Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Rua Hildebrando Westphalen, 553 - Bairro: Ouro Verde - CEP: 98300000 - Fone: (55) 302-99969 - Email:
frpalmiss1vcri@tjrs.jus.br
SENTENÇA
Vistos, etc.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
ZANETTE BAPTISTA e VOLNEI LUÍS DE MOURA FRANCO
associaram-se entre si e com indivíduos ainda não suficientemente
identificados, para praticar crimes de tráfico de drogas (art. 33 da Lei
n. 11.343/2006).
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
O denunciado VINÍCIUS ZANETTE BAPTISTA também plantava e
cultivava Cannabis sativa L. (“maconha”) em sua residência, com
objetivo de promover o preparo e a comercialização dessa substância,
além de ter compartilhado porções de drogas ilícitas que possuía com
os denunciados DOUGLAS ALEX CRODA DE OLIVEIRA e
VOLNEI LUÍS DE MOURA FRANCO, para que estes pudessem
revendê-las a terceiros.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
de apreensão e circunstanciados de busca e apreensão constantes dos
expedientes policiais que embasam a presente denúncia) constituíam
proventos e instrumentos das infrações penais, respectivamente.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Ambos foram conduzidos à Delegacia de Polícia local, sendo
formalizado registro de ocorrência policial, com as devidas apreensões.
No dia 23 de abril de 2021, até por volta das 20h40min, na Rua Jose
Simão Felix, 245, Bairro Lutz, nesta Cidade, os denunciados
VINÍCIUS PETRI GULGIELMIN, DOUGLAS ALEX CRODA
OLIVEIRA e LEANDRO LEMES DA ROSA, em comunhão de
esforços e conjugação de vontades, guardavam e traziam consigo, para
fins de venda e fornecimento a terceiros, 2 (dois) tabletes com
aproximadamente 9 (nove) gramas de Cannabis sativa L., vulgarmente
conhecida como “maconha”, e 1 (um) cigarro contendo
aproximadamente 1 (um) grama da mesma erva, a qual contém
Tetrahidrocanabinol (THC), substância que causa dependência física e
psíquica16 , sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar (Portaria SVS/MS n°344, de 12 de maio de 1998).
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
4º FATO (Tráfico de drogas – APF/IP n. 5003764- 52.2021.8.21.0020):
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
uma estufa artesanal, plantas da mesma espécie, que contém o
princípio ativo Tetrahidrocanabinol (THC), substância esta que causa
dependência física e psíquica22 , sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar (Portaria SVS/MS n°344, de
12 de maio de 1998).
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Nesse momento, agentes policiais dando cumprimento a mandado de
busca e apreensão expedido nos autos do Expediente n.º 5000979-
20.2021.8.21.0020/RS, desta Vara Criminal, adentraram a casa do
denunciado, onde localizaram e apreenderam as supramencionadas
porções de substâncias entorpecentes, além da quantia de R$ 65,00
(sessenta e cinco reais) em moeda corrente nacional, e 01 (um)
telefone celular, marca SAMSUNG28, constituindo estes últimos bens
proventos e instrumento da infração penal, respectivamente.
CAPITULAÇÃO LEGAL:
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
CLEITON DOS SANTOS STUMM: art. 33, caput, e art. 35, caput,
combinados com o art. 40, inciso IV, todos da Lei n. 11.343/2006, e
entre si na forma do art. 69, caput, do Código Penal;
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Franco (“Secreta”), Bernardo da Costa Campos (“Sequela”), Jackson Carbone da
Cruz e Cleiton dos Santos Stumm, bem como medidas cautelares ao réu Vinícius
Zanette Baptista (Evento 3).
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
manuseio dos aparelhos telefônicos apreendidos. Postulou a improcedência da
denúncia com a absolvição do denunciado pela insuficiência probatória
e, subsidiariamente, o reconhecimento da privilegiadora prevista no §4º, do artigo
33, da Lei nº 11.343/06. Ainda, requereu a revogação da prisão preventiva.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
386 do CPP. Subsidiariamente, a desclassificação para o delito de posse de
entorpecente e/ou fixação da pena no mínimo legal com a autorização para apelar
em liberdade.
Por fim, o réu Volnei Luis de Moura Franco (Evento 524), sustentou a
ausência de provas suficientes para prolação de decreto condenatório.
Alternativamente, a desclassificação do delito de tráfico para o de posse de drogas
em face da condição de usuário do acusado. Discorreu sobre eventual pena a ser
fixada em caso de condenação, bem como do regime inicial de cumprimento da
reprimenda. Ainda, pugnou pelo reconhecimento do tráfico privilegiado e a
substituição da PPL por PRD, bem como a revogação da prisão preventiva.
É o relatório.
Passo a decidir.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
de ser, tampouco a dita ausência possuiria o condão de macular as provas acostadas
aos autos.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
“Cabeludo” que ficava em uma praça. Que gastava em torno de R$ 100,00 por mês
de maconha. Que usava o telefone celular de sua irmã. Que já usou entorpecente na
companhia de Vinícius Petri. Que realizou tratamento junto ao CAPS. Que manteve
contato com Leandro Lemes na Rosa no mercado em que aquele trabalhava, sendo
uma pessoa educada e trabalhadora. Que conhece Cleiton em face de trabalhar uma
agropecuária que o depoente adquiria ração. Que não possuí vínculo com Jackson da
Cruz. Que não possuí envolvimento com facção, nem mesmo com uso de
armamento.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
vídeo é de brinquedo, não sabendo se estava na sua casa quando do cumprimento do
mandado. Que na época da prisão trabalhava e estudava. Que não tem relação com
facção. Que conhecia Jackson Carbone da Cruz de vista.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
transtorno boderline. Que sua mãe necessita utilizar oxigênio em face de ter sido
acometida por Covid. Que o declarante prestava auxílio aos filhos e a genitora. Que
nunca teve envolvimento em ocorrências policiais tendo drogas como objeto.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
O réu Vinícius Zanette Baptista declarou que plantava maconha para
uso próprio, porém nega a comercialização do entorpecente. Que com firma a
apreensão da droga e objetos na sua residência. Que está realizando tratamento para
combater o vício. Que era amigo de Douglas Croda, mas não revendiam drogas e
que em relação aos demais conhecia de vista. Que acredita ter sido denunciado por
contar sobre o cultivo para outras pessoas, principalmente amigos. Que não possuía
amizade com Volnei, apenas o conhecia. Que está arrependido do fato. Que contou
sobre o cultivo para Douglas, mas não para Volnei, pois não mantinham contato.
Que em algumas oportunidades não chegou a produzir drogas, pois era um trabalho
exaustivo de cuidados. Que na data do fato estava apenas estudando. Que os
equipamentos para cultivo foram adquiridos na cidade, pois não são de difícil
acesso. Que não recorda do seu número de telefone celular. Que tomou
conhecimento das fotografias após o processo. Que nunca soube de Leandro ser
proprietário de arma ou de comércio de entorpecente. Que as folhas de maconha não
eram para venda. Que tomava remédio para ansiedade.
O policial militar Leomar Carvalho dos Santos (2º Fato), relatou que
chegou ao conhecimento da guarnição o fato de ter sido alugado o imóvel para
comercialização de entorpecentes, passando o local a ser monitorado. Que havia
intenso fluxo no imóvel, sendo que em uma das oportunidades em que realizavam
monitoramento, chegou um veículo Fox, de cor preta, quando o individuo que estava
no interior passou a utilizar o telefone celular. Que posterior o acusado Jackson
Carbone da Cruz saiu do interior do imóvel e alcançou um pacote para o indivíduo
que estava no interior do veículo, porém não sabe precisar o conteúdo. Que quando
da tentativa de abordagem ao veículo o condutor saiu em alta velocidade, enquanto
Jackson correu para a garagem do imóvel, porém foi custodiado. Que foram
localizadas três porções de cocaína em cima de uma mesa, sendo que Jackson e um
indivíduo conhecido por Guillardi, acreditando se chamar Vinícius, se encontravam
no local. Que Jackson assumiu a propriedade do entorpecente, enquanto Guillardi
referiu ser apenas usuário, sendo que ambos foram encaminhados para a delegacia
de polícia. Que na ocasião também foram apreendidos dois telefones celulares e R$
96,00 reais que estava na posse de Jackson. Que Jackson já era conhecido dos
policiais ao contrário do acompanhante. Que o local era ponto de tráfico, porém
localizado perto de escola e outros bairros, sendo um ponto estratégico para o
comércio de drogas. Que a residência era localizada de frente para o mato, sendo de
fácil monitoramento. Que durante o monitoramento evitam contato via rádio a fim
de impossibilitar a publicização da diligência. Que é pequeno o tempo entre
monitoramento e a abordagem. Que não recorda se houve a confecção de relatório
acerca da diligência. Que foram colhidas apenas as iniciais da placa do veículo Fox.
Que realizou-se buscas no imóvel, porém nada mais foi localizado, embora acredita
que havia mais entorpecentes escondidos. Que o declarante não efetuou novo
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
monitoramentos envolvendo o acusado Jackson. Que Jackson estava entregando o
pacote para o condutor do carro que empreendeu fuga. Que os frequentadores do
imóvel mexiam constantemente no telefone.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
interior da mata realizando o monitoramento. Que o condutor do Fox era masculino
e o carro com iniciais DHY, sendo que os demais caracteres não foram identificados
e nem mesmo o automóvel restou abordado. Que Jackson estava com dinheiro e
aparelho celular, enquanto Vinícius, que estava no interior da residência, localizado
um celular e a droga estava em cima da mesa. Que Jackson era monitorado em face
das informações recebidas. Que não sabe se Vinícius teria usado entorpecente na
data do fato. Que certamente o acusado, para exercer a traficância no município,
possui relação com a facção e os demais indivíduos. Que é integrante do Setor de
Inteligência da Brigada Militar há cinco anos e nesse período já participou na
realização de diligências que culminaram na prisão dos indivíduos, inclusive de
apoio ao cumprimento de mandados pela Polícia Civil. Que no momento estavam de
a pé, pois a viatura era descaracterizada e estava estacionada em outro lugar. Que
não recorda do envio de informações à Polícia Civil que resultou no cumprimento de
mandados de busca. Que observou Jackson entregar um invólucro pela janela do
automóvel, momento em que acionou a guarnição para realização da abordagem.
Que não visualizou a entrega de dinheiro. Que ao iniciar o monitoramento, Jackson
e Vinícius já estavam na residência. Que o depoente não realizar a revista do
indivíduos. Que os acusados foram apresentados na Delegacia pela guarnição.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
momento em que Jackson entregou a substância ao motorista do carro por
intermédio da janela que foi aberta, o qual não foi identificá-lo na ocasião. Que não
recorda do que teria sido dito pelo indivíduo que estava na companhia de Jackson,
de nome Vinícius Magalhães Guillardi. Que não recorda de ter atendido ocorrência
envolvendo Vinícius Petri e Vinícius Baptista. Que na data da abordagem a
guarnição estava em patrulhamento quando foram informados da situação. Que há,
na cidade, com um veículo com as iniciais DHY, sendo a informação repassada aos
policiais civis. Que a droga apreendida não estava sendo consumida, pois estava
embalada. Que acredita que Jackson não recebeu o valor da venda em face da
chegada da viatura. Que não recorda de ter abordado Jackson. Que tinha
conhecimento do tráfico no local, mas não quanto aos indivíduos.
