Braço Hidráulico.

Bruno Cesar Banaszewski, Nicolas Eduardo da Luz, Mateus alves.

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UNIOPET – CEP: 80230-030 – Curitiba – Paraná – Brasil, brunobanaszewski@uniopet.edu.br
2
UNIOPET – CEP: 80230-030 – Curitiba – Paraná – Brasil, nicolas11japa@hotmail.com
3
UNIOPET – CEP: 80230-030 – Curitiba – Paraná – Brasil, matt65alvwa@gmail.com

Resumo.

O presente artigo tem como propósito a elucidação do funcionamento de um

braço hidráulico, através da abordagem de suas principais funcionalidades e
aplicações, dentre as quais estão a exploração do do teorema de Stevin e do
princípio de Pascal. Além disso, será apresentada uma simulação prática de um
braço hidráulico, construído com seringas, madeira e papelão, capaz de suportar
uma lata de alumínio de 66 mm de diâmetro e capacidade de 350ml vazia e bolinhas
de tênis de mesa. O braço ainda pode articular-se em um ângulo de 15 graus e tem
alcance de 50 cm. Serão detalhados os itens para a montagem e o processo de
construção do dispositivo será descrito.
Palavras chave: Braço Hidráulico, seringas, príncipio de Pascal, papelão,
madeira.

Hydraulic arm.
Abstract.

The purpose of this article is to elucidate the functioning of a hydraulic arm,

through an approach to its main functionalities and applications, among which are the
exploration of Stevin's theorem and Pascal's principle. In addition, a practical
simulation of a hydraulic arm will be presented, built with syringes, wood and
cardboard, capable of supporting an empty aluminum can with a diameter of 66 mm
and a capacity of 350 ml and table tennis balls. The arm can also be articulated at a
15-degree angle and has a reach of 50 cm. The items for assembly will be detailed
and the device construction process will be described.
Keywords: Hydraulic Arm, syringes, Pascal's principle, cardboard, wood.

1. Introdução.

De acordo com Monteiro(2019) um braço hidráulico serve para mover grandes

massas de um ponto a outro através de ligações hidráulicas. Dentre todos os
princípios físicos envolvidos no projeto, se destacam o teorema de Stevin e o
princípio de Pascal. De acordo com Nussenzveig o primeiro diz que a diferença de
pressão entre dois pontos em um líquido homogêneo é constante e depende do
desnível entre eles, desse princípio também sabe-se que sendo aplicada uma
pressão em uma área de um fluido a pressão é distribuída igualmente em todas as
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 direções através do fluido. O mesmo autor também diz que do primeiro princípio é
possível chegar ao segundo princípio, pois sendo a pressão igual em todas as áreas
do fluido e sabendo que pressão é dada pelo quociente entre força aplicada e área
de contato, é possível dizer que essa relação entre força e área é constante.

2. Revisão da literatura.

O artigo aborda conceitos de hidostática aplicados em um protótipo de braço

hidráulico manipulado através de seringas, sendo a estrutura do braço e da garra
de papelão e madeira.

2.1 Teorema de Stevin.

De acordo com Gomes(2018) o princípio de Stevin determina que a

pressão em um ponto em uma profundidade h dentro um líquido em
equilíbrio é dada pela soma entre a pressão exercida pela coluna de líquido
situada acima daquele ponto (ρgh) à pressão atmosférica exercida sobre a
superfície (Patm) do líquido.

Dessa forma, o Teorema de Stevin é representado pela seguinte expressão:

P = Patm + ρ.g.h

Onde:

P: Pressão no ponto (Pa)

Patm: Pressão atmosférica (Pa)

ρ: Massa específica do Fluido (kg/m³)

g: Aceleração da gravidade (m/s²)

h: Profundidade do ponto onde se deseja medir a pressão (m)

É importante lembrar que embora massa específica e densidade não

sejam exatamente a mesma coisa, já que de acordo com Gomes(2018) a
primeira é uma propriedade intrínseca do material enquanto a segunda varia
de acordo com a quantidade de material presente e com o fato do material
ser maciço ou oco, para efeitos de fluidos considera-se ambas a mesma
coisa.
Merece destaque também o princípio dos vasos comunicantes que de
acordo com Nussenzveig(2013) determina que se um recipiente tem diversos
ramos que se comunicam entre si o líquido sobe a uma mesma altura h em
todos os ramos, além disso,a pressão no fluido é a mesma em quaisquer
pontos dos diferentes ramos que estejam a mesma altura z conforme pode
ser visto na Figura 1. De acordo com Gomes, esse princípio é muito aplicado
em tubulações e sistemas sanitários residenciais.

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 Figura 1 – Vasos comunicantes(Nussenzveig)

2.2 Príncipio de Pascal

Segundo Nussenzveig o princípio de Pascal diz que se em um recipiente

cheio de água fechado há duas aberturas com um pistão muito justo em cada
uma delas, alguém empurrando um pistão pequeno exerce a mesma força que n
pessoas exerceriam juntos para erguer um pistão n vezes maior. Tal princípio
possibilita desenvolver mecanismos que erguem objetos muito pesados sem
exercer muita força. Prensa hidráulica é um exemplo de aplicação do princípio,
com uma força (F1) maior exercida sobre o cilindro (A1) a força (F2) fica
proporcional a área e assim o líquido é pressionado para outro êmbolo (A2). A
Figura 2 apresenta melhor detalhamento.

