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Doutorando em Filosofia (UFG) onde desenvolve pesquisa em ética e filosofia política contemporânea.
Membro do Movimento Mosaico e da Igreja Presbiteriana Beréia, autor de Ortodoxia Integral: teoria e
prática conectadas na missão cristã (2014) e Free Bonhoeffer: confissão de fé e conspiração política (2015).
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conflito entre a religião e a ciência (1874) e Uma história da guerra entre a ciência e a
teologia na cristandade (1896) nos quais os autores sustentam que, historicamente, aquilo
que marcou a relação entre a ciência e a religião cristã não foi a cooperação ou a sintonia,
mas um conflito insolúvel.
O professor Peter Harrison, de Ciência e Religião na Universidade de Oxford,
comenta que, a revelia de sua incoerência, o modelo do conflito apenas sobreviveu ao
longo dos anos porque se alimentava de alguns fatos perpetuados tanto no ambiente
acadêmico quanto no religioso. Ele menciona: “nossa experiência presente dos sentimentos
antievolucionistas religiosamente motivados e o ateísmo cientificamente motivado; casos
históricos bem documentos como o de Galileu que parecem exemplificar o conflito; o
pressuposto de que a ciência e a religião são formas de conhecimento baseadas em
fundações mutuamente excludentes – razão e experiência, no caso da ciência, e fé e
autoridade, no caso da religião”. 2
Vale ressaltar, contudo, que não se constrói uma tradição histórica a partir de uma
solitária tese historiográfica. Ao contrário do que o senso comum acredita, historicamente,
essa relação entre a academia e a igreja nem sempre foi tão problemática. Se os leitores me
permitem, gostaria de citar novamente o professor Harrison quando ele nos explica aqui:
Quando visto de perto, o registro da história simplesmente não sustenta esse modelo de estado bélico
eterno. Para começar, o estudo das relações históricas entre a ciência e a religião não revela nenhum
padrão simples. Porquanto exista uma tendência geral, ela diz respeito, na verdade, ao fato de que a
religião facilitou o esforço científico de várias maneiras. Destarte, as ideias religiosas informam e
sustentam a investigação científica, quem dedicou-se à ciência, na maioria das vezes o fez motivado
por impulsos religiosos. As instituições religiosas frequentemente foram as principais fontes de
apoio para os empreendimentos científicos e, em sua infância, a ciência estabeleceu-se apelando a
valores religiosos. Isso não quer dizer que não houve conflitos, mas sim que esses momentos de
conflito devem ser entendidos a partir de um contexto maior. [...] Outra consideração importante
nessa discussão é o fato de que os historiadores tornaram-se cada vez mais atentos aos perigos de
projetar suas experiências de eventos presentes nas páginas da história. De fato, fica claro que os
progenitores do mito do conflito, Draper e White, eram culpados exatamente desse tipo de
anacronismo, da leitura da História através das lentes de suas experiências presentes com
controvérsias paroquiais entre a ciência e a religião. 3
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relação, como também comprometeu até os dias de hoje nossas tentativas de reconectar a
universidade com a igreja. Qualquer esforço de reconexão precisa levar em consideração
esse desafio histórico e chamar a atenção dos leitores para outra possibilidade de relação
entre essas duas comunidades. Quanto a esse desafio, somos ricos de outras fontes
historiográficas. Não apenas o trabalho de Peter Harrison, como também o de John Hedley
Brooke em Science and Religion: Some Historical Perspectives (1991) são muitíssimo
instrutivos.
Além deles, contamos também com o clássico A religião e o desenvolvimento da
ciência moderna (1972) do professor Reijer Hooykaas. Particularmente esse último é
bastante preciso ao argumentar que: “é provável que o desenvolvimento das ciências exatas
e da tecnologia, no final do século XVI e no decorrer do século XVII, nos círculos
protestantes, possa ser atribuído, em parte, à expansão do comércio, da indústria e da
navegação; mas isso não explicar a razão do grande interesse contemporâneo na botânica e
na zoologia, que não eram objeto de utilidade econômica imediata”. 4 Ao invés de seguir o
caminho standard da história e da sociologia das ciências, que apostam no progresso da
academia graças aos clássicos e a despeito da tradição cristã, Hooykaas sustenta que
somente no meio de um grupo social que enxergava no trabalho científico uma atividade
tão divina quanto os cultos nas igrejas, poderia ser possível surgir e se desenvolver a
ciência moderna. Ou ainda, em suas palavras, “a Igreja reformada ensinava que a
obrigação de glorificar a Deus por todas as Suas obras deve ser cumprida por todas as
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faculdades do homem, e não somente pelos olhos, mas também pelo intelecto”. O
casamento entre as “novas descobertas naturais” e a “nova doutrina religiosa” gerou as
condições de possibilidade para a valorização da tecnologia e ciência experimental na
modernidade.
