Você está na página 1de 13

A FILOSOFIA NATURAL COMO QUESTÃO INSTITUCIONAL: A OPOSIÇÃO DA

IGREJA CATÓLICA À FRANCO-MAÇONARIA

Pierre Boutin

Tradução
Cídio Lopes de Almeida
Doutorando Ciências das Religiões
Faculdade Unida de Vitória
Bolsista FAPES

Resumo
Pesquisas sobre a oposição católica à Maçonaria, declarada em 1738, elucidaram sua relação
com eventos políticos, mas suas fontes doutrinárias são desconhecidas. Deve-se levar em conta
seu contexto, em particular a exclusão das igrejas da elaboração e legitimação da filosofia
natural. As condenações de Clemente XII e Bento XIV, direcionadas às concepções políticas
contidas nas Constituições de Anderson (1723), prolongaram a controvérsia em torno da
intrusão da física newtoniana e da experimentação no campo social. Assim, a hostilidade da
Igreja não é surpreendente, pois o legislador maçônico elaborou um modelo político liberal,
inspirado na lei natural, utilizando a nova relação entre filosofia natural e moral e o modelo
gravitacional de Newton. Isso inclui a ideia do indivíduo como sujeito à lei, da liberdade
concedida pela lei e da autonomia da política em relação às instituições religiosas e da filosofia
em relação à teologia.

A FILOSOFIA NATURAL COMO QUESTÃO INTITUCIONAL:


A OPOSIÇÃO DA IGREJA CATÓLICA À FRANCO-MAÇONARIA

A oposição do magistério católico romano, declarada em In eminenti1 em 1738, à


fraternidade maçônica, revelou todos os seus recursos? Embora as abordagens históricas
tenham permitido compreender os aspectos políticos e históricos dessa condenação e das que
se seguiram, a questão de suas fontes doutrinárias permanece sem resposta. Não é
surpreendente, uma vez que a natureza do desafio representado pela autoridade do magistério
na promulgação das Constituições de Anderson2 em 1723 não foi reconhecida.
Indiscutivelmente de natureza institucional, a posição de Clemente XII, fundamentada na
doutrina, deve ser situada no contexto contemporâneo em que as igrejas foram excluídas dos

1
Codicis iuris canonici fontes (9 vol., Typis polyglotis vaticana, 1926-1939). Nous citons Fontes. In eminenti, I,
n° 299, p. 656-658.
2
Les Constitutions d'Anderson, trad., commentaires et notes de Daniel Ligou (Paris, 1990).
1
lugares onde o conhecimento da filosofia natural era elaborado. Será que a posição papal não
deve ser entendida como uma continuação de sua oposição à intrusão da ciência e, mais
especificamente, da experimentação no mundo social? Nesse caso, poderíamos supor que, do
ponto de vista do magistério, o surgimento de uma teoria do conhecimento jurídico
fundamentada na filosofia política e na filosofia natural teria colocado em questão elementos
fundamentais da doutrina católica. Essa é a dupla tese que pretendemos examinar. Ao revelar
as relações institucionais entre filosofia natural e filosofia moral3, teremos que explicar como
um modelo político liberal foi projetado a partir da física newtoniana. Também abordaremos
como o indivíduo foi estabelecido como sujeito do direito.
O século XVII testemunhou, na Inglaterra, acalorados debates sobre teoria do
conhecimento, a natureza do sistema de governo e as implicações recíprocas entre eles; a
posição do Criador e das Igrejas também não escapou desses debates. Assim, a posição da Igreja
Católica em relação à ciência foi forjada em um contexto que remonta antes da promulgação
do direito constitucional maçônico4, e poderíamos encontrar, por exemplo, vestígios dessa
posição nos textos que relatam os debates do caso Galileu, encerrado em 16335. Mais tarde no
século, as concepções derivadas de modelos matematizados da percepção do universo,
elaborados em torno dos fenômenos da gravidade, encontram ideias sobre como os homens,
frequentemente políticos, religiosos e filósofos ao mesmo tempo, imaginam a organização da
vida em sociedade. No entanto, ao examinar as fontes do texto maçônico, constata-se que há
ligações com correntes científicas e filosóficas que abalaram as relações dos estudiosos em
filosofia natural com os lugares tradicionais onde o ensino do conhecimento era ministrado e
sua disseminação assegurada.
O corpo constitucional promulgado em 1723 concretiza uma experimentação social que
tem suas origens nas ideias filosóficas de Locke e nas ideias científicas de Newton; essa
concretização é impulsionada pelo voluntarismo6 que prevalece na Inglaterra nessa época. A
ideia emerge de relações entre o indivíduo de um lado, o Estado, o Criador e as Igrejas de outro,