Tiago Scremin Milani, policial militar (3º Fato), explicou não ter
participado da abordagem, a qual foi realizada de policiais que estavam de
motocicleta. Que efetuou a condução dos acusados até a Delegacia de Polícia. Que
já tinha conhecimento da existência de denúncias dos envolvidos dos réus na prática
delitiva, sendo o morador da residência com participação, sendo ele Douglas Croda.
Que os acusados estavam com drogas no momento da abordagem, mas que não sabe
se era para uso.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
dormindo no momento do cumprimento da diligência. Que não recorda se foi o
depoente que localizou os objetos ou foi algum colega, pois ambos estavam fazendo
buscas no quarto de Volnei. Que houve a apreensão de papel filme/alumínio,
dinheiro, drogas e telefones celulares. Que a droga estava dentro de uma gaveta e o
dinheiro dentro de uma carteira de propriedade de Volnei.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Croda. Que Vinícius Petri mantinha vínculo com o preso Jacson Simões, de alcunha
Mortadela. Que durante a investigação foram cumpridos mandados de busca e
apreensão que resultaram em prisões em flagrante. Que participou do cumprimento
do mandado de busca na residência de Cleiton Stumm, o qual, inicialmente, negou
que possuísse droga, porém em busca houve a localização da porção de maconha
quando Cleiton passou a referir ser usuário. Que os acusados comprovam droga para
uso e posteriormente passaram a vender com o objetivo de ganhar dinheiro,
mantendo a associação conforme conversas obtidas, sendo movimentada grande
quantidade de entorpecente, além da existência de armas de fogo com ameças de
morte e envolvimento com a facção “Os Manos”, conforme fotografias obtidas. Que
nas fotografias havia referência aos números 14.18.12. da facção “Os Manos”. Que
Jacson Simões, alcunha “Mortadela”, preso por duplo homicídio e com ligação com
“Os Manos”, mantinha contato com Douglas Croda e principalmente Vinícius Petri.
Que foram localizadas no telefone celular de Petri fotografias dos cartões bancários
da genitora e companheira de “Mortadela”, bem como comprovante de depósito de
Petri para a companheira de “Mortadela”, Pâmela Soeiro Brandão. Que foram
localizadas conversas entre Petri, Croda e “Mortadela”, sendo o último o fornecedor
do entorpecente. Que durante o cumprimento do mandado de busca não foi o
declarante quem localizou a drogas, mas acredita ter sido pela policial Yasmin. Que
Jacson Simões comente delitos há anos com envolvimento com a facção, sendo que
não houve conversas interceptadas em face daquele estar preso por duplo homicídio,
inclusive já foi preso em flagrante por tráfico no momento em que realizada a prisão
após um indivíduo estar comercializando entorpecente de Mortadela, o qual portava
grande quantia em dinheiro. Que na época da prisão Jacson Simões não trabalhava.
Que nunca abordou Mortadela com entorpecentes. Que durante o cumprimento dos
mandados de busca e apreensão Jacson Simões já se encontrava solto, mas que o
depoente não acompanhou o cumprimento, apenas sabe que houve a apreensão de
aparelho de telefone que não foi possível o acesso. Que um dos comprovantes de
depósito de Petri para Pâmela era no montante de trezentos e poucos reais. Que
conheceu a companheira de Jacson Simões a partir da investigação, mas não sabe
em que ramo trabalha. Que conhece Leandro Lemes da Rosa da investigação e que
tem ciência de ser proprietário de um veículo Fiesta. Que houve apreensão de duas
porções de entorpecente com Vinícius Petri que serviu como ponto inicial da
investigação, bem como diante das informações constantes no aparelho de telefone
celular em que constava demonstração da grande quantidade de droga, fotografias
de Vinícius pesando o entorpecente, armas de fogo, o que também veio demonstrada
pelas conversas constantes no telefone celular. Que não foi realizou-se buscas na
residência de Petri em face de não residir na cidade, mas sim em Iraí. Que a relação
com Jacson Simões são decorrentes de informações, depoimentos dos investigados,
conversas e comprovantes de depósitos. Que todos os denunciados são usuários e
começaram no tráfico em decorrência de tal situação. Que tomou conhecimento do
envolvimento de Jackson Carbone da Cruz quando da abordagem e apreensão de
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
entorpecente. Que a participação de Cleiton ficou demonstração a partir das
conversas com Douglas Croda, os quais tentavam adquirir maior quantidade de
entorpecente para venda, bem como diante do cumprimento da busca e apreensão.
Que Jackson Carbone, Cleiton e Douglas possuíam trabalhos quando da realização
das diligências. Que Jackson Carbone compareceu na Delegacia quando tomou
conhecimento de que estava sendo procurado. Que Douglas Croda foi preso em
flagrante e mediante cumprimento de mandado de prisão. Que Mortadela distribuía
drogas para Petri e possuía vínculo com Cleiton Stumm e Bernardo. Informou que
no dia da abordagem de Bernardo houve conversas entre Douglas e Petri, onde o
primeiro afirmava ter outra parte da droga apreendida com Bernardo, bem como
achavam que Bernardo teria “cagoetado” os réus e faziam promessas de morte a ele.
Além disso, mencionaram que Bernardo teria entrado em contato com Douglas para
buscar o resto dos entorpecentes que estariam com ele. Douglas possuía contato com
Volnei e Vinícius Zanette. Tem certeza de que Bernardo traficava, mas não pode
afirmar que o mesmo é um réu recorrente. Na mesma noite, foi apreendida uma
encomenda na casa de Bernardo contendo placas frias e camisetas falsificadas
polícia civil.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Ricardo Ramos Rebelo (1 e 6º Fatos), afirmou que participou das
buscas na casa de Volnei, analise telefônica e tem conhecimento da investigação do
primeiro fato, uma vez que ajudou instruir o inquérito. Que a investigação realizada
incluiu todos os réus e concluiu pela associação para o tráfico, onde alguns deles
concentravam maior parte da droga para a venda e outros carregavam quantia
irrisória para se enquadrarem como usuários. Que o comércio era realizado próximo
da praça Paulo Ardenghi. Que na residência de Volnei havia cinco pessoas na sua
companhia, sendo que aquele referiu ser usuário e assumiu a posse das drogas,
ocasião em que apreendidos sessenta reais, um rolo de plástico filme, um telefone
celular e a quantia de seis gramas de entorpecente. Que no telefone do réu foram
encontrados indícios do tráfico de drogas, uma vez que o mesmo parecia combinar a
venda e entrega dos ilícitos.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Já Jaqueline Carbone da Cruz Zamboni, Sandro Osmar Bueno, Pedro
Jucemar Bueno e Gilmar Bueno, testemunhas arroladas por Jackson Carbone da
Cruz, limitaram-se a abonar a conduta do acusado.
1
Conforme bem adverte Gustavo Badaró , na avaliação da prova
testemunhal, o juiz deve estar atento a dois fatores: a pessoa que prestou o
depoimento e o conteúdo desse depoimento. Transcrevo a lição do doutrinador:
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Em outro giro, nada indica que os policiais teriam qualquer motivo
para falsamente incriminarem os réus, notadamente para “armar uma operação
policial falsa”, e forjar flagrantes.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
idoneidade dos policiais (ou ao menos suscitar dúvida), é preciso
que se constatem importantes divergências em seus relatos, ou que
esteja demonstrada alguma desavença com os réus, séria o
bastante para torná-los suspeitos, pois seria incoerente presumir
que referidos agentes, cuja função é justamente manter a ordem e
o bem-estar social, teriam algum interesse em prejudicar
inocentes. O tráfico de drogas é tipo múltiplo de conteúdo variado,
havendo diversos verbos nucleares que o caracterizam; portanto, o
flagrante do ato da venda é dispensável para sua configuração, quando
restar evidente que a destinação dos entorpecentes é a comercialização
– como no caso restou comprovado. ASSOCIAÇÃO PARA O
TRÁFICO. AUSÊNCIA DE PROVAS. MANUTENÇÃO DA
ABSOLVIÇÃO. Para configurar o delito do artigo 35, caput, da Lei nº
11.343/06, necessário que o acordo de vontades estabeleça um vínculo
entre os participantes e seja capaz de criar uma entidade criminosa que
se projete no tempo e que demonstre certa estabilidade em termos de
organização e de permanência temporal. Caso dos autos em que os
réus praticaram em conjunto o tráfico de drogas, mas não há nos autos
prova de vínculo associativo permanente entre eles, devendo ser
mantida a absolvição dos apelantes da prática do delito de associação
ao tráfico. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. ART. 40, III, DA
LEI DE DROGAS. INAPLICABILIDADE. A intenção do legislador,
ao instituir a causa de aumento prevista no art. 40, III, da Lei de
Drogas, foi repreender com mais severidade o tráfico praticado em
locais com grande concentração de pessoas, pois a presença de
multidão, além de facilitar a disseminação da mercancia ilícita,
dificulta a identificação dos infrato a atuação da polícia. Desse modo,
ainda que a incidência da majorante independa da comercialização
direta às pessoas frequentadoras dos locais elencados no respectivo
dispositivo legal, no caso dos estabelecimentos de ensino, para
incidência da referida causa especial de aumento de pena, a infração
deve ter sido cometida nas dependências ou imediações da escola,
devendo ser adotado um critério razoável em função do perigo maior
que a Lei procura evitar. Caso concreto em que os réus estavam no
mesmo bairro onde fica a escola mencionada na denúncia, mas a certa
distância que não pode ser considerada como imediação, não havendo,
ademais, indicativos de que os denunciados estivessem tirando
proveito da movimentação do estabelecimento, devendo ser mantido o
afastamento, pois, da majorante prevista no art. 40, III, da Lei nº
11.343/06. PEDIDO DE AFASTAMENTO DA APLICAÇÃO DO
PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO ENTRE O TRÁFICO DE DROGAS
E O POSSE ILEGAL DE ARMA. TRÁFICO DE DROGAS E PORTE
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
ILEGAL DE ARMA QUE REPRESENTAM CRIMES
AUTÔNOMOS. CONCURSO MATERIAL. Embora na prática seja
muito difícil desvincular o tráfico da violência e, por conseguinte, do
próprio ato de portar arma (já que é fato notório que armas são
utilizadas, de forma violenta, para assegurar o êxito das atividades
ilícitas ligadas à ilícita mercancia), no âmbito jurídico é praticamente
inviável vincular em uma só norma as condutas típicas de portar arma
e traficar, já que para isso o inciso IV do art. 40 da Lei 11.343/06 exige
que a arma seja efetivamente empregada na execução da ilícita
mercancia. De fato, para que a referida majorante tenha vez, é preciso
que o agente, na prática do tráfico que lhe for imputado, tenha usado a
arma para exercer intimidação concreta e voltada à viabilização da
traficância; se não o faz, o porte do armamento caracteriza crime
autônomo. Precedente. Caso dos autos em que deve ser reconhecido o
concurso material de crimes, sendo, o ato de traficar drogas e
portar/possuir arma e munições, condutas autônomas. Impositiva a
condenação dos acusados pelo delito de armas. PENA-BASE.
