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GOVERNO DO MARANHÃO
Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão
Escola de Saúde Pública do Estado do Maranhão
ARTIGO CIENTÍFICO
São Luís-MA
2024
1
São Luís-MA
2024
2
São Luís-MA
2024
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BANCA EXAMINADORA
__________________________________
Profª. Mayrlan Ribeiro Avelar
Instituição
__________________________________
1° Examinador
Instituição
___________________________________
2° Examinador
Instituição
4
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 8
2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................ 10
2.1 Triagem Neonatal................................................................................ 11
2.2 Teste do Pezinho................................................................................ 13
3 METODOLOGIA.................................................................................. 18
4 RESULTADO E DISCUSSÃO............................................................. 19
5 CONCLUSÃO...................................................................................... 27
REFERENCIAS ................................................................................... 28
8
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Triagem Neonatal
que fazem parte da TN, são eles: teste do olhinho, teste da orelhinha, teste do
coraçãozinho e o teste da linguinha.
A Lei nº 8.069 do Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, determinou
quetodo estabelecimento que prestasse atenção à gestante deveria oferecer exames
de triagem, visando o diagnóstico e o tratamento de alterações no metabolismo dos
recém-nascidos, além de orientar os pais sobre todos os procedimentos dos testes
(SANTOS et al., 2011).
O Teste do Reflexo Vermelho, mais conhecido como teste do olhinho, é
utilizado para diagnosticar precocemente doenças de visão no bebê, como catarata
congênita,glaucoma, estrabismo ou retinoblastoma. O exame é rápido e indolor e é
feito com umaparelho chamado oftalmoscópio (uma espécie de lanterna) (AGUIAR,
2011).
A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) ou teste da orelhinha é realizado,
preferencialmente com o bebê dormindo, em sono natural, no segundo ou terceiro dia
de vida. É indolor, gratuito e desde 2010 é determinado por lei que nenhuma criança
saia da maternidade sem fazer o teste (DIAS, 2017; OGANDO, 2012).
O Teste de Oximetria de Pulso ou teste do coraçãozinho é realizado de forma
universal e gratuita, fazendo parte da TN no SUS. As cardiopatias congênitas são as
principais causas de morbimortalidade neonatal, atingindo aproximadamente oito a
cada 1000 nascidos vivos. Em torno de 30% destes recém-nascidos recebem alta
hospitalar sem o diagnóstico, e evoluem para choque, hipóxia ou óbito precoce, antes
de receber tratamento adequado (MEDEIROS, 2015; AGUIAR, 2018).
O Teste da Linguinha é realizado durante o exame físico de rotina do recém-
nascido e possibilita o diagnóstico e o tratamento precoce das limitações dos
movimentos da língua causadas pela língua presa (anquiloglossia) que podem
comprometer as funções exercidas pela língua: sugar, engolir, mastigar e falar. O teste
deve ser realizado com um profissional qualificado da área da saúde, como por
exemplo, o fonoaudiólogo (MARTINELLI, 2013).
O objetivo principal da Triagem Neonatal é o diagnóstico adequado e
precoce das doenças, antes que elas manifestem os primeiros sinais e sintomas,
proporcionando uma melhor qualidade de vida aos recém-nascidos e evitar estresse
desnecessário às famílias. Para isso, é necessário rastrear um RN, dentro de uma
população considerada “normal”, a fim de identificar crianças que estão em risco de
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Fases Doenças
I fenilcetonúria (PKU), hipotireoidismo congênito (HC)
II fenilcetonúria (PKU), hipotireoidismo congênito (HC) e hemoglobinopatias (Hb);
III fenilcetonúria (PKU), HC (hipotireoidismo congênito), hemoglobinopatias (Hb) e
fibrose cística (FC)
IV fenilcetonúria (PKU), HC (hipotireoidismo congênito), hemoglobinopatias (Hb),
fibrose cística (FC), hiperplasia adrenal congênita (HAC) e deficiência da
biotinidase (DB),
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menor do que 10/1.000 nascidos vivos, o PTN alcançou coberturas superiores a 90%.
Já a Tailândia que apresenta taxa de mortalidade infantil superior (13/1.000 NV)
alcançou cobertura de 97%. No Oriente Médio e Norte da África, houve dados de 4
países com cobertura de 75% em 2003. Na América Latina, a cobertura foi de 49%
em 2005, com dados de 14 países (BOTLER J et al., 2010).
