 37 e ss.); VADES ADANI MILANI: por falecimento (5.298 - fls. 46); VALDOIR
RAMOS ACOSTA FILHO: por falecimento (5.298 - fls. 46); CARLOS SANABRIA, por ter sido condenado em
Abril de 2016, nos autos provenientes da cisão nº 2.11.0011187-2 (5.298 - fls. 46).
Quanto ao FATO VII, descreve a denúncia que os réus JOÃO ALBERI SCHUMACHER e MARIA
CLENI BUENO teriam praticado o crime previsto no art. 12 da Lei n.º 10.826/03 (posse ilegal de arma de fogo de
uso permitido), o qual tem a pena máxima de 03 (três anos) e o prazo prescricional de 08 (oito) anos.
Nesse sentido, como bem apontado pelo Ministério Público, considerando que desde a data do
recebimento da denúncia em 22/11/2010, não ocorreram outros marcos suspensivos/interruptivos posteriores,
infere-se que já decorreu o aludido prazo prescricional, sendo o caso de declaração de extinção de punibilidade,
restando prejudicada a análise do mérito.
Assim, deixo de analisar o mérito da questão e declaro extinta a punibilidade dos acusados JOÃO
ALBERI SCHUMACHER e MARIA CLENI BUENO, no que se refere ao FATO VII da peça exordial (posse
ilegal de arma de fogo de uso permitido).
Quanto ao FATO VIII, descreve a denúncia que os réus JOÃO ALBERI SCHUMACHER e MARIA
CLENI BUENO teriam praticado o crime previsto no art. 16 da Lei nº 10.826/03 (posse ilegal de munição de uso
restrito, qual seja, uma munição de 9mm), o qual tem a pena máxima de 06 (seis) anos e prazo prescricional de 12
(doze) anos, o qual, a rigor, não teria se operado.
Contudo, como bem explanado pela acusação, há nesse caso a incidência do princípio da
retroatividade da lei penal mais benéfica, previsto na Constituição Federal e no Código Penal.
Isso ocorre porque o Decreto nº 9785/19, que complementa os tipos penais previstos nos arts. 12, 14 e
16 da Lei nº 10826/03, dispõe quais armas são de uso permitido, restrito e proibido, sendo que a Portaria nº
1222/2019, expedida pelo Comando do Exército, traz a listagem de calibres nominais de armas e de munições de
uso permitidos, incluindo o calibre 9 mm.
Assim, com advento dos aludidos atos normativos, a munição 9mm passou a ser de uso permitido,
devendo este entendimento retroagir para beneficiar os acusados.
Assim, desclassificando a conduta, verifico que a pena máxima aplicada ao delito de posse ilegal de
arma e munições de uso permitido é de 03 (três) anos, sendo o prazo prescricional de 08 (oito) anos, o qual já
transcorreu desde o recebimento da denúncia, em 22/11/2010, sendo o caso de declaração de extinção de
punibilidade.
Logo, deixo de analisar o mérito da questão e declaro extinta a punibilidade dos acusados JOÃO
ALBERI SCHUMACHER e MARIA CLENI BUENO, no que se refere ao FATO VIII da peça exordial.
Quanto ao FATO XI, descreve a denúncia que e, no dia 13 de julho de 2010, a Polícia Federal
cumpriu mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão na residência de DIEGO RODRIGUES ("Pipoca"),
no âmbito da Operação Rio Branco, oportunidade em que, em revista na residência, foi encontrada uma pedra de
crack.
Todavia, em sede de memoriais, o órgão ministerial optou por pedir - de forma assertiva - a
absolvição do acusado, sob o argumento de que, embora não conste na denúncia o peso da droga, forçoso
reconhecer que se cuidava de uma pequena quantidade, tanto que a própria Polícia Federal, na oportunidade, não
autuou o denunciado por tráfico ilícito de drogas, mas sim apenas por posse ilegal de drogas.
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De fato, como trouxe a acusação, "ainda que haja provas evidenciando que o acusado estava
envolvido no grupo criminoso em comento, voltado ao comércio de drogas, não se pode afirmar que a diminuta
quantidade de droga apreendida naquele dia em sua casa (uma única pedrinha de crack) era destinada à venda,
podendo ser para consumo próprio".
Assim, assiste razão o Ministério Público em seu pedido, vez que carece os autos de prova suficiente
para embasar um decreto condenatório em face de DIEGO RODRIGUES, motivo pelo qual absolvo-o da
imputação quanto ao FATO XI descrito na exordial, com base no art. 386, VII, do Código de Processo Penal.
Quanto ao FATO XII, descreve a denúncia que DIEGO RODRIGUES teria praticado o crime previsto
no art. 12 da Lei nº 10.826/03 (posse ilegal de munição de uso permitido), com pena máxima de 03 (três) anos e
prazo prescricional de 08 (oito) anos.
Nesse sentido, como bem apontado pelo Ministério Público, ao considerar que a denúncia foi
recebida em 22/11/2010, sem marcos suspensivos/interruptivos posteriores, infere-se que já decorreu o aludido
prazo prescricional, sendo o caso de declaração de extinção de punibilidade, restando prejudicada a análise do
mérito.
Assim, deixo de analisar o mérito da questão e declaro extinta a punibilidade do acusado DIEGO
RODRIGUES, no que se refere ao FATO XII da peça exordial (posse ilegal de munição de uso permitido).
Quanto ao FATO XIV, descreve a denúncia que GERACI TERESINHA BORGES e JAIME
BATISTA CARDOSO teriam praticado o crime previsto no art. 12 da Lei nº 10.826/03 (posse ilegal de arma de
fogo de uso permitido), com pena máxima de 03 (três) anos e prazo prescricional de 08 (oito) anos.
Nesse sentido, como bem apontado pelo Ministério Público, ao considerar que a denúncia foi
recebida em 22/11/2010, sem marcos suspensivos/interruptivos posteriores, infere-se que já decorreu o aludido
prazo prescricional, sendo o caso de declaração de extinção de punibilidade, restando prejudicada a análise do
mérito.
Assim, deixo de analisar o mérito da questão e declaro extinta a punibilidade dos acusados GERACI
TERESINHA BORGES e JAIME BATISTA CARDOSO, no que se refere ao FATO XIV da peça exordial (posse
ilegal de arma de fogo de uso permitido).
As Defesas, em sua imensa maioria, alegaram ausência de justa causa a fim de justificar a existência
do presente feito, pois consideraram que, além de descrever uma conduta genérica praticada pelos acusados,
restaria ausente substrato probatório mínimo a demonstrar a materialidade e a autoria delitivas.
Neste ponto, deve-se gizar que toda denúncia é uma proposta de demonstração da ocorrência de um
fato criminoso, cuja autoria é imputada a determinado sujeito. Assim, por ser uma mera proposta, está, em respeito
aos princípios do contraditório e da ampla defesa, obrigatoriamente, sujeita à investigação judicial para averiguar
sua veracidade, a fim de, ao final, poder ser emitido pelo Juízo uma sentença absolutória ou condenatória.
Pela regra do art. 41 do CPP, a denúncia deve conter exposição clara e objetiva dos fatos tidos como
delituosos, necessitando conter a narração dos elementos essenciais e circunstanciais que lhe são inerentes, de
modo a permitir aos acusados o exercício pleno do direito de defesa.
Observo, também, que acompanha a denúncia farta documentação advinda da investigação da Polícia
Federal (na denominada "Operação Rio Branco") que seria, em tese, hábil a comprovar os fatos típicos narrados na
exordial acusatória.
Ora, ao visualizar essa situação, a mim não restam dúvidas de que a peça incoativa descreve,
suficientemente, o modo como os denunciados teriam agido e que está respaldada por elementos documentais
presentes no extenso e detalhado inquérito policial, preenchendo os requisitos do art. 41 do CPP.
Em outras palavras, nota-se que ao oferecer a denúncia, o Parquet não se limitou a simplesmente
repetir os termos da lei, mas apontou circunstâncias concretas que dariam azo à inauguração da persecução penal.
Deste modo, a conclusão é a de que, efetivamente, a denúncia mostra-se apta a ensejar a ampla defesa
dos acusados, em consonância com o disposto no art. 5º, inciso LV, da Carta Magna.
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Tanto é verdade que, após arguir questões preliminares, os causídicos apresentaram defesa meritória –
atipicidade penal – em suas defesas prévias.
Assim sendo, assevero que a alegação de inépcia da denúncia e a falta de justa causa para a
persecução penal somente poderiam ser acolhidas se restasse evidenciada a sua deficiência de forma tal que os réus
ficassem impossibilitados de compreender o teor da acusação, impedindo suas defesas dos fatos criminosos que
lhes foram atribuídos.
e aos antecedentes dos agentes, à dicção legal do § 2º do citado dispositivo. Não há como dar guarida
à tese absolutória diante de tantos elementos probatórios que demonstram tratar-se o denunciado de
agente dedicado ao tráfico de drogas e não mero consumidor. Embora possível que seja usuário de
drogas, tal constatação não elide a convicção da prática de traficância, sendo usual que usuários
comercializem drogas como forma de manter o vício. Não é demais relembrar que o simples fato das
testemunhas de acusação que realizaram o flagrante serem policiais não se afigura um óbice para que
suas declarações sejam devidamente consideradas quando do julgamento, nem para que sejam
recebidas com reservas pela autoridade judiciária, ressalvadas as hipóteses de evidente interesse
particular do servidor na investigação, o que sequer se cogita no caso em tela. Assim, considerando os
entorpecentes apreendidos, as prévias informações e as circunstâncias do flagrante, vai mantida a
condenação pelo delito do art. 33 da Lei de Drogas. 3. ATENUANTE DA CONFISSÃO
ESPONTÂNEA. Inviável o reconhecimento, pois o réu não confessou a prática do delito que lhe foi
imputado na inicial acusatória. 4. PRIVILEGIADORA DO TRÁFICO DE DROGAS. Não verificado
elemento probatório que aponte a dedicação exclusiva do réu com atividades ilícitas como meio de
vida, nem que integre organização criminosa, sem olvidar que não ostenta outras condenações
criminais. Considerando a natureza menos nociva da substância apreendida (maconha) vai aplicada a
benesse postulada. Tendo em vista a significativa quantidade de entorpecentes apreendidos (300g),
bem como a menção dos policiais de que L. já era indivíduo conhecido pela prática do tráfico de
drogas, aplico a redução no patamar de 1/2. Pena definida em 2 (dois) anos e 10 (dez) meses de
reclusão e 280 (duzentos e oitenta) dias-multa, à razão de 1/30 do salário mínimo vigente ao tempo
dos fatos. 5. REGIME ABERTO. Fixado o regime inicial aberto, considerando o quantum de pena
arbitrado, sendo substituída a pena privativa de liberdade por restritivas de direitos de prestação de
serviços à comunidade em entidade a ser designada na execução da pena e prestação pecuniária de
um salário mínimo. 6. LIBERDADE. Concedida a liberdade ao réu e determinada a expedição de
alvará de soltura se por al não estiver preso. 7. RESTITUIÇÃO DO BEM APREENDIDO. Referente
ao pedido de restituição da motocicleta Honda/POP100, o réu não trouxe qualquer prova apta a
comprovar a origem lícita do bem, razão pela qual a derradeira pretensão não comporta acolhimento.
RECURSO MINISTERIAL. 1. AGRAVANTE DA CALAMIDADE PÚBLICA. Inviável o
reconhecimento da agravante prevista no art. 61, inciso II, alínea "j", do Código Penal, pois ausente a
demonstração de que o agente se aproveitou do estado de calamidade pública para praticar o crime
em exame. 2. REGIME FECHADO. As peculiaridades do presente caso não justificam a aplicação de
regime mais rigoroso, razão pela qual mantenho o regime mais brando no caso. 3. INDENIZAÇÃO
DOS DANOS CAUSADOS. Em se tratando do crime de tráfico de drogas, cujo bem jurídico tutelado
é a saúde pública, o sujeito passivo é indeterminado (coletividade), não havendo como se determinar
em um ofendido certo e determinado para o recebimento da indenização, como reza o artigo 387,
inciso IV do CPP. PREQUESTIONAMENTO. Consigno que não estou negando vigência a qualquer
dos dispositivos legais mencionados ao longo da ação penal, traduzindo a presente decisão o
entendimento desta Relatora acerca da matéria analisada. À UNANIMIDADE, REJEITARAM A
PRELIMINAR E, NO MÉRITO, DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO APELO DEFENSIVO E
NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO MINISTERIAL.(Apelação Criminal, Nº
50001198420218210063, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rosaura
Marques Borba, Julgado em: 13-02-2023) (grifo nosso).
Por todo o exposto, rejeito a alegação de falta de justa causa para ação penal, assim como rejeito as
teses de inépcia formal da denúncia.
As Defesas alegam, em sua grande maioria, que o feito deve ser nulo em razão de, nos seus
entendimentos, não ter sido observado o rito especial previsto na Lei n.° 11343/2006, vez que este magistrado
aplicou o rito ordinário ao presente processo.
Todavia, levando em consideração diversos precedentes judiciais, o feito não pode ser anulado por
este motivo isoladamente. Explico.
Isso porque, apesar de os denunciados terem sido acusados por crimes relacionados ao tráfico de
drogas, eles também foram denunciados por diversos outros delitos que seguem o rito ordinário (como exemplo o
art. 297 do Código Penal, art. 12 e art. 16 da Lei n.° 10.826/2003, entre outros).
Nesse sentido, diante de uma denúncia que engloba crimes sujeitos ao rito comum, além de outros
relacionados ao tráfico de drogas, e sendo certo que a adoção do procedimento ordinário não implicou qualquer
prejuízo aos diversos denunciados (sobretudo porque TODOS apresentaram suas Respostas às
Acusações), propiciando-lhes, ao contrário, maiores oportunidades de defesa, é impossível falar-se em nulidade
da ação penal, como pretendido nas irresignações defensivas.
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Acrescento, ademais, que à época das apresentações das defesas prévias nenhuma alegação acerca do
tema restou registrada nos autos.
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preservada a fração de 2/3 para redução, ante a ausência de recurso do Ministério Público e da
vedação de reformatio in pejus, pois as circunstâncias do fato deveriam determinar menor
diminuição. 8. Regimes de cumprimento. Mantidos o regime fechado ao réu VAGNER, e o regime
aberto à acusada ANA BEATRIZ, caso necessário, nos termos do artigo 33, § 2º, alíneas “a” e “c”,
respectivamente, do CP, considerando as quantidades de penas aplicadas, e, ainda, a reincidência de
VAGNER. 9. Substituição de pena. Preenchidos os requisitos elencados no art. 44 do CP, é mantida a
substituição da pena privativa de liberdade imposta à ré ANA BEATRIZ por duas restritivas de
direitos, consistentes em prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária, no valor de 01
salário mínimo nacional. 10. Penas de multa. Impossibilidade de afastamento, diante de seu caráter
cogente. Inexistência de violação ao princípio da intranscendência. Penas pecuniárias reduzidas, em
consonância às respectivas penas carcerárias. 11. Prequestionamento. Inocorrência de negativa de
vigência a dispositivos de lei ou princípios constitucionais, estando a decisão devidamente
fundamentada e de acordo com o ordenamento jurídico vigente. PRELIMINARES AFASTADAS.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. UNÂNIME.(Apelação Criminal, Nº 70084525203,
Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Joni Victoria Simões, Julgado em: 24-
03-2021) - grifei.
Ante o exposto, não há falar em nulidade do feito por prejuízo aos réus ante a inobservância do rito
especial, motivo pelo qual afasto as alegações defensivas.
Todavia, não assiste razão à Defesa, conforme já analisado anteriormente na decisão exarada nos
autos (554.1), a qual deixo de transcrever nesta ocasião a fim de evitar desnecessária tautologia.
Embora louvável o esforço defensivo, noto que não há razão em suas alegações.
Ademais, há que se destacar que os delitos afetos à Lei de Drogas são de difícil elucidação, os quais
geralmente são praticados às escondidas, raramente podendo ser constatado por outro meio que não a interceptação
telefônica.
Não obstante, o delito pelo qual os referidos estavam sendo investigados era passível de pena de
reclusão, requisito para deferir a medida.
No caso em comento, é exatamente o que a autoridade policial tinha na época do ocorrido e, sendo
assim, perfeitamente legítima a medida adotada, razão pela qual, a representação pela interceptação telefônica
restou acolhida (436.3).
Destaco,no mesmo norte, que a decisão que prorrogou a interceptação está devidamente
fundamentada e dentro dos limites legais (436.3).
No tangente à inexistência de outro meio para se produzir a prova, a defesa alegou que a autoridade
policial representou pela interceptação sem qualquer critério, sendo utilizada como primeiro meio de obtenção de
prova.
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Entretanto, o próprio Delegado de Polícia Federal Diogo Caneda explanou em audiência que as
interceptações telefônicas foram representadas apenas após a realização de investigações preliminares, como pode
ser verificado, a seguir, no trecho extraído de sua inquirição em juízo:
Em meados de 2009 começaram a chegar na Delegacia da Polícia Federal de Santa Maria diversas informações
acerca de um grupo de traficantes (que já possuía histórico nesse tipo de delito na cidade). Contou que,
inicialmente, a informação que detinham era que Paulo Severo Lucas (o “Labi”) e Adílson dos Santos ( o “Dil”)
estavam traficando. A partir dessa notícia, procederam a uma investigação preliminar por meio do grupo de
operações e constataram que realmente haviam indícios da prática do crime. Após isso representou pela
interceptação telefônica e começaram a desenvolver o monitoramento telefônico dos acusados.[...]Aduziu,
também ao ser questionado pela Defesa, que as interceptações telefônicas não foram motivadas apenas por
denúncias anônimas, tendo em vista que algumas informações chegaram à Delegacia da Polícia Federal, com o
núcleo de operações desenvolvendo uma investigação prévia. Ressaltou que essas investigações contaram com
vigilâncias e entrevistas na Vila Carolina (local de atuação de Paulo César Severo Lucas), e que a partir daí
reuniram elementos e chegaram à conclusão de que efetivamente as denúncias preliminares eram plausíveis para
representar perante o judiciário.
Todavia, embora a presença desses elementos iniciais, inexistia àquele e momento outro meio de
prova que pudesse substituir a realização da interceptação telefônica para apurar as comunicações entre os
denunciados. Sendo assim, necessária a implementação da medida.
Nesse sentido, transcrevo trecho do entendimento de Vicente Greco Filho a respeito do tema:
“[...] mas desde logo deve-se entender que os meios disponíveis são os existentes no momento em que é solicitada
a interceptação. Meios que surgirem posteriormente não a invalidariam, no caso.”
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Por todo o exposto, afasto a nulidade da interceptação telefônica arguida pela defesa de Daniela.
Alega a Defesa da acusada Daniela que esta ação penal possui uma idêntica imputação penal em
outro processo no qual já foi condenada (Processo n.° 027/2.10.0000105-6), motivo pelo qual deve ser reconhecida
a exceção de coisa julgada penal.
Todavia, não assiste razão à Defesa, conforme já analisado anteriormente na decisão exarada nos
autos (554.1), a qual deixo de transcrever nesta ocasião a fim de evitar desnecessária tautologia.
Quanto ao FATO I, descreve a denúncia que FERNANDA SILVA DA CRUZ teria praticado o crime
previsto no art. 35 da Lei nº 11.343/06 (associação para a prática de tráfico ilícito de entorpecentes), com pena
máxima de 10 (dez) anos e prazo prescricional de 16 (dezesseis) anos.
Todavia, à época dos fatos a acusada possuía apenas 18 (dezoito) anos, motivo pelo qual sua
pena seria reduzida pela metade, ou seja, 05 (cinco anos). Assim, conforme o art. 109 do CPP, o crime prescreve
em 12 (doze) anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a 8 (oito) anos.
Nesse sentido, como bem apontado pela Defesa, ao considerar que a denúncia foi recebida em
22/11/2010, sem marcos suspensivos/interruptivos posteriores, infere-se que já decorreu o aludido prazo
prescricional, sendo o caso de declaração de extinção de punibilidade, restando prejudicada a análise do mérito.
Pelas mesmas razões, declaro extinta a punibilidade também dos acusados MIRELI DIAS PORTO e
SAMIR ALMEIDA HAJAR JUNIOR.
Em memoriais defensivos, a parte acima nominada requereu, entre outras coisas, a concessão do
benefício da Justiça Gratuita.
Todavia, vai indeferido o pedido, tendo em vista não ter sido juntado aos autos qualquer documento
apto a comprovar sua hipossuficiência econômica.
Isso ocorre porque o réu foi denunciado pelo FATO I descrito na exordial (associação para a prática
de tráfico ilícito de entorpecentes), cuja pena máxima é de 10 (dez) anos, tendo como prazo prescricional
16 (dezesseis) anos.
Nesse sentido, noto que a denúncia foi recebida em 22/11/2010 e, embora sem marcos
suspensivos/interruptivos, ainda não decorreu o aludido prazo prescricional, motivo pelo qual afasto o pedido
defensivo.
Quanto a acusada Denise Rodrigues Esterdio, deixo de analisar a preliminar aventada, eis que a
decisão resultante desta sentença será mais benéfica para a acusada.
De mesma sorte, quanto ao acusado Samir Almeida Hajar Júnior, observo que foi extinta sua
punibilidade (vide item 1.b.f), motivo pelo qual também deixo de analisar a presente preliminar.
Antes de adentrar na análise do mérito, mister ressaltar alguns pontos para melhor organização da
decisão. São eles:
Quanto ao FATO II, descreve a denúncia, em síntese, que os réus ALBERTO SCHERER e GISELDA
DA SILVA CAVALCANTI teriam comercializado ilegalmente armas e munições, conduta tipificada no art. 17,
caput, da Lei n.º 10.826/03, a qual tem a pena máxima de 12 (doze) anos e prazo prescricional de 16 (dezesseis)
anos, o qual, a rigor, não teria se operado até a presente data.
Contudo, há nesse caso a incidência do princípio da ultratividade da lei penal mais benéfica, já que é
previsto na Constituição Federal e no Código Penal que a novatio legis in pejus não poderá retroagir a fim de
prejudicar o acusado.
Isso ocorre porque a pena máxima cominada atualmente ao referido delito (12 anos) foi imposta por
meio da Lei n.º 13.964/2019, sancionada em 29 de abril de 2021. E, antes da referida lei, ou seja, na época dos
fatos (entre 2009 e 2010), a pena máxima cominada ao delito era de 8 (oito) anos de reclusão e multa.
Nestes termos, com a ultratividade da lei penal mais benéfica, verifico que a pena máxima aplicada
ao delito de comércio ilegal de armas e munições é, neste caso, de 08 (oito) anos, sendo o prazo prescricional de
12 (doze) anos, o qual já transcorreu desde o recebimento da denúncia, em 22/11/2010, sendo o caso de declaração
de extinção de punibilidade.
Logo, deixo de analisar o mérito da questão e declaro extinta a punibilidade dos acusados ALBERTO
SCHERER e GISELDA DA SILVA CAVALCANTI, em relação ao FATO II da peça exordial.
Quanto ao FATO XV, descreve a denúncia, em síntese, que o réu ALBERTO SCHERER teria
falsificado documento público, qual seja, uma Carteira Nacional de Habilitação.
Essa conduta é tipificada no art. 297 do Código Penal e tem pena máxima de 06 (seis) anos de
reclusão e multa, contando com prazo prescricional de 12 (doze) anos.
Nesse sentido, ao considerar que a denúncia foi recebida em 22/11/2010, sem marcos
suspensivos/interruptivos posteriores, infere-se que já decorreu o aludido prazo prescricional, sendo o caso de
declaração de extinção de punibilidade, restando prejudicada a análise do mérito.
Assim, deixo de analisar o mérito da questão e declaro extinta a punibilidade do acusados ALBERTO
SCHERER, no que se refere ao FATO XV da peça exordial (falsificação de documento público).
Alega a Defesa do acusado Arthur que ele possui uma idêntica imputação penal em outro processo,
no qual já foi condenado (Processo n.° 040/2.10.0011147-1), motivo pelo qual postula o reconhecimento de
exceção de coisa julgada, a fim de evitar no bis in idem (469.1).
No supracitado feito, Arthur foi denunciado, juntamente com Luiz Carlos Carvalho Dias, como
incurso nas sanções dos art.33, caput, e 35, caput, ambos da Lei nº11.343/2006, na forma do art.29 do Código
Penal.
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A denúncia no presente expediente trata dos mesmos fatos, de maneira que, por evidente, há
litispendência.
Mister destacar, ainda, que este magistrado já havia reconhecido litispendência processual em face de
Luiz Carlos Dias, motivo pelo qual é inviável, que perante os mesmo motivos, apenas Arthur de Souza Delgado
responda por dois processos onde são narrados os mesmos fatos e as mesmas imputações criminosas.
2) DO MÉRITO:
A materialidade e a autoria dos fatos está evidenciada em razão de toda a Investigação Policial
denominada “Operação Rio Branco”, constante nos Inquéritos Policiais de n.ºs 0247/2009 (oriundo da Delegacia
de Polícia Federal de Santa Maria) e 685/2010 (oriundo da Delegacia de Polícia Federal de Porto Alegre), bem
como por toda a prova oral coligida em juízo. Vejamos a seguir.
O Ministério Público arrolou, na peça exordial, um total de 21 (vinte e uma) testemunhas acusatórias,
entretanto, somente 18 (dezoito) foram ouvidas. Vejamos.
DIOGO CANEDA DOS SANTOS, Delegado da Polícia Federal, disse, ao ser inquirido
presencialmente nesta 1º Vara Criminal, que em meados de 2009 começaram a chegar na Delegacia da Polícia
Federal de Santa Maria diversas informações acerca de um grupo de traficante (que já possuía histórico nesse tipo
de delito na cidade). Contou que, inicialmente, a informação que detinham era que Paulo Severo Lucas (o “Labi”)
e Adílson dos Santos ( o “Dil”) estavam traficando. A partir dessa notícia, procederam a uma investigação
preliminar por meio do grupo de operações e constataram que realmente haviam indícios da prática do crime. Após
isso representou pela interceptação telefônica e começaram a desenvolver o monitoramento telefônico dos
acusados. Com o decorrer das investigações, o monitoramento foi se ampliando e então puderam constatar que em
Santa Maria havia um grupo muito forte de traficantes e que, inclusive, Alberto dos Santos Costa (o “Betão”) e
Robson Epaminondas (o “Rubão”) também estariam envolvidos nesse grupo criminoso. Aduziu que a partir desse
grupo foram identificando traficantes “menores”, como os que faziam as guardas das drogas, as entregas, os
transportes e os depósitos. Depois, ressaltou que foram em busca dos fornecedores e identificaram um grupo de
Porto Alegre/RS, o qual tinha como capitães dois irmãos, o Luis Henrique e o Luis Fernando. Obtiveram
conhecimento, também, de um outro grupo com bases em Carazinho/RS e Cruz Alta/RS, o qual era capitaneado
pelos irmãos Scherer, com colaboração de suas respectivas esposas. Havia, ainda, um terceiro grupo também muito
forte e com atuação expressiva na região do Vale dos Sinos, mais especificamente em Parobé/RS, Novo
Hamburgo/RS e Nova Hartz. Esses grupos, principalmente, o do Vale dos Sinos, Cruz Alta e Carazinho se
abasteciam de outros traficantes de Foz do Iguaçu, chamados de “Gordinho” e Paulinho Lemes. Ratificou, ainda,
que além do consumo interno na cidade de Santa Maria, os traficantes daqui também enviavam drogas para
Caçapava do Sul/RS, embora fosse em menor escala. Reforçou alguns números levantados durante o desenrolar da
operação, referentes às apreensões realizadas: 53 veículos, 146,800 kg de cocaína, 5 armas (sendo duas de calibre
restrito), munições e joias. Evidenciou, sobretudo, que através dos cálculos feitos nas investigações, que, com as
técnicas utilizadas para a transformação de cocaína em crack, seria possível que a quantidade de drogas
apreendidas fizesse mais de um milhão seiscentas e vinte mil pedras de crack. E, levando em consideração que a
pedra de crack custaria cinco reais à época, os traficantes poderiam levantar mais de nove milhões de reais. Ao ser
indagado, frisou que havia uma organização/sociedade com papéis bastante definidos, com hierarquias, funções
distintas e modus operandi bastante determinado. Enfatizou que essa negociação também envolvia a troca de
drogas por veículos, sendo que Robson seria o responsável por adquirir veículos na Bahia e “dar” esses veículos
como moeda de pagamento para os fornecedores de Santa Maria. Expôs que a droga vinha para Santa Maria e os
fornecedores de Carazinho, Vale dos Sinos, Cruz Alta e Porto Alegre recebiam os veículos em troca dos
entorpecentes e colocavam-os em revenda de veículos que os próprios traficantes mantinham. Ao ser questionado
acerca da chefia da sociedade em Santa Maria, enfatizou que aqui são quatro os principais: o “Betão”, o “Dil”, o
“Labi” e o “Rubão”, vez que não há uma hierarquia entre estes. Discorreu, ademais, que na região de Carazinho e
Cruz Alta seriam os irmãos Scherer (Alberto Scherer e Jorge Scherer); na região de Porto Alegre e Nova Hartz
seriam os irmãos Barroso e Silva; em Novo Hamburgo o Flávio; em Parobé e Nova Hartz seriam os irmãos do
Amaral Fernandes e em Foz do Iguaçu seriam o Nerli Marcial e o filho dele (Alexsandro).Quanto à guarda das
drogas, a testemunha manifestou que funcionava de diversas formas, pois eram armazenadas em lugares diferentes.
Narrou que quando as substâncias vinham de Foz do Iguaçu, por exemplo, ela ficava armazenada na casa de
Rosane Scherer, que mora em Cruz Alta. Neste ponto, revelou que conseguiram inclusive fazer fotografias durante
as investigações para comprovar essa informação. Geraci também guardava os entorpecentes em algumas ocasiões,
pois esta mora em Carazinho. Alegou, também, que quando a droga ia para Nova Hartz ficava na casa de João
Alberi e Maria Cleni e lá, inclusive, foi encontrado um laboratório de beneficiamento de cocaína (onde foram
apreendidos quase trinta quilos da droga, prensa hidráulica, álcool e demais produtos químicos). Citou que em
Santa Maria, especificamente, as drogas ficavam na casa de traficantes menores, como era o caso de Luciano de
Jesus e de José Ivan, onde foi apreendido parte das substâncias.Ao ser questionado acerca da venda em varejo das
drogas em Santa Maria, disse que esta era feita por diversos traficantes menores a mando desses quatro maiores
citados anteriormente mas, inclusive, algumas vezes, de forma direta, como o caso de Paulo Ricardo Gomes que
apanhou 50g de crack, no dia 25/11/2019, diretamente com o “Dil”, sendo logo depois preso em flagrante na Rua
Floriano Peixoto.Quanto à Carina, revelou que ela seria uma das vendedoras (“vapozeira”) a mando do traficante
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“Dil”. Referiu que Carina foi flagrada em interceptações telefônicas fazendo o comércio das drogas e que, ainda,
ela confessou a prática ao ser ouvida na Delegacia. Quanto à Flávia, asseverou que após a prisão de seu esposo
(Jorge Scherer) ela assumiu a traficância no lugar dele. Inicialmente ela estava fazendo cobranças e depois passou a
efetivamente traficar. Ressaltou que em certa data a Flávia entregou droga para a Ana Cláudia Bandeira Spencer,
vindo a ser presa neste dia. Ainda, no dia 20/11/2009, Flávia teria efetuado a entrega de 2,100kg de crack para a
Ana Cláudia Bandeira Spencer, que logo após foi presa na Rodoviária de Santa Maria. Quanto à Daniela, ressaltou
que ela era a companheira de Flávio Medeiros e que também traficava e era responsável pela parte
financeira/organização/logística do transporte. Daniela teria aliciado Gustavo Carvalho para fazer o transporte dos
entorpecentes, tanto é verdade (conforme o teor da fala do Delegado de Polícia) que foram apreendidos 2,300kg
em um Fiat Siena (de propriedade de Daniela), mas que no dia estava sendo dirigido por Gustavo. Ao ser indagado
sobre o mecanismo que “Rubão” utilizava, lembrou que, embora tivesse sido difícil entendê-lo inicialmente,
descobriram durante as apurações que ele trazia os veículos do Estado da Bahia e, após, repassava-os aos
traficantes locais. Noticiou que os referidos automóveis e motocicletas eram entregues aos fornecedores de drogas
para Santa Maria (irmãos Scherer, Nerli, irmãos Do Amaral Fernandes e Flávio (região do Vale dos Sinos); irmãos
Barroso e Silva (POA); Labi, Dil e Betão (Santa Maria)), os quais ficavam devendo a quantia em dinheiro referente
ao valor dos carros. A negociação do Rubão não se limitaria somente aos veículos, pois ele teria pleno
conhecimento de que esses bens estariam sendo trocados por entorpecentes. Descreveu que há um diálogo entre
Rubão e Flávio, onde Flávio explica para o Rubão que houve um problema com um cheque, que na verdade o
problema do cheque seria justamente a apreensão do Fiat Siena com 2,300kg de drogas, e ele ainda refere que “o
cheque estragou”, e o Rubão concorda. Afirmou que Rubão sabe do que está sendo tratado, logo, sabe com a
conversa que a remessa de droga que estava vindo para Santa Maria não chegou, por isso o atraso no pagamento.O
Ministério Público indagou sobre como se chegou aos grupos de Santa Maria, POA e Novo Hamburgo, momento
em que informou que a investigação foi feita através de monitoramento telefônico no início, onde detectaram os
contatos com os fornecedores da área de for a da cidade e a partir daí foi feita toda a identificação. Ratificou que
não lembra com exatidão a sequência cronológica, mas acredita que primeiro foi o núcleo de Carazinho ou de
Porto Alegre, os quais tinham como fornecedor os irmãos Scherer. Destacou que essas identificações foram feitas
não apenas com as interceptações telefônicas, mas também com medidas de campo, análises, relatórios de
vigilância e apreensões de drogas em situação de flagrante. Realçou que em algumas vezes contaram com o apoio
da Brigada Militar e da Polícia Civil, para que não evidenciassem que a Polícia Federal estivesse fazendo uma
investigação maior. A partir de então foram detectando os fornecedores, e que quando estes estavam com carência
de droga, se socorriam de outro. Assim, teria descoberto o braço em Porto Alegre. Frisou que viu que houve uma
negociação com os fornecedores de POA e num determinado momento estava difícil a transação e os investigados
começaram a traficar com uma forma mais intensa com os fornecedores de Vale dos Sinos. Expôs que nessa
ocasião foi feita uma transação entre Labi e Gilberto Abaide, este último preso com 6kg de cocaína em uma
chácara na Boca do Monte.Ao ser questionado se havia uma ligação de Santa Maria cin esses outros grupos
ligações paralelas entre esses outros grupos, manifestou que eram grupos separados, mas interligados pela questão
do fornecimento. Pois entre esses outros grupos tem o grupo dos fornecedores e todos eles tinham uma ligação
comum com Santa Maria. Narrou que esses quatro principais traficantes de Santa Maria se relacionavam com
todos, mas que não foi possível detectar uma ligação direta entre o grupo do Vale dos Sinos com Porto Alegre.
