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Platão afirmava que a arte era algo inferior pela sua impossibilidade de imitar a
vida e os homens. Aristóteles, porém, trouxe um conceito muito interessante
em sua Poética para lidar com essa questão: o de mímese, representação.
A arte, nessa concepção, não imita a vida nem os homens. A arte
REPRESENTA a vida e os homens.
Se pensarmos bem, mesmo hoje pouco sabemos concretamente sobre as
coisas da vida e dos homens. Sabemos o que é uma cadeira, uma mesa, uma
moeda. Mas o que é o amor? O que é a saudade? O que é a felicidade?
Não temos como definir conceitos abstratos, como amor, saudade, felicidade,
medo e dor, eles variam de acordo com a experiência de vida de cada um, sua
cultura, suas crenças. Dessa forma, um jovem não busca o amor porque sabe
o que é o amor, e sim porque ele viu muitos filmes, leu muitos livros e
conversou com muitas pessoas sobre o amor. O amor, então, nada mais é do
que uma representação.
Em O Vermelho e o Negro, Stendhal descreve isso perfeitamente ao falar de
uma personagem que não sabia que estava apaixonada simplesmente por
desconhecer o conceito de amor, que então já circulava nos livros "proibidos" e
que ela não lia: