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GOVERNO DO MARANHÃO
Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão
Escola de Saúde Pública do Estado do Maranhão

ANÁLISE DA TRIAGEM NEONATAL NA REGIONAL DE VIANA-MA NO PERÍODO DE


2019 A 2022

ARTIGO CIENTÍFICO

São Luís-MA
2024
1

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO MARANHÃO – ESP/MA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE MATERNO INFANTIL

ASTENILDO PEREIRA PENHA


OLÍVIA TRINDADE SILVA COELHO
VANESSA CRISTINA SILVA PACHECO

ANÁLISE DA TRIAGEM NEONATAL NA REGIONAL DE VIANA-MA NO PERÍODO DE


2019 A 2022

São Luís-MA
2024
2

ASTENILDO PEREIRA PENHA


OLÍVIA TRINDADE SILVA COELHO
VANESSA CRISTINA SILVA PACHECO

ANÁLISE DA TRIAGEM NEONATAL NA REGIONAL DE VIANA-MA NO PERÍODO DE


2019 A 2022

Artigo Científico apresentado ao Programa de Pós-


graduação em Gestão em Saúde, da Escola de
Saúde Pública do Estado do Maranhão, como
requisito para obtenção do título de Especialista em
Gestão em Saúde Pública.

Orientador(a): Profª Mayrlan Ribeiro Avelar

São Luís-MA
2024
3

ASTENILDO PEREIRA PENHA


OLÍVIA TRINDADE SILVA COELHO
VANESSA CRISTINA SILVA PACHECO

ANÁLISE DA TRIAGEM NEONATAL NA REGIONAL DE VIANA-MA NO PERÍODO DE


2019 A 2022

Artigo Científico apresentado ao Programa de Pós-


graduação em Gestão em Saúde, da Escola de
Saúde Pública do Estado do Maranhão, como
requisito para obtenção do título de Especialista em
Gestão em Saúde Pública.

Aprovado em: _____/______/_____

BANCA EXAMINADORA

__________________________________
Profª. Mayrlan Ribeiro Avelar
Instituição

__________________________________
1° Examinador
Instituição

___________________________________
2° Examinador
Instituição
4

ANÁLISE DA TRIAGEM NEONATAL NA REGIONAL DE VIANA-MA NO PERÍODO


DE 2019 A 2022

Astenildo Pereira Penha1


Olívia Trindade Silva Coelho1
Vanessa Cristina Silva Pacheco2

RESUMO

A Triagem Neonatal (TN) ou “teste do pezinho”, como é popularmente conhecida, é


um conjunto de exames laboratoriais preventivos, que são feitos entre o 3º e o 5º dia
de vida do recém-nascido, que tem por objetivo detectar patologias precocemente, e
permite tambem rastrear indivíduos com probabilidade de apresentar determinadas
patologias, realizando o diagnóstico em estágio precoce e instituindo tratamento
específico, de modo a evitar sequelas graves e aumentar a sobrevida dos
acometidos. O objetivo deste trabalho foi analisar a Triagem Neonatal para o teste
do pezinho na regional de viana no periodo de 2019 a 2022, com enfase na cobertura
e realização no tempo oportuno. A pesquisa foi realizada na Regional de Saúde de
Viana-MA no período de 2019 a 2022, incluindo os onze municípios que fazem parte.
Foi realizado um estudo do tipo descritivo, observacional e transversal. Os dados
utilizados foram exraidos do TabNet/ Datasus NV/MA, e secundários da APAE –
MA. Foi observado, a partir dos resultados, o percentual de alcance da cobertura dos
nascidos vivos por município de residência da mãe, com exames realizados em
tempo oportuno do 3 ao 5º dia, de acordo com o que é preconizado pelo Programa
Nacional deTriagem Neonatal, tendo os resultados alcançados em 2019 pela Reginal
de Saúde de Viana sendo de.20,6 %, reduzindo para 15% em 2020, tendo aumento
em 2021 de 18,25 % e 2022 com 22,9%, com resultados no período muito abaixo do
que é preconizado. Os resultados deste estudo mostram que a baixa cobetura é uma
realidade preocupante não só na Regional de Saude de Viana, no perído de 2019 a
2022, mas durante a realização desta pesquisa no Maranhão e no Brasil. Constatou-
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se que realização da TN para o teste do pezinho no periodo oportuno é fundamental


para o planejamento das ações em saúde, permitindo o diagnóstico, tratamento
precoce, o cuidado continuado e integral, impactando positivamente na
morbimortalidade. Observou-se ainda a escassez de estudos e dados atualizados a
respeito da cobertura da TN no Maranhão, cobertura, epidemiologia e distribuição
regional das doenças diagnosticadas, demostrando a necessidade de mais
pesquisas e publicações sobre a temática no Estado.

Palavras-chave: Triagem Neonatal; Recém-nascido; Coleta; Tempo oportuno;


Cobertura.
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ABSTRACT

Neonatal Screening (NT) or “heel prick test”, as it is popularly known, is a set of


preventive laboratory tests, which are carried out between the 3rd and 5th day of the
newborn's life, which aim to detect pathologies early and also allows tracking
individuals likely to present certain pathologies, carrying out diagnosis at an early stage
and instituting specific treatment, in order to avoid serious sequelae and increase the
survival of those affected. The objective of this work was to analyze the Neonatal
Screening for the heel prick test in the Viana region from 2019 to 2022, with an
emphasis on coverage and timely completion. A descriptive, observational and cross-
sectional study was carried out. The data used was extracted from TabNet/Datasus
NV/MA, and secondary data from APAE – MA. Based on the results, the percentage
of coverage of live births per municipality of residence of the mother was observed,
with exams carried out in a timely manner from the 3rd to the 5th day, in accordance
with what is recommended by the National Neonatal Screening Program, with the
results achieved in 2019 by Reginal de Saúde de Viana being 20.6%, reducing to 15%
in 2020, with an increase in 2021 of 18.25% and 2022 with 22.9%, with results in the
period much lower than is recommended. The results of this study show that low
coverage is a worrying reality not only in the Viana Health Region, from 2019 to 2022,
but during this research in Maranhão and Brazil. It was found that carrying out NT for
the heel prick test at the appropriate time is essential for planning health actions,
allowing diagnosis, early treatment, continued and comprehensive care, positively
impacting morbidity and mortality. There was also a lack of studies and updated data
regarding NT coverage in Maranhão, coverage, epidemiology and regional distribution
of diagnosed diseases, demonstrating the need for more research and publications on
the subject in the State.