3
Dans La Franc-Maçonnerie, l'Église et la Modernité. Enjeux institutionnels du conflit (Paris, Desclée de
Brouwer, 1998), nous proposons une étude de ces rapports.
4
Cette interprétation est communément admise aujourd'hui. Voir à ce sujet Marcel Prélot et Jean Boulouis,
Institutions et Droit constitutionnel (Paris, 1990), p. 28-30.
5
Pour un état récent des positions de l'Église à l'égard de Galilée, voir Galileo Galilei, 350 ans d'histoire, 1633-
1983, sous la direction de Paul Poupard (Paris, , 1983).
6
Estreitamente relacionada ao subjetivismo, a ideia de voluntarismo foi promovida pela cosmologia mecanicista
newtoniana. A atitude voluntarista confere um papel importante à razão na administração dos assuntos humanos.
Enquanto a capacidade do homem de amar a Deus e conhecer Seu nome era expressa como a principal fonte de
sua dignidade, os assuntos relacionados à obra do Criador podem ser outra fonte de dignidade. Ver "Modem
ethical theory and newtonian science: comments on Erroll Harris", in Philosophical Perspectives on Newtonian
Science, éd. par by Ph. Bricker et R.I.G. Hughes (Cambridge, 1990), p. 232-234.
2
com o objetivo de permitir ao indivíduo alcançar sua dignidade por meio de seu livre
compromisso em realizar suas obras terrestres, e não apenas por sua busca pelo conhecimento
de Deus.
Os autores das Constituições maçônicas de 1723, incluindo Desaguliers,
fundamentaram suas ideias institucionais nessa herança. As premissas, base das primeiras
Constituições, são identificáveis em dois traços principais do impulso liberal iniciado na
Inglaterra no final do século XVI: o abandono da metafísica clássica e a interpretação social do
desenvolvimento das ideias científicas da época7. De fato, de Gilbert8 a Newton, passando por
Bacon, Boyle e Locke, pode-se identificar a sistematização de uma nova concepção do
conhecimento científico. Em sua relação com os meios de sua elaboração e os lugares de seu
ensino, esse conhecimento pode ser considerado separado; separado porque pode ser descoberto
no funcionamento da obra do Criador; separado também porque os meios empregados para
experimentar sua realidade não podem ser da mesma natureza daqueles que são destinados a
explicar sua causa, o que resulta na exclusão da teologia dos lugares de legitimação da filosofia
natural. A partir da legitimidade científica da representação do real, surge no pensamento dos
filósofos políticos a ideia de conceber novas relações entre o homem e as autoridades políticas
e religiosas. Locke, em particular, argumenta que o conceito de liberdade deve passar por uma
transformação, assim como evolui a percepção da imagem do funcionamento do universo. Daí
decorre a ideia de que sua projeção no governo da sociedade deve se tornar uma questão dos
seres humanos. De acordo com Newton, o método experimental deve ter implicações na ética,
na religião, no direito e na moralidade9. Certamente, ele não o aplicou em sua administração da
Royal Society e da Casa da Moeda. No entanto, os adeptos da ciência newtoniana foram
ardentes defensores e até mesmo exegetas das teorias do cientista. Jean-Theophile Desaguliers,
um experimentador renomado, admitido na Royal Society em 1714 e assistente de Newton, foi
um dos homens que realizaram a transição da filosofia natural para a política. Imaginando uma
sociedade cuja estrutura e funcionamento seriam réplicas do sistema newtoniano, ele transpôs
em leis constitutivas de uma ordem política a ordem das leis naturais sustentada pela teoria do
conhecimento lockiana e pela metodologia experimental newtoniana. O livro "The Newtonian