MANUTENÇÃO. Pena-base mantida, diante da análise das vetoriais
do art. 59 do CP e art. 42 da Lei nº 11.343/06. MINORANTE.
AFASTAMENTO. PROVIMENTO DO APELO MINISTERIAL. A
privilegiadora do tráfico de drogas é uma benesse e, portanto, exceção
à regra; destarte, não deve ser objetiva e indiscriminadamente aplicada,
mas reservada a casos excepcionais em que a pena mínima do tráfico
(que, por si só, é um crime grave e usualmente merece a mais severa
repressão) se mostre desproporcional. Faz-se, então, necessária a
análise do caso concreto para garantir que a minorante seja reservada
não apenas a réus primários, mas a traficantes realmente eventuais, que
não fazem do tráfico sua “profissão”. Caso concreto em que o acusado
não demonstrou exercer qualquer atividade lícita e responde a outra
ação penal por tráfico de drogas, além do presente feito, circunstância
que indica o envolvimento do réu em atividade criminosa. Inviável,
pois, falar-se em tráfico eventual e ausência de dedicação à atividade
ilícita. MULTA. ISENÇÃO DA MULTA. IMPOSSIBILIDADE. PENA
CUMULATIVAMENTE COMINADA AO TIPO. APELO
DEFENSIVO DESPROVIDO E MINISTERIAL PARCIALMENTE
PROVIDO. UNÂNIME.(Apelação Criminal, Nº 70084598119,
Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz
Mello Guimarães, Julgado em: 16-12-2020) (grifei)
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
DE DROGAS. SOLUÇÃO CONDENATÓRIA. MANUTENÇÃO.
Para a configuração do ilícito penal previsto no artigo 33 da Lei nº
11.343/06, prescinde que o agente seja preso no momento exato em
que fornece materialmente a substância proscrita para terceiro,
bastando para que seja caracterizado o tráfico a presença de
circunstâncias concretas a indicar o comércio ilícito de entorpecentes.
Dos elementos prospectados nos autos, tenho que a manutenção da
condenação do réu Mabio Dayson Domingues Ferreira, no caso
concreto, é medida imperativa. Em que pese em Juízo o réu tenha
negado a imputação, alegando ter sido vítima de enxerto de drogas por
parte dos policiais – é certo que a prova oral produzida evidencia, com
clareza, ter sido ele o protagonista do crime de tráfico de drogas
descrito na denúncia. E as circunstâncias concretas do caso evidenciam
a destinação da substância apreendida à venda. A revelação do fato
criminoso decorreu da percepção dos policiais militares que, em
averiguação de rotina em região conhecida pela traficância, ao
perceberem o odor característico vindo de uma residência,
aproximaram-se do local e, por cima do muro, avistaram o réu
manuseando a expressiva quantidade de drogas apreendidas,
consistentes em 242 tabletes de maconha, pesando aproximadamente
260g com embalagem, 27 pinos de cocaína pesando aproximadamente
21g com embalagem, e 81 pedras de crack pesando aproximadamente
21g, tendo o suspeito, inclusive, tentado empreender fuga. Situação
fática a evidenciar a situação de traficância, mostrando-se descabida a
desclassificação para posse de drogas. 2. PALAVRA DOS
POLICIAS. VALIDADE. Deve se ter presente que o fato de as
testemunhas de acusação serem agentes públicos, por si só, não se
consubstancia em motivo para que suas declarações sejam
recebidas com cautela ou ressalva, salvo hipóteses em que reste
evidenciado o interesse particular do servidor público na
investigação, o que sequer se cogita no caso em tela. 3.
DOSIMETRIA DA PENA. Reprimenda corretamente consolidada em
07 anos de reclusão (Basilar de 06 anos – tisnados os antecedentes do
réu e as circunstâncias do crime -, pena agravada em 1/6, pela
reincidência), sequer controvertida. 4. PREQUESTIONAMENTO. O
julgador não está obrigado à análise de cada um dos dispositivos de lei
federal e da Constituição Federal destacados pelas partes, bastando que
fundamente a sua decisão acerca dos questionamentos postos a
julgamento na legislação que entende pertinente ao caso. APELO
DEFENSIVO NÃO PROVIDO.(Apelação Criminal, Nº 70083906248,
Terceira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Viviane
de Faria Miranda, Julgado em: 19-11-2020) (grifei)
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Outrossim, passo a análise das condutas de cada réu, bem como a
verificação de eventual comprovação da autoria dos mesmos.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Em prosseguimento, JACSON DA SILVA SIMÕES, é tido como
“elo” entre os codenunciados e a facção “Os Manos”, figurando como o principal
fornecedor de drogas ilícitas dessa organização criminosa aos codenunciados. Este
denunciado esteve preso até 02.08.2021, acusado de duplo homicídio qualificado
motivado por disputas relacionadas ao tráfico de drogas (5000068-
08.2021.8.21.0020). A investigação apurou que, enquanto segregado, JACSON
comandava o tráfico de drogas e tinha contato direto, do interior do presídio, com o
codenunciado VINÍCIUS PETRI GULGIELMIN, como se depreende de troca de
mensagens entre este e DOUGLAS ALEX CRODA DOS SANTOS, em 19.04.2021
(Evento 34, OUT7, pág. 57, do IP 50009792020218210020).
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Por fim, CLEITON DOS SANTOS STUMM fora preso em flagrante
na prática da traficância, ao passo que seu envolvimento com os aqui processados
restou cristalino durante a investigação.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
PELO USO DE ALGEMAS. INOCORRÊNCIA. No caso em testilha,
considerando o contexto das prisões dos réus, com apreensão de
significativa quantidade de entorpecentes, atrelado ao conhecimento
prévio dos policiais, acerca do envolvimento dos acusados com
o tráfico de drogas e armas de fogo, julgo que a atuação dos agentes
estava devidamente justificada, não havendo falar em ilegalidade a ser
reconhecida, capaz de comprometer a licitude da prisão em flagrante,
bem como do processo criminal levado a efeito. (ii) VIOLAÇÃO AOS
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. Em que pesem os argumentos da
defensivos não verifico qualquer nulidade a ser declarada, tampouco
violação aos princípios do contraditório, da legalidade, do nom bis in
idem, da presunção e inocência. Isso poque, conforme declarado nas
próprias razões recursais, os relatórios policiais foram anexados aos
autos do processo originário "onze (11) dias antes da audiência de
instrução e julgamento (realizada em 28/09/2021)". Assim, ainda que
não intimados especificamente da juntada dos documentos, os
procuradores dos réus tiveram acesso ao conteúdo, antes do
encerramento da instrução. (iii) VIOLAÇÃO AO TEOR DA
SÚMULA 444 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Infundada
a alegação de violação ao teor da Súmula 444, pois, o Magistrado
singular, ao individualizar a pena - ponto que pena enfrentado quando
da análise do mérito - não utilizou inquérito policial ou decisão judicial
para agravar a pena-base do réu. (iv) DESOBEDIÊNCIA AO
PRINCÍPIO DO NEMO TENETUR SE DETEGERE. Considerando a
prova produzida em Juízo, não verifico qualquer violação ao princípio
do nemo tenetur se detegere, em razão da confissão informal do
acusado Ronaldo, uma vez que a situação de flagrância já estava
perfectibilizada em momento anterior à confissão informal. Ademais, a
prisão do apelante Anderson decorreu do desdobramento da diligência
autorizada judicialmente, qual seja, análise do conteúdo do celular
apreendido na posse de Ronaldo. Assim, não se olvida que a confissão
informal não serviria para fundamentar a condenação, caso fosse a
única prova colacionada ao feito. Entretando, no caso em testilha,
tratou-se de informação subsidiária e que encontrou respaldo no
restante do acervo probatório. Preliminares rejeitadas.
2. TRÁFICO DE DROGAS. SOLUÇÃO CONDENATÓRIA.
MANUTENÇÃO. A configuração do ilícito penal previsto no artigo 33
da Lei nº 11.343/06 prescinde que o agente seja preso no momento
exato em que fornece materialmente a substância proscrita para
terceiro, bastando a presença de circunstâncias concretas a indicar o
comércio ilícito de entorpecentes. Dos elementos prospectados nos
autos, tenho que a manutenção da condenação dos réus Anderson e
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Ronaldo é medida imperativa, na medida em que a uníssona prova oral
evidencia o protagonismo dos apelantes no crime de tráfico de drogas
descrito na denúncia. Sentença condenatória mantida. 3. PALAVRA
DOS POLICIAS. VALIDADE. Deve se ter presente que o fato de as
testemunhas de acusação serem agentes públicos, por si só, não se
consubstancia em motivo para que suas declarações sejam recebidas
com cautela ou ressalva, salvo hipóteses em que reste evidenciado o
interesse particular do servidor público na investigação, o que sequer
se cogita no caso em tela. 4. RÉU RONALDO. DA
DESCLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA PARA OS LINDES DO
ARTIGO 28 DO MESMO DIPLOMA LEGAL (POSSE DE
DROGAS). IMPOSSIBILIDADE. As circunstâncias da empreitada
criminosa evidenciam que a substância entorpecente se destinava ao
comércio ilícito e destinação a terceiros, não sendo possível cogitar a
desclassificação da conduta para o delito de posse de drogas.
5. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS.
CONDENAÇÃO MANTIDA. Associação para o tráfico de drogas
entre os réus suficientemente comprovada pelo robusto conjunto
probatório produzido pela acusação, em especial pela quebra de
sigilo e extração de dados do aparelho celular apreendido. Restou
demonstrada a colaboração mútua de cada um dos réus, com
vínculo subjetivo, ânimo de permanência e estabilidade
da associação criminosa, a evidenciar o ânimo associativo, tais
como proceder na venda de drogas e outros comandos.
Manutenção do juízo condenatório que se faz impositiva. (...)
PRELIMINARES REJEITADAS. NO MÉRITO, APELOS
DEFENSIVOS DESPROVIDOS.(Apelação Criminal, Nº
50171629620218210010, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Viviane de Faria Miranda, Julgado em: 13-02-
2023) - grifei.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
análise e extração de dados telefônicos (Evento 34, OUT3 - 5000979-
20.2021.8.21.0020), bem como pela prova oral produzida.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
À luz do art. 33, caput, da Lei nº. 11.343/06, cumpre ter em conta que,
para a configuração do delito de tráfico de drogas basta que o agente pratique uma
das condutas tipificadas no art. 33 da Lei nº. 11.343/06, de modo que despicienda a
prova efetiva da comercialização das drogas, assim como a apreensão de substâncias
entorpecentes e/ou de instrumentos comumente utilizados para a mercancia também
na posse do acusado.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
em encontrar e apreender, na sua posse, um tijolo de crack, pesando
cerca de um quilograma. Simultaneamente, foram cumpridos
mandados de busca e apreensão nas residências de RAFAEL e
PABLO, oportunidade em que localizas e apreendidas, na casa deste,
diversas buchas e porções de cocaína, totalizando 795 gramas, e de
maconha, no total de 252 gramas, além de balanças de precisão,
enquanto na residência daquele foi apreendida quantia em dinheiro e
anotações relativas ao tráfico de entorpecentes. Prova dos autos,
especialmente o teor das interceptações telefônicas, que demonstra o
envolvimento de ambos os réus na prática delitiva. Validade dos
depoimentos dos policiais, prestados sob o crivo do contraditório e da
ampla defesa, sem apresentarem divergências. Desnecessidade de ato
de mercancia para a caracterização da infração penal, quando os
indicativos de prova, especialmente a quantidade de drogas
apreendidas, demonstram, à saciedade, a intenção do comércio ilegal.
