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Rio de Janeiro, 2020

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)


(EDOC BRASIL, BELO HORIZONTE/MG)

C694 Coletânea acadêmica interdisciplinar [recurso eletrônico] : volume 4 / Organizador


Jefferson Antonio do Prado... [et. al]. – Rio de Janeiro, RJ: Autografia, 2020.
Formato: ePUB
ISBN 978-65-5531-951-4
1. Educação. 2. Abordagem interdisciplinar do conhecimento. 3. Saúde. I.
Prado, Jefferson Antonio do.
CDD 370
Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422

Coletânea acadêmica interdisciplinar: volume 4


organização: Jefferson Antonio do Prado, Hilda Regina Vasconcellos Sena Martins, Helder Henrique
Jacovetti Gasperoto, Ângela do Céo Gonzaga de Vasconcelos, Valentina Elizabeth Rossini Mazon,
Edna Resende Camisão Aquino, Aneridis Aparecida Monteiro, Carlos Henrique Schneider, Sandra
Siqueira Santos, Taiane Barbosa Ferreira, Eliezer de Araújo, Mara Dias Pereira, Kátia Bezerra,
Claudia Esther Reis Godinho, Bérthalo Franco Fonseca, Eduardo Martins Siqueira, Nara Núbia de
Sousa Truppel, José Maurício Diascânio, Lourimar Viana N.F. de Sousa, Gisele Maria de Sousa

isbn: 978-65-5531-000-0
1ª edição, novembro de 2020.

Editora Autografia Edição e Comunicação Ltda.


Rua Mayrink Veiga, 6 – 10° andar, Centro
rio de janeiro, rj – cep: 20090-050
www.autografia.com.br

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É proibida a reprodução deste livro com fins comerciais sem
prévia autorização do autor e da Editora Autografia.
SUMÁRIO

I. UMA PEDAGOGIA PARA SUPERAÇÃO DA MARGINALIZAÇÃO SOCIAL  � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 7


Autor: Edinei Messias Alecrim
Coautores: Aneridis Aparecida Monteiro, Sandra Siqueira Santos, Juliana
dos Santos Carvalho, Genilton José Nunes, Lillian da Silva Oliveira

II. OS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIENCIAS DA EDUCAÇÃO DA


UNIVERSIDADE AMERICANA - PY CURSADOS POR BRASILEIROS:
UMA VISÃO HOLÍSTICA ACERCA DAS ATITUDES PROATIVAS
DIRECIONADAS À SAÚDE DOS SEUS PÓS-GRADUANDOS � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 31
Autora: Edna Resende Camisão Aquino

III. O GUARANI: A LÍNGUA MATERNA INDÍGENA E SUA INFLUÊNCIA NA


CULTURA PARAGUAIA� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 45
Autor: Jefferson Antonio do Prado
Coautores: Maria José Alacrino, Nelilda Ormond Braga, Valdenice Duarte
Gomes de Oliveira, Ângela do Céo Gonzaga de Vasconcelos, Urubatan
Ferreira de Castro

IV. LEITURA E COMPREENSÃO TEXTUAL: DIFICULDADES ENCONTRADAS


POR ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 55
Autor: Luciene Novais de Freitas Brito
Coautores: Cláudio Roberto Araújo Castro, Lucileide Assis Ferreira Charruf,
Maria Marta do Nascimento, Taiane Barbosa Ferreira, Maricelia Maria da
Silva, Maria Dalva Sandin Nery

V. GESTÃO ESCOLAR: SINERGIA ENTRE GESTÃO PEDAGÓGICA E GESTÃO


ADMINISTRATIVA� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 69
Autor: Jaeder Araujo Monteiro
Coautores: Andreza Regina Nave Benettti, Maria Marta do Nascimento,
Ajane Morocx das Mercês Leite Almeida, Manoel Augusto Miranda
Dourado, Anderson Antonio Rocha da Silva, Eliene Pereira da Silva Dias,
Sueli Rodrigues de Sousa, Anderson Antonio Rocha da Silva

VI. FORMAÇÃO DOCENTE: RACIONALIDADE TÉCNICA E ENSINO � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 91


Autor: Ivan Braga de Souza
Coautores: Eugênio Yokoya, Carlos Henrique Schneider, Francisco Tarcilio
Teles Forte, Severino Joaquim Correia Neto, Ajane Morocx das Mercês Leite Almeida
VII. EDUCAÇÃO E OS AGENTES SOCIAIS  � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 115
Autora: Maria José Alacrino
Coautores: Mara Dias Pereira, Sueleide Alves de Souza Lima, Lilia de Melo
Lauriano Oliveira, Helder Henrique Jacovetti Gasperoto

VIII. EDUCAÇÃO COMPARADA: DEFINIÇÕES E FINS PARA A EDUCAÇÃO  � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 125


Autor: Ivan Braga de Souza
Coautores: Francisco Tarcilio Teles Forte, Juliette Duarte de Souza, Marcos
Simões, Kátia Bezerra

IX. O PSICOPATA PERANTE O CÓDIGO PENAL BRASILEIRO  � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 149


Autor: Fabiano Bezerra Martins
Coautores: Marcos Simões, Renato Ferreira de Araújo, Fernanda Pereira
Moraes de Araújo, Edna Resende Camisão Aquino