7
Em seu livro "Leviathan et la pompe à air: Hobbes et Boyle entre science et politique", traduzido por Th. Piélat
(Paris, 1993), p. 331, S. Shapin e S. Schaffer mostram, em particular, no capítulo conclusivo, como no século
XVIII as soluções para o problema do conhecimento eram soluções para o problema da ordem social.
8
"A supremacia da força da experimentação [...] e dos argumentos demonstrados [...] sobre as conjecturas e
opiniões dos professores de filosofia", em "On the Magnet, Magnetick Bodies also, and on the great magnet
earth. A new philosophy..." (Londres, Chiswick Press, 1ª edição, 1600, reimpressão, Nova York, 1958).
9
"E se a filosofia natural, em todas as suas componentes, pela busca contínua do uso deste método
(experimental), pudesse ser constantemente aperfeiçoada, os domínios da moral poderiam ser alterados"
(Opticks, apresentação por I. B. Cohen, Nova York, 1952, p. 405).
3
System of the World, the best model of government: an allegorical poem" foi frequentemente
apresentado como um texto apologético do regime monárquico inglês, no qual Desaguliers
buscava obter favores das autoridades políticas10. A leitura institucional e jurídica que
propomos tem como objetivo mostrar que há uma conexão entre a imagem do sistema
newtoniano do mundo e um modelo de sociedade esboçado por Desaguliers, cujo
desenvolvimento filosófico e político não parece estar limitado à monarquia. Essa análise
prepara o estudo dos fundamentos filosóficos e científicos da teoria do conhecimento jurídico,
dos quais surgirão os desenvolvimentos constitucionais do texto maçônico fundador de 1723.
"Como ministros atentos a cada um dos seus olhares, seis mundos giram ao redor do seu
trono em uma dança mística. Ele desvia o curso divergente de seus movimentos e restringe suas
órbitas por meio de forças atrativas; seus poderes, limitados por leis, ainda assim os deixam
livres. Ele dirige, mas não destrói a sua liberdade.11" O autor transpõe em um sistema de leis a
ordem natural e dela extrai uma teleologia política. Certamente, ele toma cuidado em afirmar
que a monarquia constitucional inglesa permanece como guardiã da ordem política vigente; no
entanto, acrescenta ele, ela permanece assim somente se leis conformes ao modelo harmonioso
da ordem natural limitarem o poder do soberano, assim como o poder do sol é limitado, de
modo que a liberdade possa ser exercida. Embora a formulação da ideia política apresentada
por Desaguliers pareça desajeitada, uma leitura atenta do projeto revela a natureza voluntarista
da ambição que o impulsiona. Veremos que os meios metodológicos utilizados para organizar
e legitimar cientificamente a exposição da ideia constitucional avançada são nada menos do
que newtonianos.
Os seis principais planetas fazem suas revoluções ao redor do sol em círculos
concêntricos a ele, todas estão aproximadamente no mesmo plano, e seus movimentos têm a
mesma direção. As dez luas que orbitam a Terra, Júpiter e Saturno em círculos concêntricos a
esses planetas, movem-se na mesma direção e nos planos das órbitas desses planetas,
aproximadamente. Todos esses movimentos tão regulares não têm causas mecânicas, uma vez
que os cometas se movem em órbitas muito excêntricas e em todas as partes do céu. Com esse
tipo de movimento, os cometas atravessam rapidamente e facilmente as órbitas dos planetas, e
em seu afélio, onde o movimento é muito lento e eles permanecem por muito tempo, estão tão
distantes uns dos outros que sua atração mútua é quase insignificante. Essa admirável
disposição do Sol, dos planetas e dos cometas só pode ser obra de um ser todo-poderoso e

10
Ver Margaret C. Jacob, The Radical Enlightenment (London, 1981), p. 124.
11
J. T. Desaguliers, The Newtonian System of the World, the best model of government : an allegorical poem
(Westminster, 1728), Ms. 643.K.3.5, London British Library, p. 22-24.
4
inteligente [...]. Além disso, vemos que aquele que organizou este universo colocou as estrelas
fixas a uma distância imensa umas das outras, para que esses globos não colidissem uns com
os outros pela força de sua gravidade. Esse Ser infinito governa tudo, não como a alma do
mundo, mas como o Senhor de todas as coisas12.
Desaguliers organizou sua breve exposição seguindo a metodologia descrita e utilizada
por Newton13, esquematizada da seguinte forma: descrição, definição -» experimentação,
axioma -» proposição. A busca pela irrefutabilidade da definição e pela intangibilidade do fato
visa tornar cientificamente credível a transição do plano da filosofia natural para o jurídico e,
em seguida, para o institucional. Partindo da ideia de que já existia um exemplo de
conhecimento modelado, a geometria, por meio da qual se chega a resultados irrefutáveis,
bastava inspirar-se em seus métodos para garantir a concórdia e uma ordem incontestável tanto
na organização da sociedade quanto nos métodos que visam explicar os fenômenos da natureza.
O estabelecimento de definições, que sustenta a geometria, deveria permitir obter o acordo
indispensável a qualquer início de trabalho; representava então um verdadeiro consenso
intelectual e constituía um verdadeiro ato social. Esse tipo de conhecimento era separado da
convicção, da opinião ou do julgamento de qualquer pessoa considerada individualmente. A
crença era claramente separada do conhecimento e da ciência. O fato, por sua vez, era aceito
como um elemento constitutivo do conhecimento. Nenhum outro elemento além do fato parecia
capaz de assegurar um nível tão elevado de probabilidade e uma certeza moral. Um traço
separava então o domínio factual de outros elementos, especialmente hipóteses não
fundamentadas, dos quais não se deveria esperar certeza absoluta ou moral.
Desaguliers descreve o funcionamento físico de seu modelo social: "Como magistral
[...] dança mística", seguindo o modelo de Newton: "Os seis planetas [...] na mesma direção".
Em seguida, ele apresenta uma explicação através do axioma: "ele inflete [...] forças atrativas",
que segue a forma do axioma de Newton: "se movem [...] causas mecânicas". Por fim, ele emite
uma proposição: "Seus poderes limitados pelas leis ainda os deixam livres, ele dirige, mas não
destrói sua liberdade"14; a proposição newtoniana é claramente sua fonte: "as estrelas fixas a
uma imensa distância umas das outras, para evitar que esses globos caiam uns sobre os outros