Apesar de dispormos de tal alternativa historiográfica para compreender os recentes
desenvolvimentos da ciência, bem como sua relação de cooperação com a comunidade da
fé, permanece um segundo obstáculo que mantém desconectadas a academia e a igreja. A
segunda via de esclarecimento para essa desconexão trata-se de uma separação de ordem
prática no interior do imaginário popular dos membros de nossas comunidades de fé. Ao
que parece, os cristãos simplesmente não conseguem assimilar a ideia de que a pesquisa
universitária pode cooperar com Deus em sua missão de redimir todas as coisas em Cristo.
Quem identificou essa mesma dificuldade foi a professora Ruth Bancewicz do Instituto
Faraday para a Ciência e a Religião, no St. Edmund‟s College, Cambridge. Por ocasião da
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Descobri que muitos estudantes cristãos de pós-graduação sentem-se culpados, às vezes, pelo
privilégio de trabalhar na academia. Eles estão trabalhando muito duro para se tornarem cientistas,
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aprendendo a focalizar coisas cada vez menores. Um dia eles acordam e percebem que estão
gastando quinze horas por dia estudando uma pequena molécula e a sua função dentro da célula.
Assim, acabam questionando a si mesmos: “minha vida inteira vai ser assim? É isso mesmo o que eu
quero? Sou inteligente, talentoso, tenho fé em Deus e preocupações com este mundo enorme no qual
vivemos. Meus talentos não seriam mais bem empregados ensinando num colégio num contexto
urbano ou sendo um médico para salvar vidas, em vez de ficar aqui observando essa minúscula
molécula?”. Essa é uma questão real para muitos estudantes de pós-graduação. 9
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O que está implícito aqui é que nossas compreensões de mundo, baseadas em nossa
confissão de fé, não podem deixar de interferir e ressignificar nossos assuntos profissionais
em qualquer campo que seja, principalmente na ciência. Isso porque, todas as vezes que
não o fazemos, ou achamos que não precisamos fazer, já demonstramos que fomos imersos
em alguma ideologia dominante em nosso ambiente de trabalho. Ainda que possam variar
os matizes filosóficos, na maioria das vezes, o que une as diferenças ideologias dominantes
no ambiente acadêmico é que a vida espiritual não tem nada a dizer sobre a vida natural.
Quando isso acontece, Voilà! Estamos diante de uma problemática clássica na história do
pensamento cristão: o problema natureza versus graça. Minha hipótese é que a desconexão
entre a universidade e a igreja é uma faceta contemporânea desse problema clássico.
Perguntar-se pela possibilidade de conexão entre a igreja e a academia é uma forma de
perguntar: qual é a melhor forma de relacionar a comunidade da graça com a comunidade
de investigação natural? Será uma relação de cooperação, de oposição, de paradoxo ou de
transformação?
No contexto latinoamericano, quem colocou essas questões de maneira
paradigmática foram os principais nomes da chamada Teologia de Missão Integral. No
prefácio ao livro C. René Padilla: introdução à sua vida, obra e teologia (2011) do Rev.
Gildásio Reis, o próprio Padilla esclarece suas intenções originais com o esforço da missão
integral:
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teologia do Oriente cristão ao controle intelectual dos árabes, primeiro à Bagdá e depois
finalmente à Córdoba.
De qualquer forma, essa problemática une a teologia como missão integral e a
tradição reformada. Isso porque a tese do Ortodoxia Integral é a de que no centro da
Reforma Protestante está o esforço teológico-filosófico de desfazer essa dicotomia entre
natureza e graça tão meticulosa e artificialmente construída. Por tudo isso, faz-se não
apenas necessário, mas urgente desenvolvermos e propagarmos uma forma de vida
ortodoxa e integral que ataque o centro nervoso dessa questão teológico-filosófica que tem
implicações diretas em nossa prática missional. Nisso a tradição neocalvinista da teologia e
a filosofia reformacional têm muito a contribuir.
O segundo motivo que tornam as palavras supracitadas de Padilla fundamentais
para os esforços do Ortodoxia Integral são as vantagens e desvantagens da produção
escrita da teologia como missão integral. Como Padilla mesmo colocou, a maior
desvantagem de uma teologia que não foi construída sistematicamente são suas lacunas e
vazios temáticos importantes. Em decorrência de tal fenômeno, surge uma das principais
posturas criticada pela Ortodoxia Integral que é o chamado generalismo teológico.
Justamente porque a formação da teologia como missão integral acontece passo a passo,
em resposta a desafios específicos e necessidades pastorais locais, algumas de suas
expressões acabam suprindo as lacunas mencionadas por Padilla com recursos teóricos
seculares. Não é raro vermos nos pronunciamentos, postagens, publicações e até mesmo
nas pregações daqueles que estão envolvidos no esforço de interpretar a fé de forma
contextual, a utilização de referenciais teóricos seculares e até anticristãos. Não são poucos
os livros de evangelização que fazem mediação socioanalítica a partir do raciocínio de
Bourdieu, Durkheim, Giddens ou Weber, sem ao menos mencionar Althusius, Kuyper,
Dooyeweerd, Goudzwaard ou Koyzis. Entendam que a questão aqui não é de prestígio
calvinista ou mesmo de limitação bibliográfica. A grande questão ainda é aquela
mencionada anteriormente por Schuurman também na ciência e tecnologia: junto à citação
do sociólogo positivista ou do colunista da revista famosa, vem o pacote ideológico
relacionado. Nesse processo, o evangelho deveria ser a ferramenta crítica das análises
seculares e não o contrário, como acontece.
Essa postura recorrente de desconsiderar uma tradição profunda de pensamento
genuinamente cristão e suprir as lacunas teológicas com conceitografias secularizadas,
além de manter a cristandade brasileira nos generalismos teológicos, também tem travado
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criação de Deus como ordem normativa, isto é, uma ordem criacional invariável para
entendermos como deveríamos viver no mundo, incluindo todas as modalidades
dooyeweerdianas. Recorrentemente, a tradição kuyperiana do neocalvinismo – na qual me
inscrevo – tem apostado na ordem criacional como fundamento sólido para não sermos
cooptados por uma ideologia secular. No entanto, também faz parte dessa mesma tradição
uma concepção realista da incapacidade do ser humano de alcançar claramente essa ordem
normativa, em razão da queda e seus efeitos. Nesse sentido, nos encontramos no mesmo
dilema ético-espistemológico da tradição jusnaturalista que encontra nas palavras de Jean-
Jacques Rousseu no Contrato Social (1762) seu paradigma:
Para descobrir as melhores regras de sociedade que convenham às nações, se precisaria de uma
inteligência superior, que visse todas as paixões dos homens e não participasse de nenhuma delas,
que não tivesse nenhuma relação com a nossa natureza e a conhecesse a fundo... Seriam precisos
deuses para dar leis aos homens. 14
Essa constatação demanda de nós uma honestidade quase cética com os programas
seculares de direito natural, uma vez que eles presumem uma capacidade de conhecer e
compreender as normas criacionais que os seres humanos não têm. Entretanto, esse não é o
nosso fim. O brilhante filósofo cristão James K. A. Smith, no despretensioso texto Beyond
“Creation” and Natural Law: An Evangelical Public Theology (2015), busca ultrapassar
essa dificuldade com a contribuição inestimável à teologia política do professor inglês
Oliver O‟Donovan. Em sua definitiva obra de ética cristã Resurrection and Moral Order
(1986), O‟Donovan argumenta que a verdadeira diferença específica de uma proposta
normativa de ética social cristã não é a aposta na lei natural da criação. Uma vez que nossa
capacidade de viver segundo tal ordem foi corrompida pelo pecado, qualquer proposta de
teologia política – como o Ortodoxia Integral – precisa articular ordem criacional com
ordem redentiva. Ou ainda, nas suas palavras:
É demasiadamente impreciso dizer apenas que a ética cristã “brota” da dádiva de Deus que é Jesus
Cristo. Qual é a lógica desse “florescimento”?... Vamos sustentar a proposição teológica de que a
ética cristã depende da ressurreição de Jesus Cristo da morte... O significado da ressurreição, como o
apóstolo Paulo apresenta é que ela é a final e decisiva palavra de Deus para sua criatura, Adão... O
trabalho do Criador que fez Adão, que trouxe à existência uma ordem de coisas em que a
humanidade tem um lugar, é reafirmado de uma vez por todas. Isso torna possível afirmar que, após
a ascensão de Cristo da morte, a criação não é uma causa perdida... A ressurreição traz consigo a
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promessa de que “todos serão vivificados” (1Co 15.22). A ressurreição de Cristo é representativa,
não como no sentido que um símbolo é representativo, mas no sentido representativo que tem um
líder nacional quando ele traz para todo o seu povo o que quer que seja, a guerra ou a paz, que ele
efetua em seu nome. 15
Com essas palavras, que são apenas a abertura de todo o raciocínio do livro,
O‟Donovan fornece-nos o sustentáculo definitivo de uma filosofia de transformação social
genuinamente cristã – que pode ser devidamente aplicada ao contexto universitário.