X. O HÁBITO DA LEITURA ECLÉTICA EVITA MENTALIDADES PERIFÉRICAS� � � � � � � � � � � � � � � � � 175


Autora: Ângela do Céo Gonzaga de Vasconcelos

XI. NEUROCIÊNCIA NA EDUCAÇÃO: CONCEITOS E ABORDAGENS SOBRE


A APRENDIZAGEM� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 191
Autor: Ivan Braga de Souza
Coautores: Sueleide Alves de Souza Lima, Lillian da Silva Oliveira, Mara Dias
Pereira, Laudeci Medeiros Mindelo

XII. ESTUDO DE CASO EM UMA INSTITUIÇÃO PARTICULAR DE ENSINO


MÉDIO: O MATERIAL DIDÁTICO APOSTILADO E A COMPREENSÃO DA
ATIVIDADE DOCENTE EMINENTEMENTE RELACIONAL� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 211
Autor: Jefferson Antonio do Prado

XIII. ESTRUTURA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 229


Autores: Jefferson Antonio do Prado, Maria José Alacrino

XIV. CRIANÇA SURDA: DISCURSOS TENDENCIOSOS E INSTRUMENTOS DE


ACESSO UTILIZADOS EQUIVOCADAMENTE NA PROMOÇÃO DE EXCLUSÃO � � � � � 239
Autor: Kátia Cirlene de Amorim Nakahodo
Coautores: Jefferson Antonio do Prado, Elen Pereira Gomes

XV. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: UMA ANÁLISE� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 255


Autor: Bernard Pereira Almeida
Coautores: Kátia Cirlene de Amorim Nakahodo, Mara Dias Pereira, Nívea
Maria Silva Farias, Juliette Duarte de Souza, Manoel Augusto Miranda
Dourado, Márcia Marques da Silva

XVI. EDUCAÇÃO LUTERANA E EDUCAÇÃO PÚBLICA: UM NOVO PARADIGMA������������ 269


Autor: Carlos Henrique Schneider
V.
GESTÃO ESCOLAR: SINERGIA ENTRE GESTÃO
PEDAGÓGICA E GESTÃO ADMINISTRATIVA
Autor: Jaeder Araujo Monteiro1
Coautores: Andreza Regina Nave Benettti2
Maria Marta do Nascimento3
Ajane Morocx das Mercês Leite Almeida4
Manoel Augusto Miranda Dourado5
Anderson Antonio Rocha da Silva6
Eliene Pereira da Silva Dias7
Sueli Rodrigues de Sousa8

RESUMO
Este artigo tem por objetivo maior, conceituar a gestão escolar
contemporânea e as duas subdivisões que compõe a mesma. Bem
como, evidenciar a sinergia em todo o processo que as envolve, para
que assim, seja possível alcançar o melhor e mais adequado modelo
de gestão escolar para determinada época. A fundamentação teórica
desta investigação, tem por base, estudos sobre gestão escolar e a si-
nergia que envolve as partes que a compõem. Por meio de pesquisa
bibliográfica, foram angariadas informações para a composição do
referencial teórico. Com tudo, mediante todas as informações co-
letadas, foi possível identificar a necessidade de sinergia, de alinha-
mento entre as partes que formam a gestão escolar para que assim,
exista condições de alcance dos resultados pretendidos e, de ade-
quação à realidade vivida. Nessa perspectiva, este artigo visa con-
tribuir para o fortalecimento do debate sobre a sinergia necessária
entre a gestão pedagógica e a gestão administrativa, para que, haja
possibilidade de fortalecimento do planejamento institucional e, das

69
demais ações articuladas pelo gestor principal da unidade escolar,
ou seja, o diretor geral.
PALAVRAS-CHAVE: Gestão escolar; Gestão pedagógica e adminis-
trativa; Sinergia.

INTRODUÇÃO
O vocábulo gestão escolar há não muito tempo, era intitulado como
administração escolar, justamente por empregar aspectos da adminis-
tração geral, porém voltados à educação. A gestão escolar é subdivi-
da em duas partes: gestão pedagógica e gestão administrativa, onde a
primeira tem papel norteador, por cuidar dos aspectos educacionais e,
a segunda tem papel de apoio, por cuidar da parte institucional que,
envolve planejamento, demais procedimentos e ações.

Os termos gestão e administração [da educação] são utilizados na litera-


tura educacional ora como sinônimos, ora como termos distintos. Algu-
mas vezes, gestão é apresentada como um processo dentro da ação admi-
nistrativa; em outras, seu uso denota a intenção de politizar essa prática.
Apresenta-se também como sinônimo de gerência, numa conotação neo-
tecnicista, e, em discursos mais politizados, gestão aparece como a nova
alternativa para o processo político administrativo da educação. (GRACIN-
DO; KENSKI, 2001, p.113).

O verdadeiro significado da palavra gestão vai além da visão técnica,


burocrática, impessoal de administração da educação. Em certa época
passada, a administração escolar foi criticada, pois havia o entendimen-
to que, o uso das funções básicas da administração, como planejar, or-
ganizar, dirigir e controlar, eram enxergadas como insensíveis e frias,
pois eram utilizadas nas instituições capitalistas, onde não havia valori-
zavam dos indivíduos atuantes.
Já, a ideia atribuída ao termo gestão, naturalmente traz consigo a ideia
de humanização do ser humano, uma vez que, qualquer instituição, seja