Figura 2 – Prensa Hidráulica (Nussenzveig)

3.Montagem do equipamento

O braço do presente artigo foi feito com papelão, palitos e espetos de madeira,
mangueira para aquário, mangueira pneumática, abraçadeiras de nylon e seringas
de 20 ml como principais componentes. Além dos componentes foi utilizado
furadeira e ferro de solda para furar os êmbolos das seringas, parafusos para fazer a
parte giratória e para prender os controles, cola e abraçadeiras para fixação de

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 peças e também estilete para fazer cortes necessários . A proposta se baseou em
um mecanismo que conseguisse suportar uma lata de alumínio de 350 ml vazia, que
se articulasse em 120º , que pudesse manipular três bolinhas de ping pong
transportando por uma distância de 30 cm entre a área inicial e seu recipiente final.
O alcance útil deveria ser de pelo menos 50 cm A montagem foi composta por
quatro fases principais que foram a base, o corpo, a garra e o sistema hidráulico
feito pelas seringas e mangueiras pneumática e de aquário. O material utilizado foi
escolhido por seu baixo custo. Após as referências, no apêndice A do artigo, é
explicado o plano de manutenção do braço.

3.1 Materiais necessários

Abaixo foi montado uma tabela referente à lista de componentes usados na

confecção da garra e seus preços encontrados em pesquisa na internet

Material Preço Unitário(R$) Quantidade Usada Custo(R$)

Caixa de Papelão 0,90 2 1,80
Palito de picolé 0,15 22 3,30
Espeto de madeira 0,10 4 0,40
Seringa 20 ml 7,00 10 70,00
Mangueira para aquário 17,00 1 17,00
Mangueira pneumática 13,30 1 13,30
Chapa MDF 25 mm 55,00 1 55,00
Chapa MDF 15 mm 30,00 1 30,00
Tubo de cola Tek Bond 20 g 12,00 2 24,00
Pedaço de arame 1,00 2 2,00
Abraçadeira Nylon 0,70 23 16,10
Parafuso sextavado 14 mm 2,30 1 2,30
Estilete 3,20 1 3,20
Tabela 1- Autoria própria

3.2 Processo de fabricação

A garra foi construída na seguinte sequência: Primeiro foi feita a garra, depois
o braço, por fim os controles. A base já veio pronta, uma vez que foi um MDF
comprado já sob medida, foi necessário apenas prender o braço e os controles a
ela.
Para fazer a base foi utilizada a chapa de MDF de 2,5 mm que aparece na
Figura 4

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 Figura 4 – Base (Autoria própria)

Para fazer a garra, foi cortado papelão conforme aparece na Figura 5

Figura 5 – Montagem da garra (Autoria própria)

Para fazer o braço foram furadas três seringas, o papelão foi cortado em 9
pedaços. O que foi preso à base através do parafuso sextavado foi o que ficou
maior conforme pode ser visto na Figura 6 onde também é possível notar que as
articulações foram presas por palitos de churrasco. Tirando o pedaço de papelão
preso à base, todos os demais pedaços de papelão foram colados com cola Tek
Bond. O papelão da base foi parafusado e não colado para ele poder girar
conforme solicitado no edital do projeto.

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 Figura 6 – Montagem do braço (Autoria própria)

Na Figura 6 é possível ver o parafuso, na Figura 7 pode-se ver o braço todo sem
a garra

Figura 7 – Visão do braço inteiro (Autoria própria)

Para a confecção dos controles foi usado o compensado de 15 mm de

espessura, 4 seringas furadas na parte superior do êmbolo, 12 palitos de picolé,
16 pedaços de papelão,2 palitos de churrasco, sendo um deles inteiro e o outro
cortado, dentre os palitos de picolé utilizados, 4 foram cortados usou-se apenas
uma parte, os outros 8 foram usados inteiros conforme pode ser visto na Figura
8.

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 Figura 9- Controles da garra (Autoria própria)

Para colocar a garra na seringa, foi utilizado um arame que foi preso na
seringa que fica mais a frente das outras, com abraçadeiras de nylon prendeu-se
pedaços menores de papelão e com o arame é possível fazer a a abertura e
fechamento da garra conforme aparece na Figura 10

Figura 10- garra colocada (Autoria própria)

4 Considerações finais

Ao abordar os elementos apresentados neste estudo, torna-se viável

compreender os conceitos relacionados à hidráulica em conexão com a prática,
compreendendo não apenas seu mecanismo de operação e os imprevistos ao longo
do processo, mas também avaliando a possibilidade de extrair suas funcionalidades.
Mesmo ponderando sobre as vantagens e desvantagens associadas,
considerando que, apesar de representar um sistema de custo mais elevado, resulta
em uma transferência de energia mais eficiente durante a execução das atividades,
é possível adaptar o sistema hidráulico conforme as especificações dos clientes.
Essa adaptação ocorre por meio da inclusão dos componentes necessários para
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 realizar uma tarefa específica, possibilitando o controle, a geração e a aplicação de
potência de maneira eficaz.