Através de uma relação de complementariedade com a ordem criacional, O‟Donovan
define a autoridade que Cristo conquistou com a ressurreição como sendo a base suficiente
e significativa para nossa ação no mundo. Na verdade, só é possível falar em ordem
criacional se pressupormos uma autoridade que dá permissão legitimadora para essas
normas. A autoridade autoriza, ela é a autora do campo de ação possível ao delimitar os
limites da realidade criada. Mais do que isso, essa estrutura autoritativa do Cristo
ressurreto vivificando a criação nos fornece as lentes hermenêuticas para uma ortodoxia
que seja integral, a saber: a estrutura de indicativos e imperativos. Toda a Escritura está
organizada segundo essa dinâmica justamente porque o pano de fundo bíblico nada mais é
que essa articulação entre ordem criacional e ordem redentiva.
Dessa forma, os grandes imperativos de transformação social que o Ortodoxia
Integral apresenta à Igreja brasileira devem ser situados nos contextos dos seus indicativos
fundados na autoridade de Cristo. Tão somente assim, teremos condições de responder a
pergunta “com que autoridade iremos propor esse e não aquele programa ideológico de
transformação?”. Sem precisar recorrer a sínteses sociológicas seculares para justificar a
ação política cristã, encontramos nessa estrutura bíblico-hermenêutica uma porta de
entrada privilegiada para a transformação cultural.
Toda essa construção teológico-filosófica que chamamos de Ortodoxia Integral nos
fornece as condições adequadas para solucionarmos nossa problemática original sobre a
relação entre a igreja e a academia. Temos um imperativo de não apenas nos envolvermos
naquilo que é tido como “profano”, mas de fazê-lo de modo tão espiritual quanto uma
vocação pastoral tradicional. O trabalho de um físico, de um sociólogo ou de um
bioquímico é tão sagrado quanto o de um missionário transcultural. Isso porque
compreendemos que toda a ordem criacional de Deus – e as pessoas envolvidas com ela –
está relacionada com a ordem redentiva de Deus em Cristo. Ao morrer e ressuscitar, Jesus
reafirmou a importância do lugar que a criação ainda ocupa nos desígnios de Deus. Tal
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Penso que, em muitas carreiras, é preciso refletir de tempos em tempos e perguntar: “isso que estou
fazendo vale a pena? Se existem tantos problemas terríveis no mundo e se não estou lidando
diretamente com um deles, é válido fazer outra coisa?”. A resposta, para mim, sempre foi esta: creio
que Deus nos dá diferentes talentos e interesses por um propósito e que devemos usar nossos
talentos de diferentes maneiras. Acredito que Deus dá a algumas pessoas um forte interesse pela arte
ou pela ciência, com o fim de elevar o espírito humano por meio da descoberta e da exploração. Não
penso que Deus criou o universo inteiro desejando que o ignoremos até que todos os nossos
problemas na terra sejam resolvidos. Se olharmos para o começo do registro bíblico, uma das
primeiras coisas que Deus pediu aos seres humanos foi que eles dessem nomes a todos os animais ao
seu redor. É como se Deus dissesse: “olhe só o que eu criei!”. Acho que podemos tomar essa história
e expandi-la. Os cristãos acreditam que Deus é o responsável por todo o universo; nesse caso, não o
desapontaríamos se nem mesmo tivéssemos curiosidade para ir e aprender? Eu penso que a
exploração científica é uma forma de glorificar a Deus, pois explora o que ele criou. 16
Notas
1
AGAMBEN, Giorgio. O pensamento é a coragem do desespero. Trad. Pedro Lucas Dulci. Disponível em:
http://blogdaboitempo.com.br. Acessado em: 05 de setembro de 2015.
2
HARRISON, PETER. Introdução. In: HARRISON, PETER (org.). Ciência e Religião. Trad. Eduardo
Rodrigues da Cruz. São Paulo: Editora Ideias & Letras, 2014, p. 17.
3
HARRISON, PETER. Introdução. In: HARRISON, PETER (org.). Ciência e Religião. Trad. Eduardo
Rodrigues da Cruz. São Paulo: Editora Ideias & Letras, 2014, p. 17-19.
4
HOOYKAAS, Reijer. A religião e o desenvolvimento da ciência moderna. Trad. Fernando Dídimo Vieira.