70
de ensino ou não, tende a obter resultados satisfatórios quando seu con-
tingente humano é valorizado.
De acordo com a ideia de Dourado (2003) a gestão da educação, por
meio de uma ótica e, da tomada de decisões, intencionalmente propaga
crenças, valores, propósitos da instituição em seu montante.
O sincronismo, sistematização e sinergia apresentam-se como itens
essenciais em virtude das ações que, circundam a gestão pedagógica e a
gestão administrativa. Tal empreitada, emergirá do gestor máximo da ins-
tituição de ensino, o diretor geral. Todas as ações em virtude do planeja-
mento e adequações desse planejamento, passam pelo crivo do dirigente
máximo da instituição de ensino e, com isso, o mesmo provocará o me-
lhor alinhamento, a sinergia entre as partes pedagógica e administrativa.
É necessário destacar a função das comunidades interna e externa,
pois a identificação de suas necessidades proporcionará um planeja-
mento mais adequado da gestão escolar e, os acertos e/ou potenciali-
zação de ações, proporcionando assim, um modelo mais sólido e eficaz
de gestão escolar.
Quando é mencionada a gestão administrativa ou apoio adminis-
trativo, não significa que os indivíduos que a compõem, estejam res-
ponsáveis apenas por tarefas como matrícula, emissão de diplomas e
declarações, tirar cópias, imprimir e/ou entrega de documentos. Dá
mesma forma que, quando o assunto é gestão pedagógica, não é cor-
reto afirmar que, seja apenas ministrar aulas e fazer a chamada dos
alunos. O termo gestão atribui algo muito mais valioso para as intui-
ções em geral, e não seria diferente para as instituições de ensino. Afi-
nal, atribuições que envolvem a gestão escolar e as gestões pedagógica
e administrativa são: planejar, organizar, dirigir e controlar todas as
ações definidas para o alcance do objetivo principal da instituição de
ensino de forma humanizada. O que está em questão é que, nenhuma
instituição de ensino funciona de fora eficaz, sem que seja dada a de-
vida e necessária atenção e, sem que haja sinergia entre as duas partes
que a constitui.

71
2. GESTÃO ESCOLAR E A EVOLUÇÃO DO TERMOS
Inicialmente é justa a apresentação do termo gestão escolar. Enten-
de-se mediante a ideia exposta por diversos autores que, o termo gestão
escolar está de forma muito peculiar envolvido com os princípios da
administração.
O termo gestão escolar ao restrito entendimento de alguns, reflete
a forma de organização de uma instituição de ensino quanto ao seu
potencial de qualificar os alunos para o mercado e para a vida. Porém,
é claro que, a gestão escolar em sua prática utiliza os princípios da ad-
ministração aliados aos princípios pedagógicos. Afinal, a estrutura or-
ganizacional de instituição de ensino, gestão escolar, é composta pela
gestão pedagógica juntamente a gestão administrativa.

A gestão escolar constitui uma das áreas de atuação profissional na edu-


cação destinada a realizar o planejamento, a organização, a liderança, a
orientação, a mediação, a coordenação, o monitoramento e a avaliação dos
processos necessários à efetividade das ações educacionais orientadas para
a promoção da aprendizagem e formação dos alunos. (LÜCK, 2009, p.23).

Percebe-se que, ao longo dos tempos, os termos administração, ad-


ministração escolar e organização escolar foram usados como “sinôni-
mos” da hoje conhecida gestão escolar. Mesmo porque, no momento
atual e, não diferente das épocas passadas, os princípios da administra-
ção ainda se fazem presentes de forma bastante efetiva e prática no dia
a dia das instituições de ensino. Sendo assim, nada mais justo à exposi-
ção de conceitos, mediante a ideia de autores renomados:
Maximiano (2007, p.5), declara que:

Administração é o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização


de recursos. O processo administrativo abrange cinco tipos principais de
decisões, também chamadas processos ou funções: Planejamento, organi-
zação, liderança, execução e controle.

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Martins (1999, p.2), esclarece que:

Administração escolar supõe uma filosofia e uma política diretoras prees-


tabelecidas: consiste no complexo de processos criadores de condições
adequadas às atividades dos grupos que operam em divisão de trabalho;
visa à unidade e à economia de ação, bem como ao progresso de empreen-
dimento. O complexo de processos engloba as atividades específicas – Pla-
nejamento, organização, assistência à execução (gerência), avaliação de
resultados (medidas), prestação de contas (relatório) e se aplica a todos os
setores da empresa: pessoal, material, serviços e financiamento.

Libâneo (2008, p.97), esclarece que:

No campo da educação, a expressão organização escolar, é frequentemen-


te identificada como administração escolar, termo que tradicionalmente
caracteriza os princípios e procedimentos referentes à ação de planejar o
trabalho na escola, racionalizar o uso de recursos (materiais, financeiros,
intelectuais), coordenar e controlar o trabalho das pessoas.

Nota-se que, apesar de semelhantes, a principal “diferença” dos ter-


mos administração, administração escolar e administração organizacio-
nal para a contemporânea gestão escolar, encontre-se na forma “fria
e romântica” de lidar com indivíduos e com os processos dentro das
instituições de ensino.
A silhueta da gestão escolar brasileira, especificamente mencionando as
questões que envolvem os primeiros estudos, envolvia o entendimento e uti-
lizava o termo administração escolar, conforme mencionam Sander (2007).
Literalmente todo o exposto acima, entende-se que, não apenas os
termos evoluíram, mas também as ações que os envolvem, pois, no
tempo atual, não é levada em consideração a forma fria de administrar.
A palavra correta é gestão, ou seja, gerir de maneira abrangente a
instituição de ensino, não apenas preocupar-se com os processos, mas

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de forma simultânea, preocupar-se com os indivíduos envolvidos na
mesma: diretores, corpo pedagógico, corpo administrativo, colabora-
dores voltados ao funcionamento da estrutura e os alunos, bem como,
preocupar-se com os outros colaboradores diretos e indiretos envolvi-
dos na gestão escolar. Não esquecendo, dos indivíduos que compõem a
comunidade externa.