Após a criação do PNTN, as coberturas nos estados brasileiros, bem como
a cobertura nacional, tiveram um aumento. A cobertura nacional passou de 74,98%
em 2004 para 85,8% em 2017. No Rio Grande do Sul, antes do Programa, a
cobertura estadual era inferior a 40%, passando para 83% ao término de 2014.10 No
Piauí, a cobertura passou de 36,97% em 2005 para 77,14% em 2009. Porém, no
decorrer dos anos essa cobertura voltou a cair em alguns estados, como em Goiás,
por exemplo, passando de 79,38% em 2012 para 73,84% em 2016.12 Esses dados
mostram que a cobertura é muito heterogênea entre os estados ( Mendes et al,2020)
Em 2006, o PNTN do Estado do Paraná foi um dos pioneiros, obtendo a
percentagem de 98,4%. Essa cobertura mostra o avanço do Programa e a qualidade
do atendimento prestado pelos postos de coleta, porém, a cobertura dos NV ainda se
encontra fora das metas estabelecidas pelo Programa, ou seja, de alcançar 100% dos
recém-nascidos vivos (CARVALHO, 2008).
De acordo com os dados de Sorte (2010), a Bahia foi o estado do Nordeste
commaior cobertura, 90,87% em 2009. Segundo dados do Ministério da Saúde a
menor cobertura foi do Amapá com 52,41% e a maior cobertura foi do Paraná com
103,63%em 2007. Esta percentagem reflete, possivelmente, a realização de testes
em recém-nascidos oriundos de estados vizinhos (BRASIL, 2007).
Entre os paises com altas coberturas de testes pezinzo, o Japão possui uma
cobertura de 100% de triagem e taxa de mortalidade de 2,46 mortes de crianças
menores que 5 anos de idade para cada 1000 nascidos vivos, que se deve não só
graças à maior escolaridade, aos maiores índices de emprego e maior acesso ao
sistema de saúde, mas também às ações de expansão da triagem dos recém-
nascidos, grande variedades de doenças triadas, promovidas pelo Ministério da
Saúde e Bem-estar do Japão ( PERIGLOTO, 2022).
Em relação ao Japão, devido às taxas de cobertura do teste no Brasil,
verifica-se que existe uma carência na cobertura brasileira do PNTN e o que interfere
na detecção precoce das síndromes raras ( PERIGLOTO, 2022). São responsáveis
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por parte dos profissionais de saúde, principalmente sobre a idade que deve ser
realizado o teste (OLIVEIRA, 2017). Como consequência disso, as gestantes e pais
não compreendem a real importância da realização do teste nos recém-nascidos,
que o diagnóstico precoce de doenças e tratamento mais rápido possível para
reduzir os danos para estas crianças (OLIVEIRA, 2017; BATISTTI et al., 2018.).
De acordo com a nota técnica 001/2021 sobre Transporte de amostras da
triagem neonatal biológica - teste do pezinho e devido a necessidade de assegurar a
qualidade e a agilidade, desde a coleta das amostras até o seu processamento, os
Postos de Coleta, as Secretarias Municipais de Saúde e as Unidades Regionais de
Saúde deverão observar as orientações técnicas a seguir (BRASIL, 2021):
1. A coleta das amostras de sangue para o Teste do Pezinho deverá ser
realizada em tempo oportuno, preferencialmente entre o 3° e o 5° dia de vida da
criança, até no máximo o 28° dia, nos postos de coleta, utilizando os insumos (papel
filtro, lancetas, envelopes e ficha de controle) repassado pelo Centro de Referência –
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – Apae;
2. Não deverá ser realizada a primeira coleta por punção de calcâneo após o
28° dia de vida da criança;
3. Os Postos de Coleta deverão assegurar a qualidade da coleta, assim como,
da secagem, armazenamento e o envio das amostras para processamento;
4. O papel filtro com as amostras coletadas para o Teste do Pezinho deverá
ser submetido a processo de secagem por um período de 3 (três) a 4 (quatro) horas
em Grade de Secagem;
5. Após processo de secagem, o papel filtro deverá ser colocado em sacos
plásticos. No mesmo saco plástico pode ser colocado 1 (um) ou vários papéis filtro,
de forma que a extremidade com as amostras biológicas (círculos com sangue) não
fique em contato uma com a outra;
6. Os testes coletados deverão permanecer no Posto de Coleta, por no
máximo 2 (dois) dias, sem necessidade de armazenamento em geladeira;
7. Em seguida, o saco com os testes que passaram pelo processo de
secagem deve ser lacrado e colocado em envelope devidamente identificado (nome
da Unidade de Saúde, Município, profissional responsável e data) acompanhado da
Lista Nominal de todas as crianças, em duas (2) vias1;
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3 METODOLOGIA
4 RESULTADO E DISCUSSÃO
Nascidos Vivos
Gráfico 1
Nascidos Vivos Triados Cobertura
15047
13201
4055
4034
3724
3611
3314
3234
3228
3048
89,5%
81,8%
81,7%
99,9%
87,7%
Nascidos Vivos
Gráfico 2
Nascidos Vivos /Não testados Cobertura 15047
4055
4034
3724
3234
2872
20,6%
15,0%
18,2%
22,9%
19,0%
832
743
737
560
Tabela 1. Porcentagem de coletas por período e dias de vida dos RNs na TN,
considerando a região de Saúde de Viana-MA nos períodos de 2019 a 2022.