Quanto a Adilson dos Santos Côrrea, o “Dil”, revelou que ele era um dos mais atuantes na cidade de Santa Maria,
inclusive com histórico de antecedentes pelo mesmo delito. Ademais, anunciou que ele era um dos principais
juntamente com “Betão”, “Rubão” e “Labi”.Anunciou, na sequência, que conseguiram detectar que essas remessas
de drogas vinham quase com frequência semanal para a cidade, sendo que tiveram flagrante com 7kg de crack,
com 3kg e com 3,300kg, o que explicou que é uma quantidade bastante expressiva. Alegou, também, que o “Dil”
falava muito ao telefone com diversos traficantes menores que faziam as vendas no varejo para ele (e que também
guardavam a droga). Quanto a Alberto dos Santos Costa, citou que ele apareceu posteriormente na investigação,
mas que se revelou tão atuante quanto “Dil”. Por diversas vezes o Alberto ajudava a descarregar os veículos que
vinham da Bahia em caminhão cegonha e estes veículos, muitas vezes, eram descarregados com a colaboração dos
próprios “Dil” e “Labi” para depois serem entregues aos fornecedores. Quanto a Alberto Scherer, contou que esse
agente exercia uma traficância forte com seu irmão Jorge Scherer, pois eles se abasteciam de drogas em Foz do
Iguaçu e repassavam para os traficantes de Santa Maria. Mesmo depois de presos esses agentes teriam continuado
traficando com o auxílio de suas esposas, a Flávia e a Giselda. Falou, ainda, que Alberto entrou no comércio de
armas, algumas de calibre restrito. Na residência do casal foram apreendidas pistola 9mm, pistola calibre 45,
revólver, etc. Quanto a Alexsandro Vicente de Almeida, o “Banana”, asseverou que ele é filho de Nerly. E que o
Nerly é sem dúvida o traficante mais forte da região do Vale dos Sinos, pois é o grande capitalista naquele local.
Aduziu que com a prisão de Nerly, o Alexsandro assumiu a liderança do grupo na região e se associou, inclusive,
com outros traficantes. Ressaltou, inclusive, que quando Nerly foi preso ele utilizava um veículo Prisma (o qual
possuía 15g de cocaína no interior do volante). Este mesmo automóvel já havia sido visto, antes, na casa de
“Rubão. Quanto a Amantino Pinheiro de Lima, mencionou que este auxiliava Flávio na questão do transporte de
drogas e na remessa dos carros para a região do Vale dos Sinos, veículos estes que serviam como forma de
pagamento. Quanto a Cristian Fernando Rabisquim, lembrou que ele apareceu na investigação quando foi preso
em flagrante em Nova Hartz, no dia 17/06/2009, com aproximadamente 92kg de cocaína. Noticiou que estavam
cumprindo um mandado de busca e apreensão na residência de Alberi e Maria Cleni e, naquele momento, foram
encontrados aproximadamente 30kg de cocaína e produtos químicos/petrechos para o refino de drogas. No
momento em que estava sendo cumprindo esse MBA, chegou até a residência o Cristian Rabisquim e, ao ser
revistado, foi encontrada a chave de um Hyundai, momento em que ele acabou revelando que aquela era uma
chave de uma camionete que estava estacionada na loja de propriedade da Nerly. Então os agentes se deslocaram
até lá e encontraram quase 80kg de cocaína. Descreveu que então Cristian foi preso em flagrante e puderam
constatar que ele era um dos responsáveis por transportar a droga de Foz do Iguaçu até Nova Hartz. Quanto a
Daniela Toledo, afirmou que ela é companheira de Flávio e atuava juntamente com este no tráfico, fazendo
cobranças e lidando com a parte financeira/logística. Informou que ela despachava o Gustavo Carvalho para fazer o
transporte de drogas, como foi revelado pelas ligações no dia em que foi apreendido o Siena (que ela também
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usava o veículo), com 2,300 kg de crack. Ratificou que depois que o Siena foi apreendido, ela morava no
residencial Vento Norte, próximo ao trevo da Uglione e logo após essa apreensão, ela se mudou às pressas para
Novo Hamburgo. Quanto a Diego Rodrigues, destacou que também era associado a “Dil”, mas que estava em um
grau de hierarquia inferior. Quanto a Edson Lunardi Canabarro, o “Edinho”, realçou que foi preso transportando
3kg de crack. Logo após correr a notícia de sua prisão, Elizeu telefonou para o “Dil” e avisou da prisão do
“Edinho”. Frisou que na ligação os dois estavam bastante preocupados e que “Dil” fez contato com o “Labi”,
momento em que começaram a trabalhar pela Defesa de Edson. Enfatizou que Edson é titular de uma motocicleta
que era utilizada por “Labi”. Também foi apreendido, na ocasião, um cheque da Rute em favor de Edson (Rute é
esposa de “Labi”).Quanto a Flávia Trindade, expôs que ela era esposa de Jorge Scherer e após ele ser preso, Flávia
continuou no negócio. Manifestou que ela fez a entrega de 2kg de crack para a Ana Cláudia Spencer, que acabou
sendo presa logo após na estação rodoviária de Santa Maria. Ao ser indagado, manifestou que a droga foi entregue
no interior da residência de Rosane Scherer, mas as duas entraram na residência (Flávia e Ana Cláudia). Narrou que
Ana Cláudia foi até o local somente para isso, pois ela chegou, entrou na casa, pegou a droga e saiu. Revelou que
os agentes policiais estavam acompanhando o trajeto da Ana Cláudia, por isso presenciaram o exato momento.
Quanto a Flávio de Medeiros, anunciou que, juntamente com Daniela, era o responsável pelo abastecimento dos
quatro traficantes maiores de Santa Maria. Alegou que ele morava em Novo Hamburgo e se abastecia, por vezes,
com drogas adquiridas com o Nerly e com os irmãos Do Amaral Fernandes. Ao ser perguntado se esses
abastecimentos foram os flagrados pelas interceptações telefônicas deferida nos autos, citou que sim. Disse que as
negociações foram bem evidentes. Contou que no flagrante de Sandro Jornada do Amaral, que trazia 7kg de crack,
em um Kadett, ele mesmo confessou a participação, dizendo que havia sido contratado por Flávio para fazer essa
entrega/transporte da região do Vale dos Sinos para Santa Maria. Quanto a Gustavo Carvalho da Cunha, referiu que
ele trabalhava como “mula”, pois era quem fazia o transporte das drogas. Asseverou, contudo, que no dia em que
foi apreendido o veículo Siena com 2,300kg de crack era Gustavo quem estava dirigindo o veículo, mas que o
abandonou. Nesse momento, aduziu que havia uma lavagem de veículos na Avenida Dois de Novembro, próximo
ao Pronto Atendimento, local onde chegavam os veículos com as drogas e, em seguida, eram distribuídas a partir
dali, tudo com ciência de Gustavo. Ressaltou que a lavagem era uma espécie de posto de entrega de drogas. Quanto
a João Alberi, mencionou que ele era o “braço direito” de Nerly, pois, na residência deste eram guardadas drogas,
além de ser também o local onde eram preparadas. Lembrou que no local se transformava a pasta base em crack e
cloridrato. No mesmo lugar morava a esposa dele, a Maria Cleni Bueno e que esta cedia as contas bancárias para
movimentações financeiras de Nerly. Há, ainda, um áudio em que uma funcionária do Banco Itaú telefona para o
Nerly e diz que foi depositado um cheque de 15 (quinze) mil reais na conta dele e outro na conta de Maria Cleni,
momento em que pergunta se era para pagar esses cheques e ele diz que sim. Citou que Maria Cleni era empregada
doméstica.Quanto a Jorge Scherer, descreveu que ele traficava, fornecia drogas e adquiria em Foz do Iguaçu para
trazer para Santa Maria. Afirmou que em troca dessas drogas recebia veículos de “Rubão”. Informou que após
Jorge ser preso, continuou traficando por intermédio de Flávia, pois utilizava celular no presídio. Ratificou que
Flávia agia através das orientações de seu marido. Quanto a José Ivan Rodrigues, afirmou que ele guardava as
drogas.Quanto a Luis Carlos Carvalho Dias, informou que ele era um traficante de Caçapava do Sul e que vinha
quase que semanalmente até Santa Maria para adquirir drogas com o “Porquinho” (o qual adquiria com “Labi”).
Quanto a Maicon Mendes Vargas, ratificou que ele também fazia entregas para “Dil” e acabou sendo preso pela
polícia civil.Quanto a Maciel de Almeida dos Santos, destacou que ele era associado ao Nerly, em Nova Hartz, e
era responsável pela negociação e até mesmo pelo transporte de drogas de Foz do Iguaçu para Nova Hartz. Realçou
que ele acabou sendo preso em flagrante com 15kg de crack, juntamente com o Maurício Sardos. Evidenciou que
essa droga iria para Nova Hartz, aos cuidados de Nerly, e depois dessa prisão, o Nerly se mostrou bastante
preocupado e começou uma intensa troca de informações com a advogada (que também demonstra muita
preocupação com o que Maurício poderia falar aos policiais). Quanto a Milto Luis do Amaral Fernandes, frisou que
ele era irmão do Volmar e do Marcos. Enfatizou que são três irmãos da cidade de Parobé, os quais também se
abasteciam de drogas com o Nerly e que após isso comercializavam com Santa Maria. Expôs que os irmãos
recebiam os veículos de pagamento pelas drogas e que os referidos carros eram colocados à venda na loja do
Marcos do Amaral, que inclusive está registrada em nome da ré Márcia Denise Ronnau (companheira de Nerly).
Ao ser questionado mais especificamente quanto a Nerly, manifestou que este agente era o líder do grupo em Nova
Hartz, que ao contrário de Santa Maria onde eram quatro traficantes principais, lá em Nova Hartz havia uma
ascendência hierárquica do Nerly sobre os demais. Narrou que Nerly era quem capitaneava o esquema de
recebimento de drogas de Foz do Iguaçu e distribuição para a região central do estado do RS. Revelou que Nerly
tinha uma revenda de veículos, com grandes quantias de transações, gerando um elevado poder econômico.
Quando o Ministério Público questionou acerca do envolvimento de um veículo que equivalia a 2 kg de drogas,
anunciou que foi apreendido um documento em poder de Giselda e justamente era uma tabela de preços de
veículos de propriedade dela e do Alberto Scherer, só que ao invés de constar o preço em reais, constava o preço
em kg de droga equivalente. Quanto a Paulo César Severo Lucas, o “Labi” alegou que ele também já tem um
histórico de tráfico. Citou que toda a operação começou em razão dele. Disse que já tinham as informações prévias,
visto que a todo momento chegavam denúncias na Delegacia de que ele estaria atuando fortemente no tráfico.
Quanto a Ricardo Alexandre de Vargas, contou que ele funcionava como uma espécie de distribuidor das drogas
que Flávio Medeiros trazia para a cidade, parte da droga que Flávio trazia. Falou que ele acabou sendo preso em
flagrante pela Polícia Civil tripulando um WV/Golf, que era de propriedade do Flávio. Referiu, ainda, que quando
Sandro Jornada do Amaral foi preso em flagrante, a esposa dele, a Bruna, telefonou para o Ricardo relatando o
ocorrido. Ricardo demonstrou ficar preocupado e depois disso acontecem conversas entre Ricardo e Flávio em que
eles não falam abertamente, mas que deixam entender que a conversa é sobre a apreensão dos 7kg de drogas.
Quanto a Robson Epaminondas, o “Rubão”, asseverou que ele atuava no tráfico como o capitalista da organização,
era responsável por trazer esses veículos e repassá-los (o que dava uma certa aparência de legalidade para o
negócio). Aduziu que os veículos dele foram para Carazinho e Cruz Alta, também para a região do Vale dos Sinos e
para Porto Alegre, ficando evidente os pontos comuns entre o negócio e a traficância. Ademais, ressaltou que há na
investigação um diálogo entre Flávio e Rubão, onde percebe-se que ele tinha plena ciência de que os negócios ali
envolviam drogas, inclusive porque Flávio diz “o cheque estragou” (que é a droga que foi apreendida no caminho).
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 21/84
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Ao ser perguntado acerca dos documentos apreendidos na investigação sobre Rubão, mencionou que foram
apreendidos dezenas de documentos e procurações. Lembrou que uma característica do acusado é a de que ele não
passava os veículos para o nome dele, fazia a transferência diretamente para terceiros que adquiriram esses carros
de outros traficantes/fornecedores. Noticiou que “Rubão” repassava os documentos e no momento em que
perfectibilizava a transação, os fornecedores enviavam a droga e os traficantes repassavam o dinheiro para ele.
Somente após toda essa transação, Robson liberava a documentação para que os automóveis pudessem ser
transferidos. Explanou que foi feito um trabalho bastante minucioso a respeito desses veículos e que o agente João
(policial federal) poderá trazer detalhes mais específicos. Porém destaca que uma grande parte dos carros foram
acompanhados desde o desembarque em Santa Maria e Porto Alegre, até todo o percurso que esses veículos
fizeram. Quanto a Rodrigo Soares de Jesus, descreveu que ele é um dos fornecedores de Foz do Iguaçu e que os
seus compradores eram os irmãos Scherer, sendo que ele recebia veículos dos irmãos como forma de pagamento.
Afirmou que ele foi preso em Carazinho, após ficar um tempo foragido. Quanto a Volmar do Amaral Fernandes,
informou que ele atuava da mesma forma que Nilton, inclusive os dois costumavam viajar juntos à Santa Maria
para fazerem as negociações em parceria. Ratificou que a associação manteve-se estável e duradoura entre meados
de 2009 e 2010, sempre com o mesmo modus operandi. Sendo que a única coisa capaz de alterar a estabilidade da
organização eram as prisões dos membros que estavam sendo efetivadas. Por outra, assim que alguém era preso,
imediatamente já era substituído. Ao ser questionado se havia distribuição de tarefas e compromissos entre os
denunciados, disse que sim, pois cada envolvido tinha suas funções específicas dentro da organização. Contou que
foi possível notar e delimitar durante a investigação quem guardava, quem transportava e quem emprestava contas
bancárias. Um dos irmãos Scherer (não soube especificar se Jorge ou Alberto) fazia uso de documento falso, mais
especificamente uma carteira de habilitação, pois estava foragido. A maior parte das armas apreendidas estavam em
poder de Giselda (pertenciam a ela e Alberto Scherer), mas outros réus também tinham armas que foram
apreendidas pela polícia, como é o caso de João Alberi que foi encontrado com um revólver. Asseverou, ao ser
questionado pela Defesa, que após Nerly ser preso, o seu filho (Alexsandro) permaneceu por uma semana fazendo
o trabalho de traficância no lugar de seu pai, sendo que essas informações estariam nos relatórios das
interceptações telefônicas constantes nos autos. Aduziu, também ao ser questionado pela Defesa, que as
interceptações telefônicas não foram motivadas apenas por denúncias anônimas, tendo em vista que algumas
informações chegaram à Delegacia da Polícia Federal, com o núcleo de operações desenvolvendo uma
investigação prévia. Ressaltou que essas investigações contaram com vigilâncias e entrevistas na Vila Carolina
(que é o local de atuação de Paulo César Severo Lucas), e que a partir daí reuniram elementos e chegaram à
conclusão de que efetivamente as denúncias preliminares eram plausíveis para representar perante o judiciário.
Mencionou que as interceptações telefônicas foram realizadas pelos agentes da Polícia Federal João, Iguatemi,
Nunes e Orli. Lembrou que a Polícia Federal trouxe para dentro dos autos o que entendiam que seria relevante para
a investigação e que foram degravados e transcritos áudios relevantes aos fatos. Noticiou que quanto aos
carregamentos dos caminhões cegonhas foram registrados nos relatórios de vigilância e que foram, certamente,
mais de dois carregamentos. Ao ser questionado o porquê só foram trazidos aos autos fotos de dois carregamentos,
explanou que quando se está fazendo um trabalho de campo, principalmente com traficantes experientes que já
passaram pelo sistema prisional, já saíram e já retornaram, nem sempre é possível fazer a documentação dos
encontros na forma como gostariam, pois muitas vezes não conseguem registrar para não colocar em risco o sigilo
da investigação. Descreveu que Robson Epaminondas não vendia apenas veículos para os traficantes descobertos
pela investigação, fazia o comércio também com outras pessoas. Afirmou que durante as apurações foram ouvidos
comerciantes que não tinham qualquer ligação com o tráfico. Informou que esses comerciantes relataram que
compravam veículos do Robson em até 20 vezes sem juros, coisa que outro vendedor não faria (o que salienta que
um comerciante que consegue fazer esse tipo de parcelamento é porque tem outra fonte de renda). Ratificou que
Robson comprava os veículos na Bahia para ele próprio e a partir disso renegociava. Destacou que não se recorda
se foi encontrada alguma coisa ilícita na casa de Robson ao cumprir o Mandado de Busca e Apreensão. Realçou
que Flávio se dizia revendedor de veículos, mas na investigação não foi constatado qualquer espaço físico com essa
finalidade. Evidenciou que alguns dos veículos que “Rubão” trazia eram repassados para as revendas na faixa de
São Pedro, com comerciantes que não tinham relação com o tráfico. Ao ser indagado pela Defesa do núcleo de
Carazinho/Cruz Alta sobre o tempo em que foi feita a interceptação telefônica do referido grupo, frisou que não
sabe precisar. Enfatizou que o agente que está ouvindo as interceptações costuma fazer, ao final, um comentário
para que se estabeleça um contexto/rumo para a investigação. Expôs que os áudios das interceptações telefônicas
foram gravados na íntegra, mas não foram transcritos integralmente por ser humanamente impossível e também por
ter conversas particulares, como assuntos familiares que não dizem respeito à investigação em si. Ao ser
questionado quanto a ligação de Jorge, Rosane e Flávia ao processo, manifestou que eles forneciam drogas para
Santa Maria e adquiriam essas drogas de Foz do Iguaçu, tanto que Flávia foi flagrada algumas horas antes de ser
presa em um encontro com Ana Cláudia. Manifestou que no momento em que começa uma interceptação
telefônica esta fica em sigilo e nem todos os Policiais Federais que atuam na Delegacia têm conhecimento, não
havendo que se falar em qualquer falso testemunho policial em outras investigações acerca de tráfico envolvendo
os mesmos réus do presente processo. Narrou que o transporte das drogas do núcleo de Carazinho/Cruz Alta dava-
se através dos traficantes e de “mulas”, sendo que uma das referidas “mulas” era Ana Cláudia Spencer. Revelou
que haviam mais pessoas envolvidas nos transportes, embora não tivesse sido possível identificá-las. Ao ser
questionado pela Defesa, anunciou que ao realizarem os mandados de busca e apreensão nas casas de Rosane e
Flávia não foi possível encontrar drogas. Alegou que não houve quebra de sigilo bancário em nome de Jorge,
Flávia e Rosane. A fonte de renda identificada para o núcleo de Carazinho/Cruz Alta era apenas uma loja de
presentes, que possuía pouco movimento, o que aparentemente tornou-se incompatível com a condição financeira
dos investigados daquele núcleo. Ao ser perguntado sobre como era realizado o transporte de drogas de Foz do
Iguaçu para Carazinho/Cruz Alta, disse que os agentes policiais identificaram que seriam os próprios fornecedores
(o Paulinho e o Gordinho). Explicou que houve a remessa de uma Ecosport/Fox que acabou sendo dada em
pagamento adiantado em razão de uma certa quantia de droga e essa quantia não foi remetida, o que gerou uma
discussão entre os irmãos Jorge e Alberto a respeito dessa dívida do traficante de lá. Quanto à prisão de Jorge,
contou que ocorreu no dia 20 de outubro, justamente enquanto estavam monitorando e que acredita que naqueles
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dias tenha vindo uma remessa de drogas de Foz do Iguaçu, mas que não foi possível localizar. Referiu que em
relação ao armazenamento, os policiais puderam apurar que o responsável seria a Geraci e o seu esposo. Asseverou
que o Ministério Público não solicitou que fossem enviadas todas as degravações. Aduziu que não se recorda se a
acusada Flávia possuía alguma atividade no ramo de vendas. Ressaltou que foram encontrados dois ou três
veículos na casa de Alberto Scherer. Ao total foram 47 veículos apreendidos, todos sem comprovação de requisição
lícita. Lembrou que foi deslocada uma equipe de investigação para Foz de Iguaçu. Como presidente de inquérito,
não fez investigações de campo, apenas analisava juntamente com os agentes que estavam trabalhando nas
informações. Há áudios no Inquérito relatando que Daniela fez depósitos no banco HSBC em companhia de Mireli.
Descreveu que Daniela mantinha contato frequente com Mirela, Betão e Robson, pois estes frequentavam o
condomínio de Daniela, no qual a ré morou por alguns meses. Enquanto Gustavo obedecia ordens de Daniela e
soube disso por meio de áudios onde ele dá satisfação de onde está. Após Daniela se mudar para Novo Hamburgo
não houve mais investigações sobre ela. Ratificou que onde “Labi” residia havia um comércio aberto ao público
(bar), situado na Vila Carolina, na rua Santos Dumont, no qual o réu seria o proprietário. Destacou que foi realizada
uma apreensão de seis quilos em uma chácara na Boca do Monte, que foi apreendido com Gilberto Abade,
companheiro de “Labi”, que foi flagrado com “Labi” negociando com os irmãos Barroso e Silva em Porto Alegre.
Ademais, realçou que a droga também ia para a lavagem do Gustavo algumas vezes, então, “Labi”, como traficante
experiente, não guardava em casa. Em relação ao “Labi”, no que se refere ao encontro na churrascaria de Porto
Alegre, esse se deu após uma longa negociação, mas que não tem informações de outros encontros. Frisou que o
depoimento de Carina, onde ela havia confessado ter participado de uma transação envolvendo tráfico de drogas, se
deu no presídio, mas que não se recorda se havia a presença de advogado no momento. Enfatizou que as
investigações não estavam concentradas na pessoa de José Ivan, mas que ele apareceu como depositário de droga,
juntamente com Luciano de Jesus. Por outro lado, os alvos principais eram Adilson e “Betão”. Expôs, nesse
contexto, que José Ivan era um personagem secundário na organização, uma vez que só fazia a guarda das
substâncias. Manifestou, ao ser questionado pela Defesa do réu, que Luís Carlos Carvalho Dias adquiria drogas
com o “porquinho”, quase que semanalmente. Narrou, também, que Luís possuía ligação com o fornecedor Elizeu,
conforme documentado/ filmado durante as investigações. Revelou que havia uma associação entre Luis, Giovani e
Adriano para transporte da substância, e que não seria transporte de droga para consumo. Pois, anunciou que a
forma como se pegava a droga era possível notar que havia um “esquema” muito bem articulado entre eles. Alegou
que não sabia se os envolvidos eram também usuários de drogas, mas se fossem, não impediria de serem
traficantes. Ao ser questionado acerca do critério utilizado pela Polícia Federal para apreender veículos, citou que
pedem a apreensão dos veículos que estejam registrados no nome do investigado porque acreditam que esses carros
possam ter sido adquiridos com o produto de tráfico ou utilizados para o mesmo fim. Disse, ao ser indagado pela
Defesa, que Luciano de Jesus, juntamente com Ivan, estava guardando substâncias para o “Dil” e que também
aparece algumas ligações tratando com o “Dil” a guarda/entrega de certas quantias de drogas. Contou que Luciano,
Diego e Maicon possuem uma condição econômica bastante desfavorável (são pobres). Por fim, ao ser questionado
pela Defesa, lembrou que foi feito o acompanhamento de um encontro entre Rodrigo e Jorge, em Carazinho,
oportunidade esta em que Jorge foi preso. sic (Audiência realizada em 14/04/2011 – Termo de Degravação: 5.126 -
fls. 5818/5844).
IGUATEMI FREITAS, Agente da Polícia Federal, disse, ao ser inquirido em juízo, que a operação
começou no início de 2009 e se estendeu até julho de 2010. Contou que surgiu uma informação no núcleo de
informações da Delegacia da Polícia Federal de que existiam algumas pessoas traficando drogas em Santa Maria,
dentro as quais estavam Robson Epaminondas Santana de Souza (o “Rubão”), Paulo César Severo Lucas (o
“Labi”), Adilson dos Santos Costas (“Dil”). Falou que foi então que se iniciou um trabalho de monitoramento e foi
dado com dois desses denunciados, o Robson e o Adilson. Referiu que em seguida foram surgindo outras pessoas
envolvidas, aumentando o grupo no decorrer dos trabalhos. Foi possível observar que os indivíduos estavam
divididos em grupos, sendo o daqui de Santa Maria composto por esses que foi mencionado anteriormente
(“Rubão” e “Labi”), tendo surgido apenas mais tarde o Alberto dos Santos Costas (o “Betão), que é irmão do Dil e
que mantinha contato com outros grupos, como o de Cruz Alta e de Carazinho (que eram compostos pelos irmãos
Scherer e pelas respectivas esposas, a Flávia e a Giselda). Também havia outro grupo que era da Região do Vale
dos Sinos, Nova Hartz, Parobé e Novo Hamburgo. Ressaltou que o braço de Nova Hartz era composto por Nerly,
Alexsandro e Marciel Almeida. Em Parobé existiam os irmãos Amaral (Nilton, Volmar e Marco). Em Porto Alegre,
os irmãos Barroso e Silva, com o apoio de Ana Cristina. Mencionou que no decorrer dos trabalhos, ainda no início,
começaram a surgir os primeiros efeitos com a prisão de Jorge, quando ele foi participar de uma negociação de
drogas na cidade de Carazinho a pedido de seu irmão (Alberto). Lembrou que também logo surgiu no mês de
outubro a materialidade de uma forma um pouco inusitada, que foi um acidente de moto com Emerson Vihelme,
que trabalhava para o traficante de Foz de Iguaçu, chamado de Rodrigo de Jesus, o qual abastecia os irmãos
Scherer. Noticiou que também em Foz do Iguaçu havia outro traficante chamado de Paulinho Lemes, que também
abastecia os irmãos Scherer, mas que trabalhava de forma independente. No mês de outubro surgiu a prisão de
Maicon, que foi preso pela Polícia Civil na posse de entorpecentes, e que o referido adquiria drogas com Adilson.
Descreveu que em novembro ocorreu o flagrante de Ana Cláudia Spencer, em Cruz Alta, onde apanhou cerca de
2kg de crack com Flávia, esposa de Jorge Scherer. Afirmou que a Flávia aguardou Ana Cláudia na rodoviária e
foram até a casa de Rosane Scherer, irmã de Jorge, onde apanharam essa quantidade de droga. Informou que
quando Ana Cláudia retornou de ônibus para Santa Maria, foi abordada na rodoviária e presa em flagrante.
Ratificou que no final de novembro foi preso Paulo Gomes, com 50g de crack, e que ele havia apanhado a quantia
diretamente com seu fornecedor, o Adilson, em frente a uma lavagem onde trabalhava Luciano (que também era
colaborador de “Dil”). Destacou que Paulo Ricardo foi até o local em um carro e depois de ter saído da lavagem
(com a droga) ele foi perseguido e abordado pelos policiais no centro da cidade. Nesta oportunidade foi achado
drogas em seu veículo. Realçou que continuaram as apreensões no início de dezembro, quando um Siena Vermelho
foi apreendido com 2,300 kg de crack. O referido carro havia sido abandonado por Gustavo. Frisou que após
Gustavo ter ido apanhar a droga em Novo Hamburgo, com o fornecedor Flávio Medeiros, acabou desconfiando que
estava sendo seguido e abandonou o carro na Av. Osvaldo Cruz, em frente a uma oficina onde trabalhava seu
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cunhado e dali evadiu-se tripulando uma moto. Enfatizou que a droga pertencia a Flávio e Daniel. Expôs que em
dezembro, ainda, foi feito o flagrante da denunciada Rosinei e que na oportunidade apanharam 31g de crack.
Ainda, manifestou que iniciaram o ano de 2010 com outro flagrante relevante que foi no final de janeiro com a
prisão de Sandro Jornada, preso com em torno de 7kg de crack (que também foi adquirida com Flávio). Na
sequência, narrou que ocorreu o flagrante de Giovani e Adriano, em março, que estavam na posse de 55g de crack
que haviam adquirido com Elizeu. Ainda, revelou que em abril aconteceu a prisão de Giselda, esposa de Humberto
Scherer, onde, ao fazer uma busca em sua residência, foram encontradas três pistolas, munições e joias. Anunciou
que no mês de maio foi feito o flagrante de Edison Canabarro, que foi abordado com 3kg de crack trazido de Nova
Hartz para ser entregue a “Dil”, “Betão”, “Labi” e “Rubão”. Alegou, não obstante, que houve a prisão de um dos
componentes do grupo de Porto Alegre, o Luiz Henrique Barroso, o qual era considerado um dos maiores
traficantes daquela região e que se encontrava foragido. Também no mês de maio, alegou que ocorreu o flagrante
de Ricardo Alexandre de Vargas que trabalhava para Flávio de Medeiros, na oportunidade Ricardo foi pego com
204g de crack, em um Golf prata que pertencia a Flávio. Citou que no final do mês de maio também ocorreram os
flagrantes de Marciel de Almeida e Maurício Basquez, que traziam consigo aproximadamente 16kg de crack. Após,
disse que ocorreu o flagrante de Arthur de Souza Delgado na posse de 37 gramas de cocaína e 7g de maconha, que
haviam sido adquiridas com Elizeu. Contou, ainda, do flagrante envolvendo Luciano e José Ivan e que ambos
trabalhavam para “Dil” e “Betão”. Restou cumprido um mandado de busca e apreensão na residência desses
indivíduos, onde foi encontrado 620g de cocaína. Referiu que depois, no mês de junho, já perto da deflagração da
operação, aconteceram os flagrantes de Gilberto Abaide e Paulo Celso, os quais eram vinculado ao “Labi” e foram
presos com 6,800kg de cocaína em uma chácara, além de serem encontradas na mesma oportunidade balanças,
fitas adesivas e prensa. No mês de junho, ainda, houve o maior flagrante de toda a operação, quando apreenderam
77kg de cocaína na cidade de Nova Hartz, em uma camioneta tripulada por Cristian Rabisquim. Na mesma
oportunidade, foi cumprido um mandado de busca e apreensão na residência de João Alberi (braço direito de
Nerly) onde foram encontrados 17 kg de cocaína, crack e outros materiais para fazer mistura de drogas, o local foi
considerado como um mini laboratório. Aduziu que participou do desenrolar dos acontecimentos em relação ao
Siena Vermelho, abandonado em frente a oficina por Gustavo. Ressaltou que nessa diligência ficaram de campana
até por volta das 20hrs, como ninguém foi apanhar o veículo, resolveram apreendê-lo e revistá-lo. Ressaltou que
ficou bem caracterizada durante a operação que havia uma associação onde a droga era sempre paga com veículos.
Mencionou que esses veículos eram centralizados na posse de Robson, o “Rubão”. Este agente adquiria na Bahia e
depois repassava aos fornecedores de drogas… ele “dava” os carros. Robson fazia um acerto prévio entre os
adquirentes das drogas, no caso o “Labi”, o “Dil”, o “Betão”. Explanou que os veículos eram avaliados, assim
como a droga era avaliada e então Rubão entregava os carros, porém só os transferia definitivamente após ter
recebido o dinheiro. Descreveu que na maioria das vezes Rubão era chamado por “Labi” para encontros na casa de
“Rubão”, na casa de “Bino” (irmão de Robson), no camelódromo ou na loja Santana (que era de propriedade de
Robson) ou até mesmo em postos de combustíveis. Ao ser questionado acerca de a associação ser prolongada,
afirmou que ela era permanente, já que os envolvidos adquiriam drogas ora com o grupo de Nova Hartz, com
Volmar e com Nilton e ora com Flávio de Medeiros e esses referidos adquiriam a droga com Nerly, sempre
existindo um vínculo entre eles. Informou que a loja que Marcos do Amaral cuida é de propriedade de Nerly, e que
estava inclusive no nome da esposa desta, a Márcia. Ratificou que ele também adquiria, quando não com esse
grupo, com o Flávio, mas que tinha vínculos estreitos com os irmãos do Amaral Fernandes. Destacou que foi um
dos que mais remetia drogas para o grupo de Santa Maria, mas que inicialmente eles adquiriam droga com Jorge
Scherer e Beto Scherer. Realçou que o grupo de Porto Alegre também era contatado por “Labi” e por Robson e em
muitas oportunidades eles viajavam à Porto Alegre para se encontrar com Luis Fernando e com Luis Henrique.