3. GESTÃO PEDAGÓGICA
A gestão pedagógica é a parte mais significativa que compõe a ges-
tão escolar. Mesmo porque, está atrelada de forma retilínea a objeti-
vo-fim das instituições de ensino. Atua com o objetivo principal em
formar profissionais e cidadãos preparados para o atendimento das exi-
gências do mercado globalizado e, da sociedade contemporânea.
É importante frisar que, a gestão pedagógica tem por natural fun-
ção, estabelecer objetivos e metas educacionais, mediante demanda ge-
rada pela sociedade, mercado profissional, seguindo normas e leis esta-
belecidas pelas esferas municipal, estadual e federal.
A gestão pedagógica

Inclui todas as práticas pedagógicas, as crenças, os planejamentos, enfim,


todas as ações que resultam na atividade central da escola, a aula, e na
atividade básica dos professores: a produção do conhecimento sua e dos
estudantes. (FERREIRA, 2008, p.111).

Nota-se que, a gestão pedagógica tem por desafio a edificação profis-


sional e pessoal que balizam seu campo de atuação. De acordo com as
ações realizadas, será possível mensurar sua contribuição para a evolu-
ção da qualidade do ensino-aprendizagem dos indivíduos, bem como,
as condições de atuação dos docentes envolvidos em tal processo.

Hoje, a complexidade do trabalho escolar exige o desenvolvimento de


equipas pedagógicas. A competência coletiva é mais do que o somatório

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das competências individuais. Estou a falar da necessidade de um tecido
profissional enriquecido, da necessidade de integrar na cultura docente
um conjunto de modos coletivos de produção e de regulação do trabalho
(NÓVOA, 2012, p.17).

Concorda-se para que a gestão pedagógica colha bons frutos e, se


sustente, é necessário desenvolver juntamente ao trabalho realizado,
uma favorável estrutura física, assim como, métodos processos admi-
nistrativos estruturados, alinhados as metas e objetivos pretendidos
pela instituição de ensino. Com a devida organização, as ações fluirão
de forma natural.
De acordo com Lück a centralidade da gestão pedagógica:

É de todas as dimensões da gestão escolar, a mais importante, pois está


mais diretamente envolvida com o foco da escola que é o de promover
aprendizagem e formação dos alunos. (LÜCK, 2009, p.9).

Apesar de saber que existem várias personagens, observa-se que


dentro de uma gestão pedagógica, alguns desses ganham destaque por
atuarem em pontos, estratégicos e decisivos. São eles: diretor ou diretor
geral, coordenador pedagógico, supervisor pedagógico e orientador pe-
dagógico. E dentre as importantes funções que, os supracitados detém,
é justo mencionar que, os mesmo têm por atribuição assegurar o ali-
nhamento de diretrizes educacionais, estruturar o projeto político pe-
dagógico, decidir sobre materiais (permanente e de consumo) a serem
utilizados, formação continuada docente e demais colaboradores, gerar
ações propícias a inclusão e a equidade.

A escola necessária para fazer frente a essas realidades é a que provê forma-
ção cultural e científica, que possibilita o contato dos alunos com a cultu-
ra, aquela cultura provida pela ciência, pela técnica, pela linguagem, pela
estética, pela ética. Especialmente, uma escola de qualidade é aquela que

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inclui uma escola contra a exclusão econômica, política, cultural, pedagó-
gica. (LIBÂNEO, 2006, p.51).

Nota-se com bons olhos a ideia de envolver todas as personagens


para que, atuem mediante o conceito geral que circunda a instituição,
ou seja, conforme a visão e entendimento geral do projeto, que é o
ponto chave para o alcance dos objetivos pretendidos.
Segundo Valente e Almeida F. (1997, p.7),

As práticas pedagógicas inovadoras acontecem quando as instituições se


propõem a repensar e a transformar a sua estrutura cristalizada em uma
estrutura flexível, dinâmica e articuladora.

Concorda-se quanto à ideia que, a gestão pedagógica e as ações re-


sultantes de seus esforços, necessitam serem alinhadas as demais ações
que, envolvem como um todo à gestão escolar, ou seja, todos os seto-
res, sejam pedagógicos ou administrativos, são necessários para que, o
objetivo-fim de uma instituição escolar se torne realidade. O trabalho
conjunto é fundamental:

A ação pedagógica não se resume a ações docentes, de modo que, se todo


trabalho docente é trabalho pedagógico, nem todo trabalho pedagógico é
trabalho docente. (LIBÂNEO, 2000, p.7).

Entende-se que, as ações pedagógicas não se resumem as ações do-


centes. Com isso, é importante lembrar da existência das outras perso-
nagens que atuam nas mais variadas funções de apoio, seja apoio peda-
gógico, seja apoio administrativo e, até mesmo apoio em manutenção,
limpeza entre outros.

Assim, todas as dimensões relacionadas à gestão escolar precisam con-


vergir para a gestão pedagógica. Quando falamos em gestão pedagógica,

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nos referimos aos processos de organização, coordenação, liderança e
avaliação das ações e estratégias direcionadas à aprendizagem dos alunos.
(LÜCK, 2009, p.96).