Condenação mantida. 2. ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO. Prova dos
autos segura a demonstrar que a associação havida entre os réus com o
escopo de traficância possuía caráter estável e permanente, bem como
que havia, entre os acusados, relação de hierarquia e subordinação, na
medida em que RAFAEL dava ordem a PABLO, que, por sua vez,
prestava contas de suas ações ao co-réu. Associação ao tráfico
devidamente demonstrada. Condenação mantida. 3. APENAMENTO.
Penas-base. Possibilidade de exasperação das penas-base aplicada a
ambos os réus, e em relação crimes de tráfico de drogas e associação
ao tráfico, em razão da quantidade e da variedade de entorpecentes
apreendidos, nos termos em que autoriza o art. 42 da Lei nº 11.343/06.
Inviabilidade de que sejam utilizados processos em andamento para
exasperação da pena-base, nos termos da Súmula nº 231 do STJ,
desimportando que os feitos tenham sido considerados para fins de
análise da personalidade do agente, e não dos antecedentes.
Personalidade do réu RAFAEL neutralizada, em relação a ambos os
crimes. O fato de RAFAEL ser considerado o chefe do tráfico de
drogas não autorização a negativação de sua culpabilidade. E tal
vetorial, que deve ser entendida como "a reprovação social que o crime
e o autor do fato merecem", não fugiu do ordinário no caso concreto.
Reanálise das circunstâncias judiciais do art. 59 do CP que leva à
redução das penas-base impostas aos réus. 4. Atenuante de confissão
espontânea. Havendo o réu PABLO admitido a prática do crime de
tráfico de drogas, faz jus à aplicação da atenuante de confissão
espontânea, nos termos da Súmula nº 545 do STJ, ainda que a
confissão tenha sido parcial, e não sobre todos os fatos e pessoas
envolvidas. Manutenção da atenuante em questão, no tocante ao réu
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
PABLO, em relação ao crime de tráfico de drogas. 5. Majorante
prevista no artigo 40, III, da Lei nº 11.343/06 que deve ser conhecida
exclusivamente ao acusado PABLO, e somente no tocante ao crime de
tráfico de drogas, pois fora ele quem restou abordado em um ônibus de
transporte coletivo transportando entorpecentes, sendo desnecessário
demonstrar que o agente objetivasse atingir qualquer um dos
passageiros do coletivo, uma vez que o perigo é presumido, sendo
punida essa circunstância pelo legislador com maior rigor. Todavia,
não se verifica tal conduta em relação ao co-réu e quanto ao crime de
associação ao tráfico, cuja perpetração deu-se desde muito antes da
apreensão, em diversos locais e, inclusive, através de ligações e
mensagens telefônicas. Reconhecida a majorante em questão ao crime
de tráfico de drogas praticado pelo réu PABLO, com a exasperação da
pena em 1/6. 6. Minorante do tráfico privilegiado cujo
reconhecimento é inviável, diante da condenação dos réus também
pelo crime de associação ao tráfico, que pressupõe habitualidade,
motivo pelo qual não preenchidos os requisitos elencados no art.
33, § 4º, da Lei nº 11.343/06. 7. Substituição de pena inviável, tendo
em vista a quantidade das penas impostas, que extrapolam o máximo
de quatro anos previsto no art. 44 do CP. 8. Regime de cumprimento.
Manutenção do regime inicial fechado a ambos os réus, considerando
as penas impostas, nos termos do art. 33, § 2º, a , do CP. 9. Penas de
multa estabelecidas em consonância às penas corporais. 10. Restituição
de valores e de veículo. Os valores em dinheiro, segundo apurou a
prova dos autos, são provenientes de crime, motivo pelo qual não
podem ser restituídos à parte. Inviável, ainda, o pleito de restituição do
veículo apreendido nos autos, por não se tratar o postulante do
legítimo proprietário do bem cuja restituição é postulada, devendo a
proprietária, se assim desejar, intentar as medidas que entender
cabíveis. 11. Segregação cautelar. Inviável o acolhimento do pedido
para que o réu PABLO aguarde o julgamento em liberdade, tendo em
vista que não só respondeu ao processo segregado, como os
fundamentos da prisão preventiva (que foram analisados também em
sede de habeas corpus) se mantêm. APELAÇÕES PARCIALMENTE
PROVIDAS. UNÂNIME. (Apelação Crime Nº 70077005122,
Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Victor
Luiz Barcellos Lima, Julgado em 16/08/2018) – grifei.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Com relação ao terceiro fato, a materialidade se verifica pelo
boletim de ocorrência (Evento 2, p. 3/7 - 5000979-20.2021.8.21.0020), pelos autos
de apreensão (Evento 2, p. 11/12, 14/15 - 5000979-20.2021.8.21.0020), pelo laudo
pericial (Evento 34, AUTO6 - 5000979-20.2021.8.21.0020), pelo relatório de análise
e extração de dados telefônicos (Evento 34, OUT7 - 5000979-20.2021.8.21.0020),
bem como pela prova oral produzida.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
À luz do art. 33, caput, da Lei nº. 11.343/06, cumpre ter em conta que,
para a configuração do delito de tráfico de drogas basta que o agente pratique uma
das condutas tipificadas no art. 33 da Lei nº. 11.343/06, de modo que despicienda a
prova efetiva da comercialização das drogas, assim como a apreensão de substâncias
entorpecentes e/ou de instrumentos comumente utilizados para a mercancia também
na posse do acusado.
Destaca-se, por fim, pois necessário, que não há se falar em posse para
uso, pois a prova, como já referido, aponta para a realização do tráfico. O fato de do
acusado ser usuário não exclui o tráfico. Veja-se que ainda que, mesmo fosse o réu
usuário ou dependentes, esta situação não afasta a prática do delito de tráfico de
drogas, mormente porque devidamente comprovado nos autos, razão pela qual não
há obrigatoriedade na realização de exame laboratorial para confirmação de tal
situação.
5001970-59.2022.8.21.0020 10033802117 .V478
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=f3102ca060f4cae0e126319… 42/98
14/03/2023, 08:16 :: 10033802117 - eproc - ::
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
ensejadores da prisão preventiva, não havendo modificação da situação
fática retratada por ocasião de sua decretação, além do que o apelante
permaneceu preso durante todo o processo, inexistindo razão para a
sua libertação agora, em que restou condenado ao regime fechado, sem
olvidar sua reincidência. MÉRITO. 1. SUFICIÊNCIA PROBATÓRIA.
Os policiais ingressaram em ponto de tráfico de drogas quando
avistaram o réu, que ao visualizar a guarnição ficou nervoso e entrou
em um mercado. Realizaram sua abordagem, apreendendo em sua
posse "diversas pedras de crack pesando 11g com embalagem e 06
pedras de crack pesando 01g com embalagem", além do valor de R$
250,00 (duzentos e cinquenta reais). Embora o indigitado tenha negado
a prática delitiva, sua afirmação não ficou comprovada e restou isolada
das provas amealhadas aos autos, notadamente pelos relatos dos
policiais atuantes no flagrante e pela quantidade de entorpecentes
apreendidos, que não corresponde com a hipótese de uso pessoal. Não
se vislumbram motivos para que os agentes estatais prestassem
declarações falsas a fim de imputar responsabilidade criminal indevida
ao acusado, daí porque é preciso prestigiar suas palavras. Ademais,
esta julgadora possui entendimento no sentido de recepcionar a
validade do depoimento policial como meio de prova, sendo este,
como no caso, convergente e harmônico, tanto na fase administrativa
quanto judicial, os detalhes do caso em tela, corroborado pelos
elementos de prova carreados aos autos. Para afastar a presumida
idoneidade dos policiais, seria necessária a constatação de importantes
contradições em seus relatos, ou mesmo a demonstração de interesse
em prejudicar o réu, fato que não ocorreu no caso em tela. 2.
DESCLASSIFICAÇÃO. As provas carreadas aos autos não
possibilitam concluir que a finalidade da droga apreendida seja de
consumo próprio, embora possível supor que o acusado
efetivamente seja usuário de drogas. Tal constatação, por óbvio,
não elide a convicção da prática de traficância pelo apelante, sendo
usual que usuários comercializem drogas como forma de manter o
vício. 3. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 28 DA LEI DE
DROGAS. PREJUDICADO. Afastada a tese desclassificatória, resta
prejudicado o julgamento do pedido de reconhecimento da
inconstitucionalidade do art. 28, da Lei n° 11.343/06. 4.
PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA. Possível concluir
que não houve participação de menor importância por parte do
acusado, na medida em que praticou elemento nuclear do tipo – “trazer
consigo” – e a divisão de tarefas na cadeia produtiva que envolve a
comercialização de substâncias ilícitas em nada diminui a relevância
de sua conduta, cuja prática voltou-se à consecução de objetivo ilícito
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
comum, qual seja a venda de substância entorpecente. Mantida a
condenação pelo tráfico de drogas. 5. AGRAVANTE DA
REINCIDÊNCIA. BIS IN IDEM. Não há o que se falar em bis in idem
na utilização de uma sentença condenatória para exasperar a pena nos
termos do art. 61, I do CP, pois a aplicação da referida agravante visa
reconhecer maior censurabilidade à conduta do agente que reitera na
prática criminosa, após o trânsito em julgado da sentença em que foi
condenado anteriormente. Mantida a pena estabelecida na origem. 6.
SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR
RESTRITIVA DE DIREITOS. Inviável a substituição, considerando o
quantum de pena fixado e a reincidência do acusado. 7. ISENÇÃO
PENA DE MULTA. O pedido de isenção ou suspensão da pena de
multa também não merece acolhido, pois consectário legal. 8.
PREQUESTIONAMENTO. Consigno que não estou negando vigência
a qualquer dos dispositivos legais mencionados ao longo da ação
penal, traduzindo a presente decisão o entendimento desta Relatora
acerca da matéria analisada. À UNANIMIDADE, REJEITARAM A
PRELIMINAR E, NO MÉRITO, NEGARAM PROVIMENTO AO
RECURSO DE APELAÇÃO, JULGANDO PREJUDICADO O
PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA
INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 28 DA LEI DE DROGAS.