Evidenciou que o “Labi”, naturalmente, não se envolvia diretamente, ele usava outras pessoas. Frisou que o próprio
“Rubão” era quem fazia as negociações das drogas, o “Betinho” viajava para entregar as drogas e também era
responsável pela guarda, pela distribuição e pela arrecadação e cobrança de pagamentos. Enfatizou que cada
conversa entre os integrantes dos grupos era acompanhada pelos agentes que faziam o trabalho de campo e era
gerado um relatório de vigilância, sendo que os referidos relatórios eram bastante ricos, apresentando fotos e
filmagens. Expôs que no início da operação surgiram informações de pessoas de fora da associação, sendo que
somente após deu-se início às interceptações. Manifestou que Jorge Scherer falsificou a própria Carteira de
Habilitação, pois portava documento com o nome de outra pessoa quando foi preso em Carazinho. Quanto às
armas apreendidas, estas foram achadas com José Nerly e João Schumacher. Quanto à Maria Cleni, narrou que ela
não tinha como não saber da droga apreendida na sua residência, tendo em vista que a substância estava em um
local bastante visível. Com Alexsandro foi apreendido um Prisma vermelho com droga dentro, sendo que esse
mesmo carro esteve em Santa Maria na casa da irmã do Robson. Anunciou ter feito a participação de campo
quando chegou o Robson Epaminondas recebeu duas carretas cegonhas carregadas de veículos e na primeira fez a
observação quando ele descarregou próximo ao estádio do Internacional (Inter de Santa Maria), nos fundos do
quartel. Lá foram descarregados vários veículos e que no momento estavam presentes o “Labi”, o “Betão”, o “Dil”
e outras pessoas que ajudavam descarregar (sob a coordenação de Rubão). Citou que os referidos veículos eram
levados para as garagens, mas que muitos deles ficavam na própria casa de Robson e eram levados, posteriormente,
para revendas e logo repassados para os traficantes do grupo de Nova Hartz. Disse que “Dil” e “Betão” não
demonstravam ser apenas compradores dos veículos que estavam sendo descarregados, pois aparentavam estar
participando ativamente, como se fossem sócios e/ou até eram porque na verdade o “Rubão” depois repassava os
veículos pelo “Dil”, “Labi”, “Betão” e eles entregavam aos traficantes. Contou que Flávio Medeiros, em certa
oportunidade, ligou para Robson para dar uma espécie de satisfação, dizendo que “os cheques que eu mandei
estavam estragados, eu vou te mandar outros dois cheques de mil reais”. Falou que esse referido áudio é importante
porque ele aconteceu após a apreensão do Siena, reforçando a convicção de que o “Rubão” participava diretamente
das negociações de drogas, não somente do repasse de veículos, como muitas vezes aparentava. Referiu que
Rubens (“o Rubão”) se relacionava com todos os traficantes, inclusive ele falava diretamente com Jorge Scherer e
Beto Scherer enquanto estes estavam presos. Asseverou uma situação em que Jorge Scherer pedia para “Rubão”
fazer uma cobrança em face de Rodrigo (que devia a Jorge) e que esse valor seria abatido de uma dívida que Jorge
tinha com “Rubão” referente a transações do tráfico. Esses diálogos ocorreram após Jorge ser preso, tendo em vista
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 24/84
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que no início da operação existiam vários áudios entre “Rubão” e o Jorge Scherer, mas até aquele momento não
sabiam quem era o interlocutor de “Rubão”. Quanto à Rubens, ressaltou que ele foi pessoalmente, em certa
ocasião, encontrar “Labi” em Porto Alegre, o que foi registrado pelos policiais. Mencionou, ainda, que com a turma
de Nova Hartz o contato de Rubão era mais frequente, especialmente com Flávio de Medeiros. Lembrou que havia
também o Ronaldo, que era um cliente permanente entre Flávio e “Rubão”. Noticiou que Ronaldo foi preso em São
Pedro do Sul, ocasião em que aconteceu um contato com o Flávio perguntando ao Ricardo se “o rapaz já chegou”,
sendo informado que “ainda não” e. Logo após, Bruna (namorada do rapaz que foi preso) ligou para Ricardo sem
saber o que havia ocorrido. Explanou que não se recorda se não era o Sandro quem havia sido preso e aí o Ricardo
marcou um encontro com a Bruna próximo ao presídio e em seguida Flávio ligou. Descreveu que depois desse
contato, Flávio ligou para Ricardo e disse que não era mais para usar os telefones, momento em que os policiais
perderam o contato com os acusados. Quanto ao uso dos veículos trazidos para a cidade por Rubens, afirmou que
os carros eram utilizados na troca pelas drogas e também para os deslocamentos que os réus faziam para buscar
droga em Novo Hamburgo e Nova Hartz. Informou que nunca apareceu dinheiro nas transações envolvendo os
veículos, somente os próprios carros que Rubão mandava para os fornecedores de drogas, ficando evidente que os
automóveis eram a moeda de troca pelos entorpecentes. Ratificou que após a deflagração da operação e da
arrecadação do material nos locais onde foram feitas as buscas, entre eles, na casa de Robson foi arrecadado uma
quantidade enorme de material que foi analisado, detectando-se que eram certificados de registros, certificados de
propriedade, procurações, enfim, toda a documentação necessária para a transferência de um veículo. Destacou que
a transferência ocorria após o “Labi”, o “Dil” ou o “Rubão” entregarem o dinheiro, então ele (Robson) dava a
liberação para os seus proprietários e colocava os carros em uma revenda. Realçou que, por exemplo, o Nerly
possuía duas revendas, o Luis Henrique também possuía duas em Porto Alegre, o Jorge Alberto possuía uma em
Carazinho. Nesse sentido, evidenciou que os veículos eram depositados em revenda para venderem para
compradores de boa-fé ou eram repassados até Foz do Iguaçu (onde haviam os fornecedores principais). Ao ser
questionado acerca de seu papel nas investigações, frisou que trabalhou a maior parte do tempo nas interceptações
telefônicas e nas degravações. Quanto à Adilson dos Santos Costa, disse que ele distribuía drogas a vários
traficantes menores de Santa Maria. Contou que ele basicamente fornecia drogas. Falou que ficou muito claro isso
através dos flagrantes que foram mencionados, sobretudo o do Paulo Ricardo Gomes para quem ele (Adilson)
entregou pessoalmente a droga. Referiu que tinha uma outra que era cliente contumaz, para a qual ele entregava
drogas toda semana. Asseverou que era uma quantidade enorme de clientes que Adilson tinha. Aduziu que Adilson
era o responsável pela distribuição da droga que recebia de seu sócio “Labi”, ou também muitas vezes adquiriam
em conjunto com os fornecedores de Nova Hartz e dos demais. Então distribuía nos pequenos pontos de drogas,
por intermédio de pequenos traficantes. Ressaltou que Adilson também se comunicava com Rubens acerca dos
veículos, permanente e diretamente através de telefone, mas que também se encontravam no Camelódromo onde
conviviam diariamente. Quanto à Alberto Santos Costa, mencionou que ele surgiu nas investigações já quase no
final do ano, aparecia nos contatos do “Rubão”e do “Dil” e com o grupo de Nova Hartz, mais especificamente com
o Nilton do Amaral e com seu irmão, o Volmar, que muitas vezes vinham até Santa Maria para fazerem acertos.
Quanto à Alberto Scherer, lembrou que ele tinha contato direto com Rubão em função da aquisição de veículos,
tendo inclusive registros desses veículos que não foram vendidos , trocados por droga, e que foram parar nas mãos
de traficantes de Foz do Iguaçu. Noticiou que foram apreendidas três pistolas, joias e munições na residência dele
(Alberto) e de Giselda. Quanto à Alexsandro Vicente de Almeida, explanou, que ele era conhecido como “Banana”
e que ajudava seu pai no comércio de drogas em Nova Hartz. Descreveu que ele possuía contato com “Nélio”, com
quem adquiria uma partilha de drogas com fornecedores de Foz do Iguaçu. Afirmou que Alexandro atuava
diretamente na distribuição dos entorpecentes. Informou que foram quase trezentas mil interceptações telefônicas
durante as investigações, motivo pelo qual é impossível recordar-se de todas as conversas. Mas, ratificou que o
envolvimento com entrega, transporte, negociações, enfim, em todo o tipo de transação que envolviam drogas, os
acusados presos tiveram participação. Destacou que todos os relatórios foram baseados em áudios. Ainda ratificou
tudo o que consta nos relatórios de análises que foram feitos pelo Núcleo de Análise da Polícia Federal. Ao ser
questionado pela Defesa, evidenciou que não foi em nenhuma vez até a cidade de Nova Hartz, pois sua função era
repassar aos colegas o que ouvia, os encontros e os deslocamentos que estariam por acontecer, e então os colegas
se deslocavam para onde era necessário. Frisou que não se recorda de Nerly ter feito contato diretamente com o
pessoal de Santa Maria, já que a droga era repassada através dos irmãos do Amaral Fernandes. Enfatizou que seus
colegas que apreenderam documentos referentes às revendas de Nerly. Expôs, ao ser questionado pela Defesa, que
quanto a Paulo Ricardo ficou muito bem ilustrado nos relatórios que ele vai até a revenda/lavagem, na Antero
Corrêa de Barros, onde trabalhava um de seus colaboradores, o “Lu”, que fez a entrega a Paulo. Manifestou que em
relação ao Maicon Mendes Vargas há vários contatos entre ele e “Dil”, vários diálogos, os quais não deixam
nenhuma dúvida de que trata-se de negociações de drogas. Ainda, narrou que Maicon foi monitorado e que foi
constatado pelos agentes que ele possuía três pontos de vendas de drogas, sendo que as drogas ele pegava com
“Dil” e após os “vapozeiros” as distribuíam. Ao ser questionado pela Defesa acerca de “Dil” e “Betão” possuírem
veículos, revelou que os carros deles, na realidade, eram de “Betão”, pois era este quem dava os veículos na troca
de drogas e, posteriormente, o “Dil” e “Betão” vendiam as drogas e repassavam o dinheiro para o Robson.
Anunciou que os veículos nem passavam pela mão do “Dil” e do “Betão”, eles iam direto para os fornecedores de
Nova Hartz, Cruz Alta e Carazinho e Novo Hamburgo. Alegou que ocorreram flagrantes em duas oportunidades
em que Rubão recebeu os veículos oriundos da Bahia, sendo uma próximo ao estádio do Coloradinho e outra no
Posto Ipiranga (na saída da serra), mas não houve o rastreamento desses veículos. Citou que “Rubão” também
possuía uma loja em frente ao Camelódromo, a qual era cuidada por sua esposa Daniela. Ao ser questionado pela
Defesa acerca da origem do veículo Siena Vermelho, disse que o referido estava em Novo Hamburgo, e pelo que
consta nos autos quem estava sendo monitorado era Gustavo Carvalho, o qual havia ido buscar drogas com
Flávio na posse do carro. Contou que há provas nos autos de que Flávio se encontrava lá no local, pois um dos
telefones estava sendo monitorado. Ao ser questionado quanto à Daniela, falou que ela ligou para o Gustavo
quando ele já estava em deslocamento para Santa Maria e disse que estava em Venâncio Aires e sabendo que o
Gustavo estaria com Flávio, começou a conversar, mas parou assim que percebeu que Flávio já não estava mais no
local. Falou que não houve deslocamento de equipe para acompanhar o Siena vermelho, referiu apenas que teve
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 25/84
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uma denúncia de que o carro teria ido buscar droga na região da grande Porto Alegre e que deram até a placa do
carro, depois disso houve as ligações que corroboraram com a informação recebida e em função disso os agentes
foram para a estrada aguardar o retorno do veículo, o que ocorreu no meio da tarde, próximo a base aérea. Quanto à
Daniela, asseverou que ela arrecadava dinheiro dos clientes de Flávio aqui em Santa Maria, quais sejam, o
Ronaldo. Com relação aos "cheques", aduziu que esta palavra era usada para designar os carros utilizados nas
transações provenientes da dinâmica do tráfico de drogas, especialmente pelo Flávio de Medeiros. Ressaltou que
Gustavo foi acusado pela apreensão de crack no Siena Vermelho, e que inclusive em uma interceptação telefônica
dele com a sogra, ela se refere a droga. Mencionou que Luciano e José Ivan guardavam drogas para “Dil” e
“Betão”. Lembrou que Edinho mantinha estreitas relações com “Labi”, sendo que Edinho sempre estava na casa de
“Labi”, além do fato de Edinho tripular uma moto que estava em nome de Labi (foram encontrados carnês de
pagamentos do veículo). Noticiou que não se recorda de ter sido mencionado nas interceptações o nome de Cristian
Rabisquim. Explanou que a apreensão do veículo Hyundai em Porto Alegre foi feita numa garagem de uma das
revendas de Nerly e a chave só foi encontrada porque estava no bolso do Rabisquim e que ele informou onde
estaria a camionete (Audiência realizada em 14/04/2011 – Termo de Degravação: 5.126 -fls. 5844/5861).
ORLI ERNESTO DA VIES, Agente da Polícia Federal, disse, ao ser ouvido em juízo, que fez alguns
acompanhamentos (diligências) durante a operação e também teve acesso a algumas interceptações telefônicas.
Contou que em um dos trabalhos de campo viu, inicialmente, que os investigados se encontravam com frequência
na Av. Rio Branco. Alguns deles possuíam bancas (camelôs) no local, onde apresentavam atitudes suspeitas. A
partir disso nasceu toda a operação. Referiu que observou no local principalmente o “Rubão”, o “Dil” e o “Betão”
e que posteriormente também apareceram o Paulo Ricardo e o Rosinei. Asseverou que teve encontros com
usuários, compradores e distribuidores de drogas (crack e cocaína). Visualizou o momento em que Rosinei recebeu
um material do “Dil” e foi visto em um ponto de ônibus quando foi abordado. Ressaltou que também visualizou o
“Dil” algumas vezes no camelódromo fazendo entrega para o Paulo Ricardo e logo após a entrega ele foi preso.
Também visualizou no mesmo local o traficante “Lu”, o qual posteriormente foi preso. Lembrou que Ana Cláudia
foi acompanhada e presa em uma rodoviária após receber material de Flávia (mulher de Jorge Scherer). Também
acompanhou, em algumas oportunidades, a mulher de Beto, ou seja, a Giselda. Explanou que Giselda participou
algumas vezes do tráfico, mas só foi presa, em Carazinho, com a ajuda da Brigada Militar e da Polícia Civil, por
causa de algumas armas que ela havia distribuído para outras pessoas. Descreveu que visualizou quando “Edinho”
foi até Nova Hartz para se encontrar com Volmar e após se encontrar com ele foram até a casa de Nilton, na
sequência, ao voltar para Santa Maria, o Edinho foi preso em flagrante pela Brigada Militar. Afirmou que Edinho
foi até o local a mando do “Dil”. Informou que Edson, nesse referido dia, encostou o Gol de ré na casa de Nilton,
então a testemunha depoente e os seus colegas policiais saíram de perto e esperaram ele sair da residência. Após, a
BM fez a abordagem a Edson e constataram que havia 3kg de crack em sua posse. Ratificou que também
visualizou um indivíduo chamado “Porquinho”, que era um rapaz de Santa Maria, entregando drogas em duas
oportunidades, nas proximidades do shopping Big, para o núcleo de Caçapava (Luis Carlos Dias Carvalho). Quanto
à Robson Epaminondas, destacou que visualizou esse agente se encontrar algumas vezes com um acusado que é
advogado em Cachoeira e com o acusado “Labi”. Realçou que estava observando quando Robson recebeu
(carregou e descarregou) pelo menos duas vezes uma cegonha cheia de veículos que vinham da Bahia. Alguns dos
veículos descarregados foram vistos na casa do Robson, a qual ficava próxima ao mercado Nacional. Frisou que foi
anotada a placa dos carros e que alguns foram vistos, posteriormente, em Nova Hartz, nas garagens do Nerli.
Quanto à Flávia Trindade, enfatizou que ela é esposa do Jorge e que também visualizou quando ela entregou
entorpecentes na cidade de Cruz Alta. Quanto a Alberto Scherer, expôs que não o conheceu pessoalmente, somente
a esposa dele. Quanto a Adilson dos Santos Costa, manifestou que ele é conhecido como “Dil”, e que o viu
entregando entorpecentes na rua Antero de Barros para um rapaz que foi preso logo na sequência. Quanto a Alberto
dos Santos Costa, narrou que somente viu ele ajudando a descarregar, mas não fez a prisão dele. Quanto a
Alexsandro Vicente Almeida, revelou que ele é de Nova Hartz e que visualizou ele subindo para Foz do Iguaçu
para negociar entorpecentes. Quanto a Amantino, anunciou que sabia que ele fazia o transporte para Flávio de
Medeiros, mas que em certa ocasião fez a abordagem dele e não foi encontrado nada. Alegou que nessa mesma
oportunidade Daniela Toledo estava junto com Amantino. Quanto a Diego Rodrigues, citou que ele é conhecido
como “Pipoca”, mas nunca efetuou um flagrante contra ele. Quanto a Edson Lunardi, disse que é o “Edinho” e que
viu esse agente recebendo entorpecentes na cidade de Parobé. Quanto a Flávio de Medeiros, contou que ele é um
dos patrões e que o viu algumas vezes em Novo Hamburgo, mas que ele nunca foi preso em razão de ser um dos
intelectuais do grupo. Quanto a Gustavo de Carvalho, falou que seguiu ele em uma oportunidade em que chegou
em Porto Alegre. Referiu que ele trabalhava para Flávio de Medeiros. Na oportunidade em que ele estava chegando
em Camobi, acabou se aproximando muito e ele abandonou o carro na frente de uma oficina, na sequência
chamaram um guincho e levaram o automóvel para uma oficina, onde foi constatado que havia cerca de 3kg de
crack no interior. Quanto a João Alberi, aduziu que ele é conhecido como “Chico” e ele possuía um depósito em
Nova Hartz, no qual foi encontrado uma grande quantidade de petrechos e entorpecentes, cerca de 20kg. Quanto a
Jorge Scherer, ressaltou que ajudou na prisão dele em Passo Fundo, quando esse acusado estava usando um
documento falso. Mencionou que ele conduzia a entrega de entorpecentes aqui em Santa Maria. Quanto a José
Ivan, mencionou que não o conheceu pessoalmente, mas soube que ele acompanhava o “Lu”, sendo que ambos
foram presos juntos no Km 2. Quanto a Luis Carlos Carvalho, lembrou que ele é conhecido como "Pikachu" e que
presenciou o momento em que ele recebeu entorpecentes, também recordou que houve uma interceptação em
Caçapava envolvendo esse indivíduo. Quanto a Marciel, noticiou que ajudou na prisão dele em Iraí, pois ele vinha
batendo/logo em frente a um carregamento de 16 ou 17 quilos de drogas. Explanou que Marciel estava sendo
interceptado e que foi preso em Santo Ângelo, mas depois foi liberado. Quanto a Marcos Antônio do Amaral,
descreveu que ele tinha uma revenda de veículos em Nova Hartz, onde costumeiramente se reuniam o “Nego”, o
Marciel, os outros dois irmãos dele, o Volmar e o Milto e lá eles despachavam os carros que eram recebidos aqui na
cidade. Quanto a Maurício Basquez, afirmou que ele foi preso em flagrante no momento em que conduzia uma
caminhonete F1000, com cerca de 16 quilos de drogas, e que na mesma oportunidade o acusado Marciel o
acompanhava.Quanto a Milto Luis, informou que foi na casa dele que foram carregados os 3kg de drogas pelo
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 26/84
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Edinho. Quanto a Nerly, ratificou que ele era um dos patrões também e que no dia em que efetivaram a busca na
casa do “Chico”, Nerly estava no local, pois era o patrão efetivo deles. Quanto a Paulo Cezar, destacou que ele é o
“Labi” e que é um dos mentores da organização. Realçou que “Labi” morava na Carolina e foi visto algumas vezes
junto com o Robson Epaminondas e com o pessoal de Porto Alegre (os irmãos Barroso e Silva) e também com o
“Betinho”, que foi preso com cerca de 7kg de entorpecentes. Quanto a Ricardo Alexandre, evidenciou que ele fazia
trabalhos para o Flávio. Quanto a Rodrigo Soares de Jesus, frisou que ele é um dos traficantes de Foz do Iguaçu.
Quanto a Volmar de Amaral, enfatizou que o visualizou no dia em que esse agente se encontrou com “Edinho” em
Nova Hartz, no Posto Free Vale, e os dois foram até a casa do Milto (onde foi carregado os entorpecentes). Quanto
a Luciano de Jesus, expôs que ele foi preso em flagrante com o material do Alberto Costa. Quanto a Cristian
Rabisquim, manifestou que ele se apresentou no dia da busca em Nova Hartz, pois não sabia que a abordagem
estava ocorrendo, então ele foi revistado e os policiais encontraram a chave de um veículo. Ao procederem
averiguações neste veículo, encontraram em seu interior 70 e poucos quilos de entorpecentes. Então, Cristian
restou preso nesta oportunidade. Ao ser questionado, narrou que havia uma sociedade com todos os acusados acima
referidos, inclusive esta era bem organizada, principalmente, por Robson, “Labi”, os irmãos Barrosos e depois os
irmãos Volmar, Milto e Marcos, além do Flávio. Revelou que nas interceptações telefônicas eles falavam pouco,
mas todo o conteúdo era entendido pelos indivíduos, indicando que não eram conversas/relações individuais ou
ocasionais. Ao ser questionado pelo Ministério Público, anunciou que ele (a testemunha depoente), assim como a
sala de operações, eram abastecidos constantemente de informações, sendo que exceto o acidente de moto, nenhum
outro evento deixou de ser monitorado. Alegou que contaram com a ajuda da Polícia Militar e da Polícia Civil
durante as investigações. Citou que havia um carro Kadett que era do Sandro Jornada do Amaral e que esse veículo
foi fotografado aqui e na revenda do “Chico”. Disse que os carros que vinham do “Rubão” eram carros bons e
foram identificados nas revendas de Nova Hartz, no Paraná, em Foz do Iguaçu e em outros lugares, ou seja,
tiveram um trânsito intermediário ou definitivo bem suspeito. Contou que o “Betão”, o “Rubão” e o “Dil” foram
vistos manobrando carros, principalmente no 7ºBIB, após o descarregamento dos carros vindos da Bahia. Falou
que fotografou um encontro no Posto Dutra entre o “Labi”, o Luciano Coletto e o “Rubão”, mas que não sabe
exatamente no que resultou o encontro. Ao ser questionado pela Defesa com relação da viagem do Alex à Foz do
Iguaçu em um Prisma Vermelho, falou que os agentes foram até a cidade de Maravilha, pois sabiam que o carro iria
passar por lá, então puderam observar quando o carro foi para o Paraguai, mas não houve abordagem e não
puderam identificar quando o carro retornou. Referiu que nunca flagrou o Alexsandro. Asseverou que Nerly não
fazia contato diretamente com o pessoal aqui de Santa Maria, mas sim em Nova Hartz com o pessoal que vinha
para cá, com a família do Milto, do Volmar e do Marcos. Aduziu que a revenda de Nerly foi descoberta durante a
operação, sendo que nela havia vários carros de Santa Maria. Ressaltou, quanto ao patrimônio de Nerly, que
haviam alguns bens no nome de sua esposa e que a casa dele era razoável, localizada em um bairro bom de Nova
Hartz. Mencionou que Maurício foi um dos denunciados que colaborou espontaneamente com as investigações,
sendo que ele falou para o Delegado tudo o que ele sabia a respeito do caso. Lembrou que Marco Antônio fazia a
vazão dos carros, sendo que vários deles ficavam na revenda e o encontro do Nerly com os Fernandes era quase
sempre guarnecido. Noticiou que na revenda também existiam carros que nada tinham a ver com a operação.
Explanou que nunca viu o Marcos em Santa Maria, assim como nunca viu gente daqui na revenda dele, somente
viu parentes do Marcos, do Nerly e do Marcial lá na revenda. Descreveu que não fez a prisão em flagrante de
Volmar quando entregou drogas a Edinho porque estava sozinho no local, estava lá apenas para colher provas no
local. Afirmou que “Dil”, a esposa do “Betão” e o “Rubão” possuíam banca nos camelôs. Informou que acreditava
que “Rubão” vendia algumas coisas na ilicitude e outras na boa-fé. Ratificou que “Rubão” recebia veículos,
participava de encontros com os outros denunciados e também recebia drogas. Destacou que ocorreu uma conversa
com “Rubão”, interceptada, onde os interlocutores afirmavam que “o cheque estragou”, referindo-se a apreensão
de drogas que vinham de Nova Hartz com Gustavo. Realçou que Ana Cláudia, em certa oportunidade, saiu de
Santa Maria, foi até Cruz Alta, se encontrou com Flávia, foi até a casa da Rosane e apanhou entorpecentes, sendo
que ao voltar para a cidade foi presa em flagrante. Evidenciou que em certa oportunidade viu o Luís Carlos sentado
na frente do Carrefour, sozinho, e do nada passou um rapaz por ele e serviu água para Luís, então seguiu esse rapaz
e reconheceu que era Arthur, companheiro de Luís Carlos. Frisou que Luís Carlos exigia qualidade dos
entorpecentes, além de vir seguidamente para a cidade, o que denota que fazia parte da organização e que não era
apenas para consumo pessoal as drogas por ele adquiridas. Enfatizou que do local onde Cristian foi abordado até a
residência onde encontraram o veículo com a droga dava cerca de 4km de distância (Audiência realizada em
14/04/2011 – Termo de Degravação: 5.126 -fls. 5861v/5878v).
PAULO ROBERTO NUNES, Agente da Polícia Federal, disse, ao ser inquirido em juízo, que
participou da operação a partir de fevereiro de 2010. Nesse momento assumiu a coordenação do setor de análises, o
qual estava tocando a investigação, e participou dos monitoramentos telefônicos e confecção de relatórios, além de
algumas atividades de campo, em especial, de alguns acompanhamentos quando vinha o pessoal de Nova Hartz e
Parobé para encontros com os agentes de Santa Maria. Nessas ocasiões, chegou a acompanhar encontros de Volmar
e Flávio de Medeiros com alguns investigados da cidade de Santa Maria. Quando os acusados vinham para a
cidade eram detectados por algum movimento, então na sequência os agentes federais faziam o acompanhamento
da chegada deles para confirmar os dados que haviam sido levantados previamente. Aduziu que toda vez que
tinham oportunidade, iam à campo para confirmar as informações que eram levantadas pelo monitoramento. O que
era presenciado no monitoramento era repassado de forma direta para o pessoal que estava em campo, e vice-versa,
para complementar as informações do monitoramento. Puderam verificar que era uma associação que estava para
serviço continuado de tráfico, pois vários grupos possuíam conexões e relações entre si, além de possuírem uma
hierarquia funcional. Lembrou que alguns dos acusados eram fornecedores; outros, intermediários e os demais
eram os vendedores finais dos produtos. Noticiou que outro indício da associação para o tráfico com o fim de
comércio era a troca de veículos por drogas. No núcleo do Vale dos Sinos tinha o Flávio de Medeiros, o qual era de
Novo Hamburgo. Alguns dos locais em que era chamado de Vale dos Sinos referia-se a grande Porto Alegre.
Afirmou que o núcleo de Parobé e Nova Hartz tinham, dentre outros, os irmãos Fernandes, os quais eram
abastecidos por outros traficantes, e que os primeiros repassavam a droga para Santa Maria, que abastecida por
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 27/84
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drogas advindas dos irmãos Fernandes e de Flávio de Medeiros. Ratificou que fora do estado não ocorreu nenhuma
apreensão, vez que todas as pessoas que eram de fora do Rio Grande do Sul foram presas, abordadas ou
acompanhadas aqui dentro do nosso estado. Haviam algumas lideranças nessa grande organização, como exemplo
em Santa Maria, que dois dos líderes seriam o “Labi” e o “Rubão” e em Nova Hartz havia o líder Nerli. Realçou
que Marciel era uma espécie de associado do Nerli, pois traficavam juntos, sendo que Marciel fazia mais as
atividades de “leva e trás” e negociação. Evidenciou que a moeda de troca entre os traficantes eram, basicamente,
os veículos que transitavam por intermédio do Robson. Os traficantes de Parobé, Nova Hartz e Novo Hamburgo
entregavam a droga para os de Santa Maria e recebiam como pagamento os carros fornecidos por Robson.
Enfatizou que ocorreu uma situação em que foi apreendido um automóvel Siena com uma certa quantidade de
drogas e, logo após, Flávio de Medeiros entrou em contato com “Rubão”, onde Flávio presta contas da apreensão,
informando para “Rubão” que o “cheque havia estragado” (referindo-se ao automóvel apreendido), dando conta de
que Robson não vendia apenas os carros, mas também tinha controle sobre as drogas fornecidas. Expôs que eles
forneciam os carros para os traficantes, estes forneciam as drogas, e os traficantes locais iam pagando para
“Rubão” em dinheiro. Esses veículos vinham da Bahia, geralmente em um caminhão cegonha, eram descarregados
em postos aqui de Santa Maria ou ficavam depositados na residência do “Rubão” ou em agências de vendas
consignadas, depois iam repassando esses carros para os traficantes da região de Nova Hartz, Parobé e Novo
Hamburgo. Os traficantes destes locais vinham, retiravam o carro e voltavam para as suas cidades. Chegou a
visualizar na revenda do acusado Nerli, em Nova Hartz, um desses veículos. Manifestou que os encontros com
traficantes aqui em Santa Maria ocorriam quase que semanalmente. Através das ligações pôde perceber que os
fornecedores maiores eram Nerli e Marcel, pois o Nerli (que também era associado ao Chico) forneciam para os
irmãos Fernandes de Nova Hartz e Parobé e estes últimos , juntamente com Marcel, forneciam para o pessoal de
Santa Maria (o “Dil” e o “Labi” principalmente). Citou que Caçapava do Sul abrigava os clientes do Eliseu (o
“Porquinho”) e que, inclusive, ocorreram alguns flagrantes de pessoas de Caçapava quando vieram buscar as
drogas. Disse que Eliseu pegava cocaína e crack com “Labi”, por intermédio do “Medonho”. Durante toda a
operação foram feitos diversos flagrantes que estão documentados nos autos, além de apreensões de drogas e
carros. No início da operação eram feitos vários acompanhamentos de movimentações de suspeitos, mas em razão
do Segredo de Justiça e para não colocar a operação em risco de ser descoberta, eram utilizados flagrantes por
outros órgãos policiais ou, então, a própria Polícia Federal fazia o flagrante em outro local. Referiu que foram
acompanhados alguns encontros entre os Fernandes, o Volmar e o Milton em Santa Maria. Asseverou que o núcleo
de Santa Maria era composto por Dil, Betão, Labi e Rubão, os quais teriam ligação com os grupos do Vale dos
Sinos. Aduziu que presenciou um encontro entre Flávio e Dil, em um posto de combustível. Ressaltou, por fim, que
o acusado Labi possuía um bar (Audiência realizada em 15/04/2011 – Termo de Degravação: 5.126 - fls.
5879v/5886v).
PAULO FERNANDO CHELOTTI, Agente da Polícia Federal, disse, ao ser inquirido em juízo, que
participou da operação na parte de algumas vigilâncias/trabalho de campo na cidade de Santa Maria. Contou que
em uma manhã os réus Milton e Volmar vieram até Santa Maria e se encontraram com Dil em uma padaria na Av.
Rio Branco. Após o referido acompanhamento foi trabalhar em Porto Alegre e, em certa oportunidade, os colegas
aqui da cidade lhe acionaram porque estaria chegando na cidade de Nova Hartz um carregamento de drogas, esse
carregamento chegaria na casa do Chico. Referiu que com essa informação montou uma equipe e, juntamente com
o Delegado Roger, foram até a cidade de Sapiranga, onde requisitaram mandado de Busca e Apreensão para a
residência de Chico. Asseverou que ao chegar ao local, Nerli estava saindo da casa de Chico, então solicitou que
outra equipe abordasse o carro em que Nerli estava tripulando. Mais tarde retornaram à casa de Chico para
executar o MBA, momento em que visualizou a existência de um laboratório de drogas no local, onde ainda havia
prensa, mistura para drogas (éter, lidocaína, etc), formas de alumínio para confeccionar tijolos, dentre outros
materiais. Lembrou que dentro de um freezer foram encontrados cerca de 17 tabletes de crack. No mesmo lugar
também foram encontrados um revólver 38 e um extrato de movimentação bancária em nome de Maria, esposa do
Chico, a qual cedia sua conta para Nerli fazer as movimentações financeiras. Explicou que durante o cumprimento
de mandado na casa de Chico, chegou o Cristian Fernando Rabisquim em um carro Kadett (o qual era de
propriedade de Nerli) e com ele foi encontrada uma chave de um outro carro. Ao questionarem o acusado acerca da
posse da referida chave, ele mencionou que havia encontrado em um banheiro de posto de combustível. Então,
diante dessa informação, colocaram-o na camionete da Polícia Federal e o levaram até o referido posto. No posto
não foi encontrado o carro. Assim decidiu, juntamente com os outros colegas, ir até a revenda de Nerli, onde ao
chegar, acionou o alarme da chave e uma camionete que estava dentro da garagem ligou. Ao abrir o porta malas da
camionete havia dezenas de pacotes de cocaína. Ao ser questionado acerca do acesso na referida garagem, ratificou
que a casa era toda gradeada e que acessou por intermédio do morador que residia nos fundos da revenda e que
possuía acesso ao local. Destacou que outro fato em que participou foi no dia 1º de maio, ocasião em que junto
com um colega fez o acompanhamento da ida de uma pessoa de Santa Maria para Parobé em busca de drogas.
Realçou que nessa oportunidade Volmar foi até um posto de combustível e ficou aguardando Edson, o qual foi de
Santa Maria para encontrá-lo. Assim que este chegou ambos foram até a residência do Milton, local onde
colocaram o carro de ré na garagem e minutos depois saíram. Evidenciou que depois não acompanhou mais, mas
soube que na entrada de Santa Maria, quando Edson estava retornando com a droga, ele foi abordado e no veículo
foram encontrados quase três quilos de entorpecentes. Foram encontradas drogas em um carro Prisma vermelho no
qual Alessandro andava. Enfatizou que Marcel também utilizou o carro em uma oportunidade (Audiência realizada
em 15/04/2011 – Termo de Degravação: Vol. 28, fls. 5886v/5898v).
JOÃO ANTONIO POSSEBON, Agente da Polícia Federal, ao ser inquirido em juízo, revelou ter sido
um dos responsáveis pelo início da operação, participando quase que integralmente de toda a investigação, exceto
no período em que tirou férias. Estava na coordenação da operação, sendo o responsável pela confecção da maioria
dos relatórios produzidos. Inicialmente lhe foi apresentada uma investigação acerca do tráfico de drogas
envolvendo Adilson, o "Dil", e Robson, conhecido como Rubão. Inicialmente a informação era a de que indivíduos
de Santa Maria estariam adquirindo drogas e que Robson serviria como uma espécie de financiador para essas
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 28/84
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aquisições, pois ele utilizava-se dos veículos que eram adquiridos na Bahia. No início identificaram como
fornecedores o Jorge Scherer e seu irmão Beto Scherer e, a partir deles, o Paulinho Lemes e o Rodrigo Soares de
Jesus, além do Flávio de Medeiros. Dando continuidade às investigações souberam da existência de outros grupos
de traficantes como o de Porto Alegre, que eram os irmãos Fernando Barroso e o grupo dos irmãos Marcos
Antônio, Milton Luis e Volmar. A partir desses, ressaltou que chegou aos fornecedores Nerli, Alessandro, Marciel e
João Alberi e, então, em cima de todos esses suspeitos que foi feita a operação. Mencionou que foi a partir de
Robson Epaminondas (“Rubão”) que abriu todo esse leque de investigados, pois o Rubão era a pessoa comum a
todos. Todos os citados conversavam com Robson, ligavam para ele para saber sobre os veículos, as
documentações e as regularizações dos carros. Noticiou que todo o trabalho que é desenvolvido pela Polícia
Federal necessita de uma fundamentação externa, e foi isso que ele e os outros agentes buscaram. Registrou o
momento em que chegaram os caminhões carregados de veículos vindos da Bahia. Alguns carros foram para Nova
Hartz, Foz do Iguaçu, Amambaí, Cascavel, Medianeira, entre outros locais. Robson era o investigado principal
porque era ele que vinha com os veículos da Bahia e também estava presente em todas as negociações dos
veículos. Afirmou que depois os destinatários iam pagando semanalmente ao Rubão, mas que não eram valores
fixos. Informou que foi apurado um volume financeiro muito alto em relação a estas transações desde o início das
investigações. Os veículos eram usados como moeda de garantia para a compra de entorpecentes. Em dezembro,
quando foi apreendido um Siena vermelho do Flávio de Medeiros, há um áudio que materializa a atuação de Rubão
dentro da organização. Realçou que Flávio de Medeiros deu satisfação para Robson acerca de quando apreenderam
o carro que Gustavo dirigia com cerca de 2kg de crack. Evidenciou que o grupo que se relacionou com o Paraná,
inicialmente, era o Jorge Scherer e o Beto Scherer e que após Beto ser preso quem passou a coordenar as ações foi
sua esposa, a Giselda, mas sempre comandada por Beto de dentro do presídio. Somente identificaram o Jorge por
meio de um áudio entre ele e Robson, acerca de um dia em que houve um encontro na casa do “Rubão” e a esposa
de Jorge estava junto. Jorge, ainda, utilizava um documento falso com o nome de “Jorge Antônio” para não ser
preso. Quando Jorge foi preso, entre os documentos apreendidos estava um recibo de 41 mil reais em nome de
Emerson Vilialba de Oliveira, parceiro de Rodrigo Soares. Manifestou que o Émerson faleceu durante as
investigações em razão de um acidente de moto. Narrou que Rodrigo Soares de Jesus era o fornecedor de drogas do
Alberto Scherer, Beto Scherer e o Jorge. Já Daniela residia em Santa Maria, em um apartamento adquirido por
Flávio. Ela e o Gustavo trabalhavam para o Flávio de Medeiros. Daniela e Gustavo faziam recolhimento dos
valores para Flávio. Ao ser questionado acerca de um documento apreendido na investigação, alegou que o papel
manuscrito da fl. 76 foi encontrado na busca feita na residência do Beto Scherer e da Giselda e que nesse
documento tem veículos e uma medida de pesos, o qual se refere a quantos quilos de drogas valeria cada veículo.