Compreende-se que, as ações terão efeito, mediante atuação de ou-


tro personagem muito importante envolvido no processo, no caso, o di-
retor, diretor geral ou também conhecido como gestor, é a personagem
que, tem por obrigação articular todas as ações necessárias para o bom
andamento da instituição escolar. Ele atuará como um articulador.
Segundo Souza (2009, p.5) é

“através da reflexão das ações pedagógicas dos professores e demais profis-


sionais, que os cenários são reconstruídos e ressignificados dentro do con-
junto de procedimentos e atitudes que o processo educacional abrange”.

Entende-se mediante raciocínio exposto acima que, é necessário


que, o gestor de ensino entenda sua verdadeira função de articulador
e promotor de um ambiente que, possibilite a participação de todos os
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
Segundo Ferreira, a gestão pedagógica é traduzida como

todo o pensar-agir da escola com o intuito de produzir conhecimento. Po-


rém, não é pedagógico o pensar-agir, embora muito bem organizado, incoe-
rente com a expectativa de produção do conhecimento dos sujeitos da aula.
Percebe-se, então, não haver como dissociar uma concepção de pedagógico
do espaço, do tempo e do trabalho realizado pela escola. Pedagógico é a ar-
ticulação desses fatores, objetivando a produção do conhecimento. Afinal, se
os sujeitos estudantes ingressam na escola é porque intencionam aprender.
E aprender é um complexo movimento de linguagens em interlocução, sub-
jetividades em interação e historicidades que se entrelaçam, no intuito de
ampliar as compreensões de mundo, inserirem-se, cada vez mais, na cultura
e “genteificar-se”1 ainda mais. (FERREIRA, 2008, p.178).

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E por fim, pode-se dizer que, a gestão pedagógica de qualquer ins-
tituição escolar tem por objetivo transmitir os saberes não apenas por
meio de docentes, mas também, através das demais personagens que
compõem o ambiente escolar, mesmo que de forma indireta. Pois, tal
processo é sistemático, organizado e autorreflexivo.

4. GESTÃO ADMINISTRATIVA
Uma apropriada gestão escolar objetiva a evolução globalizada da ins-
tituição escolar e, se direciona ao alcance do objetivo institucional que, é
preparar os indivíduos para o mercado de trabalho e a sociedade. Com
isso, é justo mencionar que, para que tais objetivos e metas sejam alcan-
çados, não basta apenas que, a instituição de ensino preocupe-se com a
parte da gestão que envolve o caráter pedagógico, apesar de reconhecer-
mos que essa gestão é a que norteia qualquer instituição educativa.
Como também não é recomendado que, as preocupações institu-
cionais estão voltadas apenas a qualificação contínua de professores e
demais profissionais envolvidos diretamente em pedagógicas, como
exemplo a construção e manutenção de um bom projeto político pe-
dagógico ou currículo. Pois, existe a parte da gestão escolar que, atua
em apoio a gestão pedagógica para que, o objetivo-fim da instituição
escolar seja realizado a contento.
A mesma, como já mencionado em tópicos anteriores é conhecida pelas
seguintes nomenclaturas, administração escolar, gestão administrativa ou
muitas vezes, conhecida como apenas administrativo. No entanto, neste
artigo utilizaremos em maior parte, a nomenclatura gestão administrativa.
Compreende-se que, será bastante difícil o alcance satisfatório do
objetivo-fim pretendido pela instituição de ensino, caso não conte com
o apoio da gestão administrativa, uma vez que, é através da mesma que
ocorrem, por exemplo, a compra, fornecimento e controle materiais
físicos, ambientes e itens essenciais, como carteiras e mesas escola-
res, equipamentos em geral, salas de aula adequadas, banheiros, lim-
peza das instalações, energia elétrica, água tratada, formulários para

78
procedimentos, entre outros, indispensáveis ao bom funcionamento de
qualquer instituição escolar.
Essa é a fundamental função da gestão administrativa, zelar pelo
bom andamento e aprimoramento das normas e procedimentos, bem
como, a aquisição e controle de materiais e ambientes para o bom fun-
cionamento da instituição escolar, garantido assim, a qualidade da ges-
tão escolar pretendida que, tem por objetivo maior a formação de indi-
víduos para o mercado e para a sociedade.

É claro que os aspectos organizacionais não resolvem tudo. Eles atuam em


combinação com outros fatores como: um corpo docente bem preparado
profissionalmente, consistência do projeto pedagógico-curricular, um cur-
rículo bem estruturado, uma boa experiência de professores na metodo-
logia de ensino e no manejo de classe, uma forte atenção à aprendizagem
dos alunos, boas práticas de avaliação, disponibilidade da equipe para acei-
tar inovações. (LIBÂNEO, 2008, p.10).

Concorda-se que, a gestão administrativa é coerente à palavra ad-


ministração. Como já mencionado, os termos gestão administrativa,
administração geral e administração escolar são sinônimos e, de certa
forma, ainda são utilizadas para a identificação das atividades adminis-
trativas efetuadas nas instituições de ensino.
É notório que, a gestão administrativa percorre um trajeto paralelo
e simultâneo aos princípios básicos da administração: planejar, orga-
nizar, dirigir e controlar e, aos afincos presentes nas rotinas da gestão
pedagógica, onde o objetivo é alcançar uma gestão escolar fortalecida,
em outras palavras, capaz de cumprir o objetivo pretendido. No caso,
alcançar de forma excelente e com qualidade, a formação de indivíduos
preparados para a vida profissional e social.

Administração é o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização


de recursos. O processo administrativo abrange cinco tipos principais de

79
decisões, também chamadas processos ou funções: Planejamento, organi-
zação, liderança, execução e controle. (MAXIMIANO, 2008, p.05).