(Apelação Criminal, Nº 50022092320228210001, Segunda Câmara
Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rosaura Marques Borba,
Julgado em: 13-02-2023) - grifei.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
grande investigação por parte da Polícia Civil, com a realização de
interceptações telefônicas e monitoramento às ações dos acusados,
oportunidade em que policiais tomaram conhecimento de que o réu
PABLO transportaria drogas de Porto Alegre até Rio Grande e, então,
realizaram abordagem ao ônibus no qual se deslocava, logrando êxito
em encontrar e apreender, na sua posse, um tijolo de crack, pesando
cerca de um quilograma. Simultaneamente, foram cumpridos
mandados de busca e apreensão nas residências de RAFAEL e
PABLO, oportunidade em que localizas e apreendidas, na casa deste,
diversas buchas e porções de cocaína, totalizando 795 gramas, e de
maconha, no total de 252 gramas, além de balanças de precisão,
enquanto na residência daquele foi apreendida quantia em dinheiro e
anotações relativas ao tráfico de entorpecentes. Prova dos autos,
especialmente o teor das interceptações telefônicas, que demonstra o
envolvimento de ambos os réus na prática delitiva. Validade dos
depoimentos dos policiais, prestados sob o crivo do contraditório e da
ampla defesa, sem apresentarem divergências. Desnecessidade de ato
de mercancia para a caracterização da infração penal, quando os
indicativos de prova, especialmente a quantidade de drogas
apreendidas, demonstram, à saciedade, a intenção do comércio ilegal.
Condenação mantida. 2. ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO. Prova dos
autos segura a demonstrar que a associação havida entre os réus com o
escopo de traficância possuía caráter estável e permanente, bem como
que havia, entre os acusados, relação de hierarquia e subordinação, na
medida em que RAFAEL dava ordem a PABLO, que, por sua vez,
prestava contas de suas ações ao co-réu. Associação ao tráfico
devidamente demonstrada. Condenação mantida. 3. APENAMENTO.
Penas-base. Possibilidade de exasperação das penas-base aplicada a
ambos os réus, e em relação crimes de tráfico de drogas e associação
ao tráfico, em razão da quantidade e da variedade de entorpecentes
apreendidos, nos termos em que autoriza o art. 42 da Lei nº 11.343/06.
Inviabilidade de que sejam utilizados processos em andamento para
exasperação da pena-base, nos termos da Súmula nº 231 do STJ,
desimportando que os feitos tenham sido considerados para fins de
análise da personalidade do agente, e não dos antecedentes.
Personalidade do réu RAFAEL neutralizada, em relação a ambos os
crimes. O fato de RAFAEL ser considerado o chefe do tráfico de
drogas não autorização a negativação de sua culpabilidade. E tal
vetorial, que deve ser entendida como "a reprovação social que o crime
e o autor do fato merecem", não fugiu do ordinário no caso concreto.
Reanálise das circunstâncias judiciais do art. 59 do CP que leva à
redução das penas-base impostas aos réus. 4. Atenuante de confissão
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
espontânea. Havendo o réu PABLO admitido a prática do crime de
tráfico de drogas, faz jus à aplicação da atenuante de confissão
espontânea, nos termos da Súmula nº 545 do STJ, ainda que a
confissão tenha sido parcial, e não sobre todos os fatos e pessoas
envolvidas. Manutenção da atenuante em questão, no tocante ao réu
PABLO, em relação ao crime de tráfico de drogas. 5. Majorante
prevista no artigo 40, III, da Lei nº 11.343/06 que deve ser conhecida
exclusivamente ao acusado PABLO, e somente no tocante ao crime de
tráfico de drogas, pois fora ele quem restou abordado em um ônibus de
transporte coletivo transportando entorpecentes, sendo desnecessário
demonstrar que o agente objetivasse atingir qualquer um dos
passageiros do coletivo, uma vez que o perigo é presumido, sendo
punida essa circunstância pelo legislador com maior rigor. Todavia,
não se verifica tal conduta em relação ao co-réu e quanto ao crime de
associação ao tráfico, cuja perpetração deu-se desde muito antes da
apreensão, em diversos locais e, inclusive, através de ligações e
mensagens telefônicas. Reconhecida a majorante em questão ao crime
de tráfico de drogas praticado pelo réu PABLO, com a exasperação da
pena em 1/6. 6. Minorante do tráfico privilegiado cujo
reconhecimento é inviável, diante da condenação dos réus também
pelo crime de associação ao tráfico, que pressupõe habitualidade,
motivo pelo qual não preenchidos os requisitos elencados no art.
33, § 4º, da Lei nº 11.343/06. 7. Substituição de pena inviável, tendo
em vista a quantidade das penas impostas, que extrapolam o máximo
de quatro anos previsto no art. 44 do CP. 8. Regime de cumprimento.
Manutenção do regime inicial fechado a ambos os réus, considerando
as penas impostas, nos termos do art. 33, § 2º, a , do CP. 9. Penas de
multa estabelecidas em consonância às penas corporais. 10. Restituição
de valores e de veículo. Os valores em dinheiro, segundo apurou a
prova dos autos, são provenientes de crime, motivo pelo qual não
podem ser restituídos à parte. Inviável, ainda, o pleito de restituição do
veículo apreendido nos autos, por não se tratar o postulante do
legítimo proprietário do bem cuja restituição é postulada, devendo a
proprietária, se assim desejar, intentar as medidas que entender
cabíveis. 11. Segregação cautelar. Inviável o acolhimento do pedido
para que o réu PABLO aguarde o julgamento em liberdade, tendo em
vista que não só respondeu ao processo segregado, como os
fundamentos da prisão preventiva (que foram analisados também em
sede de habeas corpus) se mantêm. APELAÇÕES PARCIALMENTE
PROVIDAS. UNÂNIME. (Apelação Crime Nº 70077005122,
Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Victor
Luiz Barcellos Lima, Julgado em 16/08/2018) – grifei.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Logo, certas a materialidade e autorias delitivas, resta caracterizada a
conduta típica descrita no artigo 33, “caput”, da Lei nº 11.343/06, sendo a
condenação medida que se impõe.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
acus
ado
quan
do
busc
ado
por
terce
iros
cons
umid
ores.
Os
print
s
acim
a
acost
ados
,
extra
ídos
do
apar
elho
de
telef
one
celul
ar,
dem
onstr
am a
inten
sa
nego
ciaçã
o realizada pelo acusado com diversas pessoas.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
À luz do art. 33, caput, da Lei nº. 11.343/06, cumpre ter em conta que,
para a configuração do delito de tráfico de drogas basta que o agente pratique uma
das condutas tipificadas no art. 33 da Lei nº. 11.343/06, de modo que despicienda a
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Além do que, a comprovação do ânimo associativo afasta a aplicação
da privilegiadora:
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
análise da personalidade do agente, e não dos antecedentes.
Personalidade do réu RAFAEL neutralizada, em relação a ambos os
crimes. O fato de RAFAEL ser considerado o chefe do tráfico de
drogas não autorização a negativação de sua culpabilidade. E tal
vetorial, que deve ser entendida como "a reprovação social que o crime
e o autor do fato merecem", não fugiu do ordinário no caso concreto.
Reanálise das circunstâncias judiciais do art. 59 do CP que leva à
redução das penas-base impostas aos réus. 4. Atenuante de confissão
espontânea. Havendo o réu PABLO admitido a prática do crime de
tráfico de drogas, faz jus à aplicação da atenuante de confissão
espontânea, nos termos da Súmula nº 545 do STJ, ainda que a
confissão tenha sido parcial, e não sobre todos os fatos e pessoas
envolvidas. Manutenção da atenuante em questão, no tocante ao réu
PABLO, em relação ao crime de tráfico de drogas. 5. Majorante
prevista no artigo 40, III, da Lei nº 11.343/06 que deve ser conhecida
exclusivamente ao acusado PABLO, e somente no tocante ao crime de
tráfico de drogas, pois fora ele quem restou abordado em um ônibus de
transporte coletivo transportando entorpecentes, sendo desnecessário
demonstrar que o agente objetivasse atingir qualquer um dos
passageiros do coletivo, uma vez que o perigo é presumido, sendo
punida essa circunstância pelo legislador com maior rigor. Todavia,
não se verifica tal conduta em relação ao co-réu e quanto ao crime de
associação ao tráfico, cuja perpetração deu-se desde muito antes da
apreensão, em diversos locais e, inclusive, através de ligações e
mensagens telefônicas. Reconhecida a majorante em questão ao crime
de tráfico de drogas praticado pelo réu PABLO, com a exasperação da
pena em 1/6. 6. Minorante do tráfico privilegiado cujo
reconhecimento é inviável, diante da condenação dos réus também
pelo crime de associação ao tráfico, que pressupõe habitualidade,
motivo pelo qual não preenchidos os requisitos elencados no art.
33, § 4º, da Lei nº 11.343/06. 7. Substituição de pena inviável, tendo
em vista a quantidade das penas impostas, que extrapolam o máximo
de quatro anos previsto no art. 44 do CP. 8. Regime de cumprimento.
Manutenção do regime inicial fechado a ambos os réus, considerando
as penas impostas, nos termos do art. 33, § 2º, a , do CP. 9. Penas de
multa estabelecidas em consonância às penas corporais. 10. Restituição
de valores e de veículo. Os valores em dinheiro, segundo apurou a
prova dos autos, são provenientes de crime, motivo pelo qual não
podem ser restituídos à parte. Inviável, ainda, o pleito de restituição do
veículo apreendido nos autos, por não se tratar o postulante do
legítimo proprietário do bem cuja restituição é postulada, devendo a
proprietária, se assim desejar, intentar as medidas que entender
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
cabíveis. 11. Segregação cautelar. Inviável o acolhimento do pedido
para que o réu PABLO aguarde o julgamento em liberdade, tendo em
vista que não só respondeu ao processo segregado, como os
fundamentos da prisão preventiva (que foram analisados também em
sede de habeas corpus) se mantêm. APELAÇÕES PARCIALMENTE
PROVIDAS. UNÂNIME. (Apelação Crime Nº 70077005122,
Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Victor
Luiz Barcellos Lima, Julgado em 16/08/2018) – grifei.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
No momento das buscas foi encontrada a droga, o montante em
dinheiro e os aparelhos celulares apreendidos, além de comprovantes de depósito em
nome de terceiros. As testemunhas são uníssonas em demonstrar que a apreensão
das folhas de maconha se deu na residência do denunciado.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
À vista do art. 33, caput, da Lei nº. 11.343/06, cumpre ter em conta
que, para a configuração do delito de tráfico de drogas basta que o agente pratique
uma das condutas tipificadas no art. 33 da Lei nº. 11.343/06, de modo que
despicienda a prova efetiva da comercialização das drogas, assim como a apreensão
de substâncias entorpecentes e/ou de instrumentos comumente utilizados para a
mercancia também na posse do acusado.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
É dizer, no que condiz ao elemento subjetivo do tipo de tráfico, para a
sua configuração não é necessário que o réu seja visualizado comercializando
entorpecentes, o que, no caso, foi presenciado pelos agentes de segurança pública
que efetuaram o atendimento da ocorrência.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
fática retratada por ocasião de sua decretação, além do que o apelante
permaneceu preso durante todo o processo, inexistindo razão para a
sua libertação agora, em que restou condenado ao regime fechado, sem
olvidar sua reincidência. MÉRITO. 1. SUFICIÊNCIA PROBATÓRIA.