Editora Polis e Editora Universidade de Brasília, 1988, p. 129.
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HOOYKAAS, Reijer. A religião e o desenvolvimento da ciência moderna. Trad. Fernando Dídimo Vieira.
Editora Polis e Editora Universidade de Brasília, 1988, p. 137.
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BANCEWICZ, Ruth. Epílogo. In: O teste da fé: os cientistas também creem. Trad. Guilherme de Carvalho.
Viçosa – MG: Editora Ultimato, 2013, p. 160.
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BANCEWICZ, Ruth. Começa a Jornada. In: O teste da fé: os cientistas também creem. Trad. Guilherme de
Carvalho. Viçosa – MG: Editora Ultimato, 2013, p. 16.
8
COLES, Alasdair. Ser humano: mais que um cérebro. In: O teste da fé: os cientistas também creem. Trad.
Guilherme de Carvalho. Viçosa – MG: Editora Ultimato, 2013, p. 40.
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NEWSOME, Bill. Vida no laboratório. In: O teste da fé: os cientistas também creem. Trad. Guilherme de
Carvalho. Viçosa – MG: Editora Ultimato, 2013, p. 81-82.
10
SCHUURMAN, Egbert. Reflexões filosóficas a respeito da comunidade tecnológica. In: LOPES, Augustus
Nicodemus (org.). Tecnologia e Religião. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2006, p. 9.
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Existe outra postura recorrente que me chamou atenção em algumas entrevistas da coletânea de
Bancewitcz. Claro que esse estranhamento não é só ali, uma vez que não é algo exclusivo do seu conjunto de
pesquisadores selecionados. Trata-se do fato de que vários cientistas estavam perfeitamente convictos de que
suas compreensões religiosas não mudavam sua prática imediata em sala de aula ou no laboratório. Isto é,
para alguns deles, sua fé não modificava em nada o modo como recolhia os dados de um telescópio ou de um
microscópio, muito menos na interpretação daquilo que ele via. Segundo o raciocínio de Schuurman que
mencionamos anteriormente – o qual subscrevemos – tal postura é absurda, uma vez que deixa para outros
critérios a tarefa de avaliar o trabalho que está sendo feito no laboratório, na sala de aula ou no escritório. A
pergunta simples é: se não são suas compreensões cristãs da realidade (ontologia) que determinam os rumos
de sua pesquisa, o que é? A indústria farmacêutica? A linha e os interesses editoriais do periódico famoso
que todos querem publicar? A agência de fomento para a pesquisa? O mercado? Enfim, temos uma
problemática filosófica em torno da comunidade tecnológico-científica que não pode ser desprezada. Para
não apenas levantar o problema, deixo as precisas palavras de Ard Louis, do Centro Rudolf Peierls de Física
Teórica da Universidade de Oxford: “minha fé também afeta o modo como abordo a ciência. À medida que a
minha carreira progride, por exemplo, me torno mais consciente sobre como escolher os tópicos nos quais
trabalho. Acho útil perguntar a mim mesmo: „Como Deus me julgará no fim da minha carreira?‟. Suspeito
que a avaliação divina do meu trabalho terá pouco a ver com o número de artigos científicos que publiquei ou
com a quantidade de subsídios de pesquisa acadêmica que consegui obter. Será relacionada, antes, a servir a
Deus da melhor forma possível, o que inclui a minha pesquisa”. LOUIS Ard. Uma lógica mais profunda. In:
O teste da fé: os cientistas também creem. Trad. Guilherme de Carvalho. Viçosa – MG: Editora Ultimato,
2013, p. 111.
12
SCHUURMAN, Egbert. Problemas éticos da engenharia genética. In: LOPES, Augustus Nicodemus (org.).
Tecnologia e Religião. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2006, p. 37.
13
PADILLA, C. René. Prefácio. In: REIS, Gildásio. C. René Padilla: introdução à sua vida, obra e teologia.
São Paulo: Arte Editorial, 2011, p. 10-11.
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ROUSSEAU, J.-J. Do Contrato Social. São Paulo: Nova Cultural, Livro I, Capítulo VII, 1991, p. 56.
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O‟DONOVAN, Oliver. Resurrection and Moral Order: An Outline for Evangelical Ethics. Wm. B.
Eerdmans Publishing Co., 1994, p. 13-15.
16
WISEMAN, Jennifer. Explorando o Universo de Deus. In: O teste da fé: os cientistas também creem. Trad.
Guilherme de Carvalho. Viçosa – MG: Editora Ultimato, 2013, p. 58.
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