Keywords: Neonatal screening; newborn; collection; opportune time; coverage


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 8
2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................ 10
2.1 Triagem Neonatal................................................................................ 11
2.2 Teste do Pezinho................................................................................ 13
3 METODOLOGIA.................................................................................. 18
4 RESULTADO E DISCUSSÃO............................................................. 19
5 CONCLUSÃO...................................................................................... 27
REFERENCIAS ................................................................................... 28
8

1 INTRODUÇÃO

A triagem neonatal compõe uma gama de testes utilizados para fazer a


triagem de várias patologias durante o período neonatal. A palavra triagem, em Saúde
Pública, tem como significado, ações que são desenvolvidas por meio de testes
aplicados em indivíduos que apresentem elevada chance de desenvolver certas
patologias. O procedimento de triagem deve ser capaz de alterar a história natural da
doença em uma parcela significativa da população elegível (BOTLER et al., 2010).
O Programa de Triagem Neonatal (PTN) se baseia em ações que possibilitem
o diagnóstico precoce de patologias que não possuem cura, mas uma vez
diagnosticada precocemente podem ser tratadas desde o período neonatal (GARCIA;
FERREIRA; OLIVEIRA, 2007). Especificamente no teste do pezinho, que é o foco
deste estudo, atualmente tria-se várias patologias, entre elas as mais comuns nos
programas estaduais são: fenilcetonuria, hipotireoidismo congênito , fibrose cística,
deficiência de biotinidase, hiperplasia adrenal congênita, anemia falciforme e outras
hemoglobinopatias.
A triagem neonatal tem origem em 1963, com um médico americano chamado
Dr. Robert Guthrie que propôs um método de ensaio para inibição bacteriana realizado
em amostras de sangue seco, colhidas em papel–filtro, para detecção das
concentrações de fenilalanina visando a prevenção do retardo mental.
Posteriormente, várias outras doenças metabólicas, endócrinas, genéticas,
hematológicas e infecciosas foram acrescentadas ao painel da triagem (LEÃO;
AGUIAR, 2008).
No Brasil o PTN teve inicio por volta de 1976, por meio de um projeto
coordenado pelo professor Benjamin Schmidt em conjunto com a Associação de
Pais e Amigos dos Excepcionais em São Paulo (APAE-SP), que estudavam a
triagem para a doença fenilcetonúria (BRASIL, 2004).
Já em 1992 o teste do pezinho foi incorporado ao Sistema Único de Saúde
por meio da portaria GM/MS nº822, de 15 de janeiro de 1992, com uma legislação que
determinava a obrigatoriedade da realização do mesmo em todos os recém-
nascidos vivos no país (NUNES et al., 2009).
A Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal foi fundada nessa mesma época,
e reunia profissionais da área neonatal e outros serviços já existentes com intuito de
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estimular estudos que facilitasse o diagnóstico e o tratamento de doenças


metabólicas, endócrinas, infecciosas e outras que pudesse prejudicar o
desenvolvimento das crianças, além de proporcionar a facilidade do intercambio de
informações (NUNES et al., 2009).
Com o objetivo de realizar um programa de qualidade que proporcionasse
redução nos índices de morbimortalidade infantil em nosso país, foi instituído o
Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) em 2001, que visa entre outras
coisas, a detecção precoce de patologias congênitas, metabólicas, hematológicas,
infecciosas e genéticas e alcançar 100% de cobertura dos nascidos vivos no país
(BRASIL, 2006).
Dentre os principais objetivos do programa, destacam-se a ampliação da
gama de patologias triadas (Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Anemia
Falciforme e outras Hemoglobinopatias e Fibrose Cística), busca da cobertura de
100% dos nascidos vivos e a definição de uma abordagem mais ampla da questão,
determinando que o processo de Triagem Neonatal envolva várias etapas como: a
realização do exame laboratorial, a busca ativa dos casos suspeitos, a confirmação
diagnóstica, o tratamento e o acompanhamento multidisciplinar especializado dos
pacientes ( Brasil, 2018).
Com as mudanças no perfil de morbimortalidade do nosso país, as doenças
alvo dos programas de triagem neonatal, ganharam ainda mais relevância. A medida
que a sociedade evolui de um perfil composto por famílias numerosas, com altas taxas
de morbidade e mortalidade infantis por causas agudas (desnutrição, doenças
infecciosas, etc.), para um padrão de natalidade reduzida, diminuição da mortalidade
infantil, aumento na esperança de vida, com um aumento relativo da
morbimortalidade por doenças crônicas, a triagem neonatal passa a assumir
importância crescente (BOTLER et al., 2010).
O termo teste do pezinho foi criado para facilitar a ideia entre as mães e a
população em geral na realização da coleta de sangue, que se dá a partir da punção
capilar do calcâneo do recém-nascido preferencialmente entre o 3° e o 5° dia de
vida (BOTLER et al., 2010; MINAS GERAIS, 2013).
Para a execução desse teste faz-se necessário uma equipe técnica (técnico
de enfermagem e enfermeiro) bem treinados para a coleta e armazenamento do
material, obedecendo aos padrões necessários de verificação das patologias, além
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da responsabilidade de oferecer orientação aos pais a respeito do procedimento


a ser executado, assim como a finalidade do teste. Durante o processo de triagem
neonatal, a enfermagem é a principal mediadora entre a família e o encaminhamento
do bebê ao tratamento precoce, para a obtenção de amostras de sangue colhidas em
papel filtro (SALLES; SANTOS, 2009).
O exame compreende testes qualitativos, semiquantitativos e quantitativos,
por meio de uma primeira amostra coletada no papel de filtro. Caso os resultados
apresentem alguma alteração, estes precisam ser confirmados por testes mais
específicos, geralmente quantitativos, e com uma segunda amostra de sangue. A
precisão dos testes depende de vários fatores como: qualidade da amostra coletada;
idade da criança, quando a amostra foi coletada; idade gestacional ao nascimento;
tipo de alimentação do bebê; histórico de transfusão; uso de medicamentos; presença
de doenças coexistentes ou condições do bebê que requerem cuidados médicos,
entre outros (Isadora et al, 2020)

Sendo assim, devido a importância da avaliação dos indicadores para a


execução do Programa de triagem Neonatal e alcance de metas, este estudo teve
como objetivo analisar a Triagem Neonatal para o teste do pezinho na Regional de
Viana-MA no periodo de 2019 a 2022, com enfase na cobertura e realização coleta
no tempo oportuno.