Citou que toda negociação que envolvia o Robson sempre havia referência a veículos. Disse que foi filmado e
fotografado o encontro de Flávia com Ana Cláudia e que posteriormente foram até a casa de Rosane Scherer buscar
drogas e, após, quando Ana Cláudia retornou para Santa Maria acabou sendo presa pela Brigada Militar. Contou
que na época da prisão de Ana Cláudia, o Jorge Scherer estava preso, mas falava ao telefone, o que teria sido
captado nas interceptações. Falou que o núcleo de Caçapava era o maior destinatário das drogas, pois era composto
por pessoas que possuíam pontos de vendas de drogas. Referiu que o alvo principal no núcleo de Caçapava era
Luís Carlos, o “Picacho”, tendo em vista que ele adquiria entorpecentes em Santa Maria por intermédio do Eliseu
Moreira. Não consideravam o pessoal de Caçapava como um núcleo no sentido estrito, tendo em vista que era
apenas um grupo para o qual eram destinadas as drogas de Santa Maria. Aduziu que a função de Luís Carlos era
basicamente revender a droga adquirida na cidade. Quanto a Eliseu, ressaltou que ele é cunhado de Paulo César
(“Labi”) e sogro do Adilson dos Santos (“Dil”), confirmando a relação familiar existente entre eles para praticar a
traficância. Eliseu traficava “direto”, mas evitaram recolhê-lo de imediato em razão de que ele fornecia
indiretamente muitas informações para a investigação. Lembrou que algumas vezes o Eliseu pegava as drogas com
“Dil” ou “Labi”, mas que se estes últimos não fornecessem, ele ia buscar com outros fornecedores, o que
comprova que ele sempre tinha drogas para vender. Noticiou que quando Eliseu não fazia as vendas, sua mulher
assumia o posto, a Cláudia. Quanto a Marciel, explicou que ele trabalhava em associação com o Nerly e o Alex,
sendo que Nerly era o “patrão” e o Marciel buscava os entorpecentes e negociava-os. Por fim, apenas ratificou as
informações prestadas pelos demais policiais federais (Audiência realizada em 15/04/2011 – Termo de Degravação:
Vol. 28 - fls. 5898v/5913v).
ALBINO ALIOMAR SANTANA DE SOUZA disse, ao ser inquirido em juízo, que possui uma banca
no camelódromo e também trabalha com compra e venda de carros. Contou que comprava veículos na Bahia,
juntamente com seu irmão, o Robson. Após as compras dos automóveis os vendedores dão prazos para efetuarem
as vendas aqui em Santa Maria, onde repassam para os clientes que aparecem. Referiu que a banca no
camelódromo é sua e de Isabel Cristina Campo de Souza, sua esposa. Asseverou que possui uma sociedade com
seu irmão, sendo que ambos têm um posto de combustíveis na Bahia. Ao ser questionado quanto ao Prisma
vermelho de placas INW-2117, aduziu que Betão lhe pediu dois mil reais emprestado para comprar mercadorias no
Paraguai, mas que não tinha o dinheiro para emprestar, então Betão deixou o carro em sua casa por uma semana
como forma de garantia. Ressaltou que dirigiu o veículo em algumas oportunidades. Lembrou que conhece Betão
há mais de 20 anos. Conhece também Flávio de Medeiros, Elizeu, Diego, Paulo César, Edson, Flávia Trindade,
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 29/84
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José Ivan e Nilton, mas que a maioria conhece apenas de vista. Explanou que sabia que Rubão não tinha sociedade
com os referidos. Ao ser questionado pelo Ministério Público, descreveu que Robson comprava os carros na Bahia
porque ele tinha crédito lá. Em uma das cegonhas vindas da Bahia carregadas com veículos havia um
Toyota/Corola 2002 que era seu, motivo pelo qual foi preso. Ajudou a descarregar a cegonha e que no momento
também estavam presentes seu irmão, seu filho, Betão e mais alguns “guris”. Foi coincidência Betão chegar
naquele momento para ajudar. Destacou que foram dois ou três carros para a sua casa e os demais foram para a
lavagem da rua Bozano. Além dos carros que vinham para si, ele também ajudava a guardar e andava com os
carros que vinham para seu irmão. Alguns dos carros que vinham da Bahia eram financiados. Betão trabalha junto
com sua esposa em um bar, além de vender mercadorias do Paraguai. Enfatizou que Betão também vende carros.
Expôs que Rubão era bem quisto na Bahia e que, inclusive, iria se candidatar a prefeito de uma cidade de lá, mas
não pode porque havia uma condenação em seu nome. Manifestou que a documentação dos veículos só é repassada
quando o cliente quita a última parcela. Narrou que os veículos na Bahia são vendidos por um preço mais inferior
do que aqui no Rio Grande do Sul. Algumas vendas dos veículos eram feitas para outras cidades que não Santa
Maria. Ao ser questionado acerca da moto Honda/Bis, placa INJ-1419, anunciou que o veículo estava em sua casa
há mais de ano. Alegou que vendeu uma Ford/Ecoesport para Jorge Scherer, e o pagamento está sendo feito por
parcelas. Por fim, citou que conhece Flávio de Medeiros por também ser comerciante de carros (Audiência
realizada em 15/04/2011 – Termo de degravação: Vol. 28 - fls. 5916/5922v).
TERESINHA APARECIDA DOS SANTOS DIAS disse, ao ser inquirida em juízo, que é sogra de
Gustavo Carvalho da Cunha. Contou que foi uma surpresa quando soube da prisão de seu genro. Ao ser
questionada acerca de sua conversa com Gustavo no dia em que ele foi viajar, falou que ligou para ele para saber o
que havia ocorrido com o carro, tendo em vista que soube que ele chegou na oficina, deixou o carro e saiu de moto.
Referiu que a sua fala com Gustavo, a qual referiu “quantas vezes eu falei para vocês. Eu tenho medo agora” , era
em relação a viagem dele e as suas “más companhias”. Considerava “más companhias” porque ouviu dizer que
mexiam com drogas. Aduziu que seu genro viajava de carro, mas não sabe para onde. Conheceu Dani em razão de
uma vez que foi na casa de sua filha e ela estava lá. Sua filha era amiga de Dani e Flávio, mas não sabia se eles
tinham algum tipo de negócio juntos. Lembrou que Gustavo tinha uma lavagem na Rua Dois de Novembro e outra
na Avenida Borges. Viu Daniela na lavagem de Gustavo. Este agente nunca tinha dinheiro e em certa vez que foi
viajar, o Flávio lhe pagou até a gasolina do carro (Audiência realizada em 15/04/2011 – Termo de degravação: Vol.
28 - fls. 5923/5925).
LUIS ALBERTO PIRES PISTÓIA disse, ao ser inquirido em juízo, que: tem uma distribuidora de gás
e compra/vende automóveis. Contou que recebeu um carro em troca de um Golf com Alberto dos Santos Costa,
além de ter negociado um automóvel C4 Palace. Recebeu o Golf que era de um rapaz de uma oficina da Auto
Elétrica. Referiu que seu irmão também possui uma revenda na cidade. Tem conhecimento que o carro C4 Pallas
foi para Porto Alegre. Possui duas camionetes que estão com documento em seu poder e que estão inclusive nos
recibos, só não os entregou porque ainda estão lhe devendo. Recebia cheques empresariais de Alberto em face das
camionetes e foram devolvidos por contra ordem. Ao ser questionado acerca do destino das camionetes, mencionou
que sabia que uma estava em Nova Hartz, em uma revenda de automóveis. Ao ser indagado sobre “Betão”,
lembrou que ele comprava roupas/brinquedos e vendia e também possuía um bar próximo às bancas dos camelôs.
Vendeu um carro para Betão e ele revendeu na loja de um conhecido de ambos. Conhecia Rubão porque ele
deixava alguns veículos para revenda na loja de um amigo, a qual era localizada na Faixa de São Pedro. Descreveu
que em suas vendas a prazo, costuma reter a documentação até que se concretizem os pagamentos (Audiência
realizada em 15/04/2011 – Termo de degravação: Vol. 28 - fls. 5925v/5927).
GIOVANI SOSTER, Agente da Polícia Federal, disse, ao ser inquirido por Carta Precatória, que não
participou da operação como um todo, apenas de um flagrante ocorrido em Nova Hartz. Contou que foi detido no
local um indivíduo chamado Cristian Fernando Rabisquim, e que ele estava vindo de Cascavel. Esse indivíduo
estava transportando cerca de 80kg de cocaína em uma camionete Vera Cruz. Ao ser questionado, referiu que a
investigação estava sendo desenvolvida pela delegacia de Santa Maria e neste dia foi solicitado apoio dos agentes
de Porto Alegre, motivo pelo qual participou da diligência. Asseverou que foi informado que chegaria um
carregamento de drogas em uma residência de Nova Hartz, então os policiais foram até o local e montaram uma
campana e, em certo momento, chegou um indivíduo chamado Nerli, todavia não havia nada consigo naquele
momento. Mais tarde os policiais receberam o mandado de busca e apreensão para a casa e, durante o
cumprimento, descobriram um laboratório no local e também encontraram cerca de 20kg de cocaína, misturas de
entorpecentes, balanças, prensas e vários outros petrechos. Quem morava no local era João Schumacher. Durante o
cumprimento da MBA, Cristian chegou à residência procurando por João, momento em que foi realizada uma
busca pessoal e encontrada uma chave da camionete Vera Cruz. Mencionou que pediram para Cristian falar onde
estava o veículo e ele acabou levando os agentes até a garagem de uma revenda de automóvel, onde foi encontrado
grande quantidade de cocaína. Lembrou que Cristian admitiu que havia trazido a droga e acabou sendo preso.
Posteriormente também participou da prisão de Nerli no município de Taquara (Inquirido por Carta Precatória –
Vol. 27 – fls. 5757/5760).
LUCIANO CLAVÉ GOMES, Agente da Polícia Federal, disse, ao ser inquirido por Carta Precatória,
que foi chamado para cumprir o mandado de busca e apreensão na cidade de Nova Hartz. Dirigiu-se a uma
residência juntamente com os demais agentes e constatou que no local havia uma espécie de laboratório de refino
de drogas, além de terem entorpecentes, petrechos e outros vestígios relacionados às substâncias no local. Ao ser
questionado falou que não se recorda do nome do dono da residência. Referiu que foi encontrado éter e cocaína em
tijolos no local. Ao ser questionado, asseverou que chegou um indivíduo ao local após algum tempo e o Delegado
Róger lhe acompanhou (Inquirido por Carta Precatória – Vol. 27 – fls. 5761/5763).
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 30/84
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ERNANI RODRIGO PAVIANI, Agente da Polícia Federal, disse, ao ser inquirido por Carta
Precatória, que participou de algumas diligências em Nova Hartz relacionadas à “Operação Rio Branco”. Ele e seus
colegas receberam a informação de que havia um carregamento de drogas proveniente do Paraná chegando à
cidade de Nova Hartz e que foi repassado o endereço da residência do João Alberi, o “Chico”, motivo pelo qual
providenciaram o Mandado de Busca e Apreensão para o local. Ficaram no local esperando o mandado quando
apareceu Nerli, trafegando com uma Hilux com placas de Manaus. Referiu que Nerli chegou na residência, entrou
no pátio e começou a conversar com João, momento em que os policiais passaram na frente do carro para
visualizar o que estava ocorrendo e Nerli desconfiou, então adentrou novamente no veículo e saiu do local.
Asseverou que quando Nerli saiu do local, por volta de uma quadra de distância, os policiais lhe abordaram mas
não encontraram nada. Aduziu que posteriormente a abordagem de Nerli realizaram o mandado de busca, momento
em que foi encontrado na residência de João Alberi cerca de 15kg de cocaína, balança, prensa, produto químico,
mistura e uma arma. Durante o cumprimento do mandado, chegou um veículo Kadett branco tripulado por Cristian,
sendo que este entrou para dentro do pátio da casa com o carro e, ao entrevistá-lo, disse que estava vindo de
Cascavel. Então revistaram-o, momento em que foi encontrada a chave de uma camionete Vera Cruz. Por esse
motivo procuraram o referido veículo e encontraram-o na garagem de uma revenda de automóveis pertencente ao
Nerli, com cerca de 80kg de cocaína em seu porta-malas (Inquirido por Carta Precatória – Vol. 27 – fls.
5764/5766).
MARCELO ALMEIDA JOÃO, Agente da Polícia Federal, disse, ao ser inquirido por Carta
Precatória, que fez uma execução de mandado de busca e apreensão na cidade de Carazinho, a qual era relacionada
à Operação Rio Branco. Contou que participou apenas como apoio no dia dos fatos, não se recordando de muitos
detalhes. Apenas se recorda que tratava de uma operação relacionada a reprimenda do tráfico de drogas em Santa
Maria. Referiu que não haviam pessoas no local e que foram apreendidos um celular, alguns documentos e um
veículo (Carta Precatória – VOL 27 – fls. 5787/5789).
DOUGLAS GOMES DOS REIS, Agente da Polícia Federal, disse, ao ser inquirido por Carta
Precatória, que participou de um mandado de busca e apreensão na cidade de Carazinho e que este era relacionado
à operação Rio Branco. Contou que o local onde foi efetuada a diligência era a casa da Geraci. No local, foram
encontrados alguns celulares e um caderno de anotações. Tinha conhecimento que se tratava de uma operação
relacionada ao tráfico de drogas (Carta Precatória – VOL 27 – fls. 5789V/5790).
GUSTAVO CARLOS GONÇALVES, Policial Civil, disse, ao ser inquirido por Carta Precatória, que
não participou diretamente nas investigações que culminaram na denúncia dos acusados. Recebeu uma ligação da
Polícia Federal de Santa Maria informando que os acusados Luis Carlos Carvalho Dias e Artur de Souza Delgado
estavam em uma VW/Saveiro, de cor preta, de propriedade do Artur, indo para Caçapava do Sul levando cocaína.
Interceptaram o veículo que era dirigido por Artur. Referiu, inclusive, que Luis Carlos não possui os dois braços.
Referiu que a interceptação do automóvel ocorreu na BR 392 com a BR 290. No local fizeram uma ligeira busca
no interior do veículo e nada encontraram. A delegada de polícia então ligou para a Polícia Federal de Santa Maria,
ocasião em que recebeu a informação de que havia com certeza drogas dentro do veículo. Ressaltou que em face
dessa informação, os dois acusados e o veículo foram levados até a Delegacia de Caçapava do Sul onde, em revista
mais minuciosa, encontraram dois invólucros contendo cocaína. Com isso,foi dada voz de prisão aos dois
acusados. Lembrou que os invólucros estavam escondidos no painel do carro, atrás do velocímetro. Foi necessário
desmontar o painel do veículo para encontrar a droga. Apenas atenderam o pedido da Polícia Federal de Santa
Maria, não tendo os agentes dado maiores informações acerca da operação. Explanou que, não obstante o
denunciado não ter os dois braços, tem conhecimento do envolvimento de Luiz Carlos em outras ocorrências de
tráfico de drogas e, inclusive, “era o mais antigo traficante de drogas em Caçapava”. Descreveu que os acusados,
antes da droga ser encontrada, negarem que estivessem com ela e que, inclusive, demoraram cerca de duas horas
para encontrar os entorpecentes. Afirmou que os acusados disseram que estavam vindo de Santa Maria onde
haviam ido procurar emprego. Depois da localização da droga, ambos admitiram que seria para consumo pessoal.
Não recorda exatamente qual a quantidade de droga apreendida, mas era “uma quantidade considerada” (Vol 30 –
Carta Precatória – fls.6284v).
SELMAR KEMPFER DE ARAÚJO disse, ao ser inquirido por Carta Precatória, que conhecia o
acusado Alberto. Contou que tinha uma revenda de carros e o Alberto deixava veículos para ele vender. Também
conhecia o réu Robson, sendo que o conheceu por intermédio de Alberto. Referiu que Alberto comprava carros de
Robson. A maior parte dos automóveis tinham placa da Bahia. Conhecia Giselda Cavalcante, esposa de Alberto.
Ressaltou que o Alberto tinha dois carros com ele, na loja, mas Giselda foi até o local e retirou os veículos.
Mencionou que o Alberto vendia os carros em Carazinho, ou os emplacava na cidade. Os carros contavam com
valor mais alto do que o valor de mercado. Não chegou a revender nenhum veículo dele, mas que ele deixou uma
Ford/Ecosport e dois Ford/Focus. Disse conhecer Alberto faz anos. Os carros estiveram em sua loja por um período
de dois anos. Comprou um ou dois carros de Robson, sendo que os vendeu em Carazinho. Os carros da Bahia
vinham um pouco abaixo do preço de mercado. Trocou os dois carros por uma Ford/F250 do Robson e comprou
um Honda Civic 2004, de forma parcelada. Destacou que às vezes ele ficava com um documento e lhe repassava se
precisasse vender. Não sabe se Robson tinha sociedade com Giselda, não sabendo se vendiam carros juntos.
Evidenciou que Alberto vendia seus carros e Robson os dele. Frisou que Robson levou um dos Ford/Focus para a
loja do Alberto, que era em frente a sua loja, mas que não se recorda a data, sendo que “talvez faça um ano, um ano
e pouco” (Vol 30 – Carta Precatória – fls.6295).
ANDRÉ RAMOS RUFFONI, Agente da Polícia Federal, disse, ao ser inquirido por Carta Precatória,
que não participou da investigação, apenas cumpriu alguns mandados de buscas, sendo um ou dois deles em Nova
Hartz. Contou que ao realizar o referido mandado foram apreendidos telefones celulares, dinheiro e um veículo,
mas não se recorda de muitos detalhes da diligência (Vol 30 – Carta Precatória – fls. 6492/6494).
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 31/84
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Dentre o exaustivo rol testemunhal apresentado pelas Defesas, somente 40 (quarenta) testemunhas
foram efetivamente inquiridas em sede judicial, vez que quanto às demais, houve desistência. Vejamos.
VANDERLEIA FELIPPE, testemunha defensiva de Cristian Fernando Rabisquim, foi inquirida por
Carta Precatória e disse que conhece o réu há cerca de três anos. Contou que é ex-namorada do réu. Não estavam
mais juntos quando ele foi preso e desconhece seu envolvimento com o tráfico de drogas. Asseverou que Cristian
trabalhava com a compra e venda de veículos. Por fim, apenas abonou a conduta do acusado (361.2).
ERNESTO HEZEL FILHO, testemunha defensiva de Cristian Fernando Rabisquim, foi inquirido por
Carta Precatória e disse que conhece o acusado desde 2007. Contou que o réu trabalhava com a compra e venda de
veículos. Desconhece qualquer envolvimento de Cristian com o tráfico de entorpecentes. Por fim, apenas abonou a
conduta do denunciado (361.1).
DAGOBERTO VITOR PAREDES, testemunha defensiva de Ana Cristina de Moura, apresentou uma
Declaração abonatória nos autos, na qual abonou a conduta da ré (5.298 - fls. 5665).
SELMIRA SALETE FISCHER, testemunha defensiva de Ana Cristina de Moura, apresentou uma
Declaração abonatória nos autos em favor da ré (5.299 - fls. 5666/5667).
JUAREZ MACIEL VARGAS, testemunha defensiva de Anderson da Silva Santos, disse que
desconhece os fatos narrados na denúncia. Por fim, apenas abonou a conduta do acusado (5.291 - fls. 5421/5423v).
DIANA PEREIRA RODRIGUES, tia do acusado Anderson da Silva Santos, disse desconhecer os
fatos narrados na denúncia. Por fim, apenas abonou a conduta do sobrinho (5.291 - fls. 5421/5423v).
ROQUE DA ROCHA, testemunha defensiva de Anderson da Silva Santos, disse desconhecer os fatos
narrados na denúncia. Por fim, apenas abonou a conduta do acusado (5.291 - fls. 5421/5423v).
JÉSSICA MACHADO BELZARENA, testemunha defensiva de Daniela Toledo da Silva, disse que
conhece a acusada há cerca de oito anos, tendo em vista ser sua cunhada. Referiu que nada sabe sobre os fatos. Por
fim, abonou a conduta da acusada (5.140 - fls. 6349/6351).
IVO BETTIOLU RAMIRES, testemunha defensiva de Edson Lunardi Canabarro, disse que reside no
mesmo bairro do acusado e por isso o conhece. Referiu que foi uma surpresa quando soube que o denunciado tinha
sido preso. Por fim, apenas abonou a conduta do acusado (5.140 - fls. 6323).
TEREZINHA WAGNER DE MATOS, testemunha defensiva de Edson Lunardi Canabarro, disse que
é vizinha do réu. Apenas abonou a conduta do acusado (5.140 - fls. 6325).
RAFAEL TOLEDO PEREIRA, testemunha defensiva de Flávia Trindade de Souza, disse que
conheceu a ré há cerca de oito anos, tendo em vista que possuíam amigos em comum. Desconhece o fato de Flavia
ser usuária de drogas. Por fim, disse que nunca viu a acusada com qualquer substância ilícita (5.141 - fls.
6378/6378v).
JULIANA LUCAS LEITE, testemunha defensiva de Flávia Trindade de Souza, disse que conhece
Flávia em razão de possuírem amigos em comum. Referiu que a acusada trabalhava vendendo roupas. Desconhece
o fato de Flávia ser usuária de drogas. Também que nunca viu a ré vender ou traficar drogas. Por fim, mencionou
que desconhece qualquer conduta desabonadora em face de Flávia (5.141 - fls. 6379).
WILSON LUIZ SCHMITZ, testemunha defensiva de Flávio de Medeiros, disse que conhece o réu há
cerca de cinco anos. Possui um mercado e Flávio é seu cliente, Sabia que o acusado trabalha com venda de carros.
Por fim, disse que Flávio é um cara "simples", abonando a conduta do acusado (361.5).
CLOVIS SCAPIM, testemunha defensiva de Flávio de Medeiros, disse que conhece o acusado há
mais de vinte anos. Referiu que o réu possuía uma revenda. Por fim, apenas abonou a conduta do
denunciado (361.3).
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 32/84
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JORGE LUIZ KLEEMANN, testemunha defensiva de Flávio de Medeiros, disse que conhece o réu
há cerca de cinco anos. Sabia que Flávio trabalhava vendendo carros. Por fim, apenas abonou a conduta do acusado
(evento 361, VÍDEO4).
ROGÉRIO ROSENDO DA ROSA JÚNIOR, testemunha defensiva de Flávio de Medeiros, disse que
conhece tanto Flávio quanto Daniela, ambos há cerca de cinco anos. Referiu que Flávio trabalha com revenda de
carros e Daniela com venda de roupas. Por fim, apenas abonou a conduta dos réus (5.280 - fls. 5052).
PAULO RUBEN ROAUBER, testemunha defensiva de José Luis de Oliveira, disse que desconhece
os fatos imputados ao acusado. Referiu que contratou o réu para intermediar compras/vendas de seus carros. Por
fim, apenas abonou a conduta do réu (5.292 - fls. 5455A).
CARLOS ALBERTO CARDOSO ARTEIRO, testemunha defensiva de José Luís de Oliveira, disse
que adquiriu um carro do réu e teve problemas ao repassar o veículo, tendo em vista uma restrição. Referiu que em
razão dessa restrição, José Luis recomprou o veículo para não prejudicá-lo. Por fim, apenas abonou a conduta do
réu (5.292 - fls. 5456).
JORGE LUIZ DE ARAÚJO VALIM, testemunha defensiva de José Luís de Oliveira, disse que é
cunhado do réu. Referiu que José faz compra e venda de veículos. Por fim, apenas abonou a conduta do
acusado (5.292 - fls. 5467/5470).
THIAGO JUVENIL ARAÚJO VALIM, testemunha defensiva de José Luís de Oliveira, disse que é
cunhado do réu. Referiu que José faz compra e venda de veículos. Por fim, apenas abonou a conduta do
acusado (5.292 - fls. 5467/5470).
ELTON DE OLIVEIRA PINTO, testemunha defensiva de José Luís de Oliveira, disse que conhece o
acusado há bastante tempo, mas nada sabe sobre os fatos. Por fim, apenas abonou a conduta do réu (5.295 - fls.
5571).
OTACÍLIO LUIZ MARTINS, testemunha defensiva de José Luís de Oliveira, disse que desconhece o
envolvimento do réu nos delitos descritos na denúncia. Por fim, apenas abonou a conduta do réu (5.295 - fls. 5571).
HILÁRIO PENZ, testemunha defensiva de Luciani do Amaral Fernandes, disse que nada sabe acerca
do envolvimento da ré com os crimes pelos quais ela está respondendo. Por fim, apenas abonou a conduta da
acusada (5.295 - fls. 5571).
CELIVIO SOUTO EVANGELHO, testemunha defensiva de Luís Carlos Carvalho Dias, disse que
conhece o acusado há bastante tempo, mas nada sabe sobre seu envolvimento com qualquer crime. Por fim, apenas
abonou a conduta do réu (5.141 - fls. 6391).
NURIA LEONILDA DORNELES OSÓRIO, testemunha defensiva de Luís Carlos Carvalho Dias,
disse que conhece o acusado há bastante tempo, mas nada sabe sobre seu envolvimento com qualquer crime. Por
fim, apenas abonou a conduta do réu (5.141 - fls. 6391).
CLEO BAUGARTEN, testemunha defensiva de Paulo Cesar Bairros da Silva, disse que conhece o
acusado há bastante tempo, mas nada sabe sobre seu envolvimento com qualquer crime. Por fim, apenas abonou a
conduta do réu (5.139 - fls. 6326).
MARCO AURÉLIO DA SILVA RAMOS, testemunha defensiva de Paulo Cesar Bairros da Silva,
disse que nada sabe sobre seu envolvimento com qualquer crime. Por fim, apenas abonou a conduta do réu (5.139 -
fls. 6328).
LUIZ GUSTAVO, testemunha defensiva de Paulo Cesar Bairros da Silva, disse que nada sabe sobre
seu envolvimento com qualquer crime. Por fim, apenas abonou a conduta do réu (5.139 - fls. 6329).
ROSELEA MACHADO, testemunha defensiva de Paulo César Bairros da Silva, disse que nada sabe
sobre seu envolvimento com qualquer crime. Por fim, apenas abonou a conduta do réu (5.139 - fls. 6330).
CLEO BAUGARTEN, testemunha defensiva de Paulo César Bairros da Silva, disse que conhece o
acusado há bastante tempo, mas nada sabe sobre seu envolvimento com qualquer crime. Por fim, apenas abonou a
conduta do réu (5.139 - fls. 6326).
MARCO AURÉLIO DA SILVA RAMOS, testemunha defensiva de Paulo Cesar Bairros da Silva,
disse que nada sabe sobre seu envolvimento com qualquer crime. Por fim, apenas abonou a conduta do réu (5.139 -
fls. 6328).
LUIZ GUSTAVO, testemunha defensiva de Paulo Cesar Bairros da Silva, disse que nada sabe sobre
seu envolvimento com qualquer crime. Por fim, apenas abonou a conduta do réu (5.139 - fls. 6329).
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ROSELEA MACHADO, testemunha defensiva de Paulo Cesar Bairros da Silva, disse que nada sabe
sobre seu envolvimento com qualquer crime. Por fim, apenas abonou a conduta do réu (5.139 - fls. 6330).
LINEKER CAMPOS, testemunha defensiva de Robson Epaminondas, disse que é sobrinho do réu.
Trabalha junto de seu tio com compra e vendas de veículos. Asseverou que já viu "Dil" e "Betão" auxiliando em
descargas de veículos. Nada sabe sobre os fatos descritos na exordial. Por fim, apenas abonou a conduta do
acusado (5.139 - fls. 6321).
ELTON DOS REIS, testemunha defensiva de Robson Epaminondas, disse que é parceiro comercial
do acusado. Trabalha há muito tempo com revenda de automóveis, sendo que Robson é um dos seus fornecedores.
Nada sabe sobre os fatos descritos na denúncia. Por fim, apenas abonou a conduta do réu (5.139 - fls. 6331/6333).
Quanto às demais testemunhas defensivas, houve desistência das partes em suas oitivas, sobretudo
por serem apenas abonatórias, conforme pode ser analisado ao longo do Processo.
Dentre a extensa listagem de réus denunciados nesta operação, apenas 50 (cinquenta) foram
interrogados em juízo. Os demais tiveram suas revelias decretadas ao longo da instrução, eis que não foram
encontrados para serem notificados acerca das designações das audiências, mesmo após terem sido citados e se
comprometerem a manter seus endereços atualizados nos autos.
ADILSON DOS SANTOS COSTA foi dispensado da audiência de interrogatório, vez que optou
por fazer uso de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
ADILSON SEVERO FRANCO foi dispensado da audiência de interrogatório, vez que optou
por fazer uso de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
ALBERTO SANTOS COSTA teve declarada a sua revelia (5.163 - fls. 7401B/7402v).
ALBERTO SCHERER, ao ser interrogado, disse que na época da operação estava preso. Falou que
Giselda era sua ex-companheira. A arma encontrada com Giselda, ele usava para sua proteção. Flávia era sua
cunhada. Lembrou que negociava carros com o Rubão. Negou conhecer os demais réus do processo. Citou que
trocava carros e tinha uma loja de bazar com sua esposa. Mencionou que a CNH adulterada nunca foi
usada (361.20).
ANA CLÁUDIA BANDEIRA SPENCER, ao ser ouvida em juízo, negou os fatos descritos na
denúncia. Disse que foi presa injustamente. Acredita ter sido envolvida na Operação Rio Branco devido a uma
ligação efetuada para a acusada Flávia, a qual conheceu na frente do presídio. Lembrou que efetuou uma ligação
para Flávia para avisar que iria até Cruz Alta, porque iria vender roupas para ela e, então, Flávia foi lhe buscar na
rodoviária. Não sabe a origem da droga que transportava, uma vez que foi paga para trazer a bolsa e largar em
algum lugar onde um terceiro desconhecido iria buscar (5.162 - fls. 7393/7395, vide CD no cartório).
ANDERSON DA SILVA SANTOS, ao ser interrogado, negou os fatos descritos na denúncia. Disse
que conhece o réu Alexsandro, seu pai, sua madrasta, o Chico e a Maria, mas desconhece o envolvimento deles
com o tráfico de drogas. Referiu que nega qualquer relação com drogas (132.3).
CARINA PERES VIEIRA, ao ser interrogada, negou os fatos descritos na denúncia. Referiu que
sempre trabalhou nas bancas de camelô na Av. Rio Branco, junto com seu companheiro até o ano de
2008. Conhecia o acusado Adílson porque ele também possuía bancas nos camelô. Lembrou que na Busca e
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Apreensão feita em sua residência não foi encontrada nenhuma droga. Quando foi presa estava com seu filho
recém nascido, com apenas 21 dias (132.4).
CARLOS ALEX MAIA RODRIGUES foi dispensado da audiência de interrogatório, vez que optou
por fazer uso de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
CÍNTIA DOS SANTOS RODRIGUES, ao ser interrogada, negou os fatos descritos na denúncia.
Disse que desconhece os demais acusados. Referiu que acredita ter sido envolvida na operação por ser esposa do
réu Flávio. Por fim, citou que desconhece as pessoas que possuíam bancas de camelô na Avenida Rio Branco (
5.162 - fl. 7396v).
CLAUZIA NAIR ROSA DA SILVA foi dispensada da audiência de interrogatório, vez que optou
por fazer uso de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
DÉCIO VAZ DE SOUZA, ao ser interrogado, negou os fatos descritos na denúncia, reforçando nunca
ter tido envolvimento com o tráfico de drogas. Falou que possui revenda de carros e oficina de chapeamento.
Vendeu carros para Flávio de Medeiros, motivo pelo qual foi envolvido na investigação. Os referidos carros vieram
da cidade de Belo Horizonte. Por fim, ratificou que nunca teve envolvimento com drogas (íntegra do interrogatório
encontra-se no campo “Audiências”, constantes nas ações do Processo n.° 5001001-43.2010.8.21.0027).
DENISE RODRIGUES ESTERDIO foi dispensada da audiência de interrogatório, vez que optou
por fazer uso de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
DIEGO RODRIGUES foi dispensado da audiência de interrogatório, vez que optou por fazer uso de
seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
EDONI KUNKE, ao ser interrogado, disse que na época dos fatos costumava buscar carros em
feirões no Rio Grande do Sul. Falou que nunca teve envolvimento com tráfico de drogas. Era contratado apenas
para buscar carros e não participava da transação em si. Por fim, alegou que é inocente (361.17).
EDISON LUNARDI CANABARRO foi dispensado da audiência de interrogatório, vez que optou
por fazer uso de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
ELIZEU ELIU MOREIRA DA SILVA foi dispensado da audiência de interrogatório, vez que optou
por fazer uso de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
EURICO GAMA MOURA foi dispensado da audiência de interrogatório, vez que optou por fazer uso
de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
FABRÍCIO COSTA SILVEIRA foi dispensado da audiência de interrogatório, vez que optou
por fazer uso de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
FERNANDA SILVA DA CRUZ, ao ser interrogada, negou os fatos descritos na denúncia. Disse que
era esposa de Resinei na época dos fatos. Negou conhecer os demais réus. Na época dos fatos trabalhava com a
venda de roupas íntimas. Lembrou que no mandado de busca e apreensão realizado em sua casa nada foi
encontrado (132.5).
FLÁVIA TRINDADE DE SOUZA, ao ser interrogada, negou os fatos descritos na denúncia. Disse
que Giselda era sua cunhada e possuíam vínculo familiar, vez que se visitavam às vezes. Jorge Scherer era seu
companheiro na época dos fatos, bem como possuía uma Microempresa de produtos de limpeza. Asseverou que
nunca fez lavagem de dinheiro. Lembrou que o único bem que possuía era um Pálio e uma casa simples. Rosane é
sua cunhada e Ana Cláudia conheceu no presídio de Santa Maria. Mencionou que nunca se envolveu com tráfico.