Santos (1996) relata que, existe certa analogia quanto aos objetivos
básicos da administração geral, administração escolar e gestão adminis-
trativa: a administração geral tem como objetivos fundamentais plane-
jamento, organização, direção e controle dos bens e serviços indispen-
sáveis ao funcionamento de uma instituição, seja a mesma escolar ou
não. Com isso, as demais nomenclaturas, também utilizam os mesmos
princípios básicos da administração geral, para atuarem de maneira
personalizada no ambiente escolar.
Entende-se mediante ao mencionado no parágrafo acima que, os
princípios básicos da administração, são indispensáveis a qualquer tipo
de instituição e, não seria diferente quanto ao seu uso nas instituições
de ensino. Mesmo porque, as mesmas, necessitam efetuar ações vol-
tadas a planejamento, organização, direção e controle para com isso
alcançarem seus objetivos educacionais.

A administração também é universal porque usa uma massa sistemática de


conhecimento, incluindo leis, princípios e conceitos que tendem a ser verda-
deiros em todas as situações gerenciais. Este conhecimento pode ser aplicado
a todos os esforços humanos organizados, quer sejam empresas, governos,
instituições educacionais, sociais, religiosas ou outros. É igualmente aplicável
em todos os níveis da administração na mesma organização, a partir dos ní-
veis mais baixos até os mais altos. Por conseguinte, pode-se dizer concluir que
se um administrador tem este conhecimento e sabe como aplicá-lo em uma
dada situação, deve ser capaz de desempenhar as funções gerenciais eficiente
e efetivamente, desde que seja suficientemente flexível para adaptar-se e ajus-
tar-se à nova situação do ambiente. (MEGGINSON, 1986, p.07).

Nota-se que, existem defensores da não utilização “pura” dos princí-


pios da administração na gestão escolar. Porém, isso não assegura que,

80
tais princípios não sejam importantes ou até mesmo que, devam ser
extintos. A razão de tal aversão, teve início em uma época onde os prin-
cípios da administração geral eram utilizados apenas com a mera inten-
ção de obter lucro.
Porém, na gestão administrativa voltada a gestão escolar, tais argu-
mentos não se confirmam, uma vez que, os princípios básicos da admi-
nistração são utilizados com o pensamento em beneficiar e valorizar
pessoas, o intuito é fortalecer os indivíduos e, não apenas a atuar de
forma fria, com o pensamento meramente voltado ao capital.
Apesar da administração empresarial, administração escolar e gestão
escolar apresentarem pontos semelhantes, as mesmas diferem alguns
pontos. Visto que, em uma organização voltada ao capitalismo o obje-
tivo principal é a produção de um produto ou serviço, ou seja, é apenas
um negócio, trata-se de dinheiro, lucro, capital. Já em uma instituição
de ensino, as personagens jamais poderão ser comparadas a operários
e, muito menos os alunos comparados à matéria-prima que, está sendo
trabalhada por máquinas, equipamentos e mão-de-obra especializada,
segundo Martins (1999).
Concorda-se que, ainda que semelhantes, a principal dessemelhança
entre a administração empresarial e a administração escolar ou gestão
escolar, seja a visão fria e, a romântica forma de lidar com os processos
e indivíduos.

No campo da educação, a expressão organização escolar, é frequentemente


identificada como administração escolar, termo que tradicionalmente carac-
teriza os princípios e procedimentos referentes à ação de planejar o trabalho
na escola, racionalizar o uso de recursos (materiais, financeiros, intelectuais),
coordenar e controlar o trabalho das pessoas. (LIBÂNEO, 2008, p.97).

Percebe-se que, na atualidade esse conceito frio da administração


para com seus colaboradores, não pode ser levado à risca, uma vez que,
existem organizações que, apesar de voltadas ao capitalismo, valorizam

81
seu contingente humano. Enfim, não é justo enxergar o posicionamen-
to frio, como regra.
A administração escolar ou gestão administrativa, segundo Ribeiro
(1986) é enxergada com uma das aplicações da administração geral e
ambas detêm aspectos, tipos, processos, meios e objetivos muito pare-
cidos. A administração escolar ou gestão administrativa tende a consi-
derar os estudos realizados em outras esferas da administração e, por
conseguinte, será capaz de proporcionar maiores contribuições e me-
lhorias.
Enxerga-se que, a gestão administrativa precisa atuar de forma per-
sonalizada. Pois, detém a responsabilidade de empregar todos os seus
recursos, mecanismos, procedimentos disponíveis e possíveis direcio-
nados aos campos profissional, social, democrático e participativo, ou
seja, com o pensamento voltado ao objetivo de atender a formação de
indivíduos e, não em lucrar valores monetários, como uma organiza-
ção capitalista faz. O foco é o indivíduo.

5. A SINERGIA ENTRE GESTÃO PEDAGÓGICA E GESTÃO ADMI-


NISTRATIVA
Como mencionado de forma implícita no decorrer deste artigo, a
gestão escolar é composta pela parte pedagógica e pela parte adminis-
trativa, respectivamente conhecidas como gestão pedagógica e gestão
administrativa. Sendo a primeira citada, a norteadora da instituição de
ensino e, a segunda que detém o papel de apoiadora da primeira para o
alcance do objetivo principal, ou seja, gerar indivíduos de valor prepa-
rados para atuarem profissional e socialmente, mediante aplicação de
ensino-aprendizagem de qualidade.