2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Triagem Neonatal

A Triagem Neonatal (TN), implantada no Brasil pela Portaria do Ministério da


Saúde GM/MS nº 822 de 6 de junho de 2001, é um conjunto de exames laboratoriais
preventivos que tem por finalidade detectar patologias em recém-nascidos com idade
de zero a 30 dias de vida. Quando essas doenças são diagnosticadas precocemente,
diminuem-se os riscos de sequelas e, por isso, recomenda-se que o exame deve ser
realizado ainda na primeira semana de vida do bebê, após as primeiras alimentações
proteicas. Esse exame é popularmente conhecido como “teste do pezinho” pois a
coleta do sangue é feita a partir de uma punção no calcanhar do bebê, ou
alternativamente, com coleta do sangue venoso periférico (LACERDA et al., 2017;
ABREU & BRAGUINI, 2011). Além do teste do pezinho, existem ainda outros testes
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que fazem parte da TN, são eles: teste do olhinho, teste da orelhinha, teste do
coraçãozinho e o teste da linguinha.
A Lei nº 8.069 do Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, determinou
quetodo estabelecimento que prestasse atenção à gestante deveria oferecer exames
de triagem, visando o diagnóstico e o tratamento de alterações no metabolismo dos
recém-nascidos, além de orientar os pais sobre todos os procedimentos dos testes
(SANTOS et al., 2011).
O Teste do Reflexo Vermelho, mais conhecido como teste do olhinho, é
utilizado para diagnosticar precocemente doenças de visão no bebê, como catarata
congênita,glaucoma, estrabismo ou retinoblastoma. O exame é rápido e indolor e é
feito com umaparelho chamado oftalmoscópio (uma espécie de lanterna) (AGUIAR,
2011).
A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) ou teste da orelhinha é realizado,
preferencialmente com o bebê dormindo, em sono natural, no segundo ou terceiro dia
de vida. É indolor, gratuito e desde 2010 é determinado por lei que nenhuma criança
saia da maternidade sem fazer o teste (DIAS, 2017; OGANDO, 2012).
O Teste de Oximetria de Pulso ou teste do coraçãozinho é realizado de forma
universal e gratuita, fazendo parte da TN no SUS. As cardiopatias congênitas são as
principais causas de morbimortalidade neonatal, atingindo aproximadamente oito a
cada 1000 nascidos vivos. Em torno de 30% destes recém-nascidos recebem alta
hospitalar sem o diagnóstico, e evoluem para choque, hipóxia ou óbito precoce, antes
de receber tratamento adequado (MEDEIROS, 2015; AGUIAR, 2018).
O Teste da Linguinha é realizado durante o exame físico de rotina do recém-
nascido e possibilita o diagnóstico e o tratamento precoce das limitações dos
movimentos da língua causadas pela língua presa (anquiloglossia) que podem
comprometer as funções exercidas pela língua: sugar, engolir, mastigar e falar. O teste
deve ser realizado com um profissional qualificado da área da saúde, como por
exemplo, o fonoaudiólogo (MARTINELLI, 2013).
O objetivo principal da Triagem Neonatal é o diagnóstico adequado e
precoce das doenças, antes que elas manifestem os primeiros sinais e sintomas,
proporcionando uma melhor qualidade de vida aos recém-nascidos e evitar estresse
desnecessário às famílias. Para isso, é necessário rastrear um RN, dentro de uma
população considerada “normal”, a fim de identificar crianças que estão em risco de
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desenvolver doenças, possibilitando uma intervenção preventiva ou terapêutica em


tempo hábil (OLIVEIRA, 2017; LACERDA et al., 2017).
Um bom programa de rastreamento neonatal deve cumprir algumas metas,
como ampla cobertura populacional chegando aos 100% dos recém-nascidos vivos,
baixa percentagem de reconvocações ou falso-positivos e, finalmente, a
possibilidade de iniciar precocemente o tratamento e o seguimento adequado. A
detecção precoce dessas doenças é de extrema importância para a saúde brasileira,
na medida que racionaliza os gastos com serviços de alta complexidade (LACERDA
et al., 2017).
Um dos indicadores utilizados para avaliar o desempenho do PNTN é a
cobertura. De acordo com o Ministério da Saúde, o indicador cobertura refere-se ao
percentual de recém-nascidos que realizaram os exames da triagem neonatal, em 1ª
amostra, em relação ao número de nascidos vivos informados na fonte de dados
especificada para o cálculo, em determinado espaço geográfico, no ano/ período
considerado (Mendes, 2020).
Considerado o “teste do pezinho”, para que uma patologia seja inserida em
um Programa de Triagem Neonatal, certos critérios devem ser observados, como:
as doenças não devem apresentar características clínicas precoces; devem ser de
fácil detecção laboratorial; alta sensibilidade e especificidade; deve ser
economicamente viável e logístico para o acompanhamento dos casos detectados
até o diagnóstico final; os sinais e sintomas clínicos devem ser reduzidos ou
eliminados através do tratamento; deve existir um programa de acompanhamento
com quesitos mínimos necessários para o sucesso do tratamento (ALMEIDA, 2006).
A TN (Triagem Neonatal) permite que o diagnóstico e o tratamento sejam
iniciados bem cedo, melhorando o prognóstico das crianças e, em algumas
situações, impedindo o surgimento de sequelas neurológicas, como nos casos de
fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito e da deficiência de biotinidase. Ainda, a
detecção precoce dessas doenças é de extrema importância para a saúde brasileira,
na medida em queracionaliza os gastos com os serviços de alta complexidade. Deste
modo, entende-se este programa como política pública de saúde realmente voltada
para a consolidação de uma sociedade mais saudável e valorizada em seus direitos
de cidadania (LUZ et al., 2008).
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2.2 Teste do Pezinho

O rastreamento de doenças metabólicas no RN (Recém Nasido) começou


em 1963, nos Estados Unidos, onde o Dr. Robert Guthrie criou um método que
consistia em um ensaio de inibição bacteriana realizado em amostras de sangue
seco, colhidas em papel-filtro, para detecção das concentrações de fenilalanina. Ele
tinha como objetivo identificar indivíduos com fenilcetonúria (PKU) em fase pré-
sintomática para realizar o tratamento precoce. Em 1965, 400.000 crianças haviam
sido testadas em 29 estados americanos, com 39 casos positivos da doença
(incidência de 1:10.000 RN). Alguns anos depois, seu teste se tornou obrigatório aos
recém-nascidos em todos os 50 estados americanos (LACERDA et al., 2017).
A primeira tentativa da TN ocorreu em 1976, em São Paulo, numa
associação dedicada ao atendimento a crianças portadoras de deficiência mental
(APAE-SP), onde inicialmente realizava-se somente o diagnóstico de PKU, porém a
partir de 1980foi incluída a detecção precoce do hipotireoidismo congênito. Em 1992,
a legislação federal foi complementada, definindo essas doenças como as patologias
a serem triadas (Portaria GM/MS nº 22 de 15 de janeiro). Foi fundada em setembro
de 1999 a Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal, com a finalidade de reunir
diversosserviços existentes e profissionais ligados à área. Em 6 de junho de 2001
(Portaria GM/MS nº 822), o Ministério da Saúde fez o lançamento do Programa
Nacional de Triagem Neonatal (BRASIL, 2002).
O PNTN (Programa Nacional de Triagem Neonatal) atualmente encontra-se
organizado em quatro fases de implantação, de acordo com a doença a ser
diagnosticada conforme tabela a seguir (Brasil, 2012; Nunes et al., 2013; Stranieri et
al., 2009):