Não sabia do envolvimento de Jorge com tráfico de entorpecentes. Relatou que não conhece Cristian Fernando
Rabisquim (361.17).
FLÁVIO MEDEIROS LEITE, ao ser interrogado, negou os fatos descritos na denúncia. Disse que
desconhece os demais réus do processo. Por fim, referiu que desconhece as pessoas que possuíam bancas de
camelô na Avenida Rio Branco (íntegra do interrogatório encontra-se no campo “Audiências”, constantes nas ações
do Processo n.° 5001001-43.2010.8.21.0027).
GISELDA DA SILVA CAVALCANTI, ao ser interrogada, disse que nunca traficou e nem participou
dos demais delitos descritos na denúncia. Referiu que Alberto Scherer era seu ex-companheiro. Desconhece os
demais réus. Lembrou que Alberto trabalhava com revenda de carros. Havia uma pistola na loja em que tinha e por
esse motivo foi presa. Após ser presa foi feita uma busca e apreensão em sua residência, onde foi encontrado um
cofre com armas de seu ex-companheiro. Expôs que não sabia da existência desse cofre. Quando Alberto estava
preso ele pediu que levasse a arma dele até a loja que alguém iria pegá-la. Esclareceu que nunca soube que Alberto
traficava e também nunca praticou qualquer atividade nesse sentido (293.1).
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GUSTAVO CARVALHO DA CUNHA foi dispensado da audiência de interrogatório, vez que optou
por fazer uso de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
JAIME BATISTA CARDOSO, ao ser interrogado, negou as acusações. Disse que sua esposa vendia
lingerie em casa e, certo dia, a polícia adentrou na sua residência e acabaram encontrando uma arma de fogo.
Referiu que sua arma era legalizada, mas estava com o registro vencido. Desconhece os demais réus (íntegra do
interrogatório encontra-se no campo “Audiências”, constantes nas ações do Processo n.° 5001001-
43.2010.8.21.0027).
JOÃO ALBERI SCHUMACHER, ao ser interrogado, negou os fatos descritos na denúncia. Disse que
um rapaz (Cristian Fernando Rabisquim) pediu para deixar uma camionete na obra em que estava trabalhando,
enquanto pegou seu carro emprestado. Tinha conversado com Fernando umas três ou quatro vezes antes disso.
Asseverou que a droga foi encontrada dentro da camionete que Fernando deixou em sua obra. Era comerciante de
veículos e negociava alguns carros com Nerly. Disse conhecer Márcia, Alexsandro, Marciel e Adílson. Mencionou
que usava a conta de sua ex-esposa. Emprestou alguns cheques para Nerly. Desconhece o envolvimento de Nerly
com o tráfico de drogas. Esclareceu que a arma e as munições encontradas tinham sido encontradas embaixo do
banco de um veículo que havia comprado anteriormente. Alegou que nunca usou arma de fogo (361.22).
JORGE SCHERER, ao ser interrogado, negou os fatos descritos na denúncia. Referiu que desconhece
os demais envolvidos no processo. Por fim, citou que morou por cerca de quatro anos na Bahia (5.162).
JOSÉ LUÍS DE OLIVEIRA, ao ser interrogado, negou os fatos descritos na denúncia. Disse que em
certa ocasião estava em uma garagem lavando um de seus carros, o qual tinha uma placa de venda, momento em
que um indivíduo chegou e manifestou o interesse em comprar o veículo. Referiu que o veículo foi vendido e
acredita que aí tenha se dado o seu envolvimento nos fatos, devido uma procuração falsa acerca do carro que
recebeu na venda, um gol. Nunca se envolveu com drogas e o indivíduo que se interessou em comprar lhe era
totalmente desconhecido (íntegra do interrogatório encontra-se no campo “Audiências”, constantes nas ações do
Processo n.° 5001001-43.2010.8.21.0027).
LUCIANI DO AMARAL FERNANDES, ao ser interrogada, disse que somente um veículo (uma
moto) estava em seu nome na data dos fatos. Falou que desconhece o envolvimento de seus irmãos com o tráfico.
Referiu que seu irmão pediu para colocar um veículo em seu nome (da acusada), aceitando porque "não viu
nenhuma maldade". Asseverou que residia com Volmar. Foi depositado um valor único de R $3.000,00 em sua
conta, referente a um cliente de seu irmão que precisava de uma conta para depósito. Não recorda quem era o
depositante, somente recorda que sacou o valor e entregou para Volmar. Não sabia se seus irmãos faziam negócio
em Santa Maria. Expôs que nunca foi sócia da revenda de seus irmãos. Nunca viu Nerly trabalhando na loja de
seus irmãos. Esclareceu que nunca deu/recebeu procuração para revender veículos (361.24 e 361.25).
LUCIANO COLETTO HERDINA foi dispensado da audiência de interrogatório, vez que optou
por fazer uso de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
LUÍS FERNANDO BARROSO E SILVA, ao ser interrogado, negou seus envolvimento com os fatos
descritos na denúncia. Disse que nunca teve envolvimento com o tráfico de drogas. Referiu que possui um irmão
gêmeo (que já é falecido) e ele sim teve envolvimento com o tráfico de entorpecentes. Desconhece os demais réus.
Trabalha com estética e espelhamento automotivo e nunca se envolveu com venda de veículos (íntegra do
interrogatório encontra-se no campo “Audiências”, constantes nas ações do Processo n.° 5001001-
43.2010.8.21.0027).
MAICON MENDES VARGAS foi dispensado da audiência de interrogatório, vez que optou por fazer
uso de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
MARIA CENI BUENO, ao ser interrogada, negou os fatos descritos na denúncia. Disse que sempre
trabalhou e nunca teve envolvimento com qualquer coisa "errada". Referiu que conhece Nerly, Alexsandro e João
Alberi (seu ex-marido). Era empregada doméstica de Nerly. Alexandro abriu uma conta em seu nome e a
movimentava. Alexandro fez isso para lhe ajudar a financiar uma moto bis (361.21).
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MAURÍCIO SARDOS BASQUEZ, ao ser interrogado, disse que dois meses antes da investigação foi
preso junto com Marciel, pois estava sendo "mula" dele, que iria lhe entregar quatro mil reais pelo transporte
Porém negou participação nos fatos descritos na denúncia (associação e lavagem de dinheiro). Referiu que
desconhece os demais réus. Nunca recebeu veículos (361.18).
MICHELE DOS SANTOS, ao ser interrogada, negou os fatos descritos na denúncia. Falou que é
esposa de Fabrício, que era pedreiro na época dos fatos. Asseverou que não conhece os demais acusados, bem
como nunca foi chamada para prestar esclarecimentos na Delegacia (132.2).
NERLY JOSÉ DE ALMEIDA, ao ser interrogado, disse que na época dos fatos negociava veículos e
tinha uma loja de R$1,99. Seu filho era quem movimentava sua conta, mas não lhe informava qual a procedência
dos valores. Referiu que Maria Cleni trabalhou cerca de seis meses em sua loja (361.23).
PAULO CESAR BAIRROS DA SILVA foi dispensado da audiência de interrogatório, vez que optou
por fazer uso de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
PAULO CEZAR SEVERO LUCAS foi dispensado da audiência de interrogatório, vez que optou
por fazer uso de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
PAULO RICARDO GOMES, ao ser interrogado, negou os fatos descritos na denúncia. Disse
que desconhece a sua inclusão na Operação Rio Branco, pois não tem envolvimento com os fatos. Mencionou que
estava preso desde 2009, em virtude de tráfico de drogas, próximo à Rua Floriano Peixoto, esquina com Venâncio
Aires. Referiu que era funcionário de banca de camelô do “Zequinha”. Quando trabalhava, pediu um adiantamento
no dia anterior ao seu aniversário, Zequinha então passou o número de um rapaz que iria emprestar o dinheiro e era
para Paulo Ricardo ir buscar. Asseverou que foi a única vez que teve contato com essa pessoa, e que após ser preso
soube que a motivação se dava a essa ligação, a qual ocorreu tão somente uma vez (5.162 - fls. 7395).
RODRIGO SOARES DE JESUS, ao ser interrogado, disse que não é verdade a acusação que lhe está
sendo imputada. Falou que não conhece os demais acusados (255.3).
ROSINEI DOS SANTOS XAVIER, ao ser interrogado, negou os fatos descritos na exordial. Disse
que, na época, trabalhava como tele-moto e prestava serviços para muitas pessoas. Conhecia o acusado Adílson dos
camelôs e, quando solicitado para realizar serviços de banco, o fez. Sua esposa Fernanda Silva da Cruz, a qual
estava intimada, mas não pode comparecer, foi presa tão somente porque, em uma ligação com ela, Rosinei lhe
ofereceu um conjunto de calcinha e sutiã, o que a Polícia inferiu ser linguagem de tráfico. Ratificou que não tem
nada a ver com a Operação Rio Branco, e que o serviço de banco foi feito ao Adílson como o faz para todos. Nunca
foi pego com drogas e desconhece a motivação de ter sido envolvido no processo (5.162 - fls. 7395).
RUTE ROSENE MOREIRA DA SILVA foi dispensada da audiência de interrogatório, vez que optou
por fazer uso de seu direito constitucional ao silêncio (5.163 - fls. 7401B/7402v).
VOLMAR DO AMARAL FERNANDES, ao ser interrogado, disse que não teve qualquer
participação nos fatos descritos na denúncia, pois nunca teve envolvimento com o tráfico (255.4).
Agora, passo à análise efetiva do mérito da pretensão punitiva, separando esta decisão pelos fatos
elencados na exordial que não foram analisados em sede de preliminares:
DO FATO I
O FATO I descrito na exordial é, sem dúvidas, o mais extenso e mais complexo destes autos, mas, em
apertada síntese, refere-se ao delito de associação para o tráfico ilícito de entorpecentes praticado, supostamente,
pelos réus: ADILSON SANTOS COSTA, ADILSON SEVERO FRANCO, ADRIANO DE SOUZA PEREIRA,
ALBERTO SANTOS COSTA, ALBERTO SCHERER, ALEXSANDRO VICENTE DE ALMEIDA, ANA
CLAUDIA BANDEIRA SPENCER, ANA CRISTINA DE MOURA BITENCOURT, ANDERSON DA SILVA
SANTOS, AMANTINO PINHEIRO DE LIMA, ARTHUR DE SOUZA DELGADO, CARINA PERES VIEIRA,
CARLOS ALEX MAIA RODRIGUES, CARLOS SANABRIA, CESÁR SENA DA SILVEIRA, CINTIA DOS
SANTOS RODRIGUES, CLAUZIA NAIR ROSA DA SILVA, CRISTIAN FERNANDO RABISQUIM,
DANIELA TOLEDO DA SILVA, DÉCIO VAZ DE SOUZA, DENISE RODRIGUES ESTURDIO, DIEGO
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Inicialmente, destaco que dos 79 réus listados acima, apenas 57 deles serão julgados pela prática de
associação para o tráfico. Isso ocorre porque os denunciados Flávio de Medeiros; Alexsandro Vicente de Almeida;
Luis Henrique Barroso e Silva; Luis Carlos Carvalho Dias; José Ivan Rodrigues Da Silva; Luciano de Jesus;
Valdoir Ramos Acosta Filho; Vades Adani Milani; Adriano de Souza Pereira; Giovani Leonardi; Edilson Sena da
Silveira; César Sena da Silveira; Márcia Denise Ronau; Nélio Durante; Suelen da Rosa Moreira; Gilberto Abade
Severo Regio; Paulinho Lemes, Arthur de Souza Delgado e Paulo Celso Borges Alves foram excluídos da ação
penal (vide relatório da sentença). E, ainda, Fernanda Silva da Cruz, Mireli Dias Porto e Samir Almeida Hajar
Júnior tiveram suas punibilidades extintas em relação a este fato (vide item 1.b.f).
Durante a instrução processual deste feito, com a provas carreadas, e após a análise de todos os
documentos constantes na investigação policial denominada “Operação Rio Branco”, foi possível confirmar que a
maioria dos denunciados por este fato, inegavelmente, associaram-se para o cometimento do tráfico ilícito de
entorpecentes, motivo pelo qual suas condenações são medidas inafastáveis.
Como bem sustentado pelo Ministério Público em seu papel acusatório (5.1 - fls. 02 e seguintes), os
denunciados agiram de forma coordenada por meio de núcleos de traficantes que se situavam em diversas cidades
deste estado, inclusive no estado do Paraná. Vejamos:
[...] Durante os mais de dez meses de investigação (fase velada da operação) foram sendo revelados todos os
integrantes da organização criminosa, constatando-se que um grupo de traficantes estabelecidos em Santa Maria
agia de maneira coordenada com outros traficantes residentes em Porto Alegre/RS, Carazinho/RS, Cruz Alta/RS,
Cachoeira do Sul/RS, Caçapava do Sul/RS, Foz do Iguaçu/PR, bem como em municípios da Região do Vale dos
Sinos (Nova Hartz, Parobé e Novo Hamburgo).
A droga chegava aos denunciados residentes em Santa Maria através dos réus estabelecidos em Porto Alegre
(LUIS HENRIQUE BARROSO E SILVA e LUIS FERNANDO BARROSO E SILVA), Carazinho/Cruz Alta
(ALBERTO SCHERER e JORGE SCHERER – os quais posteriormente associaram-se a IDELSON PICCININ) –
e Vale dos Sinos (em Parobé e Nova Hartz os irmãos ‘DO AMARAL FERNANDES’, MILTO, VOLMAR e MARCO
ANTÔNIO, e em Novo Hamburgo FLÁVIO DE MEDEIROS).
As transações ocorridas entre os traficantes de Porto Alegre e Santa Maria envolviam a participação dos
denunciados localizados em Cachoeira do Sul, seja intermediando negócios, e/ou transportando a droga para
Santa Maria, e/ou conduzindo os veículos recebidos como pagamento para Cachoeira ou outras cidades.
Os denunciados localizados em Carazinho/Cruz Alta (ALBERTO e JORGE) e Vale dos Sinos (MILTO, VOLMAR,
MARCO ANTÔNIO e FLÁVIO) recebiam substâncias entorpecentes do núcleo situado em Foz do Iguaçu: aqueles
(Carazinho/Cruz Alta) através dos réus RODRIGO e PAULINHO LEMES, e estes (Vale dos Sinos) por meio dos
denunciados NERLY, MARCIEL e ALEXSANDRO (que posteriormente aliou-se a NELIO DURANTE), todos
residentes em Nova Hartz. Buscavam também drogas junto ao denunciado MAURÍCIO, e após, com EDONI e
GILMAR, residentes em Foz.
Assim, a droga recebida por NERLY, MARCIEL e ALEXSANDRO era repassada aos denunciados irmãos DO
AMARAL FERNANDES (MILTO, VOLMAR, MARCO) e FLÁVIO que, por sua vez, remetiam-na a Santa Maria,
ora em conjunto, ora de forma independente.
E por fim, o grupo de Santa Maria (LABI, DIL e BETÃO) fornecia drogas ao núcleo localizado em Caçapava do
Sul, que tem como principal expoente o denunciado LUIS CARLOS CARVALHO DIAS (PICACHO).
Os traficantes de Santa Maria (DIL, LABI e BETÃO) pagavam seus fornecedores (Porto Alegre, Carazinho/Cruz
Alta, Vale dos Sinos) mediante a entrega de veículos, a maioria provenientes do estado da Bahia (adquiridos por
RUBÃO), os quais então eram vendidos a terceiros por estes ou repassados aos seus fornecedores de Nova Hartz
e Foz do Iguaçu, para, da mesma forma, ser comercializados a terceiros ou simplesmente repassados. Exemplo
desta triangulação é o automóvel Toyota Corolla, cor preta, placas JPQ 2681 que em 29/10/09 foi recebido por
Rubão no Posto de Combustíveis Rubner, em Santa Maria; visualizado em sua garagem no dia 06/11/09 e
posteriormente localizado na revenda de veículos de propriedade do réu Nerly, em Nova Hartz, no dia 18/06/10
quando da prisão em flagrante do denunciado CRISTIAN.
No que tange à origem dos veículos que serviam como moeda de pagamento das substâncias entorpecentes,
acrescente-se que em algumas ocasiões os traficantes de Santa Maria, em especial BETÃO, abasteceram-se de
carros junto a revendedores desta cidade, os quais, da mesma forma, foram entregues aos fornecedores de droga
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O transporte das substâncias entorpecentes de Foz do Iguaçu para Carazinho/Cruz Alta, e destas para Santa
Maria; de Foz do Iguaçu para o Vale dos Sinos, deste para Santa Maria; de Porto Alegre para Santa Maria; e
desta para Caçapava do Sul, bem como a busca da moeda de pagamento – os veículos – era realizado por
pessoas contratadas pelos traficantes agenciadores dos negócios (‘mulas’) e também pelos próprios traficantes
principais.
A guarda e armazenamento da droga em cada núcleo é etapa que envolvia outra gama de colaboradores, além
dos traficantes principais na localidade respectiva.
Destaco, ainda, que cada núcleo que compunha a organização criminosa tinha seus próprios
integrantes, sendo que a função de cada um deles era previamente definida. Vejamos na sequência.
O núcleo de Santa Maria era composto, hierarquicamente, pelos réus ADILSON DOS SANTOS
COSTA (“o Dil”), ALBERTO SANTOS COSTA (“o Betão") e PAULO CÉZAR SEVERO LUCAS (o “Labi”),
além de ROBSON EPAMINONDAS SANTANA DE SOUZA (o “Rubão"). Os demais integrantes do núcleo ou
eram “guardadores” ou eram “mulas”, os quais transportavam as drogas a mando dos traficantes principais.
Assim, Adilson, Alberto, Robson e Paulo Cézar eram os “cabeças” da operação, ou seja, eles
compravam drogas de outras regiões do estado (e também fora do estado), efetuavam o pagamento aos
fornecedores, decidiam como seria a guarda e o armazenamento dessas substâncias ilícitas na cidade, ordenavam
que as “mulas” entregassem aos usuários e traficantes locais secundários e/ou vendiam o produto para outras
regiões (geralmente Caçapava do Sul).
Essas informações foram amplamente ratificadas por todos os policiais ouvidos em juízo e que
participaram da operação (vide transcrição de depoimentos acima), além dos documentos juntados durante as
investigações.
O Delegado da Polícia Federal, DIOGO CANEDA DOS SANTOS, referiu que “Quanto ao chefe da
sociedade, explicou que, em Santa Maria, havia quatro principais traficantes, sendo que entre eles havia uma
espécie de associação. “Betão”, “Dil”, “Labi” e “Rubão” atuavam em Santa Maria” e que “Adilson dos Santos
Costas, de alcunha “Dil”, era um dos principais traficantes de Santa Maria, com antecedentes pelo mesmo crime”
(vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Diogo Caneda dos Santos).
Por sua vez, o Policial Federal JOÃO ANTÔNIO POSSEBON asseverou que “estava na coordenação
da operação. Ela me foi apresentada como uma investigação de tráfico de drogas, que já tinham sido levantadas as
informações e, inicialmente começamos com algo que era o Adilson, conhecido por Dil, Adilson dos Santos, e o
Robson Epaminondas Santana de Souza o Rubão” (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de João Antônio
Possebon).
Assim, denota-se que não há qualquer dúvida sobre o cometimento de crimes por parte dos réus
acima citados, sobretudo porque inexiste qualquer motivo hábil para supor que TODOS os policiais ouvidos em
juízo estivessem falando qualquer inverdade.
Por outro lado, Robson Epaminondas também mantinha associação com Adilson, Alberto e Paulo
Cézar, tendo em vista que ele, além de traficante, era o financiador do esquema de traficância (adquiria veículos na
Bahia e repassava, a mando de Adilson, Alberto e Paulo Cézar, para os fornecedores de drogas destes).
Quanto a Robson, sua atuação na associação criminosa será melhor explicada no decorrer do FATO
IV, mas, de antemão, adianto que a comprovação das condutas desse agente obtidas em sede judicial, restaram
confirmadas durante a instrução criminal por todos os policiais ouvidos em juízo (vide transcrição de depoimentos
acima).
Ainda, o grupo de réus secundários (“mulas”, vendedores, armazenadores, fornecedores, etc. que
eram controlados por Adilson, Alberto e Paulo Cézar) era composto por 27 (vinte e sete) pessoas - as quais também
foram denunciadas pelo delito de associação para o tráfico de drogas. São elas: Ana Cláudia Bandeira Spencer,
Edison Lunardi Canabarro, Alberto Scherer, Jorge Scherer, Milto Luis do Amaral, Volmar do Amaral Fernandes,
Marco Antonio do Amaral Fernandes, Diego Rodrigues, Fabrício Costa Silveira, Fernanda Silva da Cruz, Flávio de
Medeiros Leite, José Ivan Rodrigues da Silva, Luciano de Jesus, Maicon Mendes Vargas, Michele dos Santos,
Paulo Cezar Bairros da Silva, Paulo Ricardo Gomes, Rosinei dos Santos Xavier, Samir Almeida Hajar Júnior,
Valdoir Ramos Acosta Filho, Carlos Alex Maia Rodrigues, Cíntia dos Santos Rodrigues, Denise Rodrigues
Estúrdio, Carina Peres Vieira, Clauzia Nair, Elizeu Eliu Moreira da Silva e Rute Rosene Moreira da Silva.
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 39/84
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a esses denunciados.
Por outro lado, restou amplamente comprovado nos autos que a denunciada ANA CLÁUDIA
BANDEIRA SPENCER participava da associação criminosa como transportadora de drogas para Santa Maria.
Além de todos os depoimentos dos agentes policiais atuantes na operação que ratificaram a conduta da acusada,
destaco a fala do Delegado da Polícia Federal, Diogo Caneda dos Santos, que afirmou que “no dia 20/11/2009
Flávia efetuou a entrega de 2,100kg de crack para a Ana Cláudia Bandeira Spencer, que logo após foi presa na
Rodoviária de Santa Maria” (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Diogo Caneda dos Santos).
Ademais, há nos autos o Relatório de Vigilância n.º 08, onde está comprovada pela prisão em
flagrante de Ana Cláudia, em 20/11/2009, enquanto transportava 2,1 kg (dois quilos e cem gramas) de crack para
Santa Maria.
Da mesma forma, amplamente comprovado está que EDISON LUNARDI CANABARRO era
participante da associação criminosa como transportador de drogas para Santa Maria. Todos os depoimentos
policiais vão neste sentido,entretanto, para não pairar dúvidas, ressalto o depoimento de Iguatemi, que afirmou que
“no mês de maio foi feito o flagrante de Edison Canabarro, que foi abordado com 3kg de crack trazido de Nova
Hartz para ser entregue ao “Dil”, “Betão”, “Labi” e “Rubão”” (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de
Iguatemi de Freitas).
O Relatório de Vigilância n.º 24 dos autos também ratifica a informação prestada pelo agente.
Já ALBERTO SCHERER participava da associação para o tráfico como fornecedor de drogas para o
núcleo de Santa Maria, ou seja, Alberto entregava as drogas para um terceiro trazer até a cidade. Essa informação
foi confirmada por meio do depoimento do Delegado Diogo, o qual disse em juízo que Alberto “exercia a
traficância forte com seu irmão Jorge Scherer, pois eles se abasteciam de drogas em Foz do Iguaçu e repassavam
para os traficantes de Santa Maria” (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Diogo Caneda dos Santos).
Também há nos autos o Relatório de Vigilância nº 08 confirmando essa versão do Delegado, já que
nele está especificado que a droga apreendida com Ana Cláudia (enquanto transportava para Santa Maria) foi
apanhada junto de Alberto Scherer e Jorge Scherer (evento 436 - 50010014320108210027).
Não obstante, todos os demais agentes policiais ouvidos em juízo ratificaram a informação de que
Alberto era um dos fornecedores de drogas para o núcleo Santa Maria.
Ainda, Alberto Scherer participava da associação na companhia de seu irmão JORGE SCHERER,
este também um dos principais fornecedores de substâncias ilícitas para Santa Maria à época dos fatos. A
confirmação de sua participação vem embasada na análise de todos os depoimentos policiais, os quais foram
uníssonos ao afirmar que os irmãos Scherer forneciam grandes quantidades de drogas para outros traficantes de
diversas regiões.
Nesse mesmo sentido está o depoimento do Delegado Diogo, o qual asseverou em juízo que “ele
(Jorge Scherer) traficava, fornecia drogas e adquiria em Foz do Iguaçu para trazer para Santa Maria” (vide item
2.a.a - transcrição do depoimento de Diogo Caneda dos Santos).
O Delegado também afirmou que “em troca dessas drogas, recebia veículos de “Rubão” e que “após
Jorge ser preso, continuou traficando por intermédio de Flávia (esposa de Jorge), pois utilizava celular no
presídio”.
Essa informação é ratificada por todos os policiais ouvidos em juízo, mas, para sedimentar a prova,
ressalto a informação que Orli Ernesto da Vies, agente da Polícia Federal, prestou em juízo. Esse policial federal
afirmou que “foi na casa dele (Milto) que foram carregados os 3kg de drogas pelo Edinho” e ainda que “visualizou
quando Volmar do Amaral se encontrou com “Edinho” em Nova Hartz, no Posto Free Vale, e os dois foram até a
casa de Milto, local onde foram carregados os entorpecentes” (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Orli
Ernesto da Viés).
Já MARCO ANTÔNIO DO AMARAL participava da associação juntamente com seus dois irmãos,
Milto e Volmar. Ficou comprovado nos autos que, muito embora Marco ajudasse seus irmãos a fornecer drogas
para Santa Maria, sua principal função no grupo era a de vender os carros que Milto e Volmar recebiam como
forma de pagamento pelas drogas deixadas em Santa Maria.
Todos os depoimentos policiais envolvidos na operação vão nesse sentido. Todavia, destaco o
depoimento do Delegado Diogo, o qual disse em juízo que “os irmãos recebiam os veículos em pagamento pelas
drogas e que os referidos carros eram colocados à venda na loja do Marcos do Amaral, que inclusive está registrada
em nome da ré Márcia Denise Ronnau (companheira de Nerly)” (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de
Diogo Caneda dos Santos).
No mesmo viés, está o depoimento de Orli Ernesto, o qual afirma que “ele (Marco Antônio) tinha
uma revenda de veículos em Nova Hartz, onde costumeiramente se reuniam o “Nego”, o Marciel, os outros dois
irmãos dele, o Volmar e o Milto e lá eles despachavam os carros que eram recebidos aqui na cidade” (vide item
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 40/84
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Mas, destaco o depoimento de Hailton Iguatemi de Campos que, ao ser ouvido em juízo, contou que
participou da prisão em flagrante do acusado e que encontrou uma pedra de crack, várias sacolas que tiveram
descartadas a parte da alça, denotando que o restante do plástico teria sido usado para embalar drogas, além de um
cartucho calibre 38mm (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Hamilton Iguatemi).
A testemunha ainda afirmou que, embora o réu tivesse alegado ser usuário, não foi encontrado nada
na residência que fizesse referência a uso.
Também destaco, nessa oportunidade, a fala do Delegado ouvido em juízo, já que ele afirmou que
Diego era associado a Adilson Santos Costa, mas em grau menor na hierarquia do núcleo (vide item 2.a.a -
transcrição do depoimento de Diogo Caneda dos Santos).
Não obstante, há nos autos diálogo captado por meio de interceptação telefônica entre Adilson dos
Santos Costa (“Dil”) e Diego, comprovando que o réu vendia/intermediava a venda de drogas (degravação - página
41 - evento 436 - PROCJUDIC6- 5001001-43.2010.8.21.0027).
Essa informação ficou amplamente comprovada nos autos, sobretudo pelo depoimento dos agentes
policiais que foram uníssonos nesse sentido e pelas interceptações realizadas em sede de investigação.
Como no caso do diálogo entre Fabrício e Adilson dos Santos Costa, comprovando que o acusado
entregava/vendia drogas (degravação - página 41 - evento 436 - PROCJUDIC 26 e páginas 27/28 - 436.32).
Também aportou aos autos a transcrição de um diálogo que foi interceptado entre um comprador e
Fabrício, onde Michele aparece ao fundo e ratifica que ela tinha conhecimento e apoiava o acusado na venda de
tóxicos (436.39 - fls. 03).
No mesmo sentido, aportou aos autos a transcrição de um diálogo interceptado pela Polícia Federal
entre Paulo César Bairros da Silva e Paulo Cezar Severo Lucas, confirmando que Paulo César era o responsável
pela guarda/entrega de drogas em Santa Maria (436.38 - fls. 43).
Por outra banda, no que diz respeito a CARINA PERES VIEIRA, ela participava da associação como
vendedora/distribuidora/abastecedora de pontos de vendas de drogas. Essa informação foi confirmada a partir dos
depoimentos judiciais, destacando-se a inquirição do Delegado de Polícia Federal Diogo, o qual referiu que “ela
era uma das vendedoras (“vapozeira”) a mando do traficante “Dil” e que “Carina foi flagrada em interceptações
telefônicas fazendo o comércio das drogas e que, ainda, ela confessou a prática ao ser ouvida na Delegacia”.
Ainda, CLAUZIA NAIR ROSA DA SILVA também participava da associação criminosa como
vendedora/distribuidora/abastecedora de pontos de venda de drogas. A denunciada era companheira de Elizeu Eliu
e, quando este não estava em casa, Clauzia fazia a entrega de drogas e recebia o pagamento dos consumidores.
Essa informação foi ratificada pelas interceptações realizadas de conversas entre Clauzia e Elizeu
(degravações - páginas 11/13 - evento 436 e páginas 17/22 - 436.48).
Por seu turno, ELIZEU ELIU MOREIRA DA SILVA participava da associação como um dos
abastecedores de drogas para a região. Além dos diálogos interceptados (parte deles colado acima), há também nos
autos o depoimento judicial do agente policial Iguatemi, o qual confirma a participação de Elizeu. Iguatemi
asseverou que “ocorreu o flagrante de Arthur de Souza Delgado na posse de 37 gramas de cocaína e 7g de
maconha, que haviam sido adquiridas com Elizeu” e que “ocorreu o flagrante de Giovani e Adriano, em março,
que estavam na posse de 55g de crack que haviam adquirido com Elizeu” (vide item 2.a.a - transcrição do
depoimento de Iguatemi de Freitas).
MAICON MENDES VARGAS também participava da associação como vendedor, distribuidor e/ou
abastecedor de pontos de venda de drogas. Essa informação é ratificada em todos os depoimentos testemunhais
prestados em juízo pelos agentes policiais que participaram da investigação.
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 41/84
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Acho importante destacar a fala do miliciano Iguatemi de Freitas, uma vez que ele confirma que há
vários contatos entre Maicon e Adilson, os quais não deixam nenhuma dúvida de que as conversas tratavam-se de
negociações de drogas. Ademais, a testemunha disse que o acusado foi “monitorado e que foi constatado pelos
agentes que ele possuía três pontos de vendas de drogas, sendo que as drogas ele pegava com “Dil” e após os
“vapozeiros” distribuíam” (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Iguatemi de Freitas).
De mesmo modo, CARLOS ALEX MAIA RODRIGUES participava da associação como apoiador do
réu Flávio de Medeiros Leite, para realizar a distribuição/venda de drogas recebidas por Flávio.
Essa tarefa também passou a ser executada por CÍNTIA DOS SANTOS RODRIGUES (ex-
companheira de Flávio de Medeiros, o “Nariz”). Essas informações foram amplamente ratificadas ao longo da
persecução penal, sobretudo pelos depoimentos policiais em juízo e pelas interceptações realizadas ainda em sede
policial (degravações das interceptações telefônicas - páginas 31 - 436.53).
No mesmo sentido, restou comprovado que RUTE ROSENE MOREIRA DA SILVA participava,
inicialmente, da associação criminosa como assessora de seu companheiro Paulo Cézar Severo Lucas (um dos
principais traficantes de Santa Maria). Todavia, quando Paulo Cezar foi preso, Rute passou a ser uma das
comandantes do tráfico da região.
Essa informação ficou amplamente ratificada pelos depoimentos policiais no curso da instrução
criminal, além das interceptações telefônicas captadas. Como no diálogo interceptado entre Rute e Adilson dos
Santos, confirmando que a ré assumia as responsabilidades do companheiro enquanto este não podia fazê-lo
(degravações das interceptações telefônicas - página 13 - 436.12).
Para fins de comprovação, há também diversos outros diálogos interceptados onde Rute aparece
auxiliando nas negociações de seu marido (página 34/36 - 436.18, página 23 - 436.36, página 43 - 436.38, páginas
21/23 - 436.57).
Da mesma forma, PAULO RICARDO GOMES residia em Santa Maria e participava da associação
como auxiliar de Adilson, pois traficava para este agente. Essa informação restou amplamente comprovada nos
autos não apenas pelos depoimentos policiais prestados em juízo, mas também pelos documentos carreados ao
feito.
Destaco, nesse sentido, o depoimento de Iguatemi, o qual asseverou em juízo que Adilson dos Santos
Costa era o fornecedor de drogas a pequenos traficantes de Santa Maria, como o caso de Paulo Ricardo (vide item
2.a.a - transcrição do depoimento de Iguatemi de Freitas).
E, ainda, Iguatemi ratificou que foi presenciado o momento em que Adilson entregou pessoalmente
os entorpecentes a Paulo Ricardo (que foi preso em flagrante logo em seguida).
No mesmo viés, destaco que em 25/11/2009, em ação controlada pelo Núcleo de Análise da Polícia
Federal, conforme explanado nos depoimentos policiais, foi realizada a prisão em flagrante de Paulo Ricardo
Gomes na posse de 50g (cinquenta gramas) de crack, fornecidas por Adilson (o “Dil”).
Não obstante, aportaram aos autos as conversas travadas entre os dois denunciados, confirmando que
Paulo traficava para Adilson, já que ficou evidenciado que era corriqueira a tratativa de entrega de drogas entre eles
(degravações das interceptações telefônicas - páginas 21/22 - 436.15).
No mesmo sentido, ROSINEI DOS SANTOS XAVIER também residia em Santa Maria e participava
da associação como auxiliar de Adilson, traficando por ordem deste agente. Essa informação ficou amplamente
comprovada nos autos tanto pelas interceptações telefônicas autorizadas por este juízo quanto pelo depoimento
judicial dos policiais atuantes na investigação.
Sobre os depoimentos, embora a grande maioria dos agentes cite o nome de Rosinei, destaco, a título
ilustrativo, a fala do Agente Policial Iguatemi quando reportou que, “foi feito um flagrante de Rosinei dos Santos
Xavier e Fernanda Cruz, em que apanharam 31 gramas de “crack” também com o Adilson dos Santos, o “Dil” lá no
camelódromo, depois seguiram de ônibus, retornando a sua residência onde eles foram abordados, ocasião em que
foi encontrada a droga na bolsa de Fernanda” (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Iguatemi de Freitas).