Os policiais ingressaram em ponto de tráfico de drogas quando
avistaram o réu, que ao visualizar a guarnição ficou nervoso e entrou
em um mercado. Realizaram sua abordagem, apreendendo em sua
posse "diversas pedras de crack pesando 11g com embalagem e 06
pedras de crack pesando 01g com embalagem", além do valor de R$
250,00 (duzentos e cinquenta reais). Embora o indigitado tenha negado
a prática delitiva, sua afirmação não ficou comprovada e restou isolada
das provas amealhadas aos autos, notadamente pelos relatos dos
policiais atuantes no flagrante e pela quantidade de entorpecentes
apreendidos, que não corresponde com a hipótese de uso pessoal. Não
se vislumbram motivos para que os agentes estatais prestassem
declarações falsas a fim de imputar responsabilidade criminal indevida
ao acusado, daí porque é preciso prestigiar suas palavras. Ademais,
esta julgadora possui entendimento no sentido de recepcionar a
validade do depoimento policial como meio de prova, sendo este,
como no caso, convergente e harmônico, tanto na fase administrativa
quanto judicial, os detalhes do caso em tela, corroborado pelos
elementos de prova carreados aos autos. Para afastar a presumida
idoneidade dos policiais, seria necessária a constatação de importantes
contradições em seus relatos, ou mesmo a demonstração de interesse
em prejudicar o réu, fato que não ocorreu no caso em tela. 2.
DESCLASSIFICAÇÃO. As provas carreadas aos autos não
possibilitam concluir que a finalidade da droga apreendida seja de
consumo próprio, embora possível supor que o acusado
efetivamente seja usuário de drogas. Tal constatação, por óbvio,
não elide a convicção da prática de traficância pelo apelante, sendo
usual que usuários comercializem drogas como forma de manter o
vício. 3. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 28 DA LEI DE
DROGAS. PREJUDICADO. Afastada a tese desclassificatória, resta
prejudicado o julgamento do pedido de reconhecimento da
inconstitucionalidade do art. 28, da Lei n° 11.343/06. 4.
PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA. Possível concluir
que não houve participação de menor importância por parte do
acusado, na medida em que praticou elemento nuclear do tipo – “trazer
consigo” – e a divisão de tarefas na cadeia produtiva que envolve a
comercialização de substâncias ilícitas em nada diminui a relevância
de sua conduta, cuja prática voltou-se à consecução de objetivo ilícito
comum, qual seja a venda de substância entorpecente. Mantida a
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
condenação pelo tráfico de drogas. 5. AGRAVANTE DA
REINCIDÊNCIA. BIS IN IDEM. Não há o que se falar em bis in idem
na utilização de uma sentença condenatória para exasperar a pena nos
termos do art. 61, I do CP, pois a aplicação da referida agravante visa
reconhecer maior censurabilidade à conduta do agente que reitera na
prática criminosa, após o trânsito em julgado da sentença em que foi
condenado anteriormente. Mantida a pena estabelecida na origem. 6.
SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR
RESTRITIVA DE DIREITOS. Inviável a substituição, considerando o
quantum de pena fixado e a reincidência do acusado. 7. ISENÇÃO
PENA DE MULTA. O pedido de isenção ou suspensão da pena de
multa também não merece acolhido, pois consectário legal. 8.
PREQUESTIONAMENTO. Consigno que não estou negando vigência
a qualquer dos dispositivos legais mencionados ao longo da ação
penal, traduzindo a presente decisão o entendimento desta Relatora
acerca da matéria analisada. À UNANIMIDADE, REJEITARAM A
PRELIMINAR E, NO MÉRITO, NEGARAM PROVIMENTO AO
RECURSO DE APELAÇÃO, JULGANDO PREJUDICADO O
PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA
INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 28 DA LEI DE DROGAS.
(Apelação Criminal, Nº 50022092320228210001, Segunda Câmara
Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rosaura Marques Borba,
Julgado em: 13-02-2023) - grifei.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
interceptações telefônicas e monitoramento às ações dos acusados,
oportunidade em que policiais tomaram conhecimento de que o réu
PABLO transportaria drogas de Porto Alegre até Rio Grande e, então,
realizaram abordagem ao ônibus no qual se deslocava, logrando êxito
em encontrar e apreender, na sua posse, um tijolo de crack, pesando
cerca de um quilograma. Simultaneamente, foram cumpridos
mandados de busca e apreensão nas residências de RAFAEL e
PABLO, oportunidade em que localizas e apreendidas, na casa deste,
diversas buchas e porções de cocaína, totalizando 795 gramas, e de
maconha, no total de 252 gramas, além de balanças de precisão,
enquanto na residência daquele foi apreendida quantia em dinheiro e
anotações relativas ao tráfico de entorpecentes. Prova dos autos,
especialmente o teor das interceptações telefônicas, que demonstra o
envolvimento de ambos os réus na prática delitiva. Validade dos
depoimentos dos policiais, prestados sob o crivo do contraditório e da
ampla defesa, sem apresentarem divergências. Desnecessidade de ato
de mercancia para a caracterização da infração penal, quando os
indicativos de prova, especialmente a quantidade de drogas
apreendidas, demonstram, à saciedade, a intenção do comércio ilegal.
Condenação mantida. 2. ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO. Prova dos
autos segura a demonstrar que a associação havida entre os réus com o
escopo de traficância possuía caráter estável e permanente, bem como
que havia, entre os acusados, relação de hierarquia e subordinação, na
medida em que RAFAEL dava ordem a PABLO, que, por sua vez,
prestava contas de suas ações ao co-réu. Associação ao tráfico
devidamente demonstrada. Condenação mantida. 3. APENAMENTO.
Penas-base. Possibilidade de exasperação das penas-base aplicada a
ambos os réus, e em relação crimes de tráfico de drogas e associação
ao tráfico, em razão da quantidade e da variedade de entorpecentes
apreendidos, nos termos em que autoriza o art. 42 da Lei nº 11.343/06.
Inviabilidade de que sejam utilizados processos em andamento para
exasperação da pena-base, nos termos da Súmula nº 231 do STJ,
desimportando que os feitos tenham sido considerados para fins de
análise da personalidade do agente, e não dos antecedentes.
Personalidade do réu RAFAEL neutralizada, em relação a ambos os
crimes. O fato de RAFAEL ser considerado o chefe do tráfico de
drogas não autorização a negativação de sua culpabilidade. E tal
vetorial, que deve ser entendida como "a reprovação social que o crime
e o autor do fato merecem", não fugiu do ordinário no caso concreto.
Reanálise das circunstâncias judiciais do art. 59 do CP que leva à
redução das penas-base impostas aos réus. 4. Atenuante de confissão
espontânea. Havendo o réu PABLO admitido a prática do crime de
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
tráfico de drogas, faz jus à aplicação da atenuante de confissão
espontânea, nos termos da Súmula nº 545 do STJ, ainda que a
confissão tenha sido parcial, e não sobre todos os fatos e pessoas
envolvidas. Manutenção da atenuante em questão, no tocante ao réu
PABLO, em relação ao crime de tráfico de drogas. 5. Majorante
prevista no artigo 40, III, da Lei nº 11.343/06 que deve ser conhecida
exclusivamente ao acusado PABLO, e somente no tocante ao crime de
tráfico de drogas, pois fora ele quem restou abordado em um ônibus de
transporte coletivo transportando entorpecentes, sendo desnecessário
demonstrar que o agente objetivasse atingir qualquer um dos
passageiros do coletivo, uma vez que o perigo é presumido, sendo
punida essa circunstância pelo legislador com maior rigor. Todavia,
não se verifica tal conduta em relação ao co-réu e quanto ao crime de
associação ao tráfico, cuja perpetração deu-se desde muito antes da
apreensão, em diversos locais e, inclusive, através de ligações e
mensagens telefônicas. Reconhecida a majorante em questão ao crime
de tráfico de drogas praticado pelo réu PABLO, com a exasperação da
pena em 1/6. 6. Minorante do tráfico privilegiado cujo
reconhecimento é inviável, diante da condenação dos réus também
pelo crime de associação ao tráfico, que pressupõe habitualidade,
motivo pelo qual não preenchidos os requisitos elencados no art.
33, § 4º, da Lei nº 11.343/06. 7. Substituição de pena inviável, tendo
em vista a quantidade das penas impostas, que extrapolam o máximo
de quatro anos previsto no art. 44 do CP. 8. Regime de cumprimento.
Manutenção do regime inicial fechado a ambos os réus, considerando
as penas impostas, nos termos do art. 33, § 2º, a , do CP. 9. Penas de
multa estabelecidas em consonância às penas corporais. 10. Restituição
de valores e de veículo. Os valores em dinheiro, segundo apurou a
prova dos autos, são provenientes de crime, motivo pelo qual não
podem ser restituídos à parte. Inviável, ainda, o pleito de restituição do
veículo apreendido nos autos, por não se tratar o postulante do
legítimo proprietário do bem cuja restituição é postulada, devendo a
proprietária, se assim desejar, intentar as medidas que entender
cabíveis. 11. Segregação cautelar. Inviável o acolhimento do pedido
para que o réu PABLO aguarde o julgamento em liberdade, tendo em
vista que não só respondeu ao processo segregado, como os
fundamentos da prisão preventiva (que foram analisados também em
sede de habeas corpus) se mantêm. APELAÇÕES PARCIALMENTE
PROVIDAS. UNÂNIME. (Apelação Crime Nº 70077005122,
Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Victor
Luiz Barcellos Lima, Julgado em 16/08/2018) – grifei.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Outrossim, vai reconhecida a majorante insculpida no art. 40, III, da
Lei 11.340/06, visto ter o agente cometido o delito nas imediações de
estabelecimento de ensino e do Parque Municipal de Exposições, conforme relatório
de diligências acostado (Evento 32, OUT7 - 5003762-82.2021.8.21.0020).
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
À luz do art. 33, caput, da Lei nº. 11.343/06, cumpre ter em conta que,
para a configuração do delito de tráfico de drogas basta que o agente pratique uma
das condutas tipificadas no art. 33 da Lei nº. 11.343/06, de modo que despicienda a
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
prova efetiva da comercialização das drogas, assim como a apreensão de substâncias
entorpecentes e/ou de instrumentos comumente utilizados para a mercancia também
na posse do acusado.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
MANTIDA. PRELIMINAR. Permanecem hígidos os pressupostos
ensejadores da prisão preventiva, não havendo modificação da situação
fática retratada por ocasião de sua decretação, além do que o apelante
permaneceu preso durante todo o processo, inexistindo razão para a
sua libertação agora, em que restou condenado ao regime fechado, sem
olvidar sua reincidência. MÉRITO. 1. SUFICIÊNCIA PROBATÓRIA.