Fases Doenças
I fenilcetonúria (PKU), hipotireoidismo congênito (HC)
II fenilcetonúria (PKU), hipotireoidismo congênito (HC) e hemoglobinopatias (Hb);
III fenilcetonúria (PKU), HC (hipotireoidismo congênito), hemoglobinopatias (Hb) e
fibrose cística (FC)
IV fenilcetonúria (PKU), HC (hipotireoidismo congênito), hemoglobinopatias (Hb),
fibrose cística (FC), hiperplasia adrenal congênita (HAC) e deficiência da
biotinidase (DB),
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Desde 1992, a APAE, Sistema de Referência de Triagem Neonatal (SRTN)


no Estado do Maranhão, realiza a triagem para o diagnóstico de hipotiroidismo
congênito e fenilcetonúria, sendo a APAE de São Luís habilitada na fase I em 2001.
Em novembro de 2002, através da portaria 892, a instituição foi habilitada na fase II.
Em 04 de dezembro de 2012, a portaria n 1346 a APAE, foi incluída na Fase III com
a Triagem da fibrose cística. Em abril de 2014, com a portaria 214 com o rastreamento
hiperplasia adrenalcongênita (HAC) e deficiência da biotinidase (DB) finalmente Apae
entrou na fase IV (Vasconcelos, 2018)
A Lei 14.154, de 06 de maio de 2021, ampliou o rol de doenças da TN no
Brasil, e entrará em vigor após um ano da publicação sendo de responsabilidade das
Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal a organização da Rede
Estadual de TN, estando dividida em 5 etapas: na primeira, adicionou-se a
toxoplasmose congênita; na segunda, as galactosemias, as aminoacidopatias, os
distúrbios do ciclo da uréia e os distúrbios da beta oxidação dos ácidos graxos; na
terceira, as doenças lisossômicas; na quarta, as imunodeficiências primárias; e na
quinta, a atrofia muscular espinhal (BRASIL. 2021, DA MOTA, 2022). O Maranhão
atualmente encontra se na fase inicial, na primeira etapa, adicionando à lista de
doenças já triadas, a toxoplasmose congênita, realizando em media 45 mil testes do
pezinho por mês.
O PNTN instituiu o teste do pezinho como a primeira etapa de qualquer
programa de triagem neonatal, obrigatório no país, que devido o diagnóstico de
doenças metabólicas, é importante que o teste seja feito dentro do tempo suficiente
para que ocorra o acúmulo do metabólico específico no sangue, mas sem ultrapassar
o tempo máximo em que é possível se evitar complicações decorrentes de um início
tardio do tratamento, sendo imprescindível que seja realizado após as primeiras 48
horas de alimentação entre 3º o 5º dia de vida ( Menezes et al, 2014; Vasconcelos
2018, Brasil, 2016).
Em relação à cobertura da TN no mundo, o Canadá teve cobertura de
aproximadamente 71% em 2006 e apenas uma província havia lei que obrigava a TN
para PKU e HC. No que se refere à Europa, o desenvolvimento da TN tem sido lento
e heterogêneo e apresentou cobertura de 69% em 2004, com dados de 38 países. Em
2007, na Ásia e nos países do Oceano Pacífico onde a taxa de mortalidade infantil é
15

menor do que 10/1.000 nascidos vivos, o PTN alcançou coberturas superiores a 90%.
Já a Tailândia que apresenta taxa de mortalidade infantil superior (13/1.000 NV)
alcançou cobertura de 97%. No Oriente Médio e Norte da África, houve dados de 4
países com cobertura de 75% em 2003. Na América Latina, a cobertura foi de 49%
em 2005, com dados de 14 países (BOTLER J et al., 2010).
Após a criação do PNTN, as coberturas nos estados brasileiros, bem como
a cobertura nacional, tiveram um aumento. A cobertura nacional passou de 74,98%
em 2004 para 85,8% em 2017. No Rio Grande do Sul, antes do Programa, a
cobertura estadual era inferior a 40%, passando para 83% ao término de 2014.10 No
Piauí, a cobertura passou de 36,97% em 2005 para 77,14% em 2009. Porém, no
decorrer dos anos essa cobertura voltou a cair em alguns estados, como em Goiás,
por exemplo, passando de 79,38% em 2012 para 73,84% em 2016.12 Esses dados
mostram que a cobertura é muito heterogênea entre os estados ( Mendes et al,2020)
Em 2006, o PNTN do Estado do Paraná foi um dos pioneiros, obtendo a
percentagem de 98,4%. Essa cobertura mostra o avanço do Programa e a qualidade
do atendimento prestado pelos postos de coleta, porém, a cobertura dos NV ainda se
encontra fora das metas estabelecidas pelo Programa, ou seja, de alcançar 100% dos
recém-nascidos vivos (CARVALHO, 2008).
De acordo com os dados de Sorte (2010), a Bahia foi o estado do Nordeste
commaior cobertura, 90,87% em 2009. Segundo dados do Ministério da Saúde a
menor cobertura foi do Amapá com 52,41% e a maior cobertura foi do Paraná com
103,63%em 2007. Esta percentagem reflete, possivelmente, a realização de testes
em recém-nascidos oriundos de estados vizinhos (BRASIL, 2007).
Entre os paises com altas coberturas de testes pezinzo, o Japão possui uma
cobertura de 100% de triagem e taxa de mortalidade de 2,46 mortes de crianças
menores que 5 anos de idade para cada 1000 nascidos vivos, que se deve não só
graças à maior escolaridade, aos maiores índices de emprego e maior acesso ao
sistema de saúde, mas também às ações de expansão da triagem dos recém-
nascidos, grande variedades de doenças triadas, promovidas pelo Ministério da
Saúde e Bem-estar do Japão ( PERIGLOTO, 2022).
Em relação ao Japão, devido às taxas de cobertura do teste no Brasil,
verifica-se que existe uma carência na cobertura brasileira do PNTN e o que interfere
na detecção precoce das síndromes raras ( PERIGLOTO, 2022). São responsáveis
16