Nessa fala, apesar de o policial afirmar que a droga foi encontrada na bolsa de Fernanda (mesmo
Rosinei estando junto), importante destacar a fala de outro policial, o Orli, o qual disse em juízo que visualizaram,
também, ocasiões em que Rosinei recebeu substâncias de forma direta e logo após foi preso em flagrante (vide
item 2.a.a - transcrição do depoimento de Iguatemi de Freitas).
Nesse sentido, também veio a calhar o fato de que há uma sequência de diálogos interceptados
mostrando que no dia anterior ao da prisão de Rosinei, este acusado já estava tentando adquirir mais entorpecentes
com Adilson (degravações das interceptações telefônicas - páginas 24/25 - 436.18).
Ademais, esta não foi a única transação entre Adilson e Rosinei. Antes desta houve outras
negociações, como demonstram os demais diálogos interceptados (degravações das interceptações telefônicas -
páginas 26 e 28 - 436.38).
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E, conforme a sequência de interceptações juntadas no processo, mesmo após sua prisão, Rosinei
continuou a tratar (por telefone) com Adilson acerca do pagamento das dívidas que possuía com este, decorrentes
das aquisições de drogas para repassar aos usuários (degravações das interceptações telefônicas - página 9/10 -
436.22).
Também aportou aos autos uma conversa interceptada entre Rosinei e sua companheira (Fernanda
Silva Cruz), na qual eles comentavam sobre suas negociações de vendas de drogas. Contando, inclusive, que há um
terceiro que realiza a venda no varejo - diretamente aos usuários - e que este estaria utilizando para consumo
próprio parte da droga pela qual era encarregado de vender, causando prejuízos (degravações das interceptações
telefônicas - página 28 - 436.53 e 436.38).
Do teor da conversa degravada, observa-se claramente, que Fernanda estava explicando para Rosinei
sobre o desenrolar das negociações referentes às vendas de drogas.
O núcleo do Vale dos Sinos, por sua vez, era composto, prioritariamente, por Flávio de Medeiros, sua
companheira Daniela Toledo e os irmãos “do Amaral Fernandes”. Os demais integrantes (Adilson Severo Franco,
Carlos Sanabria, Anderson da Silva Santos, Maurício Sardos Basquez, Maria Cleni Bueno, João Alberi
Schumacher, Cristian Fernando Rabisquim, Juarez Sebastião Bordinhão, Marciel de Almeida Santos, Nerly José de
Almeida, Luciani do Amaral Fernandes, Mireli Dias Porto, Décio Vaz de Souza, Ricardo Alexandre de Vargas,
Amantino Pinheiro de Lima, Sandro Jornada do Amaral, Gustavo Carvalho da Cunha, Vades Adani Milani, Márcia
Denise Ronau, Alexandro Vicente de Almeida e Nélio Durante) faziam o serviço a mando dos “cabeças” do
núcleo.
Destaco que Flávio de Medeiros foi excluído da ação penal em razão de seu óbito, todavia este será
mencionado na sequência (por diversas vezes) para que possamos melhor compreender o funcionamento do grupo
de traficantes de sua região.
De outra banda, deixo de especificar, neste momento, as condutas dos irmãos “do Amaral Fernandes”,
porque as descrevi acima, enquanto mencionava o núcleo de Santa Maria, quando narrado que eles eram um dos
principais fornecedores de drogas para aquele grupo, assim como Flávio de Medeiros também o era.
Ainda, permito-me a não especificar a conduta de Vades Adani Milani, Márcia Denise Ronau, Mireli
Dias Porto, Alexsandro Vicente de Almeida e Nélio Durante, por terem sido excluídos da ação penal.
DANIELA TOLEDO DA SILVA residia, inicialmente, em Santa Maria, mas depois de algum tempo
fixou residência em Novo Hamburgo. Daniela era companheira de Flávio de Medeiros, o qual foi extinto da ação
em razão de sua morte.
A acusada participava da associação criminosa como apoiadora de Flávio de Medeiros, vez que
atuava nas partes financeira e logística do tráfico comandado por seu esposo à época. Essas informações restaram
amplamente demonstradas nos autos por meio de todos os depoimentos dos policiais em juízo.
Todavia, destaco o depoimento do Delegado de Polícia Federal, Diogo, o qual afirmou que Daniela
atuava no tráfico junto com Flávio, fazendo cobranças e lidando com a parte financeira/logística (vide item 2.a.a -
transcrição do depoimento de Diogo Caneda dos Santos).
Ainda, o delegado contou que a ré era quem “despachava” Gustavo Carvalho para transportar drogas
para Santa Maria, sendo que essa informação também pode ser auferida por meio das interceptações telefônicas
sobre as conversas entre ambos (Gustavo e Daniela - degravações das interceptações telefônicas - páginas 12/15 -
436.15)
Da mesma forma, SANDRO JORNADA DO AMARAL residia no Vale dos Sinos e participava
ativamente da associação como “mula” de Flávio de Medeiros. Ou seja, era transportador de drogas.
No mesmo sentido são as conversas interceptadas entre Flávio de Medeiros e Sandro (degravações
das interceptações telefônicas - página 28/30 - 436.23).
Já AMANTINO PINHEIRO DE LIMA também residia no Vale dos Sinos e participava da associação
como ajudante de Flávio de Medeiros, participando das negociações que envolviam os veículos recebidos por
Flávio de Medeiros como forma de pagamento pelas drogas fornecidas a Santa Maria.
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 43/84
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O acusado fazia o transporte dos carros e também os pilotava nas entregas de entorpecentes. Essa
informação é ratificada pelos depoimentos dos agentes policiais envolvidos na operação.
Para não restar dúvidas, ressalto o depoimento do Delegado Diogo, o qual asseverou que Amantino “
auxiliava Flávio na questão do transporte de drogas e na remessa dos carros como meio de pagamento para a região
do Vale dos Sinos” (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Diogo Caneda dos Santos).
Não obstante, há nos autos diversos diálogos entre Amantino e Flávio de Medeiros, de forma a deixar
clara a sua participação e envolvimento com o tráfico (degravações das interceptações telefônicas - página 20 -
436.41; Páginas 6/7 e 12/13 - 436.44).
RICARDO ALEXANDRE DE VARGAS também residia na região do Vale dos Sinos e atuava na
associação como ajudante de Flávio de Medeiros. Ele participava das negociações que envolviam os veículos
recebidos por Flávio em trocas das drogas vendidas para o núcleo de Santa Maria, de forma que transportava tais
carros.
Essa informação ficou comprovada não só pelos depoimentos testemunhais dos policiais envolvidos
na operação, mas também pelas interceptações telefônicas (degravações das interceptações telefônicas - página
15/16 - 436.27).
Em dado momento de uma das conversas, Ricardo chama Flávio de Medeiros de “meu chefe”
(páginas 17/18 - 436.27).
DÉCIO VAZ DE SOUZA também residia na região do Vale dos Sinos e participava da associação
como ajudante de Flávio de Medeiros, mais especificamente no que se refere a efetuar a entrega das drogas e fazer
cobranças relativas a elas, em nome de Flávio.
Ademais, restou comprovado nos autos que Décio também recebia, guardava e negociava os veículos
recebidos por Flávio como pagamento pelas substâncias ilícitas fornecidas à Santa Maria. Essa informação ficou
amplamente comprovada nos autos não só pelos depoimentos testemunhais prestados em sede judicial, mas
também por documentos juntados durante a investigação policial e que, em sede judicial, foram ratificados pelas
oitivas dos policiais.
Nesse sentido, destaco o Relatório de Vigilância de n. 14 e de Análise de n° 24, que comprova que o
acusado recebia, guardava e negociava os veículos entregues pelos compradores como pagamento pelas
substâncias entorpecentes (imagens juntadas aos autos - páginas 16/17- 436.45).
Ademais, há uma interceptação telefônica nos autos, na qual Décio conversa com o denunciado Milto
acerca da negociação de um veículo que foi recebido em razão do fornecimento de drogas (degravações das
interceptações telefônicas - página 22 - 436.56).
Ainda, LUCIANI DO AMARAL FERNANDES também residia na região do Vale dos Sinos e
participava da associação como comparsa de seus irmãos Milto, Marcos e Volmar. Ela fornecia seu nome para que
os irmãos pudessem utilizá-lo para registrar os veículos recebidos como pagamento de drogas.
Ademais, seus irmãos também utilizavam sua conta corrente para encobrir movimentações
financeiras oriundas da prática do tráfico ilícito. Essas ações, conforme comprovado, foram com total
consentimento e anuência de Luciani.
Para evidenciar a utilização de sua conta como destinatária de valores oriundos do tráfico de drogas,
cita-se o áudio captado na data de 05/05/2010, entre Milto e Alberto, em que Alberto informa que pegou o número
da conta com o denunciado Adilson (degravações das interceptações telefônicas - página 13 - 436.44).
Não obstante, aportou ao presente processo um extrato de conta corrente em nome de Luciani, datado
de 27/04/2010, ratificando as informações trazidas.
Nesse sentido, mister destacar o áudio juntado aos autos do dia 27/04/2010, em que o réu Adilson
informa ao denunciado Volmar que depositou R$2.000,00 (dois mil reais). Esse depósito foi efetuado na conta de
Luciani (página 47- 436.43 e página 1 436.44).
Por seu turno, NERLY JOSÉ DE ALMEIDA também residia na região do Vale dos Sinos e
participava da associação como fornecedor de drogas para os irmãos “do Amaral Fernandes” e para Flávio de
Medeiros. O réu adquiria as substâncias ilícitas do estado do Paraná, na cidade de Foz do Iguaçu.
Nerly era proprietário de uma revenda de veículos na cidade de Nova Hartz e também recebia
veículos como pagamento de drogas, de modo que os colocava à revenda em sua loja para que fossem, de forma
legal, repassados a terceiro.
Nesse sentido são todos os depoimentos policiais prestados em juízo, mas, para não restar qualquer
dúvida, ressalto a fala do Agente Policial Iguatemi, o qual referiu que “os envolvidos (na associação) adquiriam
drogas ora com o grupo de Nova Hartz, com Volmar e com Nilton e ora com Flávio de Medeiros e esses referidos
adquiriam a droga com Nerly, sempre existindo um vínculo entre eles” (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento
de Iguatemi de Freitas).
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 44/84
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Ademais, há nos autos inúmeras interceptações telefônicas ratificando que Nerly era o principal
fornecedor de entorpecentes de Flávio de Medeiros e dos irmãos “do Amaral Fernandes” (páginas 40/41-
PROCJUDIC43; evento 436 - 5001001-43.2010.8.21.0027). No diálogo entre Nerly e Marciel, há referência ao
denunciado Milton.
Ainda, no mesmo sentido há um diálogo entre Milton e Nerly (página 3 - 436.44); bem como entre a
advogada dos acusados e Nerly, evidenciando que a droga transportada em certa ocasião por Maurício Sardos
Basquez pertencia a Nerly (página 1/3 - 436.47).
Ficou amplamente constatado nos autos que Marciel, na maioria das vezes, buscava as drogas em Foz
do Iguaçu/ PR em nome de Nerly. Nesse sentido, mister destacar que Marciel foi preso em flagrante enquanto
ajudava no transporte de cerca 15,800kg de crack, enquanto retornava da cidade paranaense.
Essas informações, inicialmente obtidas por meio das interceptações telefônicas e demais diligências
policiais, foram comprovadas em juízo pelos depoimentos prestados pelos agentes da Polícia Federal.
Destaco, nesse momento, a fala do Agente Policial Iguatemi de Freitas, momento em que ele afirma
que “ao final do mês de maio também ocorreu o flagrante de Marciel de Almeida e Maurício Basquez, com
aproximadamente 16 kg de crack” e ainda “(o núcleo) Nova Hartz era composto por Nerly, Alexsandro e Marciel
Almeida” (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Iguatemi de Freitas).
Não obstante, no que se refere à viagem de Marciel para Foz do Iguaçu, há a interceptação de um
diálogo ocorrido entre ele e Nerly. Nessa conversa Nerly “autorizou” Marciel a viajar com o carro de Alexsandro (o
qual foi denunciado e posteriormente excluído da ação penal). Degravação da interceptação telefônica - (página 34
- 436.47).
Ademais, também constam nos autos algumas conversas entre Marciel e Maurício, indicando que, de
fato, os dois possuíam vínculos estreitos, tornando evidente que, quando da prisão em flagrante, os dois viajavam
juntos (página 9/10 - 436.48 e páginas 41/42 - 436.43).
Aliás, como bem pontuado pela acusação e comprovado em juízo pelos agentes milicianos, quando
das prisões de Maurício e Marciel, foi apreendido em poder de Maurício, fornecedor de drogas residente em Foz do
Iguaçu/PR, um cheque no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), Banco Itaú, agência 7323-2, C/C: 05813-6,
emitido por Maria Cleni Bueno. Marciel efetuou o pagamento de parte da droga com cheque de conta corrente
controlada por Nerly, seu sócio.
Quanto a JUAREZ SEBASTIÃO BORDINHÃO, o qual também residia na região do Vale dos Sinos
e participava da associação como transportador de drogas a mando de Nerly, aportaram aos autos diversas provas
judicializadas neste sentido, frisando que os depoimentos colhidos em juízo e as interceptações telefônicas
realizadas foram os principais meios de provas levados à formação deste juízo condenatório.
Ademais, consta nos autos o auto de prisão em flagrante, apontando a oportunidade em que Juarez
foi preso, em 25/03/2010, na Cidade de Parobé/RS, próximo ao acesso de Nova Hartz, na posse de
aproximadamente 10 kg de crack, no fundo falso de um veículo Fiat/Uno, placas LYN 8770, de Nova Hartz/RS.
A atuação dele dentro do núcleo ficou amplamente comprovada em sede judicial, mas, sobretudo,
destaco o depoimento do Delegado Diogo, o qual afirmou perante este magistrado que “ele apareceu na
investigação quando foi preso em flagrante em Nova Hartz, no dia 17/06/2009, com aproximadamente 92kg de
cocaína” e, ainda, que “no momento em que estava sendo cumprindo esse MBA, chegou até a residência o Cristian
Rabisquim e, ao ser revistado, foi encontrada a chave de um Hyundai, momento em que ele acabou revelando que
aquela era uma chave de uma camionete que estava estacionada na loja de propriedade da Nerly. Então os agentes
se deslocaram até lá e encontraram quase 80 kg de cocaína” (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Diogo
Canetas dos Santos).
Ademais, Cristian foi diversas outras vezes citado durante a oitiva dos investigadores.
E também, há nos autos inúmeras conversas interceptadas que vinculam Cristian ao grupo criminoso
(página 5/8 - 436.57).
JOÃO ALBERI SCHUMACHER também residia na região do Vale dos Sinos e participava da
associação como guardador/armazenador de substâncias ilícitas. Nesse sentido estão todos os depoimentos
policiais colhidos em sede judicial, os quais referem diversas vezes a participação de João Alberi no grupo
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 45/84
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criminoso.
Saliento, todavia, o depoimento prestado em juízo do Delegado Diogo, o qual asseverou que “quando
a droga ia para Nova Hartz ficava na casa de João Alberi e Maria Cleni e lá, inclusive, foi encontrado um
laboratório de beneficiamento de cocaína (onde foram apreendidos quase trinta quilos da droga, prensa hidráulica,
álcool e demais produtos químicos)” (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Diogo Canetas dos Santos).
Ainda, destaco os diálogos que comprovam que as substâncias entorpecentes, em regra, ficavam
armazenadas na casa de João Alberi, mas a movimentação das drogas, realizada por Alexsandro e João Alberi, era
sempre precedida de ordem ou autorização de Nerly (436.47 e 436.48).
MARIA CLENI BUENO, companheira de João Alberi, residia na região do Vale dos Sinos e
contribuía com a associação criminosa como guardadora/armazenadora de substâncias ilícitas. Maria Cleni também
servia como “laranja” para as operações ilegais realizadas por seu marido, vez que a denunciada controlava uma
conta-corrente na qual eram feitas movimentações de valores envolvendo transações de drogas por seu
companheiro.
Nesse sentido, cabe destacar que quando ocorreram as prisões de Maurício e Marciel, em 21/05/2010,
restou apreendido em poder de Maurício um cheque no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), emitido por
Maria Cleni, da conta que é controlada por Nerly, em razão do pagamento das drogas recebidas por este último.
Destaco a fala em juízo do agente Iguatemi, o qual relatou que “ela (Maria Cleni) não tinha como não
saber da droga apreendida na sua residência, tendo em vista que a substância estava em um local bastante visível”.
Nesse viés também está a fala do Delegado Diogo, ouvido em juízo, o qual destacou que “há um áudio em que
uma funcionária do Banco Itaú telefona para o Nerly e diz que foi depositado um cheque de 15 mil reais na conta
dele e outro na conta de Maria Cleni, momento em que pergunta se era para pagar esses cheques e ele diz que sim”
(vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Diogo Canetas dos Santos e Iguatemi Freitas).
Nesse sentido encontra-se o depoimento em juízo do Agente Policial Orli, o qual confirmou que “ele
foi preso em flagrante no momento em que conduzia uma caminhonete F1000, com cerca de 16 quilos de drogas, e
que na mesma oportunidade o acusado Marciel estava junto”. (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Orli
Ernesto da Viés).
No mesmo viés encontram-se os diálogos interceptados pela Polícia Federal (página 1/3 - 436.48).
Conforme as transcrições, foi plenamente possível evidenciar que Maurício era responsável pelo transporte de
drogas adquiridas por Nerly.
O núcleo de Carazinho e Cruz Alta, por sua vez, era composto, prioritariamente, pelos irmãos
“Scherer”, ou seja, Alberto Scherer e Jorge Scherer. Todavia, deixo de especificar, neste momento, as condutas dos
irmãos porque as descrevi acima, enquanto mencionava o núcleo de Santa Maria, em razão de que eles eram um
dos principais fornecedores de drogas para aquele grupo.
Os demais integrantes (Giselda da Silva Cavalcanti, Flávia Trindade de Souza, Rosane Scherer,
Idelson Piccinin, Paulinho Lemes, Geraci Terezinha Borges e Jaime Batista Cardoso) faziam o serviço a mando dos
“cabeças” (irmãos Scherer) do núcleo.
No mesmo norte, não irei especificar a conduta de Paulinho Lemes, por ter sido excluído da ação
penal.
GISELDA DA SILVA CAVALCANTI era companheira do réu Alberto Scherer e passou a participar
de forma mais efetiva da associação criminosa quando seu esposo foi preso, tendo em vista que Alberto repassava
ordens para ela de dentro do presídio (para que o negócio delitivo não tivesse fim).
Nesse sentido são todos os depoimentos policiais prestados em juízo, mas, assinalo de forma incisiva
a fala do Delegado Diogo, na qual ele ratificou que mesmo depois da prisão, Alberto Scherer seguiu traficando por
intermédio de sua esposa Giselda (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Diogo Caneda dos Santos).
Ainda, o Delegado confirmou em juízo que foi apreendido junto com Giselda um documento
apresentando uma tabela de preços de veículos pertencente a ela e a Alberto Scherer (onde ao invés de constarem
os preços em reais, constavam em quilogramas de drogas), o documento pode ser verificado no evento 5.5 - fls.
226.
Ressalto que o Ford/Focus que aparece na tabela é o de cor prata e placas IOY-5575, o qual está
cotado, segundo a tabela apreendida em poder de Giselda, em 3,50 Kg. Por outro lado, o Bora que está cotado a
2,50 Kg na tabela é o VW/Bora, de cor branca e placas CVK-8881, conforme descrito no Relatório de Vigilância nº
001 PFO e de Análise nº 02 - proc. nº 027/2.09.0011606-4.
Todos os veículos lá descritos estão registrados em nome da ré, sendo que o VW/Bora era
frequentemente utilizado por Giselda.
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Ainda, a camioneta avaliada em 3 Kg é a Ford/Ecosport XL, de cor prata e placas JQK-0809, de Feira
de Santana/BA, conforme descrito no Relatório de Análise nº 03 - proc. nº 027/2.09.0011606-4.:
Friso, nesse caminho, a fala do Policial Federal João Antônio, o qual revelou, mais uma vez, que
Giselda foi quem passou a coordenar as ações do grupo criminoso de Carazinho/Cruz Alta-RS, e que essa
coordenação era comandada por Alberto de dentro do presídio (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de João
Antônio).
Nesse viés também estão as interceptações telefônicas contidas nos autos (436.9 - fls. 45/50).
Nesse sentido estão os depoimentos de todos os policiais ouvidos em juízo e que fizeram parte das
investigações. Todavia, destaco, para não restar qualquer dúvida, o depoimento do Delegado Diogo, o qual
ratificou que foi Flávia quem assumiu a traficância após a prisão de Jorge (vide item 2.a.a - transcrição do
depoimento de Diogo Caneda dos Santos).
Ademais, o Delegado também explicou que quando Ana Claudia foi presa com certa quantidade de
drogas, Flávia quem havia entregado os ilícitos à ela.
Comprovando essas informações, destaco ainda a ocasião em que foi para a residência de Rosane que
Flávia e Ana Cláudia deslocaram-se para buscar os 2,1 Kg de crack que foram trazidos por Ana Cláudia até Santa
Maria e seriam entregues aos traficantes locais. Essa informação também pode ser constatada no Relatório de
Vigilância nº 08 - proc. nº 027/2.09.0011606- 4 (sistema Themis - evento 410 - 50255702520218210027 - E-proc).
As interceptações telefônicas contidas nos autos também denotam que a casa de Rosane Scherer era o
local onde Jorge e Flávia depositavam as drogas (degravações das interceptações telefônicas - fl. 47/49 - PROC
JUDIC 9 - EVENTO 410 - 50255702520218210027).
Por outro lado, o acusado IDELSON PICCININ (vulgo “Mosquito”) também residia em
Carazinho/Cruz Alta e participava da associação criminosa como um dos abastecedores dos traficantes de Santa
Maria. Como de praxe, Idelson fornecia drogas para “Dil” em Santa Maria e era pago através dos veículos
advindos da Bahia.
Essas informações ficaram amplamente comprovadas durante o trâmite processual, sobretudo pelos
depoimentos prestados em juízo e pelas interceptações telefônicas realizadas durante as investigações.
Quanto às últimas, destaco os diálogos degravados juntados aos autos, às páginas 31 e seguintes do
evento 410.9.
GERACI TEREZINHA BORGES e JAIME BATISTA CARDOSO também faziam parte do núcleo
criminoso situado em Carazinho/Cruz Alta. Os réus participavam da associação como armazenadores/guardadores
de drogas em suas residências, a pedido de Alberto Scherer e Giselda.
Essa informação restou comprovada por meio dos depoimentos judiciais dos policiais que atuaram
nas investigações, todavia, destaco a fala do Delegado Diogo, o qual referiu ter sido apurado que tanto Geraci
quanto seu esposo armazenavam drogas na residência (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Diogo
Caneda dos Santos).
Não obstante, as interceptações telefônicas aportadas aos autos também denotam que ambos
guardavam substâncias ilícitas (fl. 21 - 410.6).
No que se refere ao núcleo de Porto Alegre, destaco os irmãos “Barroso e Silva”, ou seja, Luis
Henrique e Luiz Fernando. Eles eram, também, fornecedores de drogas para a região de Santa Maria e contavam
com o assessoramento de Ana Cristina Moura Bittencourt (companheira de Luis Henrique).
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Nesse ponto, destaco o depoimento em fase judicial do Policial Federal Paulo Roberto Nunes, o qual
referiu que “nós monitoramos o encontro do Labi com outro investigado, que a gente confirmou como fornecedor,
e seria de Porto Alegre, os irmão Luiz Henrique Barroso e Luiz Fernando Barroso” (vide item 2.a.a - transcrição do
depoimento de Paulo Roberto Nunes).
Vejamos, ainda, os registros de uma reunião entre os traficantes Paulo Cezar Severo Lucas, Robson
Epaminondas e os irmãos “Barroso e Silva”, conforme Relatório de Vigilância Policial n.º 21012010 e confirmado,
posteriormente, em juízo pelos agentes investigadores (5.67 - fls. 3126).
Seguem, ainda, algumas transcrições de conversas em que os participantes tratam desse encontro
(410.23 - fl. 05).
Não obstante, ressalto, também, as conversas interceptadas dando conta das negociações de drogas
efetuadas por Luis Fernando (410.23 - fl. 16).
Ainda, mister destacar que, conforme amplamente apurado nos autos e anteriormente ressaltado,
ANA CRISTINA DE MOURA BITTENCOURT participava ativamente dos negócios de Luis Henrique. Na época
em que seu companheiro ainda estava vivo, ela era responsável por intermediar contatos entre seu companheiro (o
qual estava foragido desde 2004) e outros indivíduos da associação criminosa.
Ana Cristina atuava sempre fazendo e recebendo ligações telefônicas e, uma vez confirmada a
identificação do interlocutor, repassava o telefone para Luís Henrique ou transmitia as ordens dele.
Também há algumas conversas monitoradas pela Polícia Federal, em que se identificou esse “modus
operandi” (degravações - 410.23 - fls. 17 e seguintes).
O núcleo da região de Cachoeira do Sul, por sua vez, era composto, em síntese, por Eurico Gama
Moura, Luciano Coletto Herdina, Cesar Sena da Silveira, Edilson Sena da Silveira e José Luis de Oliveira.
Quanto a César Sena da Silveira e Edilson Sena da Silveira, a conduta deles não será especificada,
pois excluídos da ação penal.
EURICO GAMA DA SILVEIRA atuava na associação criminosa como representante do acusado Luis
Henrique Barroso e Silva (de Porto Alegre). O réu intermediava as ações de traficância e, muitas vezes, realizava a
entrega dos entorpecentes.
Essas informações foram comprovadas nos autos por meio dos depoimentos policiais e das
interceptações telefônicas deferidas por este juízo.
Nesse sentido, já foi destacado anteriormente que Eurico contatava Luís Henrique com a
intermediação de Ana Cristina (já que Luís Henrique estava foragido da polícia). E, também, muitas vezes Eurico
contatava diretamente com Luís Fernando (degravações das interceptações telefônicas - 410.32 - fls. 05 e
seguintes).
Em sede judicial, o Policial Federal Orli destacou que presenciou um encontro no Posto Dutra entre o
“Labi”, o Luciano Coletto e o “Rubão” (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Paulo Roberto Nunes).
Nesse sentido e conforme ratificado em juízo, a Polícia Federal identificou que Luciano, por meio da
linha telefônica nº 51 8408.1885, vinha realizando diversos contatos com o traficante Paulo Cezar, dizendo que
precisavam se encontrar para conversar. Sabendo dos ilícitos praticados por Paulo Cezar e pela forma reservada de
“conversar”, a Polícia Federal entendeu que os encontros serviriam para tratativas da prática de crimes.
Assim, na data de 29/10/2009, conforme Relatório de Vigilância 03, foi registrado o aludido encontro
entre Adilson, Alberto e Luciano, no Posto de Combustíveis Dutra, bairro Medianeira, Santa Maria/RS, conforme
foto 436.9 - fls. 04.
Como bem apontado pela acusação, embora Luciano exercesse a atividade de advogado, ele não
possuía nenhuma ação na qual representava os acusados, de forma que não há outra justificativa plausível para o
encontro.
E, mais. A Polícia Federal interceptou diálogos travados entre Robson Epaminondas e Luciano
Coletto (436.32 - fls. 15/16).
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No que lhe diz respeito, JOSÉ LUIS DE OLIVEIRA participava da associação de modo que mantinha
relação com os irmãos “Barroso e Silva” no fornecimento de drogas para o núcleo de Santa Maria. Além do mais, o
acusado também participava da negociação dos veículos adquiridos como pagamento pelos entorpecentes
entregues.
Essas informações foram amplamente confirmadas em juízo, tanto pelos documentos carreados aos
autos, quanto pelos depoimentos testemunhais. Nesse sentido, mister destacar as conversas interceptadas José Luís
(vulgo “Xirú”) e outros agentes (436.21 - fls. 14/15).
O núcleo de Foz do Iguaçu, por sua vez, era composto pelos acusados Rodrigo Soares de Jesus,
Paulinho Lemes, Maurício Sardo Basquez, Edoni Kunkel e Gilmar Pompeo Cadernal.
Quanto a Paulinho Lemes, sua conduta não será especificada, pois excluído da ação penal por motivo
de seu óbito.
Referente a Maurício Sardos Basquez, especifiquei sua conduta delitiva enquanto descrevia o núcleo
do Vale dos Sinos.
Por outro lado, no que diz respeito a RODRIGO SOARES DE JESUS, ele participava da associação
como fornecedor de drogas aos irmãos Alberto e Jorge Scherer (situados no núcleo de Carazinho), os quais, como
já informado anteriormente, forneciam as drogas para o núcleo de Santa Maria.
A conduta fático-delitiva do réu restou amplamente comprovada nos autos, não havendo qualquer
dúvida de que sua condenação é a medida mais assertiva. Isso ocorre após analisar todos os depoimentos prestados
em juízo, dos quais destaco o do Delegado Diogo.
Não obstante, constam nos autos trechos das interceptações telefônicas envolvendo o acusado
Rodrigo Soares, cristalizando que este fornecia drogas aos irmãos Scherer (436.31 - fls. 39 e 436.32 - fls. 01/02).
Já EDONI KUNKEL participava da associação como fornecedor de drogas para Alexsandro e Nélio
(núcleo de Vale dos Sinos), após a prisão de Nerly.
Nesse sentido, os policiais federais que participaram da operação e foram ouvidos em juízo
confirmaram que, em 30/06/2010, Edoni esteve em Nova Hartz para negociar a chegada de um carregamento de
substâncias ilícitas, juntamente com Nélio e Alexsandro.
A partir desta data, os policiais federais asseveraram que passaram a acompanhar a movimentação do
réu Edoni pelas cidades de Nova Hartz e Sapiranga buscando identificar seus contatos e seus sócios na prática dos
ilícitos e, assim, sendo possível verificar que um homem não identificado (usuário do celular n.° 51 97160040)
recebia instruções de Edoni acerca da guarda, preparação e entrega de drogas que seriam posteriormente fornecidas
pelo acusado, isso pode ser verificado no evento 436.59 - fls. 29/30.
GILMAR POMPEU CADERNAL também era atuante na associação criminosa como fornecedor de
drogas para Alexsandro e Nélio (núcleo do Vale dos Sinos), após a prisão de Nerly e Alberto Scherer e Jorge
Scherer (núcleo de Carazinho/Cruz Alta). Nesse sentido, as testemunhas ouvidas em juízo foram uníssonas ao
afirmarem que após a prisão de Nerly, em 30/06/2010, seu filho Alexsandro se associou com Nélio Durante,
passando a negociar drogas tanto com Edoni quanto com Gilmar.
Ademais, restou comprovado que os pagamentos das drogas recebidas por Alexsandro eram feitos por
meio da entrega de veículos e depósitos em dinheiro, estes em contas indicadas por Edoni e por Gilmar, conforme
foi elucidado após a juntada dos comprovantes de depósitos bancários apreendidos na residência de Alexsandro
quando foi deflagrada toda a operação Rio Branco.
Por fim, o núcleo de Caçapava do Sul era composto, em apertada síntese, por Luis Carlos Carvalho
Dias, Adriano de Souza Pereira, Giovani Leonardi e Suelen da Rosa Moreira, os quais resta prejudicada a análise
do mérito em razão de que foram excluídos da ação penal.
Como pode ser observado, não há qualquer dúvida de que os réus acima descritos se encontravam
associados para a prática do crime de tráfico de drogas de forma permanente e duradoura, sendo inafastáveis as
suas condenações.
Ademais, a associação está fartamente firmada nos inúmeros monitoramentos telefônicos e relatórios
de vigilância policial, os quais reúnem, de forma exaustiva e detalhada, degravações das interceptações telefônicas,
bem como fotografias e vídeos que registram os encontros dos denunciados, o modus operandi da organização
criminosa, as diversas negociações envolvendo veículos e dinheiro, a forma como eram transportada e vendida às
drogas, dentre outros detalhes.
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É imperioso ressaltar, também que, conforme reiterada jurisprudência de nosso Egrégio Tribunal de
Justiça, a palavra de policiais (mesmo que envolvidos diretamente na investigação) merece significativa
credibilidade, prevalecendo sobre a dos acusados quando não houver qualquer motivo para que os agentes imputem
a alguém a autoria de delitos que não cometeram. Mormente, quando as demais provas carreadas nos autos
apontam para a existência do fato e da autoria.
Ademais, os milicianos são dotados de cargos públicos, logo são agentes públicos investidos de
poder, subentendendo-se, assim, que revestem-se de credibilidade e gozam de presunção de boa-fé, devendo suas
narrativas serem acolhidas e valoradas.
Não obstante, os depoimentos não foram utilizados, neste caso, de forma isolada para a prolação de
um decreto condenatório, pelo contrário, suas versões foram ratificadas por todo o conjunto probatório angariado
nos autos.
Nesse sentido, a partir de toda a exposição da divisão de tarefas entre os acusados e, também, levando
em consideração os relatos testemunhais, dúvidas não há de que os réus se mancomunaram para praticar o delito
previsto no art. 33 da Lei n.º 11.343/06.
Assim, o conteúdo probatório acostado aos autos permite concluir que os acusados se associaram para
praticar a comercialização e a distribuição de drogas, havendo prova suficiente da materialidade e autoria fático-
delitivas para um édito condenatório, de modo a afastar as teses defensivas de absolvição e motivo pelo qual
condeno os réus como incurso no art. 35, caput, da Lei n.º 11.343/2006.
Destaco, ainda, não ser o caso de aplicação da minorante prevista no art. 33, §4º, da Lei de Drogas,
como requerido pelas partes.
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Por outra, verifico que o acervo probatório colacionado a este feito não foi apto a indicar a
participação dos acusados ANDERSON DA SILVA SANTOS, DENISE RODRIGUES ESTÚRDIO, CARLOS
SANABRIA e ADILSON SEVERO FRANCO no delito de associação para o tráfico ilícito de entorpecentes.
Nesse sentido, de todos os vastos depoimentos testemunhais prestados em juízo e demais documentos
juntados a este processo, nenhum deles foi hábil para, de fato, provar a prática do crime por parte dos referidos
réus, motivo pelo qual absolvo ANDERSON DA SILVA SANTOS, DENISE RODRIGUES ESTÚRDIO,
CARLOS SANABRIA e ADILSON SEVERO FRANCO das acusações que lhes foram impostas no FATO I da
denúncia, com base no art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal.
DO FATO II
Prejudicada a análise do mérito, neste momento, eis que já apreciado em sede de preliminares (vide
item 1.c.a).