12
Os Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, traduzidos da terceira edição dos Principia por Madame du
Châtelet (Paris, Lambert, 1759, Paris, 1990), livro III, página 175.
13
Esta metodologia foi exposta e argumentada por Newton em "De gravitatione et aequipondio fluidorum", ms.
4003, Biblioteca da Universidade de Cambridge. Marie-Françoise Biarnais traduziu e comentou isso em seu
trabalho "Da Gravitação ou os Fundamentos da Mecanica Clássica" (Paris, 1985).
14
Desaguliers poderia ter interpretado os termos de Newton quando este escreveu a Covel que "a atitude do rei
tornava nulo e sem efeito o seu compromisso comum com o soberano" (The Correspondence of Isaac Newton,
Cambridge University Press, vol. V, p. 12).
5
pela força de sua gravidade". Do ponto de vista de Desaguliers, os poderes e leis têm a função
de garantir o exercício da liberdade. Antes de enunciar sua proposição, ele apresentou e
organizou os elementos de seu modelo institucional. Para caracterizar a natureza científica de
sua experimentação, ele recorre à semântica que está no cerne da problemática newtoniana da
mecânica: movimento, órbita, forças atrativas e leis; esses termos se referem a fatos cuja
realidade foi devidamente comprovada e escapam do domínio da hipótese (o famoso
"Hypothesis non fingo" de Newton). Sua utilização visa legitimar cientificamente a estrutura
social definida na primeira frase. Para Desaguliers, as leis da gravitação e a ordem natural do
universo que elas governam tornam crível a ordem social que deve resultar disso; a ordem física
da natureza, estabelecida e reconhecida, traz assim sua validade científica para uma ordem
social. Existe uma estreita dependência entre a ideia de liberdade e a ideia de ordem social,
conforme concebidas por Desaguliers. Isso significa que a teleologia do mundo social que ele
representa surge do pensamento científico da natureza política e social de Locke.
Encontraremos a componente jurídica disso nas Constituições de Anderson. Com base nos
argumentos newtonianos, Desaguliers estabelece as bases de uma teoria do conhecimento
jurídico e a ideia da função institucional de uma ordem social que deve ser implementada. "Seis
mundos giram ao redor de seu trono" refere-se a "os seis principais planetas fazem suas
revoluções ao redor do sol" de Newton. A estrutura da ordem constitucional estabelecida, seu
modo de funcionamento e o papel do soberano podem ser enunciados: "ele desvia a causa
divergente de seu movimento e restringe suas órbitas com forças atrativas". Isso significa que
o soberano deve desempenhar a função de garantir as instituições, instituições nas quais ele
traça os objetivos políticos e determina os meios para alcançá-los. Newton não define de forma
diferente a função que ele atribui ao criador desse sistema, que é "a obra de um ser todo-
poderoso e inteligente". Mas, acrescenta e conclui Desaguliers, os poderes do soberano são
limitados pelas leis. E assim como as leis regulam o funcionamento harmonioso da organização,
elas regulam a liberdade de seus elementos, os ministros em questão. Certamente, o soberano
governa; no entanto, ele não pode privar seus ministros da liberdade se quiser evitar o colapso
do sistema. Desaguliers retoma a ideia desenvolvida por Newton na última parte de sua fala:
"Além disso, vemos que aquele que organizou este universo colocou as estrelas fixas a uma
imensa distância umas das outras, para que esses globos não caiam uns sobre os outros devido
à força de sua gravidade". Newton define claramente a função assumida por Deus como sendo
a de um mestre relojoeiro. Parece que Desaguliers, atribuindo ao soberano o papel de garantir
a liberdade, adota essa visão como sua. Além disso, para afirmar a validade dessa ideia, ele a
fundamenta na legitimidade científica do modelo do universo, cujo funcionamento foi
6
comprovado pela experimentação newtoniana. De fato, tendo concluído a tipologia do modelo,
o autor acumula termos de natureza jurídica que constituem uma sociedade: "poderes limitados
do soberano... as leis os deixam livres... ele governa, mas não destrói sua liberdade".
Claramente, Desaguliers visa fundamentar, com base na teoria do conhecimento
newtoniana, as bases de uma teoria do conhecimento jurídico. Os caracteres jurídicos e
institucionais do trecho do texto apresentado, se intencionalmente ou não, foram velados por
uma forma cuja falta de jeito pode surpreender, atestando o voluntarismo político desdobrado
pelo autor. Ele legitima cientificamente a transição da filosofia natural para a política. Não é
surpreendente, portanto, que, eleito Grão-Mestre da fraternidade inglesa já em 1719, tenha sido
uma influência nos caracteres filosóficos e científicos das primeiras Constituições. Além disso,
para sustentar a legitimidade científica de seu trabalho como experimentador público, ele
retoma, na introdução de seu Curso de Física Experimental15, a herança constituída pelos
elementos comuns a Locke e Newton da teoria do conhecimento. Os germes do modelo
institucional maçônico são nitidamente perceptíveis na projeção política imaginada por
Desaguliers, assim como são, do seu ponto de vista, no sistema newtoniano do mundo.
A ideia de permitir ao homem encontrar sua dignidade ao administrar a obra do Criador
encontrou-se com a ideia em plena efervescência do direito natural. A perspectiva de Grotius,
um erudito eminentemente religioso, é reveladora do voluntarismo jurídico que estava em voga.
Ele sustentava que todas as teorias do direito natural manteriam sua legitimidade mesmo que
nenhum deus existisse ou mesmo que ele não se interessasse pela administração dos assuntos
humanos. Um direito deveria ser estabelecido, separado da ideia de que ele derivava sua
existência e legitimidade de Deus, um direito que, no entanto, permitiria a livre construção da
obra sem romper o vínculo jurídico natural que une o homem ao seu criador. Na verdade,
Grotius lutava pela autonomia da disciplina jurídica, assim como Bacon havia defendido a
autonomia da filosofia natural. A vontade de ancorar a independência do direito na teoria do
conhecimento da filosofia natural mobilizou a geometria e a matemática. Dessa união nasceu a
ideia de concretizar as bases jurídicas de uma sociabilidade considerada uma exigência moral.
A sociabilidade representou a concepção de uma ciência dos costumes nascida de um direito
natural declinado em uma ética: é bom ou ruim para o homem o conjunto de ações que esse
direito permite a um grupo social determinado. Ela encontrou seu desenvolvimento
especialmente dentro da Royal Society, nesta dupla filiação, à sociedade Erudita de Londres e