diretamente por esse fato a longa extensão territorial do país, a ausência de


tecnologia e infraestrutura adequada e a dificuldade de logística, além da menor
realização dos testes nos locais em que há menor concentração de renda e menor
posse de planos de saúde. Isso faz com que a ampliação do teste do pezinho possa
não gerar mudanças e efeitos tão significativos nos locais em que a cobertura do
programa já é deficitária ( MALLMANN, 2020)
Nos estados de menor cobertura do PNTN, o acesso aos meios de
transportes adequados também é um fator que dificulta o deslocamento da
população para os centros de saúde para a realização do teste de triagem,
contribuindo assim para uma triagem neonatal inadequada de inúmeras crianças
(MALLMANN MB, et al., 2020). Porém, somente a ampliação do teste em território
brasileiro não garante sozinha a maior efetividade e uma diminuição da mortalidade
das doenças que serão incluídas (PERIGLOTO, 2022).
A dificuldade de tratamento é um aspecto que impacta negativamente na
vida dessas crianças. Atualmente cerca de 95% das doenças raras não possuem
tratamento, resultando em cuidados paliativos e na reabilitação necessária frente aos
apenas 5% que possuem tratamento. Além disso, 2% das condições raras tem
tratamento com medicamentos órfãos, os quais precisam de incentivo econômico
para serem produzidos e 3% podem ser tratadas também com a cirurgia
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021).
Após o diagnóstico de uma criança na TN, existe a necessidade de
tratamento da condição dela, porém, o tratamento adequado e indivudualizado
demanda alto investimento a longo prazo para as famílias e para o SUS quando o
mdicamento é fornecido por este sistema de saúde. O novo teste do pezinho promete
identificar mais doenças, mas ele traz consigo a indispensabilidade de adequar a
triagem com a oferta de tratamentos, o que demandará maior investimento do
Governo Federal, que somente com o teste do pezinho se encontra em cerca de R$
100 milhões ao ano (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021).
Alem dos obstaculos acima ja mencionadas, outros fatores dificultam a TN
sendo eles: a falta de implantação de postos de coleta em relação a cobertura
populacional, falhas referentes à coleta, como hemólise, insuficiência ou excesso
de sangue, ressecamento, envelhecimento das amostras e armazenamento
inadequado, falta de colaboração dos pais, falha na orientação durante o pré-natal
17

por parte dos profissionais de saúde, principalmente sobre a idade que deve ser
realizado o teste (OLIVEIRA, 2017). Como consequência disso, as gestantes e pais
não compreendem a real importância da realização do teste nos recém-nascidos,
que o diagnóstico precoce de doenças e tratamento mais rápido possível para
reduzir os danos para estas crianças (OLIVEIRA, 2017; BATISTTI et al., 2018.).
De acordo com a nota técnica 001/2021 sobre Transporte de amostras da
triagem neonatal biológica - teste do pezinho e devido a necessidade de assegurar a
qualidade e a agilidade, desde a coleta das amostras até o seu processamento, os
Postos de Coleta, as Secretarias Municipais de Saúde e as Unidades Regionais de
Saúde deverão observar as orientações técnicas a seguir (BRASIL, 2021):
1. A coleta das amostras de sangue para o Teste do Pezinho deverá ser
realizada em tempo oportuno, preferencialmente entre o 3° e o 5° dia de vida da
criança, até no máximo o 28° dia, nos postos de coleta, utilizando os insumos (papel
filtro, lancetas, envelopes e ficha de controle) repassado pelo Centro de Referência –
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – Apae;
2. Não deverá ser realizada a primeira coleta por punção de calcâneo após o
28° dia de vida da criança;
3. Os Postos de Coleta deverão assegurar a qualidade da coleta, assim como,
da secagem, armazenamento e o envio das amostras para processamento;
4. O papel filtro com as amostras coletadas para o Teste do Pezinho deverá
ser submetido a processo de secagem por um período de 3 (três) a 4 (quatro) horas
em Grade de Secagem;
5. Após processo de secagem, o papel filtro deverá ser colocado em sacos
plásticos. No mesmo saco plástico pode ser colocado 1 (um) ou vários papéis filtro,
de forma que a extremidade com as amostras biológicas (círculos com sangue) não
fique em contato uma com a outra;
6. Os testes coletados deverão permanecer no Posto de Coleta, por no
máximo 2 (dois) dias, sem necessidade de armazenamento em geladeira;
7. Em seguida, o saco com os testes que passaram pelo processo de
secagem deve ser lacrado e colocado em envelope devidamente identificado (nome
da Unidade de Saúde, Município, profissional responsável e data) acompanhado da
Lista Nominal de todas as crianças, em duas (2) vias1;
18

8. Os postos de coleta das Unidades Básicas de Saúde, Hospitais e


Maternidades de gestão municipal deverão encaminhar a cada dois (2) dias as
amostras coletadas às Secretarias Municipais de Saúde;
9. Os postos de coleta dos hospitais e maternidades de gestão estadual
deverão enviar as amostras coletadas, a cada dois dias, para as Unidades Regionais
de Saúde ou entregar diretamente no Centro de Referência – Apae São Luís.
10. As Secretarias Municipais de Saúde devem colocar todas as amostras
coletadas pelos postos de coleta em envelope identificado, lacrado e armazenado
para envio, a cada dois dias, às Unidades Regionais de Saúde ou diretamente para
Apae São Luís. As amostras com tempo de coleta superior a 3 (três) dias, deverão ser
acondicionadas em potes fechados e refrigerados. As amostras não devem ser
armazenadas nas geladeiras das salas de vacinas.
11. As Unidades Regionais de Saúde encaminharão, via Sedex, todas as
amostras do Teste do Pezinho dos seus municípios ao Centro de Referência – Apae,
obrigatoriamente 1 (uma) vez por semana, por se tratar de material biológico. Deve-
se manter o acondicionamento refrigerado das amostras até o seu envio;

12. O monitoramento do fluxo de envio das amostras dos municípios será de


responsabilidade das Unidades Regionais de Saúde e do Departamento de Atenção
à Saúde da Criança e do Adolescente - Dasca, por meio do Sistema Nacional de
Triagem Neonatal – Sisneo.