DO FATO III
O FATO III descrito na exordial descreve, em síntese, que os denunciados ADILSON DOS SANTOS
COSTA, ALBERTO SANTOS COSTA, ALBERTO SCHERER, ALEXSANDRO VICENTE DE ALMEIDA,
AMANTINO PINHEIRO DE LIMA, EDONI KUNKEL, GILMAR POMPEO CADERNAL, FLÁVIO DE
MEDEIROS, DANIELA TOLEDO DA SILVA, IDELSON PICCININ, JORGE SCHERER, FLÁVIA TRINDADE
DE SOUZA, GISELDA DA SILVA CAVALCANTI, LUIS FERNANDO BARROSO E SILVA, LUIS HENRIQUE
BARROSO E SILVA, MÁRCIA DENISE RONAU, MARCIEL DE ALMEIDA DOS SANTOS, MARIA CLENI
BUENO, MARCO ANTÔNIO DO AMARAL FERNANDES, LUCIANI FERNANDES DO AMARAL,
MAURÍCIO SARDOZ BASQUEZ, MILTO LUIS DO AMARAL FERNANDES, NÉLIO DURANTE, NERLY
JOSÉ DE ALMEIDA, PAULINHO LEMES, PAULO CÉZAR SEVERO LUCAS, ROBSON EPAMINONDAS
SANTANA DE SOUZA, RODRIGO SOARES DE JESUS, VOLMAR DO AMARAL FERNANDES teriam
ocultado/dissimulado a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos
ou valores provenientes, direta ou indiretamente de a) crimes de tráficos ilícitos de substâncias entorpecentes ou
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drogas afins; b) de contrabando ou tráfico de armas e munições praticado por organização criminosa, convertendo-
os em ativo lícitos e utilizando-os na atividade econômica/ financeira, mesmo sabendo que os bens, direitos ou
valores eram provenientes dos crimes referidos acima, de forma habitual e por meio de organização criminosa.
Quanto aos acusados ADILSON DOS SANTOS COSTA, ALBERTO SANTOS COSTA, ALBERTO
SCHERER, AMANTINO PINHEIRO DE LIMA, EDONI KUNKEL, GILMAR POMPEO CADERNAL,
DANIELA TOLEDO DA SILVA, IDELSON PICCININ, JORGE SCHERER, FLÁVIA TRINDADE DE SOUZA,
GISELDA DA SILVA CAVALCANTI, LUIS FERNANDO BARROSO E SILVA, MARCIEL DE ALMEIDA DOS
SANTOS, MARIA CLENI BUENO, MARCO ANTÔNIO DO AMARAL FERNANDES, LUCIANI
FERNANDES DO AMARAL, MAURÍCIO SARDOZ BASQUEZ, MILTO LUIS DO AMARAL FERNANDES,
NERLY JOSÉ DE ALMEIDA, PAULO CÉZAR SEVERO LUCAS, ROBSON EPAMINONDAS SANTANA DE
SOUZA, RODRIGO SOARES DE JESUS, VOLMAR DO AMARAL FERNANDES, observo que, de fato,
praticaram o ilícito previsto no art. 1°, c/c §1°, incisos I e II, §2°, inciso I e §4°, todos da Lei n.° 9.613/98 (com a
redação dada pela Lei n.° 12.683 de 2012), conforme descrito na denúncia.
Isso ocorre porque, como já fundamentado nos fatos anteriores, restou amplamente comprovado,
sobretudo pela prova oral produzida, que o denunciado Robson Epaminondas adquiria veículos no estado da Bahia
e os entregava aos fornecedores de drogas dos traficantes do núcleo de Santa Maria, como forma de pagamento
pelas drogas recebidas nesta cidade.
E, por sua vez, os traficantes vinculados ao núcleo de Santa Maria pagavam Robson em dinheiro,
mediante o lucro obtido com a venda das substâncias entorpecentes na cidade.
Ademais, como bem relataram às autoridades policiais ouvidas por este Juízo, os encontros e contatos
diários mantidos entre os integrantes da organização criminosa, registrados nos autos de interceptações telefônicas
e relatórios de vigilâncias em anexo a este Processo (436.1), demonstram que a associação do grupo era
permanente e encontravam-se estruturalmente ordenados, com subordinações hierárquicas e divisão de tarefas
entre os seus membros, tendo como objetivo principal obter as vantagens decorrentes do tráfico ilícito de drogas,
inclusive, mediante o processo de "branqueamento" de capitais dele decorrentes.
Assim sendo, a existência do Fato III restou demonstrada nos autos, notadamente pelos relatórios de
análise telefônica, relatórios de investigações, relatórios de diligências, bem como pela prova oral colhida durante
as fases policial judicial (já exaustivamente referenciados e pormenorizados nesta decisão).
No que diz respeito à autoria fático-delitiva, também não há dúvidas que esta recai sobre os acusados
acima nominados, advindo esta conclusão pelos mesmos elementos de provas produzidos e já citados alhures.
Com efeito, conforme apontado na denúncia - Fato III, eles teriam ocultado/dissimulado a natureza,
origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes
diretamente de infração penal, qual seja, tráfico ilícito de entorpecentes e contrabando. Vejamos:
Por sua vez, os denunciados traficantes de Santa Maria pagavam RUBÃO em dinheiro, mediante o lucro obtido
com a venda das substâncias entorpecentes na cidade.
Tendo em vista que os fornecedores dos traficantes de Santa Maria (ALBERTO e JORGE SCHERER, IDELSON
PICCININ; FLÁVIO DE MEDEIROS - falecido; MILTO, MARCOS ANTÔNIO e VOLMAR DO AMARAL
FERNANDES; LUIS HENRIQUE (falecido) e LUIS FERNANDO BARROSO e SILVA) eram abastecidos por
outros traficantes de Nova Hartz/RS (NERLY JOSÉ DE ALMEIDA, MARCIEL DE ALMEIDA DOS SANTOS,
ALEXSANDRO VICENTE DE ALMEIDA (falecido)) e de Foz do Iguaçu/PR (EDONI KUNKEL, GILMAR
POMPEO CADERNAL, MAURÍCIO SARDOS BASQUEZ, RODRIGO SOARES DE JESUS, PAULINHO LEMES-
falecido)), os veículos trazidos por RUBÃO muitas vezes continuavam a ser moeda de pagamento pela aquisição
de droga, não sendo imediatamente negociados com terceiros.
Assim, quitada a dívida para com o denunciado RUBÃO, o mesmo providenciava a remessa da documentação
dos veículos que já se encontravam na posse dos fornecedores, os quais até então haviam recebido apenas
procurações e substabelecimentos, permitindo, agora, fossem vendidos legalmente a terceiros de boa-fé, em
revendas de veículos ou particularmente.
Insta acrescentar que, no que tange à origem dos veículos que serviam como moeda de pagamento das
substâncias entorpecentes recebidas pelos traficantes de Santa Maria, em algumas ocasiões, em especial
ALBERTO SANTOS COSTA (o BETÃO), abasteceram-se de carros junto a revendedores desta cidade79, os quais,
da mesma forma, foram entregues aos fornecedores de droga. E não discrepando do ‘modus operandi’, os
traficantes fornecedores das substâncias entorpecentes recebiam apenas a posse dos veículos através de
procurações e substabelecimentos, pois a documentação definitiva era repassada somente com o adimplemento
do débito junto aos revendedores dos carros pelos denunciados residentes em Santa Maria.
Deste modo, nas transações de drogas não havia pagamento em dinheiro diretamente entre os traficantes, e sim
entrega de veículos (ou como adiante se verá, depósitos em contas correntes de pessoas indicadas pelos
denunciados) através de terceiro, o financiador da organização criminosa, RUBÃO. Tal facilitava a continuidade
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ilesa do tráfico pela dita organização, pois encoberta ficava a ligação entre aqueles. E mais, com a posterior
venda dos veículos a terceiros de boa-fé pelos traficantes recebedores dos carros, o capital retornava ao
patrimônio destes, agora lícito, ocultando-se, assim, a origem ilícita do dinheiro obtido com o tráfico (os
veículos).
Para tanto, os veículos eram levados até os denunciados traficantes fornecedores da droga, ALBERTO
SCHERER, JORGE SCHERER e IDELSON, irmãos do AMARAL FERNANDES, NERLY, MARCIEL,
ALEXSANDRO (falecido); FLÁVIO DE MEDEIROS (falecido), DANIELA e AMANTINO, LUIS FERNANDO e
LUIS HENRIQUE (falecido), MAURÍCIO, RODRIGO, PAULINHO (faleido), EDONI e GILMAR, ou buscados no
local, sendo que em muitas oportunidades os carros/motos/camionetas foram transportados através de reboques,
conduta que tinha por fim também ocultar/dissimular a movimentação dos referidos bens.
Então, os traficantes, ao receberem os veículos, providenciavam o seu repasse, vendendo-os a terceiros de boa-fé.
Para tanto, em algumas ocasiões a venda ocorria apenas com base nas procurações e substabelecimentos. Às
vezes, se dava com a transferência formal junto ao DETRAN, pois já de posse do DUT e documentação legal de
transferência. Em outras oportunidades, os veículos eram colocados em nome de terceiros fictícios ou dos
próprios denunciados.
Valiam-se os denunciados de suas próprias revendas de veículos premeditadamente instituídas para “lavar” o
dinheiro, pois os réus NERLY, MARCOS ANTÔNIO e LUIS HENRIQUE (falecido) eram proprietários e/ou
tinham participação em revendas, como também deixavam veículos em revendas de terceiros ou negociavam-nos
particularmente. Vendido o veículo, este era transferido à pessoa de boa-fé, fazendo com que o lucro obtido com
o tráfico, representado pelos veículos que os traficantes recebiam, ingressasse legalmente em seus patrimônios.
O repasse dos veículos entre os traficantes era feito informalmente, pois a grande maioria dos veículos recebidos
como pagamento de drogas não eram informados como “vendidos” ao DETRAN/RS, de modo que a origem
ilícita (venda de droga) deste ingresso de capital não ficasse registrada em seu patrimônio.
Assim, na medida em que ocorria a venda a terceiro de boa-fé o veículo era transferido diretamente do seu
proprietário formal (que constava perante o órgão de fiscalização) ou terceiro (que poderia constar na
procuração ou substabelecimento) ao comprador idôneo, como se o negócio tivesse sido entabulado entre estes,
aparecendo os denunciados como meros agenciadores ou intermediários da transação, e jamais como reais
adquirentes dos carros.
Assim, entregue a droga aos traficantes de Santa Maria ou já estando acertados os termos do negócio, RUBÃO
providenciava a documentação para que os traficantes destinatários dos veículos pudessem repassá-los a
terceiros (outorgantes fictícios ou legítimos compradores) informalmente, ou seja, a transferência de posse
ocorria mediante procuração ou substabelecimento de procuração. Dessa forma, os veículos passavam pelas
mãos dos criminosos sem identificação dos mesmos.
A investigação apurou e o cumprimento dos mandados de busca nas residências dos denunciados comprovaram
que o esquema consistia em, na maioria das vezes, utilizar o nome de terceiros, alguns de suas relações pessoais,
para estabelecer e substabelecer procurações e, assim, ter a posse dos veículos até negociá-los na forma da lei, o
que somente ocorria quando RUBÃO, após ser pago pelos traficantes de Santa Maria, remetia o DUT, CRLV, ou
autorizava os proprietários na Bahia a enviá-los.
Em várias oportunidades o denunciado RUBÃO constava como procurador do proprietário com poderes para
realizar a transferência do veículo (“vender e/ou permutar”). E nas ocasiões em que não se procedia à venda do
veículo no prazo de 30 dias estabelecido pela legislação, a fim de não comprometer o esquema criminoso
idealizado pelo grupo criminoso, os veículos eram transferidos para os nomes de terceiros ou de alguns
denunciados, todos funcionando como “laranjas” . Contudo, poucas não foram as vezes em que os veículos
circularam, e ainda circulam, apenas com as procurações e substabelecimentos, pois, apesar de vendidos e/ou
repassados a terceiros, não houve comunicação de venda junto ao DETRAN.
A ilustrar a lavagem de dinheiro perpetrada pelos denunciados envolvendo veículos trazidos do estado da Bahia
pelo denunciado RUBÃO, destacam-se as seguintes transações:
- veículo Ford/Ranger, placas JOJ 3769, emplacado no Município de Jacobina/BA (de Santa Maria-RS a Vale dos
Sinos): Na data de 22/10/2009, por volta das 14h00, Agentes da Polícia Federal localizaram a carreta - tipo
“cegonheira”, da empresa TWA - Transportes de Veículos, placas IOW-3875, município de Passo Fundo/RS,
descarregando diversos veículos na Av. Liberdade, fundos do Quartel do Exército - Comando da 6ª Brigada
(antigo 7º BIB), em Santa Maria, com o acompanhamento e coordenação de ROBSON EPAMINONDAS
SANTANA DE SOUZA, vulgo “RUBÃO”, PAULO CEZAR SEVERO LUCAS, vulgo “LABI”, ADILSON DOS
SANTOS COSTA, vulgo “DIL”, e ALBERTO SANTOS COSTA, vulgo “BETÃO”. Em 30/03/2010, a mesma
camioneta Ford/Ranger, placas JOJ 3769, foi localizada na revenda de veículos “MARCOS AUTOMÓVEIS”, em
Nova Hartz/RS, de propriedade de NERLY JOSÉ DE ALMEIDA, vulgo “NÊGO” ou “SASSÁ”, pois registrada em
nome de MARCIA DENISE RONNAU, e que é gerenciada por MARCOS ANTÔNIO DO AMARAL FERNANDES.
A referida camioneta apresenta como proprietário JOSÉ ALBERI SCHUMMACHER;
- veículo Ford/Focus, placas JQF 3060, Município de Santo Antonio de Jesus/BA (de Santa Maria-RS a Vale dos
Sinos): foi recebido em Porto Alegre/RS na data de 21/10/2009; chegou a Santa Maria em 29/10/09 no Posto
Santa Lúcia (RODO REDE) - Saída para São Sepé/RS; foi visualizado estacionado na Rua Felipe de Oliveira
quase esquina com a rua Prof. João Belém, residência de “RUBÃO” em Santa Maria na data de 26/11/09; e em
30/03/10 foi localizado na revenda de veículos “MARCOS AUTOMÓVEIS”, em Nova Hartz/RS, de propriedade
de NERLY JOSÉ DE ALMEIDA, vulgo “NÊGO” ou “SASSÁ” e que é gerenciada por MARCOS ANTÔNIO DO
AMARAL FERNANDES87; Anota-se que às fls. 146/147 do apenso XIV foram localizadas na residência de
RUBÃO, quando da deflagração da Operação Rio Branco, uma procuração do proprietário do veículo
Ford/Focus, placas JQF 3060, autorizando RUBÃO a “vender e/ou permutar” o referido veículo, e também um
substabelecimento deste para VOLMAR DO AMARAL FERNANDES;
- veículo Ford/Focus, placas JPO 2130, Município de Santo Antonio de Jesus/BA (de Santa Maria-RS a Vale dos
Sinos): Na data de 20/03/2010, foi visualizado estacionado na Rua Felipe de Oliveira quase esquina com a rua
Prof. João Belém, residência de “RUBÃO” em Santa Maria; em 05/04/2010 o veículo encontrava-se estacionado
na frente da residência de Albino Aliomar Santana de Souza, vulgo “Bino”, irmão daquele, na Rua Maria
Quitéria, nº 653, Santa Maria/RS; e após o encontro em Santa Maria entre DIL, VOLMAR e MILTON na data de
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23/04/10, este retornou a Parobé conduzindo o veículo Focus JPO 213088; Anota-se que o CRLV do veículo
Ford/Focus, placas JPO 2130 foi localizado na residência de RUBÃO, quando da deflagração da Operação Rio
Branco (fl. 135, apenso XIV);
- veículo Ford/Focus, placas JOL 2712, Município de Santo Antonio de Jesus/BA (de Santa Maria-RS a Vale dos
Sinos): foi trazido por RUBÃO do estado da Bahia e entregue aos irmãos do AMARAL FERNANDES em
pagamento pelo fornecimento de substância entorpecente; em 30/03/10 foi localizado estacionado na Rua Getúlio
Vargas nº 16/02 em frente à residência sita ao lado da revenda de veículos “MARCOS AUTOMÓVEIS”, de
propriedade de NERLY e gerenciada por MARCO ANTÔNIO89; em 23/07/2010, o referido veículo foi transferido
para a propriedade de Neiva Clahn de Oliveira, residente em Sapiranga/RS, companheira de Jonas Ribeiro dos
Santos, que em 04/08/2010 foi preso em flagrante na posse de substâncias entorpecentes; [...]
Todo o dinheiro angariado com a venda dos veículos pelos traficantes, e até mesmo os próprios bens
referidos, eram aplicados em suas atividades, sejam lícitas ou ilícitas.
Logo, o lucro era investido em seus negócios particulares alheios ao tráfico e também reinvestido na
traficância, a fim de adquirir mais substâncias entorpecentes.
Pois bem.
O crime de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, com previsão no art. 1°, da Lei n.°
9.613/1998 (Redação dada pela Lei n.° 12.683 de 2012), está caracterizado como: ocultar ou dissimular a natureza,
origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou
indiretamente, de infração penal.
No caso dos autos, conforme demonstrou a prova colhida, não há controvérsias de que os
denunciados utilizavam-se de carros e outros bens para “lavar” o dinheiro proveniente do tráfico ilícito de
entorpecentes, evitando, assim, serem descobertos.
Como crime acessório que é, a lavagem de dinheiro pressupõe a ocorrência de um delito anterior. E,
especificamente quanto aos réus ADILSON DOS SANTOS COSTA, ALBERTO SANTOS COSTA, ALBERTO
SCHERER, AMANTINO PINHEIRO DE LIMA, EDONI KUNKEL, GILMAR POMPEO CADERNAL,
DANIELA TOLEDO DA SILVA, IDELSON PICCININ, JORGE SCHERER, FLÁVIA TRINDADE DE SOUZA,
GISELDA DA SILVA CAVALCANTI, LUIS FERNANDO BARROSO E SILVA, MARCIEL DE ALMEIDA DOS
SANTOS, MARIA CLENI BUENO, MARCO ANTÔNIO DO AMARAL FERNANDES, LUCIANI
FERNANDES DO AMARAL, MAURÍCIO SARDOZ BASQUEZ, MILTO LUIS DO AMARAL FERNANDES,
NERLY JOSÉ DE ALMEIDA, PAULO CÉZAR SEVERO LUCAS, ROBSON EPAMINONDAS SANTANA DE
SOUZA, RODRIGO SOARES DE JESUS e VOLMAR DO AMARAL FERNANDES, não há dúvida do crime
antecedente, pois, como já dito anteriormente, eles foram condenados pelo crime de associação para o tráfico (vide
Fato I).
Da mesma forma, não há falar em ausência de dolo, na medida em que a Doutrina e a Jurisprudência
admitem a configuração do delito em questão, seja na forma de dolo direto ou dolo eventual, afastando, dessa
forma, todos os pedidos absolutórios pleiteados pelas Defesas em sede de Memoriais.
Portanto, o delito de lavagem restará configurado quer quando o agente tiver conhecimento de que os valores
objeto da lavagem são provenientes de infração penal (dolo direto), quer quando, ainda que desprovido de
conhecimento pleno da origem ilícita dos valores envolvidos, ao menos tenha ciência da probabilidade desse fato
– suspeita da origem infracional -, agindo de forma indiferente à ocorrência do resultado delitivo (dolo eventual.
(LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação Criminal Especial Comentada: volume único).
Dessarte, entendo plenamente caracterizado o crime em questão, não havendo nenhuma dúvida
quanto à autoria, pelo que o decreto condenatório também é medida que se impõe para o FATO III desta ação.
Por fim, saliento que os acusados foram denunciados pela prática do crime previsto no art. 1°, incisos
I, III e VII, c/c §1°, incisos I e II, §2°, inciso I e §4°, todos da Lei n.° 9.613/1998, a norma vigente à época do Fato
III. Todavia, os acusados estão sendo, neste momento, condenados com base na mesma Lei de Lavagem de
Dinheiro (Lei n.° 9.613/1998), mas com a incidência de sua alteração trazida pela Lei n.° 12.683 de 2012.
Assim, eis que revogados os incisos I, III e VII, condeno os réus apenas com base no art. 1°, §1°,
incisos I e II, §2°, inciso I, e §4° da Lei n.° 9.613/1998.
Destaco, ainda, que não houve piora e nem melhora com a redação da alteração legislativa trazida
pela Lei n.° 12.683 de 2012, não necessitando, portanto, qualquer aplicação dos princípios relativos à eficácia da
lei penal no tempo (Princípio da Ultratividade da Lei Revogada ou Princípio da Retroatividade da Lei Penal mais
benéfica).
Ademais, quanto ao tema, depreende-se do art. 5ª, XL, da Constituição Federal de 1988 (e arts. 2ª e 3ª
do Código Penal), que a aplicação da lei penal no tempo possui uma regra geral e diversas exceções, que ocorrem
quando há sucessão de leis no tempo que disciplinam total ou parcial a mesma matéria.
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DO FATO IV
[...]as negociações de drogas entre os traficantes de Santa Maria/RS e fornecedores de Porto Alegre, Cruz Alta,
Carazinho, Vale dos Sinos e Foz do Iguaçu passavam, invariavelmente, pela apreciação de ROBSON (RUBÃO),
que cumpria o papel de financiador grupo criminoso – núcleo Santa Maria (LABI, DIL, BETÃO), na medida em
que adquire veículos no estado da Bahia e os entregava aos fornecedores destes traficantes como forma de
pagamento da droga recebida, ficando credor dos mesmos.
Como “financiador” neste esquema, ROBSON (RUBÃO), ao ofertar os veículos como moeda em pagamento pelo
fornecimento de substâncias entorpecentes tornava imprescindível sua mediação para a concretização das
aquisições de drogas, pois era com base nos veículos que ele trazia que os traficantes acertavam as quantidades
e qualidades de droga que seriam entregues.
Os veículos eram avaliados em quantidade de droga e não em dinheiro, conforme se verifica da “tabela de
preços” de veículos, em que, ao invés de valores em dinheiro, constam indicações de peso, especificamente
quilogramas, encontrada com Giselda Cavalcanti quando da sua prisão em flagrante por porte ilegal de arma e
munição, em 19/04/1010:
[...]
Assim, depois de acertado o preço e as condições de entrega da droga os fornecedores entregavam a substância
entorpecente a LABI, DIL e BETÃO, e estes então autorizavam RUBÃO a fazer a entrega dos veículos aos
fornecedores. Por fim, LABI, DIL e BETÃO pagavam RUBÃO em dinheiro a parte que lhe tocava.
Enquanto RUBÃO não recebia de LABI, DIL e BETÃO o dinheiro correspondente ao veículo entregue aos
fornecedores, retia a documentação de transferência dos veículos (DUT – Documento Único de Transferência),
mantendo-a em seu poder como garantia de que seria efetivamente pago pelos traficantes, pois sem aquela o
veículo não poderia ser legalmente transferido a terceiro, impedindo assim o reingresso (agora lícito) do dinheiro
da venda do carro (“lavagem de dinheiro”).
Contudo, RUBÃO providenciava documentação para que os traficantes destinatários dos veículos pudessem
trafegar, ou seja, apenas transferia a posse dos carros, o que ocorria mediante procuração ou substabelecimento
de procuração. Quando RUBÃO era o outorgado dos proprietários dos veículos substabelecia a terceiros
indicados pelos traficantes, ou autorizava os proprietários a enviarem procurações outorgando os poderes a
quem fosse indicado por aqueles. Desta forma, os veículos passavam pelas mãos dos criminosos sem
identificação dos mesmos, os quais se utilizavam de terceiros, algumas de suas relações pessoais, para
estabelecer e substabelecer procuração e, assim, ter a posse dos veículos até negociá-los na forma da lei.
Por fim, os veículos eram colocados à venda em lojas de veículos usados de propriedade dos fornecedores de
drogas (NERLY, MARCOS ANTÔNIO e LUÍS HENRIQUE têm revendas), ligadas a estes, ou particularmente. Os
veículos recebidos também eram repassados a outros traficantes.
Essa atuação de financiador do tráfico de drogas também ficou muito clara ao verificar-se a grande quantidade
de carros que os outros traficantes denunciados receberam e repassaram como pagamentos pelo fornecimento de
drogas após tê-los recebido de RUBÃO. Isso se alia ao fato de que o denunciado RUBÃO teve acompanhados e
registrados vários encontros com outros denunciados traficantes de drogas.
A grande quantidade de áudios transcritos, interceptações telefônicas, além de outros constantes nas
informações, Relatórios de Vigilância Policial e Relatórios de Análise, citados na investigação, demonstram, de
forma contundente, o controle que o denunciado RUBÃO tinha sobre aquisições de drogas destinadas a
traficantes de Santa Maria/RS, atuando como apoiador logístico e financeiro da organização criminosa ao
fornecer a moeda de pagamento (veículos), arregimentar encontros entre os traficantes e intermediar
negociações envolvendo o tráfico de drogas.
RUBÃO foi flagrado recebendo os veículos em Santa Maria, mantendo encontros e telefonemas com os
traficantes LUCIANO COLETTO, MILTON LUIZ, VOLMAR DO AMARAL FERNANDES, IDELSON PICCININ,
FLÁVIO DE MEDEIROS, DANIELA TOLEDO DA SILVA, RICARDO ALEXANDRE DE VARGAS, JORGE
SCHERER, FLÁVIA TRINDADE, BETÃO, DIL, LABI, LUIS HENRIQUE, LUIS FERNANDO, entregando os
veículos, utilizando sua residência para depositar os veículos trazidos da Bahia (Relatórios de Vigilância nºs 02,
03, 05, 06, 07, 09, 12, 13, 15, 29, 21012010).
RUBÃO negociava a compra dos veículos junto aos proprietários e os trazia ao Rio Grande do Sul, sendo que a
maioria era descarregada em Santa Maria, sob o seu acompanhamento e dos denunciados LABI, DIL e BETÃO.
Então, parte dos veículos que chegavam a Santa Maria era depositada na residência de RUBÃO, parte na
residência do seu irmão ALIOMAR, vulgo “BINO”108, e alguns com os próprios traficantes LABI, DIL e BETÃO
109, mas todos com a finalidade de ser entregues aos fornecedores destes.
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As informações trazidas pela acusação foram, de fato, comprovadas em juízo, não restando dúvidas
de que o réu cometeu tal delito.
Nesse viés, sabe-se que para o delito de financiamento/custeio do crime de tráfico seja
perfectibilizado, exige o art. 36 da Lei de drogas que o agente proporcione os meios, empreste ou forneça dinheiro
ou bens para a prática de qualquer dos crimes previstos nos artigos 33, caput (tráfico de drogas), seu parágrafo 1º
(figuras equiparadas ao tráfico), e artigo 34 (tráfico de maquinário).
Assim, imperioso o decreto condenatório em face do réu por incidir no art. 36, caput, da Lei de
Drogas.
DO FATO V
O FATO V descrito na exordial narra que os acusados JOÃO ALBERI SCHUMACHER, MARIA
CLEONI BUENO e NERLY JOSÉ DE ALMEIDA teriam em depósito/guardavam, para fins de comércio e/ou
financiamento a terceiros, substâncias entorpecentes (108,112 Kg de cocaína) e insumos químicos destinados à
preparação de drogas, em desacordo com determinação legal, delito tipificado no art. 33, caput, da lei de drogas.
Quanto ao delito de tráfico de drogas referente aos acusados João Alberi e Maria Cleoni que na época
da “Operação Rio Branco" eram casados, a partir da expedição de mandado de busca e apreensão em suas
residências foram apreendidos 30,914 Kg de drogas, fracionadas em 15 tabletes e meio em forma de tijolos (15,648
Kg), 7 sacos plásticos em forma de pó (13,954 Kg) e 1 pote na forma retangular (1,312 Kg), tudo devidamente
embalado e acondicionado, comprovando o comércio ilegal de drogas (359.5 - fls. 51 e seguintes).
O papel do acusado Nerly no esquema de traficância, era o de “fornecedor” das drogas fabricadas e
guardadas pelos réus João Alberi e Maria Cleoni. Nerly era proprietário de uma revenda de carros em Nova
Hartz/RS e recebia os carros como forma de pagamento pelo fornecimento dos entorpecentes. Em seguida, os
veículos eram colocados à venda em sua garagem (muitos carros foram fornecidos pelo réu Rubão - Robson
Epaminondas).
Por sua vez, enquanto os Policiais Federais realizavam a busca na residência de João Alberi e Maria
Cleoni, o acusado Cristian Rabisquim chegou conduzindo o veículo GM/KADETT, placas IEO-4105 (de
propriedade do denunciado Nerly, que tinha uma revenda de carros na cidade Nova Hartz/RS). O referido veículo
foi revistado, ocasião em que foram encontrados no porta-malas 77,198 Kg de cocaína, acondicionados em 71
blocos de material pardo compacto, apontado para o comércio ilegal.
A ratificar essas informações, transcrevo parte do testemunho do Delegado de Polícia Federal Diogo
Caneda dos Santos.Vejamos:
[..] Alegou, também, que quando a droga ia para Nova Hartz ficava na casa de João Alberi e Maria Cleni e lá,
inclusive, foi encontrado um laboratório de beneficiamento de cocaína (onde foram apreendidos quase trinta
quilos da droga, prensa hidráulica, álcool e demais produtos químicos). [...] Noticiou que estavam cumprindo um
mandado de busca e apreensão na residência de Alberi e Maria Cleni e, naquele momento, foram encontrados
aproximadamente 30kg de cocaína e produtos químicos/petrechos para o refino de drogas. [...] Quanto a João
Alberi, mencionou que ele era o “braço direito” de Nerly, pois, na residência deste eram guardadas drogas, além
de ser também o local onde eram preparadas. Lembrou que no local se transformava a pasta base em crack e
cloridrato. No mesmo lugar morava a esposa dele, a Maria Cleni Bueno e que esta cedia as contas bancárias
para movimentações financeiras de Nerly. Há, ainda, um áudio em que uma funcionária do Banco Itaú telefona
para o Nerly e diz que foi depositado um cheque de 15 (quinze) mil reais na conta dele e outro na conta de Maria
Cleni, momento em que pergunta se era para pagar esses cheques e ele diz que sim. Citou que Maria Cleni era
empregada doméstica (vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Diogo Canetas dos Santos)
Fica claro que a residência do acusado João Alberi servia como laboratório de beneficiamento de
cocaína e armazenamento das drogas, bem como que era precedida de ordem e/ou autorização do acusado Nerly.
Ademais, também constam nos autos algumas conversas captadas nas interceptações telefônicas entre
Nerly e João Alberi (“Chico”), indiciado que, de fato, os dois possuíam vínculos estreitos e também tornando
evidente que João Alberi fabricava as drogas a mando de Nerly (436.47 - fls. 32/35).
As circunstâncias fáticas trazidas pela investigação e das provas testemunhais tornam inconcebível o
pleito defensivo pela absolvição, pois não remanescem dúvidas de que se está diante de uma situação clara de
traficância envolvendo os réus JOÃO ALBERI SCHUMACHER, MARIA CLEONI BUENO e NERLY JOSÉ DE
ALMEIDA.
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 56/84
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Veja bem, embora a defesa do acusado João Alberi enfatize que ele não fazia parte do esquema
criminoso, sob a alegação de que apenas trabalharia com os veículos transacionados pelo acusado Nerly, que a
droga apreendida em sua residência pertenceria ao acusado Cristian e, assim, não haveria elementos indicando que
esses entorpecentes seriam de sua propriedade (João Alberi), a prova carreada nos autos revela exatamente o
contrário.
Sucede-se que os réus tinham em mãos 30,914 Kg de drogas, quantia incompatível com a posse de
drogas para consumo pessoal. Além disso, ressalta-se que, dentro da residência dos acusados João Alberi e Maria
Cleoni, foram encontrados diversos objetos essenciais para o beneficiamento dos entorpecentes e o preparo para a
distribuição, como balança, prensa hidráulica, formas, fitas adesivas, sacos plásticos contendo resíduos de
substância entorpecentes e várias bexigas de diversas cores, utilizadas para revestir os tabletes em forma de tijolos,
como pode ser observado no auto de apreensão.
Ademais, a tese arguida pela defesa do acusado João Alberi quanto aos objetos apreendidos em sua
residência, de que este teria alugado parte da residência e que os objetos apreendidos seriam provavelmente do
antigo morador não há respaldo probatório. Anoto, tratar-se de uma versão bastante fantasiosa a fim de afastar as
sanções pela prática delituosa que lhe está sendo imputada.
Na mesma residência foram apreendidos 800 ml de éter alcoolizado e 500 ml de solução de acetona,
insumos químicos usados para a preparação de drogas, especificamente, para refino de cocaína e confecção de
crack, conforme também pode ser observado através do auto de apreensão.
Muito embora não tenham sido flagrados entregando os entorpecentes a um potencial comprador, a
destinação comercial, pela forma como os fatos se sucederam, é induvidosa. A quantidade de drogas encontrada
com os réus João Alberi, Maria Cleoni e Nerly demonstrou-se destinada ao comércio de narcóticos. Ainda, nota-se
que os réus não trouxeram absolutamente nenhum elemento plausível a comprovar as suas alegações.
E mais. Não há nenhum motivo para que se duvide da palavra dos policiais, tampouco para que se
cogite terem eles criado uma versão fantasiosa dos fatos, a fim de prejudicar os acusados.
Nesse sentido, é importante destacar que a palavra dos policiais é dotada de valor probatório especial,
na medida em que oferecem relatos coerentes e uníssonos dos fatos, suficiente para fundamentar um decreto
condenatório, conforme jurisprudência do nosso tribunal:
Nesse contexto, destaco ser desnecessária para a configuração do crime, a abordagem durante a
mercância em si, eis que manter em sua posse e transportar entorpecentes são duas das múltiplas condutas que
fazem com que o agente incida no tipo penal do tráfico de drogas, previsto no art. 33, caput, da Lei n.º 11.343/06.
Desta forma, o arcabouço probatório amealhado aos autos autoriza a formação de um juízo sólido de
convencimento quanto ao exercício da mercancia ilícita, não havendo dúvida de que a elevada quantidade de
substâncias entorpecentes apreendidas, objetos essenciais para a prática de traficância e substâncias usadas para
produzir "crack" e "cocaína" pelos acusados eram destinadas à comercialização, tendo um aderido à conduta do
outro na consumação da prática delitiva.
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 57/84
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Desse modo, frente a tais questões, concluo não prosperar o pedido de absolvição dos acusados João
Alberi, Maria Cleoni e Nerly. Conforme já amplamente demonstrado por meio do relato dos policiais, ficou
evidenciado que, na ocasião da abordagem, os denunciados estavam mantendo em suas posses e transportando
entorpecentes para fins de comércio, o que afasta a possibilidade de reconhecimento da prática do delito previsto
no art. 28 da Lei n.º 11.343/06.
Por tais circunstâncias, inafastável os decretos condenatórios de João Alberi Schumacher, Maria
Cleoni Bueno e Nerly José de Almeida por incurso nas sanções do art. 33 da Lei de drogas.