15
Dois vol., traduzidos do por R. P. Pézenas (Paris, 1751), I, p. II-XII.

7
à confraria, pelo que desenvolveu. Aliás, Desaguliers não concretizou sozinho a ideia
constitucional maçônica, e a contribuição de outros maçons (Arbuthnot, Folkes, entre outros),
membros da Royal Society em 1723, foi igualmente determinante. Com eles, as ideias de Locke
e Newton penetram na Confraria.
Para observar e compreender como a experimentação política se desenvolveu a partir
da filiação de uma teoria do conhecimento, identificável desde Gilbert, no universo maçônico,
é necessário destacar um ponto de metodologia. Se os dois primeiros artigos das "Obrigações"
das Constituições Maçônicas de 1723 representam o corpo constitucional da instituição
maçônica em relação às Igrejas e ao Estado, a filiação epistemológica lockiana-newtoniana que
garante sua legitimidade científica não pode ser compreendida (e, consequentemente, os
caracteres filosóficos e jurídicos que dela são derivados) se separarmos o estudo do preâmbulo
introdutório à História da Confraria dos Maçons. Utilizando termos emprestados da semântica
da metodologia experimental newtoniana, a experimentação constitucional maçônica é
apresentada como enraizada na filosofia natural. De fato, elementos de uma teoria do
conhecimento oriundos da filosofia natural são integrados a uma teoria do conhecimento
jurídico para legitimar a implementação da experimentação política. A introdução à história da
fraternidade parece ter sido tratada como subsidiária em relação a essa teoria do conhecimento
jurídico. A leitura unificada desse conjunto e a coerência existente entre ideias filosóficas e
princípios científicos permitem vislumbrar a base jurídica e institucional que anima o todo e
seus objetivos institucionais. Isso permite estender os estudos realizados, geralmente limitados
ao artigo I16.
A abordagem do caráter institucional das Constituições obriga a examinar esses textos
como o conjunto normativo a partir do qual a confraria pretende estabelecer sua autonomia
jurídica em relação às autoridades religiosas e políticas. O artigo I enuncia e institui a autonomia
do maçom fundamentada no compromisso que ele assume de obedecer à lei moral. A livre