3 METODOLOGIA

Trata- se de um estudo descritivo, temporal de abordagem quantitativa sobre


a triagem neonatal, teste de pezinho, realizada na regional de Viana no período de
2019 a 2022. A população de estudo foi composta por todos os nascidos vivos que
realizaram o teste do pezinho na rede pública dos 11 municípios que compõem a
macrorregião, sendo eles: Bacurituba, Cajari, Cajapió, Matinha, Olinda Nova, Penalva,
Palmeirândia, São João Batista, São Bento, São Vicente de Ferrer e Viana. Os dados
foram extraídos da base de dados da APAE-MA em relação a coletas realizadas para
o teste do pezinho e nascidos vivos foram extraídos no tabnet. datasus nascidos vivos,
e posteriormente tabulados e presentados em gráficos e planilhas no Excel.
19

O critério de inclusão nesta pesquisa foi de todos os RN vivos cadastrados no


SINASC dos municípios da regional de Viana, no período de 2019 a 2022. Os critérios
de exclusão foram: as crianças nascidas nas demais regiões do Estado do Maranhão,
exceto na regional de Viana - MA.
Para facilitar a operacionalização da coleta e posterior análise, as crianças
foram tríadas e classificadas nas seguintes faixas etárias: 0 a 2 dias, 3 a 5 dias, 6 a
14 dias, 15 a 30 dias, acima de 30 dias e data de nascimento não informada. Além da
faixa etária foram levadas e consideração amostras com coletas inadequadas.
Para a busca foram adotados os seguintes critérios de inclusão: artigos em
português, disponíveis na íntegra, produzidos no período de 2010 a 2022, e como
critérios de exclusão: teses, dissertações, livros, relatórios de conferências, e resumos
de congresso. Os dados foram levantados em novembro e dezembro de 2023.
A análise dos artigos constituiu-se de uma leitura criteriosa dos mesmos.
Em uma primeira fase analisou-se os dados extraindo informações de identificação e
caracterização da amostra. A segunda etapa foi composta pela análise do conteúdo
dos dados que respondiam a questão norteadora do estudo.
De acordo com o Ministério da Saúde, o indicador cobertura refere-se ao
percentual de recém-nascidos que realizaram os exames da triagem neonatal, em 1ª
amostra, em relação ao número de nascidos vivos informados na fonte de dados
especificada para o cálculo, em determinado espaço geográfico, no ano/ período
considerado (Mendes, 2020).
Para o cálculo de cobertura do programa de triagem neonatal na regional de
viana no periodo de 2019 a 2022, foi utilizado o metodo de Cálculo: Número de recém-
nascidos triados, em 1ª amostra no período de 2019 a 2022 dividido pelo número de
nascidos vivos registados no SINASC no mesmo periodo x 100. (Fonte:
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvma.de).

4 RESULTADO E DISCUSSÃO

No período de 2019 a 2022 de acordo com os dados coletados no Tabnet


Datasus SINASC ocorreram 15.047 Nascidos Vivos na Regional de saúde de Viana,
porem, no mesmo período apenas 13.201 crianças foram triadas para o teste do
pezinho o que confere a Regional uma cobertura de 87,7% da TN.
20

O Programa Nacional de Triagem Neonatal tem os seguintes objetivos


específicos: ampliação da cobertura, visando 100% dos nascidos vivos, a busca ativa
dos pacientes triados, sua confirmação diagnóstica, o acompanhamento e o
tratamento adequados dos pacientes identificados. Um dos principais objetivos do
Programa Nacional de Triagem Neonatal é a garantia da cobertura universal dos
nascidos vivos com o teste, a fim de prevenir ou minimizar as complicações das
doenças triadas no programa.
A figua 1 descreve o número dos nascidos vivos (NV), residentes,NV triados e
cobertura (%) do teste do pezinho da Regional de Saúde de Viana no período de 2019
a 2022.
Gráfico 1. Número dos nascidos vivos (NV), nascidos vivos triados (NVT) até os 30
dias de vida e cobertura (%), na Regional de Saúde de Viana no período de 2019 a
2022.

Nascidos Vivos
Gráfico 1
Nascidos Vivos Triados Cobertura

15047
13201
4055
4034

3724
3611

3314

3234
3228
3048
89,5%

81,8%

81,7%

99,9%

87,7%

2019 2020 2021 2022 Total

Fonte:datasus/SINASC; APAE-São Luís-MA

Nota-se, a partir da Gráfico 1, que na maioria dos anos a Região de Saúde


apresentou baixas coberturas do Teste do Pezinho, segundo a meta estabelecida pelo
Ministério da Saúde, que contempla 100% de cobertura dos NV.
Observa-se que foi considerado o número de nascido vivos com mães
residentes dos municípios que compoem a Região de Saúde de Viana-MA, para o
cálculo da cobertura da Teste do pezinho. Nota-se que houve maior cobertura no ano
21

de 2022 de (99,9 %), enquanto a menor cobertura foi 2021 (81,7%).


Segundo Botler, 2010, a Academia Americana de Pediatria, o U.S. Preventive
Task Force e o Newborn Screening Programme Center do Reino Unido afirmam que
o tratamento do Hipotireoidismo congênito e da fenilcetonúria iniciados até a segunda
semana de vida é capaz de garantir o pleno desenvolvimento neurológico do recém-
nascido. Tratamentos iniciados após esta data incorrem no risco de prejuízos no
desenvolvimento neurocognitivo dos casos afetados, ainda que mínimos.
Esse exame é reconhecido como eficaz e eficiente por prevenir sequelas,
quando as doenças são diagnosticadas e tratadas precocemente, mas quando há
falhas no processo deste exame pode acarretar prejuízos permanentes para a vida da
criança e sua família (MENDES; SANTOS; BRINGEL, 2013). Por isso a necessidade
da realização entre o 3 e 5 dia de vida.
O Gráfico 2 descreve o número dos nascidos vivos (NV), residentes,NV triados
do 3 ao 5 dia de vida e cobertura (%) do teste do pezinho da Regional de Saúde de
Viana no período de 2019 a 2022.
Gráfico 2. Número dos nascidos vivos (NV), NV triados do 3º ao 5º dia de vida e
cobertura (%), na Regional de Saúde de Viana no período de 2019 a 2022.