Os braços industriais, encontrados nas principais indústrias globais, representam

esse mecanismo de maneira acessível, utilizando materiais de custo inferior e
exigindo uma aplicação reduzida de energia hidráulica. Isso permite transmitir a
compreensão de como cada acionamento hidráulico opera, qual é a sua execução, a
capacidade de carga que podem suportar e o ângulo de rotação em torno de seu
eixo. Desse modo, esses dispositivos atendem aos requisitos estabelecidos no início
do projeto.

5 Referências.

GOMES V.A. AMARAL, E.M.S, PRADO, R. J. Determinação da densidade de

líquidos imiscíveis pelo princípio de Stevin . Revista Brasileira de Ensino de
Física, vol. 41, Cuiabá, n. 3, p. e20180313-1-e20180313-7, novembro 2018.
MONTEIRO, A. B. Aplicação de kit didático em aulas de hidrostrática no Ensino
Médio na perspectiva da aprendizagem significativa . 2019. Dissertação
(Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física) - Programa de Pós-Graduação
em Ensino de Física, Universidade Federal do Acre, Rio Branco, 2019.
NUSSENZVEIG, H. Moysés. Fluidos , Oscilações e Ondas , Calor. Curso de Física
básica 2. São Paulo: Blucher,4ª Edição 1998.

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 APÊNDICE A- Manual de Manutenção do Braço Hidráulico.

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 Modelo BH001-2023

FABRICAÇÃO: 13/11/2023
VALIDADE: 13/11/2023

1 Introdução

Este manual tem como objetivo trazer detalhamentos de operações em casos

de situações onde possam gerar manutenções preventivas.

2 Procedimentos de Manutenção Preventiva

2.2 Inspeção Regular

2.2.1 Verificação das Conexões

2.2.2 Avaliação das Mangueiras, recomendado a troca após 1 ano de uso

continuo.

2.2.3 Inspeção Visual do Papelão Estrutural

2.3 Lubrificação Adequada

2.3.1 Pontos de Lubrificação – eixo central deve estar em boa estabilidade,

sempre verificar se a necessidade de lubrificação, recomenda-se a cada 6
meses

2.3.2 Tipo de Lubrificante Recomendado – Obrigatoriamente que seja liquido

para não danificar o papelão.

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 3. Procedimentos de Manutenção Corretiva

3.1 Identificação de Problemas Comuns

A maior identificação de problemas pode estar relacionada no sistema

de mangueira por conta da pressão exercida ao longo do tempo podem
sofrer desgastes nas operações, recomenda-se verificar periodicamente o
estado das mesmas, em caso de pequenos reparos pode-se fazer o uso
de cola instantânea que não agravara danos ao material ou até mesmo
lacres de nylon de 7,5 centímetros.

3.2 Reparo de Danos no Papelão

Como o papelão é um material reciclável é possível a utilização do mesmo

sendo possível fazer pequenos reparos com ao auxilio de uma cola instantânea,
assim podendo fazer o reparo em pequenos furos ou até mesmo refazendo alguma
peça.

4. Calibração e Ajustes

4.1 Verificação da Pressão Hidráulica

É recomendado a verificação periódica das borrachas localizadas

dentro das seringas para não ocorrer vazão de pressão.

4.2 Ajustes na Articulação do Braço

Em caso de romper as alavancas de comando fazer as

substituições dos mesmos para que não ocorra danos ao material com
vazamento do liquido dentro das mangueiras.

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 5. Procedimentos de Segurança

5.1 Manuseio Adequado

Evitar locais de armazenamento próximos a equipamentos inflamáveis por

conta do papelão.

5.2 Manuseio Seguro de Fluidos Hidráulicos.

Em caso de vazamento recomendado é com outra seringa cheia do

liquido o qual será envazado abrir totalmente a seringa que irá receber o liquido,
verificar bolhas de ar nas seringas sempre evitar esse ocorrido para que não gere
perdas de pressão no equipamento.

6. Instruções de Armazenamento

6.1 Ambiente Ideal para Armazenamento

Armazenar em local com temperatura ambiente, evitar colocar em lugares

úmidos para que não ocorra danos e deformidades no material.

6.2 Proteção contra Condições Climáticas Adversas

Não armazenar em locais úmidos e com instabilidades de
temperaturas.

7. Registro de Manutenção

7.1 Log de Manutenção Preventiva

Seguindo a tabela a baixo pode criar registros e verificação dos componentes

do braço hidráulico

Registro de Reparos
Data Responsáveis
Realizados
Troca de Mangueiras
16/11/2023
Pneumáticas Mateus, Nicolas, Bruno
Substituição do Selo Hidráulico
Verificação de Vazamentos
Lubrificação das Articulações
Inspeção Geral do Braço
Hidráulico

Este manual foi elaborado para fornecer orientações precisas sobre a

manutenção eficaz do braço hidráulico de papelão e mangueiras pneumáticas. Siga
os procedimentos descritos para garantir um desempenho consistente e seguro do
dispositivo.

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