16
Lembre-se dos elementos mais significativos em termos institucionais dos artigos I e II das "Obligações".
I. Sobre Deus e a Religião. Um Maçom é obrigado, por seu compromisso, a obedecer à lei moral, e se ele
entender corretamente a Arte, nunca será um ateu estúpido ou um libertino irreligioso [...] [Qualquer] que seja
hoje, tem sido considerado mais conveniente apenas obrigá-los [maçons] a esta religião na qual todos os homens
concordam, deixando a cada um suas próprias opiniões, quaisquer que sejam as denominações ou crenças
religiosas que ajudem a distingui-los, resultando assim na Maçonaria tornando-se o Centro da União.
II. Do Magistrado civil supremo e subordinado. O Maçom é um cidadão pacífico em relação aos poderes civis,
onde quer que resida ou trabalhe, e nunca deve se envolver em complôs e conspirações contra a paz ou o bem-
estar da Nação, nem deixar de cumprir seus deveres para com os magistrados inferiores [...] se um irmão se
tornar rebelde ao Estado, ele não deve ser apoiado em sua rebelião, não importa a compaixão que ele possa
inspirar como um homem infeliz, e se ele não for culpado de nenhum outro crime, embora a leal Fraternidade
deva e tenha o dever de desaprovar sua rebelião e não dar nenhuma sombra ou motivo de desconfiança política
ao governo existente, eles não podem expulsá-lo da Loja, e sua relação com ela permanece inabalável.
8
determinação que decorre disso, expressa pelo contratante, o torna um indivíduo sujeito de
direito. Claramente, os juristas maçons adotaram o conceito de compromisso e consentimento
especificamente atribuído a Locke. "Quando homens, em qualquer número, por consentimento
individual de cada um, estabelecem uma comunidade, eles conferem a essa comunidade as
características de um corpo único"17.
O compromisso assumido, por vontade própria, pelo contratante constitui, em termos
institucionais, a expressão única e o receptáculo da confiança de todos os indivíduos,
independentemente de seu número, quando considerados em sua totalidade. E para que essa
confiança seja, de certa forma, incorporada ao estado de sociabilidade, ela deve representar,
como resultado do compromisso livremente consentido pelo indivíduo, a adesão e aceitação da
autoridade institucional: apenas essa autoridade determina a ordem jurídica e suas finalidades
teleológicas. A instituição maçônica, por ser formada por elementos livremente
comprometidos, se constitui juridicamente autônoma no que se refere à administração de seus
próprios assuntos e sua teleologia. Assim, ela se exclui do âmbito do exercício do poder
religioso, sem, no entanto, romper com ele. Dessa forma, ela institui e concretiza um princípio
de tolerância religiosa. A ideia que os maçons têm disso parece ter vindo da concepção que
Locke, ao tratar do compromisso voluntário com uma igreja, expôs. "Por esse termo, entendo
uma sociedade de homens que se juntam voluntariamente para servir a Deus publicamente e
prestar culto que consideram agradável a Ele e adequado para obter sua salvação [...]. Digo que
é uma sociedade livre e voluntária, pois não há ninguém que seja membro nato de qualquer
igreja [...]. Não há ninguém que, pelo nascimento, esteja vinculado a uma determinada igreja
ou seita, em detrimento de outra; mas cada um se junta voluntariamente à sociedade cujo culto
ele acredita ser mais agradável a Deus [...]. Os membros da sociedade religiosa não podem estar
ligados a ela por outros laços além daqueles que surgem da expectativa certa que têm da vida
eterna. Portanto, uma igreja é uma sociedade de pessoas unidas voluntariamente com o objetivo
de alcançar esse fim"18.
Os autores encontraram em Locke um fundamento decisivo para a separação
institucional da fraternidade do campo da dependência jurídica do direito divino e das Igrejas.
"O objetivo de toda sociedade religiosa, como já dissemos, é servir a Deus em público
e obter por meio disso a vida eterna. Portanto, é para esse fim que toda disciplina deve tender e
é dentro desses limites que todas as leis eclesiásticas devem ser contidas" (ibid., p. 174).