Nascidos Vivos
Gráfico 2
Nascidos Vivos /Não testados Cobertura 15047
4055
4034

3724

3234

2872
20,6%

15,0%

18,2%

22,9%

19,0%
832

743
737
560

2019 2020 2021 2022 Total

Fonte: Datasus/SINASC; APAE-São Luís-MA

Observa-se, a partir da Gráfico 2, que na maioria dos anos a Região de Saúde


apresentou baixas coberturas do Teste do Pezinho, segundo a meta estabelecida pelo
22

Ministério da saúde, de coleta entre o 3º e 5º dia de vida, alcançando maior cobertura


no ano de 2022 com 22,9% e menor cobertura em 2020 com 15%.
O PNTN instituiu o teste do pezinho como a primeira etapa de qualquer
programa de triagem neonatal, obrigatório no país, que devido o diagnóstico de
doenças metabólicas, é importante que o teste seja feito dentro do tempo suficiente
para que ocorra o acúmulo do metabólico específico no sangue, mas sem ultrapassar
o tempo máximo em que é possível se evitar complicações decorrentes de um início
tardio do tratamento, sendo imprescindível que seja realizado após as primeiras 48
horas de alimentação entre 3º o 5º dia de vida ( Menezes et al, 2014; Vasconcelos
2018, Brasil, 2016).
Atualmente, no Brasil, todos os estados brasileiros estão habilitados no PNTN
e toda criança tem direito à realização da TN. Em cada um dos estados há pelo menos
um serviço de referência em TN e postos de coleta para o teste do pezinho. Entretanto,
estudos de Abreu et al. (2011) e Silva et al. (2014) relataram que a maioria dos pais
que procura o serviço para a realização do teste desconhecem o seu objetivo e as
patologias que podem ser identificadas, além da possibilidade de prevenir sequelas
quando feito o diagnóstico precoce e a realização do tratamento no início dos
sintomas. Em comparação com a média nacional do PNTN e em períodos não
coincidentes, o percentual de cobertura dos municípios da Região de Saúde de Viana-
MA analisados no estudo podem ser considerados relativamente baixos.
Esses dados sugerem a necessidade de melhorias no Serviço de TN,
principalmente em relação à atenção à saúde dos RN, em especial focado no
treinamento técnico dos profissionais de saúde durante a realização dos exames.
Esses profissionais devem orientar os familiares sobre a importância da realização do
Teste do Pezinho, fazendo com que mais crianças sejam triadas e que a meta do
programa de TN seja alcançada. Também, é necessário que haja maior investimento
em medidas que facilitem o acesso da população ao teste para que as coberturas se
tornem efetivamente universais (BOTLER ET AL., 2010; OLIVEIRA, 2017).
Segundo Strefling (2012), a enfermeira tem papel importante na implementaçãodo
PNTN, visto que contribui para a promoção, prevenção e manutenção da saúde, além
de acompanhar a gestante desde o pré-natal até o final do período puerpural. Cabe a
enfermeira, repassar às mães informações corretas sobre o exame de TN paraque elas
possam compreender a importância do mesmo e as consequências de não
23

diagnosticar as doenças triadas precocemente.


Segundo Reis (2014), é necessário que haja uma educação para a saúde ao
longo do tempo e para isso, a mãe deve receber orientações sobre cuidados com o
bebê desde o pré-natal até o seu retorno à unidade de saúde. A equipe de saúde, em
especial o enfermeiro, deve passar todas as informações pertinentes a gestante para
que após o nascimento e alta hospitalar do RN, a mesma deve levá-lo para realizar o
teste do pezinho, onde serão coletadas amostras de sangue do RN, com objetivo de
prevenir doenças como o retardo mental e enfatizar que o exame é totalmente gratuito,
exigido por lei e fornecido pelo SUS (SILVA, 2012).
Na Tabela 1 é mostrada a porcentagem de exames por periodo e dias de vida
dos RNs, por ano de coleta dos testes do pezinho, na Região de Saúde de Viana-MA
no período de 2019 a 2022.

Tabela 1. Porcentagem de coletas por período e dias de vida dos RNs na TN,
considerando a região de Saúde de Viana-MA nos períodos de 2019 a 2022.

Fonte: Datasus/SINASC; APAE-São Luís-MA

De acordo com a Tabela 1 nota-se que, entre 2019 e 2020, na região de Saúde
de Viana-MA foram reallizadas 13.337 coletas e desta apenas 2872 coletas foram
realizadas dentro do periodo ideal do 3º ao 5º dia de vida o que representa 21, 5%
coletas realizadas estando muito abaixo do esperado. O maior numero de coletas
realizadas ocorre entre o 6º e 14° dia de vida com um quantitativo de 6931 coletas que
24

corresponde a 51, 9% das coletas realizada nos quatro anos do estudo. Nota-se ainda
que a partir de 2020 houve queda siguinificativa no numero de coletas realizadas o que
pode esta relacionado com o lockdawn devido a pandemia da covid 19.
A idade da criança no momento da coleta é um fator importantissimo na
realização do teste do pezinho devendo o exame ser realizado a partir de 48 horas ate
28 dia de vida, sendo ideal do 3º ao 5 º dia de vida , pois, os resultados são menos
precisos fora desta data e no caso fenilcetonúria crianças com menos de 48 horas de
vida ainda não ingeriram proteína suficiente para serem detectadas de forma confiável
na triagem dessa doença (Jackeline et al, 2008; Isadora et al, 2020).
A pandemia da covid levou a uma queda significtiva nos indicadores de saúde
o Brasil e no mundo. A restrição de acesso a serviços de saúde e redução de
mobilidade, durante a pandemia mundial por COVID-19, atingiu várias políticas de
saúde, entre elas os programas de triagem neonatal com modificações nos tempos
de coletas, envios e análises das amostras, bem como a dificuldade de deslocamento
para as consultas de atendimento e confirmação diagnóstica no ambulatório
especializado foram alguns dos possíveis impactos esperados nos serviços
(Castro,2022,)
A pandemia com suas medidas restritivas foi responsavel por não trazer uma
melhora significativa no tempo de coleta devido as medidas restritivas quanto ao
isolamento social . Uma nota técnica do Serviço de Referência em Triagem Neonatal
(SRTN) apresenta que a pandemia por COVID-19 que atingiu o RS em março de 2020
desencadeou uma série de ações determinando o isolamento social e respeitando
determinação da OMS para redução de circulação de pessoas. Estas ações
impactaram significativamente na Triagem Neonatal no Estado e no município de
Porto Alegre (SRTN, 2020; Englema Bruna 2023).
Em um estudo sobre avaliação dos indicadores de um serviço de referência
em triagem neonatal no sul do Brasil durante a pandemia por COVID-19 realizado em
2022 mediante a comparação de indicadores de atendimento do SRTN-RS a partir de
setembro de 2019 a maio de 2020 os resultados demostraram que o primeiro mês de
pandemia apresentou resultados com impacto negativo, mas os números foram
restabelecendo-se gradativamente a patamares anteriores à pandemia, conforme
novos fluxos foram sendo introduzidos no serviço (Castro,2022).
25