Gestão é ação, atuação pela qual são mobilizadas condutas para compreen-
der os objetivos da estrutura envolvendo, fundamentalmente, relações
gerenciais e técnico-administrativas. A Gestão Escolar articula o processo
de decisão na coordenação de trabalhos e na organização das atividades;

82
supera desafios oriundos da administração escolar, buscando olhares sig-
nificativos à gestão pedagógica de recursos humanos e administrativos.
(BUSS, 2012, p.22).

A gestão escolar envolve a articulação entre perspectivas pedagógi-


cas e administrativas que oportunizam, ações direcionadas a obtenção
de resultados educacionais. Bonamino et al. (2009) menciona que, inde-
pendente do termo utilizado, seja administração ou gestão, o mesmo
detém lugar de destaque no cenário educacional do nosso país.
Rumble define gestão como:

um processo que permite o desenvolvimento de atividades com eficiên-


cia e eficácia, a tomada de decisões com respeito às ações que se fizerem
necessárias, a escolha e verificação da melhor forma de executá-las. (
2003, p.15).

Entende-se mediante tal ótica que, existe a necessidade de trabalho


conjunto e, incentivo a sinergia entre a gestão pedagógica e gestão ad-
ministrativa. E que seja orquestrada e implementada a ideia de com-
plemento e reciprocidade entre as gestões pedagógica e administrativa
para que assim, a tão almejada qualidade do ensino seja alcançada.
Rodrigues (2011, p.51) relata que a qualidade do ensino:

[...] está vinculada à satisfação e à motivação, é indicada por uma infraes-


trutura adequada, por procedimentos administrativos, pela capacitação
docente, pela avaliação e atualização constantes, formação profissional e
crítica, produção e avanço do conhecimento, transformação social, valori-
zação da pesquisa e da extensão.

Segundo Pereira (2012) existe necessidade que, os especialistas em


educação, tenham formação que, englobem conhecimentos tanto de
cunho pedagógico, quanto de cunho administrativo.

83
Percebe-se que autores apoiam a ideia que, as instituições de ensino
não são autossuficientes apenas por elaborarem uma “boa” estrutura
pedagógica, uma vez que, o apoio administrativo se faz necessário e
complementar as ações voltadas ao bom andamento da gestão pedagó-
gica como um todo.

A direção da escola tem atribuições pedagógicas e administrativas pró-


prias, e entre as mais importantes está à organização, administração e ges-
tão do processo de tomadas de decisões por meio de práticas participativas
e a execução das decisões tomadas. Em geral, ela atua mais diretamente
nos aspectos administrativos, delegando os aspectos pedagógico-curricula-
res à coordenação pedagógica (ou outra designação equivalente ao traba-
lho de pedagogo escolar). (LIBÂNEO, 2008, p.270).

Percebe-se que, na visão de alguns autores, as ações administrativas


apontam para o todo educacional, ou seja, estão voltadas ao objetivo
geral da gestão escolar e, inclinadas ao objetivo geral da educação, que
é formar indivíduos para o mercado e para a sociedade. Porém, no dia
a dia, não é sempre que esse apoio é compreendido de forma sensata.

Não se pode diminuir a importância das discussões de temas vinculados


ao administrativo, ou mesmo as emergências do cotidiano, uma vez que
fazem parte e se inserem como elementos de um projeto pedagógico mais
amplo; mas faz-se necessário reposicionar e resgatar os objetivos das re-
uniões; qualquer discussão deveria voltar-se para a reflexão sobre a ação
de maneira ampla, não comportando reuniões comumente divididas em
três partes: o início, com avisos gerais; num segundo momento, discussão
sobre os problemas e dificuldades do dia-a-dia; e, finalmente, análise das
questões pedagógicas. (TORRES, 2003, p.47).

Concorda-se que, a diretoria ou diretoria geral é a gestora principal de


uma instituição escolar e que, o diretor ou diretor geral, tem a máxima

84
autoridade dentro da mesma, bem como, tem a função de articulador
de todas as atividades e funções que envolvem a gestão escolar, ou seja,
as ações que envolvem as gestões pedagógicas a administrativas. Ele é
responsável pelas ações que, por sua vez estarão direta e indiretamente
atreladas as leis, diretrizes, normas e procedimentos orientados não so-
mente a parte pedagógica, mas também pela parte administrativa, enfim,
ao todo da instituição escolar.
O desafio enfrentado pela gestão escolar é:

Articular o processo de decisão na coordenação de trabalhos e na organi-


zação das atividades; superar desafios oriundos da administração escolar,
buscando olhares significativos à gestão pedagógica de recursos humanos
e administrativos (BUSS, 2012, p. 22).

Libâneo (2004) indica funções que cabem ao gestor escolar: supervi-


sionar atividades pedagógicas e administrativas, promover a integração
entre a instituição escolar e a comunidade; dominar a legislação voltada
a educação, bem como, idealizar formas que, favoreçam e fortaleçam as
equipes de trabalho.
Nota-se o quanto é importante atentar para a efetivação da sinergia
entre as gestões pedagógica e administrativa. Cabe mencionar que, é
justo atentar não apenas o que há no interior na escolar, uma vez que,
a preocupação necessita se voltar para a integração entre instituição es-
colar e a comunidade que, está literalmente a sua volta e que, também
responde pela nomenclatura de comunidade externa.

É um grupo constituído dos diversos segmentos da comunidade escolar


(pais, alunos, professores e demais servidores) objetivando a participação
nas decisões da escola, no âmbito administrativo, político-pedagógico
e financeiro, quando reunido emite opiniões ou toma decisões, elabo-
ra diagnóstico, fiscaliza, apoia, promove e estimula a comunidade esco-
lar. [...] Este espaço de participação se apresenta como um mecanismo

85
fundamental para a construção de uma escola democrática e de qualida-
de, certamente as bases necessárias para termos uma sociedade mais justa.
(MARANHÃO, 2014).