17 Segundo Tratado sobre o governo civil, comentário de B. Gilson (Paris, 1985), p. 129.
18
"Carta sobre a Tolerância e outros textos, tradução e comentário por J. F. Spitz (Paris, 1992), p. 171-172."
9
Certamente, o maçom, que não é ateu nem libertino irreligioso, permanece ligado ao Criador
por seu compromisso de obedecer à lei moral. No entanto, agora nenhuma instituição religiosa
pode impor suas leis em relação à escolha que ele fez para o seu culto.
Os termos do artigo II visam estender a autonomia jurídica da confraternidade em suas
relações com o poder do magistrado civil. O contratante, ao entrar no estado de sociabilidade
maçônica, de acordo com os termos do artigo I, é responsável pela realização da obra do Criador
no âmbito social. Em termos atuais, poderíamos dizer que o indivíduo-maçom é
simultaneamente sujeito de direito e agente do desenvolvimento de sua atividade social e
política dentro do quadro institucional de uma normatividade livremente consentida. Como
cidadão respeitoso da ordem social, o maçom não nega a competência do direito do Estado para
tratar dos assuntos da instituição maçônica; no entanto, seu vínculo com esta última é
inalienável, exceto em caso de convicção de crime, sendo essa reserva estabelecida em relação
ao compromisso do maçom de respeitar a lei moral.
O pensamento de Newton, assim como o de Locke, está presente na ordem
constitucional maçônica. A análise cuidadosa de cada um dos dois artigos mostraria que é a
partir do esquema metodológico exposto por Newton que importantes elementos do
pensamento político de Locke foram inseridos. Assim, e com base em princípios agora
estabelecidos e legitimados na filosofia natural, o indivíduo é responsabilizado pelo bom
funcionamento da obra, sem negar a ideia de que Deus é o criador dela. Derivada da projeção
social feita por Desaguliers do sistema do mundo, a ideia maçônica permite que a concepção
liberal do compromisso lockiano se desenvolva. A intervenção da teologia não é mais
necessária. A partir do enraizamento na lei moral da ideia de compromisso, surge uma
responsabilidade que recai sobre a confraria e está contida em sua finalidade teleológica: formar
um centro de união. Para a realização desse objetivo, convergem os interesses de cada um dos
contratantes: é o bem comum, a soma dos interesses individuais. Os autores das Constituições
colocam em prática uma concepção de direito adequada à ideia de sociabilidade, segundo a qual
seguir suas prescrições significa agir em consonância com nosso próprio interesse e com o que
serve ao bem comum. Essa também é a concepção de direito que decorre da ideia que Locke
tinha sobre ela: "Bem compreendido, o direito consiste menos em restringir um agente livre e
inteligente do que em guiá-lo da melhor maneira possível em seus interesses, e ele só comanda
em vista do bem comum daqueles que estão sujeitos a ele [...]. O direito não tem como objetivo
abolir a liberdade, nem restringi-la, mas preservá-la e aumentá-la". A partir do conceito
lockiano de direito, derivam os conceitos de liberdade, livre determinação e soberania. Por meio
do compromisso que assume, o maçom descobre as normas pelas quais pode guiar sua ação
10
visando ao bem comum dos contratantes. Ao contrário de Locke e Newton, os juristas
constitucionais maçons não se contentaram em afirmar a prerrogativa da razão e da inteligência
do indivíduo como sujeito responsável, eles a experimentaram.
A violência da primeira condenação canônica lançada pelo magistério romano em 1738
contra a ideia institucional da maçonaria não surpreende. Ela é uma resposta à promulgação em
1723 das Constituições de Anderson e à rápida disseminação de seu conteúdo filosófico no
mundo, incluindo o mundo católico. O magistério percebeu como um perigo real para a Igreja
Católica Romana as bases filosóficas e científicas que garantiam a legitimidade jurídica da ideia
maçônica de sociabilidade, bem como a afirmação de sua natureza institucional da Confraria.
A argumentação desenvolvida desde a bula In eminenti visa nada menos que os fundamentos
filosóficos e científicos das Constituições. O livre engajamento do indivíduo, a tolerância
religiosa e a autonomia jurídica da Confraria são apresentadas como colocando em perigo o
Estado e a instituição religiosa. Não é surpreendente o caráter institucional conferido à questão
pelo magistério romano. Este não pode deixar de se opor, em particular, aos fundamentos
lockianos da concepção maçônica, segundo os quais todas as leis eclesiásticas devem estar
contidas dentro da sociedade religiosa cujo objetivo é servir a Deus. O perigo para a Igreja é
grande, e ele aumenta pelo fato de ser igualmente grande para o Estado. Portanto, Bento XIV,
na constituição Providas romanorum pontificum (Fontes, 2, n°412, p. 315-318) promulgada em
1751, oferece uma lição de direito público aos soberanos. Ele apela para um clássico do direito
romano; a criação de sociedades ou associações só é permitida, declara ele19, com a autorização
do príncipe. Segundo o magistério, fora do Estado, não existe ordem jurídica; o Estado é o único
que concede direitos. Em termos atuais, isso é a afirmação de que o direito emanado do Estado
esgota o que pode ser chamado de fenômeno jurídico, com exceção da ordem jurídica da Igreja,
no que nos concerne aqui. Arriscando a ordem da sociedade e a salvação das almas, o Estado
não pode permitir que uma sociedade se refira a um direito próprio; apenas o Estado e a Igreja
desfrutam de tal direito: o direito do Estado e o direito divino. Portanto, de acordo com Bento
XIV, as sociedades maçônicas estão fora do âmbito das leis civis e canônicas. Para garantir a
relevância de sua posição no plano institucional e se opor à exclusão da teologia dos locais de
legitimação da verdade científica, o magistério tenta validar cientificamente sua argumentação.
Para isso, ele recorre aos conceitos de razão, justiça e verdade. A atitude canônica da Igreja
desde 1738 é comandada por seu compromisso contra uma sociedade que coloca a liberdade de

19
O Livro XLVII das Pandectas, título 22, "De collegiis ac corporibus illicitis" (Sobre colégios e corpos ilícitos),
e a carta de Plínio, o Jovem, XCVII, livro X