Os policiais ingressaram em ponto de tráfico de drogas quando
avistaram o réu, que ao visualizar a guarnição ficou nervoso e entrou
em um mercado. Realizaram sua abordagem, apreendendo em sua
posse "diversas pedras de crack pesando 11g com embalagem e 06
pedras de crack pesando 01g com embalagem", além do valor de R$
250,00 (duzentos e cinquenta reais). Embora o indigitado tenha negado
a prática delitiva, sua afirmação não ficou comprovada e restou isolada
das provas amealhadas aos autos, notadamente pelos relatos dos
policiais atuantes no flagrante e pela quantidade de entorpecentes
apreendidos, que não corresponde com a hipótese de uso pessoal. Não
se vislumbram motivos para que os agentes estatais prestassem
declarações falsas a fim de imputar responsabilidade criminal indevida
ao acusado, daí porque é preciso prestigiar suas palavras. Ademais,
esta julgadora possui entendimento no sentido de recepcionar a
validade do depoimento policial como meio de prova, sendo este,
como no caso, convergente e harmônico, tanto na fase administrativa
quanto judicial, os detalhes do caso em tela, corroborado pelos
elementos de prova carreados aos autos. Para afastar a presumida
idoneidade dos policiais, seria necessária a constatação de importantes
contradições em seus relatos, ou mesmo a demonstração de interesse
em prejudicar o réu, fato que não ocorreu no caso em tela. 2.
DESCLASSIFICAÇÃO. As provas carreadas aos autos não
possibilitam concluir que a finalidade da droga apreendida seja de
consumo próprio, embora possível supor que o acusado
efetivamente seja usuário de drogas. Tal constatação, por óbvio,
não elide a convicção da prática de traficância pelo apelante, sendo
usual que usuários comercializem drogas como forma de manter o
vício. 3. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 28 DA LEI DE
DROGAS. PREJUDICADO. Afastada a tese desclassificatória, resta
prejudicado o julgamento do pedido de reconhecimento da
inconstitucionalidade do art. 28, da Lei n° 11.343/06. 4.
PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA. Possível concluir
que não houve participação de menor importância por parte do
acusado, na medida em que praticou elemento nuclear do tipo – “trazer
consigo” – e a divisão de tarefas na cadeia produtiva que envolve a
comercialização de substâncias ilícitas em nada diminui a relevância
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
de sua conduta, cuja prática voltou-se à consecução de objetivo ilícito
comum, qual seja a venda de substância entorpecente. Mantida a
condenação pelo tráfico de drogas. 5. AGRAVANTE DA
REINCIDÊNCIA. BIS IN IDEM. Não há o que se falar em bis in idem
na utilização de uma sentença condenatória para exasperar a pena nos
termos do art. 61, I do CP, pois a aplicação da referida agravante visa
reconhecer maior censurabilidade à conduta do agente que reitera na
prática criminosa, após o trânsito em julgado da sentença em que foi
condenado anteriormente. Mantida a pena estabelecida na origem. 6.
SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR
RESTRITIVA DE DIREITOS. Inviável a substituição, considerando o
quantum de pena fixado e a reincidência do acusado. 7. ISENÇÃO
PENA DE MULTA. O pedido de isenção ou suspensão da pena de
multa também não merece acolhido, pois consectário legal. 8.
PREQUESTIONAMENTO. Consigno que não estou negando vigência
a qualquer dos dispositivos legais mencionados ao longo da ação
penal, traduzindo a presente decisão o entendimento desta Relatora
acerca da matéria analisada. À UNANIMIDADE, REJEITARAM A
PRELIMINAR E, NO MÉRITO, NEGARAM PROVIMENTO AO
RECURSO DE APELAÇÃO, JULGANDO PREJUDICADO O
PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA
INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 28 DA LEI DE DROGAS.
(Apelação Criminal, Nº 50022092320228210001, Segunda Câmara
Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rosaura Marques Borba,
Julgado em: 13-02-2023) - grifei.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Materialidade e autoria demonstradas. Caso concreto em que realizada
grande investigação por parte da Polícia Civil, com a realização de
interceptações telefônicas e monitoramento às ações dos acusados,
oportunidade em que policiais tomaram conhecimento de que o réu
PABLO transportaria drogas de Porto Alegre até Rio Grande e, então,
realizaram abordagem ao ônibus no qual se deslocava, logrando êxito
em encontrar e apreender, na sua posse, um tijolo de crack, pesando
cerca de um quilograma. Simultaneamente, foram cumpridos
mandados de busca e apreensão nas residências de RAFAEL e
PABLO, oportunidade em que localizas e apreendidas, na casa deste,
diversas buchas e porções de cocaína, totalizando 795 gramas, e de
maconha, no total de 252 gramas, além de balanças de precisão,
enquanto na residência daquele foi apreendida quantia em dinheiro e
anotações relativas ao tráfico de entorpecentes. Prova dos autos,
especialmente o teor das interceptações telefônicas, que demonstra o
envolvimento de ambos os réus na prática delitiva. Validade dos
depoimentos dos policiais, prestados sob o crivo do contraditório e da
ampla defesa, sem apresentarem divergências. Desnecessidade de ato
de mercancia para a caracterização da infração penal, quando os
indicativos de prova, especialmente a quantidade de drogas
apreendidas, demonstram, à saciedade, a intenção do comércio ilegal.
Condenação mantida. 2. ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO. Prova dos
autos segura a demonstrar que a associação havida entre os réus com o
escopo de traficância possuía caráter estável e permanente, bem como
que havia, entre os acusados, relação de hierarquia e subordinação, na
medida em que RAFAEL dava ordem a PABLO, que, por sua vez,
prestava contas de suas ações ao co-réu. Associação ao tráfico
devidamente demonstrada. Condenação mantida. 3. APENAMENTO.
Penas-base. Possibilidade de exasperação das penas-base aplicada a
ambos os réus, e em relação crimes de tráfico de drogas e associação
ao tráfico, em razão da quantidade e da variedade de entorpecentes
apreendidos, nos termos em que autoriza o art. 42 da Lei nº 11.343/06.
Inviabilidade de que sejam utilizados processos em andamento para
exasperação da pena-base, nos termos da Súmula nº 231 do STJ,
desimportando que os feitos tenham sido considerados para fins de
análise da personalidade do agente, e não dos antecedentes.
Personalidade do réu RAFAEL neutralizada, em relação a ambos os
crimes. O fato de RAFAEL ser considerado o chefe do tráfico de
drogas não autorização a negativação de sua culpabilidade. E tal
vetorial, que deve ser entendida como "a reprovação social que o crime
e o autor do fato merecem", não fugiu do ordinário no caso concreto.
Reanálise das circunstâncias judiciais do art. 59 do CP que leva à
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
redução das penas-base impostas aos réus. 4. Atenuante de confissão
espontânea. Havendo o réu PABLO admitido a prática do crime de
tráfico de drogas, faz jus à aplicação da atenuante de confissão
espontânea, nos termos da Súmula nº 545 do STJ, ainda que a
confissão tenha sido parcial, e não sobre todos os fatos e pessoas
envolvidas. Manutenção da atenuante em questão, no tocante ao réu
PABLO, em relação ao crime de tráfico de drogas. 5. Majorante
prevista no artigo 40, III, da Lei nº 11.343/06 que deve ser conhecida
exclusivamente ao acusado PABLO, e somente no tocante ao crime de
tráfico de drogas, pois fora ele quem restou abordado em um ônibus de
transporte coletivo transportando entorpecentes, sendo desnecessário
demonstrar que o agente objetivasse atingir qualquer um dos
passageiros do coletivo, uma vez que o perigo é presumido, sendo
punida essa circunstância pelo legislador com maior rigor. Todavia,
não se verifica tal conduta em relação ao co-réu e quanto ao crime de
associação ao tráfico, cuja perpetração deu-se desde muito antes da
apreensão, em diversos locais e, inclusive, através de ligações e
mensagens telefônicas. Reconhecida a majorante em questão ao crime
de tráfico de drogas praticado pelo réu PABLO, com a exasperação da
pena em 1/6. 6. Minorante do tráfico privilegiado cujo
reconhecimento é inviável, diante da condenação dos réus também
pelo crime de associação ao tráfico, que pressupõe habitualidade,
motivo pelo qual não preenchidos os requisitos elencados no art.
33, § 4º, da Lei nº 11.343/06. 7. Substituição de pena inviável, tendo
em vista a quantidade das penas impostas, que extrapolam o máximo
de quatro anos previsto no art. 44 do CP. 8. Regime de cumprimento.
Manutenção do regime inicial fechado a ambos os réus, considerando
as penas impostas, nos termos do art. 33, § 2º, a , do CP. 9. Penas de
multa estabelecidas em consonância às penas corporais. 10. Restituição
de valores e de veículo. Os valores em dinheiro, segundo apurou a
prova dos autos, são provenientes de crime, motivo pelo qual não
podem ser restituídos à parte. Inviável, ainda, o pleito de restituição do
veículo apreendido nos autos, por não se tratar o postulante do
legítimo proprietário do bem cuja restituição é postulada, devendo a
proprietária, se assim desejar, intentar as medidas que entender
cabíveis. 11. Segregação cautelar. Inviável o acolhimento do pedido
para que o réu PABLO aguarde o julgamento em liberdade, tendo em
vista que não só respondeu ao processo segregado, como os
fundamentos da prisão preventiva (que foram analisados também em
sede de habeas corpus) se mantêm. APELAÇÕES PARCIALMENTE
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
PROVIDAS. UNÂNIME. (Apelação Crime Nº 70077005122,
Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Victor
Luiz Barcellos Lima, Julgado em 16/08/2018) – grifei.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
À luz do art. 33, caput, da Lei nº. 11.343/06, cumpre ter em conta que,
para a configuração do delito de tráfico de drogas basta que o agente pratique uma
das condutas tipificadas no art. 33 da Lei nº. 11.343/06, de modo que despicienda a
prova efetiva da comercialização das drogas, assim como a apreensão de substâncias
entorpecentes e/ou de instrumentos comumente utilizados para a mercancia também
na posse do acusado.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
APELAÇÃO. TRÁFICO DE DROGAS. RECURSO DEFENSIVO.
PRELIMINAR. PEDIDO DE LIBERDADE. REJEITADA. MÉRITO.
SUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. DESCLASSIFICAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 28
DA LEI DE DROGAS. PREJUDICADO. MINORANTE DA
PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA.
INAPLICABILIDADE. CONDENAÇÃO MANTIDA. AGRAVANTE
DA REINCIDÊNCIA. BIS IN IDEM NÃO VERIFICADO. PENA
MANTIDA. PRELIMINAR. Permanecem hígidos os pressupostos
ensejadores da prisão preventiva, não havendo modificação da situação
fática retratada por ocasião de sua decretação, além do que o apelante
permaneceu preso durante todo o processo, inexistindo razão para a
sua libertação agora, em que restou condenado ao regime fechado, sem
olvidar sua reincidência. MÉRITO. 1. SUFICIÊNCIA PROBATÓRIA.