Sabe-se que a gestão escolar de certa maneira, pode ser enxergada


como algo sistêmico, ou seja, onde todas as personagens, suas funções
e tarefas realizadas influenciam de forma direta ou indireta no resultado
final pretendido pela instituição escolar que, é a educação de qualidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo teve como objetivo esclarecer quais são os conceitos que
envolvem a gestão escolar desenvolvida nas instituições brasileiras e,
também os conceitos que envolvem os dois desmembramentos da mes-
ma, no caso, a gestão pedagógica e a gestão administrativa.
Outro ponto forte do artigo é onde atenta sobre importância da si-
nergia existente entre as gestões pedagógica e administrativa. É justo
mencionar que, a gestão administrativa trabalha em apoio a gestão pe-
dagógica que, por sua vez, é a gestão que norteia as ações de qualquer
instituição de ensino.
Mediante a demanda manifestada pelo mercado e pela sociedade,
originam-se e alteram-se leis governamentais, normais e procedimen-
tos internos a cada instituição de ensino e, com isso, as ações e tarefas
também são criadas e modificadas com a intenção de seguir o planeja-
mento proposto pela gestão escolar, com a intenção principal de alcan-
çar o objetivo-fim educacional, ou seja, gerar educação de qualidade
e, formar indivíduos capazes de atender e sobreviver as mutações do
mercado de trabalho e sociedade.
Ainda nos dias atuais, temos dois entendimentos sobre a gestão es-
colar, uma vez que, o conceito que envolve a mesma ainda não é bem
entendido por algumas pessoas. Muitos ainda reconhecem os termos
que envolvem gestão como algo distante da educação. Esse fato é real
e, crê-se que, ainda é bastante comum no dia a dia dos colaboradores

86
que atuam em instituições ensino: quando mencionam que trabalham
em uma escola, logo são recebem o seguinte questionamento: “você
dá aula?”.
Sim, aí está o grande problema que, existe fora e que, também está
presente dentro dos muros das instituições de ensino, a incompreen-
são, a falta de reconhecimento. Pois, a maioria das pessoas não têm
ideia da importância do apoio administrativo propicia para que, o en-
sino-aprendizagem ocorra dentro do estabelecido pelo planejamento
da gestão escolar.
A gestão administrativa trabalha em maior parte, dentro da deman-
da expedida pelas personagens que compõem a gestão pedagógica.
Sem exagero, são poucas as possibilidades da existência de um ensino
de qualidade, quando o pensamento está voltado apenas para o conhe-
cimento e/ou a brilhante formação docente.
Para que o ensino-aprendizagem ocorra de forma integral, é neces-
sário que existam locais físicos adequados, materiais de consumo e per-
manentes, serviço de limpeza, segurança e manutenção predial, bem
como, análises mais aprofundadas e estudos voltados às leis, normais,
controle financeiro, documental, entre outras atividades e funções exe-
cutadas pela gestão administrativa.
A importância do apoio administrativo é evidente, uma vez que, não
existe a grande possibilidade que docentes ministrarem conteúdo e, ao
mesmo tempo consigam realizar as tarefas atribuídas ao corpo adminis-
trativo, pois é humanamente impossível.
Daí surge a necessidade de melhor entendimento que, a gestão es-
colar que, é composta pela gestão pedagógica e pela gestão administra-
tiva, seja vista como um sistema, onde todas personagens atuam em
razão de um objetivo comum. A visão de completo e participação, é
algo necessário para harmonizar as ações planejadas.
Afinal, tudo começa com o planejamento geral expedido pela gestão
escolar que, no decorrer da execução, identificará as carências que en-
volvem as personagens da gestão pedagógica e gestão administrativa,

87
considerando os cenários externos à instituição de ensino e, realizará
as devidas modificações e incrementos, na busca do melhor modelo de
gestão escolar para o momento vivido.

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dez.2008.

89
NOTAS
1. Mestre em Educação pela Universidad Del Norte - UNINORTE - Asunción/PY. Doutorando
em Ciências da Educação pela Universidad Tecnológica Intercontinental - UTIC - Asunción/PY
E-mail: montjae@gmail.com
2. Mestra em Gestão a Avaliação Pública pela UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora.
Especialista em Gestão Escolar pela UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos. E-mail:
andrezanavebenetti@gmail.com
3. Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Columbia del Paraguay. E-mail: maria.
marta.3@hotmail.com
4. Especialista em Coordenação Pedagógica pela Faculdade Regional de Filosofia e Ciências
e Letras de Candeias. Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Educacionais. Li-
cenciada em Letras pela Universidade Estadual de Feira de Santana. E-mail: ajanemorocx@
yahoo.com.br
5. Doutor em Ciências da Educação pela Universidade Columbia del Paraguay. Mestre em
Ciências da Educação pela Universidade da Madeira- Funchal - Portugal. E-mail: md.manoel@
bol.com.br
6. Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Columbia del Paraguay-PY. E-mail: eu-
cador.rocha@gmail.com
7. Mestranda em Governança e Desenvolvimento pela ENAP/DP. Especialista em Gestão de
Pessoas no Serviço Público pela ENAP/DP. E-mail: eneiledays@gmail.com
8. Mestre em Administração pela Universidad IberoAmericana (UNIBE) - PY. E-mail: sousa-
sueli@gmail.com

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Este livro foi composto em Dante
MT pela Editora Autografia.

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