11
engajamento do indivíduo sob o domínio da razão e da livre determinação. No entanto, segundo
o magistério, a razão e a livre determinação não podem exercer seu poder fora do campo da
verdade, mesmo que seja científica, cujo conteúdo ele determina exclusivamente. Essa ideia é
afirmada desde In eminenti. "Para fechar o amplo caminho que [...] poderia se abrir para
iniquidades que ocorreriam impunemente e por outras causas justas e razoáveis conhecidas por
nós, sob o conselho de vários de nossos irmãos veneráveis, cardeais da Santa Igreja Romana, e
de nosso próprio movimento, com ciência certa, após madura deliberação e com nosso pleno
poder apostólico. "Decidimos e decretamos condenar e proibir essas sociedades dos Franco-
Maçons" (éd. cit.).
A razão e a justiça, segundo Clemente XII, devem intervir para garantir a tranquilidade
dos Estados e a administração das almas quando há um risco de falta de lei. As tentativas de
justificação da condenação se referem ao direito dos Estados no que diz respeito à tranquilidade
e ao governo da salvação no que diz respeito à administração das almas. Segundo o magistério,
essas duas missões não podem ser cumpridas se o Estado não obrigar o indivíduo a respeitar
suas leis e as da Igreja. Elas são apresentadas por Clemente XII como fazendo parte da função
política que a Igreja e os Estados devem desempenhar conjuntamente. Nenhuma outra
sociedade pode reivindicar esse direito. Se o termo sociedade é atribuído aos maçons, é
mencionada a sua pretensão. A referência às "causas justas e razoáveis" constitui um elemento
central da posição romana. Tornar esses conceitos explícitos implica colocá-los em jogo em
relação aos elementos epistemológicos do texto andersoniano. Segundo o magistério, o perigo
maçônico se estende também às almas, não apenas devido à autonomia de seu direito, mas
principalmente pelo domínio da razão e da livre determinação que fundamentam a base da
instituição e garantem sua soberania insular. Vamos examinar o significado do termo "justo"
em relação ao termo "razoável" utilizado em 1738. Primeiro, é preciso observar que a
legitimidade é buscada pelos termos de "ciência certa" de Clemente XII; parece que a
autoridade dos cardeais e do papa não é suficiente por si só para fundamentar a legalidade de
sua ação. Em primeiro lugar, "razoável", na relação consecutiva que mantém com o termo
"justo", significa: que foi submetido com sucesso ao teste do justo. Se admitirmos essa
suposição, a função do justo consiste em apreciar a validade da causa, ao mesmo tempo em que
se assegura de sua possível identidade com as condições conceituais da razão. O justo é,
portanto, a medida pela qual se avalia o exercício da razão. A autoridade estabelecida do justo,
relacionada à norma do direito de origem divina, deve, segundo o magistério, comandar o
exercício da razão que lhe é submetido.

12
Através desse exercício lógico, posteriormente retomado de forma mais elaborada na
bula Humanum genus em 1884, a autoridade magisterial afirma a vontade de legitimação
científica de seu discurso antimaçônico. Ela lembra que o magistério católico romano continua
sendo a única autoridade a determinar, por meio da teologia, o quadro doutrinal e o conteúdo
da verdade, mesmo que esta seja derivada do estudo dos fenômenos físicos da natureza. Os
argumentos sustentados por Clemente XII em In eminenti, retomados por Bento XIV em
Providas, rejeitam os argumentos filosóficos lockianos e científicos newtonianos das
Constituições de 1723. A partir da ideia de usurpação institucional, o magistério desenvolve
argumentos destinados, do seu ponto de vista, a atingir os fundamentos científicos e filosóficos
nos quais se baseia a ideia institucional maçônica, e, mais fundamentalmente, o status separado
da ciência e dos lugares que validam sua legitimidade.
Através desse exercício lógico, posteriormente retomado de forma mais elaborada na
bula Humanum genus em 1884, a autoridade magisterial afirma a vontade de legitimação
científica de seu discurso antimaçônico. Ela lembra que o magistério católico romano continua
sendo a única autoridade a determinar, por meio da teologia, o quadro doutrinal e o conteúdo
da verdade, mesmo que esta seja derivada do estudo dos fenômenos físicos da natureza. Os
argumentos sustentados por Clemente XII em In eminenti, retomados por Bento XIV em
Providas, rejeitam os argumentos filosóficos lockianos e científicos newtonianos das
Constituições de 1723. A partir da ideia de usurpação institucional, o magistério desenvolve
argumentos destinados, do seu ponto de vista, a atingir os fundamentos científicos e filosóficos
nos quais se baseia a ideia institucional maçônica, e, mais fundamentalmente, o status separado
da ciência e dos lugares que validam sua legitimidade20.

PIERRE BOUTIN
Paris

20
Veja Congregatio Plenaria, realizada nos dias 20 a 29 de outubro de 1981, publicada pela Typis Polyglottis
vaticanis em 1991, páginas 151-168, 308-312, 315-335, 351-352. Em nosso trabalho, já citado, estudamos os
principais debates, especialmente os argumentos que apresentam a Maçonaria, de acordo com os conceitos de
relativismo e modernismo, como perigosa para a verdade da fé; a Maçonaria é apresentada como o mais grave
dos perigos para a Igreja Católica Romana. Consulte também nossa tese, intitulada "A Ciência e a Filosofia
Natural como questões institucionais: o exemplo da oposição da Igreja à Maçonaria" (Universidade de Ciências
Humanas de Estrasburgo, 15 de junho de 1996).

13

Você também pode gostar