DO FATO VI
O FATO VI descrito na exordial descreve que o acusado CRISTIAN teria transportado, para fins de
comércio e/ou fornecimento a terceiros, a quantia de 77,198 kg de cocaína, delito tipificado no art. 33, caput, da
Lei n.º 11.343 (Lei de drogas).
“Enquanto a busca estava sendo realizada, chegou ao local o denunciado CRISTIAN FERNANDO RABISQUIM
conduzindo o veículo GM/KADETT, placas IEO-4105, registrado em nome de NERLY JOSE DE ALMEIDA.
CRISTIAN foi abordado e revistado, tendo sido encontrada em seu bolso a chave de um veículo Hyundai/Vera
Cruz. Em diligência, os agentes da lei localizaram o referido veículo Hyundai/Vera Cruz, que tinha as placas
ASM 8320, da Cidade de Cascavel/PR (cidade do denunciado), estacionado na revenda de veículos de
propriedade de NERLY – Rua Emancipação, nº 810, Nova Hartz/RS –, dentro do qual foi encontrada uma bolsa
de viagem contendo roupas do denunciado CRISTIAN, e no porta-malas foram encontrados e apreendidos 77,198
Kg de cocaína (laudo de exame de substância das fls. 97/104 do IP), acondicionados em 71 blocos de material
pardo compacto (auto de apresentação e apreensão da fl. 11), apontando para o comércio ilegal. ” (grifo nosso)
As informações trazidas pela acusação foram, de fato, comprovadas em juízo, não restando dúvidas
de que a condenação do réu é a medida a ser adotada no presente caso.
Para que o delito de transporte para fins de comércio e/ou fornecimento do crime de tráfico se
perfectibilize, exige o art. 33, caput, da Lei de Drogas, que o agente transporte sem autorização ou em desacordo
com determinação legal, substância entorpecente.
Destaco, todavia, o depoimento prestado em juízo do Delegado Diogo, o qual asseverou que:
[...]Quanto a Cristian Fernando Rabisquim, lembrou que ele apareceu na investigação quando foi preso em
flagrante em Nova Hartz, no dia 17/06/2009, com aproximadamente 92kg de cocaína. Noticiou que estavam
cumprindo um mandado de busca e apreensão na residência de Alberi e Maria Cleni e, naquele momento, foram
encontrados aproximadamente 30kg de cocaína e produtos químicos/petrechos para o refino de drogas. No
momento em que estava sendo cumprindo esse MBA, chegou até a residência o Cristian Rabisquim e, ao ser
revistado, foi encontrada a chave de um Hyundai, momento em que ele acabou revelando que aquela era uma
chave de uma camionete que estava estacionada na loja de propriedade da Nerly. Então os agentes se
deslocaram até lá e encontraram quase 80kg de cocaína. Descreveu que então Cristian foi preso em flagrante e
puderam constatar que ele era um dos responsáveis por transportar a droga de Foz do Iguaçu até Nova Hartz
(vide item 2.a.a - transcrição do depoimento de Diogo Canetas dos Santos).[...]
Dessa forma, autoria, de igual forma, é certa na pessoa de Cristian Fernando Rabisquim.
Neste ponto, destaco que os policiais participantes na investigação foram uníssonos em afirmar que o
réu transportava as drogas na cidade de Nova Hartz/RS, tendo em vista que os veículos que utilizava pertenciam à
revenda de carros do corréu Nerly. Para evitar tautologia e levando em consideração a amplitude de depoimentos
nesse sentido, vide o item 2.a.a dessa sentença.
Ademais, também constam nos autos algumas conversas da interceptação telefônica entre Cristian e
João Alberi (“Chico”), indicando que, de fato, os dois possuíam vínculos estreitos e também tornando evidente que,
o acusado Cristian transportava um carregamento de drogas do estado do Paraná para a residência do réu João
Alberi em Nova Hartz/RS, a bordo de uma SUV Hyundai/Vera Cruz, com placas da cidade de Cascavel/PR,
conforme o teor das degravações das interceptações telefônicas (436.57 - fls. 06/07).
Assim, restou devidamente comprovado que o acusado trazia consigo e transportava 327 (trezentos e
vinte e sete) porções de cocaína, pesando, aproximadamente, 233g para a comercialização. Essa conduta revela-se
suficiente para enquadramento no delito do art. 33, caput, motivo pelo qual não acolho a alegação da defesa pela
sua absolvição.
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Então, o referido veículo (Hyundai/Vera Cruz) foi revistado pela Polícia Federal e dentro do seu
porta-malas encontrados e apreendidos 77,198 Kg de cocaína (laudo de exame de substância das fls. 97/104 do IP -
359.5 - fls. 51 e seguintes), acondicionados em 71 blocos de material pardo compacto (auto de apresentação e
apreensão da fl. 11), apontando para o comércio ilegal.
Assim, as teses de absolvição pela ausência de provas, nos termos do art. 386, II, V, VII do CPP,
invocadas pela defesa não prosperaram, diante do vasto contexto probatório colhido, que demonstra, isento de
dúvidas, que o réu participou da prática de traficância, transportando entorpecentes para os demais denunciados.
Discorre a defesa que “toda denúncia parte de uma presunção equivocada da autoria do Réu,
calcada exclusivamente sobre o depoimento prestado pelos policiais”, sinalizando que os agentes policiais
possuem, de certa forma, conflito de interesses, uma vez que participaram ativamente das diligências que
culminaram na prisão do réu.
Logo, não há nenhum motivo para duvidar da palavra dos policiais, tampouco para que se cogite
terem eles criado uma versão fantasiosa dos fatos, a fim de prejudicar o acusado, visto que a operação “Rio
Branco” mobilizou diversas unidades policiais.
Nesse sentido, é importante destacar que a palavra dos policiais é dotada de valor probatório especial,
na medida em que oferecem relatos coerentes e uníssonos dos fatos, suficientes para fundamentar um decreto
condenatório, conforme jurisprudência do nosso tribunal:
Não há nenhuma dúvida, portanto, de que os fatos ocorreram da forma como narrados na denúncia.
Por tais circunstâncias, inafastável o decreto condenatório de Cristian Fernando Rabisquim por
incursão nas sanções do art. 33 da Lei de drogas.
DO FATO VII
Prejudicada a análise do mérito em razão da extinção da punibilidade do fato por prescrição (vide
item 1.a.b).
DO FATO VIII
Prejudicada a análise do mérito em razão da extinção da punibilidade do fato por prescrição (vide
item 1.a.c).
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DOS FATO IX e X
Todavia, prejudicada está a análise do mérito desses delitos. Isso ocorre porque, conforme já exposto
no relatório desta sentença (vide relatório acima), durante a instrução processual aportou aos autos a certidão de
óbito em nome do denunciado, sendo declarada extinta sua punibilidade (5.157 - fls. 42).
DO FATO XI
Prejudicada a análise do mérito, neste momento, eis que já apreciado em sede de preliminares (vide
item 1.a.d).
DO FATO XII
Prejudicada a análise do mérito em razão da extinção da punibilidade do fato por prescrição (vide
item 1.a.e).
DO FATO XIII
O FATO XIII refere-se a possível prática do crime de tráfico de drogas por parte do acusado
ADRIANO DE SOUZA PEREIRA, em razão de que teria sido encontrado em sua casa um invólucro contendo
14,31g de maconha, característica apostada para o comércio ilegal de entorpecentes.
Isso ocorre porque, conforme já exposto no relatório desta sentença (vide relatório acima), durante a
instrução processual foi reconhecida a litispendência em relação ao FATO XIII atribuído ao réu ADRIANO, sendo
que ele foi excluído da presente ação penal (5.281 - fls. 49/50).
DO FATO XIV
Prejudicada a análise do mérito em razão da extinção da punibilidade do fato por prescrição (vide
item 1.a.f).
DO FATO XV
Prejudicada a análise do mérito em razão da extinção da punibilidade do fato por prescrição (vide
1.c.b).
É o que decido.
MARCIEL DE ALMEIDA DOS SANTOS, MARIA CLENI BUENO, MARCO ANTÔNIO DO AMARAL
FERNANDES, LUCIANI FERNANDES DO AMARAL, MAURÍCIO SARDOZ BASQUEZ, MILTO LUIS DO
AMARAL FERNANDES, NERLY JOSÉ DE ALMEIDA, PAULO CÉZAR SEVERO LUCAS, ROBSON
EPAMINONDAS SANTANA DE SOUZA, RODRIGO SOARES DE JESUS e VOLMAR DO AMARAL
FERNANDES, como incurso nas sanções do artigo 1°, c/c §1°, incisos I e II, §2°, inciso I e §4°, todos da Lei de
Lavagem de Dinheiro n.° 9.613/1998 (com alteração dada pela Lei n.° 12.683/2012), conforme FATO III da
exordial;
f) CONDENAR o acusado CRISTIAN FERNANDO RABISQUIM como incurso nas sanções do art.
33, caput, da Lei n.º 11.343/2006, conforme FATO VI da exordial;
a) Quanto ao FATO I (art. 35, caput, da Lei n.º 11.343/2006 – Pena de reclusão de 03 (três) a 10 (dez)
anos e multa):
ADÍLSON DOS SANTOS COSTA: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de
associação para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar,
quando lhe era exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e
seu grau de censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande
quantidade de entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade
e a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza
das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que
estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à
segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por
estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os
vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de
reclusão. Ausente causas atenuantes. Presente a causa agravante da reincidência, conforme disciplina o art. 61,
inciso I, do Código Penal (em razão do réu ter sido condenado definitivamente em 12/11/2004 pelo processo n.°
027/2.05.0082058-9 (Evento 652 - CERTANTCRIM1)), fixo a pena provisória em 06 (seis) anos e 06 (seis) meses
de reclusão. Ausentes causas de aumento ou diminuição de pena, fica o acusado definitivamente condenado a 06
(seis) anos e 06 (seis) meses de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias judiciais já
analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena aplicada ao
réu foi de 06 (seis) anos e 06 (seis) meses de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do Código Penal,
prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que entre a data
do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos, tendo a
prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 61/84
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das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que
estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à
segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por
estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os
vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de
reclusão. Em razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o
acusado definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas
circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim,
verifico que a pena aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
CARINA PERES VIEIRA: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de associação
para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era
exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de
censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande quantidade de
entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade e a conduta
social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza das drogas,
conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que estimulam
o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à segurança da
comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por estas razões,
tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os vetores conduta,
censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de reclusão. Em
razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o acusado
definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias
judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena
aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do Código Penal,
prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que entre a data
do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos, tendo a
prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
CARLOS ALEX MAIA RODRIGUES: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito
de associação para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar,
quando lhe era exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e
seu grau de censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande
quantidade de entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade
e a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza
das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que
estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à
segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por
estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os
vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de
reclusão. Em razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o
acusado definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas
circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim,
verifico que a pena aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
CÍNTIA DOS SANTOS RODRIGUES: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito
de associação para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar,
quando lhe era exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e
seu grau de censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande
quantidade de entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade
e a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza
das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que
estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à
segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por
estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os
vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de
reclusão. Em razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o
acusado definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas
circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim,
verifico que a pena aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 63/84
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Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
CLAUZIA NAIR ROSA DA SILVA: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de
associação para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar,
quando lhe era exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e
seu grau de censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande
quantidade de entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade
e a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza
das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que
estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à
segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por
estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os
vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de
reclusão. Em razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o
acusado definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas
circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim,
verifico que a pena aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
DÉCIO VAZ DE SOUZA: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de associação
para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era
exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de
censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande quantidade de
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 64/84
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entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade e a conduta
social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza das drogas,
conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que estimulam
o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à segurança da
comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por estas razões,
tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os vetores conduta,
censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de reclusão. Em
razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o acusado
definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias
judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena
aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do Código Penal,
prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que entre a data
do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos, tendo a
prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
EDONI KUNKEL: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de associação para o
tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era exigida
conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de
censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande quantidade de
entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade e a conduta
social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza das drogas,
conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que estimulam
o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à segurança da
comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por estas razões,
tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os vetores conduta,
censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de reclusão. Em
razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o acusado
definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias
judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena
aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do Código Penal,
prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que entre a data
do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos, tendo a
prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 65/84
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circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal.Por fim,
verifico que a pena aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
ELIZEU ELIU MOREIRA DA SILVA: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de
associação para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar,
quando lhe era exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e
seu grau de censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande
quantidade de entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade
e a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza
das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que
estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à
segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por
estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os
vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de
reclusão. Ausente causas atenuantes. Presente a causa agravante da reincidência, conforme disciplina o art. 61,
inciso I, do Código Penal (em razão do réu ter sido condenado definitivamente em 26/10/2001 pelo processo n.°
027/2.05.0113284-8 (Evento 205 - CERTANTCRIM1 - Apenso)), fixo a pena provisória em 06 (seis) anos e 06
(seis) meses de reclusão. Ausentes causas de aumento ou diminuição de pena, fica o acusado definitivamente
condenado a 06 (seis) anos e 06 (seis) meses de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias
judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena
aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos e 06 (seis) meses de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
EURICO GAMA MOURA: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de associação
para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era
exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de
censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande quantidade de
entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade e a conduta
social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza das drogas,
conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que estimulam
o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à segurança da
comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por estas razões,
tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os vetores conduta,
censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de reclusão. Em
razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o acusado
definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias
judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena
aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do Código Penal,
prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que entre a data
do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos, tendo a
prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 66/84
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tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
seu grau de censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande
quantidade de entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade
e a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza
das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que
estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à
segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por
estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os
vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de
reclusão. Em razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o
acusado definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas
circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim,
verifico que a pena aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
IDELSON PICCININ: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de associação para
o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era exigida
conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de
censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande quantidade de
entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade e a conduta
social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza das drogas,
conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que estimulam
o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à segurança da
comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por estas razões,
tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os vetores conduta,
censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de reclusão.
Ausente causas atenuantes. Presente a causa agravante da reincidência, conforme disciplina o art. 61, inciso I, do
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 68/84
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Código Penal (em razão do réu ter sido condenado definitivamente em 11/12/2000 pelo processo n.°
027/2.05.0095459-3 (Evento 195 - CERTANTCRIM1 - Apenso)), fixo a pena provisória em 06 (seis) anos e 06
(seis) meses de reclusão. Ausentes causas de aumento ou diminuição de pena, fica o acusado definitivamente
condenado a 06 (seis) anos e 06 (seis) meses de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias
judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena
aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos e 06 (seis) meses de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
JORGE SCHERER: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de associação para o
tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era exigida
conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de
censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande quantidade de
entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade e a conduta
social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza das drogas,
conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que estimulam
o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à segurança da
comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por estas razões,
tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os vetores conduta,
censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de reclusão. Em
razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o acusado
definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias
judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena
aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do Código Penal,
prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que entre a data
do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos, tendo a
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 69/84
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prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que
estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à
segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por
estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os
vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de
reclusão. Em razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o
acusado definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas
circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim,
verifico que a pena aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
LUÍS FERNANDO BARROSO e SILVA: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito
de associação para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar,
quando lhe era exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e
seu grau de censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande
quantidade de entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade
e a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza
das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que
estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à
segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por
estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os
vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de
reclusão. Em razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o
acusado definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas
circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim,
verifico que a pena aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 71/84
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de pena, fica o acusado definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com
base nas circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por
fim, verifico que a pena aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso
III, do Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente,
vez que entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze)
anos, tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição
sem interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do
Código Penal.
MARIA CLENI BUENO: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de associação
para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era
exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de
censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande quantidade de
entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade e a conduta
social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza das drogas,
conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que estimulam
o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à segurança da
comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por estas razões,
tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os vetores conduta,
censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de reclusão. Em
razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o acusado
definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias
judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena
aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do Código Penal,
prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que entre a data
do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos, tendo a
prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 72/84
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MICHELE DOS SANTOS: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de associação
para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era
exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de
censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande quantidade de
entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade e a conduta
social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza das drogas,
conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que estimulam
o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à segurança da
comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por estas razões,
tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os vetores conduta,
censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de reclusão. Em
razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o acusado
definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias
judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena
aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do Código Penal,
prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que entre a data
do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos, tendo a
prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
PAULO CÉSAR BAIRROS DA SILVA: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito
de associação para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar,
quando lhe era exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e
seu grau de censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande
quantidade de entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade
e a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza
das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que
estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à
segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 73/84
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estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os
vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de
reclusão. Em razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o
acusado definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas
circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim,
verifico que a pena aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
PAULO CEZAR SEVERO LUCAS: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de
associação para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar,
quando lhe era exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e
seu grau de censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande
quantidade de entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade
e a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza
das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que
estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à
segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por
estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os
vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de
reclusão. Em razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o
acusado definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas
circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim,
verifico que a pena aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
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prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que entre a data
do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos, tendo a
prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
ROSANE SCHERER: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de associação para
o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era exigida
conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de
censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande quantidade de
entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade e a conduta
social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza das drogas,
conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que estimulam
o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à segurança da
comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por estas razões,
tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os vetores conduta,
censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de reclusão. Em
razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o acusado
definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias
judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena
aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do Código Penal,
prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que entre a data
do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos, tendo a
prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
ROSINEI DOS SANTOS XAVIER: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de
associação para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar,
quando lhe era exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e
seu grau de censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande
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quantidade de entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade
e a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza
das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que
estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à
segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por
estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os
vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de
reclusão. Ausente causas atenuantes. Presente a causa agravante da reincidência, conforme disciplina o art. 61,
inciso I, do Código Penal (em razão do réu ter sido condenado definitivamente em 12/06/2003 pelo processo n.°
027/2.05.0096965-5 (Evento 181 - CERTANTCRIM1 - Apenso)), fixo a pena provisória em 06 (seis) anos e 06
(seis) meses de reclusão. Ausentes causas de aumento ou diminuição de pena, fica o acusado definitivamente
condenado a 06 (seis) anos e 06 (seis) meses de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias
judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena
aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos e 06 (seis) meses de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
RUTE ROSENE MOREIRA DA SILVA: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito
de associação para o tráfico de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar,
quando lhe era exigida conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e
seu grau de censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande
quantidade de entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade
e a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza
das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que
estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à
segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por
estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os
vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de
reclusão. Em razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o
acusado definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas
circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim,
verifico que a pena aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 76/84
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vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de
reclusão. Em razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o
acusado definitivamente condenado a 06 (seis) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas
circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim,
verifico que a pena aplicada ao réu foi de 06 (seis) anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do
Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que
entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos,
tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem
interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal.
b) Quanto ao FATO III (artigo 1°, c/c §1°, incisos I e II, §2°, inciso I e §4°, todos da Lei de Lavagem
de Dinheiro n.° 9.613/1998 – Pena de reclusão de 03 (três) a 10 (dez) anos e multa (com alteração dada pela Lei n.°
12.683/2012):
ADÍLSON DOS SANTOS COSTA: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de
lavagem de dinheiro, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era exigida
conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de
censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande quantidade
dinheiro não declarado. Não registra maus antecedentes. A personalidade e a conduta social restaram
indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis. As consequências do delito são sérias e graves.
Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por estas razões, tendo como
critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os vetores conduta,
censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de reclusão.
Ausentes atenuantes, mas presente a agravante da reincidência, conforme disciplina o art. 61, inciso I, do Código
Penal (em razão do réu ter sido condenado definitivamente em 12/11/2004 pelo processo n.° 027/2.05.0082058-9
(Evento 652 - CERTANTCRIM1)), motivo pelo qual estabeleço a pena provisória em 06 (seis) anos e 06 (seis)
meses de reclusão. Ausente causas de diminuição, mas presente a causa de aumento de pena prevista no §4° do art.
1° da Lei n.° 9.613/98, relativa à lavagem de dinheiro ter sido praticada de forma reiterada e por meio de
organização criminosa, motivo pelo qual majoro a pena no seu quantum máximo, qual seja, ⅔, ficando o acusado
definitivamente condenado a 10 (dez) anos e 10 (dez) meses de reclusão, a ser cumprida em regime
FECHADO. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias judiciais já analisadas, em 500
(quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, ausentes os requisitos de substituição da pena.
Ausentes também qualquer possibilidade de prescrição.
visto que se trata do Estado. Por estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido
valorados negativamente os vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base
do réu em 06 (seis) anos de reclusão. Ausentes atenuantes, mas presente a agravante da reincidência, conforme
disciplina o art. 61, inciso I, do Código Penal (em razão do réu ter sido condenado definitivamente em 11/12/2000
pelo processo n.° 027/2.05.0095459-3 (Evento 195 - CERTANTCRIM1 - Apenso)), motivo pelo qual estabeleço a
pena provisória em 06 (seis) anos e 06 (seis) meses de reclusão. Ausente causas de diminuição, mas presente a
causa de aumento de pena prevista no §4° do art. 1° da Lei n.° 9.613/98, relativa à lavagem de dinheiro ter sido
praticada de forma reiterada e por meio de organização criminosa, motivo pelo qual majoro a pena no seu quantum
máximo, qual seja, ⅔, ficando o acusado definitivamente condenado a 10 (dez) anos e 10 (dez) meses de
reclusão, a ser cumprida em regime FECHADO. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias
judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, ausentes os
requisitos de substituição da pena. Ausentes também qualquer possibilidade de prescrição.
LUÍS FERNANDO BARROSO e SILVA: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito
de lavagem de dinheiro, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era exigida
conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de
censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande quantidade
dinheiro não declarado. Não registra maus antecedentes. A personalidade e a conduta social restaram
indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis. As consequências do delito são sérias e graves.
Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por estas razões, tendo como
critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os vetores conduta,
censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de reclusão.
Ausentes atenuantes, agravantes e causas de diminuição de pena. Presente a causa de aumento de pena prevista no
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 79/84
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§4° do art. 1° da Lei n.° 9.613/98, relativa à lavagem de dinheiro ter sido praticada de forma reiterada e por meio
de organização criminosa, motivo pelo qual majoro a pena no seu quantum máximo, qual seja, ⅔, ficando o
acusado definitivamente condenado a 10 (dez) anos de reclusão, a ser cumprida em regime FECHADO. A
pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-
multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, ausentes os requisitos de substituição da pena. Ausentes também
qualquer possibilidade de prescrição.
MARIA CLENI BUENO: Censurável a conduta da condenada, tendo praticado delito de lavagem de
dinheiro, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era exigida conduta diversa,
de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de censurabilidade são elevados,
considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande quantidade dinheiro não declarado. Não registra
maus antecedentes. A personalidade e a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são
reprováveis. As consequências do delito são sérias e graves. Prejudicada a análise do comportamento da vítima,
visto que se trata do Estado. Por estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido
valorados negativamente os vetores conduta, censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base
da ré em 06 (seis) anos de reclusão. Ausentes atenuantes, agravantes e causas de diminuição de pena. Presente a
causa de aumento de pena prevista no §4° do art. 1° da Lei n.° 9.613/98, relativa à lavagem de dinheiro ter sido
praticada de forma reiterada e por meio de organização criminosa, motivo pelo qual majoro a pena no seu quantum
máximo, qual seja, ⅔, ficando a acusada definitivamente condenado a 10 (dez) anos de reclusão, a ser
cumprida em regime FECHADO. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias judiciais já
analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, ausentes os requisitos de
substituição da pena. Ausentes também qualquer possibilidade de prescrição.
PAULO CEZAR SEVERO LUCAS: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de
lavagem de dinheiro, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era exigida
conduta diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de
censurabilidade são elevados, considerando o enorme esquema orquestrado, bem como a grande quantidade
dinheiro não declarado. Não registra maus antecedentes. A personalidade e a conduta social restaram
indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis. As consequências do delito são sérias e graves.
Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por estas razões, tendo como
critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os vetores conduta,
censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de reclusão.
Ausentes atenuantes, agravantes e causas de diminuição de pena. Presente a causa de aumento de pena prevista no
§4° do art. 1° da Lei n.° 9.613/98, relativa à lavagem de dinheiro ter sido praticada de forma reiterada e por meio
de organização criminosa, motivo pelo qual majoro a pena no seu quantum máximo, qual seja, ⅔, ficando o
acusado definitivamente condenado a 10 (dez) anos de reclusão, a ser cumprida em regime FECHADO. A
pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-
multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, ausentes os requisitos de substituição da pena. Ausentes também
qualquer possibilidade de prescrição.
indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis. As consequências do delito são sérias e graves.
Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por estas razões, tendo como
critério questões de prevenção e reprovação e, tendo sido valorados negativamente os vetores conduta,
censurabilidade, circunstâncias e consequências, delimito a pena-base do réu em 06 (seis) anos de reclusão.
Ausentes atenuantes, agravantes e causas de diminuição de pena. Presente a causa de aumento de pena prevista no
§4° do art. 1° da Lei n.° 9.613/98, relativa à lavagem de dinheiro ter sido praticada de forma reiterada e por meio
de organização criminosa, motivo pelo qual majoro a pena no seu quantum máximo, qual seja, ⅔, ficando o
acusado definitivamente condenado a 10 (dez) anos de reclusão, a ser cumprida em regime FECHADO. A
pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-
multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, ausentes os requisitos de substituição da pena. Ausentes também
qualquer possibilidade de prescrição.
c) Quanto ao FATO IV (art. 36, caput, da Lei n.º 11.343/2006 – Pena de reclusão de 8 (oito) a 20
(vinte) anos e multa):
ROBSON EPAMINONDAS SANTANA: Censurável a conduta do condenado, tendo em vista ser ele
o financiador de uma ampla rede de tráfico de entorpecentes, envolvendo diversos agentes e estados da federação,
além de movimentar considerável espécie de dinheiro, conforme apontado na fundamentação supra. Assim, agiu
em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era exigida conduta totalmente diversa, de
modo que sua culpabilidade é concreta e significativa. Não registra antecedentes à época do fato. A personalidade e
a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza das
drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que
estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à
segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima, visto que o delito em questão é de
perigo abstrato, logo, tendo-se como vítima a própria sociedade, mais precisamente a saúde e a segurança pública,
que, por óbvio, por sequer apresentarem comportamento próprio, não contribuíram para a prática delitiva. Quanto
ao motivo do crime, nada restou constatado nos autos. Por estas razões, tendo como critério questões de prevenção
e reprovação, delimito a pena-base do réu em 10 (dez) anos de reclusão. Em razão de que não existem atenuantes,
agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o acusado definitivamente condenado a 10 (dez)
anos de reclusão, a ser cumprida em regime FECHADO. A pena de multa vai fixada, com base nas
circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por
fim, ausentes os requisitos de substituição da pena. Ausentes também qualquer possibilidade de prescrição.
d) Quanto ao FATO V (art. 33, caput, da Lei n.º 11.343/2006 – Pena de reclusão de 5 (cinco) a 15
(quinze) anos e multa):
censurabilidade são elevados, considerando a grande quantidade de entorpecentes que ajudava a colocar em
circulação. Não registra maus antecedentes. A personalidade e a conduta social restaram indemonstradas nos autos.
As circunstâncias são reprováveis em virtude da natureza das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de
Tóxicos. As consequências do delito são sérias e graves, vez que estimulam o consumo de entorpecentes pelos
cidadãos, o que causa enormes prejuízos à saúde dos usuários e à segurança da comunidade. Prejudicada a análise
do comportamento da vítima, visto que se trata do Estado. Por estas razões, tendo como critério questões de
prevenção e reprovação, delimito a pena-base do réu em 07 (sete) anos de reclusão. Em razão de que não existem
atenuantes, agravantes, causas de aumento ou diminuição de pena, fica o acusado definitivamente condenado a 07
(sete) anos de reclusão. A pena de multa vai fixada, com base nas circunstâncias judiciais já analisadas, em 500
(quinhentos) dias-multa no valor unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena aplicada ao réu foi de 07 (sete)
anos de reclusão e, conforme disposto no art. 109, inciso III, do Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze)
anos. E, este lapso temporal já transcorreu no caso vertente, vez que entre a data do recebimento da denúncia
(22/11/2010) e o dia de hoje já transcorreram mais de 12 (doze) anos, tendo a prescrição in concreto ocorrido no
dia 22/11/2022. Assim, decorrido o prazo legal de prescrição sem interrupção, declaro EXTINTA A
PUNIBILIDADE do agente, com base no art. 107, inciso IV, do Código Penal.
MARIA CLEONI BUENO: Censurável a conduta da condenada, tendo praticado delito de tráfico de
entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era exigida conduta
diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de censurabilidade são
elevados, considerando a grande quantidade de entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra
maus antecedentes. A personalidade e a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são
reprováveis em virtude da natureza das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências
do delito são sérias e graves, vez que estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes
prejuízos à saúde dos usuários e à segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima,
visto que se trata do Estado. Por estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação, delimito a
pena-base do réu em 07 (sete) anos de reclusão. Em razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de
aumento ou diminuição de pena, fica o acusado definitivamente condenado a 07 (sete) anos de reclusão. A pena de
multa vai fixada, com base nas circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor
unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena aplicada ao réu foi de 07 (sete) anos de reclusão e, conforme
disposto no art. 109, inciso III, do Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já
transcorreu no caso vertente, vez que entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já
transcorreram mais de 12 (doze) anos, tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim,
decorrido o prazo legal de prescrição sem interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente,
com base no art. 107, inciso IV, do Código Penal.
NERLY JOSÉ DE ALMEIDA: Censurável a conduta do condenado, tendo praticado delito de tráfico
de entorpecentes, agindo em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, quando lhe era exigida conduta
diversa, de modo que sua culpabilidade é concreta. A reprovabilidade do crime e seu grau de censurabilidade são
elevados, considerando a grande quantidade de entorpecentes que ajudava a colocar em circulação. Não registra
maus antecedentes. A personalidade e a conduta social restaram indemonstradas nos autos. As circunstâncias são
reprováveis em virtude da natureza das drogas, conforme preceitua o art. 42 da Lei de Tóxicos. As consequências
do delito são sérias e graves, vez que estimulam o consumo de entorpecentes pelos cidadãos, o que causa enormes
prejuízos à saúde dos usuários e à segurança da comunidade. Prejudicada a análise do comportamento da vítima,
visto que se trata do Estado. Por estas razões, tendo como critério questões de prevenção e reprovação, delimito a
pena-base do réu em 07 (sete) anos de reclusão. Em razão de que não existem atenuantes, agravantes, causas de
aumento ou diminuição de pena, fica o acusado definitivamente condenado a 07 (sete) anos de reclusão. A pena de
multa vai fixada, com base nas circunstâncias judiciais já analisadas, em 500 (quinhentos) dias-multa no valor
unitário mínimo legal. Por fim, verifico que a pena aplicada ao réu foi de 07 (sete) anos de reclusão e, conforme
disposto no art. 109, inciso III, do Código Penal, prescreve no prazo de 12 (doze) anos. E, este lapso temporal já
transcorreu no caso vertente, vez que entre a data do recebimento da denúncia (22/11/2010) e o dia de hoje já
transcorreram mais de 12 (doze) anos, tendo a prescrição in concreto ocorrido no dia 22/11/2022. Assim,
decorrido o prazo legal de prescrição sem interrupção, declaro EXTINTA A PUNIBILIDADE do agente,
com base no art. 107, inciso IV, do Código Penal.
e) Quanto ao FATO VI (art. 33, caput, da Lei n.º 11.343/2006 – Pena de reclusão de 5 (cinco) a 15
(quinze) anos e multa):
Concedo aos acusados condenados nos Fatos III (ADILSON DOS SANTOS COSTA, ALBERTO
SANTOS COSTA, ALBERTO SCHERER, AMANTINO PINHEIRO DE LIMA, EDONI KUNKEL, GILMAR
POMPEO CADERNAL, DANIELA TOLEDO DA SILVA, IDELSON PICCININ, JORGE SCHERER, FLÁVIA
TRINDADE DE SOUZA, GISELDA DA SILVA CAVALCANTI, LUIS FERNANDO BARROSO E SILVA,
MARCIEL DE ALMEIDA DOS SANTOS, MARIA CLENI BUENO, MARCO ANTÔNIO DO AMARAL
FERNANDES, LUCIANI FERNANDES DO AMARAL, MAURÍCIO SARDOZ BASQUEZ, MILTO LUIS DO
AMARAL FERNANDES, NERLY JOSÉ DE ALMEIDA, PAULO CÉZAR SEVERO LUCAS, ROBSON
EPAMINONDAS SANTANA DE SOUZA, RODRIGO SOARES DE JESUS e VOLMAR DO AMARAL
FERNANDES), IV (EPAMINONDAS SANTANA DE SOUZA) e VI (CRISTIAN FERNANDO RABISQUIM) o
direito de recorrerem em liberdade, se por outro motivo não estiverem presos.
Custas proporcionais às partes, mas suspensa a exigibilidade quanto aos condenados assistidos pela
Defensoria Pública do Estado, eis que presumida suas hipossuficiências.
Considerando a condenação criminal operada neste feito em relação ao acusado RODRIGO SOARES
DE JESUS, desacolho os seus pedidos de restituição dos veículos apreendidos no feito e dos valores aferidos no
leilão da camioneta GM/Blazer.
Quanto aos veículos elencados na certidão do evento 5 e petição do evento 293, da ação de alienação
de bens número 5037462-28.2021.8.21.0027/RS, aos elencados no evento 481 desta ação penal e aos demais que
encontram-se ainda na posse de outros órgãos policiais, declaro o perdimento dos bens à União - FUNAD.
Os valores apreendidos e aqueles provenientes dos leilões operados no feito relacionado (ação de
alienação de bens n°. 50374622820218210027) deverão ser remetidos ao FUNAD.
Os computadores, HDs, monitores, telefones celulares que estiverem em condições de uso deverão
ser doados/destinados a instituições de caridade cadastradas junto à Direção do Foro da Comarca. Caso contrário,
deverão ser destruídos.
As folhas de cheque, documentos e demais objetos apreendidos deverão ser destruídos, pois sem
serventia.
Diligências legais.
Documento assinado eletronicamente por ULYSSES FONSECA LOUZADA, Juiz de Direito, em 26/1/2024, às 12:57:15, conforme art. 1º, III, "b",
da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no site https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/externo_controlador.php?
acao=consulta_autenticidade_documentos, informando o código verificador 10051458054v60 e o código CRC 0da32782.
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=acessar_documento&doc=11706283704254964266911884276&evento=11706283704254964266911935411&key=1fd9ca00c5f12d2f19241dce5a70dadd6af3… 84/84