Para Jackeline et al 2008, a conscientização dos pais quanto a importância da


realização do teste do pezinho logo após o nascimento dos seus bebês representa
uma importante estratégia para TN, pois, em caso de confirmação diagnóstica para
alguma doença o tratamento seja iniciado de forma precoce, evitando possíveis danos
á saúde ou ao desenvolvimento da criança.
Segundo Reis (2014), é necessário que haja uma educação para a saúde ao
longo do tempo e para isso, a mãe deve receber orientações sobre cuidados com o
bebê desde o pré-natal até o seu retorno à unidade de saúde. A equipe de saúde deve
passar todas as informações pertinentes a gestante para que após o nascimento e alta
hospitalar do RN, a mesma deve levá-lo para realizar oteste do pezinho, onde serão
coletadas amostras de sangue do RN, com objetivo de prevenir doenças como o
retardo mental e enfatizar que o exame é totalmente gratuito,exigido por lei e fornecido
pelo SUS (SILVA, 2012).
A desinformação tanto por parte dos profissionais como dos pais podem
influenciar a não realização dos testes assim como os resultados (Jackeline et al,
2008). O conhecimento técnico-científico dos profissionais diretamente envolvidos na
realizaçao do teste do pezinho é essencial para orientar as mães sobre a importância
da realização da TN no período ideal e para garantir uma melhor detecção e
acompanhamento da criança de maneira correta e efetiva.
Cabe ao enfermeiro a responsabilidade da eficácia do PTN, que depende em
grande parte da qualidade da coleta das amostras de sangue. Portanto, é necessário
que estejam capacitados para orientarem os pais e para realizarem de forma correta
e satisfatória a coleta em tempo hábil, para que se obtenha sucesso naTN e para que
atinjam os objetivos propostos do PNTN (BRASIL, 2013; REIS, 2014; STLEFLING,
2012; LEAL, 2013).
A coleta dos exames realizadas fora do prazo preconizado, evidenciam
algumas dificuldades, considerando as distâncias a serem percorridas, devido à
localização geográfica nos municípios organização de um banco de dados
informatizadoe de capacitação dos profissionais de saúde .Verifica-se a necessidade de
organização para viabilizar o diagnóstico e o tratamento precoces, bem como permitir
o delineamento do cenário real sobre a incidência das doenças diagnosticadas pelo
“Teste do Pezinho” no Brasil (CARVALHO et al., 2017).
26

Segundo o Ministério da Saúde, a unidade coletora deverá assumir o


compromisso de que a coleta ocorrerá nos primeiro 28 dias de vida do bebê, devendo
as Secretarias Municipais de Saúde armazenar todas as amostras coletadas pelos
postos de coleta em envelope identificado, lacrado e armazenado para envio, a cada
dois dias, às Unidades Regionais de Saúde ou diretamente para Apae São Luís
MARANHÃO, 2020).Sendo assim, o material coletado nos postos dos municípios da
regional de Viana é enviado ao Centro Estadual de Referencia APAE (Associação de
Pais e Amigos Excepcionais) via regional ou Sedex num prazo nunca superior a 24 hr
após a coleta, conforme fluxograma a seguir:

Fonte:https://www.saude.ma.gov.br/wp-content/uploads/2021/07/Nota-Te%CC%81cnica-das-
triagens-neonatais-2021.pd.

É importante que a coleta seja feita de forma adequada, uma vez que erros
de coletas impactam negativamente na realização do exame e atrasam todo o
processo. Além disso, os reconvocados para uma nova coleta passam por um
desconforto desnecessário aos mesmos e à família. O mais grave nesse processo, é
o comprometimento do tempo ideal de coleta que geralmente é extrapolado,
impactando nos resultados e atrasando o tratamento daqueles que necessitam ( Brasil
2018). A não realização do exame dentro do périodo preconizado permite o
diagnóstico tardio e favorece o desenvolvimento de doenças congenitas ou
infecciosas , que se não forem tratadas no inicio podem causar sérios danos e
27

irreversiveis a a saúde da criança ( Jackeline et al, 2008)

5 CONCLUSÃO

Toda criança nascida em territorio nacional tem direito a triagem Neonatal


conforme preconizado pelo MS, exame gratuito, oferecido pelo SUS, uma vez que,
permite diagnóstico, tratamento precoce de diversas patologias e evita
complicações, sendo de extrema importância para saúde neonatal brasilelira.
Entretanto os resultados mostram que a baixa cobetura é uma realidade preocupante
não so na Regional de Saúde de Viana, no período de 2019 a 2022, mas durante a
realização desta pesquisa no Maranhão e no Brasil.
Dessa forma, a cobertura da Triagem Neonatal nos recém-nascidos é
considerado um importante indicador de saúde. Durante esta pesquisa observou-se
que realização da TN para o teste do pezinho no periodo oportuno, permite a detecção
e tratamento em tempo hábil das doenças diagnosticadas, sendo fundamental para
o planejamento das ações em saúde, servindo como referência para a promoção de
estratégias específicas e organização das redes de atenção à saúde, permitindo
prevenção, tratamento e o cuidado continuado e integral, impactando positivamente
na morbimortalidade.
Para isso, é necessário que os gestores em saúde estejam atentos sobre a
efetivação da assistência no período adequado, sendo necessárias a adoção de
ações preventivas básicas como, ações de vigilância, busca ativa de RN não
alcançados, envio de amostras ao CRTN-APAE, entrega de resultdos, capacitação
permanente dos profissionais para diminuição de possiveis desafios e dificuldaddes
enfrentados por usuarios, gestores e ´profissionais, para que o maior número de
recém-nascidos sejam submetidos a triagem neonatal garantindo a melhoria na
qualidade de vida do bebê e assistência prestada à população.
Observou-se ainda durante a realização deste estudo a escassez de
pesquisas na literatura estadual no que se refere à disponibilidade de dados
atualizados a respeito da cobertura da TN, epidemiologia das doenças
diagnosticadas e ausencia de trabalhos mostrando a distribuição regional das
doenças. Assim, diante da carência de dados, constatamos a necessidade de mais
pesquisas e publicações sobre a temática no Maranhão.
28

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AGRADECIEMNTOS

ROSILENE FROZ: COORDENADORA DE SERVIÇO DE TRIAGEM NEONATAL


(APAE)

MARCIA LIMA: ESPECIALISTA EM TRIAGEM NEONATAL

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