Os policiais ingressaram em ponto de tráfico de drogas quando
avistaram o réu, que ao visualizar a guarnição ficou nervoso e entrou
em um mercado. Realizaram sua abordagem, apreendendo em sua
posse "diversas pedras de crack pesando 11g com embalagem e 06
pedras de crack pesando 01g com embalagem", além do valor de R$
250,00 (duzentos e cinquenta reais). Embora o indigitado tenha negado
a prática delitiva, sua afirmação não ficou comprovada e restou isolada
das provas amealhadas aos autos, notadamente pelos relatos dos
policiais atuantes no flagrante e pela quantidade de entorpecentes
apreendidos, que não corresponde com a hipótese de uso pessoal. Não
se vislumbram motivos para que os agentes estatais prestassem
declarações falsas a fim de imputar responsabilidade criminal indevida
ao acusado, daí porque é preciso prestigiar suas palavras. Ademais,
esta julgadora possui entendimento no sentido de recepcionar a
validade do depoimento policial como meio de prova, sendo este,
como no caso, convergente e harmônico, tanto na fase administrativa
quanto judicial, os detalhes do caso em tela, corroborado pelos
elementos de prova carreados aos autos. Para afastar a presumida
idoneidade dos policiais, seria necessária a constatação de importantes
contradições em seus relatos, ou mesmo a demonstração de interesse
em prejudicar o réu, fato que não ocorreu no caso em tela. 2.
DESCLASSIFICAÇÃO. As provas carreadas aos autos não
possibilitam concluir que a finalidade da droga apreendida seja de
consumo próprio, embora possível supor que o acusado
efetivamente seja usuário de drogas. Tal constatação, por óbvio,
não elide a convicção da prática de traficância pelo apelante, sendo
usual que usuários comercializem drogas como forma de manter o
vício. 3. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 28 DA LEI DE
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
DROGAS. PREJUDICADO. Afastada a tese desclassificatória, resta
prejudicado o julgamento do pedido de reconhecimento da
inconstitucionalidade do art. 28, da Lei n° 11.343/06. 4.
PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA. Possível concluir
que não houve participação de menor importância por parte do
acusado, na medida em que praticou elemento nuclear do tipo – “trazer
consigo” – e a divisão de tarefas na cadeia produtiva que envolve a
comercialização de substâncias ilícitas em nada diminui a relevância
de sua conduta, cuja prática voltou-se à consecução de objetivo ilícito
comum, qual seja a venda de substância entorpecente. Mantida a
condenação pelo tráfico de drogas. 5. AGRAVANTE DA
REINCIDÊNCIA. BIS IN IDEM. Não há o que se falar em bis in idem
na utilização de uma sentença condenatória para exasperar a pena nos
termos do art. 61, I do CP, pois a aplicação da referida agravante visa
reconhecer maior censurabilidade à conduta do agente que reitera na
prática criminosa, após o trânsito em julgado da sentença em que foi
condenado anteriormente. Mantida a pena estabelecida na origem. 6.
SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR
RESTRITIVA DE DIREITOS. Inviável a substituição, considerando o
quantum de pena fixado e a reincidência do acusado. 7. ISENÇÃO
PENA DE MULTA. O pedido de isenção ou suspensão da pena de
multa também não merece acolhido, pois consectário legal. 8.
PREQUESTIONAMENTO. Consigno que não estou negando vigência
a qualquer dos dispositivos legais mencionados ao longo da ação
penal, traduzindo a presente decisão o entendimento desta Relatora
acerca da matéria analisada. À UNANIMIDADE, REJEITARAM A
PRELIMINAR E, NO MÉRITO, NEGARAM PROVIMENTO AO
RECURSO DE APELAÇÃO, JULGANDO PREJUDICADO O
PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA
INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 28 DA LEI DE DROGAS.
(Apelação Criminal, Nº 50022092320228210001, Segunda Câmara
Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rosaura Marques Borba,
Julgado em: 13-02-2023) - grifei.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Além do que, a comprovação do ânimo associativo afasta a aplicação
da privilegiadora, conforme sinalado no julgado:
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
análise da personalidade do agente, e não dos antecedentes.
Personalidade do réu RAFAEL neutralizada, em relação a ambos os
crimes. O fato de RAFAEL ser considerado o chefe do tráfico de
drogas não autorização a negativação de sua culpabilidade. E tal
vetorial, que deve ser entendida como "a reprovação social que o crime
e o autor do fato merecem", não fugiu do ordinário no caso concreto.
Reanálise das circunstâncias judiciais do art. 59 do CP que leva à
redução das penas-base impostas aos réus. 4. Atenuante de confissão
espontânea. Havendo o réu PABLO admitido a prática do crime de
tráfico de drogas, faz jus à aplicação da atenuante de confissão
espontânea, nos termos da Súmula nº 545 do STJ, ainda que a
confissão tenha sido parcial, e não sobre todos os fatos e pessoas
envolvidas. Manutenção da atenuante em questão, no tocante ao réu
PABLO, em relação ao crime de tráfico de drogas. 5. Majorante
prevista no artigo 40, III, da Lei nº 11.343/06 que deve ser conhecida
exclusivamente ao acusado PABLO, e somente no tocante ao crime de
tráfico de drogas, pois fora ele quem restou abordado em um ônibus de
transporte coletivo transportando entorpecentes, sendo desnecessário
demonstrar que o agente objetivasse atingir qualquer um dos
passageiros do coletivo, uma vez que o perigo é presumido, sendo
punida essa circunstância pelo legislador com maior rigor. Todavia,
não se verifica tal conduta em relação ao co-réu e quanto ao crime de
associação ao tráfico, cuja perpetração deu-se desde muito antes da
apreensão, em diversos locais e, inclusive, através de ligações e
mensagens telefônicas. Reconhecida a majorante em questão ao crime
de tráfico de drogas praticado pelo réu PABLO, com a exasperação da
pena em 1/6. 6. Minorante do tráfico privilegiado cujo
reconhecimento é inviável, diante da condenação dos réus também
pelo crime de associação ao tráfico, que pressupõe habitualidade,
motivo pelo qual não preenchidos os requisitos elencados no art.
33, § 4º, da Lei nº 11.343/06. 7. Substituição de pena inviável, tendo
em vista a quantidade das penas impostas, que extrapolam o máximo
de quatro anos previsto no art. 44 do CP. 8. Regime de cumprimento.
Manutenção do regime inicial fechado a ambos os réus, considerando
as penas impostas, nos termos do art. 33, § 2º, a , do CP. 9. Penas de
multa estabelecidas em consonância às penas corporais. 10. Restituição
de valores e de veículo. Os valores em dinheiro, segundo apurou a
prova dos autos, são provenientes de crime, motivo pelo qual não
podem ser restituídos à parte. Inviável, ainda, o pleito de restituição do
veículo apreendido nos autos, por não se tratar o postulante do
legítimo proprietário do bem cuja restituição é postulada, devendo a
proprietária, se assim desejar, intentar as medidas que entender
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
cabíveis. 11. Segregação cautelar. Inviável o acolhimento do pedido
para que o réu PABLO aguarde o julgamento em liberdade, tendo em
vista que não só respondeu ao processo segregado, como os
fundamentos da prisão preventiva (que foram analisados também em
sede de habeas corpus) se mantêm. APELAÇÕES PARCIALMENTE
PROVIDAS. UNÂNIME. (Apelação Crime Nº 70077005122,
Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Victor
Luiz Barcellos Lima, Julgado em 16/08/2018) – grifei.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Passo, pois, à análise das circunstâncias judiciais, as quais vão em
conjunto analisadas, relativamente aos delitos em que ora condenados, a fim de
evitar tautologia:
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Penal, haja vista a pena fixada.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Nos termos do art. 49 do CP, a pena de multa fica estabelecida em 820
dias-multa, haja vista os vetores do art. 59 do CP, acima analisados, no valor
equivalente a 1/30 do salário-mínimo à unidade, tendo em vista a condição
econômica do réu.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Nos termos do art. 49 do CP, a pena de multa fica estabelecida em 620
dias-multa, haja vista os vetores do art. 59 do CP, acima analisados, no valor
equivalente a 1/30 do salário-mínimo à unidade, tendo em vista a condição
econômica do réu.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
razão de 2.060 dias-multa no valor de 1/30 do salário-mínimo à unidade,
reputando o apenamento necessário e suficiente à reprovação e à prevenção dos
delitos.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Quanto ao delito de associação ao tráfico de drogas (1º FATO):
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
comuns à espécie. As circunstâncias não destoam da normalidade. As consequências
do delito são aquelas próprias do tipo penal. Não há comportamento da vítima
passível de análise.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
comuns à espécie. As circunstâncias não destoam da normalidade. As consequências
do delito são aquelas próprias do tipo penal. Não há comportamento da vítima
passível de análise.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Não há que se falar em substituição da pena privativa de liberdade
aplicada, em face da vedação expressa contida no art. 44, inciso I, do Código Penal,
de igual forma inviável a concessão de sursis, nos termos do art. 77, do Código
Penal, haja vista a pena fixada.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Nos termos do art. 49 do CP, a pena de multa fica estabelecida em 820
dias-multa, haja vista os vetores do art. 59 do CP, acima analisados, no valor
equivalente a 1/30 do salário-mínimo à unidade, tendo em vista a condição
econômica do réu.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Nos termos do art. 49 do CP, a pena de multa fica estabelecida em 620
dias-multa, haja vista os vetores do art. 59 do CP, acima analisados, no valor
equivalente a 1/30 do salário-mínimo à unidade, tendo em vista a condição
econômica do réu.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
A culpabilidade do réu é em grau elevado, tendo o delito gerado
repercussão social, em face da participação de múltiplos agentes, até mesmo em face
dos malefícios das drogas. O réu não registra antecedentes. Conduta social abonada
pelas testemunhas defensivas. No tocante à personalidade, o simples fato do acusado
pertencer a uma organização voltada ao cometimento de tráfico de drogas evidencia
seu desvio de caráter e má índole, uma vez que restou demonstrado que o fato não se
trata de episódio único, mas de reiteradas práticas delitivas. Os motivos foram
comuns à espécie. As circunstâncias não destoam da normalidade. As consequências
do delito são aquelas próprias do tipo penal. Não há comportamento da vítima
passível de análise.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Em face do concurso de crimes, na forma de concurso material
(artigo 69 do CP), pelo somatório, a pena resta definitiva em 13 (treze) anos,
01 (um) mês e 21 (vinte e um) dias de reclusão, bem como multa fixada em
razão de 1.440 dias-multa no valor de 1/30 do salário-mínimo à unidade,
reputando o apenamento necessário e suficiente à reprovação e à prevenção dos
delitos.
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
1ª Vara Criminal da Comarca de Palmeira das Missões
Documento assinado eletronicamente por GUSTAVO BRUSCHI, Juiz de Direito, em 13/3/2023, às
18:50:29, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida no
site https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/externo_controlador.php?acao=consulta_autenticidade_documentos,
informando o código verificador 10033802117v478 e o código CRC 7c83b740.
1. Badaró, Gustavo Henrique. Processo penal. 3ª ed. RT. São Paulo. 2015. p. 472.
5001970-59.2022.8.21.0020 10033802117 .V478
https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=f3102ca060f4cae0e126319… 98/98