De acordo com a Tabela 1 nota-se que, entre 2019 e 2020, na região de Saúde
de Viana-MA foram reallizadas 13.337 coletas e desta apenas 2872 coletas foram
realizadas dentro do periodo ideal do 3º ao 5º dia de vida o que representa 21, 5%
coletas realizadas estando muito abaixo do esperado. O maior numero de coletas
realizadas ocorre entre o 6º e 14° dia de vida com um quantitativo de 6931 coletas que
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corresponde a 51, 9% das coletas realizada nos quatro anos do estudo. Nota-se ainda
que a partir de 2020 houve queda siguinificativa no numero de coletas realizadas o que
pode esta relacionado com o lockdawn devido a pandemia da covid 19.
A idade da criança no momento da coleta é um fator importantissimo na
realização do teste do pezinho devendo o exame ser realizado a partir de 48 horas ate
28 dia de vida, sendo ideal do 3º ao 5 º dia de vida , pois, os resultados são menos
precisos fora desta data e no caso fenilcetonúria crianças com menos de 48 horas de
vida ainda não ingeriram proteína suficiente para serem detectadas de forma confiável
na triagem dessa doença (Jackeline et al, 2008; Isadora et al, 2020).
A pandemia da covid levou a uma queda significtiva nos indicadores de saúde
o Brasil e no mundo. A restrição de acesso a serviços de saúde e redução de
mobilidade, durante a pandemia mundial por COVID-19, atingiu várias políticas de
saúde, entre elas os programas de triagem neonatal com modificações nos tempos
de coletas, envios e análises das amostras, bem como a dificuldade de deslocamento
para as consultas de atendimento e confirmação diagnóstica no ambulatório
especializado foram alguns dos possíveis impactos esperados nos serviços
(Castro,2022,)
A pandemia com suas medidas restritivas foi responsavel por não trazer uma
melhora significativa no tempo de coleta devido as medidas restritivas quanto ao
isolamento social . Uma nota técnica do Serviço de Referência em Triagem Neonatal
(SRTN) apresenta que a pandemia por COVID-19 que atingiu o RS em março de 2020
desencadeou uma série de ações determinando o isolamento social e respeitando
determinação da OMS para redução de circulação de pessoas. Estas ações
impactaram significativamente na Triagem Neonatal no Estado e no município de
Porto Alegre (SRTN, 2020; Englema Bruna 2023).
Em um estudo sobre avaliação dos indicadores de um serviço de referência
em triagem neonatal no sul do Brasil durante a pandemia por COVID-19 realizado em
2022 mediante a comparação de indicadores de atendimento do SRTN-RS a partir de
setembro de 2019 a maio de 2020 os resultados demostraram que o primeiro mês de
pandemia apresentou resultados com impacto negativo, mas os números foram
restabelecendo-se gradativamente a patamares anteriores à pandemia, conforme
novos fluxos foram sendo introduzidos no serviço (Castro,2022).
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Fonte:https://www.saude.ma.gov.br/wp-content/uploads/2021/07/Nota-Te%CC%81cnica-das-
triagens-neonatais-2021.pd.
É importante que a coleta seja feita de forma adequada, uma vez que erros
de coletas impactam negativamente na realização do exame e atrasam todo o
processo. Além disso, os reconvocados para uma nova coleta passam por um
desconforto desnecessário aos mesmos e à família. O mais grave nesse processo, é
o comprometimento do tempo ideal de coleta que geralmente é extrapolado,
impactando nos resultados e atrasando o tratamento daqueles que necessitam ( Brasil
2018). A não realização do exame dentro do périodo preconizado permite o
diagnóstico tardio e favorece o desenvolvimento de doenças congenitas ou
infecciosas , que se não forem tratadas no inicio podem causar sérios danos e
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5 CONCLUSÃO
REFERENCIAS
AGUIAR, A.S.C.; JESUS, L.C.; ALVES, D.M.C.; ARAÚJO, A.J.S.; ARAÚJO, I.S.;
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Castro, S. M., Wyzykowski, C., Coutinho, V. L. S., Boianovsky, K., Wiest, P., Kopacek,
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no sul do Brasil durante a pandemia por COVID-19. saúdecoletiva • 2022; (12)
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DA MOTA MOREIRA OLIVEIRA, V.; JOSÉ DA SILVA BRITO, M.; REIS DE SOUSA,
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https://itpacporto.emnuvens.com.br/revista/article/view/111. Acesso em: 1 mar. 2024.
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file:///C:/Users/Vanessa/Desktop/tcc%20teste%20do%20pezinho/Aspectos%20Gerai
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Menezes RSP, Silva MAM, et al. Análise da triagem neonatal no município de sobral,
Ceará Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785, 2014. Disponível em:
file:///C:/Users/Vanessa/Downloads/-
AnaliseDaTriagemNeonatalNoMunicipioDeSobralCeara-5558852.pdf. Acesso em:
15/02/2024.
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